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1 UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA CURSO DE DIREITO CADERNO DE ESTUDOS DIREITO PENAL III (ROTEIRO DE AULAS) Profª Eliane Rodrigues Nunes GOIÂNIA, AGOSTO/ 2020 2 INTRODUÇÃO Este material consiste numa coletânea resultante da leitura de vários autores da área penal e tem o propósito de ser uma “diretriz” a ser seguida nas aulas da disciplina Direito Penal III, no sentido de contribuir para o aprendizado cotidiano, juntamente com a interpretação da lei, da doutrina e jurisprudências pertinentes. Foi elaborado com o objetivo de possibilitar ao acadêmico/a do Curso de Direito apreender o conteúdo específico da disciplina, tais como teorias, conceitos, regras ou métodos em instrumentos de análise e solução de problemas, em especial, quanto à questão criminal. Tem ainda o propósito de viabilizar uma análise crítica em sala de aula, a partir da discussão de temas e realização de exercícios, para que o/a acadêmico/a possa atribuir ao conhecimento e habilidades internalizados, um caráter ético e valorativo. Em que pese ter este material o propósito de facilitar a dinamização das aulas, evitando-se o dispêndio de tempo com anotações ou ditados, não é suficiente para o aprendizado efetivo da disciplina. Considerando que o profissional da área jurídica lida com a “palavra”, escrita e verbal, é indispensável, para tanto, muita leitura, tanto da doutrina e jurisprudência quanto da legislação. O aprendizado, como via de mão dupla, deve primar pelo interesse tanto do professor quanto do aluno, para sua efetividade. Algumas sugestões: seja assíduo e participativo, compromissado com o que faz, cotidianamente. A aula deve ser uma oportunidade de estudar atentamente algum assunto, tendo como suporte o professor. Aproveite o máximo das aulas, participando dos questionamentos, dirimindo dúvidas, elaborando as atividades propostas. Não acumule dúvidas, acumule aprendizado. Procure manter uma rotina de estudos, diariamente, ainda que por alguns minutos. É importante lembrar que a avaliação deve ser diária, com questionamentos constantes em sala de aula; se houver a apreensão do conteúdo, o momento da avaliação não será ameaçador e sim de satisfação pelo aprendizado; assim, evita-se que o aluno transforme-se em um mero copiador, um depósito de conteúdos e transforme-se num ser pensante, crítico e reflexivo. Que você, acadêmico/a, possa buscar, neste semestre e em todo o seu Curso, uma educação reflexiva, que estimule a capacidade de raciocínio, de análise e de julgamento. Bons estudos! Conte comigo para essa jornada. Professora Eliane* Goiânia, agosto / 2020. • Especialização em Direito Penal e Processual Penal; Especialização em Didática do Ensino Superior (PUC-Paraná); • Mestrado em Educação – Ensino Jurídico pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás • Professora da PUC-Goiás; Coordenadora dos Projetos de Pesquisa "O Direito como instrumento do exercício de cidadania e cultura de paz"; "Execução Penal - Crimes, Penas e Sistema Penitenciário"; • Professora titular da Universidade Salgado de Oliveira; • Conselheira do Conselho Penitenciário Estadual. • Aulas de pós-graduação na Universidade Federal de Goiás, Curso de Especialização em Criminologia e Segurança Pública; Curso de Especialização em Direito Tributário (PUC-Goiás). • Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Direito Penal e Direito Processual Penal da Universidade Salgado de Oliveira. “A educação ativa a evolução, trabalha a matéria, fecunda a natureza física, levanta as energias psíquicas, cria novos instrumentos, altera as estruturas sociais, modifica o curso dos acontecimentos, quebra a rotina, introduz novos valores, desenvolve o homem, organiza uma nova sociedade”. (J. Arduini) 3 UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA UNIVERSO - CAMPUS GOIÂNIA Curso: DIREITO PLANO DE ENSINO 2.º Semestre de 2020 CURSO: DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL III CÓDIGO: 1928 PERÍODO: 6º PRÉ-REQUISITO: DIREITO PENAL II CARGA HORÁRIA: 75 CRÉDITOS: 05 PROFESSOR (A): ELIANE RODRIGUES NUNES OBJETIVOS: - Analisar e compreender os crimes em espécie, com a efetiva aplicação da Parte Geral. - Capacitar o aluno a interpretar o sistema penal e suas relações com outros segmentos do conhecimento, oferecendo uma visão sistêmica do Direito, abordando dados históricos e o contexto da realidade atual em relação aos crimes em espécie. - Examinar as características específicas dos crimes, compreendendo a aplicabilidade dos conceitos básicos da teoria do crime e da pena (Parte Geral) nos crimes em espécie (Parte Especial). - Desenvolver a análise crítica no estudo dos tipos penais. EMENTA: Dos crimes contra a Pessoa, crimes contra o Patrimônio, Crimes contra a Propriedade imaterial, contra a organização do trabalho, contra o sentimento religioso, contra a Dignidade Sexual, contra a família, contra a incolumidade pública, contra a fé pública, contra a administração pública e contra a administração da justiça. COMPETÊNCIA(S): ▪ Ter uma visão pluralista do Direito, compreendendo-o como um fenômeno social e não como um conjunto de normas que não podem ser postas em discussão; ▪ Ter a capacidade de assumir uma postura crítica frente ao Direito, para adequá-lo à realidade socioeconômica emergente; ▪ Desenvolver estratégias teóricas e metodológicas que permitam a superação dos limites da versão dogmática da ciência e do Direito, questionando e tendo uma visão crítica da realidade, pensando os códigos e compreendendo juridicamente os fatos sociais em constante mutação; ▪ Adaptar, com sensibilidade e competência, o conhecimento jurídico à solução de problemas novos, para os quais nem sempre a legislação oferece respostas em suas normas. ▪ Utilizar estratégias transformadoras, com a participação ativa de novos sujeitos da judicialidade, para compreender as principais demandas da contemporaneidade, como por exemplo, a questão jurídica da distribuição da renda, o estabelecimento de uma ordem econômica mais justa, o tratamento jurídico da integração regional e continental e da democracia, sem adjetivos; ▪ Repensar as relações entre o Direito e a Democracia, discutindo e articulando um novo Direito, como a positivação em luta dos princípios libertadores, na totalidade social em movimento, numa práxis vanguardista, em oposição às resistências imobilistas e retrógradas. 4 ▪ Ter uma visão atualizada do mundo e, em particular, consciência dos problemas nacionais. ▪ Desenvolver, na prática, o exercício da pesquisa e da extensão, fundamentais na construção do espírito investigativo e da relação com a comunidade e suas práticas sociais e culturais. ▪ Advogado, a ser formado pelo Curso Jurídico da UNIVERSO e UNIT deverá estar consciente de que, além da defesa dos direitos e interesse que lhe são confiados, zelará pelo prestígio de sua classe, a dignidade da magistratura, o aperfeiçoamento das Instituições de Direito e do que interessa, em geral, à Ordem Jurídica, estando em condições de cumprir o Código de Ética Profissional de sua classe. ▪ A linha-mestra do Curso Jurídico da UNIVERSO e UNIT está concentrada em maior reflexão, no que ensinar e o como ensinar. ▪ Que ensinar está além da textura curricular, com as matérias e disciplinas obrigatórias, objetivas, tendo a interdisciplinaridade como fundamental ao ensino jurídico. O como ensinar ao aluno a pensar os códigos e os fatos jurídicos significativos, nunca a pensar apenas com os códigos: é um direito construído, não repassado, daí a importância da medição dos envolvidos que atuam na Instituição no sentido de fomentar o interesse pela pesquisa e pelas discussões científicas que levam ao aprofundamentodas grandes questões jurídica. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 1. BITENCOURT, César Roberto. Manual de direito penal. Saraiva . 2011. 2. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal, vol. 1 a 3. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 3. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. São Paulo: Ed. RT, 2012. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 1. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo. Saraiva. 2011. 2. GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal. São Paulo: RT, 2012. 3. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. 4. JESUS, Damásio Evangelista. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2011. 5. ZAFFARONI, Eugenio Raúl (e PIERANGELI). Manual de D. Penal Brasileiro.RT. SP.2008. AVALIAÇÃO: V1 – Verificação Subjetiva/Objetiva (Verificação do conhecimento de toda matéria até a data da prova (valor de 0 a 10) – peso 2x V2 – Verificação Subjetiva/Objetiva (Verificação do conhecimento de toda matéria ministrada no semestre (valor de 0 a 10) – peso 1x VT – Verificação de trabalhos individuais ou em grupo, seminários, debates etc (valor de 0 a 10) VS – Verificação Suplementar Subjetiva/Objetiva (Verificação do conhecimento de toda matéria ministrada no semestre (valor de 0 a 10) – peso 2x TRABALHO DISCENTE EFETIVO: Trabalho de pesquisa doutrinária, legal e jurisprudencial a respeito do conteúdo programático do trabalho de VT (12,5 horas aulas) 5 PLANO DE ENSINO EMENTA: Revisão a respeito da Teoria do Crime e Teoria da Pena e os conceitos básicos de Direito Penal. Dos crimes em espécie: crimes contra a Pessoa, contra o patrimônio, contra a propriedade imaterial, a organização do trabalho, o sentimento religioso, a dignidade sexual, a família, a incolumidade pública, a fé pública, a paz pública e a administração pública. OBJETIVOS: - Examinar os tipos penais, sua tipificação, excludentes, agravantes, qualificadoras e, principalmente, as alterações da nova lei, verificar a eficácia suas implicações, punibilidade e maiores incidências na sociedade. - Desenvolver a análise crítica no estudo dos tipos penais. METODOLOGIA: A disciplina será ministrada a partir de aulas expositivas e dialogadas, com a apresentação de temas jurídicos, realização de debates, envolvendo casos concretos, exercícios práticos em sala de aula, com utilização de material didático, doutrina e, em especial, o Código Penal (legislação seca). ATIVIDADES DOCENTES: a) Frequentar as aulas e ser pontual. b) Apresentar aulas expositivas e dialogadas, contextualizando os temas, apresentando exemplos práticos; c) Indicar fontes de informação; d) Elaborar exercícios, questionários e material didático; e) Acompanhar e controlar as atividades estabelecidas; f) Definir critérios para o desenvolvimento das atividades individuais e coletivas, bem como da avaliação de cada atividade (organização e acompanhamento na produção de trabalhos); ATIVIDADES DISCENTES: a) Frequentar as aulas e ser pontual; NÃO HÁ ABONO DE FALTAS; (75% de frequência em cada disciplina) b) Estudar a matéria ministrada em sala de aula, não deixando dúvidas sem serem dirimidas; (acumule aprendizado e não dúvidas; uma pequena dúvida pode se transformar em grande problema); c) Providenciar a bibliografia sugerida; d) Realizar os exercícios e trabalhos propostos; Produzir textos, individual e coletivamente; e) Participar dos trabalhos e atividades seguindo as regras indicadas, realizando pesquisa; f) Participar de todas as avaliações relativas aos temas de que estiver diretamente envolvido. “Alcançar um ideal é superá-lo.” (Nietzsche) 6 AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS e CALENDÁRIO: - Média Semestral (MS) = 2x (V1) + VT + 2x (V2) : 5 (se a média for superior a 7,0 = aprovação sem VS) - VS = MS igual ou superior a 4,0 - Nota mínima em VS = 5,0 VT Integrada: Para descontrair: “Um aluno de Direito é chamado pelo Professor para um exame oral: - O que é estelionato ? (pergunta o professor) - É o que o Sr. Professor está fazendo. (responde o aluno) O professor, muito indignado: - Ora essa, explique-se! Diz o aluno: - Segundo o Código Penal, comete estelionato todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para prejudicá-lo.” (obs.: Não é o caso. Estudem sempre!. Boas Provas!) AVALIAÇÕES ATIVIDADES VALOR PESO V1 Prova escrita (28/09 a 03/10) 0 a 10 2 x 2ª Chamada V1 = 10/10 0 a 10 2 x VT 1. Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) 1 x 2. VT integrada (Ações conjuntas dos Professores das disciplinas do Período) 3. VT específica (conteúdo programático da Disciplina) V2 Prova escrita (30/11 a 05/12) 0 a 10 2x 2ª. Chamada V2 = 12/12 0 a 10 2 x VS Prova escrita, toda a matéria (De 14 a 19/12) 0 a 10 - “Não se pode ensinar alguma coisa a alguém, pode-se apenas auxiliar a descobrir por si mesmo.” (Galileu) 7 BIBLIOGRAFIA - Bibliografia Básica: Código Penal Brasileiro (Legislação seca - preferência edição 2020.) Códigos Comentados: DELMANTO JUNIOR, Roberto; Delmanto, Roberto; CD-ROM GOMES, Luiz Flávio. SP, Ed. Revista dos Tribunais. LANZARINI NETO, Pedro. São Paulo: Ed. Primeira Impressão. NUCCI, Guilherme de Souza. Ed. RT. São Paulo. SILVA, César Dario Mariano da. ,RJ, Forense Doutrinas mais utilizadas: BITENDOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. (vol. I a IV). São Paulo: Saraiva. CAPEZ, Fernando- Curso de Direito Penal. (Vol. I a III)S. Paulo. Saraiva. GRECO, Rogério. Direito Penal. Impetus. SP. LENZA, Pedro. Direito Penal. Coleção Esquematizado. São Paulo: Saraiva, (e-book) MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal Esquematizado. RJ, Forense (SP Método). MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de Direito Penal. São Paulo: Atlas. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal (Parte Geral e Especial). Ed. RT. Outras: ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. Ed. Saraiva. BARBOSA, Edno Luciano. Iniciação ao Direito Penal. (Vol. I e II) S. P.: Sugestões Literárias. COSTA JR, Paulo José da. Comentários ao Código Penal. Saraiva. DOTTI, René Ariel, Curso de Direito Penal. RJ, Forense. ESTEFAN, André. Ed. Saraiva, RJ. FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal. Rio de Janeiro. Forense. GOMES, Luiz Flávio. Curso de Direito Penal. São Paulo: Rev. dos Tribunais. JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. (Vol. 1 a 4) Saraiva. S. Paulo. MAGGIO, Vicente de Paula Rodrigues. 6. Ed., Campinas, SP, Millennium Editora. NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal. S. Paulo. Saraiva. PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. RT. SHINTATI, Tomaz M. Curso de Direito Penal, Forense, RJ. TELES, Ney Moura. D. Penal (3 volumes), SP, Atlas. ZAFFARONI, Eugenio Raúl (e PIERANGELI). Manual de D. Penal Brasileiro.RT. SP. - Bibliografia Complementar BECCARIA, Cesare.Dos Delitos e Das Penas, Coimbra. CAVALCANTE NETO, João Uchôa. O Direito, um mito. DALLARI, Dalmo de Abreu. O renascer do Direito. Ed. Saraiva. GRISHAM, John. O Júri. Ed. Rocco HERKENHOFF, João Batista. Direito e Utopia. Ed. Acadêmica; Crime, tratamento sem prisão; KELSEN, Hans. Trad. De João Baptista Machado. A justiça e o Direito Natural. LYRA, Roberto. Novo Direito Penal, Editor Borsoi, RJ; QUEIROZ, Paulo de Souza. Funções do Direito Penal. Belo Horizonte: Del Rey. RAMOS, Saulo. Código da Vida. São Paulo: Planeta. “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.” (Mário Quintana) e-mail: elianenunes.prof@gmail.com javascript:PesquisaAutor(); mailto:elianenunes.prof@gmail.com 8 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – DIREITO PENAL III REVISÃO GERAL SOBRE A TEORIA DO CRIME E DA PENA 1. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA (arts. 121 a 154) - Vida - Lesões Corporais - Periclitação da vida e da saúde - Rixa - Honra - Liberdade Individual (Liberdade Pessoal e Inviolabilidades) 2. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (ARTS. 155 A 183)3. DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL (arts. 184 a 195) 4. DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO (arts. 197 a 207) 5. DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO (208) E O RESPEITO AOS MORTOS (209 a 212) 6. DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL (arts. 213 A 234) - Dos Crimes contra a liberdade sexual - Dos crimes contra vulnerável - Disposições gerais - Do lenocínio e do tráfico de pessoas - Do ultraje público ao pudor 7. DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA - Contra o casamento (235 a 240) - Contra o estado de filiação (241 a 243) - Contra a assistência familiar (244 a 247) - Contra o pátrio poder, ... (248 a 249) 7. DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA - Crimes de perigo comum (250 a 259) - Contra a segurança dos meios de comunicação, ....(260 a 266) - Contra a saúde pública (2677 a 285) 8. DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA (arts. 286 a 288) 10. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (289 a 311) 11. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Praticados por funcionário público contra a administração (312 a 327) - Praticados por particular contra a administração (328 a 337) - Contra a administração da Justiça ( 338 a 359) e as finanças públicas (359) “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” (José Saramago) 9 Revisão de Conteúdo: Noções sobre a Teoria Geral do Crime e da Pena Para o estudo de Direito Penal III, faz-se necessário recordar alguns temas básicos, que serão frequentemente aplicados aos crimes em espécie do conteúdo programático da disciplina, assim como a utilização de um vocabulário jurídico, que faz parte do cotidiano do direito criminal. Recordando: Fatos:_________________________________________________________________________________________ Atos: _________________________________________________________________________________________ DIREITO / LEI / DOUTRINA / JURISPRUDÊNCIA Direito: natural, positivo, objetivo, subjetivo, substantivo (material), adjetivo (formal), público, privado. LEI: Espécies de Legislação Penal: - Comum (ordinária): Código Penal Brasileiro - Especiais: legislação extravagante (Meio Ambiente, Sistema Financeiro, Tóxicos, Trânsito, Violência Doméstica, Hediondos, Contravenções Penais, Consumidor, etc.) Estrutura da Legislação Penal: Estrutura da Lei (CPB) Conteúdo - Lei de Introdução É legislação “base” para outras do ordenamento jurídico - Exposição de Motivos (duas) Justificativa de reforma da lei - Parte Geral (art. 1º ao 120) Contém os Princípios, Teorias, Conceitos para a aplicação da Lei Penal - Parte Especial (art. 121 ao 361) Contém a definição da conduta (crime) e da sanção (pena) Quais são os Princípios da Lei Penal? (Referem-se à aplicação da Lei Penal) 1.______________________________________________________________________________________________ 2.______________________________________________________________________________________________ 3.______________________________________________________________________________________________ 4.______________________________________________________________________________________________ 5._____________________________________________________________________________________________ Quais são as Teorias adotadas pela Lei Penal? (Referem-se ao CRIME) _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 10 A Lei Penal define normas Espécies de Norma Penal: A) Incriminadoras: b) Não incriminadoras: - explicativas (que esclarecem o conteúdo de outras normas) - permissivas (que excluem a ilicitude ou extinguem a punibilidade de algumas condutas típicas) As normas penais em branco são incriminadoras? Estrutura da Norma Penal: (incriminadoras) - Preceito primário (define a conduta = crime) - Preceito secundário (define a sanção = pena) CRIME: Conceito Noções: infração, crime, delito, contravenção; Infração: qualquer espécie de violação à Lei (o sistema dicotômico dividiu as infrações em duas: crime ou delito e contravenção). Crime/delito: infração de maior gravidade (bem jurídico mais relevante) Contravenção: infração de menor gravidade. ESTRUTURA DO CRIME: ▪ Fato Típico: _____________________________________________________________________________ ▪ Ilicitude ou Antijuridicidade: _______________________________________________________________ ▪ Culpabilidade: __________________________________________________________________________ ▪ Punibilidade: ___________________________________________________________________________ ❖ FATO TÍPICO: ❖ ILICITUDE ou ANTIJURIDICIDADE: Excludentes (causas DESCRIMINANTES, JUSTIFICATIVAS OU DE JUSTIFICAÇÃO, EXIMENTES) 1) _____________________________________________________________________ 2) _____________________________________________________________________ 3) _____________________________________________________________________ 4) _____________________________________________________________________ 11 ❖ CULPABILIDADE: Excludentes (causas DIRIMENTES): 1) Inimputabilidade a) ______________________________________________________________________________________ b) ______________________________________________________________________________________ c) ______________________________________________________________________________________ 2) Ausência de Potencial consciência (conhecimento) da ilicitude a) ______________________________________________________________________________________ b) ______________________________________________________________________________________ 3) Inexigibilidade de Conduta Diversa a) ______________________________________________________________________________________ b) _______________________________________________________________________________________ ❖ PUNIBILIDADE: possibilidade de o Estado aplicar a pena em razão do fato típico, ilícito e culpável. Crime de Menor Potencial Ofensivo: pena cominada _____________________ Crimes em que poderá haver incidência de PENA ALTERNATIVA - quantidade da pena:____________________________________(pena aplicada) - Outros requisitos: __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Causas de EXTINÇÃO: Genéricas (art. 107) Específicas (_____________________________________________) RESUMINDO: ESTRUTURA DO CRIME CONCEITO (palavra-chave) EXCLUDENTES 1. FATO TÍPICO 2. ILICITUDE 3. CULPABILIDADE 4. PUNIBILIDADE 12 ESTRUTURA DO FATO TÍPICO 1. CONDUTA: Por ação: crime comissivo Por omissão: Crimes omissivos próprios Crimes Omissivos Impróprios Dolosa: vontade livre e consciente de produzir o resultado Dolo: Direto / Eventual De dano /De perigo Genérico / Específico Culposa: imprudência Negligência Imperícia Preterdolosa: dolo no antecedente e culpa no consequente 2. RESULTADO (pode ser consumado ou tentado) Iter criminis: cogitação: fase psicológica (pensamento, planejamento) Atos preparatórios: conduta corpórea externa tendente a consumação Atos executórios: início da realização do tipo _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ Consumação: realização integral do tipo Exaurimento: alguns crimes podem ser exauridos (ultrapassam a consumação. 3. NEXO DE CAUSALIDADE: Causas e concausas Causa: conduta (ação ou omissão que provoca o resultado); há nexo causal Concausas: situações que podem ocorrer antes, durante ou após a conduta; elas é que provocam o resultado. a) ______________________________________________ b) ______________________________________________ c) _______________________________________________ • Podem ser absolutamente ou relativamente independentes. • O agente só responde pelo resultado nas concausas preexistes e concomitantes relativamente independentes. 4. TIPICIDADE = ESTUDA-SE O “TIPO PENAL” ESTRUTURA DO TIPO: A) _________________________________________ B) __________________________________________ Estruturas: LEIlei LEI NORMA CRIME FATO TÍPICO TIPO 13 AS ELEMENTARES DO TIPO: - Elemento objetivo do tipo: __________________________________________________________________ - Elemento Subjetivo do Tipo: _________________________________________________________________ - Objetividade Jurídica: Objeto Jurídico: _______________________________________________________ Objeto material: _______________________________________________________ - Sujeitos: Ativo:_______________________________________________________________________ Passivo:_____________________________________________________________________ Classificação Doutrinária: _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ As CIRCUNSTÂNCIAS DO TIPO: Podem ser Judiciais e Legais a) CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS: (art. 59 CP) Quantas são? ___________________________________________________ Quais são elas? _________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ Como vão incidir na pena? __________________________________________________________________ b) CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS: * ESPECÍFICAS: a)________________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________________ * GENÉRICAS: a)___________________________________________________________________________________________ b) __________________________________________________________________________________________ c) __________________________________________________________________________________________ d) ___________________________________________________________________________________________ 14 Características: todas as circunstâncias têm características OBJETIVAS ou SUBJETIVAS: objetivas (reais) relacionam-se com o crime (modos e meios de realização, tempo, lugar, ocasião, ...) (em regra, são comunicáveis aos demais agentes) subjetivas (pessoais): relacionam-se com o criminoso (obs.: circunstâncias preponderantes: subjetivas) (são circunstâncias incomunicáveis) Analisando as normas penais abaixo, verifica-se algumas espécies de Circunstâncias: Art. 27. Os menores de 18 anos (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Circunstâncias agravantes Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa (...); d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo (...); e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 15 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES Quanto ao agente: Comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa, não se exigindo nenhuma qualidade á pessoa do agente Próprios ou especiais: indicam uma condição especial do sujeito ativo (ordem jurídica, natural ou de parentesco) Unissubjetivos (unilaterais, monossubjetivo): praticados por uma só pessoa (*co-autoria/participação); Plurissubjetivos: (crimes de concurso necessário) sua conceituação típica exige dois ou mais agentes; Crimes de dupla subjetividade passiva: determinam mais de um sujeito passivo. Delitos vagos: o sujeito passivo é indeterminado (sociedade, coletividade, ...) Crime Multitudinário: crime praticado por uma multidão, eventual ou espontaneamente organizada; Quanto à conduta - Comissivos: consistem na prática de um ato, ação corpórea do agente capaz de modificar uma situação; - Omissivos: crimes praticados por omissão, uma inércia do sujeito ativo. - próprios: se caracterizampela inércia do sujeito ativo ao omitir um fato que a Lei Penal ordena ou obriga; - impróprios(comissivos por omissão): consistem em produzir, por meio de uma omissão um resultado típico; - De ação única: apenas um núcleo do tipo; - De ação múltipla ou de Conteúdo variado: várias modalidades de ação; (tipo misto alternativo e cumulativo) Tipo misto alternativo: uma ou outra conduta já caracteriza o crime (não altera a pena) Tipo misto cumulativo: uma ou outra conduta configuram o crime mas se o agente realiza todas as condutas, a pena deverá ser cumulativa) Quanto ao fracionamento da conduta (Tentativa) - Unissubsistentes: a conduta é una, indivisível; conduta e resultado são, ao mesmo tempo, a consumação do crime - Plurisssubsistentes: admitem o fracionamento da conduta, separada do resultado. Quanto ao momento consumativo: -Instantâneos: são aqueles em que a consumação é constatada em um só instante; - Permanentes: aqueles em que o momento consumativo se protrai no tempo; Quanto ao Resultado - Materiais: crimes de resultado; o tipo descreve a conduta e o resultado, exigindo sua produção para a consumação; - Formais: o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas não exige a sua produção para a consumação; Quanto ao bem jurídico: - Crimes Uniofensivos e Pluriofensivos: ofendem a um ou mais de um bem jurídico tutelado pela lei; - De dano: crimes que se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico previsto no tipo penal; - De perigo: se consumam com a possibilidade do dano ao bem jurídico; Outras Categorias: - Crimes Acessórios: para se configurarem implicam na constatação de outro crime que anteceder - Crimes Subsidiários: só se configuram se o fato não constituir crime mais grave ou elemento de outro crime; (explícita; tácita) - Crime vinculado: o tipo penal define a conduta e a forma de execução desta; o contrário é o crime de forma livre - Crimes conexos: guardam entre si um nexo, estabelecendo-se uma sequência ou consequência entre eles; - Conexão ideológica (teleológica): o agente pratica um crime para assegurar a execução de outro; - Conexão consequencial ou causal: para assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro. - Conexão ocasional: quando um crime é cometido por ocasião da prática de outro; 16 O ERRO em matéria penal ESPÉCIES: __________________________ E __________________________ 1) Erro de Tipo: recai na tipicidade (Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.) Pode ser: a) Essencial (recai no próprio tipo, na conduta; é a falsa percepção da realidade) Inevitável (escusável, invencível) = exclui o dolo e a culpa; Evitável (inescusável, vencível) = exclui o dolo mas não exclui a culpa b) Acidental (recai na execução da conduta); - não exclui o dolo nem a culpa Pode ser: Erro sobre o objeto (error in objeto) Erro sobre a pessoa (error in persona) (art. 20, §3°) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) (art. 74) Para melhor compreensão, os exemplos serão dados no crime de homicídio mas, sendo “o erro” um instituto da parte geral, é aplicável a qualquer crime. Erro de Tipo Acidental: Ex.: Quer matar Pedro, seu inimigo; mata o próprio pai. ___________________________________ _____________________________________________________________________________ Quer matar o irmão e fere outra pessoa. __________________________________________ _____________________________________________________________________________ 2) Erro de Proibição: recai na ilicitude do fato; o agente não sabe que está praticando uma conduta proibida; o agente supõe, por erro, que inexiste a regra de proibição (art. 20, §2° e 21). Se inevitável: exclui a culpabilidade Se evitável: reduz a pena “Para falar ao mundo, fale de sua aldeia” (Dostoievski). ESPÉCIES DE ERRO CONSEQUÊNCIA DE TIPO Essencial Inevitável (escusável, invencível) Exclui o dolo e a culpa Evitável (inescusável, vencível) Exclui o dolo Não exclui a culpa Acidental Objeto Pessoa Execução Resultado diverso Não exclui o dolo DE PROIBIÇÃO Inevitável (escusável, invencível Exclui a culpabilidade Evitável (inescusável, vencível) Reduz a pena 17 CONCURSO DE PESSOAS Ocorre quando várias pessoas praticam o mesmo crime ou concorrem para que ocorra o crime. Integrantes do concurso de pessoas: __________________________________________________________ Teoria:__________________________________________________________________________________ Consequências: Art. 29: _________________________________________________________________________________ Art. 29: _________________________________________________________________________________ Art. 62:_________________________________________________________________________________ CONCURSO DE CRIMES: Ocorre quando há vários crimes, mediante uma ou várias condutas (ação/omissão) ESPÉCIES: CONDUTA RESULTADO PENA (Art.: 69) Crimes iguais: Crimes Diferentes: (Art.: 70) Crimes iguais: Crimes Diferentes: __________________ (Art.: 71) Vários crimes da mesma espécie. Concurso material - Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa- se primeiro aquela. Concurso formal - Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Crime continuado - Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se- lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 18 RESUMO Em cada tipo penal, serão analisados: 1. FATO TÍPICO Conduta Resultado Nexo de causalidade Tipicidade TIPICIDADE: TIPO PENAL Elementares Elemento objetivo: Elemento subjetivo: Objeto jurídico: Objeto material: Sujeitos: Classificação doutrinária: Circunstâncias Específicas: - Objetivas - Subjetivas - Circunstâncias Genéricas: - Objetivas - Subjetivas - - 2. ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE: CAUSAS DESCRIMINANTES - - - - 3. CULPABILIDADE: CAUSAS DIRIMENTES - - - 4. PUNIBILIDADE - É considerado pela legislação penal crime de menor potencial ofensivo? - É cabível a aplicação de pena alternativa? Causas de extinção: - - ERRO - - - CONCURSO DE CRIMES - - - CONCURSO DE PESSOAS - - - AÇÃO PENAL Pública Incondicionada: Pública Condicionada: Privada: 19 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º ) Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevantevalor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2°) Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: PENA - RECLUSÃO, DE DOZE A TRINTA ANOS. § 2o-A) - Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: PENA - DETENÇÃO, DE UM A TRÊS ANOS. Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Lei nº 13.104/2015) I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Lei nº 13.771, de 2018) III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; Lei nº 13.771, de 2018) IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1 20 Homicídio ANÁLISE JURÍDICA Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Feminicídio (*) Incluído pela Lei n. 13.104 de 2015 VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (*) VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (*) I - violência doméstica e familiar; (*) II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (*) Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: - Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Lei nº 13.104/2015) I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Lei nº 13.771, de 2018) III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA - DOS CRIMES CONTRA A VIDA http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13771.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii 21 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Lei nº 13.968, de 2019) Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. § 3º A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código Questionamentos: 1) Elemento objetivo do tipo: 2) Elemento subjetivo do tipo: 3) Crime formal ou material? Unissubsistente ou Plurissubsistente? 4) Circunstâncias: Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Questionamentos: co-autoria http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625040/art-123-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 22 ABORTO Espécies: auto aborto Provocado por terceiro com o consentimento da gestante Provocado por terceiro sem o consentimento da gestante Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Questionamento: 1. Analise o elemento subjetivo da conduta de aborto. 2. Analise a circunstâncias específicas. Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Análise jurídica do artigo 127: Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Análise jurídica: I – Excludente: II – Causa de extinção: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625007/art-124-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624971/art-125-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624935/art-126-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624904/art-126-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624857/art-127-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624811/art-128-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624762/art-128-inc-i-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624724/art-128-inc-ii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 23 CAPÍTULO II DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624670/art-129-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624641/art-129-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624603/art-129-1-inc-i-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624555/art-129-1-inc-ii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624526/art-129-1-inc-iii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624469/art-129-1-inc-iv-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624438/art-129-2-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624407/art-129-2-inc-i-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624376/art-129-2-inc-ii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624344/art-129-2-inc-iii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624313/art-129-2-inc-iv-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624272/art-129-2-inc-v-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624240/art-129-3-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624200/art-129-4-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624164/art-129-5-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624118/art-129-5-inc-i-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624083/art-129-5-inc-ii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624049/art-129-6-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10624001/art-129-7-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623972/art-129-8-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 24 Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) COMENTÁRIOS: Lesão corporal qualificada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem convivia ou tenha convivido, ou, ainda, na prevalência das relações domésticas, de habitação ou de hospitalidade - § 9.º - A hipótese de lesão corporal aqui qualificada foi incorporada ao diploma penal por força da Lei n.º 11.340/06, destacando-se das lesões corporais leves do caput porque considera as condições pessoais da vítima, notadamente a proximidade do vínculo familiar entre ela e o autor do fato (qualquer parente dele em linha reta – ascendentes ou descendentes, colaterais até o segundo grau – irmãos e cônjuge ou companheiro), bem como nos casos em que se prevalece o delinquente das relações domésticas, de habitação ou de hospitalidade mantidas com a vítima. Questionamentos: 1. Analise o elemento subjetivo do crime de lesões corporais. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623933/art-129-9-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623895/art-129-10-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623849/art-129-11-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/49573720/art-129-12-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 25 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA CRIMES CONTRA A VIDA H O M IC ÍD IO A U X ÍL IO A S U IC ÍD IO IN FA N TI C ÍD IO A B O R TO ( P EL A G ES TA N TE ) A B O R TO ( P O R TE R C EI R O S EM C O N SE N TI M EN TO ) A B O R TO ( P O R TE R C EI R O C O M C O N SE N TI M EN TO ) 121 122 123 124 125 126 QUANTO AO ELEMENTO OBJETIVO COMISSIVO OMISSIVO PRÓPRIO OMISSIVO IMPRÓPRIO QUANTO AO ELEMENTO SUBJETIVO DOLOSO CULPOSO PRETERDOLOSO QUANTO AOS SUJEITOS COMUM PRÓPRIO UNISSUBJETIVO PLURISSUBJETIVO DELITO VAGO DUPLA SUBJET. PASSIVA MOMENTO CONSUMATI VO INSTANTÂNEO PERMANENTE QUANTO AO RESULTADO MATERIAL FORMAL FRACIONA MENTO DA CONDUTA UNISSUBSISTENTE PLURISSUBSISTENTE QUANTO AO BEM JURÍDICO DE DANO DE PERIGO UNIOFENSIVO PLURIOFENSIVO QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO VINCULADO DE FORMA LIVRE VÍNCULO COM OUTROS CRIMES ACESSÓRIO SUBSIDIÁRIO QUANTO ÀS CIRCUNS TÂNCIAS SIMPLES PRIVILEGIADO QUALIFICADO COM MAJORANTES 26 EXERCÍCIOS (modelo de prova) VARIAÇÕES DO CRIME DE HOMICÍDIO: Femicídio: morte de uma mulher Feminicídio: morte de uma mulher por razões de gênero (violência doméstica, familiar, discriminação) Uxoricídio: assassinato em que o marido mata a própria esposa Parricídio: assassinato pelo filho do próprio pai Matricídio: matar a própria mãe Fratricídio: matar o próprio irmão Ambicídio: quando as mortes decorrem de um pacto 01) Suponha que o agente, por vingança, quer matar sua esposa adúltera. Acometido de forte emoção, o agente dispara sua arma de fogo. No entanto, para sua surpresa, a arma está descarregada. O agente: a) responderá pelo crime de homicídio, pois realmente queria matar sua esposa. b) não responderá por crime algum, por se tratar de crime impossível. c) responderá pelo crime de homicídio em sua forma tentada. d) responderá por homicídio, mas pelo crime na sua modalidade privilegiada, por estar acometido de forte emoção. 02) Ao verificar que um veículo estava aberto e com a chave na ignição, “A” resolve furtá-lo, adentrando em seu interior e acionando a partida do motor. Antes da consumação, por vontade própria, deixa de prosseguir com o ato delituoso. A hipótese caracteriza: a) Furto tentado b) Crime impossível c) Desistência Voluntária d) Arrependimento eficaz 03) Analise as assertivas abaixo quanto ao crime de Homicídio: I – Cometido o crime contra idoso, haverá a qualificadora objetiva do recurso que impossibilitou a defesa do ofendido. II – Se o crime é contra menor de 14 anos, haverá uma circunstância genérica agravante. III – Admite dolo genérico, dolo específico e preterdolo. IV – Se a mãe quer matar o filho e, para tanto, deixa de alimentá-lo, haverá a conduta omissiva própria. 04) Com base no tipo penal do art. 121 (Matar alguém), pode-se afirmar corretamente: 05) Analise o fato descrito de acordo com o nexo de causalidade: “A” desfecha um tiro de revólver em “B” que morre pouco depois, não em consequência dos ferimentos recebidos, mas porque antes ingerira veneno. A Todas estão corretas B Estão corretas as assertivas I e III C Estão corretas as assertivas II e IV D Todas são falsas A No caso de o fato ser crime culposo, haverá uma atenuante B O fato de ter sido praticado por motivo fútil é uma circunstância agravante C O fato de ser o agente reincidente é uma circunstância específica que aumenta a pena D O fato de ser a vítima maior de 60 anos não é uma agravante da pena 27 06) Considerando a conduta de ABORTO , citar: a) Uma causa descriminante b) uma causa dirimente c) uma circunstância específica (identificar qual circunstância) d) analise o elemento objetivo do tipo e) Uma circunstância genérica (identificar qual circunstância) f) analise o elemento subjetivo do tipo 07) Dê um exemplo (um caso) em que ocorra o crime de Homicídio: a) Em concurso de crimes formal e duas circunstâncias. b) Em concurso de crimes material com uma circunstância genérica. 08) TIPIFICAR O FATO: “Joel” (20 anos) matou o irmão, por motivo de dívida entre eles; o crime contou com a ajuda de “Bené” (17 anos), que auxiliou de maneira eficaz na conduta por asfixia; Tomé (25 anos) apenas ficou vigiando para que o crime fosse realizado. O pai de Joel de tudo sabia e nada fez para impedir o resultado. 09) Citar um exemplo em que fique configurado no crime de ABORTO, a hipótese de crime impossível por ineficácia absoluta do meio e por impropriedadeabsoluta do objeto. 10) Dê um exemplo de crime contra a vida que contenha, no mesmo fato, uma circunstância específica e outra genérica, explicando se as circunstâncias são objetivas ou subjetivas. 28 CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Questionamentos: 1. Características comuns a todos os crimes de Periclitação da vida e da saúde Crimes de Perigo individual: Crimes formais: Crimes subsidiários: Crimes que admitem exaurimento: 2. Analise o elemento subjetivo do tipo do art. 130: 3. Verifique quais crimes podem ser preterdolosos 4. Analise as circunstâncias específicas dos crimes Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623822/art-130-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623783/art-130-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623737/art-130-2-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623702/art-131-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623672/art-132-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623632/art-132-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623587/art-133-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623526/art-133-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623490/art-133-2-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623457/art-133-3-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623429/art-133-3-inc-i-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623384/art-133-3-inc-ii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623351/art-133-3-inc-iii-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 29 Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) CAPÍTULO IV DA RIXA Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623311/art-134-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623281/art-134-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623248/art-134-2-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623219/art-135-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623184/art-135-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28004035/art-135a-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28004033/art-135a-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623140/art-136-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623011/art-136-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623081/art-136-2-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623052/art-136-3-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623011/art-136-1-do-codigo-penal-decreto-lei-2848-40 30 CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA CALÚNIA Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Questões relevantes Pessoa jurídica: em regra, somente a pessoa humana viva poderá ser sujeito passivo de calúnia. Porém, em face da possibilidade da responsabilizaçãopenal da pessoa jurídica pela prática de crimes (art. 225, § 3º, da CF, caput, da Lei nº 9.605, de 12.2.1998), faz-se perfeitamente plausível que uma empresa seja caluniada, desde que a imputação seja de crime que ela possa cometer, como os previstos na Lei do Meio Ambiente acima referida. Poderão ser sujeitos passivos do delito a pessoa física e a jurídica. Mortos: o “morto” não é sujeito passivo de calúnia, mas objeto material desse crime; serão, pois, vítimas de calúnia contra os mortos os familiares do defunto. Embora o morto não seja sujeito de direitos, a lei pune a calúnia contra os mortos (§ 2º). Nesse caso, vítima serão os sucessores processuais (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão). Inimputáveis: podem ser caluniados. Isso porque a culpabilidade não integra o conceito de crime. Imputação verdadeira: inadequação típica. Consumação e Tentativa: consumado quando ocorrer o conhecimento por terceira pessoa (que não o agente e o ofendido) sobre a falsa imputação de um fato definido como crime. Como se trata de crime formal, não se exige a produção de resultado almejado pelo agente (ofensa à honra objetiva da vítima). A calúnia feita verbal e pessoalmente, por ser crime unissubsistente, não admite a tentativa; já a escrita, a possibilita. Exceção da Verdade (§ 3º): exceção da verdade é a possibilidade que a lei dá para que o agente demonstre que o fato criminoso imputado realmente ocorreu, o que afastaria a tipicidade penal, já que a imputação seria verdadeira. DIFAMAÇÃO Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Consumação e tentativa: como se trata de crime formal, não se exige a produção do resultado almejado pelo agente (ofensa à honra objetiva do ofendido). A difamação feita verbal e pessoalmente, por ser crime unissubsistente, não admite a tentativa; já a escrita, a possibilita. Exceção da Verdade (parágrafo único): em regra, a difamação não admite a exceção da verdade, pois, mesmo que o fato seja verdadeiro, não é lícito a alguém proclamá-la. Todavia, quando se trata de ofensa relativa ao exercício funcional do funcionário público, a lei admite a exceção da verdade (interessa ao Estado que eventual falta funcional seja apurada para o bom desempenho da administração pública). INJÚRIA Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 31 Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) Questões relevantes. Honra subjetiva: diferentemente do que ocorre na calúnia e difamação, na injúria é atingida a honra subjetiva do ofendido, ou seja, a imagem que cada um tem de si mesmo acerca de seus atributos pessoais. A imputação é de algo vago e impreciso, como quando alguém é chamado de “imbecil”, “desonesto”, “ladrão”, etc. Sujeito passivo: poderá ser qualquer pessoa física, que possua compreensão do caráter injurioso da imputação. Assim, estão excluídos os menores de tenra idade, os loucos que não possuam qualquer entendimento de eventuais palavras que lhe são endereçadas, etc. - Dignidade: sentimento próprio a respeito dos atributos morais do cidadão; - Decoro: sentimento próprio a respeito dos atributos físicos e intelectuais da pessoa humana. - O simples conhecimento por parte da vítima já é suficiente para ofendê-la. Exceção da verdade: não é cabível a exceção da verdade, pois a ninguém é dado ferir a dignidade ou decoro alheio, mesmo que a imputação seja verdadeira. Consumação e tentativa: como esse delito atinge a honra subjetiva, estará consumado quando o ofendido, de qualquer forma, tomar ciência da imputação da qualidade negativa, não se exigindo a produção do resultado almejado pelo agente (crime formal). Pouco importa, assim, se terceiro venha, ou não, a tomar conhecimento da imputação. - A injúria feita verbal e pessoalmente, por ser crime unissubsistente, não admite a tentativa; já a escrita, a possibilita. Injúria Qualificada (§ 3º): (art. 2º da Lei nº 9.459, de 13.5.1997) Esse tipo foi criado em face da alegação feita pelos acusados de crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor previstos na supracitada lei, de que teriam apenas praticado um crime de injúria, cuja pena é bem menor. A pena acabou sendo desproporcional: a pena é mais grave do que a cominada para o homicídio culposo; - Raça é um conceito pertinente ao campo da antropologia física ou da biologia. Para o IBGE as raças são: branca, negra, índia, amarela e parda. - Cor diz respeito à tonalidade da pele e acaba se confundindo indevidamente com o termo raça. Normalmente, os indivíduos são classificados em três grandes grupos: brancos, pretos e amarelos. Assim, essas classificações, embora semelhantes, não se confundem. Por exemplo, um negro que nasceu albino (branco) não deixa de pertencer à sua raça (negra) devido à cor de sua pele. - Etnia está ligada a um grupo biológico e culturalmente homogêneo, como os asiáticos, palestinos, etc. - Religião: modo como se acredita e venera uma força maior (divindade) (católica, judaica, budista, etc.) - Origem: local de onde alguém provém (no próprio país ou exterior, Estado, município ou bairro). Injúria e Racismo: Comete o crime de injúria qualificada o agente que utiliza palavras depreciativas referentes a raça, cor, religião ou origem, com o intuito de ofender a honra subjetiva da vítima. A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Foi alterada pelas Leis nº 8.081/90 e 9.459 / 97: Art. 1º Serão punidos, na forma desta lei os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” (nova redação dada pela Lei nº 9.459/1997) Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. Pena: reclusão de dois a cinco anos. Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. Pena: reclusão de dois a cinco anos. Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. Pena: reclusão de três a cinco anos.(...) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140§3 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140§3 32 Disposições comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Lei 10.741/2003) § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. (Lei 13.964/2019) Exclusão
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