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PAPER SEMINÁRIO 2020-1

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OS JOGOS PEDAGÓGICOS COMO FORMA DE
TRABALHAR A MATEMÁTICA
Daiane Vieira Bianchini¹
Janaína Rodrigues Madeira 
Suzanah Dias Marques
Thais de Souza
Graziela de Bem Vicente²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apontar a relevância dos jogos pedagógicos no processo de
ensino-aprendizagem diante à matemática. Aprende-se para que o ser humano possa viver em
pleno exercício e autonomia de sua cidadania. Sendo assim, a educação precisa primar em
aspectos que favoreçam a cidadania e levar o aluno ao alcance de patamares de compreensões e
responsabilidades sociais e que também compreenda as suas próprias necessidades humanas
existenciais. Ao longo da pesquisa evidencia-se que os jogos pedagógicos são de extrema
relevância na aprendizagem pelo cunho lúdico que apresenta, e sendo a ludicidade um método que
auxilia no desenvolvimento da aprendizagem de crianças, jovens e adultos, os jogos ao conterem
esse teor, propiciarão a sua formação plena. Ensinar matemática não diz respeito a somente
cálculos ou memorização de regras, mas é preciso leva-los a adquirir habilidades que resolvam os
seus problemas cotidianos. Os resultados da pesquisa mostram que os jogos pedagógicos irão
favorecer na aprendizagem da matemática de uma maneira prazerosa e diversificada. Por fim, os
educadores precisam ter uma boa formação inicial e continuada, a fim de serem capazes de
possibilitarem aos alunos experiências benéficas com os jogos. 
Palavras-chave: Jogo. Lúdico. Jogos e matemática.
1. INTRODUÇÃO
São instigadas as capacidades de aprendizagem dos indivíduos mediante uma educação
verdadeira, que é preocupada em explorar as capacidades dos mesmos, e os levar ao alcance de suas
habilidades e potencialidades. De modo a justificar tal fala, os autores Marques, Perin e Santos
(2013, não paginado) que: “A verdadeira educação é aquela que instiga o desejo do indivíduo a
explorar, observar, trabalhar, jogar e acreditar-se”. 
Nesse contexto é que os educadores e a educação como um todo precisam fazer a
organização dos saberes, a fim de que os estudantes sejam conduzidos a níveis de aprendizagem que
1 Acadêmicas.
2 Professora tutora externa.
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (PED 1848) – Prática interdisciplinar VII – 
03/06/2020
2
cooperarão à sua aprendizagem efetiva, isto é, deve-se partir dos interesses dos mesmos para que
então, estes sejam formados para o exercício pleno de suas cidadanias. 
Entende-se que a matemática faz parte do dia a dia humano, e do mesmo modo os jogos
também estão à disposição na mentalidade humana, bem como prontos para servir de alvo de
ludicidade e, nesse viés, da aprendizagem. Assim, este paper irá abordar a importância dos jogos
pedagógicos para a aprendizagem da matemática.
2. SOBRE O JOGO
Segundo Kishimoto (2011, p.18) “definir jogo não é tarefa fácil, pois esse conceito varia de
acordo com o contexto em que estão inseridos. os termos jogo, brinquedo e brincadeira são
empregados de forma indistinta, demonstrando um nível baixo de conceituação deste campo”. 
A palavra “jogo” apresenta diferentes definições, dentre elas a de atividade lúdica ou
competitiva em que há regras estabelecidas em que os participantes se opõem, pretendendo cada um
ganhar ou conseguir melhor resultado que o outro (KIYA, 2014).
Kishimoto (2011, p.26) define brincadeira como sendo: 
A ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação
lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, brinquedo e brincadeira
relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo.
O jogo sempre esteve presente nas sociedades. O homem, a criança, idoso ou adolescente,
sempre fez uso do jogo, geralmente com finalidade lúdica, mas não somente com essa finalidade. 
Segundo Brougère (1998 apud WITTZORECKI 2009, p.39): “o jogo possuía, na Antiga
Roma, um aspecto Religioso. [...] na Grécia Antiga os jogos eram realizados em formas de lutas,
concursos, combates, atividades ginásticas, além de manifestações teatrais.”
Portanto, segundo o autor, jogar representa a celebração da vida e do mundo, na qual
cooperar, lutar, vencer, superar, perder eram atitudes pertinentes. Philippe Ariès (1981 apud
WITTZORECKI 2009, p.40) afirma que:
No cotidiano da Idade Média europeia, nas comunidades rurais, o trabalho não ocupava
todo o dia e nem era tão valorizado como na atualidade. Nesse período, os jogos e
divertimentos eram um dos principais meios, de que a sociedade da época dispunha, para
estreitar os laços coletivos.
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Como visto o jogo sempre esteve presente em diversas civilizações. Era uma forma pelo
qual os indivíduos manifestavam sua religiosidade, aproveitavam seu tempo, cultivavam suas
relações. Nos dias de hoje, o entendimento sobre o que é jogo não mudou, continua sendo visto
como passa tempo, mas na educação precisa ser visto como uma ferramenta de ensino (KIYA,
2014).
Corroborando com essa ideia, Bemvenuti (2009, p.30) elucida que:
O jogo habita o espaço do contemporâneo com brincadeiras tradicionais, competições
esportivas, jogos on line, jogos de linguagem, jogos lógico-matemáticos, jogos de azar
entre outros, sempre com noção de não sério, de passatempo [...] uma ótima atividade para
ocupar o tempo a fim de que o sujeito não faça outra coisa pior.
Os jogos e as brincadeiras são atividades lúdicas que estão presentes em toda atividade
humana. A ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e não pode ser vista apenas como
diversão. O lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social, intelectual,
facilitando a aquisição de novos conhecimentos.
Segundo Kishimoto (2011) o uso de jogos educativos com fins pedagógicos, cria situações
de ensino-aprendizagem, onde a criança aprende de forma prazerosa e participativa. No que se
refere ao aspecto cognitivo, o jogo contribui para que a criança adquira conhecimento e desenvolva
habilidades e competências. 
Nesse sentido, o professor deve procurar proporcionar situações de aprendizagem
motivadoras, conforme o nível cognitivo do aluno, em atividades que possam desafiá-lo,
despertando assim seu interesse pelo que está sendo ensinado em sala de aula. 
O jogo deve ser visto como um importante instrumento pedagógico, que tem o intuito de
facilitar a aprendizagem, onde através dos jogos, os alunos vão percebendo que é possível aprender
de forma divertida, passando assim, a compreender e a utilizar regras que serão usadas no processo
de ensino. 
2.1 SOBRE O LÚDICO
Compreende-se que com as atividades lúdicas, o aluno aprende brincando, sem imposição
do professor, criando uma nova aprendizagem. Por meio do lúdico, o professor encontra uma
maneira de ensinar divertida e prazerosa, onde brinquedos e brincadeiras fazem parte da prática
pedagógica em sala de aula.
Neste viés, Barros (2006, p.11) pontua que:
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O verbete lúdico (adjetivo) significa: referente a, ou o que tem caráter de jogos, brinquedos
e divertidos. O termo ludismo é substantivo a qualidade ou caráter lúdico. O termo
ludoterapia é definido como tratamento por meio de brinquedos, divertimentos, jogos
(inclusive esportivos). Um termo pouco usado é ludo, substantivo masculino que significa
jogo, brinquedo, divertimento, assim como indica um tipo específico de jogos.
O lúdico proporciona ao aluno uma atividade significativa, assim as brincadeiras dentro do
contexto escolar são de suma importância para o desenvolvimento do aspecto intelectual, criativo e
social do aluno. O professor, através de uma formação lúdica, vê nas brincadeiras uma importante
ferramenta de aprendizagem.
A brincadeira é uma excelente forma de aprendizagem, garantindo o desenvolvimento, a
interação e a aquisição de regras. O brincar no contextoda aprendizagem deve ser levado a sério,
pois requer atenção e concentração, trabalhando aspectos intelectuais e sociais.
2.2 OS JOGOS PEDAGÓGICOS E A MATEMÁTICA
Entende-se que ensinar Matemática, não é somente fazer com que os alunos calculem ou
memorizem regras, ou seja, é preciso levá-los a adquirir habilidades que resolvam seu problemas
cotidianos de diferentes formas. Neste viés, a Matemática é uma ciência que está em evolução e o
lúdico vem para auxiliar seu aprendizado.
Os jogos são aliados na compreensão da matemática. Até mesmo aqueles que pensam não
poderem aprender esta matéria se sentem familiarizados pelo fato de ver através dos jogos que a
disciplina pode ser entendida de forma clara e objetiva, sem ser decorada.
Segundo Starepravo (2010, p. 20), devemos saber usar os jogos no ensino da matemática
para tirarmos o maior proveito possível: 
[...] Se conseguirmos compreender o papel que os jogos exercem na aprendizagem de
matemática, poderemos usá-los como instrumentos importantes, tornando-os parte
integrante de nossas aulas de matemática. Mas devemos estar atentos para que eles
realmente constituam desafios. Para isso, devemos propor jogos nos quais as crianças usem
estratégias próprias e não simplesmente apliquem técnicas ensinadas anteriormente.
No lúdico, os jogos matemáticos estimulam no alunado o pensamento independente, o
desenvolvimento do raciocínio, da lógica e a capacidade de resolver problemas. Cabe ao educador
procurar anular a imagem de que a matemática é complexa e distante dos alunos.
Smole (2007, p.11) pontua que: 
[...] as habilidades desenvolvem-se porque, ao jogar, os alunos têm a oportunidade de
resolver problemas, investigar e descobrir qual a melhor jogada; refletir e analisar as regras,
estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos. Dessa
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maneira verifica-se que o jogo possibilita situações de prazer e trás consigo a aprendizagem
significativa nas aulas de matemática.
Assim sendo, ensinar através de jogos é um excelente método, não só para aulas mais
interessantes e prazerosas, mas também para uma aproximação entre aluno e professor, despertando
neste aluno a vontade de frequentar o ambiente escolar, já que aprende se divertindo. 
O uso do jogo na disciplina de matemática possibilita uma experiência significativa para o
aprendizado dos alunos, bem como no desenvolvimento de habilidades novas. Neste viés, o aluno é
motivado a pensar e ao mesmo tempo jogar. Desta forma, ele descobre e formula, aprendendo de
forma plena e satisfatória.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Visto até aqui a relevância dos jogos na aprendizagem, podemos expor aqui alguns deles a
serem trabalhados no ensino da matemática, como por exemplo, jogos de adivinhação da tabuada,
jogos de corrida de obstáculos no papel ou desafio da adição, dominó da tabuada, jogos de
tabuleiro, jogo dos pontinhos, jogo de caçada a erros, de caça aos números, e etc. O educador
poderá fazer jogos recicláveis também, como o mostrado nas figuras a seguir:
Figura 1 – Jogos pedagógicos matemáticos
Fonte: Google Imagens.
O trabalho é de cunho bibliográfico, sendo buscadas fontes que viessem de encontro à
temática. Foram realizadas leituras sobre o assunto a fim de conhecer melhor a respeito. O mesmo
foi feito a partir de pesquisas na internet, buscando por artigos fidedignos.
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Figura 2 – Imagem retirada de fonte eletrônica pesquisada para o trabalho
Fonte: Kiya (2014).
Conforme a autora, na busca por respostas sobre como tornar o ensino mais útil e agradável
tanto para os alunos e professores, descobriu-se que o uso de jogos bem como de atividades lúdicas
aliadas a disciplina de matemática como métodos pedagógicos, podem ser a saída para melhorar o
processo de ensino e tornar o trabalho educacional mais dinâmico.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos dias de hoje, muito se tem feito na busca por melhorar a aprendizagem dos alunos e os
jogos enquanto estratégias pedagógicas, são estudados por pesquisadores e profissionais da
educação de modo a encontrarem meios mais significativos e desafiadores nas situações de
construção dos conhecimentos dos alunos.
Os jogos para o estudioso Tizuko M. Kishimoto (2007), estão ligados ao pensamento de
cada criança, mesmo que ela não os tenha conhecido ainda, já que ela cria suas fantasias por meio
dos brinquedos. Sendo assim, entende-se mediante a fala do autor, que a criança já convive e traz
em si traços lúdicos que, portanto, favorecerão na sua aprendizagem quando em contato com os
jogos.
Falando da importância da matemática, Marques, Perin e Santos (2013), dizem que ela está
presente no dia a dia dos sujeitos, permeando todas as áreas do conhecimento que serão utilizadas
na vida diária, sendo que, o ato de ensinar a matemática nas escolas não deverá estar distanciado
dos seus principais objetivos, dentre os quais: “a construção da cidadania, o preparo para o mundo
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do trabalho e o desenvolvimento cognitivo, conforme esclarece a Nova LDB n. 9394/96” (não
paginado).
Assim como a matemática é atividade humana, os jogos são estratégicos à construção de
conhecimentos dentro da matemática. Sendo assim, os alunos que tem aversão a números e
cálculos, podem ver a matemática como algo simples e eficaz, que pode dá prazer. Importa ainda
que também os pais em casa auxiliem seus filhos a obterem prazer em aprender a matemática. 
Nesse modo de pensar, o pesquisador das Ciências Cognitivas e orientador em educação
infantil e adulta, Alberto Silva Filho (2019), traz a dica aos pais de oferecer Jogos de Tabuleiro,
Batalha Naval, Quebra Cabeças, Blocos de Construção, Dentro do Supermercado (a criança pode
aprender sobre pesos, medidas, volumes e comparações), gerenciar a Mesada, conhecendo Mapas e
com o pé na Estrada (questionamentos tais como: A que distância fica o lugar para onde estamos
indo? Quantas cidades ou estados vamos cruzar? Quantos automóveis do modelo X vamos
encontrar até chegarmos ao nosso destino?, e etc.), esportes e aprendendo com Receitas de cozinha.
Assim, são inúmeras as formas que pais e professores têm à disposição para ensinar
efetivamente às crianças, jovens e adultos por meio de jogos pedagógicos.
5. CONCLUSÃO
Ensinar por meio do lúdico facilita a aprendizagem, e tendo o jogo uma característica lúdica,
possibilita ao aluno descobertas e posturas inúmeras; o professor, mediante a relevância do jogo e
do lúdico, poderá fazer a exploração destes na construção dos conhecimentos matemáticos, sendo
que os estímulos não se limitarão à matemática em si, mas auxiliarão no desenvolvimento dos
alunos e na sua postura mediante o dia a dia em sociedade.
Além disso, a matemática por vezes traz uma característica aos alunos de repulsa, em que
muitos torcem o nariz quando se tem uma aula com números e cálculos ou regras. Enquanto
acadêmico-pesquisador, descobriu-se que há casos de professores que não consideram ensinar a
matemática de modo a cativar os alunos, mas que também, existem e professores de matemática
que, por meio de jogos, tem levado alunos até mesmo desinteressados pela escola e aulas, a terem
um novo olhar pela matemática, e interesse em não evadir-se da escola.
Daí se dá a relevância de um bom professor que se preocupa em ensinar de verdade aos seus
alunos, e com a ludicidade que há nos jogos ele poderá favorecer e muito a aprendizagem dos seus
alunos. é preciso que o professor seja dedicado e pesquisador contínuo, bem como, conhecedor de
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seus alunos, e ter uma boa relação com os mesmos. Ele precisa deixar as suas aulas de matemática
com uma perspectiva interessante, óbvio que não todo o tempo, mas a dinamicidade com o uso dos
jogos, deve ser uma faceta presente em seus planejamentos.
REFERÊNCIAS
BARROS, Paulo Cesar de. A prática pedagógica do professor de educação física e ainserção do
lúdico como um meio de aprendizagem. 2006. 127 folhas. Dissertação de Mestrado em Educação,
Pontifícia Universidade do Paraná. Curitiba 2006.
BEMVENUTI, Alice. O jogo na história: aspectos a desvelar. In Ulbra - Universidade Luterana do
Brasil (org.). O lúdico na prática pedagógica. Curitiba: Ibpex, 2009.p.17-35.
KIYA, Marcia Cristina da Silveira. O uso de Jogos e de atividades lúdicas como recurso 
pedagógico facilitador da aprendizagem. 2014. Disponível em: 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
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KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a Educação. 14.ed. São Paulo: Cortez, 
2011.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. 14.e.d. Petrópolis, 
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MARQUES, Marilaine de Castro Pereira; PERIN, Clailton Lira; SANTOS, Edinalva dos. 
Contribuição dos jogos matemáticos na aprendizagem dos alunos da 2ª fase do 1º ciclo da 
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Floresta; v. 2, n. 1, 2013.
SILVA FILHO, Alberto. 9 Maneiras Sensatas e Efetivas de Ensinar Matemática em Casa. Jul. 2019.
Disponível em: https://www.sitededicas.com.br/artigo13.htm#link1 Acesso em: 03 jun. 2020.
SMOLE, K. S. DINIZ, M. I. MILANI, E. Jogos de matemática de 6º a 9º ano. Porto Alegre: 
Artmed, 2007. (Série Cadernos do Mathema-Ensino Fundamental).
9
STAREPRAVO, A. R. Jogando com a matemática: números e operações. Curitiba: Aymará, 
2010.
WITTIZORECKI, Elisandro S. Aspectos históricos e etimológicos do jogo. In Ulbra - 
Universidade Luterana do Brasil (org.). Jogos, Recreação e Lazer. Curitiba: Ibpex, 2009.p.34-45.

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