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Apostila Mercado de Capitais

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1
Mercado de Capitais
 
 
 MERCADO DE CAPITAIS
 
 
 
 Prof. Roberto Rodriguez Meire
 
2
Mercado de Capitais
Í N D I CE
A Economia 
As Teorias Micro e Macroeconômicas. Os instrumentos de Política Econômica 
Os Processos de formação e determinação da renda
Os fatores de Produção. A renda. O consumo. A poupança. O investimento
O Sistema Econômico Fechado
O Sistema Econômico Aberto
O Comércio Exterior. O Balanço de Pagamentos e sua estrutura. As Reservas 
Internacionais. A entrada e saída de moedas.A Dívida Externa.A Taxa de Câmbio. 
A atuação do governo no mercado de divisas. Os Regimes Cambiais.
O Mercado Financeiro
Os agentes econômicos superavitário e deficitários.A função do Mercado 
Financeiro. A Subdivisão do Mercado Financeiro 
O Sistema Financeiro Nacional
Alternativas de Capitalização para as empresas para seus 
 Investimentos em Capital Fixo
Especificação das operações de financiamento para as empresas 
A Abertura de Capital da S/A
Procedimentos da abertura.Responsabilidades da Empresa.
As ações.Legislação
Específica.
O Mercado Primário de Ações. As Operações de Underwriting. 
O Mercado Secundário de Ações. O Registro da S/A na Bovespa.A rentabilidade 
das ações, 
A Tributação. A Governança Corporativa (Nível I, Nível II e o Novo Mercado)
Analise Fundamentalista
Múltiplos de Mercado
A Política |Monetária
Principais funções da moeda . Os Meios de pagamento.Haveres Monetários e não 
monetários.Criação e destruição de moeda.Multiplicador Bancário. Os Instrumentos 
de Política Monetária.Depósito Compulsório.Operações de Open Market. Instituições 
A taxa do DI. As Financeiras “Dealers.” . O Redesconto Bancário .A Câmara de 
Compensação de Cheques. O depósito Interbancário. Variáveis que influenciam a 
taxa de juros.O Novo Sistema Brasileiro de Pagamentos 
.O Novo Sistema Brasileiro de Pagamentos
Objetivo e diretrizes gerais
3
Mercado de Capitais
Títulos emitidos no mercado financeiro, instituição emissora e função 
econômica
As Empresas (Economia Empresarial)
A Economia Empresarial tem por objetivo analisar os principais conceitos 
econômicos,os fenômenos micro e macro econômicos que podem influenciar o 
dia-a-dia das empresas e do mercado. O estudo desses fundamentos tem por 
finalidade assessorar na identificação de problemas econômicos e auxiliar na 
tomada de decisões e na gestão dos negócios empresariais.
Conceito de Economia
É a ciência social que estuda a escassez e como o indivíduo e a sociedade 
decidem empregar seus recursos produtivos, que não escassos, na produção de 
bens e serviços, de modo a distribuí-lo entre as famílias e grupos sociais, a fim 
de satisfazer suas necessidades humanas. 
Análise econômica para fins didáticos e metodológicos é normalmente dividida 
em quatro diferentes áreas de estudo, são elas: A Microeconomia ou Teoria da 
Formação do preço, a Macroeconomia, a Economia Internacional e o 
Desenvolvimento Econômico.
Uma visão da subdivisão da economia e suas teoria poderá ser visualizada 
abaixo.
Correlação entre Microeconomia, Macroeconomia e 
Política Econômica
Economia
Microeconomia
Macroeconomia
Teoria da Empresa
Teoria da Produção
Teoria do Consumo
Teoria da Repartição
Teoria dos Agregados
Teoria do Equilíbrio e
Do Crescimento
Teoria da Moeda
Teoria das Rel.Int
Teoria das Fin.Publicas
Teoria do desenvol
vimento
POLÍTICA
ECONÔMICA
4
Mercado de Capitais
Política Econômica
Objetivos
Estabilidade Econômica
Desenvolvimento Econ.
Eficiência Repartitiva
Instrumentos
desenvolvidos
Política Fiscal
Política Monetária
Política Cambial
A microeconomia analisa o comportamento das unidades econômicos que são as 
famílias as empresas, e os consumidores, a interação entre essas empresas e 
consumidores e a maneira pela qual os preços dos bens não determinados
A macroeconomia estuda o comportamento econômico como um todo analisando 
o que determina e o que modifica o comportamento de variáveis como produção, 
inflação,emprego, desemprego, taxa de juros, poupança, investimento etc
Teorias Microeconômicas
Teoria da Empresa
Analisa a atividade empresarial, sua estrutura organizacional e em que mercados a 
empresa irá desenvolver suas atividades.
Teoria da Produção
Analisa a eficiência produtiva das empresas, que com recursos limitados tem que 
racionalizar custos e maximizar a produção.
Teoria do Consumidor
Analisa o comportamento do consumidor em relação aos bens e serviços 
produzidos na economia quanto a sua qualidade e utilidade bem como a variação 
do seu preço.
Teoria da Repartição
Envolve a promoção da eficiência repartitiva minimizando os desequilíbrios regionais 
na produção.
Teorias Macroeconômicas.
Teorias dos Agregados
Analisa a evolução dos agregados econômicos como o PIB, Renda Nacional, Renda 
per Capta etc...
Teoria do Equilíbrio e do Crescimento
Tem como objetivo alcançar o pleno emprego, a estabilidade geral dos preços e o 
equilíbrio nas contas externas.
Teoria da Moeda
Estuda o impacto no volume de papel moeda na economia, sua velocidade de 
circulação e seus reflexos no crédito, nos investimentos e na inflação.
Teoria das Relações Internacionais.
Analisa as relações do pais com o exterior, com os diverso blocos econômicos e 
seus reflexos na exportação e importação na balança de pagamentos.
Teoria das Finanças Públicas
Analisa as finanças públicas a nível federal, estadual e municipal e seus reflexos 
sobre a economia.
Teoria da Eficiência Repartitiva
Evitar desequilíbrios regionais e promover uma melhor distribuição de renda.
5
Mercado de Capitais
Instrumentos de Política Econômica
Política Fiscal
São instrumentos que darão origem as receitas do governo como impostos, 
concessão de subsídios e transferências financeiras para fazer face aos seus 
investimentos e suas despesas.
Política Monetária
Adequação do volume de papel moeda em circulação para fazer frente as 
necessidades da economia
PROCESSO DE FORMAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA RENDA
Em uma economia de mercado,os fatores de produção (Recursos Naturais, Capital e 
Trabalho) e as necessidades da sociedade, são definidos pela lei da oferta e da 
procura.Para que possamos fazer uma análise da formação da renda e dos 
mecanismos que movimentam uma economia,vamos demonstrar através do fluxo real 
da economia como funciona esse sistema.
Em uma economia a dois setores, onde os agente econômicos famílias e empresas 
interagem entre si,dando dinâmica a oferta de fatores de produção e demanda por 
bens e serviços,se apresenta da seguinte forma:
Demanda Oferta
 Mercado de bens e serviços
 Mercados de fatores de produção
Oferta Demanda
Através desse fluxo,podemos analisar o processo de formação de renda em uma 
economia. As famílias demandam bens e serviços que são ofertados no mercado 
pelas unidades produtivas, nesta caso as empresas.
Definição de Renda
A renda é o somatório das remunerações dos fatores de produção. Cada umdos 
fatores de produção possuem um tipo de remuneração.
Fator de Produção Tipo de Remuneração
Trabalho Salário
Capital Juros
Terra Aluguel
Portanto temos: Renda = Salário + Juros + Aluguéis
No ciclo anteriormente descrito, podemos identificar a formação da renda,como 
remuneração dos fatores de produção.Identificamos também a função consumo, que é 
a satisfação das necessidades básicas da subsistência, essas necessidades são 
satisfeitas através da aquisição de bens e serviços produzidos pelas empresas.
 FAMÍLIAS EMPRESAS
6
Mercado de Capitais
Outras funções econômicas também podem ser perfeitamente identificadas pelo 
fluxo são as de poupança e investimento, que pelo modelo de economia de mercado, 
se apresenta pela possível sobra da renda após a satisfação das necessidades, quando 
eventualmente o nível de renda for maior que a necessidade de consumo.
Os recursos excedentes da renda, neste caso, são classificados como poupança. A 
poupança quando aplicada em um ativo produtivo se transforma em um 
investimento.Em uma economia podemos então definir que o processo de formação 
de renda, após as despesas de consumo, podem gerar poupança e essa se 
transforma em investimento.
Renda - Consumo = Poupança = Investimento
 SISTEMA ECONÔMICO FECHADO
 
 Recursos Naturais/Capital/Trabalho
Os fatores de produção da economia dão origem ao sistema produtivo, que vem a 
ser, o conjunto de todas as empresas que irão produzir os bens e serviços que 
para satisfazer nossas necessidades, esta premissa é válida tanto para os sistemas 
econômicos capitalista, socialista ou para uma economia centralizada.
As características das empresas variam de economia para economia, no caso da 
economia brasileira podemos identificar os seguintes tipos de empresas que fazem 
parte do nosso sistema produtivo.
Empresas
EstataisEstatais
EconomiaEconomia MistaMista
PrivadaPrivada
NacionalNacional
MultinacionalMultinacional
IndividualIndividual
LtdaLtda
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
LtdaLtda
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
EMPRESASEMPRESAS
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
A economia entra em um processo de crescimento quando temos um aumento no 
consumo, com reflexos no aumento do mercado interno, do sistema produtivo e na 
distribuição de renda, esse crescimento necessariamente tem que ocorrer com 
estabilidade econômica, ou seja, sem inflação.
 Sistema
 Produtivo
 Mercado 
 Interno
 Renda Consumo
7
Mercado de Capitais
O consumo irá se materializar através da renda, do crédito ou do somatório da 
renda + crédito. As empresas não podem depender única e exclusivamente do 
consumo agregado da economia. Assim, para minimizar riscos e maximizar 
resultados elas tem como alternativa recorrer ao Comércio Exterior através das 
Exportações, colocando seus produtos em outros mercados, satisfazendo as 
necessidades de outros consumidores,ampliando sua produção e diversificando sua 
carteira de clientes.. Todavia um país não produz tudo, ele pode ser dependente de 
matérias primas, de produtos industrializados, de tecnologia e de vários outros 
produtos e serviços, recorrendo então as Importações para complementar suas 
necessidades. Ao comercializar com o exterior a economia então deixa de ser uma 
economia fechada e passa ser uma economia aberta. 
SISTEMA ECONÔMICO ABERTO
 Recursos Naturais/Capital/Trabalho
 
O Comércio Exterior
Os problemas burocráticos, bem como o estabelecimento de quotas ou proibições às 
importações de determinados produtos, representam barreiras no comércio 
internacional. As políticas comerciais atualmente estão sujeitas às normas estabelecidas 
pela OMC – Organização Mundial do Comércio. Este órgão tem a função de coibir as 
políticas protecionistas e as práticas de “dumping” (países que vendem seus produtos a 
preços inferiores aos seus custos de produção, com vistas a aumentar a sua participação 
no mercado mundial), que prejudicam o comércio internacional.
O Balanço de Pagamentos e sua Estrutura
O balanço de pagamentos representa o registro estatístico-contábil de todas transações 
econômicas realizadas entre os residentes do país com os residentes dos demais países 
em um determinado período de tempo.
Desse modo, estão registrados no balanço de pagamentos, por exemplo, todas as 
exportações e importações do período considerado: os fretes, os seguros, os 
empréstimos obtidos no exterior, etc. Ou seja, todas as transações com mercadorias, 
serviços e capitais físicos e financeiros entre o país e o resto do mundo.
A seguir apresentaremos a estrutura do balanço de pagamentos e as suas respectivas 
contas:
A . Balança Comercial
 Importações
 Exportações
B. Balanço de Serviços
 Viagens Internacionais (Turismo)
 Transportes (fretes)
 Seguros
 Sistema
 Produtivo
 Mercado 
 Interno
 Renda Consumo
 Comércio
Exterior
8
Mercado de Capitais
 Renda de Capitais (juros, lucros e dividendos)
 Serviços Diversos (royalties, assistência 
técnica)
 Serviços Governamentais (embaixadas)
C. Transferências Unilaterais
 Donativos em Divisas ou Mercadorias
D. Balanço de Transações Correntes
 Resultado Líquido de A + B + C
E. Movimento de Capitais Autônomos
 Investimentos Diretos Líquidos
 Reinvestimentos
 Empréstimos e Financiamentos
 Amortizações 
 Capitais de Curto Prazo
F. Erros e Omissões
G. Saldo do Balanço de Pagamentos (D + E + F)
A Balança de Pagamentos vem a ser o somatório da Balança Comercial + a Balança 
de Serviços. A Balança Comercial é o resultado das Exportações menos as 
Importações de produtos tangíveis, que existem fisicamente,e que podemos tocar e 
visualizar.
A Balança de Serviços é o resultado das Exportações e Importações de serviços, 
que naturalmente são intangíveis,não conseguimos visualiza-los, todavia, eles 
existem, e são fundamentais para o desenvolvimento econômico. Podemos citar 
como exemplo: fretes, seguro, serviços bancários, tecnologia, royalts ou patentes, 
capital financeiro ,bolsas de estudo,doações,abertura de contas no exterior etc....
As reservas internacionais
O mercado de divisas estrangeiras é operacionalizado basicamente pelos importadores e 
exportadores. O comércio internacional exige que os pagamentos de bens e serviços 
sejam realizados por moedas aceitas internacionalmente. Os importadores precisam 
pagar suas contas aos fornecedores no exterior, uma vez que a moeda nacional não é 
aceita fora do país. Daí a necessidade da obtenção da moeda estrangeira para cumprir 
seus compromissos. No caso do exportador, o processo é inverso, pois recebem 
pagamentos pelo fornecimento de bens e serviços no exterior, e esses são realizados na 
moeda americana (dólar).
Uma das funções do Banco Central é controlar e fiscalizar a troca (câmbio), a entrada e 
saída de moeda e divisas. Assim o Banco Central procede da seguinte forma: no caso 
dos importadores, o BACEN recebe o valor correspondente ao pagamento das contas 
9
Mercado de Capitais
em reais, converte em dólar e paga aos importadores do exterior, enquanto que, no caso 
dos exportadores, o Banco Central recebe a importância referente aos pagamentos 
vindos do exterior em dólares, retém essas divisas em seus cofres e paga ao exportador 
nacional o correspondente importância em reais. 
Os recursos em moeda estrangeira retidos por esse processo, são denominados de 
reservas internacionais. As reservas também são alimentadas por alguns outros 
mecanismos, como por exemplo: turismo, investimentos diretos, investimentos indireto, 
transferências unilaterais etc..... Abaixo seguem alguns exemplos de entrada e saída 
em moedas estrangeiras
do país que contribuem para as reservas internacionais deum país.
Entrada de Moeda Estrangeirano país
Exportação 
Investimentos de empresas multinacionais no país
Investimentos no mercado financeiro brasileiro
Empréstimos do Fundo Monetário Internacional
Empréstimos obtidos por empresas brasileiras no exterior 
Remessa de recursos de brasileiros residentes no exterior
Remessa de lucros de filiais de empresas brasileiras no exterior
Recebimento de royalts
Turismo
Bolsas de Estudo
Recursos de Organizações não Governamentais
Recebimento de Doações
Saída de Moeda Estrangeira do pais
Importação
Investimentos de empresas brasileiras no exterior
Pagamento de empréstimos e juros realizados à Bancos privados
Pagamentos de Empréstimos ao FMI
Repatriação do capital estrangeiro
Remessa do capital mais a rentabilidade de investimentos no mercado financeiro
Remessa de lucros de multinacionais
Pagamento de royalts
Turismo
Evolução da Dívida Externa Brasileira 
Governo Divida
Externa
Em US
1965
 Castelo Branco 3.644
1966 Castelo Branco 3.666
1967 Costa e Silva 3.281
1968 Costa e Silva 3.720
1969 Médice 4.403
1970 Médice 5.295
1971 Médice 6.622
1972 Médice 9.521
1973 Geisel 12.572
1974 Geisel 17.166
10
Mercado de Capitais
1975 Geisel 21.171
1976 Geisel 25.985
1977 Geisel 32.037
1978 Geisel 43.511
1979 Figueiredo 49.904
1980 Figueiredo 53.948
1981 Figueiredo 61.411
1982 Figueiredo 69.654
1983 Figueiredo 81.319
1984 Figueiredo 91.091
1985 Tancredo/Sarney 95.867
1986 Sarney 101.759
1987 Sarney 121.365
1988 Sarney 117.449
1989 Sarney 99.284
1990 Collor 96.545
1991 Collor 92.996
1992 Itamar 110.830
1993 Itamar 114.270
1994 Fernando Henrique 119.660
1995 Fernando Henrique 129.313
1996 Fernando Henrique 179.935
1997 Fernando Henrique 199.998
1998 Fernando Henrique 228.186
1999 Fernando Henrique 225.600
2000 Fernando Henrique 216.900
2001 Fernando Henrique 209.900
2002 Fernando Henrique 210.700
2003 Lula 214.900
2004 Lula 201.300
2005 Lula 198.300
2006 Lula 
2007 Lula 193,700
2008 Lula 196. 000 
2009 Lula 200. 000 
2010 Lula 225.000 
2011 Dilma 297.000 
2012 Dilma 316..000 
2013 Dilma 312.000 
2014 Dilma 338.000 
2015 Dilma 348.000 
2016 Dilma/Temer 319.000 
2017 Temer 317.000 
2018 Temer 308.000
Fonte:Banco Central do Brasil. Jornal O Globo 09/2005 e 28/03/.2006
O governo atua na política externa de duas formas: através da política cambial e da 
política comercial. A política cambial diz respeito a alterações e fixação da taxa de 
câmbio, enquanto que a política comercial refere-se aos mecanismos que interferem no 
fluxo de mercadorias e serviços. 
Política Comercial
Alterações das tarifas sobre importações
11
Mercado de Capitais
Se a política adotada visa proteger a produção interna, o governo pode determinar uma 
elevação nos impostos dos produtos importados ou ainda criar algum tipo de taxa ou 
tributos sobre a importação estimulando assim a exportação.
No caso oposto, se a política estiver visando uma liberalização das importações, o 
governo adotará medidas de redução das tarifas e impostos sobre os produtos 
importados.
Regulamentação do comércio exterior
Os problemas burocráticos, bem como o estabelecimento de quotas ou proibições às 
importações de determinados produtos, representam barreiras no comércio 
internacional. As políticas comerciais atualmente estão sujeitas às normas estabelecidas 
pela OMC - Organização Mundial do Comércio. Este órgão tem a função de coibir as 
políticas protecionistas e as práticas de “dumping” (países que vendem seus produtos a 
preços inferiores aos seus custos de produção, com vistas a aumentar a sua participação 
no mercado mundial), que prejudicam o comércio internacional.
Os Regimes Cambiais (Política Cambial)
Câmbio Fixo 
O Banco Central intervém constantemente para manter a cotação da moeda, quando 
há saída de moeda estrangeira,ele vende mesma quantidade no mercado de câmbio 
e vice versa.
 . Requer grande quantidade de reservas
 . Maior previsibilidade dos agentes favorecendo o comércio
 . As mudanças nos fundamentos da economia do país refletem outras variáveis, 
 como a taxa de juros.
Câmbio Controlado 
 .O Banco Central estabelece uma faixa dentro da qual o mercado poderá flutuar.
 Ele intervém sempre que a cotação do câmbio começa a romper as bandas 
mínima ou máxima da taxa de flutuação,quando a ameaça é romper a banda mínima, 
ele compra moeda estrangeira, do contrário, vende
Também requer grande quantidade de reservas
Transmite previsibilidade aos agentes, pois a faixa de flutuação é geralmente 
anunciada publicamente pelo Banco Central
Câmbio Flutuante 
O Banco Central não intervém no mercado de câmbio
 . Prejudica o planejamento dos agentes no comércio exterior em suas exportações e 
 importações.
Vantagens da Política de Valorização Cambial
.Aumentos das Importações
.Produtos estrangeiros competindo com produtos nacionais
.Empresários nacionais se sentem desestimulados a aumentar preços
.Redução de custos para tornar os produtos nacionais mais competitivos
Os produtos ficam mais competitivos a nível de preços
.Os preços caem ou se estabilizam
.Redução da Inflação
12
Mercado de Capitais
. Empresas com empréstimos em dólares tem seu grau de endividamento 
reduzido.
Desvantagem da Política de Valorização Cambial
. Quebra de algumas empresas nacionais
.Aumento do desemprego que passa pela redução d e custos
.As exportações são prejudicadas porque os produtos nacionais ficam mais caros 
 comparados com os produtos estrangeiros
.Pode ocorrer um déficit na balança comercial
.Para manter suas reservas cambiais o país passa a depender de financiamentos 
externos
 ou de investimentos de empresas multinacionais (investimentos diretos)
.As exportações podem ser afetadas e diminuir as reservas em dólares na balança 
de 
 Pagamentos
.Essa redução caso o país tenha dívida externa a pagar, poderá comprometer a 
 capacidade de pagamento com seus compromissos externos.
.O risco do país aumenta
Vantagem de uma Política de Desvalorização Cambial
.Aumentos das exportações com reflexos positivos no emprego
.Entram mais dólares no país
.A entrada de dólares pressiona a queda na taxa de câmbio
.A dívida externa fica melhor equacionada e com sobra de dólares aumenta a 
credibilidade internacional do país
.A taxa de juros de futuro empréstimos no exterior ,é menor
.Equacionada a dívida externa e havendo sobra de dólares o país passa ser 
exportador 
 de capital
.Melhora o risco do país em função de poder pagar seus compromissos externos
Desvantagem de uma Política de Desvalorização Cambial
.Diminuição das importações
.Produtos importados ficam mais caros
.Aumento dos custos dos produtos importados são repassados para o consumidor 
via 
 aumento de preços
.O aumento de preços gera inflação
.A redução das importações diminui a competitividade do empresário nacional que 
tende 
 a incentivar a adoção de uma reserva de mercado para se proteger da 
concorrência.
.Se os investimentos na produção não acompanham a evolução tecnológica os 
produtos 
 nacionais ficam defasados.
. Aumenta o endividamento das empresas que tem empréstimos em dólares
Demandantes (compradores) de dólares
.Importadores
.Empresas que tem que pagar empréstimos em dólares
13
Mercado de Capitais
.O governo quando tem quepagar a dívida externa
.Empresas multinacionais que remetem lucro para o exterior
.Pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros
.Viagens internacionais
.Pagamento de cartão d e crédito internacional
.Empresas nacionais que investem no exterior
.Investidor estrangeiro que o retorno do capital (capital + juros) de investimentos
 Realizados no Mercado Financeiro
.Compra de empresas estrangeiras no exterior por empresas brasileiras
Ofertantes(vendedores) de Dólares
.Empresas exportadoras
.Remessa de dólares de brasileiros residente no exterior
.Investimentos diretos de empresas multinacionais no país
.Turismo
.Remessa de lucro de empresas nacionais com filiais no exterior
.Investimentos de estrangeiros no mercado financeiro do país
.Empréstimos em dólares para empresas nacionais
.Empréstimos do FMI para pagamento da dívida externa
.Compras de empresas nacionais pelo capital estrangeiro
.O MERCADO FINANCEIRO
Assim como o Comércio Exterior se insere na economia via relações 
internacionais, adequando as necessidades entre o sistema produtivo e do mercado 
interno e atuando como ponto de equilíbrio entre essas duas variáveis, temos também 
que atender as necessidades e procurar manter o equilíbrio entre a renda e 
consumo.
A Renda é a soma dos salários + juros + aluguéis recebidos e dentro de sua 
estrutura temos os seguintes agentes econômicos:
agentes econômicos superavitários - possuem receita maior que despesa,dispõem de 
uma parcela de recursos economizada que denominamos de Poupança e desejam 
investir 
agentes econômicos deficitários - possuem receita menor que despesa, não 
possuem poupança, naturalmente não podem investir, e necessitam de capital para 
complementar suas necessidades de renda.
As alternativas que o agente econômico superavitário dispõe para investir suas 
poupanças são:
1. investir suas economias em uma atividade empresarial,
2. investir suas economias com o objetivo de receber a remuneração do 
capital através do aluguel,
3. investir suas economias através de uma instituição financeira com o 
objetivo de receber juros
14
Mercado de Capitais
Ao optar pela terceira alternativa, o investidor terá que necessariamente, para a sua 
segurança, dirigir-se à uma instituição financeira legalmente constituída para 
realizar seu investimento.
Por outro lado, o agente econômico deficitário que necessita de crédito, também 
deverá se dirigir-se à uma instituição financeira legalmente constituída para obter 
crédito com o objetivo de complementar suas necessidades de renda. 
Assim podemos afirmar que o conjunto de todas as instituições financeiras, 
constituem o Mercado Financeiro, que tem como função básica, captar as 
poupanças dos agentes econômicos superavitários e financiar na forma de 
crédito os agentes econômicos deficitários.
Função do Mercado Financeiro
 
 Agentes MERCADO Agentes
 Superavitários FINANCEIRO Deficitários
 Ao considerarmos o Mercado Financeiro dentro 
no sistema econômico verificamos que o agente econômico deficitário, ao recorrer 
ao crédito para complementar suas necessidades de renda, utiliza esse crédito para o 
consumo de um bem ou de um serviço. A nível empresarial esse crédito e utilizado 
para financiamento de capital de giro ou de capital fixo. 
Recursos Naturais / Capital / Trabalho
São considerados agentes econômicos superavitários, as famílias, as empresas e o 
governo, que em determinados momentos também podem assumir a posição de 
agentes econômicos deficitários. Quando o sistema econômicos está em equilíbrio as 
poupanças geradas pelas famílias, empresas e governo são suficientes apara financiar 
as próprias famílias, empresas e governo.
No caso brasileiro, historicamente, o governo ( federal + estadual + municipal) tem 
sido deficitário, ele não gera poupança, e logicamente as poupanças das famílias e 
empresas são insuficientes para financiar todo o sistema, ou seja, as próprias 
famílias, empresas e governo .O governo federal, há tempos é reconhecidamente 
deficitário, não dispõe de poupança para cobrir o déficit público e recorre 
tradicionalmente as seguintes alternativas:.
1. Aumento da carga tributária (aumento de impostos)
2. Emissão de Letras do Tesouro Nacional (LTN)
3. Aumento da Base Monetária (Emissão de Papel Moeda)
4. Redução do Déficit Público
5. Declaração da Moratória Interna
No primeiro caso o governo está penalizando a sociedade e socializando o 
prejuízo. No segundo caso ele está se financiando junto ao Mercado Financeiro para 
pagar seus compromissos, todavia, quando o Banco Central, em nome do Tesouro 
 Sistema
 Produtivo
 Mercado 
 Interno
 Renda Consumo
 Comércio
 Exterior
 Mercado 
Financeiro
15
Mercado de Capitais
Nacional vende LTN, ele assume uma responsabilidade futura para com o investidor, 
pois terá que devolver o dinheiro acrescido de juros no vencimento do título.
Caso ele, governo, não tenha recursos disponíveis no vencimento do título, ele emite 
outra LTN, obtendo assim recursos para pagar ao investidor anterior, a essa 
operação chamamos de Rolagem da Dívida Interna. Caso o investidor não compre 
as LTN emitidas, para o governo poder rolar a dívida, ele, governo, não terá 
recursos para pagar ao investir inicial, nesse caso ele recorre a terceira opção que é 
aumentar a base monetária, ou seja emitir papel moeda, o que irá causar inflação. 
A quarta alternativa, que é a que resolve definitivamente o problema, é o governo 
reduzir o déficit público,controlar receita e despesa, formar uma poupança (Receita 
do Governo > que Despesa) e abater da dívida total,quando isso ocorre, o governo 
teve um superavit primário. Esse é o caminho, caso essa opção seja descartada, 
resta ao governo a quinta e última opção que é declarar a Moratória Interna, 
nesse caso o governo deve, e paga quando puder. Naturalmente essa alternativa, irá 
ter como conseqüência o descrédito no sistema financeiro e em toda a economia, 
mergulhando o país em uma crise sem precedentes.
Evolução da Dívida Interna Brasileira
Governo Dívida Interna Divida Interna
em milhões de $ em Reais R$
1965 Castelo Branco 208
1966 Castelo Branco 647
1967 Costa e Silva 928
1968 Costa e Silva 927
1969 Médice 1.364
1970 Médice 2.042
1971 Médice 2.740
1972 Médice 4.212
1973 Geisel 6.164 
1974 Geisel 6.429
1975 Geisel 10.755
1976 Geisel 12.465
1977 Geisel 14.955
1978 Geisel 17.089
1979 Figueiredo 12.250
1980 Figueiredo 13.204
1981 Figueiredo 24.162
1982 Figueiredo 31.117
1983 Figueiredo 25.850
1984 Figueiredo 28.353
1985 Tancredo / Sarney 38.392
1986 Sarney 74.134
1987 Sarney 114.760
1988 Sarney 97.817
1989 Sarney 135.058
1990 Collor 105.485
1991 Collor 87.064
1992 Itamar 119.269
1993 Itamar 105.863
1994 Fernando Henrique 101.366 151.163
1995 Fernando Henrique 137.729 208.460
16
Mercado de Capitais
1996 Fernando Henrique 193.455 269.193
1997 Fernando Henrique 214.703 308.426
1998 Fernando Henrique 228.186 385.870
1999 Fernando Henrique 516.579
2000 Fernando Henrique 563.163
2001 Lula 560.867
2002 Lula 248.900 881.108
2003 Lula 314.658 913.140
2004 Lula 360.587 957.000
2005 Lula 421.361 979.665
2006 Lula Fevereiro2006 
1.000.000.000
2007 Lula 1.224.000.000
2008 Lula 1.596.000.000
2009 Lula 1.862.000.0002010 Lula 1.837.000.000
2011 Dilma 1.866.000.000
2012 Dilma 2.000.000.000
2013 Dilma 2.120.000.000
2014 Dilma 2.320.000.000
2015 Dilma 2.790.000.000
2016 Dilma/Temer 3.112.000.000
2017 Temer 3.559.000.000
2018 Temer 3.877.000.000
Fonte:Banco Central do Brasil.Jornal O Globo.2006/2017/2018
Para concluir, podemos afirmar que o MERCADO FINANCEIRO é o conjunto de todas 
as Instituições Financeiras que captam poupança dos agentes econômicos 
superavitários e concedem crédito aos agentes econômicos deficitários.
O Mercado Financeiro se subdivide em quatro mercados: CRÉDITO, CAPITAIS, 
CAMBIAL e MONETÁRIO, cada qual com características próprias, como veremos a 
seguir:
Antes de classificarmos os quatro mercados citados, devemos ter um critério para 
diferenciá-los. Assim, introduziremos como variáveis o Prazo da Operação, o Tipo da 
Operação e o Intermediário Financeiro que caracterizam cada um deles.
MERCADO DE CRÉDITO
É o mercado que opera a curto prazo. Os recursos captados se destinam ao 
financiamento de consumo para pessoas físicas e capital de giro para empresas, 
através de intermediários financeiros bancários.
 Prazo : Curto (até um ano)
Tipos de Operação : Crédito ao Consumidor (financia consumo para pessoa 
física) e Capital de Giro (financia atividade operacional da 
pessoa jurídica). 
 Instituições Financeiras : Bancos Comerciais 
MERCADO DE CAPITAIS
17
Mercado de Capitais
É o conjunto de operações de prazos médio, longo ou indeterminado. Analisando-se 
pelo ângulo da pessoa física, podemos concluir que, a médio e longo prazo, o 
mercado de capitais financia crédito direto ao consumidor e habitação para pessoa 
física respectivamente. 
Analisado pelo ângulo empresarial, ele financia capital fixo
(capital para investimento) a médio e longo prazo. A prazo indeterminado, sua função 
é capitalizar a sociedade anônima através da abertura do seu capital, via mercado de 
ações, obtendo assim recursos para viabilizar seus investimentos em capital fixo. 
 Prazos : Médio (1 a 3 anos), Longo (acima de 3 anos) e prazo indeterminado
 
 Tipo de Operação para pessoa física: ( 1 a 3 anos) 
Financia crédito direto ao consumidor a médio prazo
através da Sociedade d Crédito Financiamento e 
Investimento.
Financia habitação (longo prazo) através da Caixa Econo
mica Federal,Sociedade de Crédito Imobiliário e
Cooperativas Habitacionais
Tipo de Operação para Empresas: (acima de 3 anos e a prazo indeterminado)
Financia capital fixo ou seja capital para investimento a 
médio e longo prazo através dos Bancos de Investimento, 
Bancos de Desenvolvimento e BNDES.
Capitaliza as empresas a prazo indeterminado via 
mercado de ações através dos bancos dos Investimento, 
das Bolsas de Valores,das Sociedades Corretoras e das 
Sociedades Distribuidoras de Valores. 
 
MERCADO DE CÂMBIO
É o mercado onde são realizadas operações que envolvem a necessidade de 
conversão de moedas estrangeiras em moeda nacional e vice-versa, e crédito para 
financiamento a exportação e à importação.
Tipo de Operação : Compra e/ou venda de moeda. Crédito financiamento a 
 Exportação e à Importação.
Instituições Financeiras que operam no mercado de câmbio
Bancos Comerciais
 Sociedades Corretoras
 Bancos de Investimentos
MERCADO MONETÁRIO
Através do mercado monetário, o governo federal controla os meios de pagamento 
(depósito à vista nos bancos comerciais, mais o volume de papel-moeda em poder do 
público), lançando mão de medidas de política monetária, tais como: recolhimento de 
depósitos compulsórios dos bancos comerciais, redesconto bancário e operações de 
“open-market”, que consistem em retirar moeda de circulação quando há excesso de 
18
Mercado de Capitais
liquidez (muito dinheiro em circulação) ou recolocar moeda em circulação, quando 
houver o estreitamento de liquidez (pouco dinheiro em circulação).
Para que estes quatro mercados pudessem atuar eficientemente, era necessária a 
criação de um sistema financeiro adequado, o que só foi possível a partir de 1964, 
quando se reformulou, através da “Lei da Reforma Bancária - (Lei 4.595)”, todo o 
Sistema Financeiro Nacional, que antes dessa data funcionava totalmente em torno do 
banco comercial.
A partir de 1964, a primeira providência do governo foi criar um sistema financeiro, 
com instituições financeiras adequadas que operassem com títulos, onde os 
investidores pudessem aplicar suas poupanças e, conseqüentemente, financiar as 
empresas (setor produtivo). Era preciso criar uma legislação específica para o 
desenvolvimento do mercado e reformular todo o sistema financeiro brasileiro 
existente até aquela data.
R E S U M O
Mercado Prazo Operação Instituição Financeira
de Crédito até 1 ano Consumo pessoa Fisica Banco Comercial
(curto) Capital de giro p / empresa
de Capitais (1 a 3 anos) Financiamento Crédito direto Sociedade de Crédito
(médio) ao consumidor p/ pessoa física Financiamento e Invest. 
 acima de 3 anos Financiamento para habitação Caixa Econômica Federal 
(longo) para pessoa física Soc.de Credito Imobiliário
 Cooperativa Habitacionall
 
 acima de 3 anos Financiamento de Capital Fixo Banco de Investimento
(longo) para as empresas Bco.de Desenvolvimento
 BNDES
 Indeterminado Capitalização de recursos Bolsa dd Valores 
p/empresas através da abertura Bcos. investimento
do capital via Mercado de Ações Soc. Corretora de Val.
 Soc Distribuidora
Cambio diariamente Compra / venda de moedas p/ Bco. Investimento
Pessoa física.Financiamento Bco. Comercial
a Exportação e Importação Soc. Corretoras de Val
para empresas
Monetário diariamente Controle dos meios de paga Bco. Comercial
mento (volume de papel Bco.de Investimento
moeda em circulação) que é Soc. Corretora de Val
igual os depósitos a vista nos Soc,Distribuidora de Val
 bancos comerciais + o volu
me de papel moeda junto ao
público.-
O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
19
Mercado de Capitais
O sistema financeiro sofreu, então, várias mudanças e adaptações que se faziam 
necessárias, face a nova política econômica adotada pelos governos que se 
sucederam.
A seguir, apresentaremos as leis e suas datas, em ordem cronológica, para que 
possamos ter uma noção da evolução do sistema: 
* Reforma do Sistema Financeiro Nacional - Lei 4.595 - dezembro de 1964
Principais objetivos: - Recuperação da poupança e desenvolvimento de uma política 
de incentivos aos investimentos produtivos; criação do Conselho Monetário Nacional e 
do Banco Central do Brasil.
 
* Lei do Mercado de Capitais - Lei 4.728 - julho de 1965
Principais objetivos: - Organização e criação dos regulamentos sobre o mercado de 
capitais; constituição do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários; 
regulamentação das bolsas de valores e sociedades corretoras; regras para o acesso 
ao mercado de capitais por empresas de capital estrangeiro.
* Lei da CVM – 6.385 - dezembro de 1976
Principais objetivos: - Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para 
regulação e legislação do mercado de ações; registro e fiscalização das companhias 
abertas; emissão e distribuições de títulos e valores mobiliários (ações e debêntures).
* Lei das S.A.’s – 6.404 - dezembro de 1976
Principais objetivos: - Estabelecimento de regras para as sociedades anônimas, no 
que diz respeito às suas características, constituição, composição acionária, etc.. Esta 
lei é a mais importantedo mercado de capitais, uma vez que regulamentou as S.A.’s e 
definiu a participação dos acionistas na constituição do capital das empresas, seus 
direitos e obrigações.
Sistema Financeiro Nacional
20
Mercado de Capitais
CONSELHOCONSELHO
MONETMONETÁÁRIORIO
BANCO BANCO 
CENTRALCENTRAL
BANCO DO BRASILBANCO DO BRASIL
INSTITUIINSTITUIÇÇÕESÕES
FINANCEIRASFINANCEIRASPPÚÚBLICASBLICAS PRIVADAS
PRIVADAS
AUXILIARESAUXILIARES
BOLSA DEBOLSA DE
VALORESVALORES
SOCIEDADESOCIEDADE
CORRETORACORRETORA
DE TIT. E VAL.DE TIT. E VAL.
SOCIEDADESOCIEDADE
DISTRIBUIDORADISTRIBUIDORA
DE TIT. E VAL.DE TIT. E VAL.
AGENTEAGENTE
AUTÔNOMOAUTÔNOMO
CAIXACAIXA
ECONÔMICAECONÔMICA
B N D E SB N D E S
BANCO BANCO 
COMERCIALCOMERCIAL
ESTADUALESTADUAL
BANCO DEBANCO DE
CRCRÉÉDITODITO
COOPERATIVOCOOPERATIVO
BANCOBANCO
COMERCIALCOMERCIAL
BANCO DEBANCO DE
INVESTIMENTOINVESTIMENTO
BANCOBANCO
MMÚÚLTIPLOLTIPLO
SOC. DE SOC. DE 
CRCRÉÉDITODITO
IMOBILIIMOBILIÁÁRIORIO
SOC. DE CRSOC. DE CRÉÉDITODITO
FIN E I NVEST.FIN E I NVEST.
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
Tem a finalidade de formular a política de moeda e de crédito, objetivando o progresso 
econômico e social do país. A política do Conselho Monetário Nacional visa:
a) adaptar o volume dos meios de pagamentos às reais necessidades da economia e 
seu processo de desenvolvimento;
b) regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários 
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros 
desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;
c) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos;
d)
 
propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos instrumentos 
financeiros com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de 
mobilização de recursos;
e) coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária fiscal e da dívida pública;
f) Autorizar e aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central do 
Brasil.
BANCO CENTRAL DO BRASIL
Compete ao Banco Central do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe 
são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho 
Monetário Nacional, assim como.
a) exercer o controle do crédito sobre todas as suas formas;
b) receber recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais;
c) realizar operações de redesconto bancário;
21
Mercado de Capitais
d) exercer a fiscalização de todas as instituições financeiras;
e) efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de 
títulos públicos federais;
f) relacionar-se, em nome do governo, com instituições financeiras internacionais;
g) efetuar compra e venda de títulos de empresas de economia mista e empresas 
estatais;
h) regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.
i) criação em 20/06/2000 do Comitê de Política Monetária (COPOM) com o objetivo de 
estabelecer as diretrizes da Política Monetária e definir a taxa de juros (SELIC).
BANCO DO BRASIL
Compete ao Banco do Brasil a execução da política creditícia e financeira do Governo 
Federal, sendo suas principais atribuições: 
a) ser agente financeiro do Governo Federal;
b) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da 
arrecadação de tributos ou rendas federais;
c) executar a política de preços mínimos para financiamento da agricultura;
d) adquirir e financiar estoques de produtos exportáveis;
e) ser agente pagador e recebedor fora do país;
f) executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis;
 
g) financiar a aquisição e instalação de pequena e média propriedade rural;
h) difundir e orientar o crédito, inclusive as atividades comerciais, suplementando 
 a ação da rede bancária.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
Entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um 
presidente e quatro diretores nomeados pelo presidente da República. Funciona como 
órgão de deliberação colegiada, de acordo com regimento aprovado pelo Ministério da 
Fazenda. Compete à CVM:
a) regular, com observância da política definida pelo CMN, as matérias expressamente 
previstas na Lei das Sociedades por Ações (6.404/76);
22
Mercado de Capitais
b) administrar registros instituídos pela lei que a criou: registros de empresas para 
negociação de suas ações no mercado; de auditores independentes, consultores e 
analistas de valores mobiliários, etc.;
c) fiscalizar: a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; a negociação 
e intermediação de valores mobiliários; a negociação e funcionamento das bolsas 
de valores; a administração e custódia de títulos e valores mobiliários; a auditoria 
das companhias abertas; os serviços de consultor e analista de valores mobiliários; 
a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem 
e aos valores nele negociados;
d) propor ao CMN limites máximos de preços, emolumentos e qualquer outro 
rendimento cobrado pelos intermediários financeiros;
e) fiscalizar as companhias abertas.
A CVM, no uso de suas atribuições, tem poderes para:
1 - Examinar livros e documentos; exigir informações e esclarecimentos; requisitar 
informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública; obrigar as 
companhias abertas a republicar (com correções) balanços, demonstrativos, etc. 
2 - Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não eqüitativas de 
administrações de companhias abertas e de qualquer participante do mercado; 
aplicar penalidades previstas;
3 - Suspender a negociação de um título ou colocar em recesso a bolsa de valores; 
divulgar informações a fim de orientar os participantes no mercado; suspender ou 
cancelar registros.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES)
Financia capital fixo para empresas a médio e longo prazos; financia e analisa projetos 
para empresas que queiram se instalar em áreas consideradas prioritárias para o 
desenvolvimento. Seus agentes financeiros são o Banco do Nordeste, o Banco da 
Amazônia e os bancos de desenvolvimento, voltados para a captação de poupanças 
para serem aplicadas nas regiões em que atuam.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Emite caderneta de poupança para financiar o Plano Nacional da Habitação. Seus 
principais agentes financeiros são as sociedades de crédito imobiliário, as associações 
de poupança e empréstimo e as cooperativas habitacionais. Empresta dinheiro sobre 
penhor e hipoteca, opera com depósitos à vista com características de banco 
comercial, logo, financia consumo para pessoa física e capital de giro para empresas.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS
BANCOS COMERCIAIS
 
23
Mercado de Capitais
Operam com depósitos à vista, financiando capital de giro para a pequena e média 
empresas e consumo para pessoa física. Emitem CDB (Certificado de Depósito 
Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário). Operam no “open-market”, com 
câmbio e realiza todas as operações características a um banco comercial, como 
empréstimos, recebimentos de impostos e de contas de fornecimento de serviços 
públicos, etc.
BANCOS DE INVESTIMENTOS
Não operam com depósito à vista, todavia operam com depósito a prazo fixo (CDB e 
RDB) financiando capitais de giro e fixo para empresas, a médio e longo prazos. 
Administram fundo de investimento de renda fixa e fundo mútuo de ações; participam 
de “underwriting”, podendo inclusive ser instituição LÍDER da operação; Administra 
carteira de títulos para clientes, clubes de investimento; operam nos mercados de 
câmbio, de capitais e no monetário.
SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS ( FINANCEIRAS )
Têm a finalidade de financiar, a curto e médio prazos, o crédito direto ao consumidor, 
para aquisição de bens duráveis de consumo. Emite um título chamado “letras de 
câmbio” para viabilizar esses financiamentos.
BANCOS MÚLTIPLOS
Bancos que podem operar simultaneamente através da mesma instituição: carteiras 
de banco comercial e de investimento;de crédito imobiliário; de crédito, financiamento 
e investimento; e de desenvolvimento. A instituição obriga-se a escolher, entre as 
modalidades descritas acima, as carteiras com que deseja operar. 
INSTITUIÇÕES AUXILIARES DO SISTEMA FINANCEIRO
São instituições que atuam no Sistema Financeiro como intermediárias e não podem 
emitir títulos. Neste caso, se enquadram as Bolsas de Valores, as Sociedades 
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e 
Valores Mobiliários e os Agentes Autônomos de Investimento.
BOLSAS DE VALORES
Até Outubro de 2007 as Bolsas eram associações civis, sem fins lucrativos, com a 
finalidade de dar liquidez para as ações das sociedades anônimas de capital aberto 
nelas negociadas. Tinham como membros as sociedades corretoras, que 
obrigatoriamente são detentoras de um título patrimonial de emissão de uma bolsa de 
valores, à qual são filiadas.
Com a reformulação do mercado acionários, as 9 Bolsas existentes no Brasil 
deixaram de existir operacionalmente, e se associaram a Bolsa de Valores de São 
(BOVESPA) única Bolsa responsável pelo mercado de ações no Brasil.
A partir de outubro de 2007 a Bovespa transformou-se em uma Sociedade 
Anônimas Aberta ,a Bovespa Holding S.A abriu o capital e suas ações são 
negociadas em Bolsa cumprindo as normas de qualquer S.A de capital aberto.
24
Mercado de Capitais
Seus acionistas controladores são as sociedades corretoras que possuem a 
maioria das as ações emitidas pelada Bovespa Holding, todavia qualquer pessoa 
física ou jurídica pode se tornar acionista da empresa.
 Para a realização diária de operações com ações, as bolsas de valores têm a 
obrigatoriedade de possuir infra-estrutura adequada a todas as Sociedades 
Corretoras membros, que representam seus clientes no momento da compra e da 
vendas das ações.
Em 2008 um a Bolsa d e Valores de São Paulo (Bovespa) e a BM&F( Bolsa de 
Mercadorias e de Futuros) fazem uma fusão dando origem a BM&FBovespa
SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Estão autorizadas a atuar como intermediárias entre investidores que se interessem 
em operar com ações ou outros valores mobiliários. São acionistas da Bolsa de 
Valores de São Paulo (BOVESPA),Operam com “open-market”, câmbio, títulos de 
renda fixa; administram fundos mútuos de ações, clubes de investimentos, carteiras de 
títulos para clientes, etc. Também podem participar de operações de “underwriting”.
SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
Operam com ações, obrigam-se a utilizar os serviços de uma sociedade corretora. 
Não operam com câmbio, podem participar de operações de “underwriting”, mas 
somente como distribuidores dos títulos, não podendo assumir a responsabilidade de 
líder da operação. Operam com títulos de renda fixa, “open-market”, clubes de 
investimento; administram fundos de investimento, carteiras de títulos para clientes. 
AGENTES AUTÔNOMOS DE INVESTIMENTOS
São pessoas físicas autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a 
atuarem como contato entre as instituições financeiras (banco de investimento, 
sociedade distribuidora, sociedade corretora) e o público investidor. Operam junto às 
instituições financeiras às quais são conveniados, recebendo comissões pelos 
negócios realizados por seus clientes.
As Empresas e a Economia Brasileira
25
Mercado de Capitais
Empresas
EstataisEstatais
EconomiaEconomia MistaMista
PrivadaPrivada
NacionalNacional
MultinacionalMultinacional
IndividualIndividual
LtdaLtda
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
LtdaLtda
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
EMPRESASEMPRESAS
S/AS/A
FechadaFechada
AbertaAberta
A Empresa Estatal 
Tem como único sócio o governo, seja no âmbito federal, no âmbito estadual ou 
no âmbito municipal, e caso essas empresas necessitem de recursos para fazer 
frente a seus investimentos contam com o reinvestimento dos lucros e com o 
aporte de recursos do governo.
A Empresa de Economia Mista 
É uma Sociedade Anônima controlada pelo governo, que tem mais de 50% das 
ações do seu capital, porém admite outros sócios que são seus acionistas. 
Essas empresas podem reinvestir os seus lucros,ou parte dos lucros, contam 
com recursos do governo e da iniciativa privada, que são seus acionistas, que 
podem fazer aporte de capital com o objetivo de fazer frente a seus 
investimentos.
Além disso podem recorrer a empréstimos bancários no mercado financeiro 
nacional e internacional e podem abrir seu capital. Como exemplo de empresas de 
economia mista temos Banco do Brasil, Petrobrás, Eletrobrás etc.....
A Empresa Privada Nacional individual 
 Geralmente é uma empresa de pequeno porte, tem como alternativas para obter 
capital para seus investimentos, o reinves timento dos seus lucros, os recursos 
do próprio sócio controlador, ou recorrer a empréstimos através de bancos 
comerciais que atuam no mercado financeiro nacional, já que o seu acesso ao 
mercado financeiro internacional é praticamente inexistente.
A Empresa Privada Nacional Ltda
 É uma empresa constituída por cotas de participação, cada sócio tem sua 
responsabilidade da empresa limitada a quantidade de cotas que possui.
 Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos essa empresa pode 
reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios que são os 
cotistas,ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários no mercado 
financeiro nacional e dependendo do porte da empresa e de sua 
credibilidade,obter empréstimos no mercado financeiro internacional.
A Empresa Privada S/A (Sociedade Anônima)
26
Mercado de Capitais
 É uma empresa constituída por ações, cada sócio (acionista) é possuir de parte 
do capital da empresa. 
Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos, a S/A pode reinvestir 
lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios (acionistas),ou de novos 
sócios, recorrer a empréstimos bancários, no mercado financeiro nacional, e 
dependendo de sua credibilidade obter empréstimos no mercado financeiro 
internacional, porém, ela ainda tem como alternativa, abrir o seu capital, colocar 
suas ações do mercado acionário, sem perder o controle, e obter recursos para 
realizar seus investimentos sem depender de empréstimos bancários.
A Empresa Privada Multinacional Ltda 
É uma empresa constituída por cotas de participação, o sócio controlador está no 
exterior.Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos essa empresa 
pode reinvestir lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios que são os 
cotistas,ou de novos sócios, recorrer a empréstimos bancários no mercado 
financeiro nacional e no mercado financeiro internacional, além de realizar 
investimentos diretos da empresa matriz para a filial no Brasil.
A Empresa Multinacional Privada S/A (Sociedade Anônima)
É uma empresa constituída por ações, cada sócio (acionista) é possuir de parte 
do capital da empresa e sócio controlador está no exterior.
Para obter recursos para fazer frente a seus investimentos, a S/A pode reinvestir 
lucros,ou parte dos lucros, obter recursos dos sócios (acionistas),ou de novos 
sócios, recorrer a empréstimos bancários, no mercado financeiro nacional, e no 
mercado financeiro internacional, porém, ela ainda tem como alternativa, abrir o 
seu capital, colocar suas ações do mercado acionário, sem perder o controle, e 
obter recursos para realizar seus investimentos,e ainda receber investimentos 
diretos da empresa matriz que está no exterior para a filialno Brasil.
As empresas privadas nacionais ou multinacionais 
Não contam com recursos do governo de uma forma direta, no entanto podem 
obter esses recursos de uma forma indireta, a partir do momento que se estejam 
em áreas incentivadas ou obtenham financiamentos via Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financia diversos segmentos do 
setor empresarial a taxa de juros subsidiadas que obedecem naturalmente a 
diversos critérios de análise de crédito e análise de projeto.
 ( R E S U M O )
27
Mercado de Capitais
ALTERNATIVAS DE CAPITALIZAALTERNATIVAS DE CAPITALIZAÇÇÃO DE RECURSOSÃO DE RECURSOS
PARA INVESTIMENTOS EM CAPITAL FIXOPARA INVESTIMENTOS EM CAPITAL FIXO
Recursos Recursos ReinvestReinvest InvestInvest EmprEmprééstimos Abertura Recursosstimos Abertura Recursos
Governo Lucros SGoverno Lucros Sóócios Banccios Bancáários do Capital Matriz rios do Capital Matriz 
Brasil Ext.Brasil Ext.
EstatalEstatal sim sim sim governo simsim governo sim simsim nãonão nãonão
EconEcon. Mista S.A sim sim governo sim . Mista S.A sim sim governo sim sm ssm sim im não não 
acionistasacionistas
PrivPriv. Nac. Ind não * sim o pr. Nac. Ind não * sim o próóprio sim nãoprio sim não não nãonão não
PrivPriv. Nac.Ltda não* sim cotistas sim . Nac.Ltda não* sim cotistas sim ? não não? não não
PrivPriv. Nac. S.A não * sim acionistas sim . Nac. S.A não * sim acionistas sim ? sim não? sim não
Priva. Priva. MultMult. Ltda não* sim cotistas sim. Ltda não* sim cotistas sim simsim não simnão sim
PrivPriv. . MultMult. S.A. S.A não* sim acionistas simnão* sim acionistas sim sim sim simsim sim sim
OBSERVAOBSERVAÇÇÃOÃO-- * Incentivos Fiscais e financiamentos via BNDES* Incentivos Fiscais e financiamentos via BNDES
Podemos observar que a única empresa que pode abrir o capital é uma 
Sociedade Anônima (S/A), seja uma S/A de Economia Mista, uma S/A 
Nacional ou uma S/A Multinacional.
E porque uma S/A irá se transformar de uma S/A Fechada, de controle 
familiar ou de um grupo de amigos que são sócios com um objetivo em 
comum, em uma S/A Aberta?
São vários os motivos dentre os quais podemos destacar:
]
 Capitalização de recursos para investimentos a longo prazo sem recorrer ao 
 tradicional mercado de crédito via financiamento.
 
. Capacidade de suportar planos de expansão a longo prazo
 
 . Gestão mais profissional
 
 . Divisão do risco com novos sócios
 
 . Criação de liquidez para o patrimônio dos sócios
 
. Aumento da capacidade de endividamento
 
 . Melhoria da imagem institucional da empresa junto ao mercado financeiro
 
Através da abertura do capital a empresa pode, assim manter sua estrutura de capital 
sadia,equacionando o balanceamento ideal entre endividamento e capitalização 
via abertura de capital. 
Obtém novas fontes de recursos, que permanecerão disponíveis para suportar planos 
de investimentos futuros toda vez que a empresa se defrontar com a decisão de 
investir em sua expansão .
28
Mercado de Capitais
A administração necessita ficar mais transparente.Desencadeia-se um processo de 
profissionalização, que eleva sua eficiência administrativa, criando a imagem de 
empresa competente , bem administrada e prestadora de bons serviços.
Os recursos obtidos através da emissão de ações é um recurso barato,mas é 
estável.Empréstimos tem que ser pagos. Os pagamentos são compulsórios, 
independente de a empresar operar com lucro ou prejuízo.
Esses recursos oriundos da emissão de ações serão pagos ao investidor através da 
distribuição de lucros que são os dividendos,e da valorização (ou não) das 
ações em Bolsas de Valores,depende do desempenho da empresa.
A empresa de capital aberto ainda possibilita aos acionistas insatisfeitos com a 
administração da empresa, com participação significativa no capital da S/A, ou 
não,de vender usa ações em Bolsas de Valores não provocando qualquer solução 
de continuidade nas operações da empresa.
O mercado de ações então, é o segmento do mercado de capitais que permite as 
empresas (Sociedades Anônimas) capitalizarem recursos através da abertura do 
seu capital para fazer frente a seus investimentos, sem recorrer ao tradicional 
mercado de crédito que é o mercado bancário, transformando-se de uma S/A 
Fechada em uma Sociedade Anônima de Capital Aberto. 
O Mercado de Ações e a Abertura do Capital da Sociedade Anônima
O conceito de companhia aberta é aquela que tem seus valores mobiliários vendidos 
ao público e admitidos a negociação nas Bolsas de Valores e no Mercado de 
Balcão.
A legislação define como valores mobiliários emitidos por uma Sociedade Anônima, 
ações,bônus de subscrição, debêntures,notas promissórias,partes beneficiárias, títulos 
ou contratos de investimento coletivo ofertados publicamente, entretanto vamos 
considerar a abertura de capital via mercado de ações que é o principal valor 
mobiliário emitido por uma S.A
Para podermos começar a entender o mercado de ações, sem definir inicialmente o 
que é uma AÇÃO. 
A AÇÃO é um título negociável, representativo de uma fração do capital social de uma 
Sociedade Anônima e é uma fração indivisível do seu capital.
O aperfeiçoamento do Sistema Financeiro deu maior flexibilidade à canalização de 
poupanças para a aplicação em títulos, possibilitando assim financiamento para 
capital de giro e capital fixo às empresas carentes de recursos.
A obtenção destes recursos por parte do empresário geralmente era, e ainda é, feita 
via instituições financeiras bancárias (banco comercial) e não-bancárias (banco de 
investimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento, etc.), acarretando a 
descapitalização das empresas pelo pagamento de altas taxas de juros e obrigando-as 
à reposição do capital no final de um prazo médio ou longo, fazendo o empresário cair 
num processo de endividamento contínuo.
Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de um mercado de ações ativo, que 
capitalize o empresário a um prazo mais elástico (indeterminado). Nesse mercado, 
29
Mercado de Capitais
ele não tem a obrigatoriedade do pagamento de juros e da devolução dos recursos 
captados, sendo a abertura do capital de sua empresa a alternativa mais viável para a 
ampliação dos seus negócios. 
Para abrir o capital, a S/A fechada deverá adaptar seus estatutos ao que determina a 
Lei 6.404/76 e a Lei 10.303/2001, que dispõem sobre as sociedades por ações. É 
indispensável a apresentação de um projeto econômico-financeiro da S/A que deseja 
abrir o capital à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Este projeto inclui um banco 
de investimento ou uma Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, que 
serão co-responsáveis pelas informações, entre as quais destacamos:
a) Análise preliminar sobre a conveniência da abertura do capital
b) Adaptação dos estatutos da empresa e outros procedimentos legais pertinentes 
a uma empresa aberta
c) Histórico da empresa;
d) Demonstrações Financeiras Padronizadas ,InformaçõesTrimestrais e Anuais
e) Composição do capital social;
f) Projetos de expansão, modernização e diversificação dos negócios;
g) Evolução patrimonial, evolução dos resultados, grau de endividamento da empresa, 
 demonstrativos de resultados, etc.
h) Análise de seus balanços nos três últimos exercícios sociais,acompanhados de 
 relatórios da administração.
i) Escolha de auditoria independente
j) Estudos técnicos para a definição de preço e volume da operação
k) Escolha de um intermediário financeiro que irá ser responsável pela operação d e 
underwriting
A adaptação dos estatutos da empresa, deve eliminar privilégios a certos tipos de ações 
em detrimento dos acionistas minoritários, definição do percentual de distribuição de 
dividendos,estabelecimento do limite de emissão de ações preferenciais em relação ao 
capital total da empresa.
Equacionamento da estrutura societária eliminando situações de conflito de interesse 
tipo:
.Empresa A controla Empresa B
.Empresa B vende matéria prima para empresa A
.Deseja-se abrir o capital da Empresa B
Os investidores não aceitariam essa situação,por temerem que a Empresa B 
pudesse favorecer a Empresa A vendendo matérias primas a preços 
privilegiados. A saída seria abrir o capital da Empresa A, ou abrir o capital de 
uma Empresa holding que controlaria as Empresa A e B.
Adaptação para transformação de uma Ltda para uma S/A caso não o seja.
Designação do Diretor de Relações com os Investidores (DRI) que será a pessoa 
autorizada a falar pela empresa diante do mercado e investidores, durante a 
abertura do capital e a qualquer momento que se fizer necessário.
É comum o Diretor Financeiro acumular essa função por ser o executivo que tem 
visão generalista do negócio, além de dispor dos principais dados de natureza 
econômica financeira de caráter restrospectivo e de projeções futuras.
Acerto de pendências fiscais, trabalhistas ou débitos de qualquer natureza quie 
possam comprometer a imagem da companhia junto ao público.
30
Mercado de Capitais
Estabelecimento ou cancelamento de acordo de acionistas. A contratação de auditoria 
independente para auditar suas demonstrações financeiras,conferindo-lhe
Maior credibilidade.
Organizar um departamento de acionistas ou contratar os serviços de instituições 
financeiras credenciadas a prestar esse serviço. Em resumo no quadro abaixo 
podemos visualizar as responsabilidades de uma empresa ao abrir o seu capital 
para com as diversas instituições e segmentos do mercado de capitais.
Empresa Aberta
Comissão de
Valores Mobiliários Investidorespotenciais
Bolsas de Valores
Acionistas
Consultores e
Administradores
Imprensa
Especializada
Analistas de
Investimento
Investidores
Institucionais
A Empresa Aberta e o Mercado de Ações(Deveres e Responsabilidades)
.Criação de um Conselho de Administração, que será o responsável pela eleição dos 
diretores e da política empresarial
.Eleição do Diretor de Relações com os Investidores, que será o elo de ligação entre a 
empresa e Mercado d e Capitais.
. A administração da empresa que detiver informações relevantes, que possam 
influenciar o preço das ações da empresa nas Bolsas de Valores ou no 
Mercado de Balcão,devem guardar sigilo, até que essas informações sejam 
divulgadas por meio das Bolsas de Valores,da CVM e da Imprensa como ‘Fato 
Relevante”.
.Os demonstrativos financeiros devem obrigatoriamente ser auditados por uma 
auditoria independente,registra e habilitada pela CVM.
A CVM não emite juízo de valor sobre as informações apresentadas pela S/A, exige 
sim, que elas sejam verdadeiras e públicas.
.A empresa é obrigada a divulgar balanço consolidado quando possuir empresas 
controladas .
.A empresa deverá divulgar em jornais de grande circulação seus demonstrativos 
financeiros anuais.
31
Mercado de Capitais
.A alienação do controle da companhia aberta, a aquisição de ações de outras 
companhias abertas por seus controladores ou coligadas e a aquisição de sua s 
próprias ações devem atender a procedimentos definidos pela VCM. controladores 
ou coligadas
O Mercado primário de Ações 
Após obter o Registro de Companhia Aberta, a S/A poderá vender suas ações junto ao 
público (pessoas físicas e jurídicas), através de uma operação denominada 
“UNDERWRITING”, caracterizando uma operação do Mercado Primário de Ações, que 
é a primeira negociação realizada com as ações da empresa.
Investidores SociedadeAnônima
A Ç Õ E S
Recursos Financeiros
M P
E R
R I
C M
A Á
D R
O I
O
Banco de Investimento
Sociedade Corretoras
Sociedades Distribuidoras
Operações de “underwriting”
Para colocação de ações no mercado primário, a empresa contrata os serviços de 
instituições especializadas, tais como: Bancos de Investimento, Sociedades Corretoras 
e Sociedades Distribuidoras, que formarão um “pool” de instituições financeiras para a 
realização de uma operação de “underwriting”. Esta operação pode ser conceituada 
como um contrato firmado entre a instituição financeira líder do lançamento as ações 
(Banco de Investimento ou Sociedade Corretora de Títulos de Valores Mobiliários)) 
e a sociedade anônima, que tem interesse na abertura do capital.
Uma operação de undewriting envolve uma série de etapas para o lançamento 
das ações
a) Preparação de Preliminares do lançamento das ações
b) Contratação da Instituição Financeira Coordenadora
c) Definição do preço das ações, e do volume da emissão
d) Assembléia Geral Extraordinária da S/A deliberativa da operação e do 
período de exercício
32
Mercado de Capitais
e) Processo de obtenção de registro da emissão junto a Comissão de Valores 
Mobiliários
f) Marketing da operação
g) Anúncio do início da distribuição pública das ações
h) Anúncio de encerramento da distribuição pública das ações
A Contratação da Instituição Financeira Coordenadora do underwriting
A legislação atual prevê a obrigatoriedade da intermediação e coordenação da 
operação por meio de uma instituição financeira credenciada para tal, ou seja, 
nenhuma companhia pode vender diretamente suas ações no mercado quando a 
emissão for caracterizada como emissão pública. Tal instituição poderá ser um 
Banco de Investimento,um Banco Múltiplo com carteira de investimento, uma 
Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e uma Sociedade 
Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
Tipo de Garantia e Colocação (Tipos de Underwriting)
Existem dois tipos básicos de contrato de underwriting no mercado: garantia firme e 
melhores esforços.
No primeiro, se a instituição não conseguir colocar a emissão de ações no mercado, 
ela compromete-se a adquiri-la integralmente ou parte não colocada.
No segundo,fracassado o esforço de colocação, a instituição devolve a empresa o 
lote de ações não vendido,.
Pode ocorrer também uma combinação dessas duas modalidades de garantia, ou 
seja, sobre uma parcela da emissão é dada garantia firme, enquanto na parcela 
restante se trabalha com os melhores esforços.
Há operações de underwriiting em que é conveniente trabalhar só com garantia 
firme e outras com os melhores esforços.No caso da abertura do capital é 
conveniente para a S/A trabalhar com a garantia firme, pois uma tentativa 
frustrada de entrada da empresa no mercado poderia fechar as portas para a 
S/A por um longo período.
Os melhores esforços só é indicado para empresa de larga tradição,com preço de 
lançamento atrativo e com mercado favorável.
A força e a tradição do underwriter no mercado também influencia o sucesso da 
operação, pois uma instituição renomada aceitou ser a coordenadorado processo 
da ação da S/A ela está dando o aval na operação.
Os Custos da Intermediação na Operação de Underwriting
O preço cobrado pelos intermediários financeiros em uma oferta pública compõe-
se principalmente de três tipos a saber
a)Comissão de Coordenação
 
Refere-se à remuneração dos serviços de coordenação da emissão que vão desde 
a elaboração da documentação do pedido de registro,formação do “pool” de 
instituições financeiras participantes da operação, até a liquidação financeira.
33
Mercado de Capitais
A comissão de Coordenação geralmente varia de 1 a 2% da emissão, pago ao 
coordenador, pela assessoria e elaboração de todo o processo
b)Comissão d e Garantia
É a remuneração que o coordenador e seus subordinados recebem para garantir a 
emissão. A garantia poderá ser estabelecida sobre a emissão toda, sobre as sobras, 
ou ainda sobre parte da emissão previamente estabelecida. Quando o contrato é 
de melhores esforços essa remuneração é suprimida.
A comissão e garantia geralmente varia entre 1,5% a 2% da emissão paga a 
coordenação pela garantia na colocação das ações, neste caso é repassado 0,5% 
a 1% ao líder e demais instituições garantidoras.
c)Comissão de Colocação
Refere-se à remuneração que o intermediário,que realizou a colocação da ação junto 
ao acionista vai receber.
A comissão d e colocação varia de 1% a 2% da emissão paga ao coordenador 
Escolhida a instituição coordenadora do underwriting,é assinado o contrato de 
underwriting com a S/A, no qual são caracterizadas as partes e fixadas as 
condições da emissão e colocação das ações.
 Segundo a Instrução número 13 da Comissão d e Valores Mobiliários, a colocação 
das ações junto ao público pode ser feita por dois sistemas a saber:
a) Garantia de acesso: 
Nesse caso, no mínimo 30% das emissão deve estar aberta ao público,sendo 
previamente fixadas as condições para aceitação das reservas (bookbuilding - 
a instituição financeira fixa um preço para receber ofertas de possíveis 
compradores e o preço final dependerá da demanda pelas ações)
b) Procedimento diferenciado
Todo procedimento que diferir da garantia de acesso será considerado 
procedimento diferenciado.O caso mais comum é a colocação ficar a critério da 
instituição financeira coordenadora e o líderes decidirem a quem vender a 
ação
Definição do preço de Lançamento das Ações
De acordo com o artigo número 170 da lei por Sociedade por Ações (Lei 6404/76) 
modificado pela Lei 9457/97 o preço fixado das ações deverá decorrer, 
alternativamente ou conjunturalmente;
a) da perspectiva de rentabilidade da empresa
b) do valor do patrimônio líquido da ação
c) da cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão 
Organizado,admitidos ágio ou deságio em função das condições de mercado
Para se definir à perspectiva de rentabilidade da empresa emissora é necessário a 
realização de estudos que compreendem:
a) análise das demonstrações financeiras retrospectivas
b) contato preliminar com a área financeira
34
Mercado de Capitais
c) visita às instalações produtivas e ou prestação de serviços responsáveis 
pela geração dos resultados da companhia
d) entrevistas nas área comercial,de marketing,e d e planejamento 
estratégico
e) análise do setor de atuação da companhia e da concorrência
f) desenvolvimento de projeções de resultado,incluindo várias simulações de 
aporte de recursos
A comparação com ações de outras companhias
Quanto à comparação com ações de outras companhias já negociadas em Bolsas 
de Valores ou no mercado de Balcão organizado, os principais indicadores 
utilizados são:
a) índice Preço/Lucro
Indica em quantos anos o valor investido retorna,pelo padrão de lucro 
projetado,sendo que o preço corresponde à cotação da ação no mercado
b) Índice Preço/Fluxo de Caixa
Indica em quanto ano sôo valor investido retorna,pelo padrão de caixa 
projetado,descontado a uma taxa adequada ao cenário financeiro.
c) Relação Preço/ Valor Patrimonial da Ação
c) Índice Retorno sobre o patrimônio Líquido
d) Relação Preço da ação / Dividendo
e) Relação Valor da Empresa / Lajita
O valor da empresa é igual ao valor de mercado mais endividamento 
líquido e Lajita corresponde ao lucro antes de juros,impostos,depreciação 
e amortizações(geração operacional d e caixa).
Ao receber estes dados técnicos o underwriter define com a empresa o preço e 
o volume da emissão do lançamento das ações da ekpresa.
O Registro do Lançamento das Ações na Comissão de Valores
 Mobiliários (CVM)
A emissão das ações só poderá ser colocada no mercado depois de devidamente 
registrada na CVM. Para atender a tais requisitos a empresa deverá seguir ao 
que determinam as instruções CVM número13/1980, número 202/1993 e número 
245/96 que abrem dados considerados de relevância para os investidores tais 
como
a) condições do aumento do capital (quantidade de ações, tipo ,espécie ,forma, 
 classe, preço,quantidade a ser distribuída no mercado etc...)
b) a composição do capital social antes e depois do aumento
c) demonstração dos custos de distribuição
d) prazos de subscrição e integralização
35
Mercado de Capitais
e) condições do contrato de underwriting, no que concerne aos lotes dos líderes 
consorciados
f )direitos,vantagens e restrições das ações a serem vendidas
g) justificativa do preço de emissão
h) procedimentos de distribuição
i)destinação dos recursos
j)relação da empresa emissora com os líderes da operação
k)descrição dos contratos de garantia de liquidez , se houver
Resumindo, existem basicamente três tipos de garantias de “Underwriting” a saber:
a) Underwriting Firme,
b) Underwriting Parcial ou Sobras 
c) underwriting melhores esforços
1) Underwriting Firme,
As instituições financeiras subscrevem integralmente a emissão de ações para tentar 
revendê-las posteriormente ao público. Nesta forma de contrato, não há risco algum 
para a empresa, que tem a certeza da entrada dos recursos, pois o intermediário 
financeiro garante o total da emissão. O risco da aceitação ou não do lançamento, 
pelo mercado, fica por conta do intermediário.
2) Underwriting Parcial ou Sobras (“STAND-BY”)
Neste caso, o intermediário se compromete a colocar as ações à venda ao público, 
garantindo parte do lançamento (parcial), ou ainda, a subscrição das ações que não 
forem adquiridas por ocasião da colocação (sobras).
3) Underwriting Melhores Esforços (“BEST-EFFORTS”)
Neste modelo, as instituições financeiras se comprometem a realizar os melhores 
esforços no sentido de tentar vender todas as ações do lançamento, sem, no entanto, 
assumir a responsabilidade sobre a parte que não for colocada. Se por acaso houver 
sobras, estas serão devolvidas à empresa emissora.
A divulgações de informações sobre a empresa aos Investidores
A empresa ao formalizar o contrato de underwriting, terá simultaneamente que 
informar aos futuros investidores, através de um folheto informativo sobre os 
seguintes itens
Informações sobre o lançamento
. Apresentação da emissão
. Composição do capital social
. Características básicas da emissão
. Demonstrativo do custo de distribuição
36
Mercado de Capitais
. Condições e prazos de subscrição das ações e sua integralização
. Contrato de distribuição e de garantia
. Diretos,vantagens e restrições das ações a serem distribuídas
. Justificativa do preço de emissão
. Procedimentos da distribuição
. Relação entre a empresa emissora e o coordenador da emissão
Informações sobre a empresa
.
Informações Anuais (IAN)
.Demonstrações Financeiras padronizadas
.Informações Trimestrais (ITR)
.Relatório da administração,

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