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Resenha crítica - Cingapura Ilimitada Construção da Infraestrutura Nacional da Informação - Marcelo Lisboa

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Marcelo Moreira Lisboa 
 
 
 
Trabalho da disciplina Gestão Estratégica da Informação 
 Tutor: Prof. Carlos Alberto Ferreira 
 
 
Salvador 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
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 CINGAPURA ILIMITADA: CONSTRUÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA NACIONAL DA 
INFORMAÇÃO 
 
 
Referências: APPLEGATE, M. Lynda; NEO, Boon-Siong.; KING, John.; KNOOP, Carin Isabel, 
Cingapura Ilimitada: Construção da Infra-estrutura Nacional da Informação, 107-P01, 16 de 
outubro de 1996. 
 
O texto de M. LYNDA, NEO, BOON-SIONG, KING, JOHN, KNOOP e CARIN ISABEL (1996), 
aborda de forma analítica a evolução de Cingapura em relação ao desenvolvimento e execução 
de tecnologias de TI e infraestrutura de telecomunicações e várias ações governamentais, que 
ocasionaram a mudança de status de país em desenvolvimento, para país desenvolvido ao 
longo de algumas décadas. 
Em 1990, o primeiro-ministro Lee Kuan Yew, que fez com que Cingapura deixasse de ser 
considera uma “ilha selvagem”, e ser reconhecida como uma das mais prosperas economias 
do mundo, deixa seu cargo abrindo caminho para uma nova geração, que tinha a missão de 
manter o recorde de 10% de crescimento dos últimos 30 anos. 
Vinte e seis anos após sua independência, o país estava com infraestrutura e tecnologia 
montados, porém a pergunta do momento era se a nova geração conseguiria mobilizar um 
segundo ato. 
Como resposta rápida a esta questão, o primeiro-ministro Goh Chok Tong lançou em dezembro 
de 1991 que como diz o texto de M. LYNDA, NEO, BOON-SIONG, KING, JOHN, KNOOP e 
CARIN ISABEL (1996), o “Plano Econômico Estratégico: Rumo a uma Nação Desenvolvida”, 
que estabelecia a próxima etapa de crescimento de Cingapura, que exigiria sustentar taxas de 
crescimento de 7% de seu PIB, mesmo considerando os déficits internos. Considerando que o 
relatório alertava a mudança do antigo tipo unidimensional para o multidimensional, para 
manter a viabilidade de um ambiente de complexidade crescente. 
Formado pelo Comitê de Planejamento Econômico, o plano estratégico apresentava 
amplamente o panorama para os 20 ou 30 anos que estavam por vir, com oito objetivos 
estratégicos e 19 programas e um destes era para ampliar a presença da Tecnologia da 
Informação (TI). Em abril de 1992, O Conselho Nacional de Informática e o Comitê IT2000, 
publicaram um relatório que apresentava um plano para falar sobre o significado e importância 
 
 
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da Infraestrutura Nacional da Informação e transformar Cingapura num importante centro 
produtivo com estrutura que atendesse tanto ao mercado interno como o externo, num 
documento que como diz o texto de M. LYNDA, NEO, BOON-SIONG, KING, JOHN, KNOOP e 
CARIN ISABEL (1996), as palavras de Goh, Singapore: The Next Lap (Cingapura: A Etapa 
Seguinte). 
Marcado por notáveis acontecimentos de sucesso no seu desenvolvimento, a NII era tão 
importante quanto a malha rodoviária e toda a infraestrutura de serviços de Cingapura, porém 
existia uma diferença relativa a planejar uma rodovia e construir a NII, devido a rápida 
volatilidade da tecnologia da informação nos anos de 1990, sendo a NII definida em três 
componentes fundamentais: canal, que eram os dutos físicos; conteúdo; e computação, que 
era o processamento do conteúdo. Em meados de 1990, Cingapura estava pronta para ser a 
primeira sociedade com todos totalmente conectados à rede global. 
Por ter estado no cruzamento de rotas de comercio por uns 200 anos devido a sua posição 
geográfica, Cingapura tem sua maioria chinesa, num mundo malaio e muçulmano, sendo um 
dos países mais densamente povoados no mundo, tendo maior parte da sua população 
atuando na indústria e no comercio uma parte em sindicatos. Entre 1990 e 1994, seu PIB 
crescia em média 8,4%, com inflação de 3,1% e renda per capita acima dos US$ 21.000 em 
1994, sendo uma das maiores do mundo e considerando que era uma economia recentemente 
industrializada. O primeiro-ministro Goh tinha grandes chances de ganhar a eleição seguinte, 
devido ao modelo de governo e ao excelente desempenho econômico do país, com um serviço 
público de excelência e um rigoroso código de ética, reservando os melhores com formação 
superior para recrutamento intensivo. Lee Kuan Yew tinha sido reeleito oito vezes antes de sua 
renúncia, que exercia um grau de controle dificilmente encontrado em economias bem-
sucedidas. Para seus admiradores, ele personificava o melhor da Ásia, devido a seu 
crescimento rápido e organização, porém os críticos consideravam um alto preço devido as 
leis rígidas e controle governamental. No final, Cingapura com objetivo simples, utilizou sua 
vantagem geográfica para mobilizar o comercio, manuseio e transporte de carga para todo o 
mundo. 
O aeroporto moderno de Cingapura foi considerado o melhor do mundo para executivos em 
viagens de negócios e acomoda diversas linhas internacionais, sendo estes avanços 
completados com um aumento gradual da infraestrutura física para atender a um sistema de 
intercâmbio eletrônico de dados, para se tornar um Centro Logístico Inteligente. A ilha foi ligada 
 
 
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à Tailândia e à Malásia, através de estradas e o povo de Cingapura desfrutava de um eficiente 
sistema de metrô. O ex-chefe de planejamento urbano Liu Thai Ker explica que, através de 
uma combinação de previsão, pragmatismo e paciência, “Cingapura já provou o sabor do 
sucesso de investir em infraestrutura e deveria continuar a Fazê-lo”, (M. LYNDA; NEO, BOON-
SIONG.; KING, JOHN.; KNOOP, CARIN ISABEL, p6. 1996). Segundo ele, o fornecimento de 
infraestrutura, deveria ser feito de forma lógica com algum tipo de ordem, com um acelerado 
ritmo de desenvolvimento e pouca perda, sendo que os financiamentos dos projetos eram em 
grande parte feitos pelo governo, mas isso não significou uma aprovação simples e a 
demonstração dos ganhos de produtividade, tiveram que ser demonstradas em economia de 
mão-de-obra ou em aprimoramento da qualidade de vida. Wong Hung Khim, vice-presidente 
da Singapore Telecom explicou que as metas nacionais orientaram o melhor sistema de 
infraestrutura do mundo. A Singapure Telecom, orientada pela Autoridade de 
Telecomunicações de Cingapura, forneceu serviços telefônicos nacionais e internacionais até 
2007, utilizando sua licença exclusiva, com preços de serviços regulamentados com tendência 
a estar abaixo das taxas médias para os mesmos serviços no mundo. Em outubro de 1993, a 
Singapore Telecom tinha ações negociadas na Bolsa de Valores de Singapore, porém a 
empresa já havia sido reorganizada para operar como empresa particular, considerando que a 
ideia de Wong era que as pessoas pudessem participar no próprio país. 
Segundo o texto de M. LYNDA, NEO, BOON-SIONG, KING, JOHN, KNOOP e CARIN ISABEL 
(1996), “Investir numa infraestrutura de primeiro mundo, com serviços públicos de alta 
qualidade e uma força de trabalho qualificada permitiu a Cingapura atrair sistematicamente e 
administrar investimentos, as tecnologias e as habilidades das multinacionais”, com eficiência 
e foco em resultado. Em meados de 1960, o Conselho de Desenvolvimento Econômico (EDB 
– Economic Development Board), incumbido de promover investimentos estrangeiros, trouxe 
empresa da área de TI, utilizando sua vantagem estratégica e os baixos salários praticados no 
país, o que foi compensado a frente com as melhorias de infraestrutura e os crescentes 
salários. Em 1994, o EDB introduziu o “Programa de Sedes Comerciais” que fornecia incentivos 
fiscais e de investimentos para empresas que fornecessem serviços comerciais, técnicos e 
profissionais em Cingapura a firmas fora do país. A falta de mão de obra era a principal 
restrição, e fez com que o desempenho caísse em 1990, após aumentar em 1993 e cair 
novamente em 1994, levando o governo a reduzir restriçõesa trabalhadores estrangeiros na 
 
 
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indústria. Maiores salários do que os praticados em países vizinhos também limitavam o 
negócio. 
Cingapura se apresenta como arquiteto de negócios ajudando no planejamento de estratégias 
de negócios e a estruturar as atividades de empresas de lá ou estrangeiras a terem o máximo 
retorno. O estabelecimento de um “triângulo do crescimento” compreendendo Cingapura, o 
estado malaio de Johore e as Ilhas Riau da Indonésia, em meados de 1980, foi dado como um 
exemplo de “arbitragem” local, com Cingapura fornecendo a capacidade administrativa, a 
telecomunicações e a infraestrutura de transporte, e a Malásia e Indonésia os térreos e mão-
de-obra-barata. 
Em 1994 foi proposto o protótipo “Comprovação do Conceito” da NII pela NCB. Enquanto isso, 
experiências com versões em pequena escala do conceito de “Ilha Inteligente”, eram feitas por 
instituições terciárias de Cingapura. Vários progressos em NII foram alcançados em 1995, 
garantindo o retorno sobre o investimento realizado, para os participantes chave. O NCB e 
seus 1.500 funcionários se apresentavam preparados para cumprir sua missão de “conduzir 
Cingapura para a era da informação”, (M. LYNDA; NEO, BOON-SIONG.; KING, JOHN.; 
KNOOP, CARIN ISABEL, p14. 1996). Em 1986, o Plano Nacional de TI começou com a 
integração da competência de software embrionário com a tecnologia de comunicação para 
criação de aplicações de TI de primeiro mundo. Em 1991, o Plano Mestre de TI já integrava as 
tecnologias de computação e comunicações, para gerar a visão de uma Ilha Inteligente para 
Cingapura, com avançada infraestrutura de informação, com cada estágio deste plano mestre 
sendo uma importantíssima experiência para o NCB. 
Confiante o primeiro-ministro de Cingapura afirma que, o plano [IT200] reafirmou o papel 
estratégico que a TI irá desempenhar na Etapa Seguinte do desenvolvimento de Cingapura. 
Segundo ele o investimento na região ou “Regionalização”, como era chamado, fazia parte da 
estratégia de longo prazo para subir degraus de ascensão econômica. 
Segundo o texto de M. LYNDA, NEO, BOON-SIONG, KING, JOHN, KNOOP e CARIN ISABEL 
(1996), “em maio de 1995, a Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica 
anunciou que Cingapura seria promovida à categoria de “país desenvolvido” em janeiro de 
1996, considerando que naquela época a perda de vantagens tarifarias especiais e 
empréstimos devido ao status de país em desenvolvimento seria perdido. Alguns observadores 
não viam positivamente esta postura, pois havia a descrença em avaliar o crescimento de 
Cingapura de um país fabril para um país voltado ao marketing e à alta tecnologia. 
 
 
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O texto aborda o desenvolvimento de Cingapura ao longo de algumas décadas, demonstrando 
o quão é importante a realização de um planejamento estratégico sistemático que englobe a 
necessidade de investimento em sistema de TI e infraestrutura de comunicação. Com este 
investimento, o país consegue alcançar alta produtividade, fornecendo melhorias na qualidade 
de vida da sua população, demonstrando também o quão necessário é uma gestão com foco 
em resultado a curto, médio e longo prazo.

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