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1 Mercado de Capitais MERCADO DE CAPITAIS Prof. Roberto Rodriguez Meire 2 Mercado de Capitais Í N D I CE A Economia As Teorias Micro e Macroeconômicas. Os instrumentos de Política Econômica Os Processos de formação e determinação da renda Os fatores de Produção. A renda. O consumo. A poupança. O investimento O Sistema Econômico Fechado O Sistema Econômico Aberto O Comércio Exterior. O Balanço de Pagamentos e sua estrutura. As Reservas Internacionais. A entrada e saída de moedas.A Dívida Externa.A Taxa de Câmbio. A atuação do governo no mercado de divisas. Os Regimes Cambiais. O Mercado Financeiro Os agentes econômicos superavitário e deficitários.A função do Mercado Financeiro. A Subdivisão do Mercado Financeiro O Sistema Financeiro Nacional Alternativas de Capitalização para as empresas para seus Investimentos em Capital Fixo Especificação das operações de financiamento para as empresas A Abertura de Capital da S/A Procedimentos da abertura.Responsabilidades da Empresa. As ações.Legislação Específica. O Mercado Primário de Ações. As Operações de Underwriting. O Mercado Secundário de Ações. O Registro da S/A na Bovespa.A rentabilidade das ações, A Tributação. A Governança Corporativa (Nível I, Nível II e o Novo Mercado) Analise Fundamentalista Múltiplos de Mercado A Política |Monetária Principais funções da moeda . Os Meios de pagamento.Haveres Monetários e não monetários.Criação e destruição de moeda.Multiplicador Bancário. Os Instrumentos de Política Monetária.Depósito Compulsório.Operações de Open Market. Instituições A taxa do DI. As Financeiras “Dealers.” . O Redesconto Bancário .A Câmara de Compensação de Cheques. O depósito Interbancário. Variáveis que influenciam a taxa de juros.O Novo Sistema Brasileiro de Pagamentos .O Novo Sistema Brasileiro de Pagamentos Objetivo e diretrizes gerais 3 Mercado de Capitais Títulos emitidos no mercado financeiro, instituição emissora e função econômica As Empresas (Economia Empresarial) A Economia Empresarial tem por objetivo analisar os principais conceitos econômicos,os fenômenos micro e macro econômicos que podem influenciar o dia-a-dia das empresas e do mercado. O estudo desses fundamentos tem por finalidade assessorar na identificação de problemas econômicos e auxiliar na tomada de decisões e na gestão dos negócios empresariais. Conceito de Economia É a ciência social que estuda a escassez e como o indivíduo e a sociedade decidem empregar seus recursos produtivos, que não escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-lo entre as famílias e grupos sociais, a fim de satisfazer suas necessidades humanas. Análise econômica para fins didáticos e metodológicos é normalmente dividida em quatro diferentes áreas de estudo, são elas: A Microeconomia ou Teoria da Formação do preço, a Macroeconomia, a Economia Internacional e o Desenvolvimento Econômico. Uma visão da subdivisão da economia e suas teoria poderá ser visualizada abaixo. Correlação entre Microeconomia, Macroeconomia e Política Econômica Economia Microeconomia Macroeconomia Teoria da Empresa Teoria da Produção Teoria do Consumo Teoria da Repartição Teoria dos Agregados Teoria do Equilíbrio e Do Crescimento Teoria da Moeda Teoria das Rel.Int Teoria das Fin.Publicas Teoria do desenvol vimento POLÍTICA ECONÔMICA 4 Mercado de Capitais Política Econômica Objetivos Estabilidade Econômica Desenvolvimento Econ. Eficiência Repartitiva Instrumentos desenvolvidos Política Fiscal Política Monetária Política Cambial A microeconomia analisa o comportamento das unidades econômicos que são as famílias as empresas, e os consumidores, a interação entre essas empresas e consumidores e a maneira pela qual os preços dos bens não determinados A macroeconomia estuda o comportamento econômico como um todo analisando o que determina e o que modifica o comportamento de variáveis como produção, inflação,emprego, desemprego, taxa de juros, poupança, investimento etc Teorias Microeconômicas Teoria da Empresa Analisa a atividade empresarial, sua estrutura organizacional e em que mercados a empresa irá desenvolver suas atividades. Teoria da Produção Analisa a eficiência produtiva das empresas, que com recursos limitados tem que racionalizar custos e maximizar a produção. Teoria do Consumidor Analisa o comportamento do consumidor em relação aos bens e serviços produzidos na economia quanto a sua qualidade e utilidade bem como a variação do seu preço. Teoria da Repartição Envolve a promoção da eficiência repartitiva minimizando os desequilíbrios regionais na produção. Teorias Macroeconômicas. Teorias dos Agregados Analisa a evolução dos agregados econômicos como o PIB, Renda Nacional, Renda per Capta etc... Teoria do Equilíbrio e do Crescimento Tem como objetivo alcançar o pleno emprego, a estabilidade geral dos preços e o equilíbrio nas contas externas. Teoria da Moeda Estuda o impacto no volume de papel moeda na economia, sua velocidade de circulação e seus reflexos no crédito, nos investimentos e na inflação. Teoria das Relações Internacionais. Analisa as relações do pais com o exterior, com os diverso blocos econômicos e seus reflexos na exportação e importação na balança de pagamentos. Teoria das Finanças Públicas Analisa as finanças públicas a nível federal, estadual e municipal e seus reflexos sobre a economia. Teoria da Eficiência Repartitiva Evitar desequilíbrios regionais e promover uma melhor distribuição de renda. 5 Mercado de Capitais Instrumentos de Política Econômica Política Fiscal São instrumentos que darão origem as receitas do governo como impostos, concessão de subsídios e transferências financeiras para fazer face aos seus investimentos e suas despesas. Política Monetária Adequação do volume de papel moeda em circulação para fazer frente as necessidades da economia PROCESSO DE FORMAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA RENDA Em uma economia de mercado,os fatores de produção (Recursos Naturais, Capital e Trabalho) e as necessidades da sociedade, são definidos pela lei da oferta e da procura.Para que possamos fazer uma análise da formação da renda e dos mecanismos que movimentam uma economia,vamos demonstrar através do fluxo real da economia como funciona esse sistema. Em uma economia a dois setores, onde os agente econômicos famílias e empresas interagem entre si,dando dinâmica a oferta de fatores de produção e demanda por bens e serviços,se apresenta da seguinte forma: Demanda Oferta Mercado de bens e serviços Mercados de fatores de produção Oferta Demanda Através desse fluxo,podemos analisar o processo de formação de renda em uma economia. As famílias demandam bens e serviços que são ofertados no mercado pelas unidades produtivas, nesta caso as empresas. Definição de Renda A renda é o somatório das remunerações dos fatores de produção. Cada umdos fatores de produção possuem um tipo de remuneração. Fator de Produção Tipo de Remuneração Trabalho Salário Capital Juros Terra Aluguel Portanto temos: Renda = Salário + Juros + Aluguéis No ciclo anteriormente descrito, podemos identificar a formação da renda,como remuneração dos fatores de produção.Identificamos também a função consumo, que é a satisfação das necessidades básicas da subsistência, essas necessidades são satisfeitas através da aquisição de bens e serviços produzidos pelas empresas. FAMÍLIAS EMPRESAS 6 Mercado de Capitais Outras funções econômicas também podem ser perfeitamente identificadas pelo fluxo são as de poupança e investimento, que pelo modelo de economia de mercado, se apresenta pela possível sobra da renda após a satisfação das necessidades, quando eventualmente o nível de renda for maior que a necessidade de consumo. Os recursos excedentes da renda, neste caso, são classificados como poupança. A poupança quando aplicada em um ativo produtivo se transforma em um investimento.Em uma economia podemos então definir que o processo de formação de renda, após as despesas de consumo, podem gerar poupança e essa se transforma em investimento. Renda - Consumo = Poupança = Investimento SISTEMA ECONÔMICO FECHADO Recursos Naturais/Capital/Trabalho Os fatores de produção da economia dão origem ao sistema produtivo, que vem a ser, o conjunto de todas as empresas que irão produzir os bens e serviços que para satisfazer nossas necessidades, esta premissa é válida tanto para os sistemas econômicos capitalista, socialista ou para uma economia centralizada. As características das empresas variam de economia para economia, no caso da economia brasileira podemos identificar os seguintes tipos de empresas que fazem parte do nosso sistema produtivo. Empresas EstataisEstatais EconomiaEconomia MistaMista PrivadaPrivada NacionalNacional MultinacionalMultinacional IndividualIndividual LtdaLtda S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta LtdaLtda S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta EMPRESASEMPRESAS S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta A economia entra em um processo de crescimento quando temos um aumento no consumo, com reflexos no aumento do mercado interno, do sistema produtivo e na distribuição de renda, esse crescimento necessariamente tem que ocorrer com estabilidade econômica, ou seja, sem inflação. Sistema Produtivo Mercado Interno Renda Consumo 7 Mercado de Capitais O consumo irá se materializar através da renda, do crédito ou do somatório da renda + crédito. As empresas não podem depender única e exclusivamente do consumo agregado da economia. Assim, para minimizar riscos e maximizar resultados elas tem como alternativa recorrer ao Comércio Exterior através das Exportações, colocando seus produtos em outros mercados, satisfazendo as necessidades de outros consumidores,ampliando sua produção e diversificando sua carteira de clientes.. Todavia um país não produz tudo, ele pode ser dependente de matérias primas, de produtos industrializados, de tecnologia e de vários outros produtos e serviços, recorrendo então as Importações para complementar suas necessidades. Ao comercializar com o exterior a economia então deixa de ser uma economia fechada e passa ser uma economia aberta. SISTEMA ECONÔMICO ABERTO Recursos Naturais/Capital/Trabalho O Comércio Exterior Os problemas burocráticos, bem como o estabelecimento de quotas ou proibições às importações de determinados produtos, representam barreiras no comércio internacional. As políticas comerciais atualmente estão sujeitas às normas estabelecidas pela OMC – Organização Mundial do Comércio. Este órgão tem a função de coibir as políticas protecionistas e as práticas de “dumping” (países que vendem seus produtos a preços inferiores aos seus custos de produção, com vistas a aumentar a sua participação no mercado mundial), que prejudicam o comércio internacional. O Balanço de Pagamentos e sua Estrutura O balanço de pagamentos representa o registro estatístico-contábil de todas transações econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes dos demais países em um determinado período de tempo. Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exemplo, todas as exportações e importações do período considerado: os fretes, os seguros, os empréstimos obtidos no exterior, etc. Ou seja, todas as transações com mercadorias, serviços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do mundo. A seguir apresentaremos a estrutura do balanço de pagamentos e as suas respectivas contas: A . Balança Comercial Importações Exportações B. Balanço de Serviços Viagens Internacionais (Turismo) Transportes (fretes) Seguros Sistema Produtivo Mercado Interno Renda Consumo Comércio Exterior 8 Mercado de Capitais Renda de Capitais (juros, lucros e dividendos) Serviços Diversos (royalties, assistência técnica) Serviços Governamentais (embaixadas) C. Transferências Unilaterais Donativos em Divisas ou Mercadorias D. Balanço de Transações Correntes Resultado Líquido de A + B + C E. Movimento de Capitais Autônomos Investimentos Diretos Líquidos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Capitais de Curto Prazo F. Erros e Omissões G. Saldo do Balanço de Pagamentos (D + E + F) A Balança de Pagamentos vem a ser o somatório da Balança Comercial + a Balança de Serviços. A Balança Comercial é o resultado das Exportações menos as Importações de produtos tangíveis, que existem fisicamente,e que podemos tocar e visualizar. A Balança de Serviços é o resultado das Exportações e Importações de serviços, que naturalmente são intangíveis,não conseguimos visualiza-los, todavia, eles existem, e são fundamentais para o desenvolvimento econômico. Podemos citar como exemplo: fretes, seguro, serviços bancários, tecnologia, royalts ou patentes, capital financeiro ,bolsas de estudo,doações,abertura de contas no exterior etc.... As reservas internacionais O mercado de divisas estrangeiras é operacionalizado basicamente pelos importadores e exportadores. O comércio internacional exige que os pagamentos de bens e serviços sejam realizados por moedas aceitas internacionalmente. Os importadores precisam pagar suas contas aos fornecedores no exterior, uma vez que a moeda nacional não é aceita fora do país. Daí a necessidade da obtenção da moeda estrangeira para cumprir seus compromissos. No caso do exportador, o processo é inverso, pois recebem pagamentos pelo fornecimento de bens e serviços no exterior, e esses são realizados na moeda americana (dólar). Uma das funções do Banco Central é controlar e fiscalizar a troca (câmbio), a entrada e saída de moeda e divisas. Assim o Banco Central procede da seguinte forma: no caso dos importadores, o BACEN recebe o valor correspondente ao pagamento das contas 9 Mercado de Capitais em reais, converte em dólar e paga aos importadores do exterior, enquanto que, no caso dos exportadores, o Banco Central recebe a importância referente aos pagamentos vindos do exterior em dólares, retém essas divisas em seus cofres e paga ao exportador nacional o correspondente importância em reais. Os recursos em moeda estrangeira retidos por esse processo, são denominados de reservas internacionais. As reservas também são alimentadas por alguns outros mecanismos, como por exemplo: turismo, investimentos diretos, investimentos indireto, transferências unilaterais etc..... Abaixo seguem alguns exemplos de entrada e saída em moedas estrangeiras do país que contribuem para as reservas internacionais deum país. Entrada de Moeda Estrangeirano país Exportação Investimentos de empresas multinacionais no país Investimentos no mercado financeiro brasileiro Empréstimos do Fundo Monetário Internacional Empréstimos obtidos por empresas brasileiras no exterior Remessa de recursos de brasileiros residentes no exterior Remessa de lucros de filiais de empresas brasileiras no exterior Recebimento de royalts Turismo Bolsas de Estudo Recursos de Organizações não Governamentais Recebimento de Doações Saída de Moeda Estrangeira do pais Importação Investimentos de empresas brasileiras no exterior Pagamento de empréstimos e juros realizados à Bancos privados Pagamentos de Empréstimos ao FMI Repatriação do capital estrangeiro Remessa do capital mais a rentabilidade de investimentos no mercado financeiro Remessa de lucros de multinacionais Pagamento de royalts Turismo Evolução da Dívida Externa Brasileira Governo Divida Externa Em US 1965 Castelo Branco 3.644 1966 Castelo Branco 3.666 1967 Costa e Silva 3.281 1968 Costa e Silva 3.720 1969 Médice 4.403 1970 Médice 5.295 1971 Médice 6.622 1972 Médice 9.521 1973 Geisel 12.572 1974 Geisel 17.166 10 Mercado de Capitais 1975 Geisel 21.171 1976 Geisel 25.985 1977 Geisel 32.037 1978 Geisel 43.511 1979 Figueiredo 49.904 1980 Figueiredo 53.948 1981 Figueiredo 61.411 1982 Figueiredo 69.654 1983 Figueiredo 81.319 1984 Figueiredo 91.091 1985 Tancredo/Sarney 95.867 1986 Sarney 101.759 1987 Sarney 121.365 1988 Sarney 117.449 1989 Sarney 99.284 1990 Collor 96.545 1991 Collor 92.996 1992 Itamar 110.830 1993 Itamar 114.270 1994 Fernando Henrique 119.660 1995 Fernando Henrique 129.313 1996 Fernando Henrique 179.935 1997 Fernando Henrique 199.998 1998 Fernando Henrique 228.186 1999 Fernando Henrique 225.600 2000 Fernando Henrique 216.900 2001 Fernando Henrique 209.900 2002 Fernando Henrique 210.700 2003 Lula 214.900 2004 Lula 201.300 2005 Lula 198.300 2006 Lula 2007 Lula 193,700 2008 Lula 196. 000 2009 Lula 200. 000 2010 Lula 225.000 2011 Dilma 297.000 2012 Dilma 316..000 2013 Dilma 312.000 2014 Dilma 338.000 2015 Dilma 348.000 2016 Dilma/Temer 319.000 2017 Temer 317.000 2018 Temer 308.000 Fonte:Banco Central do Brasil. Jornal O Globo 09/2005 e 28/03/.2006 O governo atua na política externa de duas formas: através da política cambial e da política comercial. A política cambial diz respeito a alterações e fixação da taxa de câmbio, enquanto que a política comercial refere-se aos mecanismos que interferem no fluxo de mercadorias e serviços. Política Comercial Alterações das tarifas sobre importações 11 Mercado de Capitais Se a política adotada visa proteger a produção interna, o governo pode determinar uma elevação nos impostos dos produtos importados ou ainda criar algum tipo de taxa ou tributos sobre a importação estimulando assim a exportação. No caso oposto, se a política estiver visando uma liberalização das importações, o governo adotará medidas de redução das tarifas e impostos sobre os produtos importados. Regulamentação do comércio exterior Os problemas burocráticos, bem como o estabelecimento de quotas ou proibições às importações de determinados produtos, representam barreiras no comércio internacional. As políticas comerciais atualmente estão sujeitas às normas estabelecidas pela OMC - Organização Mundial do Comércio. Este órgão tem a função de coibir as políticas protecionistas e as práticas de “dumping” (países que vendem seus produtos a preços inferiores aos seus custos de produção, com vistas a aumentar a sua participação no mercado mundial), que prejudicam o comércio internacional. Os Regimes Cambiais (Política Cambial) Câmbio Fixo O Banco Central intervém constantemente para manter a cotação da moeda, quando há saída de moeda estrangeira,ele vende mesma quantidade no mercado de câmbio e vice versa. . Requer grande quantidade de reservas . Maior previsibilidade dos agentes favorecendo o comércio . As mudanças nos fundamentos da economia do país refletem outras variáveis, como a taxa de juros. Câmbio Controlado .O Banco Central estabelece uma faixa dentro da qual o mercado poderá flutuar. Ele intervém sempre que a cotação do câmbio começa a romper as bandas mínima ou máxima da taxa de flutuação,quando a ameaça é romper a banda mínima, ele compra moeda estrangeira, do contrário, vende Também requer grande quantidade de reservas Transmite previsibilidade aos agentes, pois a faixa de flutuação é geralmente anunciada publicamente pelo Banco Central Câmbio Flutuante O Banco Central não intervém no mercado de câmbio . Prejudica o planejamento dos agentes no comércio exterior em suas exportações e importações. Vantagens da Política de Valorização Cambial .Aumentos das Importações .Produtos estrangeiros competindo com produtos nacionais .Empresários nacionais se sentem desestimulados a aumentar preços .Redução de custos para tornar os produtos nacionais mais competitivos Os produtos ficam mais competitivos a nível de preços .Os preços caem ou se estabilizam .Redução da Inflação 12 Mercado de Capitais . Empresas com empréstimos em dólares tem seu grau de endividamento reduzido. Desvantagem da Política de Valorização Cambial . Quebra de algumas empresas nacionais .Aumento do desemprego que passa pela redução d e custos .As exportações são prejudicadas porque os produtos nacionais ficam mais caros comparados com os produtos estrangeiros .Pode ocorrer um déficit na balança comercial .Para manter suas reservas cambiais o país passa a depender de financiamentos externos ou de investimentos de empresas multinacionais (investimentos diretos) .As exportações podem ser afetadas e diminuir as reservas em dólares na balança de Pagamentos .Essa redução caso o país tenha dívida externa a pagar, poderá comprometer a capacidade de pagamento com seus compromissos externos. .O risco do país aumenta Vantagem de uma Política de Desvalorização Cambial .Aumentos das exportações com reflexos positivos no emprego .Entram mais dólares no país .A entrada de dólares pressiona a queda na taxa de câmbio .A dívida externa fica melhor equacionada e com sobra de dólares aumenta a credibilidade internacional do país .A taxa de juros de futuro empréstimos no exterior ,é menor .Equacionada a dívida externa e havendo sobra de dólares o país passa ser exportador de capital .Melhora o risco do país em função de poder pagar seus compromissos externos Desvantagem de uma Política de Desvalorização Cambial .Diminuição das importações .Produtos importados ficam mais caros .Aumento dos custos dos produtos importados são repassados para o consumidor via aumento de preços .O aumento de preços gera inflação .A redução das importações diminui a competitividade do empresário nacional que tende a incentivar a adoção de uma reserva de mercado para se proteger da concorrência. .Se os investimentos na produção não acompanham a evolução tecnológica os produtos nacionais ficam defasados. . Aumenta o endividamento das empresas que tem empréstimos em dólares Demandantes (compradores) de dólares .Importadores .Empresas que tem que pagar empréstimos em dólares 13 Mercado de Capitais .O governo quando tem quepagar a dívida externa .Empresas multinacionais que remetem lucro para o exterior .Pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros .Viagens internacionais .Pagamento de cartão d e crédito internacional .Empresas nacionais que investem no exterior .Investidor estrangeiro que o retorno do capital (capital + juros) de investimentos Realizados no Mercado Financeiro .Compra de empresas estrangeiras no exterior por empresas brasileiras Ofertantes(vendedores) de Dólares .Empresas exportadoras .Remessa de dólares de brasileiros residente no exterior .Investimentos diretos de empresas multinacionais no país .Turismo .Remessa de lucro de empresas nacionais com filiais no exterior .Investimentos de estrangeiros no mercado financeiro do país .Empréstimos em dólares para empresas nacionais .Empréstimos do FMI para pagamento da dívida externa .Compras de empresas nacionais pelo capital estrangeiro .O MERCADO FINANCEIRO Assim como o Comércio Exterior se insere na economia via relações internacionais, adequando as necessidades entre o sistema produtivo e do mercado interno e atuando como ponto de equilíbrio entre essas duas variáveis, temos também que atender as necessidades e procurar manter o equilíbrio entre a renda e consumo. A Renda é a soma dos salários + juros + aluguéis recebidos e dentro de sua estrutura temos os seguintes agentes econômicos: agentes econômicos superavitários - possuem receita maior que despesa,dispõem de uma parcela de recursos economizada que denominamos de Poupança e desejam investir agentes econômicos deficitários - possuem receita menor que despesa, não possuem poupança, naturalmente não podem investir, e necessitam de capital para complementar suas necessidades de renda. As alternativas que o agente econômico superavitário dispõe para investir suas poupanças são: 1. investir suas economias em uma atividade empresarial, 2. investir suas economias com o objetivo de receber a remuneração do capital através do aluguel, 3. investir suas economias através de uma instituição financeira com o objetivo de receber juros 14 Mercado de Capitais Ao optar pela terceira alternativa, o investidor terá que necessariamente, para a sua segurança, dirigir-se à uma instituição financeira legalmente constituída para realizar seu investimento. Por outro lado, o agente econômico deficitário que necessita de crédito, também deverá se dirigir-se à uma instituição financeira legalmente constituída para obter crédito com o objetivo de complementar suas necessidades de renda. Assim podemos afirmar que o conjunto de todas as instituições financeiras, constituem o Mercado Financeiro, que tem como função básica, captar as poupanças dos agentes econômicos superavitários e financiar na forma de crédito os agentes econômicos deficitários. Função do Mercado Financeiro Agentes MERCADO Agentes Superavitários FINANCEIRO Deficitários Ao considerarmos o Mercado Financeiro dentro no sistema econômico verificamos que o agente econômico deficitário, ao recorrer ao crédito para complementar suas necessidades de renda, utiliza esse crédito para o consumo de um bem ou de um serviço. A nível empresarial esse crédito e utilizado para financiamento de capital de giro ou de capital fixo. Recursos Naturais / Capital / Trabalho São considerados agentes econômicos superavitários, as famílias, as empresas e o governo, que em determinados momentos também podem assumir a posição de agentes econômicos deficitários. Quando o sistema econômicos está em equilíbrio as poupanças geradas pelas famílias, empresas e governo são suficientes apara financiar as próprias famílias, empresas e governo. No caso brasileiro, historicamente, o governo ( federal + estadual + municipal) tem sido deficitário, ele não gera poupança, e logicamente as poupanças das famílias e empresas são insuficientes para financiar todo o sistema, ou seja, as próprias famílias, empresas e governo .O governo federal, há tempos é reconhecidamente deficitário, não dispõe de poupança para cobrir o déficit público e recorre tradicionalmente as seguintes alternativas:. 1. Aumento da carga tributária (aumento de impostos) 2. Emissão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) 3. Aumento da Base Monetária (Emissão de Papel Moeda) 4. Redução do Déficit Público 5. Declaração da Moratória Interna No primeiro caso o governo está penalizando a sociedade e socializando o prejuízo. No segundo caso ele está se financiando junto ao Mercado Financeiro para pagar seus compromissos, todavia, quando o Banco Central, em nome do Tesouro Sistema Produtivo Mercado Interno Renda Consumo Comércio Exterior Mercado Financeiro 15 Mercado de Capitais Nacional vende LTN, ele assume uma responsabilidade futura para com o investidor, pois terá que devolver o dinheiro acrescido de juros no vencimento do título. Caso ele, governo, não tenha recursos disponíveis no vencimento do título, ele emite outra LTN, obtendo assim recursos para pagar ao investidor anterior, a essa operação chamamos de Rolagem da Dívida Interna. Caso o investidor não compre as LTN emitidas, para o governo poder rolar a dívida, ele, governo, não terá recursos para pagar ao investir inicial, nesse caso ele recorre a terceira opção que é aumentar a base monetária, ou seja emitir papel moeda, o que irá causar inflação. A quarta alternativa, que é a que resolve definitivamente o problema, é o governo reduzir o déficit público,controlar receita e despesa, formar uma poupança (Receita do Governo > que Despesa) e abater da dívida total,quando isso ocorre, o governo teve um superavit primário. Esse é o caminho, caso essa opção seja descartada, resta ao governo a quinta e última opção que é declarar a Moratória Interna, nesse caso o governo deve, e paga quando puder. Naturalmente essa alternativa, irá ter como conseqüência o descrédito no sistema financeiro e em toda a economia, mergulhando o país em uma crise sem precedentes. Evolução da Dívida Interna Brasileira Governo Dívida Interna Divida Interna em milhões de $ em Reais R$ 1965 Castelo Branco 208 1966 Castelo Branco 647 1967 Costa e Silva 928 1968 Costa e Silva 927 1969 Médice 1.364 1970 Médice 2.042 1971 Médice 2.740 1972 Médice 4.212 1973 Geisel 6.164 1974 Geisel 6.429 1975 Geisel 10.755 1976 Geisel 12.465 1977 Geisel 14.955 1978 Geisel 17.089 1979 Figueiredo 12.250 1980 Figueiredo 13.204 1981 Figueiredo 24.162 1982 Figueiredo 31.117 1983 Figueiredo 25.850 1984 Figueiredo 28.353 1985 Tancredo / Sarney 38.392 1986 Sarney 74.134 1987 Sarney 114.760 1988 Sarney 97.817 1989 Sarney 135.058 1990 Collor 105.485 1991 Collor 87.064 1992 Itamar 119.269 1993 Itamar 105.863 1994 Fernando Henrique 101.366 151.163 1995 Fernando Henrique 137.729 208.460 16 Mercado de Capitais 1996 Fernando Henrique 193.455 269.193 1997 Fernando Henrique 214.703 308.426 1998 Fernando Henrique 228.186 385.870 1999 Fernando Henrique 516.579 2000 Fernando Henrique 563.163 2001 Lula 560.867 2002 Lula 248.900 881.108 2003 Lula 314.658 913.140 2004 Lula 360.587 957.000 2005 Lula 421.361 979.665 2006 Lula Fevereiro2006 1.000.000.000 2007 Lula 1.224.000.000 2008 Lula 1.596.000.000 2009 Lula 1.862.000.0002010 Lula 1.837.000.000 2011 Dilma 1.866.000.000 2012 Dilma 2.000.000.000 2013 Dilma 2.120.000.000 2014 Dilma 2.320.000.000 2015 Dilma 2.790.000.000 2016 Dilma/Temer 3.112.000.000 2017 Temer 3.559.000.000 2018 Temer 3.877.000.000 Fonte:Banco Central do Brasil.Jornal O Globo.2006/2017/2018 Para concluir, podemos afirmar que o MERCADO FINANCEIRO é o conjunto de todas as Instituições Financeiras que captam poupança dos agentes econômicos superavitários e concedem crédito aos agentes econômicos deficitários. O Mercado Financeiro se subdivide em quatro mercados: CRÉDITO, CAPITAIS, CAMBIAL e MONETÁRIO, cada qual com características próprias, como veremos a seguir: Antes de classificarmos os quatro mercados citados, devemos ter um critério para diferenciá-los. Assim, introduziremos como variáveis o Prazo da Operação, o Tipo da Operação e o Intermediário Financeiro que caracterizam cada um deles. MERCADO DE CRÉDITO É o mercado que opera a curto prazo. Os recursos captados se destinam ao financiamento de consumo para pessoas físicas e capital de giro para empresas, através de intermediários financeiros bancários. Prazo : Curto (até um ano) Tipos de Operação : Crédito ao Consumidor (financia consumo para pessoa física) e Capital de Giro (financia atividade operacional da pessoa jurídica). Instituições Financeiras : Bancos Comerciais MERCADO DE CAPITAIS 17 Mercado de Capitais É o conjunto de operações de prazos médio, longo ou indeterminado. Analisando-se pelo ângulo da pessoa física, podemos concluir que, a médio e longo prazo, o mercado de capitais financia crédito direto ao consumidor e habitação para pessoa física respectivamente. Analisado pelo ângulo empresarial, ele financia capital fixo (capital para investimento) a médio e longo prazo. A prazo indeterminado, sua função é capitalizar a sociedade anônima através da abertura do seu capital, via mercado de ações, obtendo assim recursos para viabilizar seus investimentos em capital fixo. Prazos : Médio (1 a 3 anos), Longo (acima de 3 anos) e prazo indeterminado Tipo de Operação para pessoa física: ( 1 a 3 anos) Financia crédito direto ao consumidor a médio prazo através da Sociedade d Crédito Financiamento e Investimento. Financia habitação (longo prazo) através da Caixa Econo mica Federal,Sociedade de Crédito Imobiliário e Cooperativas Habitacionais Tipo de Operação para Empresas: (acima de 3 anos e a prazo indeterminado) Financia capital fixo ou seja capital para investimento a médio e longo prazo através dos Bancos de Investimento, Bancos de Desenvolvimento e BNDES. Capitaliza as empresas a prazo indeterminado via mercado de ações através dos bancos dos Investimento, das Bolsas de Valores,das Sociedades Corretoras e das Sociedades Distribuidoras de Valores. MERCADO DE CÂMBIO É o mercado onde são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em moeda nacional e vice-versa, e crédito para financiamento a exportação e à importação. Tipo de Operação : Compra e/ou venda de moeda. Crédito financiamento a Exportação e à Importação. Instituições Financeiras que operam no mercado de câmbio Bancos Comerciais Sociedades Corretoras Bancos de Investimentos MERCADO MONETÁRIO Através do mercado monetário, o governo federal controla os meios de pagamento (depósito à vista nos bancos comerciais, mais o volume de papel-moeda em poder do público), lançando mão de medidas de política monetária, tais como: recolhimento de depósitos compulsórios dos bancos comerciais, redesconto bancário e operações de “open-market”, que consistem em retirar moeda de circulação quando há excesso de 18 Mercado de Capitais liquidez (muito dinheiro em circulação) ou recolocar moeda em circulação, quando houver o estreitamento de liquidez (pouco dinheiro em circulação). Para que estes quatro mercados pudessem atuar eficientemente, era necessária a criação de um sistema financeiro adequado, o que só foi possível a partir de 1964, quando se reformulou, através da “Lei da Reforma Bancária - (Lei 4.595)”, todo o Sistema Financeiro Nacional, que antes dessa data funcionava totalmente em torno do banco comercial. A partir de 1964, a primeira providência do governo foi criar um sistema financeiro, com instituições financeiras adequadas que operassem com títulos, onde os investidores pudessem aplicar suas poupanças e, conseqüentemente, financiar as empresas (setor produtivo). Era preciso criar uma legislação específica para o desenvolvimento do mercado e reformular todo o sistema financeiro brasileiro existente até aquela data. R E S U M O Mercado Prazo Operação Instituição Financeira de Crédito até 1 ano Consumo pessoa Fisica Banco Comercial (curto) Capital de giro p / empresa de Capitais (1 a 3 anos) Financiamento Crédito direto Sociedade de Crédito (médio) ao consumidor p/ pessoa física Financiamento e Invest. acima de 3 anos Financiamento para habitação Caixa Econômica Federal (longo) para pessoa física Soc.de Credito Imobiliário Cooperativa Habitacionall acima de 3 anos Financiamento de Capital Fixo Banco de Investimento (longo) para as empresas Bco.de Desenvolvimento BNDES Indeterminado Capitalização de recursos Bolsa dd Valores p/empresas através da abertura Bcos. investimento do capital via Mercado de Ações Soc. Corretora de Val. Soc Distribuidora Cambio diariamente Compra / venda de moedas p/ Bco. Investimento Pessoa física.Financiamento Bco. Comercial a Exportação e Importação Soc. Corretoras de Val para empresas Monetário diariamente Controle dos meios de paga Bco. Comercial mento (volume de papel Bco.de Investimento moeda em circulação) que é Soc. Corretora de Val igual os depósitos a vista nos Soc,Distribuidora de Val bancos comerciais + o volu me de papel moeda junto ao público.- O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 19 Mercado de Capitais O sistema financeiro sofreu, então, várias mudanças e adaptações que se faziam necessárias, face a nova política econômica adotada pelos governos que se sucederam. A seguir, apresentaremos as leis e suas datas, em ordem cronológica, para que possamos ter uma noção da evolução do sistema: * Reforma do Sistema Financeiro Nacional - Lei 4.595 - dezembro de 1964 Principais objetivos: - Recuperação da poupança e desenvolvimento de uma política de incentivos aos investimentos produtivos; criação do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil. * Lei do Mercado de Capitais - Lei 4.728 - julho de 1965 Principais objetivos: - Organização e criação dos regulamentos sobre o mercado de capitais; constituição do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários; regulamentação das bolsas de valores e sociedades corretoras; regras para o acesso ao mercado de capitais por empresas de capital estrangeiro. * Lei da CVM – 6.385 - dezembro de 1976 Principais objetivos: - Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para regulação e legislação do mercado de ações; registro e fiscalização das companhias abertas; emissão e distribuições de títulos e valores mobiliários (ações e debêntures). * Lei das S.A.’s – 6.404 - dezembro de 1976 Principais objetivos: - Estabelecimento de regras para as sociedades anônimas, no que diz respeito às suas características, constituição, composição acionária, etc.. Esta lei é a mais importantedo mercado de capitais, uma vez que regulamentou as S.A.’s e definiu a participação dos acionistas na constituição do capital das empresas, seus direitos e obrigações. Sistema Financeiro Nacional 20 Mercado de Capitais CONSELHOCONSELHO MONETMONETÁÁRIORIO BANCO BANCO CENTRALCENTRAL BANCO DO BRASILBANCO DO BRASIL INSTITUIINSTITUIÇÇÕESÕES FINANCEIRASFINANCEIRASPPÚÚBLICASBLICAS PRIVADAS PRIVADAS AUXILIARESAUXILIARES BOLSA DEBOLSA DE VALORESVALORES SOCIEDADESOCIEDADE CORRETORACORRETORA DE TIT. E VAL.DE TIT. E VAL. SOCIEDADESOCIEDADE DISTRIBUIDORADISTRIBUIDORA DE TIT. E VAL.DE TIT. E VAL. AGENTEAGENTE AUTÔNOMOAUTÔNOMO CAIXACAIXA ECONÔMICAECONÔMICA B N D E SB N D E S BANCO BANCO COMERCIALCOMERCIAL ESTADUALESTADUAL BANCO DEBANCO DE CRCRÉÉDITODITO COOPERATIVOCOOPERATIVO BANCOBANCO COMERCIALCOMERCIAL BANCO DEBANCO DE INVESTIMENTOINVESTIMENTO BANCOBANCO MMÚÚLTIPLOLTIPLO SOC. DE SOC. DE CRCRÉÉDITODITO IMOBILIIMOBILIÁÁRIORIO SOC. DE CRSOC. DE CRÉÉDITODITO FIN E I NVEST.FIN E I NVEST. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL Tem a finalidade de formular a política de moeda e de crédito, objetivando o progresso econômico e social do país. A política do Conselho Monetário Nacional visa: a) adaptar o volume dos meios de pagamentos às reais necessidades da economia e seu processo de desenvolvimento; b) regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; c) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; d) propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos financeiros com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; e) coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária fiscal e da dívida pública; f) Autorizar e aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central do Brasil. BANCO CENTRAL DO BRASIL Compete ao Banco Central do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, assim como. a) exercer o controle do crédito sobre todas as suas formas; b) receber recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais; c) realizar operações de redesconto bancário; 21 Mercado de Capitais d) exercer a fiscalização de todas as instituições financeiras; e) efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; f) relacionar-se, em nome do governo, com instituições financeiras internacionais; g) efetuar compra e venda de títulos de empresas de economia mista e empresas estatais; h) regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. i) criação em 20/06/2000 do Comitê de Política Monetária (COPOM) com o objetivo de estabelecer as diretrizes da Política Monetária e definir a taxa de juros (SELIC). BANCO DO BRASIL Compete ao Banco do Brasil a execução da política creditícia e financeira do Governo Federal, sendo suas principais atribuições: a) ser agente financeiro do Governo Federal; b) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais; c) executar a política de preços mínimos para financiamento da agricultura; d) adquirir e financiar estoques de produtos exportáveis; e) ser agente pagador e recebedor fora do país; f) executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis; g) financiar a aquisição e instalação de pequena e média propriedade rural; h) difundir e orientar o crédito, inclusive as atividades comerciais, suplementando a ação da rede bancária. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) Entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um presidente e quatro diretores nomeados pelo presidente da República. Funciona como órgão de deliberação colegiada, de acordo com regimento aprovado pelo Ministério da Fazenda. Compete à CVM: a) regular, com observância da política definida pelo CMN, as matérias expressamente previstas na Lei das Sociedades por Ações (6.404/76); 22 Mercado de Capitais b) administrar registros instituídos pela lei que a criou: registros de empresas para negociação de suas ações no mercado; de auditores independentes, consultores e analistas de valores mobiliários, etc.; c) fiscalizar: a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; a negociação e intermediação de valores mobiliários; a negociação e funcionamento das bolsas de valores; a administração e custódia de títulos e valores mobiliários; a auditoria das companhias abertas; os serviços de consultor e analista de valores mobiliários; a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem e aos valores nele negociados; d) propor ao CMN limites máximos de preços, emolumentos e qualquer outro rendimento cobrado pelos intermediários financeiros; e) fiscalizar as companhias abertas. A CVM, no uso de suas atribuições, tem poderes para: 1 - Examinar livros e documentos; exigir informações e esclarecimentos; requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública; obrigar as companhias abertas a republicar (com correções) balanços, demonstrativos, etc. 2 - Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não eqüitativas de administrações de companhias abertas e de qualquer participante do mercado; aplicar penalidades previstas; 3 - Suspender a negociação de um título ou colocar em recesso a bolsa de valores; divulgar informações a fim de orientar os participantes no mercado; suspender ou cancelar registros. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES) Financia capital fixo para empresas a médio e longo prazos; financia e analisa projetos para empresas que queiram se instalar em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento. Seus agentes financeiros são o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia e os bancos de desenvolvimento, voltados para a captação de poupanças para serem aplicadas nas regiões em que atuam. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Emite caderneta de poupança para financiar o Plano Nacional da Habitação. Seus principais agentes financeiros são as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo e as cooperativas habitacionais. Empresta dinheiro sobre penhor e hipoteca, opera com depósitos à vista com características de banco comercial, logo, financia consumo para pessoa física e capital de giro para empresas. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS BANCOS COMERCIAIS 23 Mercado de Capitais Operam com depósitos à vista, financiando capital de giro para a pequena e média empresas e consumo para pessoa física. Emitem CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário). Operam no “open-market”, com câmbio e realiza todas as operações características a um banco comercial, como empréstimos, recebimentos de impostos e de contas de fornecimento de serviços públicos, etc. BANCOS DE INVESTIMENTOS Não operam com depósito à vista, todavia operam com depósito a prazo fixo (CDB e RDB) financiando capitais de giro e fixo para empresas, a médio e longo prazos. Administram fundo de investimento de renda fixa e fundo mútuo de ações; participam de “underwriting”, podendo inclusive ser instituição LÍDER da operação; Administra carteira de títulos para clientes, clubes de investimento; operam nos mercados de câmbio, de capitais e no monetário. SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS ( FINANCEIRAS ) Têm a finalidade de financiar, a curto e médio prazos, o crédito direto ao consumidor, para aquisição de bens duráveis de consumo. Emite um título chamado “letras de câmbio” para viabilizar esses financiamentos. BANCOS MÚLTIPLOS Bancos que podem operar simultaneamente através da mesma instituição: carteiras de banco comercial e de investimento;de crédito imobiliário; de crédito, financiamento e investimento; e de desenvolvimento. A instituição obriga-se a escolher, entre as modalidades descritas acima, as carteiras com que deseja operar. INSTITUIÇÕES AUXILIARES DO SISTEMA FINANCEIRO São instituições que atuam no Sistema Financeiro como intermediárias e não podem emitir títulos. Neste caso, se enquadram as Bolsas de Valores, as Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e os Agentes Autônomos de Investimento. BOLSAS DE VALORES Até Outubro de 2007 as Bolsas eram associações civis, sem fins lucrativos, com a finalidade de dar liquidez para as ações das sociedades anônimas de capital aberto nelas negociadas. Tinham como membros as sociedades corretoras, que obrigatoriamente são detentoras de um título patrimonial de emissão de uma bolsa de valores, à qual são filiadas. Com a reformulação do mercado acionários, as 9 Bolsas existentes no Brasil deixaram de existir operacionalmente, e se associaram a Bolsa de Valores de São (BOVESPA) única Bolsa responsável pelo mercado de ações no Brasil. A partir de outubro de 2007 a Bovespa transformou-se em uma Sociedade Anônimas Aberta ,a Bovespa Holding S.A abriu o capital e suas ações são negociadas em Bolsa cumprindo as normas de qualquer S.A de capital aberto. 24 Mercado de Capitais Seus acionistas controladores são as sociedades corretoras que possuem a maioria das as ações emitidas pelada Bovespa Holding, todavia qualquer pessoa física ou jurídica pode se tornar acionista da empresa. Para a realização diária de operações com ações, as bolsas de valores têm a obrigatoriedade de possuir infra-estrutura adequada a todas as Sociedades Corretoras membros, que representam seus clientes no momento da compra e da vendas das ações. Em 2008 um a Bolsa d e Valores de São Paulo (Bovespa) e a BM&F( Bolsa de Mercadorias e de Futuros) fazem uma fusão dando origem a BM&FBovespa SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS Estão autorizadas a atuar como intermediárias entre investidores que se interessem em operar com ações ou outros valores mobiliários. São acionistas da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA),Operam com “open-market”, câmbio, títulos de renda fixa; administram fundos mútuos de ações, clubes de investimentos, carteiras de títulos para clientes, etc. Também podem participar de operações de “underwriting”. SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS Operam com ações, obrigam-se a utilizar os serviços de uma sociedade corretora. Não operam com câmbio, podem participar de operações de “underwriting”, mas somente como distribuidores dos títulos, não podendo assumir a responsabilidade de líder da operação. Operam com títulos de renda fixa, “open-market”, clubes de investimento; administram fundos de investimento, carteiras de títulos para clientes. AGENTES AUTÔNOMOS DE INVESTIMENTOS São pessoas físicas autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a atuarem como contato entre as instituições financeiras (banco de investimento, sociedade distribuidora, sociedade corretora) e o público investidor. Operam junto às instituições financeiras às quais são conveniados, recebendo comissões pelos negócios realizados por seus clientes. As Empresas e a Economia Brasileira 25 Mercado de Capitais Empresas EstataisEstatais EconomiaEconomia MistaMista PrivadaPrivada NacionalNacional MultinacionalMultinacional IndividualIndividual LtdaLtda S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta LtdaLtda S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta EMPRESASEMPRESAS S/AS/A FechadaFechada AbertaAberta A Empresa Estatal Tem como único sócio o governo, seja no âmbito federal, no âmbito estadual ou no âmbito municipal, e caso essas empresas necessitem de recursos para fazer frente a seus investimentos contam com o reinvestimento dos lucros e com o aporte de recursos do governo. A Empresa de Economia Mista É uma Sociedade Anônima controlada pelo governo, que tem mais de 50% das ações do seu capital, porém admite outros sócios que são seus acionistas. Essas empresas podem reinvestir os seus lucros,ou parte dos lucros, contam com recursos do governo e da iniciativa privada, que são seus acionistas, que podem fazer aporte de capital com o objetivo de fazer frente a seus investimentos. Além disso podem recorrer a empréstimos bancários no mercado financeiro nacional e internacional e podem abrir seu capital. Como exemplo de empresas de economia mista temos Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás etc..... A Empresa Privada Nacional individual Geralmente é uma empresa de pequeno porte, tem como alternativas para obter capital para seus investimentos, o reinves timento dos seus lucros, os recursos do próprio sócio controlador, ou recorrer a empréstimos através de bancos comerciais que atuam no mercado financeiro nacional, já que o seu acesso ao mercado financeiro internacional é praticamente inexistente. A Empresa Privada Nacional Ltda É uma empresa constituída por cotas de participação, cada sócio tem sua responsabilidade da empresa limitada a quantidade de cotas que possui. Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos essa empresa pode reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios que são os cotistas,ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários no mercado financeiro nacional e dependendo do porte da empresa e de sua credibilidade,obter empréstimos no mercado financeiro internacional. A Empresa Privada S/A (Sociedade Anônima) 26 Mercado de Capitais É uma empresa constituída por ações, cada sócio (acionista) é possuir de parte do capital da empresa. Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos, a S/A pode reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios (acionistas),ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários, no mercado financeiro nacional, e dependendo de sua credibilidade obter empréstimos no mercado financeiro internacional, porém, ela ainda tem como alternativa, abrir o seu capital, colocar suas ações do mercado acionário, sem perder o controle, e obter recursos para realizar seus investimentos sem depender de empréstimos bancários. A Empresa Privada Multinacional Ltda É uma empresa constituída por cotas de participação, o sócio controlador está no exterior.Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos essa empresa pode reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios que são os cotistas,ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários no mercado financeiro nacional e no mercado financeiro internacional, além de realizar investimentos diretos da empresa matriz para a filial no Brasil. A Empresa Multinacional Privada S/A (Sociedade Anônima) É uma empresa constituída por ações, cada sócio (acionista) é possuir de parte do capital da empresa e sócio controlador está no exterior. Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos, a S/A pode reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios (acionistas),ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários, no mercado financeiro nacional, e no mercado financeiro internacional, porém, ela ainda tem como alternativa, abrir o seu capital, colocar suas ações do mercado acionário, sem perder o controle, e obter recursos para realizar seus investimentos,e ainda receber investimentos diretos da empresa matriz que está no exterior para a filialno Brasil. As empresas privadas nacionais ou multinacionais Não contam com recursos do governo de uma forma direta, no entanto podem obter esses recursos de uma forma indireta, a partir do momento que se estejam em áreas incentivadas ou obtenham financiamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financia diversos segmentos do setor empresarial a taxa de juros subsidiadas que obedecem naturalmente a diversos critérios de análise de crédito e análise de projeto. ( R E S U M O ) 27 Mercado de Capitais ALTERNATIVAS DE CAPITALIZAALTERNATIVAS DE CAPITALIZAÇÇÃO DE RECURSOSÃO DE RECURSOS PARA INVESTIMENTOS EM CAPITAL FIXOPARA INVESTIMENTOS EM CAPITAL FIXO Recursos Recursos ReinvestReinvest InvestInvest EmprEmprééstimos Abertura Recursosstimos Abertura Recursos Governo Lucros SGoverno Lucros Sóócios Banccios Bancáários do Capital Matriz rios do Capital Matriz Brasil Ext.Brasil Ext. EstatalEstatal sim sim sim governo simsim governo sim simsim nãonão nãonão EconEcon. Mista S.A sim sim governo sim . Mista S.A sim sim governo sim sm ssm sim im não não acionistasacionistas PrivPriv. Nac. Ind não * sim o pr. Nac. Ind não * sim o próóprio sim nãoprio sim não não nãonão não PrivPriv. Nac.Ltda não* sim cotistas sim . Nac.Ltda não* sim cotistas sim ? não não? não não PrivPriv. Nac. S.A não * sim acionistas sim . Nac. S.A não * sim acionistas sim ? sim não? sim não Priva. Priva. MultMult. Ltda não* sim cotistas sim. Ltda não* sim cotistas sim simsim não simnão sim PrivPriv. . MultMult. S.A. S.A não* sim acionistas simnão* sim acionistas sim sim sim simsim sim sim OBSERVAOBSERVAÇÇÃOÃO-- * Incentivos Fiscais e financiamentos via BNDES* Incentivos Fiscais e financiamentos via BNDES Podemos observar que a única empresa que pode abrir o capital é uma Sociedade Anônima (S/A), seja uma S/A de Economia Mista, uma S/A Nacional ou uma S/A Multinacional. E porque uma S/A irá se transformar de uma S/A Fechada, de controle familiar ou de um grupo de amigos que são sócios com um objetivo em comum, em uma S/A Aberta? São vários os motivos dentre os quais podemos destacar: ] Capitalização de recursos para investimentos a longo prazo sem recorrer ao tradicional mercado de crédito via financiamento. . Capacidade de suportar planos de expansão a longo prazo . Gestão mais profissional . Divisão do risco com novos sócios . Criação de liquidez para o patrimônio dos sócios . Aumento da capacidade de endividamento . Melhoria da imagem institucional da empresa junto ao mercado financeiro Através da abertura do capital a empresa pode, assim manter sua estrutura de capital sadia,equacionando o balanceamento ideal entre endividamento e capitalização via abertura de capital. Obtém novas fontes de recursos, que permanecerão disponíveis para suportar planos de investimentos futuros toda vez que a empresa se defrontar com a decisão de investir em sua expansão . 28 Mercado de Capitais A administração necessita ficar mais transparente.Desencadeia-se um processo de profissionalização, que eleva sua eficiência administrativa, criando a imagem de empresa competente , bem administrada e prestadora de bons serviços. Os recursos obtidos através da emissão de ações é um recurso barato,mas é estável.Empréstimos tem que ser pagos. Os pagamentos são compulsórios, independente de a empresar operar com lucro ou prejuízo. Esses recursos oriundos da emissão de ações serão pagos ao investidor através da distribuição de lucros que são os dividendos,e da valorização (ou não) das ações em Bolsas de Valores,depende do desempenho da empresa. A empresa de capital aberto ainda possibilita aos acionistas insatisfeitos com a administração da empresa, com participação significativa no capital da S/A, ou não,de vender usa ações em Bolsas de Valores não provocando qualquer solução de continuidade nas operações da empresa. O mercado de ações então, é o segmento do mercado de capitais que permite as empresas (Sociedades Anônimas) capitalizarem recursos através da abertura do seu capital para fazer frente a seus investimentos, sem recorrer ao tradicional mercado de crédito que é o mercado bancário, transformando-se de uma S/A Fechada em uma Sociedade Anônima de Capital Aberto. O Mercado de Ações e a Abertura do Capital da Sociedade Anônima O conceito de companhia aberta é aquela que tem seus valores mobiliários vendidos ao público e admitidos a negociação nas Bolsas de Valores e no Mercado de Balcão. A legislação define como valores mobiliários emitidos por uma Sociedade Anônima, ações,bônus de subscrição, debêntures,notas promissórias,partes beneficiárias, títulos ou contratos de investimento coletivo ofertados publicamente, entretanto vamos considerar a abertura de capital via mercado de ações que é o principal valor mobiliário emitido por uma S.A Para podermos começar a entender o mercado de ações, sem definir inicialmente o que é uma AÇÃO. A AÇÃO é um título negociável, representativo de uma fração do capital social de uma Sociedade Anônima e é uma fração indivisível do seu capital. O aperfeiçoamento do Sistema Financeiro deu maior flexibilidade à canalização de poupanças para a aplicação em títulos, possibilitando assim financiamento para capital de giro e capital fixo às empresas carentes de recursos. A obtenção destes recursos por parte do empresário geralmente era, e ainda é, feita via instituições financeiras bancárias (banco comercial) e não-bancárias (banco de investimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento, etc.), acarretando a descapitalização das empresas pelo pagamento de altas taxas de juros e obrigando-as à reposição do capital no final de um prazo médio ou longo, fazendo o empresário cair num processo de endividamento contínuo. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de um mercado de ações ativo, que capitalize o empresário a um prazo mais elástico (indeterminado). Nesse mercado, 29 Mercado de Capitais ele não tem a obrigatoriedade do pagamento de juros e da devolução dos recursos captados, sendo a abertura do capital de sua empresa a alternativa mais viável para a ampliação dos seus negócios. Para abrir o capital, a S/A fechada deverá adaptar seus estatutos ao que determina a Lei 6.404/76 e a Lei 10.303/2001, que dispõem sobre as sociedades por ações. É indispensável a apresentação de um projeto econômico-financeiro da S/A que deseja abrir o capital à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Este projeto inclui um banco de investimento ou uma Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, que serão co-responsáveis pelas informações, entre as quais destacamos: a) Análise preliminar sobre a conveniência da abertura do capital b) Adaptação dos estatutos da empresa e outros procedimentos legais pertinentes a uma empresa aberta c) Histórico da empresa; d) Demonstrações Financeiras Padronizadas ,InformaçõesTrimestrais e Anuais e) Composição do capital social; f) Projetos de expansão, modernização e diversificação dos negócios; g) Evolução patrimonial, evolução dos resultados, grau de endividamento da empresa, demonstrativos de resultados, etc. h) Análise de seus balanços nos três últimos exercícios sociais,acompanhados de relatórios da administração. i) Escolha de auditoria independente j) Estudos técnicos para a definição de preço e volume da operação k) Escolha de um intermediário financeiro que irá ser responsável pela operação d e underwriting A adaptação dos estatutos da empresa, deve eliminar privilégios a certos tipos de ações em detrimento dos acionistas minoritários, definição do percentual de distribuição de dividendos,estabelecimento do limite de emissão de ações preferenciais em relação ao capital total da empresa. Equacionamento da estrutura societária eliminando situações de conflito de interesse tipo: .Empresa A controla Empresa B .Empresa B vende matéria prima para empresa A .Deseja-se abrir o capital da Empresa B Os investidores não aceitariam essa situação,por temerem que a Empresa B pudesse favorecer a Empresa A vendendo matérias primas a preços privilegiados. A saída seria abrir o capital da Empresa A, ou abrir o capital de uma Empresa holding que controlaria as Empresa A e B. Adaptação para transformação de uma Ltda para uma S/A caso não o seja. Designação do Diretor de Relações com os Investidores (DRI) que será a pessoa autorizada a falar pela empresa diante do mercado e investidores, durante a abertura do capital e a qualquer momento que se fizer necessário. É comum o Diretor Financeiro acumular essa função por ser o executivo que tem visão generalista do negócio, além de dispor dos principais dados de natureza econômica financeira de caráter restrospectivo e de projeções futuras. Acerto de pendências fiscais, trabalhistas ou débitos de qualquer natureza quie possam comprometer a imagem da companhia junto ao público. 30 Mercado de Capitais Estabelecimento ou cancelamento de acordo de acionistas. A contratação de auditoria independente para auditar suas demonstrações financeiras,conferindo-lhe Maior credibilidade. Organizar um departamento de acionistas ou contratar os serviços de instituições financeiras credenciadas a prestar esse serviço. Em resumo no quadro abaixo podemos visualizar as responsabilidades de uma empresa ao abrir o seu capital para com as diversas instituições e segmentos do mercado de capitais. Empresa Aberta Comissão de Valores Mobiliários Investidorespotenciais Bolsas de Valores Acionistas Consultores e Administradores Imprensa Especializada Analistas de Investimento Investidores Institucionais A Empresa Aberta e o Mercado de Ações(Deveres e Responsabilidades) .Criação de um Conselho de Administração, que será o responsável pela eleição dos diretores e da política empresarial .Eleição do Diretor de Relações com os Investidores, que será o elo de ligação entre a empresa e Mercado d e Capitais. . A administração da empresa que detiver informações relevantes, que possam influenciar o preço das ações da empresa nas Bolsas de Valores ou no Mercado de Balcão,devem guardar sigilo, até que essas informações sejam divulgadas por meio das Bolsas de Valores,da CVM e da Imprensa como ‘Fato Relevante”. .Os demonstrativos financeiros devem obrigatoriamente ser auditados por uma auditoria independente,registra e habilitada pela CVM. A CVM não emite juízo de valor sobre as informações apresentadas pela S/A, exige sim, que elas sejam verdadeiras e públicas. .A empresa é obrigada a divulgar balanço consolidado quando possuir empresas controladas . .A empresa deverá divulgar em jornais de grande circulação seus demonstrativos financeiros anuais. 31 Mercado de Capitais .A alienação do controle da companhia aberta, a aquisição de ações de outras companhias abertas por seus controladores ou coligadas e a aquisição de sua s próprias ações devem atender a procedimentos definidos pela VCM. controladores ou coligadas O Mercado primário de Ações Após obter o Registro de Companhia Aberta, a S/A poderá vender suas ações junto ao público (pessoas físicas e jurídicas), através de uma operação denominada “UNDERWRITING”, caracterizando uma operação do Mercado Primário de Ações, que é a primeira negociação realizada com as ações da empresa. Investidores SociedadeAnônima A Ç Õ E S Recursos Financeiros M P E R R I C M A Á D R O I O Banco de Investimento Sociedade Corretoras Sociedades Distribuidoras Operações de “underwriting” Para colocação de ações no mercado primário, a empresa contrata os serviços de instituições especializadas, tais como: Bancos de Investimento, Sociedades Corretoras e Sociedades Distribuidoras, que formarão um “pool” de instituições financeiras para a realização de uma operação de “underwriting”. Esta operação pode ser conceituada como um contrato firmado entre a instituição financeira líder do lançamento as ações (Banco de Investimento ou Sociedade Corretora de Títulos de Valores Mobiliários)) e a sociedade anônima, que tem interesse na abertura do capital. Uma operação de undewriting envolve uma série de etapas para o lançamento das ações a) Preparação de Preliminares do lançamento das ações b) Contratação da Instituição Financeira Coordenadora c) Definição do preço das ações, e do volume da emissão d) Assembléia Geral Extraordinária da S/A deliberativa da operação e do período de exercício 32 Mercado de Capitais e) Processo de obtenção de registro da emissão junto a Comissão de Valores Mobiliários f) Marketing da operação g) Anúncio do início da distribuição pública das ações h) Anúncio de encerramento da distribuição pública das ações A Contratação da Instituição Financeira Coordenadora do underwriting A legislação atual prevê a obrigatoriedade da intermediação e coordenação da operação por meio de uma instituição financeira credenciada para tal, ou seja, nenhuma companhia pode vender diretamente suas ações no mercado quando a emissão for caracterizada como emissão pública. Tal instituição poderá ser um Banco de Investimento,um Banco Múltiplo com carteira de investimento, uma Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e uma Sociedade Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Tipo de Garantia e Colocação (Tipos de Underwriting) Existem dois tipos básicos de contrato de underwriting no mercado: garantia firme e melhores esforços. No primeiro, se a instituição não conseguir colocar a emissão de ações no mercado, ela compromete-se a adquiri-la integralmente ou parte não colocada. No segundo,fracassado o esforço de colocação, a instituição devolve a empresa o lote de ações não vendido,. Pode ocorrer também uma combinação dessas duas modalidades de garantia, ou seja, sobre uma parcela da emissão é dada garantia firme, enquanto na parcela restante se trabalha com os melhores esforços. Há operações de underwriiting em que é conveniente trabalhar só com garantia firme e outras com os melhores esforços.No caso da abertura do capital é conveniente para a S/A trabalhar com a garantia firme, pois uma tentativa frustrada de entrada da empresa no mercado poderia fechar as portas para a S/A por um longo período. Os melhores esforços só é indicado para empresa de larga tradição,com preço de lançamento atrativo e com mercado favorável. A força e a tradição do underwriter no mercado também influencia o sucesso da operação, pois uma instituição renomada aceitou ser a coordenadorado processo da ação da S/A ela está dando o aval na operação. Os Custos da Intermediação na Operação de Underwriting O preço cobrado pelos intermediários financeiros em uma oferta pública compõe- se principalmente de três tipos a saber a)Comissão de Coordenação Refere-se à remuneração dos serviços de coordenação da emissão que vão desde a elaboração da documentação do pedido de registro,formação do “pool” de instituições financeiras participantes da operação, até a liquidação financeira. 33 Mercado de Capitais A comissão de Coordenação geralmente varia de 1 a 2% da emissão, pago ao coordenador, pela assessoria e elaboração de todo o processo b)Comissão d e Garantia É a remuneração que o coordenador e seus subordinados recebem para garantir a emissão. A garantia poderá ser estabelecida sobre a emissão toda, sobre as sobras, ou ainda sobre parte da emissão previamente estabelecida. Quando o contrato é de melhores esforços essa remuneração é suprimida. A comissão e garantia geralmente varia entre 1,5% a 2% da emissão paga a coordenação pela garantia na colocação das ações, neste caso é repassado 0,5% a 1% ao líder e demais instituições garantidoras. c)Comissão de Colocação Refere-se à remuneração que o intermediário,que realizou a colocação da ação junto ao acionista vai receber. A comissão d e colocação varia de 1% a 2% da emissão paga ao coordenador Escolhida a instituição coordenadora do underwriting,é assinado o contrato de underwriting com a S/A, no qual são caracterizadas as partes e fixadas as condições da emissão e colocação das ações. Segundo a Instrução número 13 da Comissão d e Valores Mobiliários, a colocação das ações junto ao público pode ser feita por dois sistemas a saber: a) Garantia de acesso: Nesse caso, no mínimo 30% das emissão deve estar aberta ao público,sendo previamente fixadas as condições para aceitação das reservas (bookbuilding - a instituição financeira fixa um preço para receber ofertas de possíveis compradores e o preço final dependerá da demanda pelas ações) b) Procedimento diferenciado Todo procedimento que diferir da garantia de acesso será considerado procedimento diferenciado.O caso mais comum é a colocação ficar a critério da instituição financeira coordenadora e o líderes decidirem a quem vender a ação Definição do preço de Lançamento das Ações De acordo com o artigo número 170 da lei por Sociedade por Ações (Lei 6404/76) modificado pela Lei 9457/97 o preço fixado das ações deverá decorrer, alternativamente ou conjunturalmente; a) da perspectiva de rentabilidade da empresa b) do valor do patrimônio líquido da ação c) da cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão Organizado,admitidos ágio ou deságio em função das condições de mercado Para se definir à perspectiva de rentabilidade da empresa emissora é necessário a realização de estudos que compreendem: a) análise das demonstrações financeiras retrospectivas b) contato preliminar com a área financeira 34 Mercado de Capitais c) visita às instalações produtivas e ou prestação de serviços responsáveis pela geração dos resultados da companhia d) entrevistas nas área comercial,de marketing,e d e planejamento estratégico e) análise do setor de atuação da companhia e da concorrência f) desenvolvimento de projeções de resultado,incluindo várias simulações de aporte de recursos A comparação com ações de outras companhias Quanto à comparação com ações de outras companhias já negociadas em Bolsas de Valores ou no mercado de Balcão organizado, os principais indicadores utilizados são: a) índice Preço/Lucro Indica em quantos anos o valor investido retorna,pelo padrão de lucro projetado,sendo que o preço corresponde à cotação da ação no mercado b) Índice Preço/Fluxo de Caixa Indica em quanto ano sôo valor investido retorna,pelo padrão de caixa projetado,descontado a uma taxa adequada ao cenário financeiro. c) Relação Preço/ Valor Patrimonial da Ação c) Índice Retorno sobre o patrimônio Líquido d) Relação Preço da ação / Dividendo e) Relação Valor da Empresa / Lajita O valor da empresa é igual ao valor de mercado mais endividamento líquido e Lajita corresponde ao lucro antes de juros,impostos,depreciação e amortizações(geração operacional d e caixa). Ao receber estes dados técnicos o underwriter define com a empresa o preço e o volume da emissão do lançamento das ações da ekpresa. O Registro do Lançamento das Ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A emissão das ações só poderá ser colocada no mercado depois de devidamente registrada na CVM. Para atender a tais requisitos a empresa deverá seguir ao que determinam as instruções CVM número13/1980, número 202/1993 e número 245/96 que abrem dados considerados de relevância para os investidores tais como a) condições do aumento do capital (quantidade de ações, tipo ,espécie ,forma, classe, preço,quantidade a ser distribuída no mercado etc...) b) a composição do capital social antes e depois do aumento c) demonstração dos custos de distribuição d) prazos de subscrição e integralização 35 Mercado de Capitais e) condições do contrato de underwriting, no que concerne aos lotes dos líderes consorciados f )direitos,vantagens e restrições das ações a serem vendidas g) justificativa do preço de emissão h) procedimentos de distribuição i)destinação dos recursos j)relação da empresa emissora com os líderes da operação k)descrição dos contratos de garantia de liquidez , se houver Resumindo, existem basicamente três tipos de garantias de “Underwriting” a saber: a) Underwriting Firme, b) Underwriting Parcial ou Sobras c) underwriting melhores esforços 1) Underwriting Firme, As instituições financeiras subscrevem integralmente a emissão de ações para tentar revendê-las posteriormente ao público. Nesta forma de contrato, não há risco algum para a empresa, que tem a certeza da entrada dos recursos, pois o intermediário financeiro garante o total da emissão. O risco da aceitação ou não do lançamento, pelo mercado, fica por conta do intermediário. 2) Underwriting Parcial ou Sobras (“STAND-BY”) Neste caso, o intermediário se compromete a colocar as ações à venda ao público, garantindo parte do lançamento (parcial), ou ainda, a subscrição das ações que não forem adquiridas por ocasião da colocação (sobras). 3) Underwriting Melhores Esforços (“BEST-EFFORTS”) Neste modelo, as instituições financeiras se comprometem a realizar os melhores esforços no sentido de tentar vender todas as ações do lançamento, sem, no entanto, assumir a responsabilidade sobre a parte que não for colocada. Se por acaso houver sobras, estas serão devolvidas à empresa emissora. A divulgações de informações sobre a empresa aos Investidores A empresa ao formalizar o contrato de underwriting, terá simultaneamente que informar aos futuros investidores, através de um folheto informativo sobre os seguintes itens Informações sobre o lançamento . Apresentação da emissão . Composição do capital social . Características básicas da emissão . Demonstrativo do custo de distribuição 36 Mercado de Capitais . Condições e prazos de subscrição das ações e sua integralização . Contrato de distribuição e de garantia . Diretos,vantagens e restrições das ações a serem distribuídas . Justificativa do preço de emissão . Procedimentos da distribuição . Relação entre a empresa emissora e o coordenador da emissão Informações sobre a empresa . Informações Anuais (IAN) .Demonstrações Financeiras padronizadas .Informações Trimestrais (ITR) .Relatório da administração,
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