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01- APELAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA X DO ESTADO ...
Processo: nº ...
TÍCIO, já qualificado nos autos no processo em epígrafe, vem por seu advogado que por essa subscreve (procuração em anexo) respeitosamente perante Vossa Excelência, INTERPOR RECURSO DE APELAÇÃO com fulcro no artigo 593, I do CPP por haver discordância da respeitável sentença proferida pelo juízo na fl ..., data ...
Caso seja o entendimento de Vossa Excelência em manter a r. sentença que remeta junto com as RAZÕES para o Tribunal “AD QUEM”. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data.
Advogado
OAB
EXCELENTÍSISMOS SENHORES DOUTORES DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ... 
Processo nº ...
DOUTO PROCURADOR,
COLENDA CÂMARA.
EMÉRITOS JULGADORES,
Apelante: Tício
Apelado: Ministério Público
TÍCIO, já qualificado nos autos, vem por seu advogado que a esta subscreve (procuração especial em anexo), OFERECER RAZÕES DE APELAÇÃO, com fulcro no artigo 600 do CPP, em inconformidade com a respeitosa sentença condenatória do juízo “A QUO”. Não deu ao caso conforto da justiça e merece ser reformada totalmente pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
1) DOS FATOS:
Tício foi denunciado e processado pelo crime de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de fogo, com fulcro no artigo 157, §2, I do CP. No inquérito policial o apelante foi reconhecido pela vítima como autor do delito.
Na instrução criminal, vítima e testemunhas alegaram que Tício portava arma de fogo no delito, durante o acontecimento não se ouve nenhum disparo. As autoridades policiais não encontraram a suposta arma de fogo empregada pelo apelante tampouco perícia foi realizada pela ausência de arma do crime. Após gritos de “pega ladrão” os policiais viram o suposto réu correndo e prendeu-o.
Foi alegado que o réu jogou um objeto no córrego, acreditava-se ser a arma de fogo. 
No interrogatório o réu não se pronunciou e Tício foi condenado por oito anos e seis meses de reclusão, com início em regime fechado. 
O juízo condenou e fundamentou em depoimentos de testemunhas com reconhecimento da vítima. O réu sendo reincidente, com maus antecedentes no decorrer do processo.
2) DOS DIREITOS:
Vossa Excelência, o apelante foi reconhecido pela vítima pelo buraco da porta de uma sala onde foi relatado que tinha apenas o réu no local, a probabilidade de não ser o réu se eleva construindo a chance de cometer tal injustiça ao condenar um inocente e sabendo que presamos pelo “in dubio pro reo”, com fulcro no artigo 386, VII do CPP. 
Na fase de instrução e julgamento foi alegado pela vítima e testemunhas o suposto uso de arma de fogo de Tício, mas não foi ouvido algum disparo. 
Para realizar o reconhecimento de pessoas se usa a caracterização do suposto acusado onde será posto ao lado de outros indivíduos com características semelhantes assim, as testemunhas deveram indicar quem foi o suposto acusado, com fulcro no artigo 226, II do CPP. Logo, não se teve tal procedimento, ferindo diretamente o processamento penal. 
Assim, se reconhecia mesmo o acusado deveria ser posto em sede de reconhecimento na delegacia junto a outros indivíduos o que não ocorreu em praxe.
Para o reconhecimento de objeto, no caso a da arma de fogo, supostamente utilizada pelo réu, não ocorreu o exame de corpo de delito direto ou indireto sobre esta, mesmo tratando de objeto que deixa vestígios, conforme artigo 158 do CPP.
Foi relatado que Tício jogou no córrego um objeto, contudo poderia ser qualquer coisa móvel, até simplesmente uma carteira de cigarros, sendo que não houve nenhuma prova cabal que concluísse o uso de arma de fogo, portanto a qualificadora da arma de fogo no roubo deve ser retirada, mantendo apenas o caput do artigo 157 do CP.
O fato que o réu correu ao ouvir um grito de “pega ladrão” pode ser entendido pelo fato dele já ter algumas passagens pela polícia e levou-o a entrar em estado de espanto, contudo isso não pode ser levado como forma de acusa-lo, pelo tipo penal descrito sem devidas provas necessárias para acusar alguém da autoria e materialidade do crime.
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso entende que:
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL – CONDENAÇÃO PELO CRIME DE ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE PESSOAS – IRRESIGNAÇÃO EXCLUSIVA DA DEFESA – 1) ALMEJADA A ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS –RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO EM DESCONFORMIDADE COM O ART. 226 DO CPP – IRRELEVÂNCIA – AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVAS DEVIDAMENTE COMPROVADAS – RECONHECIMENTOS FOTOGRÁFICOS EFETIVADOS PELAS VÍTIMAS, OS QUAIS FORAM DEVIDAMENTE RATIFICADOS EM JUÍZO – INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO ORIENTATIVO N.º 29 DA TCCR/TJMT – PREQUESTIONAMENTO – APELO DEFENSIVO DESPROVIDO.1) Permanece incólume o édito condenatório atinente ao delito de ROUBO majorado pelo emprego de arma de fogo e concurso de agentes, uma vez que, o reconhecimento fotográfico, como meio de prova, é plenamente apto para a identificação do apelante e reconhecimento da autoria delituosa, desde que corroborado por outros elementos idôneos de convicção que, no caso, ocorreu com a confirmação das vítimas em juízo, as quais reconheceram de forma segura e categórica o réu como um dos autores do delito, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa; 2) Integrados na fundamentação do voto todos os dispositivos legais e constitucionais prequestionados em razões recursais. 
(N.U 0031130-74.2015.8.11.0042, CÂMARAS ISOLADAS CRIMINAIS, GILBERTO GIRALDELLI, Terceira Câmara Criminal, Julgado em 31/07/2019, Publicado no DJE 05/08/2019)
Ora, Vossa Excelência, foi ceifado o contraditório e ampla defesa, direito cristalino amparado para a proteção contra ilegalidades no decorrer do processo, onde a justiça em primeira instância condenou o apelante por depoimentos testemunhais e reconhecimento da vítima, tratando de provas eivadas de vícios, onde é defeso o juízo fundamentar sua sentença exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação, com fulcro no artigo 5º, LV da CF/88 c/c artigo 155 do CPP.
Portanto, não se teve outros meios probatórios no processo, apenas o depoimento da vítima que viu pelo “buraco da porta” o suposto réu cometer tal delito, assim deve existir outros meios substanciais para comprovar a autoria delitiva, o que não foi comprovada nos autos. 
Dessa forma, o réu foi recolhido em regime fechado de início, mas se tratando da desqualificação da arma de fogo, a Súmula 440 do STJ denota o dever de ser fixada a pena-base no mínimo legal, sendo vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito, de tal forma, a pena deve ser no mínimo legal, tratando de reincidente assim 4 anos em regime semiaberto.
A Súmula 444 do STJ veda a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base, logo se foi fundamentado tais inquéritos e ações como meio de agravar a pena, logo deve ser retirado tal fundamentação na sentença.
3) DOS PEDIDOS:
I) Requer em sede preliminar a absolvição do réu pela ausência de prova de ter o réu concorrido na infração penal e pela inexistência de prova suficiente para a condenação do acusado com fulcro no artigo 386, “V e VII” do CPP.
II) Requer a desclassificação da qualificadora do crime roubo qualificado com arma de fogo artigo 157, §2, I do CP, tendo a pena ser imposta apenas pelo roubo simples, caput do artigo 157 do CP. 
III) Requer a redução da pena no mínimo legal, de 8 anos para 4 anos, caso Vossa Excelência entenda pela suposta manutenção do réu pelo delito tipificado no artigo 157 do CP. 
IV) Requer a mudança do regime prisional inicial do fechado para o semiaberto, com fundamento no artigo 33, §2, “B“ do CP.
Portanto, Vossa Excelência, por tudo que dos autos consta, requer o conhecimento e o provimento do recurso para que haja a total reforma da respeitável sentença condenatória, sendo imprescindível a imposição da absolvição ao caso em tela alicerçado nos incisos V e VII do artigo 386 do CPP.Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogado
OAB

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