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Exercício de História da África e da Cultura Afro-brasileira FAEL 09

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1
“O resultado desse êxodo foi o declínio, quando não a completa paralisação de inúmeros serviços essenciais anteriormente a cargo dos europeus. Em certos casos, como no Senegal, africanos foram especialmente treinados para ocupar as funções vagas. Na África Ocidental Inglesa, postos até então reservados aos brancos foram ocupados por africanos instruídos, o que, conforme salientou Richard Rathbone, explica em parte a lealdade da elite durante a guerra. Na África Ocidental Francesa, o governadorgeral queixavase de que os britânicos, os quais, contrariamente aos franceses, não estavam sujeitos à mobilização geral em suas colônias, aproveitavamse da situação para ocupar o terreno vago deixado pela partida dos agentes comerciais franceses. A presença europeia somente se reforçaria notadamente no Egito, onde desembarcaram vastos contingentes britânicos para a ofensiva aliada no Oriente Médio. Aos olhos dos africanos, o espetáculo inédito de europeus combatendose entre si – coisa que jamais haviam feito durante a ocupação colonial – talvez tenha sido ainda mais chocante do que o aparente êxodo. Pior ainda, os colonizadores incitavam os súditos uniformizados a matar o “inimigo” branco, até então pertencente a um grupo considerado sacrossanto dada a cor de sua pele, sendo todo ataque a qualquer de seus membros punido com a máxima severidade.” 
CROWDER, Michael. A Primeira Guerra Mundial e suas consequências. BOAHEN, Albert A. História geral da África VII: África sob a dominação colonial, 1880-1935, Brasília: UNESCO, 2010, p. 328-330. 
Com base no trecho acima e da situação na África, é correto afirmar:
A - A Primeira Guerra Mundial se iniciou pelas disputas imperialistas dos países europeus, as quais se transferiram para todos os domínios dos países, inclusive a África. check_circleResposta correta
B - Apesar de a Primeira Guerra Mundial não empregar contingentes africanos nos conflitos, a Europa exauriu os recursos africanos para alimentar e fornecer materiais às tropas em guerra.
C - As nações europeias não incentivaram as populações africanas a atacarem seus inimigos europeus, pois colocar os africanos na guerra poderia significar perder peças importantes na África.
D - Como a África não foi o principal terreno de conflitos da Primeira Guerra Mundial, pouco foi investido e desenvolvido no continente em função da guerra.
E - Quando do início da Primeira Guerra Mundial, grande parte da África já era independente e pouco dos conflitos foram transferidos para a África.
2
Leia o trecho abaixo 
“Tal ideia parece-nos um pouco exagerada, como é aliás apontado por Elikia M’BOKOLO em “Afrique Noire Histoire et Civilisations”, já que se, por um lado, a Conferência resulta essencialmente de uma iniciativa alemã, potência que comparativamente às outras suas congéneres europeias tinha menores interesses em África, por outro, ela de facto corresponde, grosso modo, à regulação de questões decorrentes da exploração comercial dos territórios que cada país reivindicava para a sua esfera de influência, tendo, por isso, assumido uma importância relevante a ocupação efectiva desses territórios por parte das potências administrantes” 
BORGES, João M. A constituição do Estado Moderno em África: o problema das fronteiras. Brief Papers, n°2/95, CEsA, Lisboa, 1995, p. 1. 
Qual é o evento que o trecho acima aborda?
A - Conferência de Berlim. check_circleResposta correta
B - Independência de Angola.
C - Primeira Guerra Mundial.
D - Primeira Revolução Industrial.
E - Segunda Revolução Industrial.
3
Leia o trecho abaixo 
“Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação — diferentemente dos Estados Unidos e da África do Sul, por exemplo — não caracterizada por conflitos raciais abertos. Além disso, imagina-se que em nosso país as ascensões sociais do negro e do mulato nunca estiveram bloqueadas por princípios legais tais como os conhecidos Jim Crow e o Apartheid dos referidos países. Para os que imaginam e advogam a singularidade paradisíaca brasileira, isto significa dizer que o critério racial jamais foi relevante para definir as chances de qualquer pessoa no Brasil. Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças.” 
BERNARDINO, Joaze. Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 2, 2002, p. 249. 
Qual o conceito ou palavra que melhor define o trecho acima:
A - Democracia racial. check_circleResposta correta
B - Islamismo.
C - Movimentos negros.
D - Pan-africanismo.
E - Racismo.
4
“O neo, portanto, traduz o status político do Estado “explorado” e ao mesmo tempo distingue através das ações das “novas metrópoles” o lugar dos novos-colonizadores promovendo uma ruptura entre o passado e o presente. Não existiria uma permanência do colonialismo uma vez que o Estado subjugado encontra-se agora numa situação de interferência financeira, econômica e política, mas não de dependência. 
As “novas metrópoles” distintas das antigas não se configuram mais em sedes governamentais com políticas de Estado empreendedoras, mas em empresas e empreendimentos que têm entre seus investidores chefes de Estado, financiadores de campanhas políticas e interesses disseminados que não equacionam as necessidades dos espaços ocupados nem necessitam de uma legislação unificadora. Com isso, esse sistema perde uma referência fixa, um nome, se torna mais perverso.” 
LOPES, Ana Mónica H. Neocolonialismo na África. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana Ano IV, Nº 8, Dezembro/2011, p. 14-15. (adaptado) 
O trecho acima trata de que fenômeno histórico do século XIX?
A - Colonialismo.cancelRespondida
B - Imperialismo.
C - Islamismo.
D - Neocolonialismo. check_circleResposta correta
E - Pan-africanismo.
5
“Contudo, e neste apartado em que pós-colônia ainda implica a nação, e na sequência de tratar da forma como a Europa conquistou territórios, racializou as realidades e impôs a sua hegemonia epistémica aos povos sem história. Pius Adesanmi revela os discursos de resistência que emergem do que ele trata como “global South” (Adesanmi, 2004: 42). Para ele, a pós-colônia africana falhou, devido às exclusões no quadro do Estado, às disfuncionalidades devidas ao neocolonialismo e a formas internas de colonialismo, como o domínio violento da etnicidade e a prevalência de narrativas de violência (Adesanmi, 2004: 50-52). A associação entre o domínio do mercado e a globalização operada a partir do Norte conjugam-se igualmente no embranquecimento da história associado ao privilégio branco e ao predomínio das línguas de colonização (Adesanmi, 2004: 54). É neste apartado que à pós-colônia se associa a subsistência do discurso colonial.” 
SÁ, Ana Lúcia. A ideia de pós-colônia em cientistas sociais africanos na diáspora. Anais do 7.º CONGRESSO IBÉRICO DE ESTUDOS AFRICANOS, 2010, p. 5. 
A partir do trecho acima e dos processos de independência das nações africanas, é correto afirmar:
A - A colonização europeia na África trouxe diversos problemas econômicos e sociais para o continente. Todavia, esses problemas não se refletiram nos aspectos geopolíticos, já que as populações originais tiveram suas fronteiras respeitadas.cancelRespondida
B - As independências africanas foram cercadas de esperança de que resolveriam os problemas africanos, porém, logo as permanências do colonialismo e do neocolonialismo se mostraram problemáticas. check_circleResposta correta
C - As independências dos países africanos foi um processo de rompimento total e inaugurou uma nova fase para as nações africanas, uma vez que rompeu com as estruturas coloniais e neocoloniais.
D - O movimento pós-colonial foi altamente belicoso e resultou em guerras profundas, que assolaram a África e puseram grande oposição à Europa. Até hoje, a África sofre diplomaticamente com os efeitos desses movimentos pós-coloniais.
E - Os maiores problemasque o colonialismo e, principalmente, o neocolonialismo trouxeram ao continente africano foram as divisões geopolíticas problemáticas. Todavia, as potências coloniais mantiveram boas infraestruturas que foram aproveitadas pelas nações africanas.
6
“Com efeito, na década de 1870, a luta entre as grandes potências europeias desloca-se para o continente africano. Nessa altura, a Inglaterra põe em marcha um plano de expansão a que a França e a Prússia, enfraquecidas pela guerra de 1870 e pelas convulsões sociais que se lhe seguiram, procuram neutralizar. Assim, sob a égide do rei Leopoldo II da Bélgica, efetua-se em Bruxelas a conferência internacional de 1876, que ficou conhecida pelo nome de Conferência Geográfica, para a qual Portugal não foi convidado. Deste modo, ignoravam-se deliberadamente as pretensões coloniais de Portugal, cujos territórios africanos iam de facto servir como moeda de troca entre as grandes potências. Prova disso são os sucessivos tratados que alternativamente atribuem vantagens e desvantagens a Portugal. Esta diplomacia culmina com o Ultimato Inglês de 11 de Janeiro de 1890, a que o Governo Português foi obrigado a ceder, apesar de ter tentado obter ajuda quer da Alemanha, quer da França”. 
(RATO, Maria Helena da C. O colonialismo português, factos de subdesenvolvimento nacional. Análise Social, vol. XIX (77-78-79), 1983-3.º, 4.º 5.º, 1121-1129, p. 1125) 
Sobre o trecho acima e as disputas dos países europeus pelos territórios africanos, é correto afirmar: 
I. A exclusão de Portugal ocorreu, pois ela ainda era uma nação poderosa e detentora de diversos territórios na África. Essa exclusão funcionou, pois, já em 1890, Portugal tem que ceder seus territórios. 
II. As principais nações neocoloniais europeias que desempenharam as ações na África no século XIX e XX que caracterizaram o imperialismo do período foram Alemanha, Inglaterra, Bélgica e França. 
III. As reuniões e conferências organizadas para discutir as ações e os direitos europeus sobre a África só reuniam países europeus, excluindo países africanos e da América. 
Assinale, abaixo, a alternativa que indica os itens corretos:
A - I e II.cancelRespondida
B - I, II e III.
C - II. check_circleResposta correta
D - III e II.
E - III.
7
Leia o trecho abaixo 
“A crise dos anos 30 não conturbou somente a economia ocidental, evidenciando o papel determinante doravante ocupado pelos Estados Unidos da América, ela marcou um decisivo ponto de inflexão: os fenômenos econômicos ganharam uma dimensão social. Desde então, tudo o que se passa no centro do sistema tem repercussões sobre o conjunto da periferia, geralmente através de um fortalecimento da ação econômica ocidental. 
A Segunda Guerra Mundial, ao ter transformado o continente africano em um campo estratégico privilegiado do conflito mundial, acelerou o processo, introduzindo junto aos colonizados a ideia relativa ao direito dos povos em dispor por eles próprios de si. 
À euforia da reconstrução no pósguerra, pródiga em investimentos infraestruturais favoráveis à industrialização, sucedeu, posteriormente à crise mundial consecutiva à guerra da Coreia (1951 1952) e à crise de Suez (1956), uma fase de reestruturação mais difícil, balizada pelas descolonizações. A retomada geral, ocorrida em meados dos anos de 1960, produziu a crença em um momento de “milagre”. Mas o desabamento profundo da conjuntura que se seguiu a partir dos anos de 1970 engendrou uma nova crise das relações nortesul, cuja saída ainda é imprevisível.” 
COQUERY-VIDROVITCH, Catherine. As mudanças econômicas na África em seu contexto mundial (1935-1980). MAZRUI, A.A.; WONDJI, C. História geral da África VIII: África desde 1935. Brasília: UNESCO, 2010, p. 337. 
A partir do trecho acima e da História da África no século XX, é correto afirmar: 
I. O primeiro parágrafo do trecho acima, apesar de mencionar que a crise dos anos de 1930 atingiu o mundo inteiro, sabemos que ela não repercutiu na África, uma vez que as nações africanas já estavam independentes e, logo, desarticuladas da economia mundial. 
II. Como dito no segundo parágrafo do trecho acima, a Segunda Guerra Mundial teve, na África, um de seus campos de conflitos, diferentemente da Primeira Guerra Mundial, quando os conflitos entre as nações europeias não foram transferidos para a África. 
III. Todo o período logo após a Segunda Guerra Mundial até os anos 1990, do que trata o terceiro parágrafo do texto acima, é o período da Guerra Fria, quando uma série de crises e disputas foram engendradas, tendo como cenário também a África e dando continuidade as incertezas sobre o continente. 
Assinale, abaixo, a alternativa que indica a sequência correta:
A - I e II.cancelRespondida
B - I e III.
C - I.
D - II.
E - III. check_circleResposta correta
8
“Para uma melhor compreensão das formas de classificação dos grupos étnicos realizada pela Igreja Católica, resolvemos agrupá-los de acordo com as áreas do continente africano. A historiografia sobre o tráfico de escravos atribui à África três grandes regiões abastecedoras de cativos para a América: Centro-Oeste, Oriental e Ocidental. Considerando essa divisão por áreas do continente africano, os registros revelam as informações a respeito dos grupos étnicos constantes na Tabela 1. 
Tabela 1 – Origem dos escravos africanos” 
	Origem                                 
	No. 
	%
	Guiné¹
	         366
	                          37,70
	África²
	224
	23,06
	da Costa
	150
	15,45
	Costa da África
	68
	7,00
	Centro-Oeste³
	66
	6,80
	Ocidental⁴
	51
	5,25
	Costa da Guiné
	32
	3,29
	Oriental⁵
	14
	1,45
	Total
	971
	100,00
Fonte: Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo (ACMSP), Registros de Batismo. Livros 5-2-23, 5-2-20, 3-2-2, 3-2-13, 6-1-33, 5-3-26, 5-3-32, 6-2-16, 2-2-12. <p>
1Essa expressão abrange os termos “da Guiné” e “gentio da Guiné”. 
2Essa expressão abrange os termos “africano”, “africano de nação” e “de nação”. 
3 Essa expressão abrange os termos “angola”, cabinda”, “cassange”, “congo”, “munjolo” e “rebolo”. 
4Essa expressão abrange o termo “mina”. 
5Essa expressão abrange o termo “moçambique”. 
(MATTOS, Regiane A. dos. A África no Brasil: grupos étnicos e organização social em São Paulo no século XIX. Anos 90, Porto Alegre, v. 12, n. 21/22, p.151-172, jan./dez. 2005, p. 155) 
Analise os itens a seguir: 
I. Alguns dos principais portos na África que eram propriedade de Portugal e de onde saíram diversos africanos por meio do tráfico eram os de Guiné, da Costa da Mina e de Daomé. 
II. Os escravos, conforme as regiões indicadas no texto e na tabela, eram de origem banta, iorubá e berberes. 
III. Conforme as regiões descritas no trecho acima, é possível dizer que os escravos vindos eram númidas e mouros, ou seja, provenientes do norte da África. 
IV. Conforme a tabela, percebemos que portugueses tiveram uma preocupação bastante grande em definir detalhadamente quem eram os africanos para, com isso, definir com mais detalhes os escravos traficados. 
V. A tabela indica como os portugueses tratavam de forma genérica os povos africanos. Dessa forma, os africanos eram separados de acordo com o porto de origem. Essa organização misturava rivais e povos que não falavam a mesma língua. 
Assinale a alternativa correta:
A - I e V. check_circleResposta correta
B - I, II e III.
C - I, II e IV.
D - II e III.
E - II, III e V.
9
“Estes agentes operaram através da identificação, dentro da complexidade de traços da cultura afro-brasileira, daqueles aspectos considerados “puros”, que supostamente expressassem a contribuição mais sofisticada das nobres culturas africanas para a cultura e a nação brasileiras. A estes traços “puros” foram contrapostos os traços supostamente “menos nobres” e “impuros”, que representavam tanto as culturas africanas menos sofisticadas como aspectos que haviam sido corrompidos por um sincretismo exagerado e se identificavam com uma série de “forças negativas” na cultura brasileira, tais como a mentalidade do “malandro”, a mágica dos índios “civilizados”, o catolicismopopular e, por último, a magia negra africana e não-africana. Nesta dicotomia de influências africanas, o lado bom era associado com o que era alternativamente definido como culturas “mina”, “nagô”, “sudanesa” e até mesmo “iorubá”, vindas dos escravos deportados da África Ocidental sub-saariana. De acordo com uma longa linhagem de intelectuais, começando no final do século XIX, os escravos desta “sofisticada” parte da África, acima do Equador, seriam a grande maioria dos africanos na Bahia e em outras partes do Brasil, onde as formas “mais puras” do candomblé emergiram, tais como o Maranhão. Onde o sistema religioso africano se tornou, como se dizia, abastardado, isto tinha a ver com a suposta origem “bantu” dos africanos. Os “bantus” eram freqüentemente descritos como rudes e sem nenhuma habilidade particular, se comparados aos “iorubá”. Ou seja, eles eram mais fáceis tanto de se submeterem aos senhores de escravos, como para combatê-los através da malfadada magia negra. A pesquisa histórica mostra que a idéia de que os “mina” eram mais civilizados, mas também mais passíveis de se revoltarem, estava presente na opinião pública e entre os donos de escravos em fins do século XIX. A rebelião dos malês, em 1835, em Salvador, que foi encarada como uma conspiração liderada por escravos islâmicos, certamente, contribuiu para esta reputação. No entanto, foi apenas depois que viajantes estrangeiros relataram o orgulho “iorubá”, e seus finos traços, em seus escritos, que muitas vezes foram best sellers no Brasil, que tal estereótipo popular ganhou status e se tornou parte da auto-imagem da nova nação.” 
(SANSONE, Livio. Da África ao Afro: uso e abuso da África entre os intelectuais e na cultura popular brasileira durante o século XX. Afro-Ásia, 27 (2002), 249-269, p. 260-261) 
Sobre o trecho acima e a imigração de africanos para o Brasil, é possível afirmar: 
I. Conforme o texto acima, podemos afirmar que vieram três grupos principais de africanos para o Brasil: os bantos, da costa ocidental, os iorubás, da região do Golfo da Guiné e os berberes, islamizados pelas invasões árabes. 
II. O trecho mostra que a definição dos africanos trazidos ao Brasil eram muito gerais e não compreendiam as complexidades dos diversos povos africanos. Tanto que o nome iorubá é uma identidade construída sobre os povos africanos de uma região e que, no entanto, serviu para definir todo um conjunto de negros traficados para o Brasil. 
III. A compreensão dos negros no Brasil, como o trecho indica, era construída a partir do olhar e das categorias cunhadas e utilizadas pelos europeus. Portanto, mesmo no Brasil, a elite colonial, imperial e republicana, na maioria branca, nunca teve como finalidade entender a origem da grande população negra que compunha o país. 
Assinale a alternativa correta:
A - I e II.cancelRespondida
B - I e III.
C - I.
D - II e III. check_circleResposta correta
E - III.
10
“Desde aproximadamente os anos 1960 – a década da aceleração do processo de independência das colônias europeias, da derrubada da segregação racial nos Estados Unidos, dos movimentos estudantis de 1968 – desmoronou-se boa parte do mundo que as ciências humanas haviam construído. Mais precisamente, houve um profundo “descentramento” (decentering) desse mundo na academia – isto é, uma mudança dos paradigmas que guiam a pesquisa. A experiência europeia/norteamericana deixou de ser o padrão para se pensar a história do restante da humanidade. A relação entre “centro” e “periferia” no mundo moderno foi radicalmente re-definida a partir de uma perspectiva dialética, enfatizando a profunda interação e interpenetração entre esses dois “extremos”. Paralelamente, no imaginário dos pesquisadores, os “subalternos” (os “de baixo” na pirâmide social) ganharam voz, pensamento estratégico e participação ativa no processo histórico.” 
SLENES, Robert W. A importância da África para as Ciências Humanas. História Social, n. 19, segundo semestre de 2010, p. 20. 
Sobre o trecho acima, é correto afirmar: 
I. O trecho deixa claro que os processos de independência da África ocorreram totalmente isolados do resto do mundo. Em outras palavras, o mundo virou as costas para as nações africanas e as independências pouco refletiram no mundo ocidental. 
II. As independências dos países africanos trouxeram um novo problema global, que era a oposição entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, ou da oposição entre 1º e 3º mundos, por exemplo. 
III. As independências africanas trouxeram novos elementos para interpretar o mundo, já que junto delas estava a discussão da situação da África, agora independente e autônoma, e das culturas que ali existiam e existiram. 
Indique a alternativa que apresenta os itens corretos:
A - I e II.cancelRespondida
B - I e III.
C - I.
D - II e III. check_circleResposta correta
E - III.

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