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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS Departamento de Engenharia de Estruturas Notas de Aulas SET-0601 INTRODUÇÃO AO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Autor: Prof. João Batista de Paiva Co-Autores Rafael Marques Lins Maria do Socorro Martins Sampaio Camila Alexandrino Moura David de Paulo Pereira Ynaê Almeida Ferreira São Carlos, Dezembro de 2012 2 AGRADECIMENTOS Este texto sobre o método dos elementos finitos aplicados à análise estrutural começou a partir de notas de aulas elaboradas para a disciplina Método dos Elementos Finitos ministrada na pós-graduação do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos. Este texto inicial foi então recebendo a contribuição de alunos da disciplina que o completaram e incluíram listagens de programas por eles desenvolvidos com trabalho da disciplina. As contribuições foram as seguintes: Eng. Rafael Marques Lins: Complementou o texto incluindo o algoritmo para a montagem da matriz de rigidez global e vetor de cargas nodais equivalentes; o algoritmo para endereçamento das matrizes de rigidez e vetor de cargas nodais e cálculo dos esforços internos. Os capítulos 3 e 5 foram totalmente elaborados por ele tomando por base as notas de aula. Enga. Maria do Socorro Martins Sampaio: Fez uma revisão completa do texto e elaborou os anexos A, B e C incluindo os códigos computacionais com explicações linha por linha para facilitar o estudo por outros alunos. E também preparou os exemplos de validação dos códigos apresentados. Enga Camila Alexandrino Moura; Eng. David de Paulo Pereira e Enga. Ynaê Almeida Ferreira Este grupo ampliou o programa de pórticos planos deduzindo as matrizes de rigidez de barras com rótulas, apoios inclinados e também re-organizaram a entrada de dados que agora contempla três tipos de elementos: com rótula à esquerda; com rótula à direita e com rótula nos dois nós fazendo com que a matriz de rigidez do pórtico se reduza à matriz de rigidez de uma barra de treliça permitindo assim com uma entrada de dados bem simples calcular treliças e pórticos treliçados. Quero aqui expressar meu agradecimento a eles pois sem suas valiosas contribuições este texto ainda estria muito longe de estar disponível para os demais alunos. Prof. João Batista de Paiva. 3 SUMÁRIO 1. O MÉTODO DA ENERGIA __________________________________5 1.1 Introdução __________________________________________________5 1.2 Energia de Deformação _______________________________________5 1.3 Energia de Deformação dos Vínculos Elásticos _________________7 1.4 Energia Potencial das Cargas Externas ________________________8 1.5 Aplicação do Método Energético à Análise de Vigas Elásticas _______________________________________________________11 2. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (VIGAS CONTÍNUAS) ______35 2.1 Função Aproximadora _______________________________________35 2.2 Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes ___45 2.3 Matriz de Rigidez de um Elemento Finito Submetido à Carga Axial ___________________________________________________________47 2.4 Determinação dos esforços internos nodais _________________59 3. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PÓRTICOS PLANOS) ______65 3.1 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Treliça _________65 3.2 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Pórtico Plano ___67 3.3 Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes de Pórtico Plano Rotulado _______________________________________69 3.4 Rotação do Sistema de Coordenadas _________________________73 3.5. Rotação do Sistema de Apoio _______________________________76 3.6 Esquema de Endereçamento para Pórtico Plano _______________77 4. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PLACAS) _______________78 4.1 Introdução ________________________________________________78 4.2 Hipóteses Básicas de Placa Submetida à Flexão _____________79 4.3 Condições de Equilíbrio de um Elemento de Placa ___________80 4.4 Determinação das Tensões para Placas com Efeito do Esforço Cortante ________________________________________________82 4.5 Determinação dos Esforços _________________________________88 4.6 Equação Diferencial de Placa ______________________________89 4.7 Energia de Deformação de Placas com Efeito do Esforço Cortante ________________________________________________________90 4.8 Montagem da Matriz de Rigidez do Elemento DKT _____________90 4 4.9 Algoritmo para Implementação de Elemento de Placa DKT ____103 4.10 Montagem do Vetor de Cargas Nodais Equivalentes do Elemento DKT ___________________________________________________107 5. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (CHAPAS) ______________109 5.1 Introdução _______________________________________________109 5.2 Elemento Finito Triangular _______________________________110 5.3 Elemento Finito Retangular _______________________________125 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________133 5 1. O MÉTODO DA ENERGIA 1.1 Introdução A energia potencial total de um sistema elástico é composta de duas parcelas: energia potencial dos esforços internos, também chamada de energia de deformação, e a energia potencial das cargas externas. Neste capítulo serão deduzidas as expressões das energias, acima mencionada, presentes nos problemas usuais de vigas elásticas. Além da energia de deformação da viga e da energia potencial das cargas externas, serão deduzidas as expressões da energia de vínculos elásticos discretos (molas) e contínuos (base elástica). Será também determinada a expressão de energia potencial de uma carga axial, durante a flexão da viga. 1.2 Energia de Deformação A energia de deformação é a energia que um dado corpo absorve ao deformar-se sob ação de um carregamento nele atuante. Esta energia provém do trabalho realizado pelas forças internas do corpo sobre os respectivos deslocamentos. Esta energia, para uma determinada estrutura, é dada pela seguinte expressão: )dv+++++( 2 1 =U yzyzxzxzxyxyzzyyxxv ... (1.1) onde a integral é realizada sobre todo o volume da estrutura em questão. Para estruturas formadas por barras, como por exemplo, vigas, pórticos e grelhas, a expressão 1.1, após a integração nas seções transversais das barras, pode ser reescrita: 6 )dx ES N+ GJ M+ GS cQ + EI M( 2 1 =U 2 T 2 T 22 est ... (1.2) onde M, Q, MT e N são, respectivamente, momento fletor, força cortante, momento torçor e força normal, ou seja, os esforços solicitantes da estrutura e, também, E, I, G, S e JT são, respectivamente, o módulo de elasticidade longitudinal, o momento de inércia da secção, o módulo de elasticidade transversal, a área da secção transversal e momento de inércia à torção. Entre os dois módulos de elasticidade existe a seguinte relação: )+2(1 E =G ... (1.3) onde ν é o coeficiente de Poisson. Como o presente estudo se restringirá aos problemas de flexão de vigas elásticas, o momento torçor é nulo, os efeitos das forças cortante e normal são desprezados e, assim, a expressão da energia de deformação (1.2) se reduz à: dx EI M 2 1 =U 2 ... (1.4) O momento fletor está relacionado com a elástica da viga através da seguinte expressão: EIv"=M ... (1.5) Substituindo-se M, dado por (1.5), na expressão da energia, dada por (1.4), obtém-se a seguinte expressão: dx xd vd EI 2 1 =U 2 2 2 ... (1.6) 7 ou seja, conhecida a elástica de uma vigapode-se calcular, utilizando (1.6), a energia de deformação acumulada durante sua flexão. 1.3 Energia de Deformação dos Vínculos Elásticos Considere a viga com vínculos elásticos indicada na figura 1.1. Fig. 1.1 – Tipos de vínculos elásticos onde KD , KR são, respectivamente, as constantes de mola ao deslocamento e à rotação e KF é a constante de mola da fundação elástica, suposta bilateral, isto é, trabalhando tanto à tração quanto à compressão. A energia de deformação dos vínculos elásticos descritos é dada por: vK 2 1 =U 2iDiD ... (1.7) vK 2 1 =V 2jRR j ... (1.8) onde vi e v'j são, respectivamente, o deslocamento vertical do ponto i e a derivada do deslocamento do ponto j. A energia de deformação armazenada na fundação elástica, durante a flexão da viga é dada por: dxvK 2 1 =U 2FF ... (1.9) 8 1.4 Energia Potencial das Cargas Externas Obtém-se o trabalho das cargas externas pelo produto entre a carga e deslocamento de seu ponto de aplicação. O deslocamento deve ser medido no sentido da carga aplicada. Deste modo, para uma carga concentrada (ver figura 1.2) o trabalho é dado por: vF=T iiF ... (1.10) onde Fi é a intensidade da carga concentrada e vi é o deslocamento do ponto de aplicação da carga. Analogamente, para um momento concentrado aplicado em um ponto j da viga (ver figura 1.2), a expressão do trabalho realizado é dado por: Fig. 1.2 – Tipos de carregamentos aplicados à viga vM=T ’jjM ... (1.11) onde Mj e v'j são, respectivamente, o momento fletor aplicado no ponto j e a derivada do deslocamento transversal neste ponto. A expressão do trabalho realizado por um carregamento distribuído é dada por: 9 α dx v q=Tq ... (1.12) Considere-se agora uma força normal de compressão, conforme indica a figura 1.3. O trabalho realizado pela força P pode ser dividido em duas parcelas. A primeira corresponde ao trabalho realizado pelo encurtamento da barra na ausência de flexão e a segunda corresponde ao trabalho realizado pelo encurtamento devido, unicamente, à flexão da barra. Neste estudo será considerada apenas a segunda parcela. O trabalho realizado no elemento dx é dado pelo produto da força P pelo encurtamento do elemento, ao longo de x, durante a flexão, ou seja: d P=T d p ... (1.13) Fig. 1.3 – Posições de uma coluna antes e depois de flambar O encurtamento dΔ é dado por (ver figura 1.3c): )(1 dx = d cos ... (1.14) 10 Esta expressão pode ser, convenientemente, transformada em: )dx 2 (sen2 = d 2 ... (1.15) Como o ângulo α é suposto pequeno, a expressão 1.15 pode ser reescrita: dx 2 1 = d 2 ... (1.16) Sabe-se que: ... (1.17) e, por ser pequeno o ângulo α: v ... (1.18) e portanto, a expressão do encurtamento fica: dx v 2 1 = d 2 ... (1.19) Fazendo-se a soma das contribuições de todos elementos dx da viga, a expressão (1.13) torna-se: dx v 2 P =T 2P 1 ... (1.20) A energia potencial das cargas externas corresponde ao trabalho dessas cargas com o sinal trocado, ou seja: ... (1.21) =v’ tan T = 11 1.5 Aplicação do Método Energético à Análise de Vigas Elásticas A energia potencial total da estrutura é dada pela soma da energia de deformação com a energia potencial do carregamento externo aplicado. Para uma viga submetida a carregamento axial e transversal e com vínculos elásticos discretos ou não, conforme indica a figura 1.4, a expressão da energia total é obtida a partir de (1.6) a (1.12) e de (1.20), e é dada por: MQ 2 jR 2 iD 22 F 2 v Mv Qvdx g vK 2 1 + VK 2 1 +dx vP 2 1 dxvK 2 1 +dx v"EI 2 1 = j i ... (1.22) Fig. 1.4 – Viga submetida à carregamentos axial e transversal Na posição de equilíbrio a energia potencial total é estacionária, ou seja: 0= d+v d= d ... (1.23) Assim o objetivo é procurar uma função v que minimize a energia potencial total (1.22). Esta função é conhecida como solução de Euler. Para obtê-la, é necessário reescrever a expressão da energia potencial total, também denominada de funcional, como se segue: 12 vK 2 1 + vK 2 1 + x d ) v ,v v, x, ( F= 2jR 2 iD ji ... (1.24) A equação de Euler para este funcional é: 0=) dv" dF ( dx d+) vd dF ( dx d dv dF 2 2 ... (1.25) Admitindo-se que os carregamentos, transversal e axial, e a constante de fundação elástica são constantes, a equação de Euler para um trecho genérico da viga é dada por: 0=g+v Kv"+ P+v EI F IV ... (1.26) A resolução desta equação é, em geral, muito trabalhosa. Uma alternativa a este procedimento consiste em procurar uma solução aproximada para a elástica da viga. Obviamente esta função, deve obedecer às condições de vinculação da viga. 1.5.1 Exemplo 1: Viga em balanço Como exemplo do procedimento para se determinar uma função aproximadora dos deslocamentos, considere-se a viga em balanço indicada na figura 1.5a. (a) (b) Fig. 1.5 – Viga engastada Na figura 1.5b está representada a viga após a aplicação do carregamento. O funcional desta viga é obtido a partir de 1.22 e é dado por: 13 ... (1.27) Pretende-se agora obter uma solução aproximada para a elástica desta viga. Considere-se inicialmente a seguinte função: C+x B+x A=(x)v 2ap ... (1.28) As condições de vinculação ... (1.29) implicam em B e C nulos, ficando portanto: Ax=(x)v 2ap ... (1.30) Na figura 1.6 estão indicados a solução exata e possíveis posições da função aproximadora (1.30). O objetivo é determinar o valor de A para o qual a função aproximadora está o mais próximo possível da solução exata. Fig. 1.6 – Solução exata e possíveis soluções aproximadas (l) v F(x)dxv" 2 EI = 2 1 0 0=0)=(xv e 0=0)=(xv apap 14 Para cada valor de A e, portanto, para cada função vap, pode-se obter a energia potencial total correspondente, a partir de (1.27). Como esta energia é mínima para a solução exata, quanto mais próximo desta estiver a solução aproximada, menor será a energia correspondente. Assim, o valor de A referente à função Vap que mais se aproxima da solução exata é aquele que minimiza o funcional dado por (1.27) e que também é um valor aproximado. Assim pode-se escrever: ... (1.31) A partir de (1.31) e (1.30) obtêm-se: l A FdxA EI 2= 22ap 1 0 ... (1.32) que resulta em: l A Fl A EI 2= 22ap ... (1.33) O funcional agora é função de uma única variável, A. No ponto de mínimo deve-se ter: 0= A d d ap ... (1.34) Portanto: 0=l FA l 4EI 2 ... (1.35) que fornece:(l)v Fx d v" 2 EI = ap 2 apap 1 0 15 Fl A= 4 EI ... (1.36) e portanto, a função quadrática que mais se aproxima da solução exata é: 2 ap Fl = v x 4 EI ... (1.37) Os valores exatos e aproximados do deslocamento vertical do ponto B são: EI 3 l F = v 3 ex ... (1.38) e EI 4 l F=v 3 ap ... (1.39) O erro cometido no deslocamento do ponto B, com essa aproximação da elástica, é de 25%. Este erro pode ser reduzido aumentando-se o grau da função aproximadora. Embora esta função aproxime razoavelmente os deslocamentos, o mesmo não se pode dizer do momento fletor e força cortante, cujas funções aproximadas são obtidas a partir de 1.37: ap ap F l = EI =v"M 2 EI ... (1.40) e ... (1.41) Deve-se observar que, embora na solução exata o momento varie linearmente, na solução aproximada ele é constante. Já a força cortante, constante e não nula na solução exata, é nula 0=v EI=Q apap 16 na solução aproximada. Estes problemas são minorados à medida que se aumenta o grau da função polinomial aproximadora. Considere-se, por exemplo, a seguinte função aproximadora: x B+x A=(x)v 23ap ... (1.42) a qual já obedece as condições de vinculação (1.29). A partir de (1.42), obtêm-se: B 2+x A 6=(x)v"ap ... (1.43) que substituídas na expressão do funcional resulta em: 1 0 2 2 3 2ap EI = ( 6Ax+ 2B dx F ( + )) Al Bl ... (1.44) obtendo-se: 3 2 3 22 2ap EI = ( 12 +4 l +12A B )F A F B l l l lA B 2 ... (1.45) O funcional agora é função de duas variáveis, A e B, e na posição de mínimo deve-se ter: 0= A ... (1.46) 0= B de onde se obtêm o seguinte sistema de equações algébricas: l B+l A=(l)v 23ap 17 EI l F=Bl6+Al12 3 23 ... (1.47) 2 2 Fl6 +4Bl =Al EI cuja solução fornece: EI 6 F =A ... (1.48) EI 2 Fl =B e o polinômio do terceiro grau que melhor aproxima a elástica da viga é: x 2EI Fl +x 6EI F =(x)v 23ap ... (1.49) que neste caso coincide com a solução exata, o mesmo ocorrendo com as expressões do momento fletor e força cortante. 1.5.2 Exemplo 2: Flambagem de colunas Considere-se a coluna, indicada na figura 1.7a, submetida a uma força axial constante P. Na figura 1.7b está indicada a posição da coluna após a perda da estabilidade. O funcional dessa coluna é obtido a partir de 1.22 e é dado por: dx v 2 P dx v" EI 2 1 = 22 1 0 1 0 ... (1.50) 18 (a) (b) Fig 1.7 – Posições de uma coluna antes e depois da flambagem Adota-se inicialmente um polinômio do segundo grau como função aproximadora da elástica da coluna. Assim: C+x B+x A=(x)v 2ap ... (1.51) Esta função deve obedecer às seguintes condições de vinculação: Vap(0) = 0 Vap(L) = 0 o que resulta em: C = 0 B = -AL Assim, a função aproximadora pode ser escrita: 19 )LxxA(=(x)v 2ap ... (1.52) Substituindo-se (1.52) na expressão do funcional (1.50), e efetuando-se as integrais indicadas obtêm-se: A 6 PL A L 2EI= 2 3 2 ap ... (1.53) Da condição de mínima energia potencial total pode-se escrever: 0=)A 3 PLL (4EI= dA d 3ap ... (1.54) Para que a derivada da energia potencial (1.54) seja nula tem-se duas possibilidades. A primeira é que o coeficiente A seja nulo, porém isto implicaria em que a função aproximadora, (1.52), também seja nula, isto é, não existiria deslocamento transversal e, portanto, não teria ocorrido a flambagem. A outra possibilidade é que a expressão entre parênteses seja nula, isto é: 0= 3 PL4EIL 3 ... (1.55) de onde se obtém o valor da carga crítica de flambagem: L EI 12=p 2e ap ... (1.56) Este valor é 21,6% superior ao valor exato, que é dado por: 20 L EI =p 2 2 elx ... (1.57) Considere agora a seguinte função aproximadora: Lx)xC(+x)LxB(+x)LxA(=(x)v 22334ap ... (1.58) a qual já obedece as condições de vinculação. Após sua substituição na expressão do funcional (1.50), e uma vez efetuadas as integrais indicadas, obtém-se: ]L C B+L C A 5 6 +L B 2A+LC 3 1 +LB 5 4 +LA 7 9 [ 2 P ]CL12B+ACL16+ABL36+LC4+LB12+LA 5 144 [ 2 EI = 456325272 23423252 ap ... (1.59) A posição de mínima energia potencial total é obtida impondo-se que as derivadas parciais de Πap em relação à A, B e C sejam nulas obtendo-se assim o seguinte sistema de equações: 0=C )L P 5 3 L EI (8+B )L PL EI (18+A )L P 7 9 L EI 5 144 ( 536475 0=C )L 2 P L EI (6+B )L P 5 4 L EI (12+A )L PL EI (18 425364 0=C )L 3 P L EI (4+ B )L 2 P L EI (6+A )PL 5 3 L EI (8 34253 Colocando este sistema de equações na forma matricial obtém-se: 21 0 0 0 = C B A L 3 P 4EIL L 2 P EIL6 PL 5 3 EIL8 L 2 P EIL6 PL 5 4 EIL12 PLEIL18 PL 5 3 EIL8 PLEIL18 PL 7 9 EIL 5 144 34253 4253 64 53 64 75 ... (1.60) Este sistema de equações lineares homogêneas admite sempre como solução os valores de A, B e C iguais a zero. Entretanto, esta solução implica na nulidade da equação da elástica (1.58), e, portanto, não fica caracterizada a flambagem. Para que isto ocorra deve-se ter como solução do sistema de equações (1.60) valores não nulos de A, B e C, ou seja, o determinante dos coeficientes do sistema de equações, (1.60), deve ser nulo, isto é: 0= L 3 P 4EIL L 2 P EIL6 PL 5 3 EIL8 L 2 P EIL6 PL 5 4 EIL12 PLEIL18 PL 5 3 EIL8 PLEIL18 PL 7 9 EIL 5 144 34253 4253 64 53 64 75 ... (1.61) O valor de P para que este determinante seja nulo, isto é, a carga crítica de flambagem é dada por: 2apc EI = 9,875P L ... (1.63) Este resultado está apenas 0,055% acima do valor exato (1.57). 22 B C A EI 16·EI Considere-se agora a coluna de momento de inércia variável e submetida a carregamento axial, conforme indica a figura 1.8a. A carga crítica desta coluna poderia ser determinada, utilizando-se uma única função aproximadora para os deslocamentos, como nos exemplos anteriores. Este procedimento, entretanto, tendo em vista a descontinuidade da curvatura no ponto B, faz com que seja necessário utilizar funções polinomiais de grau elevado para se obter uma boa precisão dos resultados. A alternativa a este procedimento consiste em se adotar uma função polinomial para aproximar os deslocamentos do trecho AB e outra para aproximar os deslocamentos do trecho BC (ver figura 1.8b). As funções escolhidassão: L/3x0 D+xC+xB+xA=(x)V 11 2 1 3 11ap ... (1.63) LxL/3 D+xC+xB+xA=(x)V 22 2 2 3 22ap ... (1.64) (a) (b) Fig. 1.8 – Coluna com momento de inércia variável As funções 1.63 e 1.64 devem obedecer às condições de vinculação isto é: 0=(L)v 0=(0)v 2 1 ap ap ... (1.65a) e 23 No ponto B deve haver continuidade das funções tanto no deslocamento quanto na derivada, isto é: ) 3 L (v=) 3 L (V 21 apap ... (1.65b) ) 3 L ( v = ) 3 L ( v 21 apap ... (1.65c) As condições de vinculação dadas por (1.65) já são suficientes para se obter a carga crítica de flambagem com boa precisão. Entretanto, com o objetivo de reduzir o número das variáveis envolvidas, pode-se utilizar condições sobre os esforços, também denominadas condições mecânicas. Como já foi visto, o momento fletor se relaciona com a curvatura através de (1.5): EIV"=M Como o momento fletor é nulo nos dois apoios, pode-se escrever: 0=(0) "v1 ap ... (1.65d) 0=(L) "v2 ap ... (1.65e) Além disso, o momento fletor no ponto B é contínuo e, portanto: ) 3 L ("vEI=) 3 L ("vE(16I) 2 ap1 ap ... (1.65f) Em seu conjunto, as condições de vinculação e mecânicas, dadas por (1.65), fornecem um sistema de sete equações a oito incógnitas. Assim, pode-se escrever A2, B1, B2, C1, C2, D1, e D2 em função de A1, obtendo-se para as funções aproximadoras: 24 x)L5x(A=(x)V 2311ap ... (1.66) )L2+xL 18x L 24+x8(A=(x)V 322312ap ... (1.67) A expressão da energia potencial total aproximada é dada por: 0 ap ap ap ap L/ 3 L L/ 3 L2 2 2 2 ap 1 2 1 20 L/ 3 L/ 3 16EI EI P P = ( dx+ ( d x ( dx ( dx) ) ) )v v v v 2 2 2 2 ... (1.68) Após a substituição de v1ap e V2ap, (1.66) e (1.67), em (1.68), e a efetuação das integrais indicadas, obtém-se: PLA9,348EILA117,33= 5232ap ... (1.69) Esta energia será mínima quando: 0= dA d 1 ap isto é: 0=P)L9,348EIL2A(117,33 53 ... (1.70) de onde se obtém os valor da carga crítica: L EI 12,55=P 2eap ... (1.71) Este valor é 13% superior ao valor exato. 25 Pretende-se agora determinar um valor aproximado da carga crítica de flambagem da coluna apoiada, lateralmente, em uma base elástica, conforme indica a figura 1.9. (a) (b) (c) Fig. 1.9 – Coluna com vínculo elástico Adota-se, como função aproximadora dos deslocamentos de toda coluna (ver figura 1.9b), um polinômio do quarto grau, o qual já obedece às condições de vinculação: Lx)xC(+x)LxB(+x)LxA(=(x)v 22334ap ... (1.72) A expressão do funcional para essa coluna é obtida a partir de (1.22) e é dada por: dx v 2 P dxv 2 K+dx v" 2 EI = 2 L 2 LE2 L ap 000 ... (1.73) Substituindo (1.72) em (1.73) obtêm-se: 26 BCL+ACL 5 6 +ABL2+C 3 L+BL 5 4 +AL 7 9 2 P BC 10 L+ACL 42 5 +ABL 60 11 +C 30 L+BL 105 8 +A 9 L 2 K+ BCL12+ACL16+ABL36+LC4+BL12+AL 5 144 2 EI = 4562 3 2527 6 782 5 272 9 E 23422325 ap ... (1.74) Da condição de mínima energia potencial total obtêm-se o seguinte sistema de equações: 0= LKL 3 P 4EIL LKL 2 P EIL6 LKPL 5 3 EIL8 LKL 2 P EIL6 LKPL 5 4 EIL12 LKPLEIL18 LKPL 5 3 EIL8LK PLEIL18 L KPL 7 9 EIL 5 144 F 3 F 42 F 53 F 42 F 53 F 64 F 53 F 64 F 75 567 678 78 9 30 1 20 1 84 5 20 1 105 8 120 11 84 5 120 11 9 ... (1.75) A carga crítica é aquela que anula o determinante dos coeficientes do sistema, e é dada por: Pap = 8,89 kN A diferença percentual entre este resultado é o valor exato é da ordem de 0,01%. Outra alternativa para se determinar um valor aproximado dessa carga crítica consiste em se adotar duas funções aproximadoras para a elástica da viga como, por exemplo (ver figura 1.9c): 2 L x0 D+xC+XB+XA=(x)V 11 2 1 3 11ap ... (1.76) 27 Lx 2 L D+xC+XB+XA=(x)V 22 2 2 3 22ap ... (1.77) Utilizando-se as seguintes condições de vinculação: 0=(0)V 1ap ... (1.78a) 0=(L)V 2 ap e as condições que garantem a continuidade da elástica em L/2 até a primeira derivada: ) 2 L (v=) 2 L (v 21 apap ... (1.78b) ) 2 L (v=) 2 L (v 2 ap1 ap ... (1.78c) Obtém-se um sistema de quatro equações a oito incógnitas, o que permite que se escrevam v1ap, v2ap em função de apenas quatro variáveis: XC+XB+XA=(x)V 1 2 1 3 11ap ... (1.79) 5xL)+x L 4 (C+)L4Lx+x3(B+ +)L 4 3 xL 4 11 +x2L(A+)L 4 1 xL 4 5 +Lx2x(A=(x)V 2 1 22 1 322 1 3223 22ap ... (1.80) Para essa escolha de funções aproximadoras, a energia potencial total é dada por: 28 dx)v( 2 P dx)v( 2 P dx v 2 K+dx v 2 K+dx "v 2 EI +dx "v 2 EI = 2 2 ap L L 2 1 ap L 2 2ap LF2 1ap LF 2 2 ap L L1 2 ap L '' 2/2/ 0 2/ 0 2/ 02/ 2/ 0 ... (1.81) Após a substituição de v1ap e v2ap, (1.79) e (1.80), em (1.81), e a efetuação das integrais indicadas, obtém-se uma função nas variáveis A1, A2, B1 e C1. Da condição de mínima energia potencial total obtém-se um sistema de equações lineares homogêneo de ordem quatro. O valor de P que anula o determinante dos coeficientes deste sistema é a carga crítica procurada, isto é: 9,77kN=Pr ap Pode-se concluir que a função do quarto grau aproxima a elástica da viga melhor do que duas funções do terceiro grau. Entretanto, a adoção de uma função aproximadora do terceiro grau para vários trechos da mesma viga é muito útil, principalmente pela facilidade de automatização do cálculo, o que será visto no próximo capítulo. 1.5.3 Exemplo 3: Viga apoiada em uma base elástica e com carregamento transversal Considere-se uma viga, apoiada em uma base elástica e submetida a um carregamento transversal uniformemente distribuído, conforme indica a figura 1.10. Adota-se, inicialmente, a seguinte aproximação para o deslocamento transversal, a qual já obedece às condições de contorno em x = 0 e x = L. Lx)xA(=(x)V 2ap ... (1.82) 29 A expressão da energia potencial total para esta viga é: dx v qdxv 2 K+dx v" 2 EI = L 2 LF2 L 000 ... (1.83) Fig. 1.10 – Viga com carregamento transversal e apoiada em base elástica Substituindo em (1.83) a expressão de v, dada por (1.82) e efetuando os cálculos indicados, obtém-se: A 6 qL +A) 30 L K+(2LEI= 3 2 5 F ap ... (1.84) Como na posição de equilíbrio a energia é mínima, temos: 0= 6 L q+)A 30 LK+EI L 2 ( 2 = dA d 35Fap ... (1.85) De onde se obtém: ) 30 LK+EI L 12(2 Lq = A 5 F 3 ... (1.86) eportanto, a expressão da elástica aproximada fica dada por: ) x Lx ( ) 30 LK+EI L 12(2 Lq = (x)v 25 F 3 ap ... (1.87) 30 Para os dados indicados na figura 1.10 obtêm-se o seguinte resultado, o qual é 22% inferior ao valor exato: 0,002325m=) 2 l (vap Considere-se agora a função aproximadora do quarto grau (1.72), a qual também já obedece às condições de vinculação: Lx)xC(+x)LxB(+x)LxA(=(x)v 22334ap ... (1.72) Substituindo-se (1.72) em (1.83) obtêm-se: C 6 qL B 4 qL ALq 10 3 BC] 10 L+ACL 42 5 + ABL 60 11 + +C 30 L+BL 105 8 +A 9 L[ 2 K+BC]L12+ +ACL16+ABL36+LC4+BL12+AL 5 144 [ 2 EI = 34 5 6 7 82 5 272 9 F2 3422325 ap ... (1.88) Derivando-se (1.88) em relação a A, B e C, obtém-se o seguinte sistema de equações: qL 4 qL Lq 10 3 = C B A K 30 L+L 4EI K 20 L+L 6EI KL 84 5 +L 8EI K 20 L+L 6EI KL 105 8 +EIL12 KL 120 11 +L 18EI KL 84 5 +L 8EI KL 120 11 +L 18EI K 9 L+L EI 5 144 4 5 F 5 F 6 2 F 73 F 6 2 F 73 F 84 F 73 F 84 F 9 5 6 3 ... (1.89) Para os dados indicados na figura 1.10, o sistema de equações (1.89) resulta: 31 = C B A 45 5.202 729 419401887307.751795 1887307.11219655019165 7.751795501916523952024 ... (1.90) Cuja solução fornece: 104.0669 107.0675 101.1779 = C B A 6 4 4 ... (1.91) Substituindo-se estes valores em (1.72) obtém-se, para o deslocamento do ponto médio da viga: 0,002990m=(L/2)V ap Este valor é igual ao fornecido pela solução exata da equação diferencial desta viga. Como já foi visto, uma das alternativas para se analisar esse problema, consiste em se adotar funções aproximadoras para vários trechos da viga e impondo-se a continuidade do deslocamento transversal e sua derivada nas funções destes trechos. Considere-se, por exemplo, a divisão da viga da figura 1.10 em 6 trechos, conforme indica a figura 1.11. Adota-se para cada elemento uma função aproximadora do tipo: ) 6 1,=i ( D+xC+xB+xA=(x)v ii 2 i 3 ii ..., ... (1.92) Para garantir-se a continuidade do deslocamento transversal e sua derivada nas junções dos trechos, as seguintes condições de contorno devem ser obedecidas: )J(v=)J(v e )J(v=)J(v i1+iiii1+iii ... (1.93a) 32 Fig. 1.11 – Viga dividida em 6 trechos Devem ser obedecidas também às condições de vinculação, isto é: 0=(L)V e 0=(0)V 61 ... (1.93b) A expressão da mínima energia potencial total dessa viga é dada por: x d v qx d v2 K +x d "v 2 EI = ap Li ap 2 Li f ap 2 Li 6 1i= ap iii ... (1.94) A condição de mínima energia potencial total resulta em um sistema de 12 equações a 12 incógnitas, cuja solução fornece os valores dos parâmetros em função dos quais estão escritas as aproximações dos deslocamentos de cada trecho da viga. A partir deles pode-se obter o deslocamento de qualquer ponto da viga. Para o ponto central da viga, obtém-se: 33 0,002990m=) 2 L (V 3 que coincide com o valor exato e com o obtido com a função aproximadora do quarto grau (1.72). Fig. 1.12 – Viga com vinculações e carregamentos genéricos Como pode ser facilmente avaliado, a divisão da viga em vários trechos torna a análise do problema praticamente inviável, devido à ordem do sistema de equações envolvido. Entretanto este procedimento é facilmente programável e constitui o fundamento do método dos elementos finitos. Deve-se ressaltar também que nem sempre se conseguem bons resultados adotando-se uma única função polinomial, de grau baixo, para aproximar os deslocamentos de toda a viga. Considere-se, por exemplo, a viga indicada na figura 1.12. Na solução exata, a elástica da viga nos trechos correspondentes a L1, L3 e L4 é dada por funções seno e cosseno hiperbólicos; no trecho correspondente a L2, a solução exata é um polinômio do quinto grau e no trecho correspondente a L5, um polinômio do terceiro grau. Para se aproximar a elástica desta viga por uma única função polinomial, obviamente o grau deste polinômio deverá ser elevado, o que torna a análise muito difícil. A adoção de funções aproximadoras para vários trechos da viga, embora esta solução seja bem trabalhosa, tem a vantagem de ser facilmente programável, o que permite que se façam análises bem mais 34 complexas. Por exemplo, a partir de um programa previamente desenvolvido, o estudo poderia começar dividindo-se a viga em 5 trechos correspondentes a L1, L2,...(ver figura 1.12). Em seguida pode-se utilizar uma divisão mais refinada da viga e assim por diante até que os resultados de duas análises consecutivas sejam praticamente coincidentes. É exatamente nisto que consiste o método dos elementos finitos e cada trecho da viga recebe o nome de elemento finito. 35 2. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (VIGAS CONTÍNUAS) 2.1 Função Aproximadora Seja a viga da figura, com condições de vinculação qualquer, dividida em vários segmentos. Cada um destes segmentos é chamado de Elemento Finito. As extremidades de cada elemento finito são ditas nós do elemento finito. A cada nó associam-se dois deslocamentos: o deslocamento vertical v e a rotação v'. Fig. 2.1 - Viga dividida em elementos finitos Considere agora um elemento finito genérico da viga: Fig. 2.2 - Elemento da viga Para este elemento, adota-se como função aproximadora dos deslocamentos, um polinômio do terceiro grau: A derivada de primeira ordem é dada por: d + cx + bx + ax = V 23 ... (2.1) hi 36 Condições de contorno: a) x = 0 v = vi d = vi b) x = 0 v' = v'i c = v'i c) x = hi v = vj ahi 3 + bhi 2 + chi + d = vj d) x = hi v' = v'j 3ahi 2 + 2bhi + c = v'j Resolvendo este sistema de equações, obtém-se: Substituindo a, b, c e d na expressão da elástica (2.1) aproximada, obtém-se: +]) h x 3(+) h x [-2(v +1]+) h x 3(-) h x [2(v = v 2 i 3 i j 2 i 3 i i ] h x- h x[v+x]+ h x2- h x[v + i 2 2 i 3 j i 2 2 i 3 i ... (2.3) A derivada de primeira ordem é dada por: + + h x h x v h x h xv+ h x - h xvv ii i2 i 3 i j ii i 1 43 ' 6666' 2 22 23 2 h x h x v ii j 23 ' 2 2 ... (2.4) A derivada de segunda ordem é dada por: c + 2bx + ax3 = V 2 ... (2.2) )''( 1 )( 2 23 ij i ij i vv h vv h =a )'2'( 1 )( 3 2 ij i ij i vv h vv h =b iv=c ' iv=d 37 + hh x v hh x v+ h - h x vv ii i2 i 3 i j ii i 46 ' 612612 " 223 hh x v ii j 26 ' 2 ... (2.5) O quadrado de v' é dado por: + h x+ h x h xv + h x + h x h x36vv 3 i 2 i 3 i 4 j ii 3 i 4 i 367236 3672 ' 56 2 4 2 56 22 + h x ) h x 24(1+) h x 22(+) h x 9(v + i 3 i 2 i 4 i 2 i 8 + h x72+ h x144 h x72 vv ) h x 4(+) h x 12() h x 9(v + 4 i 2 5 i 3 6 i 4 ji 2 i 3 i 4 i 2 j + h x+ h x h xvv h x h x+ h x h xvv 3 i 2 4 i 3 5 i 4 ji2 i 3 i 3 4 i 3 5 i 4 ii 246036 12608436 '' + h x+ h x h xvv h x h x+ h x h xvv 3 i 2 4 i 3 5 i 4 jj2 i 3 i 3 4 i 3 5 i 4 ij 246036 12608436 '' h x ) h x 22(+) h x 36() h x 18(vv + i 2 i 3 i 4 i ji 4'' ... (2.6) O quadrado de v" é dado por: + +) h x () h x ( h 1 v+6) h x () h x ( h 1 vv 2 ii j i 2 ii i 361441443144144" 4 2 4 22 + 4+) h x 24() h x 36( h 1 v+16+) h x 48() h x 36( h 1 v + 2 i 2 i 2 j i 2 i 2 i 2 i + 48 h x 168) h x 144( h 1 vv72 h x 288) h x 288( h 1 vv i 2 i 3 i ii i 2 i 4 i ji 38 + 48 h x 168) h x 144( h 1 vv24+ h x 120) h x 144( h 1 vv + i 2 i 3 i jj i 2 i 3 i ji 16+ h x 72) h x 72( h 1 vv+24+ h x 120) h x 144( h 1 vv i 2 i 2 i ji i 2 i 3 i ij ... (2.7) Efetuando-se as integrais das expressões de v'2 e v"2 no elemento, obtém-se: + vv h v h+v h+v h +v h =dxv ji i 2 j i2 i i2 j i i i 2 h 0 i 5 12 15 2 15 2 5 6 5 6 2 vv h vvvvvv+vv + jijjijjiii 155 1 5 1 5 1 5 1 ... (2.8) + vv h v h +v h +v h +v h =dxv ji3 i 2 j i 2 i i 2 j3 i 2 i i 2 h 0 i 24441212 3 vv h +vv h vv h vv h +vv h + ji i jj2 i ij2 i ji2 i ii2 i 412121212 ... (2.9) Utilizando-se as expressões (2.7) e (2.8) para um elemento finito genérico i, encontra-se a energia total no elemento i. A energia total de toda a viga é dada pela somatória das energias de cada elemento em que a mesma foi dividida. 2.1.1 Exemplo 1: Calcular o deslocamento do ponto de aplicação da carga da viga da figura considerando toda a viga como um elemento finito. 39 Fig. 2.3 - Viga submetida a carregamento pontual 2 2 ih 0 E I = d x - P vv 2 ... (2.10) E, como EI = constante: 2 ih 2 0 E I = d x P vv 2 - ... (2.11) +vv L 24 v L 4 +v L 4 +v L 12 +v L 12 2 EI = 213 2 2 2 1 2 23 2 13 Pvvv L 4 +vv L 12 vv L 12 vv L 12 +vv L 12 + 221222122212112 ... (2.12) que é uma função nas variáveis v1 , v'1, v2 e v'2. Da condição de mínima energia potencial total, pode-se escrever: 0 = v 1 0 = v L 12 +v L 12 +v L 24 L v24 2 EI 2212233 1 ... (2.13) 40 0 = v 1 0 = v L 4 +v L 12 v L 12 +v L 8 2 EI 222121 ... (2.14) 0 = v 2 0 = Pv L 12 v L 12 v L 24 v L 24 2 EI 22121323 ... (2.15) 0 = v 2 0 = v L 4 v L 12 v L 12 v L 8 2 EI 122122 ... (2.16) Rearranjando o sistema de equações, obtém-se: 0 = v L 6EI +v L 12EI v L 6EI +v L 12EI 22231213 ... (2.17) 0 = v L 2EI +v L 6EI v L 4EI +v L 6EI 222112 ... (2.18) P = v L 6EI v L 12EI +v L 6EI v L 12EI 22221213 ... (2.19) 0 = v L 4EI +v L 6EI v L 2EI +v L 6EI 222112 ... (2.20) Colocando este sistema de equações na forma matricial, obtém-se: 41 0 0 0 4626 612612 2646 612612 ' 2 2 ' 1 1 22 2323 22 2323 P V V V V L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI ... (2.21) Condições de contorno: v1 = 0 e v'1 = 0 Impondo-se as condições de contorno (retira-se a linha e a coluna referentes ao deslocamento v1 e v'1), obtém-se: 0' 2 2 4 2 6 2 6 3 12 P V V L EI L EI L EI L EI ... (2.22) 3EI PL = v 3 2 ... (2.23) 2EI PL = v 2 2 ... (2.24) Cálculo do momento fletor no ponto [1]: (0)v" = v" 1 1 1 2 1 22 2 6 6 4 2 = + - - v v v v v L LL L 2EI PL. L 2 3EI PL. L 6 = v 23 21 EI PL = v 1 42 M1= -EIv"1 M1=-PL , que é o valor exato. 2.1.2 Exemplo 2: Calcular os deslocamentos e esforços da viga considerando toda viga como um elemento finito. Fig. 2.4 - Viga submetida a carregamento distribuído qvdx dxv" 2 EI = L 0 2 L 0 ... (2.25) Cálculo da parcela referente ao trabalho das cargas externas: qvdx = L 0 ... (2.26) L 3 2 3 2 1 2 0 x x x x = - q { [2( - 3( +1] + [-2( 3( ] ) ) ) )v v L L L L 3 2 3 2 1 22 2 2x x x x + [ - + x] + [ - ]}dxv v L LL L ... (2.27) 43 ] L x+ L x 4 2 [v+x]+ L x L x 4 2 [vq{ = 2 3 3 4 22 3 3 4 1 | L 0 3 2 4 2 23 2 4 1 ]} 3L x L4 x[v+] 2 x+ L x 3 2 L4 x[v + ... (2.28) ) 12 L v 12 L v + 2 L v + 2 L vq( = 2 2 2 121 ... (2.29) A expressão da energia potencial total pode ser escrita da seguinte forma: +vv L 24 v L 4 +v L 4 +v L 12 + L v12{ 2 EI = 213 2 2 2 233 2 1 21' +}vv L 4 +vv L 12 vv L 12 vv L 12 +vv L 12 + 21222122212112 }v 12 L v 12 L+v 2 L +v 2 L q[ 2 2 1 2 21 ... (2.30) 0 = v 1 0 = 2 L qv L 12 +v L 12 +v L 24 V L 24 2 EI 22122313 ... (2.31) 0 = v 1 0 = 12 Lqv L 4 +v L 12 v L 12 +v L 8 2 EI 2 222121 ... (2.32) 0 = v 2 0 = 2 qL v L 12 v L 12 v L 24 v L 24 2 EI 22121323 ... (2.33) 44 0 = v 2 0 = 12 Lq+v L 4 +v L 12 v L 12 +v L 8 2 EI 2 122122 ... (2.34) Rearranjando o sistema de equações e colocando-o na forma matricial, obtém-se: 12 2 12 2 4626 612612 2646 612612 2 2 ' 2 2 ' 1 1 22 2323 22 2323 ql ql ql ql v v v v L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI ... (2.35) Condições de contorno: v1 = 0 , v'1 = 0 12 2 4 2 6 2 6 3 12 2' 2 2 qL qL V V L EI L EI L EI L EI ... (2.36) 8EI qL = v 4 2... (2.37) 6EI qL = v 3 2 ... (2.38) que é a solução exata. 45 Cálculo do momento no ponto [1]: v L 2 v L 4 v L 6 +v L 6 = v 2122121 6EI qL . L 2 8EI qL . L 6 = v 34 21 EI qL 12 5 = v 2 1 qL 12 5 = vEI = M 2 11 Valor exato M1 = - qL2/2 Erro: 16,6% 2.2 Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes Considere o caso geral de um elemento finito submetido a um carregamento distribuído ao longo de seu comprimento conforme indicado na figura 2.5. Fig. 2.5 - Elemento submetido a carregamento distribuído Neste caso a energia potencial total pode ser escrita da seguinte forma: qvdx dxv" 2 EI = ii h 0 2 h 0 ... (2.39) q 46 Separando na equação anterior a parcela referente à energia de deformação da parcela referente à energia potencial das cargas externas pode-se escrever que: 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2 2 2 6 612 12 6 64 2' ' '' 6 612 12 0 ' '6 62 4 2 i i i i i ii i i i i i i ii i EI EIEI EIT h h h hi i EI EIEI EIh h hh hi i j jEI EIEI EI h h h h EI EIEI EI j jh hh h v v v vEI U v dx v v v v Te e eK ... (2.40) eTe i i i i T j j i i h 0 P qh qh qh qh v v v v qvdx = i 12 2 12 2 2 2 ' ' ... (2.41) A matriz Ke é a chamada matriz de rigidez do elemento, o vetor e é chamado de vetor de parâmetros nodais do elemento e o vetor Pe é denominado de vetor de cargas nodais equivalentes do elemento. Para determinação do vetor de parâmetros nodais basta utilizar a condição de estacionariedade da energia potencial total. A partir daí basta resolver o sistema linear resultante (equação 2.42) mediante a aplicação das condições de contorno. São exemplos deste sistema as equações 2.21 e 2.35 obtidas nos exemplos 1 e 2, respectivamente. eee PK ... (2.42) 47 2.3 Matriz de Rigidez de um Elemento Finito Submetido à Carga Axial Fig. 2.6 - Elemento submetido à carga axial dxv 2 P dxv 2 IE = 2 h 0 2 ii h 0 i ii ... (2.43) ou seja: + vv h 12 +vv h 24 v h 4 +v h 4 +v h 12 +v h 12 [ 2 IE = ii2 i ji3 i 2 j i 2 i i 2 j3 i 2 i3 i ii i +]vv h 4 +vv h 12 vv h 12 vv h 12 + ji i jj2 i ij2 i ji2 i + vv h5 12 vh 15 2 +vh 15 2 +v h5 6 +v h5 6 [ 2 P ji i 2 ji 2 ii 2 j i 2 i i ]vv 15 h vv 5 1 vv 5 1 vv 5 1 +vv 5 1 + jijjijjiii ... (2.44) Calculando as derivadas em relação a Vi, V'i, Vj, V'j para o elemento i, obtém-se: + v] 10 P h IE6[+v] h5 P6 h IE12[ = v i i 2 i ii i i i 3 i ii i i v] 10 P h IE6[+v] h5 P6+ h IE12[ + j i 2 i ii j i i 3 i ii ... (2.45) + v] 15 hP2 h IE4[+v] 10 P h IE6[ = v i ii i ii i i 2 i ii i i v] 30 hP+ h IE2[+v] 10 P+ h IE6[ + j ii i ii j i 2 i ii ... (2.46) + v] 10 P+ h IE6 [+v] h5 P6+ h IE12[ = v i i 2 i ii i i i 3 i ii j i hi 48 v] 10 P+ h IE6 [+v] h5 P6 h IE12[ + j i 2 i ii j i i 3 i ii ... (2.47) + v] 30 hP+ h IE2[+v] 10 P h IE6[ = v i ii i ii i i 2 i ii j i v] 15 hP2 h IE4[+v] 10 P+ h IE6[ + j ii i ii j i 2 i ii ... (2.48) A matriz de rigidez deste elemento finito é: 15 24 102 6 30 2 102 6 102 6 5 6 3 12 102 6 5 6 3 12 30 2 102 6 15 24 102 6 102 6 5 6 3 12 102 6 5 6 3 12 ihiP ih iIiEiP ih iIiEihiP ih iIiEiP ih iIiE iP ih iIiE ih iP ih iIiEiP ih iIiE ih iP ih iIiE ihiP ih iIiEiP ih iIiEihiP ih iIiEiP ih iIiE iP ih iIiE ih iP ih iIiEiP ih iIiE ih iP ih iIiE ... (2.49) Esta matriz pode ser escrita de uma forma mais compacta, como se segue: iKiKiKiK iKiKiKiK iKiKiKiK iKiKiKiK 44434241 34333231 24232221 14131211 ... (2.50) que pode ser dividida em 4 sub-matrizes: 49 jjji ijii KK KK ... (2.51) onde: Kii = é a influência do nó i sobre os deslocamentos do nó i (influência do nó i sobre ele mesmo); Kij = é a influência do nó i sobre os deslocamentos do nó j; Kji = é a influência do nó j sobre os deslocamentos do nó i; Kjj = é a influência do nó j sobre ele mesmo. As derivadas da energia potencial total do elemento finito i em relação a vi, v'i, vj e v'j podem ser escritas em função de todos os deslocamentos da viga, como se segue (coloca-se na linha 2i-1 a derivada em relação a vi...):?????? 1 ... ' ' ... 1 0...0000...0 ............ 0... 44434241 ...0 0... 34333231 ...0 0... 24232221 ...0 0... 14131211 ...0 ............ 0...0000...0 1 ... ' ' ... 1 2 1 n v j v j v i v i v v iKiKiKiK iKiKiKiK iKiKiKiK iKiKiKiK T n v j v j v i v i v v ... (2.52) 50 Considere agora dois elementos finitos i e j: Fig. 2.7 - Elementos finitos (i) e (j) A energia potencial total dos dois elementos é dada por: jiij + = ... (2.53) As derivadas em relação aos deslocamentos de i, j e k podem ser escritas em duas parcelas: as derivadas em relação aos deslocamentos do elemento i e as derivadas em relação aos deslocamentos do elemento j. v + v = v e j e i e ij ... (2.54) v + v = v e j e i e ij ... (2.55) kj,i,=e A soma das duas parcelas das derivadas da energia potencial total dos elementos i e j é dada por: 51 ... (2.56) Parcela relacionada ao elemento i. + ' 1 ' ' ' 1 44434241 34333231 24232221 14131211 ' 1 ' ' ' 1 ... ... 0...000000...0 .............. 0...000000...0 0...000000...0 0...00...0 0...00...0 0...00...0 0...00...0 ............. 0...000000...0 ... ... 2 1 n k k j j i i iiii iiii iiii iiii T n k k j j i i v v v v v v v v KKKK KKKK KKKK KKKK v v v v v v v v 52 ... (2.57) Parcela relacionada ao elemento j. = ' 1 ' ' ' 1 44434241 34333231 24232221 14131211 ' 1 ' ' ' 1 ... ... 0...000000...0 .............. 0...00...0 0...00...0 0...00...0 0...00...0 0...000000...0 0...000000...0 ............. 0...000000...0 ... ... 2 1 n k k j j i i jjjj jjjj jjjj jjjj T n k k j j i i v v v v v v v v KKKK KKKK KKKK KKKK v v v v v v v v 53 ... (2.58) Observar a superposição de elementos nas linhas dos deslocamentos do nó j. Isso ocorre porque eles recebem duas contribuições: a do elemento i e a do elemento j. Esta mesma superposição é verificada no vetor dos termos independentes do sistema de equações para as contribuições do carregamento distribuído, quando houver aplicação deste à estrutura. De um modo geral, o sistema de equações de uma viga dividida em n elementos finitos será: ' 1 ' ' ' 1 44434241 34333231 2423224421434241 1413122411333231 24232221 14131211 ' 1 ' ' ' 1 ... ... 0...000000...0 .............. 0...00...0 0...00...0 0......0 0......0 0...00...0 0...00...0 ............. 0...000000...0 ... ... 2 1 n k k j j i i jjjj jjjj jjjijiii jjjijiii iiii iiii T n k k j j i i v v v v v v v v KKKK KKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKK KKKK v v v v v v v v 54 Uma observação importante é lembrar que se por acaso a numeração dos nós não for seqüencial, isto é, da esquerda para direita, haverá coeficientes não nulos fora da banda da matriz de rigidez global. Tal fato é indesejável uma vez que pode aumentar a área necessária de armazenamento durante a solução por computador e ainda gerar resíduos na solução do sistema linear de equações. Visando a solução do problema de vigas contínuas por via computacional é ilustrado a seguir um esquema de endereçamento no qual é indicada a posição na escala global da contribuição de cada elemento presente na discretização da estrutura. Seja o elemento ilustrado a seguir formado pelos nós i e j: Fig. 2.8 - Elemento genérico formado pelos nós i e j 55 A localização na escala global dos termos da matriz de rigidez e do vetor de cargas nodais equivalentes deste elemento é apontada pelos chamados índices de posição que neste caso são 2i-1, 2i, 2j-1 e 2j. Abaixo é colocado de que forma é efetuado este endereçamento. 44434241 34333231 24232221 14131211 KKKK KKKK KKKK KKKK 4 3 2 1 P P P P Fig. 2.9 – Esquema de endereçamento de vigas contínuas 2.3.1 Exemplo 3: Objetivando um melhor entendimento do esquema de endereçamento colocado anteriormente é colocada a seguir uma viga contínua com deslocamentos nodais a serem determinados mediante discretização indicada. 2i-1 2i 2j-1 2j 2i-1 2i 2j-1 2j Linha a ser ocupada na matriz de rigidez global Coluna a ser ocupada na matriz de rigidez global Matriz de rigidez do elemento formado pelos nós i e j 2i-1 2i 2j-1 2j Linha a ser ocupada no vetor de cargas nodais equivalentes global Vetor de cargas nodais equivalentes do elemento formado pelos nós i e j Dados: g = 10 kN/m EI = 108 kN·cm2 L = 2 m 56 Fig. 2.10 – Viga contínua discretizada em dois elementos O primeiro passo para solucionar um problema deste tipo é escrever a matriz de rigidez e o vetor de cargas nodais equivalentes para cada elemento envolvido na discretização, ou seja: Elemento 1: 12 2 12 2 4626 612612 2646 612612 2 2 1 22 2323 22 2323 1 gL gL gL gL Pe L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI K Elemento 2: 3 2 3 2 1624824 24482448 8241624 24482448 2 2 2 22 2323 22 2323 2 gL gL gL gL Pe L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI K O passo seguinte é deixar a escala local que se refere ao y x 57 domínio dos elementos e passar para escala global de toda estrutura. Para tanto é necessário determinar os índices de posição que irão apontar as posições globais dos elementos locais. Elemento 1: 2i-1=1 ; 2i=2 2j-1=5 ; 2j=6 Elemento 2: 2i-1=5 ; 2i=6 2j-1=3 ; 2j=4 A idéia então é explorar o esquema de endereçamento indicado na figura 2.9. Por exemplo, foi calculado para o elemento 1 que o índice de posição 2j-1 é igual a 5, conseqüentemente, o termo K33 da matriz de rigidez deste elemento vai ocupar a posição 55 da matriz de rigidez global. Este procedimento se repete para determinar qual a posição global de todos os elementos locais, tanto da matriz de rigidez quanto do vetor de cargas nodais equivalentes. O resultado final da matriz de rigidez e do vetor de cargas nodais equivalentes globais é colocado a seguir: i=1 j=3 i=3 j=2 58 e L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI K G 201882426 18602448612 8241624 00 24482448 00 26 00 46 612 00 612 222 232323 22 2323 222 2323 4 2 5 3 2 12 2 2 2 gL gL gL gL gL gL P G Os termos destacados receberam contribuição dos dois elementos uma vez que se referem ao nó intermediário. Impondo as condições de contorno (v1=0; v’1=0 e v2=0) obtém-se o seguinte sistema linear de equações em sua forma matricial: 4 5 2 5 3 20188 186024 82416 2 2 ' 3 3 ' 2 2 232 2 gL gL gL v v v L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI Substituindo os dados do problema tem-se: 10 50 3 40 1000004500040000 450007500060000 400006000080000 ' 3 3 ' 2 v v v cuja solução fornece: 59 rad m rad v v v 4 3 3 ' 3 3 ' 2 10839,1 10092,2 10644,1 2.4 Determinação dos esforços internos nodais Voltando ao exemplo anterior para calcular os esforços internos nos nós basta utilizar as seguintes equações anteriormente discutidas: ''' '' EIvV EIv=M ... (2.59a e 2.59b) Elemento 1: kNEIvV mkNEIv=M 138,340 219,330 ''' 11 '' 11 kNLEIvV mkNLEIv=M 138,34 058,35 ''' 13 '' 13 Elemento 2: kNEIvV mkNEIv=M 862,1504 057,4504 ''' 23 '' 23 kNLEIvV mkNLEIv=M 862,154 333,134 ''' 22 '' 22 As respostas acima explicitadas, entretanto são diferentes dos valores corretos que seriam: kNV mkN=M 138,44 552,36 1 1 60 kNV =M kNVmkN=M 862,55 0 138,24 724,31 2 2 3 3 Tal fato ocorre em virtude de que o método dos elementos finitos prescreve que o carregamento distribuído seja transformado em cargas concentradas aplicadas sobre os nós. Esse fenômeno fica mais evidente ainda quando se trabalha com um exemplo mais simples como é o caso da viga engastada com carregamento distribuído ao longo de seu domínio. Basta conferir que a energia potencial total para a estrutura submetida a carregamentos distintos colocada na figura 2.11 abaixo é a mesma. Fig. 2.11 – Transformação de carregamento distribuído em cargas nodais Uma maneira de corrigir a determinação dos esforços internos para casos como esse é efetuar a diferença entre a resposta obtida com as equações clássicas da teoria de flexão de vigas (equações 2.59) e as cargas nodais equivalentes aplicadas sobre os nós. Cabe salientar neste momento que o sentido dos esforços considerado positivo na teoria de flexão de vigas (Figura 2.12a) é diferente daquele utilizado no método MEF 61 dos elementos finitos (Figura 2.12b). Neste caso uma convenção precisa ser adotada como padrão, por conveniência a convenção tomada é a do método dos elementos finitos. Fig. 2.12 – Sentido positivo para os esforços para teoria de flexão de vigas (a) e para o método dos elementos finitos (b) Tomando como referência as respostas obtidas no exemplo anterior vem que os esforços devidamente corrigidos seriam: Elemento 1 Esforço Cortante (kN·m): kNPVV kNPVV TFV TFV 138,2410138,34 138,4410138,34 33 1 * 1 Momento Fletor (kN·m): mkNPMM mkNPMM TFV TFV 724,31)333,3(058,35 552,36333,3219,33 4 * 3 21 (*) = indica que foi necessário trocar o sinal já que para os graus de liberdade atrelado a esses esforços a convenção adotada (MEF) é diferente da convenção da teoria de flexão de vigas da qual foi obtida a resposta. Elemento 2 (a) (b) 1 2 3 4 1 2 3 4 62 Esforço Cortante (kN·m): kNPVV kNPVV TFV TFV 862,5540862,15 138,2440862,15 32 1 * 3 Momento Fletor (kN·m): 0)333,13(333,13 724,31333,13057,45 4 * 2 23 PMM mkNPMM TFV TFV (*) = indica que foi necessário trocar o sinal já que para os graus de liberdade atrelado a esses esforços a convenção adotada (MEF) é diferente da convenção da teoria de flexão de vigas da qual foi obtida a resposta. Portanto, em módulo, os valores se igualaram aos corretos, todavia aonde a convenção do método dos elementos finitos é diferente daquela colocada para a teoria de flexão de vigas o sinal está trocado. Como a resposta correta respeita a convenção da teoria de flexão de vigas é necessário corrigir o sinal nos graus de liberdade onde a convenção é desrespeitada. Sendo assim, é preciso corrigir os esforços que se referem aos graus de liberdade 1 e 4 para cada elemento. Outra forma mais direta de se determinar os esforços nodais visando à implementação computacional é multiplicar a matriz de rigidez de cada elemento por seu respectivo vetor de parâmetros nodais. Este produto chegaria a respostas iguais em módulo àquelas obtidas através da teoria clássica de flexão de vigas. De sorte que para se obter respostas corretas bastaria fazer a diferença entre este produto e o respectivo vetor de cargas nodais equivalentes para o elemento em questão. Logo, para um elemento finito genérico de comprimento hi (figura 2.13) tem-se: 63 4 3 2 1 ' ' 22 2323 22 2323 4626 612612 2646 612612 P P P P v v v v h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI h EI M V M V j j i i iiii iiii iiii iiii j j i i eee PKV ... (2.60) Fig. 2.13 – Esforços nodais em elemento genérico de viga Para exemplificar é tomado como modelo o elemento 1 do exercício resolvido acima. Por conseguinte, empregando a equação 2.60 vem que: 333,3 10 333,3 10 10839,1 10092,2 0 0 20000150001000015000 15000150001500015000 10000150002000015000 15000150001500015000 4 3 3 3 1 1 M V M V mkN kN mkN kN M V M V .724,31 138,24 552,36 138,44 333,3 10 333,3 10 058,35 138,34 219,33 138,34 3 3 1 1 Vi Mi Vj Mj j i hi E,I 64 Como esperado a resposta foi igual à correta exceto pelos sinais trocados nos graus de liberdade onde a convenção do MEF é diferente da convenção de vigas. 65 3. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (PÓRTICOS PLANOS) 3.1 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Treliça No caso das treliças, os parâmetros nodais a serem determinados são dois deslocamentos longitudinais ui e uj, conforme ilustrado na figura 3.1. Nesta mesma figura é mostrado também as cargas nodais aplicadas Pi e Pj. Fig. 3.1 – Elemento finito de treliça submetido a cargas externas Como existem dois parâmetros nodais associados ao elemento finito é adotada como função aproximadora para os deslocamentos longitudinais uma reta, isto é: BAx=uap ... (3.1) As condições de contorno então são: a) x = 0 u = ui b) x = L u = uj Logo, L uu =A ij iu=B Substituindo os coeficientes A e B na equação 3.1 a mesma pode ser reescrita como: i j ui ujx L Pi Pj E,A 66 e j i ap x u u L x L x u 1 ... (3.2) A energia potencial total para uma barra submetida a carregamento axial é dada por: U= ... (3.3) onde, dxxEAxU eTTe ''2 1 ... (3.4) eTe j iT e PP P ... (3.5) Substituindo as equações 3.4 e 3.5 em 3.3 vem que: eTeeTTe PdxxEAx= ''2 1 ... (3.6) Porém, da equação 3.2 conclui-se que: LL x 11 )(' ... (3.7) Substituindo a equação 3.7 na equação 3.6 e realizando posteriormente algumas simplificações tem-se uma nova energia potencial total dada por: 1 2 T T e e e e EA EA L L= P EA EA L L ... (3.8) 67 Impondo a condição de estacionariedade (∂π = 0) na equação 3.8 obtém-se a seguinte equação: eetreliça j i j i PK P P u u L EA L EA L EA L EA ... (3.9) Portanto, a matriz de rigidez do elemento finito de treliça é dada por: L EA L EA L EA L EA Ktreliça ... (3.10) 3.2 Matriz de Rigidez de Elemento Finito para Pórtico Plano No caso dos pórticos planos, os parâmetros nodais a serem determinados são dois deslocamentos longitudinais ui e uj, dois deslocamentos transversais vi e vj e ainda duas rotações θi e θj, conforme ilustrado na figura 3.2. Fig. 3.2 – Elementofinito de pórtico plano ui vi θi uj vj θj i j 68 Para obtenção da matriz de rigidez deste elemento basta fazer uma superposição das matrizes de rigidez dos elementos de viga e treliça discutidos anteriormente. Para tanto é necessário fazer a correta correspondência entre os graus de liberdade destes três elementos. A figura 3.3 indica uma correlação para estes graus liberdades. Fig. 3.3 – Correspondência entre os graus de liberdade dos elementos finitos de pórtico, viga e treliça Portanto, resgatando as matrizes de rigidez do elemento de viga e do elemento de treliça tem-se: 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2 2 2 12 6 12 6 6 4 6 2 12 6 12 6 6 2 6 4 viga EI EI EI EI L L L L EI EI EI EI L LL LK EI EI EI EI L L L L EI EI EI EI L LL L (2) (3) (5) (6) (2) (5) (3) (6) Posições dos elementos da matriz de rigidez do elemento de viga na matriz de rigidez do elemento de pórtico de acordo com a figura 3.3. 69 L EA L EA L EA L EA Ktreliça Uma vez estabelecido a posição a ser ocupada por cada elemento das matrizes de rigidez dos elementos de viga e treliça dentro da matriz de rigidez do elemento de pórtico a mesma pode ser escrita para o sistema local de coordenadas como: 3 2 3 2 2 2 3 2 3 2 2 2 0 0 0 0 12 6 12 6 0 0 6 4 6 2 0 0 0 0 0 0 12 6 12 6 0 0 6 2 6 4 0 0 pórtico EA EA L L EI EI EI EI L L L L EI EI EI EI L L L LK EA EA L L EI EI EI EI L L L L EI EI EI EI L L L L ... (3.11) 3.3 Matriz de Rigidez e Vetor de Cargas Nodais Equivalentes de Pórtico Plano Rotulado Como visto no item 3.2 o elemento finito de pórtico plano é resultado da soma do elemento finito de viga com elemento de treliça. Desta forma, fica evidente que uma rótula irá influenciar apenas nos termos da matriz que corresponde ao comportamento de viga. Portanto, para simplificações de cálculo será deduzida somente a matriz de rigidez de viga rotulada e endereçada para a matriz de pórtico. Considere agora um elemento finito de viga rotulado no nó i. (1) (4) (1) (4) Posições dos elementos da matriz de rigidez do elemento de treliça na matriz de rigidez do elemento de pórtico de acordo com a figura 3.3. 70 Fig. 3.4 – Elemento finito de viga rotulado submetido à carga linear Para este elemento, adota-se como função aproximadora dos deslocamentos, um polinômio do terceiro grau: 3 2V ax bx cx d ... (3.12) As condições de contorno: a) x = 0 v = vi d = vi b) x = 0 v''= 0 b = 0 c) x = hi v = vj ahi3 + bhi2 + chi + d = vj d) x = hi v'= v'j 3ahi2 + 2bhi + c = v'j Resolvendo o sistema de equações, tem-se: ' 3 3 22 2 2 j ji i i i v vv a h h h 0b ' 2 33 2 2 2 j ji i i v vv c h h id v Substituindo a, b, c e d na expressão da elástica aproximadora, obtém-se: 71 3 3 3 ' 2 1 3 1 3 1 2 2 2 2 2 2i j ji i i i i x x x x x x v v v v h h h h h ...(3.13) Para este elemento finito, tem-se o funcional de energia dado na equação 2.39. A matriz de rigidez do elemento é obtida apenas pela parcela de energia de deformação. Assim: 3 3 3 ' ' ''2 3 3 20 ' ' 3 2 3 3 3 0 0 0 0 0 3 3 3 02 3 3 3 0 i T i i i i i h i i j j i i i j j i i i EI EI EI h h hv v v vEI U v dx EI EI EI v v h h h v v EI EI EI h h h Te e eK ...(3.14) A matriz Ke representa a matriz de rigidez do elemento com rótula no nó i. Considerando agora o elemento finito rotulado no nó j, utiliza-se a mesma função aproximadora, com as seguintes condições de contorno: a) x = 0 v = vi d = vi b) x = 0 v' = v'i c = v’i c) x = hi v = vj ahi3 + bhi2 + chi + d = vj d) x = hi v'' = 0 6ahi + 2b = 0 Após o desenvolvimento dos mesmos cálculos adotados para a situação anterior, tem-se: 72 3 2 3 ' ' 2 2''2 0 ' ' 3 2 3 3 3 3 0 3 3 3 0 2 3 3 3 0 0 0 0 0 i T i i i i i h i i i i i j j j j i i i EI EI EI h h hv v EI EI EI v vEI h h hU v dx v v EI EI EI v vh h h Te e eK ...(3.15) Para este caso, a matriz Ke é a matriz de rigidez do elemento com rótula no nó j. O vetor de forças para o elemento finito de viga rotulado no nó i é dado através da parcela do trabalho de cargas externas: 1 2 ' 1 2 0 ' 2 1 2 (11 4 ) 40 0 (9 16 ) 40 (7 8 ) 120 i T i h i T e e j j q q L v v q x vdx Pq q Lv v q q L ...(3.16) O vetor Pe corresponde ao vetor de cargas nodais equivalentes do elemento com rótula no nó i. Do mesmo modo, para o elemento finito de viga rotulado no nó j, tem-se: 73 1 2 2 ' 1 2 0 1 2' (16 9 ) 40 (8 7 ) 120 (4 11 ) 40 0 i T i h i T e e j j q q L v q q Lv q x vdx P v q q L v ...(3.17) O vetor Pe é o vetor de cargas nodais equivalentes do elemento com rótula no nó j. Nos casos em que o elemento apresenta rótula nas duas extremidades, o comportamento será equivalente ao de treliça (ver item 3.1). 3.4 Rotação do Sistema de Coordenadas Na grande maioria dos casos é mais razoável gerar a matriz de rigidez do elemento finito em relação ao seu sistema de coordenadas, porém, para a montagem da matriz de rigidez global da estrutura é necessário fazer com que essa matriz passe a se referir a um sistema global de coordenadas. Esse processo se repete para todos os elementos envolvidos na discretização. Um exemplo típico onde seria conveniente utilizar a rotação do sistema de coordenadas é apresentado na figura 3.5, na qual é indicado um pórtico plano formado por dois elementos, sendo que o elemento inclinado forma um ângulo α entre o sistema global de coordenadas (X,Y) e o sistema local (x,y). 74 Fig. 3.5 – Pórtico plano Sendo U e V, respectivamente, as componentes dos deslocamentos nas direções dos eixos X e Y e u e v nas direções dos eixos x e y, respectivamente, e e as rotações em torno de um eixo perpendicular ao plano XY, ou ao plano xy, respectivamente em relação aos sistemas global e local de coordenadas, as equações que convertem os deslocamentos referidos ao sistema local para o sistema global são: cos cos u U V sen v U sen V ... (3.18) Em forma matricial expandida para o caso de pórtico plano a equação 3.18 pode ser reescrita como: cos 0 0 0 0 cos 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 cos 0 0 0 0 cos 0 0 0 0 0 0 1 i i i i i i j j j j j j u Usen v Vsen u Usen v Vsen ... (3.19) ou, ainda reescrevendo a equação 3.19 de maneira mais compacta: x(u) y(v) X(U) Y(V) α 75 L GP PT ... (3.20) Escrevendo a energia de deformação (U ) e a energia potencial das cargas externas ( ) para o caso de pórticos planos tem-se: 1 2 TL L L P P PU K ... (3.21) TL LP P ... (3.22) Neste caso,
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