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Exame do Sistema Neuromotor Prof. Esp. Marina Vale Disciplina de Avaliação Funcional Curso de Fisioterapia Faculdade Paraense de Ensino – FAPEN Nível de consciência Exame neurológico • Realizado em consultório, unidades de internação e terapia intensiva; • Dividido em etapas; • A cada local é realizado um exame diferenciado (mais completo, resumido, com diferentes objetivos) • Avaliar: • Nível de consciência • Orientação no tempo e espaço • Linguagem • Memória • Aspectos motores Definição de alguns termos Propriocepção: Cinestesia; Orientação do corpo em relação ao espaço, identificação das musculaturas e capacidades motoras. Coma: Estado de inconsciência. (do grego Koma: ‘’estado de dormir’’). Indivíduo não pode ser ‘’despertado’’, dificilmente responde a estímulos. Letargia: Rebaixamento do nível de consciência, pensamento mais lento. Indivíduo ‘’letárgico’’, ‘’sonolento’’. Estupor: Estado de rebaixamento do nível de consciência. Indivíduo ‘’torporoso’’ consegue ser despertado com estímulo físico vigoroso. Delirium: Distúrbio da consciência, estado mental confuso. Desorientação em tempo e espaço. Morte encefálica: Perda completo e irreversível das funções cerebrais. Propriocepção Coma • O coma ocorre por lesões cerebrais que mantêm o indivíduo em um estado sináptico ‘’básico’’. As funções cerebrais ocorrem nos níveis mais baixos. • O indivíduo pode ou não retornar do coma. • Não necessariamente o paciente em ‘’coma’’ está em ventilação mecânica invasiva. • O coma induzido pode ser uma ferramenta para tratar disfunções hemodinâmicas. • Coma x Morte encefálica. Letargia • Estado de consciência rebaixado, sono profundo X Falta de ânimo, preguiça • Letargia pode ser induzida por medicamentos; • Acidentes, traumas cerebrais. • Dificuldade de despertar. • Muitas vezes o indivíduo escuta tudo ao ser redor mas não consegue ter resposta motora/verbal. Estupor • Entorpecimento, falta de sensibilidade, falta de estímulos motores. • Diferenciado de letargia por ser rebaixamento de nível de consciência, mas não é caracterizado por sono profundo ou dificuldade de despertar. • O indivíduo pode ser chamado de ‘’torporoso’’. Delirium • Difere de ‘’delírio’’. • Estado mental confuso em tempo e espaço; • Agitado, confuso; • Incapacidade de focar, manter a atenção, organizar o pensamento. Morte encefálica • Declaração de Morte: “um indivíduo que apresenta cessação irreversível das funções respiratórias e circulatórias ou cessação irreversível de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco cerebral, está morto”. • Escola de Medicina de Harvard, 1981 • A ME geralmente decorre da associação do aumento da pressão intracraniana, diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e hipóxia do tecido encefálico • Há lesão irreversível da célula nervosa, por alteração da permeabilidade celular e distúrbios eletrolíticos no interior da célula. Com a destruição progressiva do cérebro e tronco encefálico. Escala de Coma de Glasgow Escala de Coma de Glasgow Pediátrica Casos clínicos Caso clínico 1 • Idosa, 66 anos de idade, encontra-se em uma Unidade de Terapia Intensiva após sofrer um Acidente Vascular Cerebral. Ao exame físico encontra-se em oxigenoterapia (cateter nasal), com os olhos abertos de forma espontânea, respondendo às perguntas dos profissionais da saúde, colaborativa com a equipe, consciente e orientada no tempo e espaço. • Diante do relato acima, classifique a pontuação da escala de coma de Glasglow da paciente e explique o porquê. Caso clínico 2 • Motociclista, 26 anos de idade, sofreu acidente de moto e encontra-se na sala vermelha da urgência de um hospital de referência. Ao exame físico encontra-se respirando com auxílio de Ventilação Mecânica Invasiva, em coma induzido por medicamentos, aguardando neurocirurgia. Na variável abertura ocular da escala de coma de Glasglow apresenta pontuação 1. • De acordo com o caso acima, demonstre como o avaliador encontrou essa pontuação na ECG. Caso clínico 3 • Motociclista, 26 anos de idade, sofreu acidente de moto e encontra-se na sala vermelha da urgência de um hospital de referência. Ao exame físico encontra-se respirando com auxílio de Ventilação Mecânica Invasiva, em coma induzido por medicamentos, aguardando neurocirurgia. Na variável resposta verbal da escala de coma de Glasglow apresenta pontuação 1. • De acordo com o caso acima, demonstre como o avaliador encontrou essa pontuação na ECG. Caso clínico 4 • Motociclista, 26 anos de idade, sofreu acidente de moto e encontra-se na sala vermelha da urgência de um hospital de referência. Ao exame físico encontra-se respirando com auxílio de Ventilação Mecânica Invasiva, em coma induzido por medicamentos, aguardando neurocirurgia. Na variável resposta motora da escala de coma de Glasglow apresenta pontuação 1. • De acordo com o caso acima, demonstre como o avaliador encontrou essa pontuação na ECG. Caso clínico 5 • Idoso, 70 anos de idade, em avaliação com um fisioterapeuta para tratamento de um AVC sofrido há 6 meses atrás, apresenta-se no consultório acompanhado de um cuidador. O cuidador relata que o idoso não fala, somente ‘’grunhe’’ e aponta quando quer alguma coisa. Relata também que às vezes o idoso parece não saber onde está, deitado, olhando fixo para um só local e pode permanecer por horas assim, até ser ‘’despertado’’ por algum estímulo, geralmente vigoroso, como um aperto forte de mão. • Em relação ao caso assim, descreva em qual estado de consciência o idoso provavelmente se encontra quando precisa ser ‘’despertado’’ pelo seu cuidador. Exame das funções corticais Funções corticais Funções cognitivas ou intelectuais; - Memória, linguagem, atenção, organização, raciocínio lógico Funções emocionais - Raiva, tristeza, alegria, prazer, medo Funções sexuais Personalidade Caráter Lobo Frontal • Área motora, de linguagem e cognitiva: • Motricidade voluntária • Planejamento do movimento • Movimento ocular • Fala (área de Broca) • Comportamento e emoções • Cognição Lobo parietal • Sensibilidade • Percepção espacial • Percepção visuomotora • Leitura e fala Lobo Temporal • Memória • Audição • Fala • Olfato • Emoções Lobo occipital • Visão Definição de termos/Avaliação Afasia Afasia: Dificuldade ou incapacidade de comunicação verbal Afasia sensitiva – sensorial (ou de Wernick): Dificuldade de compreensão da linguagem verbal falada, sem déficit auditivo Afasia motora (ou de Broca): Dificuldade de expressão do pensamento através de palavras Mista Apraxias • Incapacidade de realizar sequências de atos motores complexos, na ausência de alteração da motricidade. • Exemplos: Vestir-se, pentear o cabelo, amarrar o cadarço, desenhar figuras no papel. • Apraxia ideomotora: Incapacidade de realizar gestos simples sem objetos, porém o indivíduo realiza de forma automática. (Ex: sinal da cruz) • Apraxia ideatória: Incapacidade na realização de gestos com objetos – parece distração ou demência. (Ex: Fumar um cigarro). • Apraxia do vestir: Dificuldade em realizar a vestimenta de forma adequada. • Apraxia da marcha: Marcha lenta, hesitante, com pausa, dificuldade de iniciar. • Apraxia construtiva: Reproduzir ou desenhar (o que antes da lesão o indivíduo realizava) VÍDEOS Agnosias • Gnosis (termo em grego: conhecimento) • Incapacidade de compreensão ou reconhecimento de objetos, locais, faces, sons, odores e sabores previamente conhecidos. • Astereognosia (agnosia tátil): Incapacidade de reconhecer objetos por meio do tato. • Agnosia visual: imagens conhecidas, rostos (prosopoagnosia) • Agnosia auditiva: incapacidade de reconhecer um objeto por meio de um som (Ex: telefone tocando) • Negligência: (Unilateral: Após AVC, Paralisia Cerebral) VÍDEOS Mini Exame do Estado Mental Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA) EXAME DOS PARES CRANIANOS e SENSIBILIDADENervos cranianos • Realizam a conexão com o encéfalo. • Separados pela sua funcionalidade. • Avaliados através de testes de sensibilidade, reflexos, acuidade visual. • Didaticamente podem ser classificados em motores, sensitivos ou mistos. I. Nervo Olfatório • Sensitivo • Sensibilidade olfatória • Pede-se ao paciente para fechar os olhos, ocluir uma narina e identificar o cheiro de algumas substâncias, irritantes ou não. (sabonetes, álcool, amônia, comidas). • Descartar a possibilidade de obstrução nasal (congestão nasal, rinites, sinusites). II. Nervo Óptico • Avaliar acuidade visual. • Nervo sensitivo, originado na retina. • Pede-se ao paciente que feche um dos olhos realiza- se testes visuais. (quantos dedos estamos mostrando ao paciente, de perto e de longe, quadro de Snellen, quadro manual...) • Avaliar a interferência da baixa acuidade visual (o indivíduo que usa óculos/lente deve utilizar na hora do teste) • Avaliar reações pupilares – lanterna de pupila. • Contração e simetria (reação à luz) III. Oculomotor IV. Troclear VI. Abducente • Motricidade ocular. Nervos motores. • Avaliação da funcionalidade muscular ocular. • Simetria do movimentos ocular: Pede-se ao paciente para fechar um dos olhos e seguir o dedo da avaliador com o olho (superior, inferior, lateral e medial). • Pode-se usar a lanterna de pupila para avaliar rapidez de contração de pupila. • Avaliar queda das pálpebras (Ptose), visão dupla (Dipoplia), repetições oscilatórias e repetitivas do globo ocular (Nistagmo) e espasmo palpebral. V. Nervo Trigêmio • Nervo misto (motor e sensitivo). • Três ramos: Oftálmico, maxilar e mandibular. • Sensibilidade epicrítica (tato fino, propriocepção consciente) e protopática (tato grosso, pressão, dor, sensibilidade térmica) • Reflexo corneano (Aproxima-se da córnea do paciente uma mecha de algodão – estímulo correto é piscar ou tentar fechar os olhos) • Sensibilidade epicrítrica da face em região maxilar (com chumaço de algodão) e sensibilidade protopática (caneta, esponja com a parte áspera, gelo) • Avaliação de contração do músculo masseter (cerrando os dentes e abrindo a boca contra resistência) VII. Nervo Facial • Misto = sensorial e motor; • Mímica facial e sensibilidade gustatória. • Identificar sabores. Responsável pela sensibilidade exteroceptiva (do ambiente externo) • Mímica facial. (Pede-se ao paciente para realizar movimento de abrir os olhos, levantar as sobrancelhas, fechar a boca, sorrir, e etc. com resistência ou não) VIII. Nervo Vestibulococlear • Sensitivo. Relacionado ao equilíbrio, marcha e audição. • Pede-se ao paciente para fechar os olhos e identificar alguns sons próximos ao ouvido (tique-taque de um relógio, fricção de fios de cabelo). • Pede-se ao paciente que ande de olhos fechados em linha reta seguindo a voz do avaliador. • Outros testes validados de equilíbrio. IX. Glossofaríngeo X. Vago XI. Acessório XII. Hipoglosso* • Nervos mistos, também chamados de nervos bulbares. Responsáveis pela inervação da língua, algumas vísceras e musculatura cervical. • *Essencialmente motor • Examina-se a língua com uma lanterna clínica (motricidade, projeção da língua e trofismo) • X. Nervo Vago é responsável pelo reflexo da tosse. Estimula-se no paciente o reflexo de tosse na região da carina. • XI. Nervo acessório é responsável pela inervação dos músculos ECOM e Trapézio. Pede-se ao paciente para elevar o ombro e rotacionar a cabeça para o mesmo lado. PRÁTICA Exame dos reflexos e tônus muscular Reflexos monossinápticos • Padrões involuntários de contração e relaxamento elicitados por estímulos periféricos (ex: reflexos miotáticos ou de estiramento). • Resposta do SNC com uma sinapse entre um neurônio sensitivo e um motor. • Arco reflexo. • Resposta regular, diminuída ou aumentada. • Normoreflexia, hiporreflexia, hiperreflexia ou arreflexia. Reflexo bicipital • Antebraço do paciente em supinação repousado sobre o do examinador. • Palpa-se o tendão do bíceps com o polegar e percuti sobre o mesmo. • Avaliar flexão do antebraço ou contração da musculatura. Reflexo tricipital • Sustenta-se o braço do paciente em abdução e antebraço pendente paralelamente ao corpo; • Percutir sobre o tendão do tríceps. • Avaliar extensão do antebraço. Reflexo estilorradial • Braço do paciente relaxado em posição neutra, percute-se abaixo do processo estiloide do rádio. • Observa-se um leve desvio radial e flexão de antebraço. Reflexo patelar • Perna do paciente relaxada, percute- se sobre o tendão patelar. • Observa-se extensão de joelho. Reflexo aquileu • Paciente sentado com a perna relaxada, realiza-se uma dorsiflexão passiva do tornozelo e percute-se na região do tendão de aquiles. • Observa-se uma flexão plantar discreta. Tônus muscular • Tensão muscular em repouso. • Contração muscular leve e involuntária realizada por impulsos nervosos. • Normotônico, hipotônico ou hipertônico. • Tônus x Clônus (contrações involuntárias repetitivas) • Espasticidade (Hipersensibilidade do reflexo de estiramento; hipertonia elevada) Avaliação de tônus/movimentação passiva e alongamento Hipertonia plástica e elástica Sinal da roda denteada Sinal de canivete Vídeos Coordenação motora grossa e fina Equilíbrio estático e dinâmico
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