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custo medio ponderado

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ANÁLISE DE 
INVESTIMENTO 
E FONTES DE 
FINANCIAMENTO 
Fabiane Padilha 
Custo médio ponderado 
de capital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o conceito de custo médio de capital.
 � Reconhecer a aplicabilidade do uso do custo médio de capital.
 � Demonstrar o cálculo do custo médio de capital.
Introdução
Todas as empresas querem apresentar crescimento, que gera, conse-
quentemente, a maximização dos lucros dos acionistas. Os resultados 
de um empreendimento de sucesso estão atrelados aos investimentos 
bem-sucedidos, feitos ao longo da jornada da empresa. 
Com resultados positivos, as empresas precisam de mais recursos para 
aumentar suas operações. Dessa forma, investigar quais são as fontes 
que apresentam melhores condições para que a instituição financie esse 
crescimento é uma tarefa que deve estar nas mãos dos analistas finan-
ceiros, os quais são os protagonistas no papel de subsidiar os tomadores 
de decisão com informações.
Neste texto, você vai estudar o custo médio ponderado de capital 
(CMPC). Serão apresentados o conceito de CMPC, a aplicabilidade e a 
demonstração do cálculo do custo médio de capital.
O que é o custo médio ponderado de capital? 
Para que a empresa tenha um crescimento sustentável, é necessário que ela 
conheça as diferentes formas de buscar recursos. Atualmente, existem diversas 
alternativas para a captação de recursos no mercado. Portanto, é necessário 
que haja uma criteriosa seleção, que deverá estar alinhada aos objetivos es-
tratégicos da empresa.
Quando se fala em custo de capital, a ideia é a mesma dos orçamentos de 
capital, ou seja, estamos falando de longo prazo. O custo de capital é consi-
derado, nas palavras de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 200), “uma 
taxa de retorno exigida em seus projetos de investimento tanto para remunerar 
o custo de oportunidade quanto para premiar um risco percebido”. Com isso, 
ao avaliar um projeto de investimento, deve-se levar em consideração o quanto 
esse projeto custará, visto que essa informação possibilitará, de forma mais 
transparente, a tomada de decisão, já que uma decisão inadequada à estrutura 
e aos objetivos da empresa pode acarretar problemas futuros.
O custo de capital de uma empresa é formado com base no custo das diversas 
fontes de financiamento de longo prazo, as quais podem ser: autofinancia-
mento (novos recursos próprios, por meio dos acionistas atuais ou de capital 
decorrente de novas subscrições); financiamentos bancários ou por meio da 
emissão e venda de debentures (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010).
As debêntures são títulos de sociedades anônimas de capital aberto (que são as 
empresas que possuem o seu capital social dividido em ações negociadas na Bolsa 
de Valores — no Brasil, é a BOVESPA) ou fechado. Porém, somente as de capital aberto 
com registro na Comissão de Valores Mobiliários poderão realizar emissões públicas. As 
debêntures correspondem a títulos de dívida ou títulos de crédito. Quem as compra 
torna-se credor, pois é remunerado com uma taxa de juros pelo período que foi 
acordado.
Da composição percentual de cada fonte de financiamento e de seus custos 
surge o CPMC. Megliorini (2012) afirma que o CMPC representa, em última 
instância, o custo de financiamentos de longo prazo da empresa, ou seja, o 
custo de capital. O CMPC também é chamado de weighted average cost of 
capital (WACC). 
Gitman (2010, p. 444) aponta que:
[...] o custo médio ponderado de capital reflete o custo futuro médio esperado 
dos fundos no longo prazo. Esse custo é obtido por meio da ponderação do 
custo de cada tipo específico de capital por sua participação na estrutura de 
capital da empresa. 
Custo médio ponderado de capital2
Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 199) compartilham o mesmo 
raciocínio, já que para eles “o custo médio ponderado de capital é a remuneração 
recomendada pra servir como taxa de desconto nas avaliações de projetos”.
A estrutura de capital de uma empresa é apresentada de forma simples no balanço 
patrimonial, no qual bens, direitos e obrigações são mostrados com seus respectivos 
valores, formando o que chamamos de ativo (bens e direitos) e passivo (obrigações). 
As obrigações que compõem o passivo, por sua vez, podem ser divididas em obri-
gações com terceiros (de curto e de longo prazo) e obrigações de capital próprio 
(com os proprietários da empresa). Como a estrutura de capital de uma empresa 
corresponde aos fundos de longo prazo, estamos falando do passivo não circulante 
e do patrimônio líquido. 
A estrutura de capital foi objeto de estudo de Franco Modigliani e Merton Miller 
(Prêmio Nobel em 1958 pela criação da tese M&M), para quem qualquer benefício 
advindo de um maior endividamento seria rapidamente conhecido e faria com que 
os acionistas elevassem as suas exigências de retorno, fazendo com que o custo de 
capital se mantivesse inalterado, o que pode significar que a empresa ganha vantagem 
competitiva quando possui estratégias efetivas na captação de capital de terceiros.
Aplicabilidade do custo médio ponderado 
de capital
O custo das fontes de capital é um dos parâmetros mais usados na busca por 
opções de financiamentos e empréstimos. E a comparação entre os custos do 
capital de terceiros em contrapartida aos custos de capital próprio deve ser 
objeto central de análise de projetos de investimentos. Dessa forma, o cálculo 
do CMPC passa a ter sua aplicabilidade justificada quando há projetos sendo 
analisados nos quais há mais de uma fonte usada para captação de recursos, 
seja essa fonte originada de terceiros ou de capital próprio. Sabe-se que todas 
as empresas buscam projetos de investimento que maximizem os resultados 
dos acionistas, assim, o CMPC é uma das diversas alternativas que se tem 
à disposição para a aceitação ou rejeição de projetos, pois todos os investi-
mentos que tiverem retornos maiores que os custos apresentados deverão ser 
aceitos. E, se os custos apresentados forem maiores que o retorno, o projeto 
não deverá ser aceito.
3Custo médio ponderado de capital
O capital de terceiros ou dívida é constituído basicamente de obrigações 
contraídas por meio de financiamentos ou empréstimos, que podem ser de 
curto prazo ou de longo prazo, com intuito de financiar as operações ou 
expansões da organização. Gitman (2010) ressalta que o capital de terceiros 
de longo prazo abrange todo o endividamento incorrido, inclusive debêntures. 
Megliorini (2012) esclarece que os juros contraídos das debêntures e dos 
financiamentos devem ser pagos periodicamente, além do valor do principal 
da dívida. Entretanto, esses juros são dedutíveis da base de cálculo do imposto 
de renda, o que acaba reduzindo o custo de captação referente a essas fontes 
de financiamento quando confrontadas aos custos do capital próprio.
Vale ressaltar que o capital de terceiros tem preferência sobre os resultados 
da organização se comparado ao capital próprio: 
O direito dos acionistas sobre os ativos é secundário aos direitos dos credores. 
Se a empresa for à falência, seus ativos serão vendidos e os recursos prove-
nientes serão distribuídos na seguinte ordem: empregados e clientes, governo, 
credores e, por fim, titulares do capital Próprio (GITMAN, 2010, p. 287).
Segundo Gitman (2010, p. 286), “O capital próprio (ou patrimônio líquido) 
consiste dos fundos de longo prazo fornecidos pelos proprietários da empresa, 
os acionistas”. Vale acrescentar que os donos do capital próprio possuem 
direitos sobre os resultados da organização. Porém, seu direito não pode ser 
exercido antes da quitação das obrigações com os credores. Um dos fatores 
que mais tem impacto sobre o capital próprio é o custo de capital, que repre-
senta a rentabilidade mínima exigida pelos detentores do capital próprio, ou 
seja, acionistas ou sócios da organização. Gitman (2010) afirma que o capital 
próprio é uma forma de financiamento permanente, não havendo, legalmente, 
obrigatoriedadede restituição dele.
Para obtenção de capital próprio, Gitman (2010) elucida que uma orga-
nização poderá obter capital próprio internamente, por meio da retenção de 
lucros, ou externamente, lançando ações sobre o mercado financeiro, podendo 
ser estas ordinárias ou preferenciais.
O capital de terceiros elenca diversas vantagens sobre o capital próprio, 
das quais se destacam: a dedução dos juros na base de cálculo do Imposto 
de Renda, prazo de compromisso limitado, já que possuem prazo final para 
quitação da dívida, não influência ou vínculo da instituição financeira com 
Custo médio ponderado de capital4
a organização e suas decisões. Gitman (2010) afirma que o custo com o fi-
nanciamento por meio do capital próprio é mais oneroso para a organização, 
uma vez que os detentores dele assumem maior parcela de risco, haja vista que 
seus direitos aos resultados são subsidiários. Dessa forma, faz-se necessário 
calcular, separadamente, cada um dos custos, tanto de terceiros, quanto do 
capital próprio, o que pode ser realizado por meio do cálculo do CMPC.
Cálculo do custo médio ponderado de capital
Primeiro, serão calculados os custos do capital de terceiros e, posteriormente, 
os custos de capital próprio. Só então, será abordado o cálculo do CMPC, visto 
que somente a partir dos dois anteriores será possível se ter uma noção mais 
clara dos custos integrantes do CMPC.
Cálculo do custo do capital de terceiros
Para calcular o custo de capital de terceiros, é preciso que tenhamos o valor 
da estrutura de capital dessa empresa, ou seja, quanto ela possui de dívidas 
com terceiros, lembrando que é necessário retirar o Imposto de Renda desse 
montante, haja vista que esse é um dos benefícios de captar recursos de tercei-
ros. O custo de capital de terceiros é facilmente identificado nos contratos ou 
mesmo por meio do fluxo de entradas e saídas de Caixa. Para que possamos 
calculá-lo, usamos a fórmula:
Kt =
J
Ct (1 – IR)
Sendo:
Kt: custo de capital de terceiros de longo prazo
J: juros da operação
Ct: capital de terceiros de longo prazo
IR: alíquota de Imposto de Renda
5Custo médio ponderado de capital
No exemplo do Quadro 1, tem-se um demonstrativo resumido de uma 
empresa, que possui uma estrutura de capital composta de empréstimos de 
R$ 200.000,00 com juros contratuais anuais de 20%.
Lucro operacional 500.000,00
(-) Despesas com juros -40.000,00
Lucro antes do Imposto de Renda (IR) 460.000,00
(-) Imposto de Renda (15%) 69.000,00
Lucro líquido 391.000,00
Quadro 1. Exemplo de demonstrativo resumido de uma empresa
Se as despesas com juros totalizaram R$ 40.000,00, as despesas líquidas 
foram:
Despesas com juros líquidas = despesas com juros × (1 – alíquota do IR)
Ou seja:
Despesas com juros líquidas = 40.000 × (1 – 0,15)
Despesas com juros líquidas = 40.000 × (0,85)
Despesas com juros líquidas = 34.000,00
O que, em termos percentuais, representa o custo do empréstimo (Ke):
Ke = i × (1 – IR)
Ke = 20 × (1 – 0,15)
Ke = 20 × 0,85
Ke = 17%
Assim: 200000 × 17% = 34.000,00.
Custo médio ponderado de capital6
Kt =
J
Ct (1 – IR)
Kt =
34000
200000 (1 – 0,15)
Kt =
34000
200000 (0,85)
Kt =
34000
170000
0,20 × 100 = 20%
Se a empresa tiver em seu capital de terceiros debêntures, os encargos desse 
tipo de operação são o underwriting — segundo Assaf Neto (2015), trata-se 
da subscrição pública de títulos por meio de uma instituição financeira inter-
mediária — e outras taxas administrativas. Suponha que uma determinada 
empresa tenha emitido debêntures nas seguintes condições, como apresentado 
no Quadro 2.
 � Prazo para resgate: 4 anos.
 � Taxa de juros: 20% a.a.
 � Alíquota de IR: 15% a.a.
Fonte: Adaptado de Megliorini (2012).
Valor nominal das debêntures 100.000,00
(-) Deságio (2.000,00)
(-) Encargos da operação (4.000,00)
Valor líquido recebido 94.000,00
Quadro 2. Dados da operação de debêntures
De acordo com essas informações, podemos montar o seguinte fluxo de 
caixa da operação, como mostrado no Quadro 3.
7Custo médio ponderado de capital
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Custo médio ponderado de capital8
O retorno de um investimento pode ser calculado por meio da Taxa Interna 
de Retorno (TIR). Podemos analisar a relação da TIR e o custo de capital da 
seguinte forma, segundo Assaf Neto (2015, p. 276):
A taxa de retorno requerida pelos acionistas ao investirem seus recursos no 
investimento é considerada como o custo de capital próprio de uma empre-
sa. Ao levantar recursos no mercado acionário, ou mesmo ao reter parte de 
seus lucros, a empresa deve aplicá-los em projetos (ativos) que demonstrem 
viabilidade econômica, de modo que o retorno produzido possa remunerar 
os acionistas em nível equivalente às suas expectativas. Dessa forma, a re-
muneração mínima exigida pelos acionistas constitui-se, em última análise, 
no custo do capital próprio de uma empresa.
Para cálculo da taxa interna de retorno (TIR), basta que se use o seguinte 
caminho na calculadora HP12C:
94000 CHS G CF0 / 17000 G CFJ / 3 G NJ / 117000 G CFJ / F IRR = 
19,29% (essa é a TIR)
E, para se encerrar essa parte relativa ao capital de terceiros, quando a 
empresa capta recursos de financiamentos e empréstimos, deve-se seguir a 
mesma lógica das debêntures, elaborando-se um fluxo de caixa para melhor 
visualização. Considere os seguintes dados de um empréstimo, conforme é 
apresentado no Quadro 4.
Fonte: Adaptado de Megliorini (2012).
Valor nominal do empréstimo 200.000,00
(-) Taxas e comissões bancárias (15.000,00)
Valor líquido recebido 185.000,00
Quadro 4. Dados da operação de empréstimos
A negociação desse empréstimo foi realizada nas seguintes condições:
 � Prazo do empréstimo: 4 anos.
 � Taxa de juros: 20% a.a.
9Custo médio ponderado de capital
 � Alíquota de IR: 15% a.a.
De acordo com essas informações, pode-se visualizar por meio do fluxo 
de caixa a operação, de acordo com o Quadro 5.
Fonte: Adaptado de Megliorini (2012).
  Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Pagamento 
de juros 
(banco)
  R$ 
40.000,00
R$ 
40.000,00
R$ 
40.000,00
R$ 
40.000,00
(-) Benefício 
do IR (15%)
  R$ 
6.000,00
R$ 
6.000,00
R$ 
6.000,00
R$ 6.000,00
= Despesas 
de juros 
líquidas
  R$ 
34.000,00
R$ 
34.000,00
R$ 
34.000,00
R$ 
34.000,00
+ Devolução 
do principal
        R$ 
200.000,00
= Total 
desembolsado
  R$ 
34.000,00
R$ 
34.000,00
R$ 
34.000,00
R$ 
234.000,00
Valor líquido 
recebido
R$ 
185.000,00
       
Quadro 5. Fluxo de caixa de uma operação de empréstimo
Para cálculo da TIR, basta que se use o seguinte caminho na calculadora 
HP12C:
185000 CHS G CF0 / 34000 G CFJ / 3 G NJ / 234000 G CFJ / F IRR = 
19,89% (essa é a TIR)
Custo médio ponderado de capital10
Cálculo do custo do capital próprio
No caso de a empresa captar recursos por meios próprios, tem-se de considerar 
o custo de oportunidade, que se refere ao custo que o investidor sacrifica para 
manter o investimento na própria empresa, ou seja, ele é o custo mínimo que 
o investidor aceita ao fazer essa escolha.
O capital de uma empresa denominada Sociedade Anônima (S.A.) divide-se 
em ações. Assim, as ações, segundo Assaf Neto (2015, p. 220), são: “títulos 
representativos da menor fração de capitalsocial de uma empresa”. Elas se 
classificam em ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias são aquelas 
que dão direito a voto nas assembleias, e as ações preferenciais oferecem 
prioridade no recebimento de dividendos.
Existem três formas de se avaliar o capital próprio: A primeira é quando 
as ações já existem; a segunda é quando elas serão emitidas (gerando novos 
recursos); e a terceira é quando há lucros retidos. Vejamos cada uma delas.
 � Quando a empresa já possui as ações, usamos a seguinte equação para 
definição de seu preço corrente:
P0 =
D1
K – g
Sendo:
P0: preço corrente da ação
D1: dividendos esperados por ação no fim do ano 1
K: taxa de desconto compatível ao risco assumido pelos fornecedores de 
capital próprio, podendo ser Kap (para as ações preferenciais) e Kao (para as 
ações ordinárias) 
g: taxa anual esperada de crescimento dos dividendos das ações 
Os dividendos são o que chamamos de lucro do acionista. Nas palavras de Assaf Neto 
(2015, p. 224), “os dividendos representam distribuição de lucros auferidos pela empresa 
aos seus acionistas, sendo normalmente pagos em dinheiro”.
11Custo médio ponderado de capital
Dessa forma, como o que interessa, nesse caso, é a taxa de desconto que 
será compatível ao custo assumido, pode-se reorganizar algebricamente a 
fórmula para encontrá-lo, conforme exemplo a seguir.
K =
D1
P0
+ g[ ]
Exemplificando, se uma ação ordinária é R$ 20,00 e o dividendo estimado para o 
próximo ano é de R$ 4,00 por ação, sendo que nos últimos anos houve um crescimento 
dos dividendos das ações de 3%, aplicando-se a fórmula anterior para se encontrar a 
taxa de desconto das ações, tem-se:
[ ]Kao = D1P0 + g
Kao = [0,20] + 0,03
Kao = 0,23 × 100 = 23%
[ ]Kao = 4,0020,00 + 0,03
No caso das ações preferenciais, o cálculo é o mesmo. Entretanto, em razão 
de legislação, as ações devem receber dividendos fixos, ou seja, não haverá 
acréscimo relativo aos dividendos, uma vez que este é zero. Veja no exemplo 
a seguir, considerando-se os mesmos dados apresentados no exemplo anterior.
Custo médio ponderado de capital12
Se uma ação preferencial é R$ 20,00 e o dividendo estimado para o próximo ano 
é de R$ 3,00 por ação, aplicando-se a fórmula apresentado para cálculo da taxa de 
desconto das ações, tem-se:
[ ]Kap = D1P0 + g
Kap = [0,15]
Kap = 0,15 × 100 = 15,00%
[ ]Kap = 3,0020,00 + 0,0
 � Quando a empresa lança novas ações, deve computar o valor gasto na
emissão (taxas, comissões, corretagens). Assim, considerando-se essas 
variáveis, tem-se a seguinte equação:
[ ]K = D1VL + g
Sendo:
K: custo das novas ações
Knao: custo das novas ações ordinárias
Knap: custo de novas ações preferenciais
D1: dividendos esperados por ação no fim do ano 1
VL: valor líquido recebido pela venda da nova ação
g: taxa anual esperada de crescimento dos dividendos 
13Custo médio ponderado de capital
Uma ação será emitida para a venda pelo valor de R$ 15,00 e haverá um deságio de 
R$ 0,90 por ação; estima-se que os gastos dessa emissão totalizem R$ 0,65 por ação; 
o dividendo previsto de R$ 3,00 por ação e uma projeção de crescimento de R$ 3,5%. 
O valor líquido dessa ação será: 15,00 – 0,90 – 0,65 = R$ 13,45
Aplicando-se a fórmula mencionada, tem-se:
[ ]K = D1VL + g
K = [0,2230] + 0,035
K = 0,2580 × 100 = 25,8%
[ ]K = 3,0013,45 + 0,035
 � Quando a empresa possui lucros retidos: a instituição possui uma 
parcela dos lucros (que aparece no Patrimônio Líquido) que não foi 
distribuída aos acionistas, denominada lucros retidos. Dessa forma, 
esses lucros retidos devem ser remunerados, visto que são uma entrada 
de recursos (só que já estão na empresa). A formula é a mesma da ação 
ordinária, o que mudará é a nomenclatura na equação.
Klr =
D1
P0
+ g[ ]
Sendo:
Klr: custo dos lucros retidos
Cálculo do custo médio ponderado de capital
O cálculo do CPMC deriva de uma composição de diferentes fontes de finan-
ciamento. Assim, ao optar por mais de uma fonte, poderá ser feito o cálculo 
Custo médio ponderado de capital14
do custo desse capital, mesmo que ele tenha diversas origens (MEGLIORINI, 
2012).
CMPC = (Wd × Kd) + (We × Ke) + (Wao × Kao) + (Wap × Kap) + (Wlr × Kao)
Sendo:
Wd: proporção de debêntures na estrutura de capital
Kd: custo de debêntures
We: proporção de empréstimos na estrutura de capital
Ke: custo de empréstimos
Wao: proporção de ações ordinárias na estrutura de capital
Kao: custo de ações ordinárias
Wap: proporção de ações preferenciais na estrutura de capital
Kap: custo de ações preferenciais
Wlr: proporção de lucros retidos na estrutura de capital
Kao: custo de lucros retidos
A título de exemplo, no Quadro 6 serão utilizados os mesmos dados dos 
cálculos dos custos tratados anteriormente.
Fonte: Adaptado de Megliorini (2012).
Dados do balanço 
patrimonial
Valor 
contábil
Proporção de 
cada fonte
Custo 
(K)
Passivo não circulante      
Debêntures R$ 100.000,00 13,33% 19,29% 
Empréstimos R$ 200.000,00 26,67% 19,89% 
Patrimônio líquido      
Ações ordinárias (25.000 
ações a R$ 12,00 cada)
R$ 300.000,00 40,00% 23,00% 
Ações preferenciais (15.000 
ações a R$ 10,00 cada)
R$ 150.000,00 20,00% 20,00 %
Total R$ 750.000,00 100% —
Quadro 6. Estrutura de capital baseada em custos
15Custo médio ponderado de capital
Aplicando-se a equação, tem-se:
CMPC = (Wd × Kd) + (We × Ke) + (Wao × Kao) + (Wap × Kap) + (Wlr × Kao)
CMPC = (13,33 × 0,1929) + (26,67 × 0,1989) + (40,00 × 0,23) + (20,00 × 
0,20)
CMPC = (2,572) + (5,304) + (9,20) + (4)
CMPC = 21,076% = 21,08%
O CMPC é a medida ponderada dos custos das diversas fontes de recursos 
que financiam os ativos da empresa (empréstimos e financiamento, emissão 
de ações ordinárias e preferenciais, emissão de debentures, retenção de lucros 
etc.). Portanto, para uma empresa que pretende captar recursos, mostraram-se, 
aqui, as diferentes formas de mensuração dos custos desses recursos, inclusive, 
quando as fontes se mostram diversificadas, a partir do cálculo do CMPC.
Podemos, também, calcular diretamente pela calculadora HP12C. Assim, 
estaremos encontrando a média ponderada do segundo valor lançado (que é 
o valor dos percentuais proporcionais de cada fonte):
Caminho para encontrar o CMPC por meio da HP12C:
19,29 enter 
13,33 Σ+ 
19,89 enter 
26,67 Σ+ 
23 enter 
40 Σ+ 
20 enter 
20 Σ+
g x ̅ w
Ao digitar essa sequência de teclas, o valor final deverá ser 21,08, ou seja, 
o mesmo que se encontra ao fazer a conta supracitada.
Custo médio ponderado de capital16
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2010.
LEMES JUNIOR, A. B; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. Administração financeira: princípios, 
fundamentos e práticas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MEGLIORINI, E. Administração financeira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
Leituras recomendadas
BARROS, M. E.; MATOS, R. M.; COLAUTO, R. D. Capitais de terceiros, despesas finan-
ceiras e custo médio ponderado de capital em empresas listadas na BM&FBOVESPA. 
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 22., 2015, Foz do Iguaçu. Anais eletrônicos... 
São Leopoldo: Associação Brasileira de Custos, 2015. p. 1-14. Disponível em: <https://
anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/3882>. Acesso em: 10 jul. 2018. 
CARVALHAES, M. V.; ALBUQUERQUE, A. A. de; SILVA, D. M. da. Comparação de duas 
metodologias de apuração do custo de capital das distribuidoras de energia elétrica 
brasileiras. Revista de Contabilidade de Controladoria, Curitiba, v. 6, n. 2, p. 106-127, maio/
ago. 2014. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/rcc/article/viewFile/35154/23561>. 
Acesso em: 10 jul. 2018.
ORO, I. M.; BEUREN, I. M.; HEIN, N. Estrutura e custo médio ponderado de capital em 
empresas familiares brasileiras. Revista Perspectivas Contemporâneas, Campo Mou-
rão, v. 8, n. 2, p. 1-21, jul./dez. 2013. Disponível em: <http://revista.grupointegrado.
br/revista/index.php/perspectivascontemporaneas/article/view/692/557>. Acessoem: 10 jul. 2018.
17Custo médio ponderado de capital

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