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Direito Penal - Nova Concursos - 2020

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
ÍNDICE
Aplicação da lei penal. Princípios da legalidade e da anterioridade. A lei penal no tempo e no espaço. Tempo e lugar do crime. 
Lei penal excepcional, especial e temporária. Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. Pena cumprida no estrangeiro. 
Efi cácia da sentença estrangeira. Contagem de prazo. Frações não computáveis da pena. Interpretação da lei penal. Analogia. 
Irretroatividade da lei penal. Confl ito aparente de normas penais. ....................................................................................................................01
O fato típico e seus elementos. Crime consumado e tentado. Pena da tentativa. Concurso de crimes. Ilicitude e causas de 
exclusão. Excesso punível. Culpabilidade. Elementos e causas de exclusão. ..................................................................................................04
Imputabilidade penal. ...........................................................................................................................................................................................................09
Concurso de pessoas. ...........................................................................................................................................................................................................10
Crimes contra a pessoa. .......................................................................................................................................................................................................10
Crimes contra o patrimônio................................................................................................................................................................................................16
Crimes contra a fé pública. .................................................................................................................................................................................................21
Crimes contra a administração pública ..........................................................................................................................................................................24
Lei nº 8.072/1990 (delitos hediondos). ..........................................................................................................................................................................31
Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal. .........................................................................................................................................32
Corrupção De Menores (Lei Nº 12.015/2009) .............................................................................................................................................................40
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1 APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 1.1 PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE. 1.2 A LEI 
PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO. 1.3 TEMPO E LUGAR DO CRIME. 1.4 LEI PENAL EXCEPCIONAL, 
ESPECIAL E TEMPORÁRIA. 1.5 TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL. 
1.6 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO. 1.7 EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA. 1.8 CON-
TAGEM DE PRAZO. 1.9 FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA. 1.10 INTERPRETAÇÃO DA LEI 
PENAL. 1.11 ANALOGIA. 1.12 IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL. 1.13 CONFLITO APARENTE DE 
NORMAS PENAIS
LEI PENAL
Características
Por via das normas incriminadoras, o Direito Penal prescreve condutas ilícitas, atribuindo sanções, como se pode 
ver na parte especial do Código Penal. Por sua vez, por meio das normas não incriminadoras, o Direito Penal formula 
proposições jurídicas das quais se extrai o conteúdo imperativo da respectiva norma, como se verifi ca na parte geral do 
Código Penal (BITENCOURT, 2010, p. 159).
Fonte
Fonte pode ser associada à origem, nascimento, surgimento. Por “fonte do Direito” deve-se entender a origem 
primária da norma jurídica (BITENCOURT, 2010, p. 160). Kelsen afi rma que fonte é o fundamento de validade jurídico-
-positiva das normas (KELSEN, 1974, p. 258). 
O Direito Penal, como todos os outros ramos do Direito, também tem suas fontes. Há duas divisões primarias para 
as fontes do direito penal, sendo elas materiais e formais. 
As fontes materiais são as fontes de produção, ou seja, como a norma penal é originada. Compete à união legislar 
sobre matéria penal, porém, como exceção, pode haver delegação por lei complementar para os Estados legislarem.
No que se refere às fontes formais, tem-se que estas são classifi cadas em dois tipos: a) fonte formal imediata; b) 
fonte formal mediata. 
a) Fontes formais imediatas: Decorrem por meio de legislações, como a Constituição Federal, legislações infracons-
titucionais, tratados, regras, convenções de direito internacional e súmulas vinculantes. 
b) Fontes formais mediatas: São os costumes, doutrina e jurisprudência. Há quem defenda que os princípios gerais 
do direito e a analogia também são fontes formais mediatas do Direito Penal. 
Interpretação
Para Karl Larenz, toda norma jurídica requer interpretação (LARENZ, 1997, p. 284). O Direito Penal compreende di-
versos métodos de interpretação, como com base nos órgãos Legislativo, Judiciário ou com base na doutrina. 
A interpretação autêntica é a fornecida pelo Poder Legislativo, no momento da elaboração da Lei Penal. A interpre-
tação jurisprudencial é aquela feita pelos órgãos julgadores, como tribunais. A interpretação doutrinária corresponde à 
doutrina, interpretação revelada pelos estudiosos, escritores do direito penal, sendo científi ca ou fi losófi ca. 
Quantos aos meios de interpretação, pode-se considerar a interpretação gramatical, histórica, lógica ou sistemática. 
A interpretação gramatical ou literal leva em consideração a parte escrita, as palavras contidas no texto legal. Por 
sua vez, a interpretação histórica compreende o fator histórico envolvido, com a fi nalidade de entender o sentido e as 
razões da lei. Por fi m, a interpretação lógica pretende entender a lógica do texto legal, para assim descobrir fundamen-
tos a ser seguidos. 
No que se refere aos resultados, tem-se a interpretação declarativa, extensiva e restritiva. 
A declarativa pretende expressar somente o resultado linguístico, ou seja, a concordância entre o sentido literal 
(interpretação gramatical) e a lógica (interpretação lógico-sistemática) da norma. Neste resultado, não há uma inter-
pretação além do que esta exposto no texto normativo. 
Quanto à interpretação extensiva, pretende-se entender a interpretação, deixando de ser literal, ou seja, conclui-se 
que a norma falou menos do que queria falar, devendo-se ampliar seu alcance ou sentido por meio da interpretação. 
Por fi m, a interpretação restritiva procura reduzir ou limitar o alcance do texto interpretado, na tentativa de encon-
trar seu verdadeiro sentido. Procura minimizar o sentido ou alcance das palavras que objetivam refl etir o direito contido 
na norma jurídica (BITENCOURT, 2010, p. 175). 
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Vigência
Há leis que prescrevem data de início e fi m de vigên-
cia, enquanto outras somente prescrevem data de início 
de vigência, considerando-se vigentes até que seja re-
vogada. 
Leis temporárias contém datas de vigência preorde-
nada. Leis excepcionais condicionam sua efi cácia a condi-
ções determinantes, como em caso de guerra, epidemias. 
Aplicação
A lei penal deve ser anterior a pratica delitiva, caso 
contrário incidirá o princípio da irretroatividade. Neste 
sentido, o artigo 1º do Código Penal prevê que: “Não 
há crime sem lei anterior que o defi na. Não há pena sem 
prévia cominação legal”. 
Lembre-se que o conjunto de normas incriminadoras 
é taxativo, ou seja, o fato é típico (esta em lei) ou atípico 
(não esta em lei) (JESUS, 2014, p. 23).
LEI PENAL NO TEMPO 
A Lei Penal encontra sua efi cácia entre a entrada em 
vigor e a cessação de sua vigência, não alcançandoos 
fatos ocorridos antes ou depois dos limites, ou seja, não 
retroage e nem tem ultra-atividade. Este é o princípio 
tempus regit actum. 
a) O princípio da irretroatividade tem sua vigência so-
mente na lei mais severa, sendo que em caso de lei mais 
benéfi ca é possível a retroatividade. 
b) É possível a aplicação de uma lei não obstante ces-
sada a sua vigência, desde que mais benéfi ca em face 
de outra, posterior. Essa qualidade da lei, pela qual tem 
efi cácia mesmo depois de cessada a sua vigência, recebe 
o nome de ultra-atividade (JESUS, 2014, p. 25). 
c) Quanto a Lei mais benéfi ca, tem-se que esta pre-
valece sobre a mais severa, prolongando-se além do ins-
tante de sua revogação ou retroagindo ao tempo em que 
não tinha vigência. É ultra-ativa e retroativa. Ou seja, ela 
prevalece tanto em caso da antiga lei, quanto em caso de 
nova lei, sempre em favor do acusado. 
d) Em caso de Lei mais severa, jamais haverá a re-
troatividade (princípio da irretroatividade), nem a efi cácia 
além do momento de sua revogação (ultra-atividade). 
A Lei posterior é aquela promulgada em último lu-
gar. Determina-se a anterioridade e a posterioridade pela 
data da publicação e não pela data da entrada em vigor 
(JESUS, 2014, p. 27). 
Formas de choques entre leis
a) Abolitio criminis: Quando uma nova lei deixa de 
considerar crime fato anteriormente considerado crime. 
b) Novatio legis incriminadora: Quando a nova lei pas-
sa a considerar crime algo que não era antes, esta não 
poderá retroagir a fatos passados, anteriores a sua vi-
gência, já que não há crime sem lei anterior que o defi na 
(nullum crimen sine praevia lege). 
c) Novatio legis in pejus: A lei que de alguma forma 
pode agravar a situação do acusado não retroagirá. (Art. 
5º, XL da CF). Em caso de confl ito de duas leis, a anterior, 
mais benigna, e a posterior, mais severa, aplicar-se-á a 
mais benigna. (BITENCOURT, 2010, p. 187). 
d) Novatio legis in mellius: Quando uma lei nova, mes-
mo sem descriminalizar o fato, prevê novo tratamento 
mais favorável ao acusado, deve-se prevalecer esta, mes-
mo que o processo se encontre em fase de execução. 
Não se fere o princípio da coisa julgada. 
Leis Excepcionais e Temporárias
Leis excepcionais são aquelas promulgadas em casos 
de calamidade pública, guerras, revoluções, cataclismos, 
epidemias etc... (JESUS, 2014, p. 32). 
São leis temporárias aquelas que possuem vigência 
previamente fi xada pelo legislador, a qual determina a 
data em que a lei entrará em vigência e sairá. (JESUS, 
2014, p. 32). 
LEI PENAL NO ESPAÇO
A Lei Penal tem vigência em todo território nacional, 
com base no princípio da territorialidade, nacionalidade, 
defesa, justiça penal universal e representação. 
a) Territorialidade: Consiste no entendimento o qual 
a lei penal só tem aplicação no território do Estado que 
a determinou. (Como nos casos de delegação por Lei 
Complementar) (JESUS, 2014, p. 38). Em caso de Lei penal 
brasileira, tem-se a aplicação em todo território nacional, 
independente da nacionalidade do agente, vítima ou do 
bem jurídico lesado. (BITENCOURT, 2010, p. 198). 
b) Nacionalidade ou personalidade: Aplica-se a lei 
penal da nacionalidade do criminoso, não importando 
onde o fato ilícito foi praticado. O Estado tem o direito 
de exigir que o seu nacional no país estrangeiro tenha 
determinado comportamento. 
Esse princípio apresenta duas formas: 1) 
personalidade ativa: Casos em que consi-
dera apenas a nacionalidade do autor do 
delito, independente da nacionalidade do 
sujeito passivo do delito; 2) personalidade 
passiva: nesta hipótese importa somente se 
a vítima do delito é nacional, ou seja, o bem 
jurídico deve ser do próprio Estado, vítima 
ou do cocidadão.
#FicaDica
c) Defesa, real ou proteção: Leva em consideração a 
nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, inde-
pendente do local de sua prática ou da nacionalidade do 
criminoso (JESUS, 2014, p. 38). 
d) Justiça Penal Universal, universalidade ou cosmo-
polita: Qualquer Estado pode punir qualquer crime, seja 
qual for à nacionalidade do criminoso ou da vítima, não 
importando o local de sua prática. Para a imposição da 
pena, basta o criminoso estar dentro do território nacio-
nal (JESUS, 2014, p. 38).
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e) Representação ou bandeira: Ocorre quando a Lei 
Penal de determinado país também é aplicável aos de-
litos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, 
quando realizados no estrangeiro e alí não venham a ser 
julgados (JESUS, 2014, p. 38). 
O Brasil adota o princípio da Territorialidade como re-
gra (artigo 5º do Código Penal), possibilitando como ex-
ceção os princípios da defesa/proteção (art. 7º, I e § 3º); 
da nacionalidade ativa (art. 7º, II, b); da Justiça Universal 
(art. 7º, II, a); e da representação (artigo 7º, II, c). 
Entende-se por território nacional a soma do espaço 
físico (ou geográfi co) com o espaço jurídico (espaço físi-
co por fi cção, por equiparação, por extensão ou território 
fl utuante).
Por território físico entende-se o espaço terrestre, 
marítimo ou aéreo, sujeito à soberania do Estado (solo, 
rios, lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior 
ao longo da costa – 12 milhas marítimas de largura, me-
didas a partir da linha de baixa-mar do litoral continente 
e insular – e espaço aéreo correspondente).
Para os efeitos penais, consideram-se como exten-
são do território nacional as embarcações e aeronaves 
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do gover-
no brasileiro onde quer que se encontrem, bem como 
as embarcações e as aeronaves brasileiras (matriculadas 
no Brasil), mercantes ou de propriedade privada, que se 
achem, respectivamente, em alto-mar ou no espaço aé-
reo correspondente (art. 5°, § 1°, CP).
É também aplicável a lei brasileira aos crimes cometi-
dos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras 
de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso 
no território nacional ou em vôo no espaço aéreo cor-
respondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil 
(art. 5º, § 2°, CP) (CUNHA, 2018). 
Extraterritorialidade
As hipóteses de extraterritorialidade estão previstas 
no artigo 7º do Código Penal, constituindo exceções as 
hipóteses do artigo 5º. 
A extraterritorialidade incondicionada se encontra no 
artigo 7º, inciso I, que prevê casos em que a Lei Brasileira 
será aplicada ao delito cometido no estrangeiro, sem a 
necessidade das condições do artigo 7º, § 2º do Código 
Penal. 
São os casos de extraterritorialidade incondicionada: 
os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente 
da República; (princípio da defesa ou real, pois se preo-
cupa com a nacionalidade do bem jurídica) b) contra o 
patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, 
de Estado, de Território, de Município, de empresa pú-
blica, sociedade de economia mista, autarquia ou funda-
ção instituída pelo Poder Público; (princípio da defesa ou 
real, pois se preocupa com a nacionalidade do bem jurí-
dica) c) contra a administração pública, por quem está a 
seu serviço; (princípio da defesa ou real, pois se preocupa 
com a nacionalidade do bem jurídica); d) de genocídio, 
quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
(são três correntes acerca do princípio aplicável a esta 
hipótese: princípio da justiça penal universal (porquan-
to o Brasil se obrigou, por meio de Tratado, a coibir o 
genocídio, não importando o local onde foi praticado); 
princípio da defesa ou real (pois é genocídio é julgado 
pelo Brasil apenas quando envolver brasileiros); ou prin-
cípio da nacionalidade ativa (este está errada, pois não se 
exige apenas que o agente seja nacional; pode ser tam-
bém o ser levado em consideração o domicílio no Brasil). 
A corrente que prevalece é a primeira, ante a natureza 
supralegal dos tratados internacionais sobre direitos hu-
manos. (MORAES). 
Nestes casos, o criminoso poderá sercondenado pela 
lei brasileira, independente de absolvido ou condenado 
no estrangeiro. 
Por sua vez, a territorialidade condicionada esta pre-
vista no artigo 7º, II do Código Penal. 
São casos de extraterritorialidade condicionada: os 
crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se 
obrigou a reprimir; (princípio da justiça penal universal) 
b) praticados por brasileiro; (princípio da nacionalidade 
ativa) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasi-
leiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em 
território estrangeiro e aí não sejam julgados. (princípio 
da representação). 
Ainda tem-se o § 2º e o § 3º, que apresentam o se-
guinte: 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasi-
leira depende do concurso das seguintes condições: 
 a) entrar o agente no território nacional; 
 b) ser o fato punível também no país em que foi pra-
ticado; 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a 
lei brasileira autoriza a extradição; 
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou 
não ter aí cumprido a pena; 
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro 
ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime co-
metido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
 a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Por conta das condições do § 2º do Artigo 7º do Códi-
go Penal, consideram-se os casos do inciso II do mesmo 
artigo casos de extraterritorialidade condicionada. 
Imunidade
Imunidade diplomática: É um privilégio proporciona-
do aos representantes diplomáticos estrangeiros, obser-
vando sempre o princípio da reciprocidade. (HUNGRIA, 
2016, p. 156). Conforme a Convenção de Viena, Decreto 
nº 56.435/65, o diplomata fi ca sujeito à jurisdição do Es-
tado que representa. 
Constitui-se, assim, uma causa de exclusão de pena. 
(LEIRIA, 1981, p. 118-119). A imunidade se estende para 
todos os funcionários e agentes diplomáticos das orga-
nizações internacionais, como ONU, OEA, quando em 
serviço, incluindo-se os familiares (BITENCOURT, 2010, p. 
205). 
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Imunidade Parlamentar: Trata-se de uma prerrogati-
va parlamentar, sendo do próprio Parlamento, e não do 
parlamentar, sendo também irrenunciável. Decorre, as-
sim, da função exercida, dividindo-se em duas espécies: 
a) Imunidade material ou absoluta: Corresponde à 
imunidade no exercício do mandato, por suas opiniões, 
palavras e votos, não incidindo em aspectos penais, ci-
vis, disciplinares. É uma inviolabilidade pela manifestação 
do pensamento que é inerente ao exercício do mandato 
(senadores, deputados, vereadores) (BITENCOURT, 2010, 
p. 206). 
b) Imunidade formal ou relativa: Refere-se à prisão, 
ao processo, a prerrogativa de foro (processo e julga-
mento) (BITENCOURT, 2010, p. 206). 
Concurso aparente de normas
A Lei não regula as situações de concurso aparente 
de normas, problema resolvido por meio da interpre-
tação, com base na conduta ou no fato, na pluralidade 
de normas coexistentes e na relação de hierarquia ou de 
dependência entre essas normas (BITENCOURT, 2010, p. 
223). 
Utiliza-se princípios orientadores, quais são: a) espe-
cialidade; b) subsidiariedade; c) consunção. Há estudio-
sos que incluem o princípio da alternatividade neste rol. 
a) Especialidade: A norma especial é predominante 
a norma geral. (Exemplo: Lei de Drogas – Lei 11.343/06 
prevê que o acusado é o primeiro a ser ouvido, mediante 
interrogatório, na fase de instrução, enquanto o Código 
Penal prevê que será o último. Pelo princípio da especia-
lidade, aplica-se a norma especial, a Lei de Drogas). 
b) Subsidiariedade: Ocorre quando há uma relação 
de primariedade e subsidiariedade entre duas normas ao 
descrever graus de violação de um mesmo bem jurídico, 
de forma que a norma subsidiária é afastada pela aplica-
bilidade da norma principal. 
A condição de subsidiariedade pode ser expressa 
(descrita na lei – art. 132 do CP, por exemplo) ou táci-
ta (não descrita – como no caso do crime de dano [art. 
163 do CP] que é subsidiário do furto com destruição 
ou rompimento de obstáculo; a violação de domicílio do 
crime de furto ou roubo). (BITENCOURT, 2010, p. 225). 
c) Consunção: Conhecido também como princípio da 
absorção. Ocorre quando um crime constitui meio ne-
cessário ou fase normal de preparação ou execução de 
outro crime, como, por exemplo, lesões corporais que 
determinam a morte são absorvidas pelo homicídio; o 
furto com arrombamento em casa habitada absorve a 
aplicação do crime de dano e violação de domicílio. 
O principio que aparentemente é essencial 
para o concurso aparente de normas é o da 
especialidade, ou seja, nos casos de existên-
cia de lei especial, aplica-se este princípio. 
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. POLÍCIA FEDERAL – Agente Federal da Polícia Fe-
deral- CESPE- 2004: Célio praticou crime punido com 
pena de reclusão de 2 a 8 anos, sendo condenado a 6 
anos e 5 meses de reclusão em regime inicialmente se-
mi-aberto. Apelou da sentença penal condenatória, para 
ver sua pena diminuída. Pendente o recurso, entrou em 
vigor lei que reduziu a pena do crime praticado por Célio 
para reclusão de 1 a 4 anos. Nessa situação, Célio não 
será benefi ciado com a redução da pena, em face do 
princípio da irretroatividade da lei penal previsto cons-
titucionalmente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. A Lei penal retroagirá neste caso, 
tendo em vista o benefício que trará para o réu. Lem-
bra-se que a lei penal retroage mesmo que a sentença 
condenatória já esteja transitada em julgado. 
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS. 
CRIME CONSUMADO E TENTADO. PENA 
DA TENTATIVA. CONCURSO DE CRIMES. 
ILICITUDE E CAUSAS DE EXCLUSÃO. 
EXCESSO PUNÍVEL. CULPABILIDADE. 
ELEMENTOS E CAUSAS DE EXCLUSÃO.
TEORIA DO TIPO
Tipo pode ser considerado o conjunto dos elementos 
do fato punível descrito na Lei penal, o qual exerce fun-
ção limitadora e individualizadora das condutas huma-
nas penalmente relevantes. 
A teoria do Tipo criou a tipicidade, apresentada como 
característica do delito, com fundamento na teoria causal 
da ação, concebida por Franz Von Liszt. Com a evolução, 
criou-se uma metodologia para distinguir as característi-
cas do tipo, dividindo-se em tipicidade, antijuricidade e 
culpabilidade (BITENCOURT, 2010, p. 303). 
Crime doloso e crime culposo 
O crime doloso é aquele que acontece quando o 
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
-lo, ou seja, ocorreu pela vontade de concretizar o crime. 
O crime culposo, por sua vez, ocorre quando o agente 
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia, ou seja, por falta de cuidado no agir. 
Modalidades de dolo: 
a) Dolo direto: quando o sujeito visa certo e determi-
nado resultado (ex: esfaquear para matar alguém). 
b) Dolo indireto: não tem certo e determinado resul-
tado, variando-se em dolo alternativo (aquele que tem a 
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intenção de um ou outro resultado, como ferir ou matar 
alguém); e dolo eventual (quando o sujeito admite o ris-
co do resultado). 
Modalidades de culpa: 
a) Culpa inconsciente: ocorre quando o sujeito atua 
sem consciência do resultado que poderia ocorrer; 
b) Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, po-
rém não acredita que irá acontecer, confi ando nas suas 
habilidades. (Exemplo: corridas ilegais de carro, embria-
guez ao dirigir). 
A culpa consciente é diferente do dolo even-
tual, no primeiro o sujeito não quer o resul-
tado, confi ando que não irá acontecer, en-
quanto no segundo o sujeito assume o risco, 
sendo indiferentese acontecer o resultado. 
#FicaDica
Ausência de dolo pode ser FATO ATÍPICO. 
#FicaDica
a) Imprudência: É a prática de um fato perigoso des-
necessário (Exemplo: dirigir em alta velocidade).
b) Negligência: É a falta de atenção, preocupação 
(Exemplo: Deixar arma de fogo perto de uma criança.
c) Imperícia: É a falta de habilidade técnica para algo 
(Exemplo: Médico que não sabe fazer cirurgia, mas a faz). 
O Direito Penal brasileiro aceita somente a 
culpa exclusiva da vítima, ou seja, não existe 
a fi gura da culpa concorrente (entre a víti-
ma e o acusado). 
#FicaDica
Crime preterdoloso
Ocorre quando há o dolo na ação/omissão antece-
dente, mas a culpa no consequente, ou seja, acontece 
quando o delinquente produz resultado mais grave que 
pretendia. 
Exemplo: Sujeito deseja roubar uma pessoa, porém 
mata sem querer a vítima durante o roubo. 
Crime preterdoloso e crime qualifi cado pelo resul-
tado
Atente-se que não são sinônimos, já que o crime qua-
lifi cado pelo resultado, ao contrário do preterdoloso, o 
resultado ulterior, mais grave, derivado involuntariamen-
te da conduta criminosa, lesa um bem jurídico que, por 
sua natureza, não contém o bem jurídico precedente-
mente lesado (BITENCOURT, 2010, p. 343). 
Exemplo: Lesão corporal seguida de morte é preter-
doloso, enquanto o aborto seguido de morte da gestante 
é qualifi cado pelo resultado, ou seja, nunca se conseguirá 
matar uma pessoa sem ofender sua saúde ou integridade 
corporal (como a lesão corporal seguida de morte), en-
quanto para matar alguém não se terá necessariamente 
de fazê-lo abortar (aborto com ou sem consentimento 
da gestante, qualifi ca-se pelo resultado) (BITENCOURT, 
2010, p. 343). 
Erro de Tipo
Erro de tipo é aquele que recai sobre circunstância 
elementar da descrição típica. É a falsa percepção da rea-
lidade sobre um elemento constitutivo de crime (BITEN-
COURT, 2010, p. 325). 
Divide-se em duas espécies, sendo: a) erro de tipo 
essencial, o qual sempre exclui o dolo (para fatos ine-
vitáveis), porém podendo-se punir pela culpa caso seja 
evitável; b) erro de tipo inevitável (ou acidental), o qual 
exclui a tipicidade por algo subjetivo do crime. 
Tipos de erro essencial: 
a) Erro de tipo incriminador: Aquele que faz o sujeito 
supor a ausência de elemento ou circunstância da fi gura 
típica incriminadora ou a presença de requisitos permis-
sivos (JESUS, 2014, p. 118). 
b) Erro de tipo permissivo: Caso o sujeito, por erro 
plenamente justifi cado pelas circunstâncias do fato, su-
ponha estar em face de alguma causa de exclusão de 
ilicitude, como legítima defesa, estrito cumprimento do 
dever legal, exercício regular de direito ou estado de ne-
cessidade, este fi ca isento de pena. Pode-se punir por 
culpa (JESUS, 2014, p. 118). 
c) Erro de proibição: Se o sujeito não tem a possibili-
dade de saber que o fato é proibido, a culpabilidade fi ca 
afastada. Ressalta-se que somente ocorre a isenção de 
pena em caso de desconhecimento inevitável da proi-
bição, já que se for evitável cabe apenas diminuição da 
pena de um sexto a um terço. 
Tipos de erro acidental:
a) Erro sobre a pessoa: Ocorre quando o sujeito atin-
ge uma pessoa supondo se tratar da pessoa que deveria 
atingir. É um erro entre pessoas, ou seja, o autor desejava 
acertar uma, mas acertou outra acreditando ser a pes-
soa certa. As condições ou qualidades da vítima real são 
desconsideradas, considerando somente as qualidades 
da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 
b) Aberratio Ictus (Erro na execução): É a aberração 
ao ataque ou desvio do golpe. Ocorre quando o sujeito, 
pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra. 
Aplica-se somente aos crimes dolosos. Exemplo: Erro de 
pontaria, quando o projétil devia-se da trajetória acer-
tando outra pessoa no disparo (JESUS, 2014, p. 326). 
c) Aberratio criminis (Resultado diverso do preten-
dido): É o desvio do crime. Enquanto na aberratio ictus 
existe erro de execução quanto à pessoa (erra a pessoa, 
a vítima), na aberratio criminis erra-se um bem jurídico. 
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Erros Essenciais
Erro de tipo incriminador (art. 20 do CP) Fato Típico 
Erro de tipo permissivo (art. 20, § 1º do CP) Excludente de ilicitude
Erro de proibição (art. 21 do CP) Culpabilidade
Erros acidentais
Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º do CP) Relação com a vítima
Aberratio Ictus (art. 73 do CP) Relação com a vítima
Aberratio Criminis (art. 74 do CP) Relação com bem jurídico
Classifi cação Jurídica dos crimes
Crime material: Aquele que existe um resultado previsto em lei, sendo exigida sua consumação, ou seja, deve-se ter 
um dano efetivo. Exemplo: Homicídio (art. 121 do CP). 
Crime Formal: Aquele que existe um resultado previsto em lei, mas não é exigida sua consumação, ou seja, não é 
necessário um dano efetivo, bastando-se a vontade de concretizá-lo. Exemplo: Extorsão (art. 158 do CP). 
Crime de Mera Conduta: Aquele em que a conduta já consuma o crime. O tipo penal não descreve um resultado 
(naturalístico), apenas uma conduta, ou seja, basta fazer a conduta. Exemplo: Omissão de Socorro (art. 135 do CP). 
Crime Complexo: Aquele que é necessária uma fusão de dois ou mais crimes. Exemplo: Crime de Roubo (art. 157 do 
CP), nada mais é que o crime de furto (art. 155 do CP) com grave ameaça (art. 147 do CP). 
Crime Comum: Aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. 
Crime Próprio: Há agentes próprios, somente pode ser praticado por determinadas pessoas, como os crimes prati-
cados por funcionário público. 
Crime de Mão Própria: Aquele que somente o autor pode praticar, não tendo a possibilidade de pedir para outra 
pessoa fazer. Exemplo: Falso testemunho (art. 342 do CP). 
Crime consumado: Aquele concretizado, com todos os elementos do tipo penal. 
Crime tentado: Ocorre quando o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do sujeito. 
Crime falho: É a tentativa perfeita. 
Crime de ação única: Ocorre quando o agente pratica o tipo penal que descreve somente um verbo, uma conduta. 
Exemplo: Homicídio, bastando-se matar alguém. 
Crime de ação múltipla (conteúdo variado ou tipo misto): O tipo penal tem mais de uma conduta, um verbo. Exem-
plo: O artigo 122 diz induzir, instigar ou auxiliar alguém a suicidar-se, ou seja, três verbos. 
Crime Unissubjetivo (unilateral, monossubjetivo ou concurso eventual): Quando o tipo penal possibilita a pratica do 
crime por uma pessoa. Ressalta-se que pode ser praticado por mais pessoas também. (Exemplo: Homicídio – art. 121 
do CP). 
Crime Plurissubjetivo (concurso necessário): Quando o tipo penal somente possibilita a pratica delitiva por várias 
pessoas. (Exemplo: Formação de quadrilha – art. 288; Rixa – art. 137). 
Crime Unissubsistente: Crime praticado por apenas um ato, não havendo a possibilidade de fracionar em atos. 
(Exemplo: Injúria –art. 140 do CP). 
Crime Plurissubsistente: Aquele que pode ser praticado por mais de um ato. (Exemplo: Homicídio – Art. 121 do CP). 
Crime de Forma Livre: Quando não há um modo a ser seguido, um jeito certo a ser praticado. (Exemplo: Homicídio- 
Art. 121 do CP). 
Crime de Forma Vinculada: Quando há uma forma a ser seguida. (Exemplo: Estupro – Art. 213 do CP – Deve-se ter 
a conjunção carnal). 
Crimes comissivos e omissivos
a) Comissivo: Aquele crime que é necessária uma ação positiva visando o resultado criminoso. Exemplo: Homicídio, 
onde matar alguém é uma ação. 
b) Omissivo: Pode ser próprio, quando o agente fi ca em omissão diante de algo, ou seja, uma inatividade que 
constitui crime. (Exemplo: Omissão de socorro, ou seja, o agente deveria salvar, mas fi cou inativo sem justifi cativa); ou 
impróprio, quando a omissão é o meio pelo qual se alcançará o resultado, a pretensão do autor, a vontade delitiva. 
(Exemplo:Salva-vidas que deveria salvar uma pessoa, mas deixou de salvar por ser um desafeto pessoal – responde 
por Homicídio Doloso consumado). Nestes crimes, o agente responde não pela simples omissão, mas pelo resultado 
decorrente desta, já que estava, juridicamente, obrigado a impedir. 
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Crimes de dano ou perigo
a) Crime de Dano: Aquele que se consuma com a efe-
tividade de um dano. (Exemplo: Lesão Corporal – Art. 129 
do CP). 
b) Crime de Perigo: Aquele que não exige um dano, 
apenas o perigo de dano. (Exemplo: Periclitação a vida ou 
saúde de outrem - Art. 132 do CP). 
Crimes de perigo concreto: Quando deve ser 
comprovado o perigo do crime, a situação 
de risco corrida pelo bem juridicamente pro-
tegido. 
Crimes de perigo abstrato: É presumido, não 
precisando ser provado o perigo concreto do 
ato, a lei já entende como perigoso indepen-
dente de prova. 
#FicaDica
Causas de extinção de punibilidade
 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
 I - pela morte do agente;
 II - pela anistia, graça ou indulto;
 III - pela retroatividade de lei que não mais considera 
o fato como criminoso;
 IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
 V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão 
aceito, nos crimes de ação privada;
 VI - pela retratação do agente, nos casos em que a 
lei a admite;
 VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
 VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
 IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Iter Criminis
As fases do delito podem ser compreendidas em: a) 
cogitação; b) atos preparatórios; c) execução; d) consu-
mação. 
a) Cogitação: Não constitui fato punível quando não 
se projeta no mundo exterior, não ingressa na execução 
do crime. 
b) Atos preparatórios: Em regra não tem tentativa, 
sendo fato atípico. Exceção: Associação criminosa, já que 
pode punir o crime com apenas atos preparatórios; crime 
de petrechos para falsifi cação de moeda; terrorismo pela 
Lei de Antiterrorismo. 
c) Execução: Momento que esta acontecendo a prati-
ca delitiva. Exemplo: escalando o prédio para furtar. 
d) Consumação: conformidade entre o fato e a norma 
penal, momento em que se atinge o resultado preten-
dido. 
Consumação e tentativa
Crime consumado: Aquele concretizado, com todos 
os elementos do tipo penal. 
Crime tentado: Ocorre quando o crime não se consu-
ma por circunstâncias alheias a vontade do sujeito. 
A tentativa diminui a pena de um terço a dois terços, 
levando-se em consideração o momento da execução, 
ou seja, quanto mais perto da consumação, menos dimi-
nuição terá. 
Não há tentativa em crimes culposos, preterdolosos, 
contravenções, omissivos próprios (ex: omissão de so-
corro), unissubsistentes (ex: injúria-ato único), crimes de 
atentado. 
Concluí-se que o iter criminis pode ser interrompido 
de duas maneiras: 
a) pela vontade do agente: resultando em desistência 
voluntária ou arrependimento efi caz. 
b) por interferência de terceiros ou fato alheio a von-
tade do agente: confi gurando-se a tentativa. 
Desistência voluntária e arrependimento efi caz
A desistência voluntária esta prevista no artigo 15 do 
Código Penal, devendo-se ocorrer no começo da execu-
ção, ou seja, o agente desiste de continuar a execução 
do crime que ainda esta iniciando. Não há crime nesta 
hipótese, sendo o fato atípico. 
Por sua vez, o arrependimento efi caz, também previs-
to no artigo 15 do Código Penal, ocorre quando o agen-
te inicia a execução, completando os atos executórios, 
porém impedindo por vontade própria a produção do 
resultado e a consumação. Neste caso, o agente só res-
ponderá pelos atos já praticados. (Furto, mas impede o 
resultado por vontade própria, restando somente à inva-
são de domicílio). 
No arrependimento efi caz o agente não 
produz o resultado, não consuma o crime 
por vontade própria, caso contrário seria 
tentativa. 
#FicaDica
A Lei de antiterrorismo prevê a punição 
para atos preparatórios. 
#FicaDica
Arrependimento posterior
Previsto no artigo 16 do Código Penal, ocorre quan-
do o agente se arrepende posteriormente a consumação 
do delito. Somente pode ser reconhecido caso o agente 
restitua a coisa até o oferecimento da denúncia em pro-
cesso criminal. 
O Supremo Tribunal de Federal entende que a resti-
tuição da coisa pode ser considerada desde que seja 50 
% do valor ou da coisa, ou seja, é admitida a reparação 
parcial no arrependimento posterior. 
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Há requisitos para o reconhecimento do arrependi-
mento posterior, devendo-se ser: a) crime sem violência 
ou grave ameaça; b) a reparação deve ser até o recebi-
mento da denúncia (podendo ser de apenas 50% confor-
me entendimento de STF). 
O arrependimento posterior pode diminuir a pena de 
um terço a dois terços. O quantum da diminuição se dará 
na velocidade da restituição da coisa. 
Nos casos de crimes tributários (Lei 8.137/90; 
artigo 334 e 168 –A do CP), se restituído o 
valor total do prejuízo a qualquer momento, 
extingue a punibilidade. 
#FicaDica
Crime impossível
Previsto no artigo 17 do Código Penal, o crime impos-
sível é aquele que seria impossível de ser concretizado, 
ou seja, após a prática do fato vê-se que era impossível 
sua consumação, pela inefi cácia absoluta do meio ou im-
propriedade do objeto material, tornando-se o fato atí-
pico por força do artigo 387, III do Código de Processo 
Penal. 
Exemplos:
I- O agente aperta o gatinho com uma arma descar-
regada (inefi cácia do meio de execução)
II- Mulher achando estar grávida tenta abortar (im-
propriedade do objeto material). 
III- Loja vazia no momento do furto (impropriedade 
do objeto material). 
ILICITUDE – Excludentes de ilicitude. 
O fato para ser punível deve ser típico (previsto em 
lei), ilícito (antijurídico) e culpável (culpabilidade). Há 
determinadas hipóteses que não confi guram fato ilícito. 
São elas: 
Estado de necessidade
Ocorre quando o sujeito pratica o fato para salvar pe-
rigo atual que não praticou ou nem pode evitar. Neste 
caso, exclui-se a ilicitude do fato. 
Em caso de sacrifício não razoável, pode-se diminuir a 
pena de um terço a dois terços. 
Legítima Defesa
 Usar moderadamente meios para repelir injusta 
agressão atual ou eminente sua ou de outrem. Neste 
caso, exclui-se a ilicitude do fato. 
Ressalta-se que a vingança afasta a legítima defesa. 
Há a legítima defesa putativa, a qual o agente supõe 
a existência de uma agressão injusta, mas esta não existe 
na realidade, no mundo real. Pode, neste caso, diminuir 
a pena. 
O Policial que dispara sua arma contra de-
linquente armado que esta apontando uma 
arma para o mesmo age em legítima defesa. 
#FicaDica
A palavra-chave para legítima defesa é 
AGRESSÃO. 
#FicaDica
Estrito cumprimento do dever legal
Exclui-se a ilicitude com base no dever imposto pela 
Lei, como exemplo o policial que age com mandado de 
prisão. 
Funcionário público é a palavra-chave. 
#FicaDica
Exercício regular de direito
Ocorre quando o agente age dentro dos limites em 
que a Lei autoriza, quando é um direito deste exercer 
algo que para outros seria uma conduta criminosa. Exem-
plo: Lutador de MMA que pratica lesão corporal contra 
adversário durante a luta. 
Ofendículas (cerca elétrica, vidro no muro, 
arame) é considerado legitima defesa pela 
doutrina predominante. 
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE- 
2013: 
Considere que João, maior e capaz, após ser agredido fi -
sicamente por um desconhecido, também maior e capaz, 
comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor 
com um guarda - chuva e continue desferindo nele vá-
rios golpes,mesmo estando o desconhecido desacorda-
do. Nessa situação hipotética, João incorre em excesso 
intensivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. O excesso intensivo ocorre quando 
o agente age sem moderação enquanto a agressão 
está em curso, enquanto o excesso extensivo ocor-
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re quando o agente reage excedendo em sua rea-
ção após o agressor ter acabado sua agressão. Deste 
modo, a questão se trata de um excesso extensivo. 
TEORIA GERAL DA CULPABILIDADE
A culpabilidade é a reprova daquele que deveria agir 
de acordo com os mandamos da Lei. 
Exclui-se a culpabilidade por: 
a) Ausência de imputabilidade
Ocorre para menores de idade, embriaguez completa 
acidental (por fora maior) e patológica. 
Consta esclarecer as modalidades de embriaguez: 
I- Embriaguez preordenada: Ocorre quando o agente 
se embriaga para praticar o crime. É uma causa agravante 
de pena. 
II- Embriaguez voluntária ou culposa: Ocorre quando 
o agente se embriaga por negligência ou por vontade 
própria. Neste caso, o agente responde pelo delito como 
se estivesse sóbrio. 
III- Embriaguez acidental ou involuntária: Ocorre 
quando o agente se embriaga por caso fortuito ou força 
maior (ex: desconhecendo ou não sabendo que estava 
ingerindo droga). 
Em crime com embriaguez acidental completa, afas-
ta-se a imputabilidade, excluindo-se a culpabilidade; 
sendo embriaguez acidental incompleta, diminui-se de 
um terço a dois terços a pena.
IV- Embriaguez patológica: É considerada doença 
mental. Afasta-se a imputabilidade, excluindo-se a cul-
pabilidade por inimputabilidade. 
b) Por ausência de potencial conhecimento da ilici-
tude
É o erro de proibição inevitável, ocorrendo quando 
o agente imagina ser proibido o permitido, bem como 
aquele que pensa ser permitida a conduta proibida. 
Caso o erro seja evitável, deve-se reduzir a pena pelo 
artigo 21 do Código Penal, de um sexto a um terço. Em 
se tratando de erro inevitável, exclui-se a culpabilidade. 
c) Por ausência de exigibilidade de conduta diversa
Divide-se em duas modalidades: 
I – Coação Moral Irresistível: Afasta-se a culpabilidade 
do fato, punindo-se o coautor pelo ato do coagido. 
II- Obediência hierárquica: Deve-se punir somente o 
autor da ordem, o superior hierarquicamente, excluindo-
-se a culpabilidade do agente. 
EXERCÍCIO COMENTADO
1. POLÍCIA FEDERAL – Delegado de Polícia – CESPE 
– 2013: Considerando a distinção doutrinária entre a 
culpabilidade de ato e culpabilidade de autor, julgue o 
seguinte item: 
Tratando-se de culpabilidade pelo fato individual, o juízo 
de culpabilidade se amplia à total personalidade do au-
tor e a seu desenvolvimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Neste caso a culpabilidade seria 
pela conduta de vida do autor, já que o juízo de cul-
pabilidade pela personalidade do autor se trata de di-
reito penal do autor. Relembra-se que o direito penal 
do fato é adotado pelo Brasil e a culpabilidade não 
analisa o autor (direito penal do autor), mas sim o fato 
(direito penal do fato). 
2. POLÍCIA FEDERAL – Escrivão da Polícia Federal – 
CESPE – 2014: Considere a seguinte situação hipotética.
Hiran, tendo ingerido voluntariamente grande quantida-
de de bebida, desentendeu-se com Caetano, seu amigo, 
vindo a agredi-lo e a causar-lhe lesões corporais.
Nessa situação, considerando que, em razão da embria-
guez completa, Hiran era, ao tempo da ação, inteiramen-
te incapaz de entender a ilicitude de sua conduta e de 
determinar-se de acordo com este entendimento, pode-
-se reconhecer a sua inimputabilidade. 
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Nessa situação Hiran pode ser pu-
nido, já que a embriaguez foi voluntária. 
IMPUTABLIDADE PENAL
IMPUTABILIDADE
A ausência de imputabilidade ocorre, como se sabe, 
para menores de 18 anos de idade, doentes mentais ou 
pessoas com desenvolvimento mental incompleto ou re-
tardado. Entretanto, consta esclarecer que a embriaguez 
completa acidental (por força maior) e a patológica tam-
bém são excludentes de culpabilidade. Vejamos as mo-
dalidades de embriaguez: 
I- Embriaguez preordenada: Ocorre quando o agente 
se embriaga para praticar o crime. É uma causa agravante 
de pena. 
II- Embriaguez voluntária ou culposa: Ocorre quando 
o agente se embriaga por negligência ou por vontade 
própria. Neste caso, o agente responde pelo delito como 
se estivesse sóbrio. 
III- Embriaguez acidental ou involuntária: Ocorre 
quando o agente se embriaga por caso fortuito ou força 
maior (ex: desconhecendo ou não sabendo que estava 
ingerindo droga). 
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Em crime com embriaguez acidental completa, afas-
ta-se a imputabilidade, excluindo-se a culpabilidade; 
sendo embriaguez acidental incompleta, diminui-se de 
um terço a dois terços a pena.
IV- Embriaguez patológica: É considerada doença 
mental. Afasta-se a imputabilidade, excluindo-se a cul-
pabilidade por inimputabilidade. 
Resumo: 
Em caso de imputabilidade por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a ab-
solvição do acusado será imprópria, podendo-se aplicar 
medida de segurança. 
Em caso de menoridade (art. 27 do CP), aplicar-se-á 
medida socioeducativa (adolescentes -ECA)
Por fi m, em caso de embriaguez acidental completa 
ou patológica (que demonstra a incapacidade total do 
acusado), exclui-se a culpabilidade. 
CONCURSO DE PESSOAS. 
CONCURSO DE AGENTES
Um fato punível pode ser obra de um ou de vários 
agentes, leia-se sujeitos ativos do crime, devendo-se ter 
um acordo de vontade, liame subjetivo para pratica de-
litiva. 
A Teoria Monista entende que todos (autor, co-autor 
e partícipe) respondem pelo mesmo crime, de acordo 
com sua culpabilidade. (Exemplo: o sujeito que empresta 
a arma de fogo, colaborando assim no homicídio doloso, 
deve ser denunciado por homicídio, porém em acordo 
com sua culpabilidade).
a) Autor: É aquele que domina a situação (teoria do 
domínio do fato), tem colaboração essencial para o su-
cesso do crime. 
A autoria pode ser reconhecida independentemente 
de o agente praticar ou não o núcleo do tipo penal, ou 
seja, o mandante, quem contratou a prática delitiva, deve 
ser considerado autor, já que teve o domínio do delito. 
b) Coautor: Somente ocorre quando há dois ou mais 
autores do crime em acordo de vontade e domínio do 
fato. Cada um tem uma função dentro da prática deliti-
va, o coautor tem função essencial, já que se subentende 
que caso este pare, o crime poderá ser frustrado. 
Na coautoria não há relação de acessoriedade entre 
os criminosos, mas sim de imediata imputação recípro-
ca, já que todos desempenham uma função fundamental 
com objetivo comum (BITENCOURT, 2010, p. 490). 
O autor da pratica delitiva pode ser o intelectual, o 
elaborador da prática delitiva, enquanto o coautor será o 
executor. Este é um caso de autoria indireta, ou mediata, 
já que o autor do delito somente elaborou e organizou o 
crime, sendo executado por outro, o coautor. 
c) Participação: Chega-se a conclusão que alguém 
é partícipe do crime pelo método de exclusão. Ocorre 
quando a contribuição para o crime é acessória, não ten-
do grande importância para o sucesso delitivo (Exemplo: 
Dar faca ou arma para alguém praticar um crime). 
Diminui-se a pena de um sexto a um terço, de acordo 
com o artigo 29 do Código Penal. 
Se partícipe quis participar de um crime menos grave, 
porém durante a prática delitiva ocorre outro crime mais 
grave, este responderá somente pelo crime que quis par-
ticipar. Entretanto, aumenta-se a pena até a metade nos 
caso em que o partícipe quis participar de crime menos 
grave, porém era previsível o resultado mais grave. 
Exemplo 1: O partícipeempresta um pé de cabra para 
um crime de roubo, mas o autor estupra a vítima tam-
bém. O partícipe responde só pela participação no roubo. 
Exemplo 2: O partícipe empresta arma de fogo para um 
crime de roubo em uma residência, porém durante a prática 
delitiva de roubo o autor vem a matar a vítima para garantir 
o crime (latrocínio). Caso seja comprovada a previsibilidade 
do resultado, pode-se aumentar a pena até a metade. 
CRIMES CONTRA A PESSOA.
Teoria geral
Os crimes contra a pessoa estão no início da parte es-
pecial do Código Penal, sendo um título do Código Penal, 
contendo capítulos e seções. 
O título “crimes contra a pessoa” tem os seguintes 
capítulos: I- Crimes contra a vida; II- Lesões Corporais; III- 
Periclitação da vida e da saúde; IV- Rixa; V- Crimes contra 
a honra; VI – Crimes contra a liberdade individual. Vejam-
-se, todos os crimes previstos neste título tem como ob-
jeto a pessoa, sendo a vida, saúde, honra, liberdade etc... 
Vejamos agora os crimes em espécie conforme dis-
posto no Código Penal. 
TÍTULO I
CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I 
CRIMES CONTRA A VIDA
 Homicídio simples
 Art. 121. Matar alguem:
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
 Caso de diminuição de pena
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo 
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio 
de violenta emoção, logo em seguida a injusta pro-
vocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um 
sexto a um terço.
 
Homicídio qualifi cado
 § 2° Se o homicídio é cometido:
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou 
por outro motivo torpe;
 II - por motivo futil;
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfi xia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum;
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimula-
ção ou outro recurso que difi culte ou torne impossivel 
a defesa do ofendido;
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 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impuni-
dade ou vantagem de outro crime:
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sis-
tema prisional e da Força Nacional de Segurança Pú-
blica, no exercício da função ou em decorrência dela, 
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de 
sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela 
Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 
13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mu-
lher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
 Homicídio culposo
 § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 
1965)
 Pena - detenção, de um a três anos.
 Aumento de pena
 § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profi ssão, arte ou ofício, ou se o 
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não 
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge 
para evitar prisão em fl agrante. Sendo doloso o homi-
cídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o cri-
me é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) 
ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela 
Lei nº 10.741, de 2003)
 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá 
deixar de aplicar a pena, se as consequências da in-
fração atingirem o próprio agente de forma tão grave 
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído 
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
 § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a me-
tade se o crime for praticado por milícia privada, sob 
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou 
por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, 
de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um 
terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído 
pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posterio-
res ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior 
de 60 (sessenta) anos ou com defi ciência; (Incluído 
pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da 
vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
 Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou 
prestar-lhe auxílio para que o faça:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se 
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da ten-
tativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza 
grave.
 Parágrafo único - A pena é duplicada:
 Aumento de pena
 I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
 II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qual-
quer causa, a capacidade de resistência.
 Infanticídio
 Art. 123 - Matar, sob a infl uência do estado puerperal, 
o próprio fi lho, durante o parto ou logo após:
 Pena - detenção, de dois a seis anos.
 Aborto provocado pela gestante ou com seu con-
sentimento
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir 
que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
 Pena - detenção, de um a três anos.
 Aborto provocado por terceiro
 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante:
 Pena - reclusão, de três a dez anos.
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da 
gestante: (Vide ADPF 54)
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, 
se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alie-
nada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido 
mediante fraude, grave ameaça ou violência
 Forma qualifi cada
 Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos an-
teriores são aumentadas de um terço, se, em conse-
quência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natu-
reza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas 
causas, lhe sobrevém a morte.
 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
(Vide ADPF 54)
Aborto necessário
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre-
cedido de consentimento da gestante ou, quando in-
capaz, de seu representante legal.
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
 Lesão corporal
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde 
de outrem:
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 Pena - detenção, de três meses a um ano.
 Lesão corporal de natureza grave
 § 1º Se resulta:
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por 
mais de trinta dias;
 II - perigo de vida;
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou 
função;
 IV - aceleração de parto:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
 § 2° Se resulta:
 I - Incapacidade permanente para o trabalho;
 II - enfermidade incuravel;
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou fun-
ção;
 IV - deformidade permanente;
 V - aborto:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 Lesão corporal seguida de morte
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam 
que o agente não quís o resultado, nem assumiu o 
risco de produzí-lo:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 Diminuição de pena
 § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo 
de relevante valor social ou moral ou sob o domínio deviolenta emoção, logo em seguida a injusta provoca-
ção da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto 
a um terço.
 Substituição da pena
 § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda 
substituir a pena de detenção pela de multa, de du-
zentos mil réis a dois contos de réis:
 I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo an-
terior;
 II - se as lesões são recíprocas.
 Lesão corporal culposa
 § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
 Pena - detenção, de dois meses a um ano.
 Aumento de pena
 § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer 
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
 § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do 
art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
 Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 
2004)
 § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, des-
cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com 
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevale-
cendo-se o agente das relações domésticas, de coabi-
tação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 
11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Re-
dação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, 
se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste ar-
tigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído 
pela Lei nº 10.886, de 2004)
 § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será au-
mentada de um terço se o crime for cometido contra 
pessoa portadora de defi ciência. (Incluído pela Lei nº 
11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou 
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Fe-
deral, integrantes do sistema prisional e da Força Na-
cional de Segurança Pública, no exercício da função 
ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, com-
panheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, 
em razão dessa condição, a pena é aumentada de um 
a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
 Perigo de contágio venéreo
 Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexu-
ais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia 
venérea, de que sabe ou deve saber que está conta-
minado:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
 § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 § 2º - Somente se procede mediante representação.
 Perigo de contágio de moléstia grave
 Art. 131 - Praticar, com o fi m de transmitir a outrem 
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de 
produzir o contágio:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
 Perigo para a vida ou saúde de outrem
 Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo 
direto e iminente:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato 
não constitui crime mais grave.
 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto 
a um terço se a exposição da vida ou da saúde de 
outrem a perigo decorre do transporte de pessoas 
para a prestação de serviços em estabelecimentos de 
qualquer natureza, em desacordo com as normas le-
gais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
 Abandono de incapaz 
 Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuida-
do, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer 
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes 
do abandono:
 Pena - detenção, de seis meses a três anos.
 § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de na-
tureza grave:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
 § 2º - Se resulta a morte:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 Aumento de pena
 § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se 
de um terço:
 I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
 II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, 
irmão, tutor ou curador da vítima.
 III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluí-
do pela Lei nº 10.741, de 2003)
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 Exposição ou abandono de recém-nascido
 Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para 
ocultar desonra própria:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza 
grave:
 Pena - detenção, de um a três anos.
 § 2º - Se resulta a morte:
 Pena - detenção, de dois a seis anos.
 Omissão de socorro
 Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando pos-
sível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada 
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao de-
samparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, 
nesses casos, o socorro da autoridade pública:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se 
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte.
 Condicionamento de atendimento médico-hospitalar 
emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
 Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou 
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio 
de formulários administrativos, como condição para o 
atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluí-
do pela Lei nº 12.653, de 2012).
 Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
 Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se 
da negativa de atendimento resulta lesão corporal de 
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (In-
cluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
 Maus-tratos
 Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa 
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fi m de 
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer pri-
vando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, 
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequa-
do, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
 Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza 
grave:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 § 2º - Se resulta a morte:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é 
praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. 
(Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
CAPÍTULO IV
DA RIXA
 Rixa
 Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os con-
tendores:
 Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
 Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal 
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação 
na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamen-
te fato defi nido como crime:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a 
imputação, a propala ou divulga.
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
 Exceção da verdade
 § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação 
privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível;
 II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indi-
cadas no nº I do art. 141;
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o 
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
 Difamação
 Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofen-
sivo à sua reputação:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
 Exceção da verdade
 Parágrafo único - A exceção da verdade somente se 
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa 
é relativa ao exercício de suas funções.
 Injúria
 Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade 
ou o decoro:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
 I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria;
 II - no caso de retorsão imediata, que consista em 
outra injúria.
 § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de 
fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, 
se considerem aviltantes:Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, 
além da pena correspondente à violência.
 § 3o Se a injúria consiste na utilização de elemen-
tos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de defi ciência: 
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
 Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.459, de 1997)
 Disposições comuns
 Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo au-
mentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é co-
metido:
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe 
de governo estrangeiro;
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 II - contra funcionário público, em razão de suas fun-
ções;
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que 
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da 
injúria.
 IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou 
portadora de defi ciência, exceto no caso de injúria. (In-
cluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
 Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante 
paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena 
em dobro.
 Exclusão do crime
 Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação pu-
nível:
 I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, 
pela parte ou por seu procurador;
 II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística 
ou científi ca, salvo quando inequívoca a intenção de 
injuriar ou difamar;
 III - o conceito desfavorável emitido por funcionário 
público, em apreciação ou informação que preste no 
cumprimento de dever do ofício.
 Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde 
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publici-
dade.
 Retratação
 Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se 
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fi ca 
isento de pena.
 Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha 
praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de 
meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se as-
sim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que 
se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 
2015)
 Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infe-
re calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofen-
dido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se 
recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfa-
tórias, responde pela ofensa.
 Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somen-
te se procede mediante queixa, salvo quando, no caso 
do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 
141 deste Código, e mediante representação do ofen-
dido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como 
no caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
 Constrangimento ilegal
 Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, 
por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, 
a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela 
não manda:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
 Aumento de pena
 § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em 
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem 
mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
 § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as cor-
respondentes à violência.
 § 3º - Não se compreendem na disposição deste ar-
tigo:
 I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consen-
timento do paciente ou de seu representante legal, se 
justifi cada por iminente perigo de vida;
 II - a coação exercida para impedir suicídio.
 Ameaça
 Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou 
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-
-lhe mal injusto e grave:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 Parágrafo único - Somente se procede mediante re-
presentação.
 Sequestro e cárcere privado
 Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante 
sequestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 
2002)
 Pena - reclusão, de um a três anos.
 § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
 I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge 
ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) 
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
 II - se o crime é praticado mediante internação da 
vítima em casa de saúde ou hospital;
 III - se a privação da liberdade dura mais de quinze 
dias.
 IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoi-
to) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
 V – se o crime é praticado com fi ns libidinosos. (Inclu-
ído pela Lei nº 11.106, de 2005)
 § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos 
ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico 
ou moral:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 Redução a condição análoga à de escravo
 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de 
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a 
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições de-
gradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer 
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída 
com o empregador ou preposto: (Redação dada pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência. (Redação dada pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
 § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
 I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por 
parte do trabalhador, com o fi m de retê-lo no local de 
trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
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 II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho 
ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do 
trabalhador, com o fi m de retê-lo no local de trabalho. 
(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
 § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é 
cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
 I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 
10.803, de 11.12.2003)
 II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, 
religião ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 
11.12.2003)
 Tráfi co de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
 Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, 
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, median-
te grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, 
com a fi nalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (In-
cluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à 
de escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído 
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade 
se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - o crime for cometido por funcionário público no 
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; 
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - o crime for cometido contra criança, adolescente 
ou pessoa idosa ou com defi ciência; (Incluído pela Lei 
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, 
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de de-pendência econômica, de autoridade ou de superio-
ridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, 
cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência)
IV - a vítima do tráfi co de pessoas for retirada do ter-
ritório nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
(Vigência)
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agen-
te for primário e não integrar organização criminosa. 
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO 
DOMICÍLIO
 Violação de domicílio
 Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou as-
tuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita 
de quem de direito, em casa alheia ou em suas de-
pendências:
 Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
 § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em 
lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de 
arma, ou por duas ou mais pessoas:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da 
pena correspondente à violência.
 § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é co-
metido por funcionário público, fora dos casos legais, 
ou com inobservância das formalidades estabelecidas 
em lei, ou com abuso do poder.
 § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência 
em casa alheia ou em suas dependências:
 I - durante o dia, com observância das formalidades 
legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
 II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum 
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o 
ser.
 § 4º - A expressão «casa» compreende:
 I - qualquer compartimento habitado;
 II - aposento ocupado de habitação coletiva;
 III - compartimento não aberto ao público, onde al-
guém exerce profi ssão ou atividade.
 § 5º - Não se compreendem na expressão «casa»:
 I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita-
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º 
II do parágrafo anterior;
 II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE 
CORRESPONDÊNCIA
 Violação de correspondência
 Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de cor-
respondência fechada, dirigida a outrem:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 Sonegação ou destruição de correspondência
 § 1º - Na mesma pena incorre:
 I - quem se apossa indevidamente de correspondência 
alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a 
sonega ou destrói;
 Violação de comunicação telegráfi ca, radioelétrica ou 
telefônica
 II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem 
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfi ca ou 
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação tele-
fônica entre outras pessoas;
 III - quem impede a comunicação ou a conversação 
referidas no número anterior;
 IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho ra-
dioelétrico, sem observância de disposição legal.
 § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano 
para outrem.
 § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de 
função em serviço postal, telegráfi co, radioelétrico ou 
telefônico:
 Pena - detenção, de um a três anos.
 § 4º - Somente se procede mediante representação, 
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
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 Correspondência comercial
 Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado 
de estabelecimento comercial ou industrial para, no 
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou supri-
mir correspondência, ou revelar a estranho seu con-
teúdo:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos.
 Parágrafo único - Somente se procede mediante re-
presentação.
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS 
SEGREDOS
 Divulgação de segredo
 Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conte-
údo de documento particular ou de correspondência 
confi dencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja 
divulgação possa produzir dano a outrem:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 § 1º Somente se procede mediante representação. (Pa-
rágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
 § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilo-
sas ou reservadas, assim defi nidas em lei, contidas ou 
não nos sistemas de informações ou banco de dados 
da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000)
 Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul-
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
 § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração 
Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
 Violação do segredo profi ssional
 Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, 
de que tem ciência em razão de função, ministério, 
ofício ou profi ssão, e cuja revelação possa produzir 
dano a outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
 Parágrafo único - Somente se procede mediante re-
presentação.
Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, co-
nectado ou não à rede de computadores, mediante 
violação indevida de mecanismo de segurança e com 
o fi m de obter, adulterar ou destruir dados ou infor-
mações sem autorização expressa ou tácita do titular 
do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter 
vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 
Vigência
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, 
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa 
de computador com o intuito de permitir a prática 
da conduta defi nida no caput. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da 
invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei 
nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo 
de comunicações eletrônicas privadas, segredos co-
merciais ou industriais, informações sigilosas, assim 
defi nidas em lei, ou o controle remoto não autorizado 
do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, 
de 2012) Vigência
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa, se a conduta não constitui crime mais grave. 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a 
dois terços se houver divulgação, comercialização ou 
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou 
informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o 
crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, 
de 2012) Vigência
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído 
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Se-
nado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, 
da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câ-
mara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência
IV - dirigente máximo da administração direta e in-
direta federal, estadual, municipal ou do Distrito Fe-
deral. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 
Vigência
Art. 154-B. Nos crimes defi nidos no art. 154-A, so-
mente se procede mediante representação, salvo se o 
crime é cometido contra a administração pública direta 
ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, 
Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas con-
cessionárias de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 
12.737, de 2012) Vigência
 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. 
O título II da parte especial do Código Penal conta 
com 8 capítulos, sem seções. Os capítulos discorrem so-
bre os crimes de: I- Furto, II- Roubo e Extorsão,

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