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PROJETO 90%

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1 INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia e a busca pela eficiência e produtos de qualidade, o produtor rural se vê cada vez mais necessitado de buscar técnicas e métodos tanto nas áreas de produção como no gerenciamento financeiro de sua propriedade. Assim, Miranda (2006) destaca que a agricultura enfrentou uma crise na década de 1990 onde muitos ficaram no meio do caminho e restaram aqueles que adotaram métodos de gestão profissional no campo.
Através desses acontecimentos houve uma melhor exploração dos recursos com o objetivo de alcançar a eficiência do negócio, e de forma segura o retorno do investimento e maior rentabilidade na atividade desenvolvida, que por consequência, passaram a ofertar melhores produtos e serviços a um mercado consumidor cada vez mais exigente, onde só qualidade não basta, é preciso ser sustentável e responsável com os recursos.
O papel da contabilidade é fornecer instrumentos gerenciais, que possibilitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, ajudando as propriedades rurais na evolução do setor, principalmente no que diz respeito desempenho da atividade comparado aos objetivos traçados.
Para que uma empresa ser competitiva, em qualquer ramo de atividade, é essencial que possua conhecimento da atividade e um gerenciamento direcionado às suas necessidades. Ainda assim, se faz necessário buscar melhorias, sempre impostas pelo mercado em que se está inserido. (MIRANDA, 2006).
Considerando como amostra uma propriedade rural fictícia, o presente projeto busca implementar as Técnicas de análise de projetos de investimentos através do estudo de caso da propriedade no setor leiteiro e explorar a sua viabilidade ao longo de 5 períodos. O projeto é justificado pela importância do setor no Brasil.
Segundo dados da Embrapa (2018), o leite está presente na alimentação de aproximadamente 80% da população, contribuindo com 5% da energia, 10% da proteína e 9% da gordura consumida no planeta. O Brasil não é diferente. Dentre todos os itens da indústria de alimentos contabilizados pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o valor de vendas da fabricação de laticínios perde apenas para carnes, açúcar, cerveja e refrigerante. Portanto, o setor lácteo é uma grande força do agronegócio nacional.
2 CONTABILIDADE RURAL
2.1 ANÁLISE AMBIENTAL
As empresas rurais, principalmente as pequenas e médias, estão estruturadas de forma familiar. Assim, o proprietário é também o administrador, que geralmente não está familiarizado com o “Princípio Contábil da Entidade”, consequentemente, acaba não separando a contabilidade da família com a da empresa. Para Matos (2002), conhecer os recursos disponíveis em sua propriedade e adotar tecnologias adequadas possibilita ao produtor diminuir seus custos, garantir sua sustentabilidade e a permanência na atividade.
O êxito da empresa rural não consiste somente em uma elevada produtividade por meio de modernas técnicas, mas também no conhecimento gerencial da atividade. É necessário saber como gerir a produtividade para chegar ao resultado desejado e continuar evoluindo e alcançando os objetivos. Empresas rurais, de acordo com Marion (2002, p. 24), “são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”.
Segundo Vilckas (2004), o desenvolvimento do planejamento no setor rural representa um grande desafio, tendo em vista que os atores desse setor estão sujeitos a diversas variáveis, como a dependência de recursos naturais, a sazonalidade do mercado, a perecibilidade dos produtos, o ciclo biológico de vegetais e de animais e o tempo de maturação dos produtos.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA (2011), a adesão de ferramentas gerenciais pelos produtores ainda é baixa, mas que eles têm percebido que apenas conhecimentos técnicos de produção/criação, embora fundamentais, não são mais suficientes para se manterem competitivos, reconhecendo a importância do planejamento empregado em suas atividades.
Segundo Calderelli (2003, p. 180), a Contabilidade Rural é “aquela que tem suas normas baseadas na orientação, controle e registro dos atos e fatos ocorridos e praticados por uma empresa cujo objeto de comércio ou indústria seja agricultura ou pecuária”.
2.2 ESTRATÉGIA
2.2.1 ANALISE AMBIENTAL
	Na visão de Anthony e Govindarajan (2008) a existência de um projeto, exige que a estratégia defina a direção e os planos para o alcance dos objetivos. Uma empresa desenvolve suas estratégias alinhando suas competências centrais com as oportunidades de mercado, sem deixar de observar os riscos e seus pontos fracos. Porter (1986) identifica a existência de cinco forças competitivas básicas: (i) poder de negociação dos fornecedores, esta força competitiva é caracterizada pelo poder de barganha dos fornecedores sobre as empresas de um ramo de negócio, como ameaças de elevação de preços e diminuição da qualidade. (ii) dos compradores, analogamente aos fornecedores, os compradores, em função de seu poder de barganha podem forçar a baixa dos preços do setor, bem como exigir a qualidade, implicando na constante melhoria dos produtos e serviços oferecidos. (iii) ameaça de novos entrantes, sendo caracterizada por novas empresas que entram para o ramo do negócio e sua influência nele, implicando na alteração da rentabilidade dos participantes do segmento, (iv) ameaça de produtos substitutos, força competitiva que é caracterizada por produtos que ofereçam preços e qualidade mais atraentes para os consumidores, cumprindo o papel do produto substituído e (v) rivalidade entre as empresas concorrentes, que por sua vez, caracteriza-se por disputas por parcelas de mercado entre as empresas de um mesmo setor, podendo assumir diversas formas, tais como: concorrência de preços, adição de valor a produtos e serviços, qualidade e tecnologias.
	Além dessas características, a agropecuária, por suas raízes operacionais, é pressionada por grupos da sociedade preocupados com o impacto de suas atividades no meio ambiente. Para Marques et al (2003) os impactos negativos ao meio ambiente resultam na redução da biodiversidade biológica, na erosão e contaminação dos solos, na contaminação e assoreamento de mananciais e possíveis alterações no clima regional. Para amenizar esses efeitos as empresas devem ter consciência das estratégias ambientais. O valor dado pela sociedade sobre as práticas ecológicas e socialmente corretas das empresas pode contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento da marca e reputação, impactando diretamente na sua sustentabilidade (THORPE e PRAKASH-MANI, 2003).
	A análise do ambiente interno e externo em que o empreendimento está inserido. É parte fundamental da estratégia de um projeto. A palavra SWOT é um anagrama das siglas em inglês Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) (DAYCHOUW, 2007). As forças e fraquezas estão relacionadas ao ambiente interno da organização, análise das potencialidades e os pontos que devem ser admitidos e corrigidos pela organização, as oportunidades e ameaças são referentes ao ambiente externo da organização, quais os pontos que devem ser investidos ou que aumentam o potencial produtivo, e quais as ameaças que o ambiente externo pode trazer às atividades ou projetos realizados pela empresa.
2.2.2 MÉTODOS E ANÁLISES
A contabilidade gerencial subsidia na tomada de decisões, elaboração do planejamento e dos sistemas de gestão de desempenho, no provimento de competências relacionadas aos relatórios financeiros e de controle, apoiando a gestão na formulação e implementação da estratégia da organização, sendo portanto, “o processo de fornecer a gerentes e funcionários de uma organização informações relevantes, financeiras e não financeiras para tomada de decisões, alocação de recursos, monitoramento, avaliação e recompensa por desempenho” (ATKINSON et al., 2015, p. 2).
Para fazer frente às necessidades informacionais das organizações, a contabilidadegerencial vale-se de um conjunto de instrumentos, métodos, e técnicas que auxiliam o processo de tomada de decisão, e que neste projeto serão abordados.
2.2.3 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
	Os indicadores de rentabilidade mostram se a empresa possui capacidade de obter reais retornos sobre seu capital próprio, ou seja, demonstra determinados parâmetros que possam revelar a sua real dimensão, utilizando-se de uma análise no valor absoluto do lucro líquido (ASSAF NETO, 2012). Sendo de fundamental importância no gerenciamento de projetos, pois se espera um retorno decorrente da atividade realizada na forma como foi planejada, assim sendo possível entender o quão bem está sendo utilizado os recursos aplicados no projeto.
Na concepção de Magro et al., (2015) os indicadores de rentabilidade são utilizados para mensuração da capacidade das empresas em produzir lucro sobre o do capital investido, sendo este, capital de terceiros ou capital próprio.
Dos indicadores de desempenho econômico-financeiro, destacam-se três: Retorno sobre o Ativo (ROA), Retorno sobre o Investimento (ROI) e Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE). (ASSAF NETO, 2012).
 O indicador que indica o Retorno sobre o Ativo (ROA) apresenta o retorno produzido pelo total das aplicações financeiras realizadas por uma empresa em seus ativos. Outro indicador é o Retorno sobre o Investimento (ROI), que é uma medida que, por meio da quantificação do resultado operacional produzido pela empresa, busca avaliar a atratividade econômica do empreendimento, independentemente da forma como este é financiado. E finalmente o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), por sua vez, é um indicador resultante da divisão do lucro líquido da empresa pelo patrimônio líquido.
	RENTABILIDADE
	ROA 
	Retorno sobre o Ativo
	Lucro Líquido/Ativo Total
	
	ROE 
	Retorno sobre o Patrimônio Líquido
	Lucro Líquido/Patrimônio Liquido
	
	ROI
	Retorno sobre os Investimentos
	Lucro Operacional/ Ativo
	
	Giro do Ativo 
	Venda sobre os Investimentos
	Vendas líquidas / Ativo total
	
	Margem líquida
	Lucro sobre as vendas
	Lucro líquido x 100 / Vendas líquidas
Na análise da rentabilidade, é imprescindível que seja verificado os lucros relacionados com os valores investidos, ou seja, evidenciar o acréscimo resultante sobre cada unidade monetária investida que retorna em determinado período.
Outros indicadores mostram quanto a empresa vendeu para cada real investido do total, ou seja, quantas vezes o ativo girou com o efeito das vendas encontrando o volume de vendas da empresa em relação ao capital total investido. O giro do ativo serve para mostrar a eficiência com que a empresa utiliza seus ativos, para gerar receita e a Margem líquida mede a capacidade de realizar lucro em relação ao volume das vendas auferidas.
2.2.4 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
A liquidez é a disponibilidade em moeda corrente para fazer pagamentos (PADOVEZE, 2007). Os índices de liquidez expressam à capacidade de pagamento da empresa em determinado período. Assim, buscando analisar a capacidade da empresa em cumprir seus compromissos acertados, como pagamentos a fornecedores, quitação de empréstimos e financiamentos, e mensurando se os ativos da empresa são capazes de honrar os compromissos firmados. Vale ressaltar que os índices não são estáticos, sendo de extrema importância analisar suas variações ao decorrer do período.
As características das obrigações são diferentes quanto ao prazo de pagamento e a liquidez das contas do ativo e passivo no balanço patrimonial, sendo assim, existem avaliadores da capacidade de pagamento de imediato, curto e longo prazo, que são eles: liquidez corrente e liquidez seca (curto prazo), liquidez geral (longo prazo) e liquidez imediata (imediato prazo).
O índice de liquidez Geral é obtido a partir da soma do Ativo Circulante com os Ativo Realizáveis a Longo Prazo divididos pela soma do Passivo Circulante mais o Passivo Não Circulante. Segundo Bruni (2010, p. 125) “o índice de liquidez geral possui o propósito de estudar a saúde financeira da empresa no longo prazo. Basicamente, o mesmo compara todas as possibilidades de realização de ativos da empresa”.
O índice de liquidez corrente é o principal índice utilizado para avaliar a capacidade de pagamento da empresa. Ela é obtida a partir do resultado da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. Segundo Padoveze (2007, p. 137) a liquidez corrente “indica a quantidade de recursos que a empresa tem nos ativos circulantes para utilização no pagamento dos passivos circulantes”, ou seja, a capacidade da empresa liquidar suas dívidas no curto prazo.
O índice de liquidez seca, é obtido subtraindo do ativo circulante o valor do estoque e o valor das despesas do exercício seguinte e o resultado é dividido pelo passivo circulante encontrado assim o valor da liquidez seca. Segundo Padoveze (2007, p. 139) “esse indicador mostra a capacidade da empresa de pagar as dívidas no curto prazo, tendo como base os ativos circulantes, menos os estoques e despesas do exercício seguinte”. Através desse indicador pode-se verificar a dependência do estoque para o pagamento das contas do passivo circulante.
O índice de liquidez imediata, que é obtido a partir da divisão das disponibilidades pelo passivo circulante. Segundo Padoveze (2007, p. 132) “o índice de liquidez imediata representa o valor que dispõe imediatamente para saldar dívidas de curto prazo.”
	LIQUIDEZ
	IMEDIATA
	Disponibilidade / Passivo Circulante
	
	GERAL
	Ativo Total / Passivo Total
	
	CORRENTE
	Ativo Circulante / Passivo Circulante
	
	SECA
	(Ativo Circ. – Estoq. – Desp. Longo Prazo) / Passivo Circulante
2.2.5 ENDIVIDAMENTO
Os índices de endividamento se aprofundam no sentido de analisar o impacto do capital de terceiros na entidade. Índice de Participação de Capitais de Terceiros ou Grau de Endividamento. Esse índice revela o quanto o capital de terceiros representa das origens de recursos, em comparação com os capitais próprios.
	ENDIVIDAMENTO
	_Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo X 100 
Ativo total 
Sendo importante para avaliar o risco da empresa ao mesmo tempo que a empresa pode ocorrer que o endividamento lhe permita melhor ganho, porém, associado ao maior ganho estará um maior risco. Analisando do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais de Terceiros/Patrimônio Líquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Do ponto de vista da obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de Terceiros, se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios.
2.2.6 CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.6.1 MARGEM DE SEGURANÇA
Margem de segurança operacional (MSO) é o volume das vendas, planejadas e realizadas acima do ponto de equilíbrio, ela vai medir o que seria arriscado para o projeto, ou seja, o risco da operação. A equação MSO é a seguinte: MSO= Quantidade de unidades vendidas – Quantidade no ponto de equilíbrio (MEGLIORINI 2012).
Quando a empresa trabalha no ponto de equilíbrio ela está se sujeitando ao risco, pois qualquer eventualidade, influenciará na empresa, assim, a empresa deve ter uma margem de segurança, que quanto mais próxima do ponto de equilíbrio, maior a probabilidade de prejuízo (MEGLIORINI 2012).
2.2.6.2 ALAVANCAGEM OPERACIONAL
	Alavancagem operacional (AO) mostra as variações da receita de vendas, em relação do investimento. Apresentando o quanto cada valor vai aumentar em receitas, assim (Lucro líquido/Patrimônio Líquido)/ (Lucro depois do Imposto de Renda e antes dos juros/Ativo Total) (MEGLIORINI 2012).
Segundo Dutra (2009. p, 370) o grau de alavancagem é o acréscimo proporcional de lucro e o de produção física ou de receita total, tendo-se como referência o nível de operação normal.
2.2.6.3 PONTO DE EQUILÍBRIO
O ponto de equilíbrio é dividido em três partes o contábil, o econômico e o financeiro; para Sousa et. al., (2011) o Ponto de Equilíbrio Contábil e determina a quantidademínima de produção e venda em que a empresa não obtém lucro, mas também não sofre prejuízos. É calculado, em unidades físicas ou em valor, pela divisão dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição. Ele é pela fórmula (Custos e despesas fixas / Quantidade de Produtos Vendidos) – Custos e despesas variáveis unitários.
 O Ponto Equilíbrio Econômico mostra qual é o mínimo necessário esperado pelos investidores através deste empreendimento, e que cobriria os seus custos totais somados ao lucro, para que o investimento retorne de forma desejada, devendo-se verificar o volume da produção e o que será necessário vender para obter a meta definida. É usada a formula do (Custos e despesas + Custo oportunidade) / (Quantidade de Produtos Vendidos) – Custos e despesas variáveis unitários (MEGLIORINI, 2012).
Já o ponto de equilíbrio financeiro é calculado quando a empresa deseja saber o volume de vendas suficiente para cobrir os custos e despesas variáveis, os custos e as despesas fixas desembolsáveis e outras dívidas que a empresa tenha que saldar no período (SOUSA et. al., 2011). Seu cálculo é formado por ((Custos e despesas fixos – Depreciação) / Quantidade de Produtos Vendidos) – Custos e despesas variáveis unitários.
2.6 FLUXO DE CAIXA
	Entre as principais razões de falência das empresas encontra-se a falta de planejamento financeiro ou ausência total de fluxo de caixa e previsão do fluxo de caixa (MARION, 2004). Portanto, percebe-se que um planejamento financeiro bem desenvolvido pode trazer uma série de benefícios, seja em nível micro ou macro econômico (GARCÍA; BEDOYA; RÍOS, 2010).
Na concepção de Drucker (1981), os pequenos empresários costumam administrar suas empresas de forma intuitiva e negam a necessidade de um planejamento ou de análises constantes. Por isso, as capacidades estratégicas de know-how empreendedor podem conduzir um sistema estratégico na empresa. Nesse cenário, as aglomerações dinâmicas que, através das redes comerciais, favorecem um intercâmbio contínuo, rápido e intenso de conhecimentos e ideias técnico organizacional, afetando o desempenho da empresa (GURRIERI, 2013).
Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005) refletem que, como vantagens, o método VPL considera o dinheiro no tempo, os VPLs podem ser somados e seus cálculos dependem apenas dos fluxos de caixa, mas o método apresenta como desvantagem o fato de ser um conceito de difícil assimilação pelos empresários em relação a outros métodos de análise de investimentos. À vista disso, o método VPL traz resultados pertinentes à análise de investimentos e pode ser utilizado junto com outros métodos, como o Payback descontado.
Com o objetivo de melhorar o método Payback, foi desenvolvido o Payback descontado, que calcula o tempo necessário de retorno de investimentos, considerando a TMA do investidor (KASSAI et al., 2007).
O método Payback descontado, por um lado tem como vantagens: fácil entendimento, favorece a liquidez, considera o valor do dinheiro no tempo e a incerteza do fluxo de caixa mais distante. Por outro, como desvantagens: é necessário um período de tempo arbitrário, penaliza projetos de longo prazo e ignora fluxos de caixa pós Payback descontado (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005).
As análises referentes a (TIR, VAL e o Período de Payback) encontradas na análise de investimento do fluxo de caixa, no qual são definidos como: (TIR) Taxa Interna de Retorno, é um índice que indica a rentabilidade de um investimento por uma unidade de tempo. Representa a taxa de juros compostos que irá retornar o VPL de um investimento com valor 0 (zero). (VAL), na qual é o valor atualizado líquido ou o valor presente de um projeto, calculado a partir dos fluxos de caixa futuros. E o Período de Payback, onde, este indicador é utilizado para avaliar a atratividade de um investimento, não devendo ser o único considerando que que determina o valor que a empresa tem de vender para não ter perdas e, no mínimo, cobrir todos os custos (MOTTA & CALLÔBA, 2002).
3 METODOLOGIA
4 PROJETO
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O projeto visa a iniciação da pecuária leiteira em uma pequena propriedade, de no máximo 10 hectares. Em pequenas propriedades é difícil gerar renda mensal através da terra, sendo a pecuária leiteira uma das melhores alternativas para superar essa barreira. É muito comum encontrar no Brasil famílias que dependem da comercialização do leite como única fonte de renda em pequenas propriedades.  
Como forma de diferenciar das demais propriedades, é importante ter sempre o aprimoramento da atividade desenvolvida, e procurar justificar as tomadas de decisões. Diante disso, o projeto visa analisar a viabilidade da produção de leite de alta qualidade, que posteriormente será vendido a um laticínio, buscando receber do mesmo o máximo de bonificação por qualidade e volume de leite, sempre baseado nas regras vigentes no mercado de lácteos na região do Triângulo Mineiro, tradicional bacia leiteira do país.  
           Pensando nisso, o projeto visa avaliar o início da atividade, em uma propriedade que não necessite da contratação de mão de obra, empregando apenas os membros da família. Sendo possível generalizar o projeto em pequenas propriedades, permitindo que em pouco espaço de terra seja capaz de gerar renda e contribuir com a produção deste importante alimento, além de integrar esse tipo de família no mercado. 
           Foi pensado como objetivos para o projeto, o investimento na construção de uma ordenha e aquisição de maquinários indispensáveis para a atividade. Investir em 30 vacas em lactação de alta qualidade de genética, com produção média de 20 litros/dia. A divisão em piquetes para rotacionar constituirá outro elemento fundamental para garantir uma boa alimentação e produção do leite, além da plantação em parte da propriedade de capim elefante destinado à produção de silagem para utilizar na época da seca, garantindo alimento de qualidade para esses animais durante todo o ano, porém sem descartar a necessidade de se adquirir insumos para o rebanho. Essa alimentação deve ser associada ao uso de concentrados, adquiridos por alguma indústria ou cooperativa local.  
            Para garantir a continuidade do empreendimento, é necessário o investimento na reprodução do rebanho. Para isso, deve-se utilizar de tecnologias como a inseminação artificial ou transferência de embrião. Assim, a família pode ter renda com o rebanho e ampliar os horizontes de investimento na atividade, resultando em uma renda maior na atividade  
            Diante desta ideia o projeto necessite de bases financeiras para avaliação de sua viabilidade e rentabilidade, além de servir como bases para a tomada de decisões do gestor, visando maximizar os potenciais ganhos e minimizar os impactos negativos que possam acontecer no decorrer da implementação do projeto. Para isso, serão elaboradas projeções econômicas para os 5 anos subsequentes ao início do projeto, utilizando as seguintes ferramentas contábeis:  
Balanço Patrimonial detalhando todos os ativos e passivos necessários à construção do projeto e suas bases. Neste tópico estarão descritos potenciais investimentos em infraestrutura, necessidade de capital de terceiros ou próprio, descrição de bens, direitos e obrigações do negócio.  
Demonstrativos de Resultado de Exercício detalhando o fechamento de contas de cada período da organização, baseado em projeções a serem desenvolvidas tendo em vista análises de mercado e aspectos técnicos do negócio.  
Gestão de Custos demonstrando todos os centros de custos da atividade, alocando cada custo e despesa a sua respectiva área, buscando organizar contabilmente a gestão de uma propriedade de produção leiteira, que é tradicionalmente uma atividade que possui muitas particularidades, dificultando o completo rateio de custos.  
Análise de Fluxo de Caixa detalhando o as entradas e saídas financeiras do empreendimento, com o objetivo de avaliar sua viabilidade e sustentabilidade operacional e financeira.  
Por fim, cabe reforçar que todo esse trabalho é baseado em projeçõese sua real consecução depende de inúmeros fatores do ambiente externo organizacional ou do próprio ambiente interno. Planejar é somente uma das funções administrativas de um empreendimento, que precisa também de organização, direção e controle, funções estas que são realizadas somente durante a realização do projeto desenvolvido.
4.2 BALANÇO E DRE
A empresa Leiteira “FICTÍCIA” foi constituída com a finalidade de vender o leite de vaca. Uma empresa familiar que integralizou um capital de R$ 280.000, com bens particulares. Após a avaliação, constataram os seguintes bens que compõem a empresa em sua propriedade no momento da integralização:
Estoque de Insumos= R$ 1.000;
Instalações Rurais = R$ 25.000; (Financiamento)
Veículos= R$ 50.000;
Máquinas = R$ 75.000; (Financiamento)
Rebanho = R$ 180.000;
Dívida com fornecedores = R$0;
Empréstimos com Bancos = R$ 26000;
Salários (Família) = R$0;
Energia = R$ 0;
Telefone = R$ 0;
Empréstimos de longo prazo = R$ 100.000;
Animais = R$ 180000 (30 vacas);
Após constituída, a empresa dará início às suas atividades, com os seguintes acontecimento e projeções até o final de cada exercício social:
a) Insumos mensais: Volumoso (pastagem + silagem) = R$ 30 por vaca/mês + Ração = R$ 1,50/kg com o consumo esperado de 300 kg/mês por animal;
b) Pagamento de salário (familiar) no valor de R$ 25000; pagos ao último dia do mês;
c) Gastos com energia e telefone relacionados a atividade no valor de R$ 1500 e R$ 200 respectivamente; pagos ao último dia de cada mês;
d) As instalações e o terreno que foram adquiridos por meio de financiamento na data de constituição nos valores de R$ 25.000 e R$ 75.000 com carência de 24 meses para começar o pagamento em 36 parcelas de R$ 6000,00.
e) A família integralizou R$ 280.000,00.
f) Após 2 anos espera-se o nascimento de 15 bezerros por ano;
g) Projeta-se uma Inflação de 5% ao ano afetando o valor dos Insumos, salários, custos operacionais ao início de cada ano;
h) Se espera a produção de 30 litros de leite por dia/vaca;
i) Valor de venda esperado R$ 2,10/litro de leite;
j) Espera-se vender cada bezerro ao desmamar pelo valor de R$ 1500,00 cada;
n) Imposto de Renda com alíquota de 15%;
o) Depreciação dos veículos e animais no índice de legal de 20% ao ano;
4.3 BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO
	31/12/XXXX
	2020
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	Ativo
	 R$ 406.000,00 
	 R$ 511.915,00 
	 R$ 635.734,00 
	 R$ 698.176,70 
	 R$ 751.693,27 
	 R$ 795.837,42 
	Ativo Circulante
	 R$ 1.000,00 
	 R$ 152.915,00 
	 R$ 322.734,00 
	 R$ 431.176,70 
	 R$ 530.693,27 
	 R$ 620.837,42 
	Caixa
	 R$ - 
	 R$ 144.715,00 
	 R$ 307.334,00 
	 R$ 408.576,70 
	 R$ 500.893,27 
	 R$ 583.837,42 
	Estoque de insumos
	 R$ 1.000,00 
	 R$ 8.200,00 
	 R$ 15.400,00 
	 R$ 22.600,00 
	 R$ 29.800,00 
	 R$ 37.000,00 
	Ativo Não Circulante
	 R$ 405.000,00 
	 R$ 359.000,00 
	 R$ 313.000,00 
	 R$ 267.000,00 
	 R$ 221.000,00 
	 R$ 175.000,00 
	Instalações
	 R$ 25.000,00 
	 R$ 25.000,00 
	 R$ 25.000,00 
	 R$ 25.000,00 
	 R$ 25.000,00 
	 R$ 25.000,00 
	Imobilizado
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	Veículos
	 R$ 50.000,00 
	 R$ 50.000,00 
	 R$ 50.000,00 
	 R$ 50.000,00 
	 R$ 50.000,00 
	 R$ 50.000,00 
	Máquinas
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	 R$ 75.000,00 
	Rebanhos
	 R$ 180.000,00 
	 R$ 180.000,00 
	 R$ 180.000,00 
	 R$ 180.000,00 
	 R$ 180.000,00 
	 R$ 180.000,00 
	Depreciação Acumulada Animais
	 R$ - 
	-R$ 36.000,00 
	-R$ 72.000,00 
	-R$ 108.000,00 
	-R$ 144.000,00 
	-R$ 180.000,00 
	Depreciação Acumulada
	 R$ - 
	-R$ 10.000,00 
	-R$ 20.000,00 
	-R$ 30.000,00 
	-R$ 40.000,00 
	-R$ 50.000,00 
	Passivo + Patrimônio Líquido
	 R$ 406.000,00 
	 R$ 511.915,00 
	 R$ 635.734,00 
	 R$ 698.176,70 
	 R$ 751.693,27 
	 R$ 795.837,42 
	Passivo Circulante
	 R$ 26.000,00 
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 46.400,00 
	 R$ 30.600,00 
	 R$ 14.800,00 
	 R$ - 
	Fornecedores
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	Emprestimos
	 R$ 26.000,00 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	Salário MO Familiar
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	Energia
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	Telefone
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	 R$ - 
	Juros Dívida Acumulada
	 R$ - 
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 46.400,00 
	 R$ 30.600,00 
	 R$ 14.800,00 
	 R$ - 
	Passivo Não Circulante
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 67.000,00 
	 R$ 34.000,00 
	 R$ - 
	Financiamento
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 100.000,00 
	 R$ 67.000,00 
	 R$ 34.000,00 
	 R$ - 
	Patrimônio Líquido
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 388.715,00 
	 R$ 489.334,00 
	 R$ 600.576,70 
	 R$ 702.893,27 
	 R$ 795.837,42 
	Capital subscrito
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 280.000,00 
	 R$ 280.000,00 
	Lucros acumulados
	 R$ - 
	 R$ 108.715,00 
	 R$ 209.334,00 
	 R$ 320.576,70 
	 R$ 422.893,27 
	 R$ 515.837,42 
4.4 DRE PROJETADO
	
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	(=) RECEITA LÍQUIDA
	 R$ 680.400,00 
	 R$ 680.400,00 
	 R$ 702.900,00 
	 R$ 702.900,00 
	 R$ 702.900,00 
	(-) CUSTOS PRODUTO VENDIDO
	 R$ 162.900,00 
	 R$ 171.405,00 
	 R$ 180.335,25 
	 R$ 189.712,01 
	 R$ 199.557,61 
	(=) LUCRO BRUTO
	 R$ 517.500,00 
	 R$ 508.995,00 
	 R$ 522.564,75 
	 R$ 513.187,99 
	 R$ 503.342,39 
	(-) DESPESAS OPERACIONAIS
	 R$ 366.400,00 
	 R$ 367.420,00 
	 R$ 368.491,00 
	 R$ 369.615,55 
	 R$ 370.796,33 
	 ENERGIA E TEL
	 R$ 20.400,00 
	 R$ 21.420,00 
	 R$ 22.491,00 
	 R$ 23.615,55 
	 R$ 24.796,33 
	 DEPRECIAÇÃO
	 R$ 10.000,00 
	 R$ 10.000,00 
	 R$ 10.000,00 
	 R$ 10.000,00 
	 R$ 10.000,00 
	 DEPRECIAÇÃO ANIMAL
	 R$ 36.000,00 
	 R$ 36.000,00 
	 R$ 36.000,00 
	 R$ 36.000,00 
	 R$ 36.000,00 
	 SALÁRIO
	 R$ 300.000,00 
	 R$ 300.000,00 
	 R$ 300.000,00 
	 R$ 300.000,00 
	 R$ 300.000,00 
	(-) DESPESAS FINANCEIRA
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 23.200,00 
	 R$ 23.200,00 
	(-) LUCRO ANTES IR
	 R$ 127.900,00 
	 R$ 118.375,00 
	 R$ 130.873,75 
	 R$ 120.372,44 
	 R$ 109.346,06 
	(-) IMPOSTO DE RENDA 15%
	 R$ 19.185,00 
	 R$ 17.756,25 
	 R$ 19.631,06 
	 R$ 18.055,87 
	 R$ 16.401,91 
	(=) LUCRO LÍQUIDO
	 R$ 108.715,00 
	 R$ 100.618,75 
	 R$ 111.242,69 
	 R$ 102.316,57 
	 R$ 92.944,15 
4.5 INDICADORES APLICADOS
4.5.1 GIRO DO ATIVO
 
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	GIRO DO ATIVO
	1,681,33
	1,11
	1,01
	0,94
4.5.2 MARGEM LÍQUIDA
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	MARGEM LÍQUIDA
	0,16
	0,15
	0,16
	0,15
	0,13
4.5.3 RENTABILIDADE DO ATIVO
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	RENTABILIDADE DO ATIVO
	0,27
	0,20
	0,17
	0,15
	0,12
4.5.4 RENTABILIDADE DO PL
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	RENTABILIDADE DO PL
	0,39
	0,26
	0,23
	0,17
	0,13
4.5.5 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA
	0
	6,24
	6,62
	13,35
	33,84
4.5.6 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
	0,04
	6,59
	6,96
	14,09
	35,86
4.5.7 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
	0
	6,24
	6,62
	13,35
	33,84
4.5.8 ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
	ÍNDICE
	2021
	2022
	2023
	2024
	2025
	ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL
	3,22
	4,16
	4,34
	7,15
	15,40
4.5.9 CAPITAL DE TERCEIROS
4.5.10 IMOBILIZAÇÃO DO PL

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