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[Digite texto] Página 1 1.0 INTRODUÇÃO HISTÓRICA Galerkin (1871-1945) foi o primeiro a estudar soluções aproximada (soluções em espaços de dimensão finita) de problemas variacionais definidos em espaços de dimensão infinita. Este método é conhecido como Método de Galerkin. Argyris e Kelsey (1954) apresentaram o Método de Elementos Finitos em trabalhos relacionados a engenharia aeronáutica. Entre os anos 1960 e 1990 foram desenvolvidos os principais Métodos de Elementos Finitos conhecidos hoje. Inicialmente foram desenvolvidos MEF para problemas da mecânica dos sólidos e engenharia civil. Posteriormente, estes MEF foram aplicados à mecânica dos fluidos. Junto a todo este desenvolvimento foram se solidificando as bases matemáticas do MEF. Atualmente, o desenvolvimento de MEF é feito dentro da teoria do Análise Funcional aplicada a Problemas Variacionais (semelhante aos trabalhos iniciais de Galerkin). 2.0 MÉTODO DE GALERKIN 2.1 Método dos Elementos Finitos O Método dos Elementos Finitos é uma técnica numérica onde o domínio do problema é dividido em um número discreto de elementos de dimensões finitas, chamados de elementos finitos, que são interligados por meio de certo número depontos nodais.No modelo de deslocamentos do Método dos Elementos Finitos, arbitra-se o campo de deslocamentos de cada elemento em função dos deslocamentos nodais e, então, substitui-se a interação de componentes de tensão entre elementos adjacentes pela interação de forças nodais entre elementos. O equilíbrio infinitesimal do meio contínuo é substituído pelo equilíbrio de cada elemento finito trocando-se as equações diferenciais de equilíbrio por equações algébricas de equilíbrio do elemento como um todo. A partir das equações algébricas de cada elemento obtém-se o sistema de equações de equilíbrio da malha de elementos. Com a adição das condições de contorno pode-se, então, chegar à solução em termos de deslocamentos nodais. 2.2 Equacionamento básico [Digite texto] Página 2 Deseja-se resolver numericamente a equação diferencial reescrita como Eq. 1, que é conhecida como a equação de equilíbrio de um elemento infinitesimal. Este problema pode ser resolvido usando considerações de resíduos ponderados. 1 m O contorno do corpo pode ser dividido em duas partes As condições de contorno essenciais são aplicadas em e as naturais, em . Dessa forma é válido para : 2 Para é válido: 3 O erro gerado com a substituição da solução exata do problema por uma solução aproximada pode ser ponderado. Para tal pode ser usada como função ponderadora um deslocamento virtual . Ponderando o erro em todo o domínio , pode-se escrever: que pode ainda ser escrita como Integrando a primeira parte da Eq. 5 por partes e substituindo o resultado na Eq. 4, tem-se: [Digite texto] Página 3 Escrevendo a expressão acima na forma matricial e aplicando as condições de contorno, é obtido: Para resolver a Eq. 7 usando o Método dos Elementos Finitos, o domínio do problema é dividido em uma série de elementos onde a equação é aplicada e a influência desses elementos é somada. Para cada elemento a equação pode ser escrita como: onde [D] é a matriz constitutiva. Os campos de deslocamentos e deformações em cada elemento podem ser aproximados em função dos deslocamentos nodais do elemento usando, para isso, funções interpoladoras. Assim, o vetor de deslocamentos {u} e o vetor de deformações podem ser escritos da seguinte forma: Usando as expressões 9 e 10, a Equação 8 pode ser reescrita da seguinte forma: [Digite texto] Página 4 Resolvendo-se as integrais é obtido o seguinte sistema de equações para o elemento: onde [Ke] é a matriz de rigidez do elemento e é expressa da seguinte forma: e {fe} é o vetor de cargas nodais do elemento, que é escrito como se segue: Escrevendo a Equação 12 para todos os elementos é formado um sistema de equações, representado pela expressão 15, que após a aplicação das condições de contorno do problema, pode ser solucionado, resultando nos valores de deslocamentos de todos os nós da malha de elementos. 2.3 Elemento Finito de Pórtico Plano Na Figura 1 são mostrados os graus de liberdade do elemento finito onde ui1 representa o deslocamento longitudinal e ui2 e ui3 representam o deslocamento lateral e a rotação do nó i, respectivamente. O mesmo vale para o nó j. [Digite texto] Página 5 2.4 Matriz de Rigidez A matriz de rigidez do elemento de pórtico é montada a partir das matrizes de rigidez dos elementos de barra e de viga. Essas matrizes, por sua vez, são obtidas com a aplicação da expressão 13. Para obter a matriz [B] para o elemento de barra escreve-se, inicialmente, o deslocamento axial (u) de um ponto qualquer da barra, em função dos valores nodais de deslocamento (u1 e u2) e considera-se uma interpolação linear: A deformação axial é dada por: Onde No caso do elemento de barra a matriz constitutiva [D] é simplesmente o módulo de elasticidade E do material. Assim, pode-se escrever a matriz de rigidez: Onde A e L são, respectivamente, área da seção transversal e o comprimento do elemento. [Digite texto] Página 6 A forma da Equação 13 para elementos de viga é a seguinte: onde I é o momento de inércia. Para obter a matriz [B] do elemento de viga, escreve-se o deslocamento lateral em termos das seguintes funções de forma: ou seja, A curvatura da viga é onde [Digite texto] Página 7 Substituindo a expressão 24 em 20 é obtida: Unindo as matrizes de rigidez dos elementos de viga e barra pode-se, então, escrever a matriz de rigidez do elemento de pórtico: A matriz de rigidez obtida está escrita nas coordenadas locais do elemento. Na montagem da matriz de rigidez global da estrutura, as matrizes de todos os elementos devem estar escritas no mesmo sistema de coordenadas que é o sistema global da estrutura. Para isso é usada a matriz de incidência cinemática e a aplicação da seguinte expressão: [Digite texto] Página 8 2.5 Vetor de Forças Nodais O vetor de forças nodais da estrutura é formado pelas forças aplicadas diretamente nos nós, bem como pelas forças nodais equivalentes, oriundas dos carregamentos uniformemente distribuídos sobre os elementos. Para transformar carregamentos distribuídos em forças nodais equivalentes é usada a seguinte matriz de transformação. A matriz de transformação permite que o sistema de equações gerado pela aplicação do MEF seja acoplado ao sistema obtido pelo MEC. Essa matriz é necessária porque o MEF trata de forças nodais enquanto o MEC lida com forças de superfície, sendo necessário uma compatibilização entre as variáveis presentes nos dois métodos. O sistema de equações global pode apresentar problemas de instabilidade numérica. Este fato pode ocorrer devido aos valores dos elementos das matrizes de rigidez e transformação poderem apresentar uma grande diferença em sua magnitude. Becker (1992) trata deste tipo de problema, sendo que aplicado a sistemas de equações provenientes do MEC. Este autor sugere a aplicação de um fator de escala à matriz que apresentaos menores valores, que no caso de sistemas de equações produzidos pelo MEF é a matriz de transformação [C]. Com a aplicação do fator de escala a Eq. 15 é reescrita da seguinte forma: [Digite texto] Página 9 O fator de escala (SF) é obtido por: onde Lmáx é a maior distância entre dois pontos quaisquer da discretização. Após a resolução do sistema o vetor {P} é multiplicado pelo fator de escala para que seus valores fiquem na ordem de grandeza original. 3.0 ELEMENTOS TRIANGULARES Uma treliça é um sistema estrutural composto por elementos de barra arranjados de forma a suportarem apenas cargas axiais. A forma com que estes elementos são montados é tal que o resultado final envolva sempre a formação de triângulos básicos entre as barras e as conexões pinadas. Esta montagem pode ser discretizada tal que as barras formem elementos e as conexões representem os nós em uma formulação FEM. Como as barras suportam apenas carregamentos axiais, o elemento linear para o problema de deformação em barras axiais pode ser empregado nesta formulação. A questão é que estes elementos são dispostos formando estruturas no plano ou no espaço. Sendo assim, é necessário realizar uma transformação de coordenadas visando descrever todos os elementos em um mesmo sistema de referência, para assim ser possível realizar a montagem nas equações em um sistema global. Neste contexto, um elemento de treliça plana é um elemento com deformação axial orientado arbitrariamente em um espaço bidimensional. Como mostrado na fig. 1, em um sistema s ao longo do eixo da barra o elemento é idêntico ao problema de deformação axial em barras. Em termos do deslocamento assumido na coordenada s no elemento, tem-se a seguinte função de interpolação: [Digite texto] Página 10 As equações do elemento neste sistema de coordenada local s são escritas como: Porém uma vez que pode existir diferentes elementos de barra em uma treliça com orientações diferentes se faz necessário a definição de um sistema global de coordenadas, como mostrado na fig.1. Neste exemplo, definese o sistema (x; y) e localiza-se todos os elementos em função deste. Assim, o que se faz é [Digite texto] Página 11 decompor os deslocamentos no sistema s na direção x, que aqui é denotado por u, e decompor na direção y, denotado por v. Portanto, no sistema global de coordenadas os graus de liberdade do elemento serão quatro: O mesmo é feito com as forças nodais: A transformação de coordenadas é realizada em função do ângulo entre o sistema local e global. Os deslocamentos u1 e v1 são escritos como: [Digite texto] Página 12 [Digite texto] Página 13 Estas equações são usadas para analisar qualquer montagem de barras no plano. Depois de calculado os deslocamento nodais para elemento, a solução final é programada pela transformação dos deslocamentos nodais para o sistema de coordenadas locais conforme a eq. 14. O deslocamento axial em qualquer ponto do elemento é calculado pela função de interpolação da eq. 1. O objetivo em uma análise estrutural é determinar a distribuição de tensões na treliça, assim é necessário calcular a deformação axial da barra. No elemento de treliça plana a deformação axial é assumida constante em todo o elemento e calculada por: [Digite texto] Página 14 4.0 MÉTODO DOS RESÍDUOS PONDERADOS No método dos resíduos ponderados pelo critério de Galerkin também conhecido como Método de Galerkin, a função tentativa Ni(x) é igualada à função peso wi(x), de modo que o sistema de equações lineares é determinado pela integral wi (x)r(x)dx = Ni (x)r(x)dx = 0 i = 1, 2, .., n Veremos no exemplo seguinte a aplicação do método de Galerkin. Exemplo: Resolver o problema de valor de fronteira descrito pela equação diferencial ordinária: Sujeita às condições de contorno homogêneas: y(0) = y(1) = 0. Solução: A presença do termo quadrático na EDO sugere que funções tentativas polinomiais possam ser usadas. Para as condições de contorno homogêneas em x = a e x = b, a seguinte função tentativa será usada: [Digite texto] Página 15 N(x)= (x - a)p (x - b)q Na qual as constantes p e q são valores estritamente positivos e inteiros. Essa função tentativa satisfaz as condições de contorno e é contínua no intervalo a ≥x≥b. A função tentativa mais simples que pode ser escolhida é aquela fazendo p = q = 1: N1xxx 1 Usando esta função tentativa na solução aproximada da EDO:. uxc1xx 1 de onde vem a primeira e a segunda derivadas: Observamos neste ponto que a solução escolhida não corresponde à solução “física” do PVF, pois a derivada segunda acima é constante, enquanto que na EDO que descreve o problema, a derivada segunda é função da variável x2. Entretanto, continuaremos com o cálculo do problema para ilustrar o método de Galerkin. Substituindo a derivada segunda de u(x) na equação para o cálculo do resíduo, resulta: r(x) = 2C1 – 10x² - 5 que, claramente, é não-nulo. Substituindo na integral (24): – (2c1 – 10x² - 5).dx = 0 Integrando a equação acima, vem que c1 = 4, de modo que a solução aproximada resulta em: ux4 xx 1 Para este exemplo simples, podemos encontrar a solução analítica através da integração sucessiva da EDO: [Digite texto] Página 16 + C1 na qual C1 é uma constante de integração. x4 + x² + C1.X + C2 Aplicando a condição de contorno y(0) = 0, obtém-se C2 = 0, ao passo que a condição de contorno y(1) = 0 faz com que C1 = -10/3, de maneira que a solução exata seja: Y = x4 + - O gráfico da Fig. 5 mostra as curvas da solução aproximada pelo método de Galerkin e da solução analítica exata. Figura 1 Comparação entre a solução aproximada pelo método de Galerkin e pela solução analítica da EDO. Comparação entre os métodos de análise [Digite texto] Página 17 O diagrama mostrado na Fig. 6 apresenta os principais métodos analíticos e numéricos para solução de PVF de equações diferenciais. Observar que embora o método dos elementos finitos seja uma técnica essencialmente numérica, pode utilizar-se de métodos analíticos na sua forma fraca. Métodos de análise (solução de equações diferenciais) Figura 2. Diagrama de métodos de análise de problemas de valor de fronteira representados por equações diferenciais. 5.0 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS: https://www.yumpu.com/pt/document/view/...do...o...elementos.../65 http://www.professores.uff.br/gbenitez/Aula_17.pdf http://www.demar.eel.usp.br/metodos/mat_didatico/Metodo_dos_Elementos_Fini tos.pdf Métodos analíticos Métodos numéricos Métodos exatos (p. ex.: separação de variáveis, transformada de Laplace) Métodos aproximados (p. ex.: métodos Rayleigh-Ritz, Galerkin) Elementos finitos Solução numérica Integração numérica Diferenças finitas https://www.yumpu.com/pt/document/view/...do...o...elementos.../65 http://www.professores.uff.br/gbenitez/Aula_17.pdf
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