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Unidade 2 - O que e imagem corporal

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- -1
IMAGEM E COMPORTAMENTO
CAPÍTULO 2 – O QUE É IMAGEM CORPORAL?
Francisco Bruno Costa Ceppi
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Introdução
Para começar nossos estudos, precisamos compreender como o conceito de imagem corporal pode ser
influenciado pelos padrões estéticos impostos pela sociedade. A partir disso, poderemos levantar reflexões,
como: o que é belo? Quem dita o que belo? Qual a relação entre harmonia e estética? Harmonia, beleza e estética
estão, necessariamente, relacionadas à saúde?
Esses questionamentos são importantes para entender a construção da autoimagem de um indivíduo, bem como
a influência desta em sua qualidade de vida. Abordaremos, assim, as variáveis que podem influenciar nessa
construção e também as práticas culturais relacionadas à estética e à saúde.
Ainda ao longo do capítulo, será abordado o conceito de expressão facial, relacionado à imagem corporal. Você
consegue diferenciar sentimento de emoção? Consegue identificar expressões ou linhas faciais que remetem ao
sentimento de alegria, tristeza, dor ou medo?
A partir dos temas abordados aqui, você poderá compreender a importância dessas expressões para a
identificação de sentimentos e emoções, configurando-se em habilidades sociais importantes.
Boa leitura!
2.1 Harmonia, estética e saúde
O culto à beleza por mulheres e homens, no decorrer do século XXI, vem crescendo cada vez mais, e os meios de
comunicação, como televisão, revistas e redes sociais contribuem significativamente para essa busca frenética
pelo belo, pela juventude e pelo bem-estar. A supervalorização da juventude, muitas vezes ligada à ideia de
sucesso, é acompanhada pela ideologia de um corpo portador de medidas ideais.
Para conhecer mais sobre o tema, clique nas abas abaixo.
Saúde e estética
O aumento de doenças crônicas, como a obesidade, nas últimas décadas, tem sido alvo de
mais estudos e intervenções. É possível observar, assim, uma crescente mobilização e
conscientização da população, sendo notória uma maior preocupação sobre aspectos
relacionados à saúde e à estética.
H á b i t o s
saudáveis
A alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e a busca por profissionais da saúde e
da estética são os novos comportamentos dos adeptos da população que busca um estilo de
vida mais saudável.
Saúde, beleza e
mídia
Em redes sociais, como Facebook, YouTube e Instagram, o acesso à informação e a influência
de bloguers e youtubers contribuem para esse novo repertório. A indústria cosmética, por
meio dos anúncios e propagandas, cria desejos e reforça imagens de corpos padronizados
(RUSSO, 2005).
Diante disso, é importante se atentar para as práticas exageradas de busca pelo perfeccionismo e negação do
envelhecimento, levando em consideração a saúde e a ética como meios de condução do profissional de estética.
2.1.1. Harmonia e estética
A busca pela harmonia do corpo e do rosto diz respeito à uma busca pelo equilíbrio estético e funcional facial ou
corporal. Pode-se entender que o conceito de harmonia está relacionado a equilíbrio e ao que é proporcional. A
harmonização facial, por sua vez, pode ser entendida como um procedimento estético que se utiliza de
preenchimentos dérmicos, tendo como objetivo elevar a autoestima de um indivíduo (CRUZ, 2018).
Você sabe qual é o conceito de estética? Clique nos itens abaixo e descubra!
• •
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• 
O conceito de estética é a apreciação da beleza ou a combinação de qualidades que proporcionam
prazer aos sentidos (JONAITIS; EMILIANO, 2017). Lira (2015) alega que a estética pode ser
considerada uma ciência, um ramo da filosofia, que se ocupa com as questões tradicionalmente
relacionadas à arte e à beleza, como escultura, pintura, música, moda e outras manifestações
culturais.
Diante disso, pode-se dizer que conceito da estética é complexo, uma vez que envolve questões psicológicas,
sociológicas, filosóficas, morais e científicas, com frequência entrelaçadas (CRUZ, 2018). A estética também pode
ser considerada uma área profissional, como destacam Gomes e Santos (2006), cujo objetivo é corrigir
problemas estéticos, além de conservar e realçar a beleza, por meio de tratamentos específicos.
Figura 1 - Simetria e harmonia facial.
Fonte: Africa Studio, Shutterstock, 2018.
A relação entre harmonia e estética é denominada “visagismo”. Mas, você sabe o que significa esse conceito?
Clique nas abas abaixo e conheça mais sobre o tema.
Imagem pessoal
Derivado de visage, um termo francês, que significa “rosto”, configura-se na arte de criar uma imagem pessoal
que revela qualidades interiores, valorizando os aspectos físicos do sujeito.
Individualização da imagem pessoal 
•
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que revela qualidades interiores, valorizando os aspectos físicos do sujeito.
Individualização da imagem pessoal 
Hallawell (2018) afirma que o visagismo surge da associação de quatro áreas de estudo científico: a linguagem
visual, a psicologia, a ciência cognitiva e a antropologia. Para o autor, o visagismo estabelece as bases da
individualização da imagem pessoal de acordo com a personalidade, o estilo de vida, a posição social e as
características físicas.
Hodiernamente, o visagismo vem ganhando importância no mercado de cosmetologia e estética, uma vez que
tem grande contribuição da prestação de serviços na área de consultoria de imagem que valoriza os pontos de
beleza do indivíduo, a partir de recursos como a maquilagem, o corte, a coloração e o penteado do cabelo, entre
outros recursos estéticos. Para o artista visual, o conhecimento dos princípios do visagismo é de grande
importância para a interpretação das expressões da figura humana (HALLAWELL, 2018).
2.1.2 Saúde e estética
A harmonia estética pode contribuir consideravelmente para o bem-estar do indivíduo. No entanto, é importante
enfatizar que a harmonia estética não está, necessariamente, relacionada ao conceito de saúde, visto que esse
último é mais abrangente.
Para conhecer mais sobre saúde e estética, clique nas setas a seguir.
Na literatura, pode-se observar que, muitas vezes, o conceito de saúde é associado ao bem-estar e à qualidade de
vida. Na clássica visão da OMS (1948), a saúde pode ser encarada como a um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença.
É possível afirmar que o conceito de saúde envolve variáveis ou determinantes, como idade, sexo, fatores
hereditários, redes sociais, condições socioeconômicas, culturais e ambientais. Faz-se importante a compreensão
sobre os determinantes, uma vez que estes representam as condições de vida de indivíduos e de grupos da
população que estão relacionadas ao estado de saúde (BUSS; PELLEGRINI, 2007).
Peguemos o exemplo da obesidade, uma doença decorrente do acúmulo de gordura no organismo que pode
trazer diversos riscos para a saúde. Seu agravo possui caráter multifatorial, pois suas causas estão relacionadas a
determinantes, como questões biológicas, históricas, ecológicas, econômicas, sociais, culturais e políticas. Trata-
se de uma doença que pode desencadear outras doenças crônicas não transmissíveis, como doenças
cardiovasculares e Diabetes mellitus (BRASIL, 2006). Na população brasileira, a obesidade é uma doença que
teve considerável aumento, decorrente da transição alimentar. Anteriormente, no Brasil, prevalecia a
desnutrição, e agora o país está entre os países com mais alto índice de obesidade.
VOCÊ SABIA?
O termo “visagismo” foi criado por Fernand Aubry, em 1937, de modo a criar uma arte que
retratasse uma imagem pessoal personalizada. Porém, é importante enfatizar que o conceito
do visagismo existe há milênios nas culturas africanas e indígenas que buscavam representar a
imagem de um indivíduo a partir de seu guia (um orixá, no caso dos africanos) ou de um
animal (no caso dos índios americanos). Já nas culturas ocidentais e orientais, o visagismo era
associado aos padrões estabelecidos por uma elite (HALLAWELL, 2018).
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Figura 2 - Obesidade como um fator de risco para a saúde.
Fonte: Gelpi, Shutterstock, 2018.
Essas questões remetem a um quadro de transição epidemiológicaque diz respeito a complexas mudanças nos
padrões de saúde e doença da população e à influência de fatores consequentes e determinantes demográficos,
econômicos e sociais dessas mudanças. Com a transição epidemiológica brasileira, ao logo das últimas décadas, é
possível notar que houve uma diminuição das doenças infecciosas e um aumento de doenças crônicas ou
degenerativas (PEREIRA; SOUZA; VALE, 2015). Nos últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) do ano de 2018, os idosos representam 13,1% da população brasileira. A projeção do IBGE
para o ano de 2060 é que a população de idosos chegue a 32%, ultrapassando o número de crianças que
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para o ano de 2060 é que a população de idosos chegue a 32%, ultrapassando o número de crianças que
representará 15% (IBGE, 2018).
No que tange à estética, a busca pelo rejuvenescimento tem sido cada vez mais frequente, decorrente da
supervalorização da beleza e da busca pela adequação aos padrões socialmente construídos e potencializados
pelos meios de comunicação.
2.1.3 Imagem corporal
Diversas são as explicações para “corpo” que passam pela medicina, pela biologia, pela poesia, pela cultura, pela
arte, pela mídia, pelo econômico ou pelo social (ANDRADE, 2003). Para Michel Foucault (1926-1984), o corpo é
destacado como expressão de poderes e de saberes que se articulam, de forma estratégica, na história da
sociedade ocidental (SILVEIRA; FURLAN, 2003). A imagem corporal é a forma com que o corpo se apresenta para
si próprio, ou seja, a forma que o indivíduo se percebe e se sente em relação ao seu corpo (RUSSO, 2005).
Segundo Tavares (2003), o conceito de imagem corporal está vinculado ao significado dos termos imagens e
corpo, levando em consideração a subjetividade. De acordo com Adami et al. (2005), a imagem corporal envolve
aspectos cognitivos, afetivos, sociais, culturais e motores.
Figura 3 - Função social e status na construção da imagem corporal
Fonte: javi_indy, Shutterstock, 2018.
A construção dessa imagem remete, de algum modo, ao sentido das imagens corporais que circulam na
sociedade e nas relações que se estabelecem. Sendo, assim, uma criação sociocultural, o corpo remete às ideias,
crenças e às imagens que se fazem dele (RUSSO, 2005). O uso dos aparatos cosméticos e das técnicas de
mudança corporal podem ser extrapolados na tentativa de se alcançar modelos que, muitas vezes, são
inalcançáveis, muitos criados e ajustados por técnicas de manipulação da imagem, como o uso de Photoshop
(LEAL et al., 2008). O impacto da mídia pode ser negativo para a saúde, podendo contribuir para consequências
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(LEAL et al., 2008). O impacto da mídia pode ser negativo para a saúde, podendo contribuir para consequências
graves, como os transtornos alimentares. Diante disso, cabe ao profissional de estética estar atento a essas
questões, buscando compreender as variáveis que envolvem esse fenômeno.
2.2 Padrões de beleza e cultura
A preocupação com a beleza é histórica e os padrões sociais acompanham o ser humano desde os primórdios.
Vários são os determinantes dos padrões sociais de beleza, como o contexto histórico, a região, a cultura ou a
religião. Os cortes de cabelo, os tipos de vestimentas, o formato de corpo e rosto, dentre outros aspectos, fazem
parte desses padrões, que são mutáveis.
Conforme alguns aspectos da cultura mudam, os padrões de beleza também mudam e estes exercem grande
influência no comportamento do indivíduo, bem como na autoimagem. Andrade (2003) afirma que, assim como
o corpo e a identidade são mutáveis, os significados também não são sempre os mesmos, não são fixos.
Atualmente, o padrão de beleza tem sido associado à saúde, ao corpo mais magro e às cirurgias plásticas,
configurando-se em um padrão comum a diversas culturas da contemporaneidade.
2.2.1 O que define os padrões de beleza?
A beleza diz respeito a uma característica que remete ao agradável, ao estado de equilíbrio e harmonia, podendo
despertar sentimentos de bem-estar e atração, conforme descrito por Sócrates: a beleza é uma sensação de
perfeita satisfação. Pode estar associada à sedução, ao socialmente aceito e à saúde, enquanto os padrões de
beleza atuam diretamente nas representações sociais do corpo (BARROS; OLIVEIRA, 2017).
Para conferir outros aspectos relacionados aos padrões de beleza, clique nas abas abaixo.
•
Corpo físico
A definição de beleza, muitas vezes, está associada ao corpo físico. Contudo, alguns autores
atestam que a beleza pode estar associada à forma como nos relacionamos com o mundo ou com
os objetos (SAMPAIO; FERREIRA, 2009). Mas, quanto aos padrões de beleza física, quem os define?
•
Gordo ou magro?
Ser gordo ou magro, ser saudável ou doente, ser belo ou ser feio são representações com
significados que foram produzidos em determinadas culturas e contextos históricos diferentes.
Houve uma época em que a beleza feminina estava associada à imagem de um corpo mais robusto.
Nessa mesma época, o significado de beleza estava relacionado à fartura, à riqueza. Então, a
mulher gorda era sinônimo de poder e sucesso. Com o avançar das práticas e descobertas em
saúde, hoje, a beleza está associada ao corpo magro, saudável, que recebe cuidados estéticos.
•
Grécia Antiga
Em outras culturas, como na Grécia antiga, o significado de beleza estava relacionado à figura
masculina, e a mulher era excluída da sociedade.
•
Cultura ocidental
•
•
•
•
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Contudo, na cultura ocidental, é possível perceber que as descrições realizadas no decorrer da
história, acerca dos padrões de beleza de épocas passadas, geralmente estão associadas à figura
feminina.
•
Atualmente
Hoje, percebe-se a preocupação de ambos os sexos com os cuidados na estética e a influência e as
consequências do capitalismo na definição dos padrões. Além dos padrões de beleza serem
definidos pelo contexto histórico e cultural, há autores que os associam também à visão
biologicista e sustentam suas ideias com um raciocínio evolucionista.
Para dar sequência aos seus estudos sobre imagem e comportamento, o próximo subtópico apresentará sobre os
padrões de beleza no decorrer da história da humanidade. Acompanhe!
2.2.2 Os padrões de beleza no decorrer da história da humanidade
Alguns aspectos físicos que eram valorizados no passado podem não ser mais valorizados nos dias atuais e vice-
versa. Adicionalmente, aspectos que são valorizados no Brasil podem não ser valorizados em países do
continente europeu, como Itália e França; e muitos aspectos valorizados na África não são os mesmos aspectos
valorizados na Ásia. No decorrer da história da humanidade, sempre houve estereótipos aceitáveis de boa forma
e beleza, contudo, esses padrões foram influenciados por ideologias políticas, religiosas, elitistas e sociais.
Flor (2009) atesta os diferentes padrões existentes no decorrer dos tempos. Na Grécia antiga, os padrões de
beleza estavam associados ao nu masculino. O corpo devia ser mostrado sempre forte e exercitado, devendo
seguir a um modelo simétrico e proporcional. A beleza humana era retratada na arte por meio da escultura, além
de escritos de grandes filósofos da época.
•
VOCÊ QUER LER?
O livro “História da beleza” foi um sucesso editorial do filólogo, crítico literário e semiólogo
Umberto Eco (1932-2016), o qual contou com o auxílio do pesquisador Girolamo de Michele. A
obra possui, além da introdução, dezessete capítulos que retratam as transformações do
conceito do Belo ao longo dos tempos, acrescentando debates artísticos, literários e sociais de
cada época.
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Figura 4 - Padrão de beleza na Grécia antiga.
Fonte: Rob Wilson, Shutterstock, 2018.
Na Idade Média, as questões morais e religiosas influenciavam a forma de se vestir o corpo, principalmente o
feminino, que não podia ser exibido. O conceito de beleza estava ligado ao divino e ao plano espiritual,
acreditando-se que essa era uma consequência da obediência, devoção, pureza e castidade. Já no fim da Idade
Medieval e no Renascimento, as formas corporais e a apresentação de um corpobelo eram mais valorizadas, e as
representações em torno do corpo feminino desfrutavam maior liberdade. Mulheres com corpos robustos,
brancas, altas, olhos claros e cabelos lisos e claros possuíam o corpo padrão feminino do Renascimento.
Os corpos femininos avantajados e robustos foram sinônimos de beleza por muito tempo, principalmente ao
longo dos séculos XVIII e XIX, época da Revolução Industrial, em que a valorização do corpo feminino em forma
de ampulheta lançara o uso de espartilhos desconfortáveis e apertados. No século XX, houve grandes mudanças
culturais para as mulheres, decorrentes de conquistas de emancipação e independência. Os espartilhos, antes
associados aos padrões de beleza, foram substituídos por roupas mais leves, soltas e elegantes, sem a exigência
da marcação na cintura.
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Flor (2009) afirma, ainda, que no decorrer do século XX, em regiões da Europa, como a Alemanha, os padrões de
beleza eram influenciados por questões políticas, morais e religiosas (período nazista), em que o belo era o
indivíduo que se adequava aos modelos arianos. Nesse mesmo século, nos Estados Unidos, os anos 1940 e 1950
foram marcados pelo padrão de beleza de figuras famosas de Hollywood, como Marilyn Monroe, e cantores,
como Elvis Presley, que influenciava o estilo de homens da época.
Nesse período, a imagem da beleza sofre mudanças, sendo agora associada à conquista de um corpo saudável,
adquirido por meio de um exercício intencional de autocontrole, envolvendo força de vontade, restrição e
vigilância constantes. O corpo mais magro e mais esguio passa a ser o novo padrão de beleza, repercutindo até os
dias atuais (ANDRADE, 2003).
2.2.3. Beleza nos dias atuais
De acordo com Andrade (2003), no século XXI, o corpo passa a ser visto como um projeto que deveria estar em
sintonia com as tecnologias e os objetos de consumo para não se tornar obsoleto. Diante dessa afirmação, é
possível discutir como os padrões de beleza nos dias atuais são influenciados pelos avanços da globalização.
Para conhecer mais sobre como a beleza é vista no nosso tempo, clique nas abas abaixo.
Beleza e saúde
A busca pela beleza do século XXI vem mobilizando a população para um estilo de vida mais saudável. O
interesse na saúde pode ser percebido por meio de páginas em redes sociais, em que as pessoas compartilham
informações sobre alimentação ou estilo de vida mais saudável.
Mídia e saúde
Nesse sentido, a mídia pode contribuir para a propagação de informações sobre a saúde. Não há dúvidas sobre a
importância da educação alimentar e a promoção de práticas alimentares mais saudáveis.
Os riscos
No entanto, é preciso ter cuidado como essas informações propagadas, que muitas vezes são tendenciosas. Na
tentativa de emagrecer, diversas mulheres caem na armadilha da dieta e aderem a práticas inadequadas, sem
acompanhamento de profissionais especializados.
Danos à saúde
O uso de remédios, laxantes, jejum prolongado e excesso de atividade física são alguns dos métodos para
emagrecimento, muitas vezes usados sem se preocupar com os danos que podem causar à saúde (WITT;
SCHNEIDER, 2011).
Além disso, a busca por cirurgias plásticas tem sido cada vez mais frequente. De acordo com o censo realizado
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, no Brasil foram realizadas, no ano de 2016, 1.472.435 cirurgias,
sendo 839.288 de cunho estético e 664.809 de caráter reparador.
VOCÊ QUER VER?
O filme de Anne Fontaine (2009) retrata a história de Coco Chanel, umaCoco antes de Chanel, 
jovem parisiense e humilde com talento para costura que trabalhava como cantora em um bar.
Sua vida muda quando passa a ser conselheira de moda e amante de um homem rico. Coco
revoluciona a história da moda e o padrão de beleza, passando a ser bastante reconhecida na
área de moda e costura parisiense.
- -11
Assim, diante desse novo padrão de beleza imposto na atualidade, as academias de ginástica, os consultórios dos
cirurgiões plásticos, os centros de tratamento estético e a venda de produtos voltados para o emagrecimento ou
o aumento da massa muscular fazem parte de um mercado em franca expansão (SAMPAIO; FERREIRA, 2009).
Todavia, profissionais de saúde não podem, simplesmente, estar alheios ao que se passa no mercado midiático.
Eles devem sempre buscar a atualização e a educação continuada.
2.3 Construção da autoimagem
A autoimagem diz respeito à percepção ou ao conhecimento que o indivíduo tem de si. Não diz respeito somente
à percepção da imagem física, mas também é o reconhecimento de potencialidades, sentimentos, atitudes e
ideias. A construção da autoimagem é influenciada por variáveis como a interação com o contexto social,
histórico, econômico, cultural em que vive, os aspectos relacionados ao desenvolvimento e comportamentos
padrões, cuja sociedade denomina de “personalidade”.
Autoimagem, autoestima, identidade e autoconhecimento são processos construídos a partir da autoimagem e,
em um contexto social, trata-se de produtos de contingências de reforçamento positivo de origem social. Do
mesmo modo, a etiqueta pessoal e profissional trata-se de um conjunto de comportamentos habilidosos sociais,
provenientes de contingencias reforçadoras positivas.
2.3.1 Autoimagem como um processo de construção de identidade e 
autoconhecimento
Como visto anteriormente, a autoimagem é apenas um indicador de autoconhecimento e surge na interação da
pessoa com seu contexto social, à medida que se aprende a interpretar o meio em que vive. É construída durante
a vida, por meio de experiências vividas. A forma como o indivíduo se percebe pode contribuir para a construção
de sua identidade, contudo isso não é o suficiente para entender a si mesmo, pois identidade não corresponde a
autoconhecimento.
Clique nas setas e aprenda mais sobre o assunto.
A identidade está relacionada aos papéis sociais de um indivíduo, como ser pai, mãe, filho, estudante, psicólogo,
sendo resultado desse processo de socialização. Para Laurenti e Barros (2000), a identidade deve ser vista como
uma totalidade, não apenas como multiplicidade de papéis sociais, mas também em sua constituição a partir de
elementos biológicos, psicológicos e sociais.
Ciampa (1984) propõe que a identidade é a reposta a cada momento, ou seja, não é algo pronto, acabado e
atemporal como muitos consideram ser, e sim algo que está em um contínuo processo de mudança. Bauman
(2005) também aborda a identidade. Para ele, ela é como um processo fluído: líquida, diluída e alterada,
proveniente do que ele denominou de “modernidade líquida”, em que nada se mantém na mesma forma por
VOCÊ QUER LER?
O livro “O corpo do brasileiro: estudos de estética e beleza”, organizado por Renato da Silva
Queiroz (1999), retrata a construção social e cultural do corpo do brasileiro e também como
nossa cultura formata e dá sentido aos corpos, aos padrões de beleza e às questões sobre cor e
raça. A obra é concluída relatando-se que a beleza corporal está relacionada à inteligência e ao
poder aquisitivo elevado na sociedade ocidental.
- -12
proveniente do que ele denominou de “modernidade líquida”, em que nada se mantém na mesma forma por
muito tempo.
A construção da identidade é um processo complexo e se processa em diversos planos, como sexual, social e
profissional. No plano social, os valores culturais se formam por meio das normas, dos hábitos, das leis e dos
preconceitos, sendo que são fatores determinantes na construção da identidade (OLIVEIRA, 2000).
Por sua vez, o autoconhecimento está relacionado à consciência de si ou ao comportamento de discriminar os
próprios comportamentos, bem como as variáveis que os controlam. Surge, portanto, a partir de observações dos
próprios comportamentos e se configura como um comportamento verbal discriminativo (autorrelato), que só
pode ocorrer na interação social (BRANDENBURG; WEBER, 2005).
É por meio da comunidade verbal (influenciada por pais, cuidadores e educadores) que o sujeito aprende a
observar seus comportamentos. Diferentes comunidades geram tipos e quantidades diferentes de
autoconhecimento,assim como as diferentes maneiras de uma pessoa explicar a si mesma e aos outros
(SKINNER, 1974/2006). Diante disso, é possível reafirmar o caráter social do ser humano, uma vez que o
comportamento dos outros diz muito sobre quem cada um é e onde encontram-se as condições antecedentes ou
as consequentes dos nossos comportamentos. A partir do momento em que o indivíduo se torna consciente de
seus comportamentos e das circunstâncias em que ocorrem esses comportamentos, há a liberdade, o
autocontrole e a possibilidade de modificar o seu comportamento (BRANDENBURG; WEBER, 2005).
2.3.2 Autoimagem, autoestima e estética
A autoestima é o conjunto de atitudes que cada pessoa tem sobre si mesma e pode ser vista como uma percepção
avaliativa de si, de modo a julgar ideias sobre si de forma positiva ou negativa. Diz respeito à apreciação de si.
Todavia, ela não é estática, pois pode apresentar altos e baixos, e revela-se nos acontecimentos sociais,
emocionais e psicossomáticos (MOSQUERA; STOBÄUS, 2006).
VOCÊ SABIA?
A psicoterapia é um recurso bastante importante na promoção do autoconhecimento. Quando
bem aproveitada e conduzida, a psicoterapia pode ajudar o indivíduo a enxergar as
contingências em que está envolvido, ou seja, pode ajudá-lo a alcançar a visão mais ampla e
diferenciada em relação à própria vida e às suas relações. Além disso, o autoconhecimento
pode ser bastante importante como técnica terapêutica para a mudança comportamental.
- -13
Figura 5 - Autoestima como fortalecimento e apreciação da autoimagem.
Fonte: Haywiremedia, Shutterstock, 2018.
Para a ciência do comportamento, a autoestima é produto de contingências de reforçamento positivo de origem
social. Diz respeito a um sentimento aprendido e desenvolvido durante a vida do indivíduo, que somente pode se
desenvolver a partir da inserção da pessoa num contexto social, sendo esse desenvolvimento proporcional à
capacidade do meio social (GUILHARDI, 2002).
Associa-se, ainda, autoestima à possibilidade de a pessoa sentir-se livre, amada, de tomar iniciativas e de
apresentar criatividade (GUILHARDI, 2002). Assim, o desenvolvimento desse sentimento pode contribuir para a
emissão de comportamentos que remetem à autoconfiança e à responsabilidade. A baixa autoestima está
relacionada ao pouco acesso a esses reforçadores. Quando uma pessoa tem baixa autoestima, muitas vezes
acredita ou não sente que está dentro dos padrões de beleza impostos pelo grupo social ao qual pertence.
2.3.3 Etiqueta, imagem pessoal e profissional
A etiqueta é um conjunto de regras de comportamento que especifica como devemos nos comportar
socialmente. Esses comportamentos também são selecionados por meio do reforçamento positivo social. A
história da etiqueta está relacionada ao processo civilizatório da sociedade europeia, caracterizada pela
mudança e saída da Idade Média para a Modernidade. No entanto, a etiqueta é vista pela sociedade, ainda nos
dias atuais, como um sinal de boa educação e social.status
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Nesse sentido, é possível afirmar que a etiqueta está relacionada à imagem pessoal e profissional. A aparência, as
atitudes comportamentais, como ética, postura, conhecimento e competência fazem parte da etiqueta.
Comportamentos de etiqueta estão relacionados às habilidades sociais.
Habilidades sociais são definidas como sendo um repertório comportamental apurado que promove a formação
de relações interpessoais mais éticas e saudáveis (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2010). Um repertório
comportamental habilidoso é importante, uma vez que pode facilitar a aceitação pelos outros, o ajustamento
social satisfatório, além de contribuir com a iniciação e regulação dos relacionamentos.
Alguns exemplos de habilidades sociais, como civilidade, altruísmo, empatia, conversação, entre outras, são de
fundamental importância para a adaptação do indivíduo às expectativas sociais, bem como a adaptação das
respostas exigidas por ambientes específicos (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2010).
2.4 Expressões faciais e imagem corporal
A comunicação é um processo importante de interação, pois podemos compartilhar mensagens, ideias,
sentimentos e emoções. Há dois tipos de comunicação: verbal e não verbal. A linguagem verbal diz respeito à
linguagem falada ou escrita, por meio de símbolos, signos e regras gramaticais. Por sua vez, a linguagem não
verbal não se utiliza de linguagem falada ou escrita, tendo como exemplo as expressões faciais que possuem
grande importância no dia a dia, uma vez que podem auxiliar na comunicação e influenciar o comportamento
VOCÊ O CONHECE?
Erasmo de Rotterdam pode ser considerado o autor do significado da ideia de civilidade, a qual
foi primeiro tratada no livro “Da civilidade em crianças” (1530), que abordava os modos de
comportamento a serem ensinados na educação infantil. Na época do Renascimento,
Rotterdam escreveu um manual de boas maneiras, cujos ensinamentos rapidamente se
alastraram entre os membros das cortes europeias que se dedicavam em diferenciar seu
próprio comportamento dos da plebe. Nessa época, a alta corte e aqueles que possuíam meios
de ter mais instrução eram os que detinham os valores humanistas. Assim, a etiqueta passou a
ser um indicador de status social atribuído à nobreza e à corte.
VOCÊ QUER LER?
“Etiqueta empresarial e marketing pessoal” é um livro escrito por Roberto Palmeira (2014)
que trata da importância da etiqueta empresarial e do marketing pessoal para a conquista de
um ótimo emprego, a relação com as pessoas no nível pessoal e profissional, a conquista e a
manutenção de clientes, o trabalho em equipe, a realização de bons negócios no mundo e
também para ser um excelente líder. O autor enfatiza alguns comportamentos adequados que
devem ser emitidos no mercado empresarial, sendo estes imprescindíveis para o sucesso nos
negócios.
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grande importância no dia a dia, uma vez que podem auxiliar na comunicação e influenciar o comportamento
das pessoas. Ademais, as expressões faciais podem funcionar como indicativos de sentimentos, tais como alegria,
tristeza, medo, dor, confiança, entre outros.
Não obstante, emoções e sentimentos, quando não expressados de forma devida, podem trazer diversas
consequências para o organismo, como as doenças psicossomáticas. A pele é um órgão bastante afetado por
essas doenças, como hiperidrose, urticária, psoríase, acne, vitiligo, dermatite e outras. Essas expressões também
podem funcionar como sinais de envelhecimento, as chamadas “linhas de expressão”. Rugas, linhas do tempo e
rugas mistas são tipos de linhas de expressão (GUIRRO; GUIRRO, 2004). As linhas de expressão são fontes de
preocupação em diversas pessoas, que recorrem, assim, a cuidados corretivos e tratamentos estéticos em busca
de beleza e rejuvenescimento.
2.4.1 As expressões faciais: emoções e sentimentos
A comunicação é importante para o ser humano. Por sermos uma espécie social, saber como o outro se sente em
relação ao que fazemos e dizemos é importante. Sendo assim, a expressão de sentimentos é extremamente
fundamental para que se saiba qual a melhor forma de agir diante do outro (HÜBNER; MOREIRA, 2013).
Emoções e sentimentos podem ser emitidos a partir dos órgãos dos sentidos, como visão, audição, olfato e
paladar (PAGANO, 2003).
Clique nos itens abaixo e conheça mais sobre as expressões faciais.
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As expressões faciais são formas de expressar as emoções e sentimentos. Muitas vezes emoção e
sentimento são vistos como sinônimos, no entanto, são distintos.
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Podemos considerar essas manifestações como privadas, ou seja, acessíveis apenas à pessoa que
sente (HÜBNER; MOREIRA, 2013).
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A emoção pode ser entendida como uma reação instintiva, conjunto de respostas químicas e
neurais que podem surgir a partir do estímulo externo, como o choro ou o riso.
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As emoções são respostas de nível inferior que afetam o sistema límbico do cérebro (PAGANO,
2003).
Para alguns autores da ciência do comportamento, as emoções são produtos da história evolutiva e pessoal do
indivíduo em conjunto com as contingências atuais(BRITTO; ELIAS, 2009).
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Figura 6 - As expressões faciais têm funções sociais.
Fonte: Nataliia Romashova, Shutterstock, 2018.
Por sua vez, sentimento diz respeito a como uma pessoa se sente diante da emoção. Skinner (1974/2006) relata
que sentimentos também podem ser entendidos como produtos colaterais das contingencias que, por sua vez,
são inerentes à espécie humana.
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Assista ao vídeo abaixo e aprenda mais sobre o tema.
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1549886560&entry_id=1_b9zirqvj
Note que os sentimentos, muitas vezes, são influenciados pela memórias e crenças. Sentimentos podem estar
condicionados a certos estímulos, a partir de experiências anteriores em nossa história (HÜBNER; MOREIRA,
2013).
2.4.2 Doenças psicossomáticas: como o corpo pode responder às emoções
O seu estado emocional pode desencadear diversas reações em seu corpo. Um exemplo disso são as doenças
psicossomáticas que se configuram como transtornos de origem psicológica, que podem desencadear múltiplos
sintomas físicos ou alterações orgânicas (PETRONE, 1994). Pacientes com sintomas psicossomáticos podem
apresentar dores de cabeça, dor nas costas, alterações gastrointestinais, hipertensão, falta de ar, doenças de pele,
herpes e outros. Clique nas abas e aprenda mais sobre o assunto.
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Doenças e comportamento
Para melhor entender essas doenças, precisamos esclarecer que tanto os nossos comportamentos
como as nossas reações, emoções e sentimentos são produtos das contingências às quais estamos
expostos.
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Alterações fisiológicas 
Muitas vezes, as alterações fisiológicas que desencadeiam essas doenças são provenientes de uma
história, de longo período, de contingências aversivas presentes constantemente na vida de um
indivíduo que, muitas vezes, não tem como escapar delas.
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Doenças e estresse
Diversos estudos vêm buscando compreender as correlações entre as doenças de pele e o estresse,
CASO
Um exemplo de um sentimento que pode surgir em situações em que as respostas anteriores
foram reforçadoras positivas é a alegria. Habitualmente, podemos sentir alegria quando
conversamos com um amigo, porque, em outros momentos em nossa história, conversar com
ele proporcionou bons momentos ou boas risadas. Um outro exemplo de produção de
sentimentos a partir de um condicionamento prévio acontece quando você encontra uma
pessoa na rua e sente raiva dela, pois, em um momento anterior do passado, ela falou de forma
grosseira com você. O sentimento de raiva pode surgir, assim, na presença de estimulação
aversiva. O sentimento de tristeza geralmente está relacionado com limitações ou términos de
reforçadores.
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Diversos estudos vêm buscando compreender as correlações entre as doenças de pele e o estresse,
a qualidade de vida e os eventos de vida. A pele é o órgão que está em contato direto com o mundo
externo, o ambiente e as pessoas, sendo bastante importante uma compreensão biopsicossocial
sobre o seu adoecimento.
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Exemplos de doenças
Por ser um órgão intimamente ligado ao sistema nervoso, inúmeras doenças de pele podem estar
relacionadas a causas emocionais (MONTAGU, 1988). Alguns exemplos de doenças
psicossomáticas na pele são: hiperidrose, urticária, vitiligo, prurido, alopecia areata, escoriações,
dermatites, acne e psoríase.
Alguns distúrbios da pele geram grande impacto social e, muitas vezes, por falta de informação, as pessoas agem
de forma preconceituosa, por acreditar no contágio da doença.
O estigma, o sentimento de inadequação e a discriminação são problemas comuns às pessoas com doenças
psicossomáticas que afetam a pele. A sensação de anormalidade diante das exigências estéticas externas pode
desencadear baixa autoestima, e até mesmo a adaptação à doença pode ser estressante. Assim, faz-se necessário
atentar-se a esses sintomas, tendo em vista que o tratamento requer a multidisciplinaridade de profissionais,
como psicólogos, psiquiatras, dermatologistas e profissionais da estética.
2.4.3 Expressões como sinais de envelhecimento
A velhice é uma etapa da vida que pode ser compreendida a partir de aspectos cronológicos, biológicos,
psicológicos e sociais. Em relação aos aspectos biológicos, o processo de envelhecimento pode envolver o
declínio das funções do corpo, tais como perda de massa óssea, desgaste de tecidos, declínio de alguns órgãos do
sentido, como visão e audição; perda da elasticidade e oleosidade da pele, tornando-a mais fina e friável
(IRIGARAY; SCHNEIDER, 2008).
As expressões também estão presentes nos processos e fases do desenvolvimento humano. Os chamados “sinais
de expressão” remetem às características adquiridas ao longo dos anos devido ao processo de amadurecimento
ou envelhecimento. As linhas de expressão, muitas vezes, são denominadas “rugas” e podem ser causadas por
diversos fatores. Os fatores genéticos e ambientais podem influenciar de forma significativa, de modo que o
aparecimento dessas linhas pode ser precoce ou tardio.
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VOCÊ SABIA?
A psoríase é uma doença da pele bastante comum, de caráter crônico e não contagioso. Seus
sintomas podem desaparecer e reaparecer periodicamente. Sabe-se que sua causa pode estar
relacionada ao sistema imunológico, às relações com o meio e à genética. Aspectos psicológicos
e estresse podem colaborar para o surgimento da doença. Adicionalmente, é comum o
diagnóstico ser associado à artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças
gastrointestinais, distúrbios do humor e, até mesmo, a diversos tipos de cânceres.
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Figura 7 - Expressões faciais como sinais de envelhecimento.
Fonte: Kuttelvaserova Stuchelova, Shutterstock, 2018.
A ação provocada pelo meio ambiente, principalmente a exposição exagerada à luz solar, pode colaborar para o
envelhecimento precoce. A submissão à irradiação de luz UV constante pode apresentar diversos problemas de
pele, como atrofia acentuada, ressecamento, descamação fina, leucodermia, elastose solar, dentre outras
alterações que trazem danos à epiderme, derme e estruturas anexas. Além da exposição à radiação solar, o estilo
de vida, a má alimentação, o estresse fisiológico, a poluição e o uso de toxinas, como tabaco e álcool, podem
contribuir para a formação precoce de flacidez, rugas e manchas na pele (PAGNANO, 1990).
A busca por procedimentos e tratamentos que auxiliem no retardo do envelhecimento da pele tem sido cada vez
mais frequente. Substâncias como ácido hialurônico e toxinas botulínicas são bastante utilizadas por cirurgiões
plásticos ou dermatologistas. No entanto, faz-se necessário considerar algumas condutas preventivas como
métodos essenciais para o retardo do envelhecimento da pele, como uso diário de protetor solar, hidratação,
hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos rotineiros.
Síntese
No decorrer do capítulo, você aprendeu sobre diversas questões que giram em torno da construção da imagem
corporal. Adicionalmente, conheceu os padrões de beleza vigentes em alguns momentos históricos da civilização,
bem como os padrões vigentes nos dias atuais.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre os conceitos de harmonia e estética;
• compreender que a imagem corporal é a forma como o corpo se apresenta para si próprio;
•
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• compreender que a imagem corporal é a forma como o corpo se apresenta para si próprio;
• saber que a preocupação com a beleza é histórica e os padrões sociais acompanham o ser humano desde 
os primórdios;
• compreender que a autoestima é o conjunto de atitudes que cada pessoa tem sobre si;
• aprender que as expressões faciais são formas de expressar as emoções e sentimentos, bem como sinais 
de idade e velhice;
• compreender que as doenças psicossomáticas se configuram como transtornos de origem psicológica 
que podem desencadear múltiplos sintomas físicos ou alterações orgânicas.
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