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Licença-prêmio não gozada de servidora aposentada

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PODER JUDICIÁRIO
 
SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS
 
TERCEIRA TURMA RECURSAL - GABINETE 04
 
 
 
 
 
Processo: 5099349.13
 
Recorrente: Município de Goiânia
 
Recorrido: Geralda Luzia de Mendonça Laborão
 
Comarca: Goiânia - GO
 
Relator: Juiz José Carlos Duarte
 
 
 
 
 
EMENTA: JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. RECURSO INOMINADO. AÇÃO
ORDINÁRIA. LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA. SERVIDORA APOSENTADA. CONVERSÃO
EM PECÚNIA. SENTENÇA MANTIDA. I. Nos termos do artigo 243 da lei nº 10.460/1988
(estatuto dos servidores do Estado de Goiás), a cada quinquênio de efetivo exercício prestado ao
Estado, na condição de titular de cargo de provimento efetivo, o funcionário terá direito à licença-
prêmio de 3 (três) meses, a ser usufruída em até 3 (três) períodos de, no mínimo, 1 (um) mês
cada, com todos os direitos e vantagens do cargo. II. No caso demandado, o recorrente concedeu
à recorrida, servidora pública estadual, o período de 01/04/2015 a 02/02/2016 para gozo das
licenças prêmios não usufruídas. Contudo, antes de findar o período concedido a administração
pública anuiu com a aposentadoria da servidora, em 01/10/2015, ocorrendo um prejuízo de quatro
meses no gozo de sua licença prêmio. III. É sólido o entendimento jurisprudencial no sentido de
que é devido ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não 
gozada, ou não contada em dobro para fins de aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito
da administração. Precedentes STJ (REsp 1679818/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2019, DJe 09/10/2019; REsp 1800310/MS, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe 29/05/2019) e TJGO
(Reexame Necessário 5256507-55.2017.8.09.0044, Rel. SANDRA REGINA TEODORO REIS, 6ª
Câmara Cível, julgado em 16/10/2019, DJe de 16/10/2019; Apelação (CPC) 5019262-
36.2018.8.09.0051, Rel. CARLOS HIPÓLITO ESCHER, 4ª Câmara Cível, julgado em 01/10/2019,
DJe de 01/10/2019). IV. Não obstante, diante da impossibilidade de gozar do direito em debate
em razão da aposentação da servidora, torna-se escorreita sua indenização, conforme delineado
na sentença de origem, para evitar o locupletamento indevido da Administração Pública em face
da força de trabalho desempenhada pela servidora. V. O acolhimento da pretensão autoral não
Processo: 5099349-13.2017.8.09.0051
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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 20/08/2020 13:09:49
Assinado por JOSE CARLOS DUARTE
Validação pelo código: 10403569060631939, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
configura qualquer violação ao princípio da legalidade, uma vez que a indenização da licença-
prêmio não gozada decorre da impossibilidade de enriquecimento ilícito do Estado, vedado pelo
art. 884 do Código Civil, bem como da responsabilidade objetiva do Estado, prevista no art. 37, §
6º, da CF. VI. Sabido que as verbas indenizatórias, recebidas como compensação pela renúncia
a um direito não constituem acréscimo patrimonial, como é a hipótese da conversão em pecúnia
da licença-prêmio e, em assim sendo, resta patente a inocorrência de fato gerador apto a ensejar
a incidência do imposto de renda e contribuição previdenciária. Precedentes TJGO (Mandado de
Segurança (CF, Lei 12016/2009) 5298235-14.2017.8.09.0000, Rel. NORIVAL DE CASTRO
SANTOMÉ, 6ª Câmara Cível, julgado em 27/04/2018, DJe de 27/04/2018). VII. Quanto ao índice
utilizado para a correção monetária o Superior Tribunal de Justiça, por meio do julgamento do
REsp 1.495.146/MG (Tema 905 dos Recursos Repetitivos), assentou o entendimento de que,
sobre as condenações da Fazenda Pública, em matérias envolvendo servidores, incidem
correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora mensais segundo os índices aplicados à
caderneta de poupança (artigo 1º-F da Lei nº 9.494/1997), não merecendo reforma a sentença
que assim determinou. VIII. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. XI. Honorários de
advogado no montante de dez por cento do valor da condenação.
 
 
 
ACÓRDÃO
 
 
 
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes aqueles acima descritos, acorda a 3ª
Turma Julgadora da 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado de Goiás, por
unanimidade de votos, CONHECER do recurso e NEGAR-LHE provimento. Votaram o relator e
os juízes Héber Carlos de Oliveira e Mônica Cezar Moreno Senhorelo, que também presidiu a
sessão.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz José Carlos Duarte
 
RELATOR
 
 
 
Processo: 5099349-13.2017.8.09.0051
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Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 20/08/2020 13:09:49
Assinado por JOSE CARLOS DUARTE
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