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analise_de_investimentos_2017_1_20170601113147

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Análise de 
Investimentos
Paula de Souza Michelon
Paula de Souza Michelon
Belo Horizonte
Janeiro de 2017
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
COPYRIGHT © 2017
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização por 
escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: 
eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Diretor
Rogério Salles Loureiro
Gerentes de Operações
Denise Elisabeth Himpel
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Coordenadora de Produção
Carolina Alcântara de Araújo Lopes
Parecerista
Vaniria Ferrari
Ilustração e Capa
Delinea Tecnologia Educacional
Equipe EaD
Conheça 
a Autora
Contadora, mestra em Contabilidade pela 
Universidade Federal de Santa Catarina 
e doutoranda em Contabilidade (UFSC). 
Contadora do Instituto Federal de Santa 
Catarina. Trabalhou como tutora no Curso de 
Ciências Contábeis à distância na UFSC de 2013 
a 2015. Atua como pesquisadora no Grupo de 
Pesquisa em Controladoria, com ênfase nos 
seguintes temas: orçamento e orçamento de 
capital. Currículo Lattes da autora: http:lattes.
cnpq.br/4324204678711922)
http:lattes.cnpq.br/4324204678711922
http:lattes.cnpq.br/4324204678711922
Apresentação 
da disciplina
VÍDEO
NÍVEL DE ENSINO 
Graduação
CARGA HORÁRIA 
40h
Olá! Seja muito bem-vindo à disciplina de Análise de Investimentos.
Nosso principal objetivo com essa videoaula é apresentar a 
importância da análise de investimento. Vamos lá?!
Decisões de investimentos são cruciais para a sobrevivência e 
sucesso das empresas, sobretudo no longo prazo. Requer uma 
série de estudos, ao longo dos quais, o projeto de investimento é 
apreciado. 
Os temas abordados terão como objetivo proporcionar a análise de 
investimentos, de modo a fornecer a você conhecimento necessário 
para que consiga responder às seguintes questões:
• A empresa tem recursos para fazer o investimento X? 
• O investimento X é viável em termos econômico-
financeiros? 
• Qual o risco de fazer o investimento X? 
Para isso, a literatura nos fornece uma ferramenta gerencial 
denominada orçamento de investimentos ou orçamento de capital. 
Essas ferramentas são destinadas a apreciar os projetos de 
investimentos que gerem benefícios para períodos maiores que um 
ano, ao proporcionar à empresa obtenção de receitas ou redução de 
custos futuros. 
Então, ao estudar as decisões de investimentos, vamos focar nos 
dois tipos mais comuns de projetos. Os projetos independentes e os 
projetos mutuamente excludentes.
https://player.vimeo.com/video/193694599
Os projetos independentes são avaliados e apreciados de forma 
independente, pois não estão relacionados a outros projetos.
Assim, a aprovação ou rejeição desses projetos é feita com base na 
análise do projeto, independente dos demais. 
Já os projetos mutuamente excludentes, ao contrário dos projetos 
independentes, estão relacionados à função dos demais projetos 
em análise. 
Nesse caso, podemos dizer que os projetos competem entre si e 
que a escolha por um implica na exclusão do outro.
Por isso, é necessário que você tenha o conhecimento das fontes 
de financiamentos. Além disso, é preciso que você saiba analisar a 
viabilidade financeira e utilizar os métodos de análise de investimentos. 
Isso é fundamental no momento de tomar a decisão de investir.
As fontes de financiamentos são maneiras de aquisição de fundos 
que costumam ser designadas para atender às necessidades de 
investimentos.
Mas, essas fontes também para outras finalidades como aumento 
de capital de giro, novas instalações, atualização dos sistemas de 
informações, reformulação das estruturas de capital etc.
As fontes podem ser de recursos próprios da empresa, quando 
a integralização de capital social, reaplicação dos lucros ou 
de recursos de terceiros externos à empresa, por exemplo, 
financiamentos bancários e debêntures.
A análise de viabilidade econômica financeira deve ser realizada 
sempre que um novo projeto estiver em fase de avaliação. 
A relevância de saber realizar tal análise está em conseguir observar 
por meio de projeções, o potencial de retorno do investimento e, 
a partir disso, decidir se as premissas estão interessantes para 
aprovação do projeto ou não. 
As oscilações incertas do mercado exigem dos profissionais da área 
financeira conhecimentos profundos de análise de investimentos. 
Nesse sentido, vamos aprender a como utilizar os métodos para 
analisar as alternativas de investimentos existentes, de modo a 
atender às especificidades de cada empresa.
Assim, vamos estudar os conceitos básicos em decisões de 
investimentos. Além disso, teremos a oportunidade de conhecer 
mais sobre fluxo de caixa, a análise de viabilidade financeira. Além 
desses que mencionamos e que influenciarão as decisões de 
investimentos em contexto de incerteza. 
Bom, por hoje ficamos por aqui. Até a próxima!
UNIDADE 1 002
Tomando Decisões de Investimentos 003
Projeto de Investimentos – Conceito e Importância 005
Etapas do Projeto de Investimento 013
Respostas das Atividades de Fixação 025
UNIDADE 2 028
Financiamento de Projetos de Investimento 029
Fontes de Financiamento 031
Efeitos do Financiamento 047
Respostas das Atividades de Fixação 055
UNIDADE 3 057
Análise de Viabilidade Financeira 058
Viabilidade Econômica Financeira 060
Indicadores de Viabilidade Econômica Financeira 063
Análise a Partir do Fluxo de Caixa 079
Respostas das Atividades de Fixação 088
UNIDADE 4 090
Métodos de Análise 091
Métodos de Análise de Investimento 093
Decisão de Investimento sob Incerteza 105
Respostas das Atividades de Fixação 117
REFERÊNCIAS 120
Tomando 
Decisões de 
Investimentos
• Projeto de 
Investimento 
Conceito e 
Importância
• Etapas do 
Projeto de 
Investimento
• Respostas das 
Atividades de 
Fixação
Introdução
Olá, aluno! Nesta unidade, iremos aprender o que você deve saber 
para tomar decisões de investimento. Vamos estudar a principal 
peça dessa decisão: o projeto de investimento, bem como seus 
tipos e etapas.
A decisão de investir não é tão fácil quanto se imagina. Quantas 
vezes você já deve ter deixado de comprar algo para investir em 
outro que lhe seria mais útil? Ou que lhe era mais desejado? Para 
isso, você precisou economizar avaliar se valeria a pena abrir mão 
das outras compras, se aquilo lhe traria algum tipo de benefício. Isso 
parece fácil se pensarmos em pequenos itens, pequenas compras, 
pequenos valores. Quando a decisão envolve uma quantia maior, uma 
consequência em maior dimensão, a decisão toma outra proporção.
Nas empresas, a decisão de investir está entre as mais importantes, 
pois costumam envolver uma significativa quantia de recursos e 
comprometimentos financeiros de longo prazo. Por isso, não é uma 
decisão que deve ser tomada repentinamente – ao contrário – deve 
ser a etapa final de uma série de análises, ao longo das quais o 
projeto de investimento finalmente será colocado em avaliação.
Nesse sentido, o orçamento de investimentos – denominado na 
literatura financeira como orçamento de capital – é o processo 
que objetiva avaliar e selecionar investimentos de longo prazo que 
estejam alinhados com o planejamento estratégico da empresa, 
na busca da maximização de riqueza dos sócios ou a redução dos 
custos (FERREIRA, 2005).
As empresas fazem investimentos de capital por vários motivos. 
Os mais comuns são a ampliação das operações, a substituição ou 
o aperfeiçoamento de ativos imobilizados e a obtenção de algum 
outro bem menos tangível no longo prazo.
Gastos com ativos imobilizados correspondem a investimento de 
capital, mas a recíproca nem sempre é verdadeira. Um desembolso 
de R$ 40.000 por uma máquina nova, com vida útil de 10 anos, é 
um investimento de capitalque constaria do balanço patrimonial 
de uma empresa como ativo imobilizado. Já um desembolso de R$ 
40.000, por conta de uma campanha publicitária que deva produzir 
benefícios, no longo prazo, também é um investimento de capital, 
todavia, raramente seria considerado como ativo imobilizado 
(GITMAN, 2012).
O orçamento de capital envolve investimentos que decorrem 
de despesas de longo prazo, logo, vamos estudar projetos que 
compreendem despesas de capital. Isso não significa que as 
empresas não possam fazer projetos para despesas correntes. 
Ocorrem que a análise de um projeto requer recursos, tecnologia, 
pessoal capacitado e uma série de requisitos que não costumam 
compensar para um estudo de projeto de curto prazo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
005
A maioria das empresas trabalha com recursos escassos e não 
consegue realizar tudo o que almeja. Essa conjuntura requer muita 
cautela no momento de tomar decisões acerca do destino do 
capital. Quando da análise de diversos projetos, deve-se estabelecer 
um padrão para compará-los (FRANCISO FILHO, 2014).
Para Macedo e Corbari (2014), projeto é um conjunto de informações 
internas e externas à empresa, as quais são coletadas e processadas 
com o escopo de analisar as decisões de investimento. Por sua vez, 
os dados dessas informações integram os fatores fixos e servem de 
base para a combinação dos fatores variáveis de produção, com o 
propósito de obter um produto final resultante de combinação dos 
referidos insumos.
Projeto de investimento pode ser conceituado como toda a aplicação 
de capital em um negócio com a finalidade básica de obtenção de 
receitas. Por conseguinte, a seleção de projetos deve ser realizada 
tendo-se em busca o plano de crescimento da empresa, além de 
considerar a existência de projetos rentáveis (CONSALTER, 2012).
Quando a decisão de investir é tomada, deseja-se que os resultados 
estimados sejam motivantes, sobretudo porque envolvem recursos 
humanos, materiais e financeiros que precisam ser maximizados. 
Projeto de 
Investimento 
Conceito e 
Importância
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
006
 
Despesas correntes são aquelas de curto prazo, incorridas como despesas 
no exercício em que ocorrem, como por exemplo: aluguel, matéria-prima, 
salários, despesas administrativas, etc. Despesas de capital são as de 
longo prazo, debitadas gradualmente durante vários exercícios, como 
por exemplo: de despesas de capital: aquisição de uma nova máquina, 
ampliação da construção da fábrica, etc.
QUESTÃO 1 - Assinale a alternativa que corresponde à despesa que 
representa um gasto corrente:
a. Gasto com benefícios futuros superiores a um ano.
b. Desembolso para a expansão do ativo circulante.
c. Desembolso com expansão da fábrica.
d. Troca da frota de veículos para depreciação em dez anos.
e. Gasto para aquisição de software com vida útil de 5 anos.
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
O estudo de caso a seguir, evidencia a importância da realização de 
análise de investimento para a efetiva concretização de um projeto. 
Além disso, como ela deve ser combinada com outras informações.
 
É viável a criação de uma faculdade?
O estudo foi desenvolvido por meio de um projeto econômico-financeiro 
com o objetivo de criar uma faculdade que possa abranger a um custo 
acessível e com boa qualidade de ensino, a parcela de clientes que não é 
atendida pelas universidades públicas.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
007
Procurou-se identificar a região do estado de São Paulo, que poderia ser 
atrativa para investidores dispostos a investir neste projeto e aguardar a 
obtenção do retorno desse investimento.
A motivação para a pesquisa foi o fato de que nos últimos anos, as 
universidades públicas não ofereceram vagas suficientes aos egressos 
dos cursos de ensino médio, existentes no estado de São Paulo.
Escolheu-se a região metropolitana de Campinas, por ser polo econômico 
e possuir um PIB de aproximadamente 80 bilhões de dólares (9% do PIB 
brasileiro) no momento do estudo.
Para verificar a possibilidade de aceitação do projeto, realizou-se um estudo 
de mercado, pelo meio do qual se verificou o interesse dos principais alvos, 
os concluintes do ensino médio. Afinal, é de interesse da população?
Constatou-se que 68% deles tinham interesse em cursar uma faculdade e 
que 83% eram favoráveis a implantação de uma nova universidade.
Posteriormente, pretendeu-se responder à questão: é possível atender as 
demandas existentes com a estrutura planejada? 
Para tanto, analisaram-se as necessidades do projeto e a área de 
localização escolhida. Tal etapa confronta se às necessidades da empresa 
em relação à matéria-prima, fornecedores, clientes e outras são atendidas 
pela estrutura planejada. 
Após a definição de uma estrutura que comporte a demanda da empresa, 
focou-se no estudo dos custos e das receitas. O projeto é viável? 
Nesse momento, foram utilizadas as ferramentas gerenciais de análise 
de investimentos. Os resultados encontrados apontaram que existe 
viabilidade, pois os retornos dos investimentos estão dentro dos limites 
aceitáveis, no cenário econômico-financeiro do ramo de atividade, no qual 
o projeto está inserido.
O estudo de caso denota que um projeto não é posto em execução apenas 
por análise de um fator isolado. Não é apenas a demanda ou a oportunidade 
de mercado que torna o projeto viável. Existe uma série de etapas sequenciais 
que precisam ser realizadas e satisfatórias para a realização do projeto.
 Não só a 
demanda 
ou a 
oportunidade 
de mercado 
que torna 
o projeto 
viável. Ele 
não é posto 
em execução 
apenas por 
análise de 
um fator 
isolado.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
008
Fonte de pesquisa do estudo de caso:
BELATTO, Daisy (Org.). Projeto de investimento. Barueri, SP: Manole, 2004. 
[Biblioteca Virtual].
QUESTÃO 2 - Os investimentos de capital envolvem apenas itens de 
imobilizado? Por quê?
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Características do projeto 
Você deve pensar e tratar um projeto como um todo, observando 
a interdependência entre os componentes que fazem parte deste, 
face à sua natureza de continuidade, pois geralmente as etapas e 
atividades associadas a um processo influenciam-se reciprocamente. 
Consequentemente, é importante considerarmos o desempenho 
simultâneo das etapas e características de cada projeto. 
As características básicas dos projetos são (MACEDO; CORBARI, 2014):
• Temporariedade: são temporários, pois possuem 
início, meio e fim bem definidos, ou seja, seu período 
geralmente costuma ser conhecido, bem como seu prazo 
preestabelecido de acordo com os objetivos. O ciclo de vida 
de um projeto é caracterizado pela sua temporariedade, 
com início na geração da proposta até chegar ao trabalho 
de acompanhamento, que antecede seu término.
• Individualidade são individuais para o propósito no qual 
foram elaborados. Em outras palavras, o bem ou serviço 
objeto do projeto ainda não foi realizado. Como o produto 
final de cada projeto é único, suas características precisam 
ser bem esquematizadas, de modo que sejam claramente 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
009
definidas as especificações dos bens ou serviços a serem 
desenvolvidos. Devido à individualidade, a alteração das 
especificações altera todo o desenvolvimento do projeto.
• Incerteza: são incertos, uma vez que as possibilidades 
futuras são desconhecidas. Apesar de ser feita previsão 
completa, torná-la confiável o máximo possível pode ser 
extremamente complexo. Com o passar do tempo, as 
informações intrínsecas ao projeto vão aparecendo e, por 
conseguinte, reduzindo as incertezas.
Tipos de projetos
Os dois tipos mais comum de projeto são: projetos independentes e 
mutuamente excludentes. 
Os projetos independentes são aqueles cujos fluxos de caixa não 
estão relacionados ou independem um do outro.Os projetos 
mutuamente excludentes são aqueles que possuem mesma função 
e, consequentemente, competem entre si (FERREIRA, 2005).
A seguir o infográfico apresenta três exemplos para projetos 
independentes e outros três para projetos mutuamente excludentes.
Os projetos 
independentes 
e os 
mutuamente 
excludentes 
são os tipos 
mais comuns 
de projeto.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
010
FIGURA 1 – Comparação entre projetos independentes e projetos 
mutuamente excludentes
Fonte: Elaborado pela autora.
Audiodescrição: A Figura 1 demonstra a comparação entre projetos independentes e projetos mutuamente 
excludentes. Do lado dos projetos independentes, temos o projeto da troca da frota de veículos, em que 
a finalidade é melhorar a capacidade de entrega; temos o projeto expansão da fábrica no qual o objetivo 
é ampliar o negócio; e também, o projeto de aquisição de novo software para o setor de vendas, que têm 
como objetivo atualizar o sistema de vendas.
Pode-se perceber que os três projetos possuem finalidades 
distintas, e que a aprovação de cada um não impacta na rejeição ou 
aprovação do outro.
De maneira diferente, do lado dos projetos mutuamente excludentes, 
temos o projeto expansão da fábrica; temos o projeto de aquisição 
de empresa; e a contratação de outra empresa para a confecção de 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
011
seus produtos; sendo que para esses três projetos a finalidade é a 
mesma, ou seja, ampliar o negócio. Isso significa que se deve optar 
entre um projeto que melhor se adeque às condições da empresa.
A imagem demonstra a comparação entre projetos independentes 
e projetos mutuamente excludentes. Do lado dos projetos 
independentes temos projetos com três finalidades diferentes: 
melhorar a capacidade de entrega; ampliar o negócio; e atualizar o 
sistema de vendas. Dessa maneira, a aprovação de cada um não 
impacta na rejeição ou aprovação do outro.
Do lado dos projetos mutuamente excludentes temos o projeto 
expansão da fábrica; o de aquisição de empresa; e a contratação 
de outra empresa para a confecção de seus produtos; sendo que 
para esses três projetos a finalidade é a mesma, ou seja, ampliar 
o negócio. Isso significa que se deve optar entre um projeto que 
melhor se adeque às condições da empresa.
QUESTÃO 3 - Projetos mutuamente excludentes são aqueles que 
têm os mesmos objetivos e competem entre si. A partir disso, assinale a 
alternativa que contém um projeto que é mutuamente excludente com o 
projeto de expansão da fábrica?
a. Troca da frota de veículos.
b. Aquisição de outra empresa.
c. Aquisição de novo software para o setor financeiro.
d. Instalação de ar condicionado na fábrica.
e. Instalação de câmeras de segurança.
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Também, há na literatura a classificação de projetos contingentes. 
São projetos em que para atender um, é necessário que o outro, 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
012
também, seja executado, uma vez que eles se complementam e 
dependem um do outro para alcançar uma finalidade em comum 
(FRANCISCO FILHO, 2014). Por exemplo, os projetos de ampliação 
do maquinário e expansão do chão de fábrica, em que para 
conseguir instalar todos os novos maquinários é necessária a 
expansão do chão de fábrica.
A disponibilidade de recursos para dispêndios de capital é o ponto-
chave para a escolha da empresa, por um tipo ou outro de projeto. 
Se a empresa possuir recursos disponíveis para investimento, as 
decisões para aplicação de capital serão facilitadas. Pode-se dizer, 
que quanto maior a disponibilidade, menos limitada será a escolha, 
pois ela terá uma chance maior de execução de seus projetos.
QUESTÃO 4 - O que é orçamento de capital?
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
De maneira geral, todos os projetos que ofereçam retorno superior 
a determinado nível estabelecido poderão ser aceitos. De outro 
modo, para as empresas que operam com restrição de capital, os 
recursos para investimento serão limitados a quantias previamente 
fixadas, no orçamento, e os projetos competirão dentro desse limite 
(FERREIRA, 2005).
 
Orçamento de capital é uma tomada de decisão sobre um projeto de 
investimento de longo prazo, ser ou não merecedor de implementação. O 
orçamento de capital está, basicamente, relacionado com a justificativa 
para realização de suas despesas de capital.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
013
“Tipos de Projetos de Investimentos”
Autora: Paula de Souza Michelon
Etapas do Projeto 
de Investimento
Existem diversas maneiras de se avaliar um projeto de investimento.
Ao comparar as informações dos quatro projetos apresentados na 
tabela a seguir, qual você aprovaria para implementação e por quê? 
Faça a sua escolha e, posteriormente, veja os comentários.
TABELA 1 – Escolhendo projetos de investimentos por observação
A tabela apresenta quatro projetos, denominados 1, 2, 3 e 4. O investimento inicial 
representa quanto à empresa precisa investir para dar início ao projeto. O fluxo de 
caixa corresponde ao saldo de caixa gerado (entradas menos saídas) no primeiro e 
no segundo ano do projeto.
PROJETO INVESTIMENTO INICIAL
FLUXO DE CAIXA
1º ANO 2º ANO
1 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 -
2 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 4.000,00
3 R$ 20.000,00 R$ 14.000,00 R$ 12.000,00
4 R$ 20.000,00 R$ 16.000,00 R$ 10.000,00
Elaborado pela autora.
Audiodescrição: A Tabela 1, apresenta a movimentação de fluxo de caixa em dois anos, para 4 projetos de 
investimentos distintos.
Com base nessas informações, poderíamos comparar os projetos 
apenas com suporte na informação de fluxo de caixa, pois o 
investimento inicial é o mesmo de R$ 20.000,00.
https://player.vimeo.com/video/193694670
https://player.vimeo.com/video/193694670
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
014
Os projetos 2, 3 e 4 possuem fluxo de caixa superior ao projeto 1, 
de R$ 24.000,00, R$ 26.000,00 e R$ 26.000,00, respectivamente. Ao 
compararmos o projeto 1 e 2, o projeto 2, seria preferível ao trazer 
fluxo de caixa, também, no segundo ano. Mas, o projeto 3 é melhor 
que o projeto 2 em termos do total de fluxo de caixa gerado, mas pior 
em termos de saldo positivo no primeiro ano. Nessa situação, você 
deve considerar qual a necessidade da empresa em relação a esse 
investimento: ter um fluxo total maior ou ter um retorno mais rápido?
Os projetos 3 e 4, por sua vez, possuem o mesmo total de fluxo 
gerado nos dois anos. A diferença é que o projeto 4 é melhor, pois 
é possível reinvestir mais ganhos entre o primeiro e o segundo ano.
Este exercício de comparação de projetos é interessante para 
sabermos que com apenas uma informação os projetos já podem 
se mostrar diferentes. 
Muitas dúvidas surgem quando pensamos em outras informações 
pertinentes à análise do projeto: mas e se o projeto 1 fosse o mais 
rentável? Se o projeto 2 fosse o mais urgente? E se o projeto 4 fosse 
o mais viável?
Para esclarecer as dúvidas, vamos estudar as etapas da elaboração 
dos projetos de investimentos, para conseguirmos ter o máximo de 
subsídio possível, para tomar a decisão de investir.
Segundo Ferreira (2005) e Gitman (2012), as etapas envolvem a 
geração de propostas, avaliação e análise, tomada de decisão, 
implementação e acompanhamento e estão correlacionadas.
Vamos estudar, para entender cada uma delas.
Geração de propostas
Propostas são desenvolvidas em todos os níveis organizacionais 
e por diversos setores, mas ao final, são revistas pelo pessoal 
Propostas, 
ao final, são 
revistas 
pelo pessoal 
financeiro. As 
que exigem 
grandes 
desembolsos 
são 
submetidas a 
uma análise 
mais criteriosa.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
015
financeiro. Aquelas que exigem grandes desembolsos são 
submetidas a uma análise mais criteriosa do que as mais modestas.
Na proposta, deve conter o diagnóstico, o qual irá nos fornecer a 
realidade em que o projeto pretende ser inserido.O diagnóstico 
compreende o levantamento da situação atual, o que está ocorrendo 
em um determinado momento, devendo seu produto final conter as 
ações priorizadas, ressaltando que, para cada problema diagnosticado, 
haverá uma série de alternativas tecnológicas, de metodologias ou de 
ações de desenvolvimento que podem ser operacionalizadas.
A partir da elaboração do diagnóstico é possível efetuarmos o 
prognóstico, o qual reflete a tendência, as finalidades e as pretensões 
a serem alcançadas, por meio do investimento que pretendemos 
iniciar. Supondo que não se modifiquem as expectativas rotineiras, 
tanto quanto aos instrumentos, quanto as formas de uso desses, 
durante o período considerado para a duração do projeto. 
Entre os principais problemas na elaboração do diagnóstico, 
podemos fazer menção à identificação básica daquilo que realmente 
se necessita e do período que convém analisar. 
Portanto, procure identificar e detalhar as informações que 
identifiquem a ideia basilar do que se pretende investir, além de 
determinar o período ideal para ser considerado na análise.
Revisão e análise
Realizam-se revisões e análises mais acuradas para avaliar a 
adequação e a viabilidade econômico-financeira das propostas. Ao 
fim da análise, um relatório resumido é submetido aos tomadores 
de decisões.
Para a avaliação de projeto, existem na teoria financeira, inúmeras 
metodologias de avaliação, cada um informa ao gestor de projetos 
sobre determinado aspecto.
Na proposta, 
deve conter o 
diagnóstico, 
e a partir dele 
é possível 
efetuar o 
prognóstico. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
016
De acordo com Consalter (2012), na etapa de análise, todos os 
fatores devem ser analisados de modo parcial, com o propósito de 
que cada um deles seja complemento aos demais. São exemplos 
desses fatores: mercadológicos, técnico, ambiental, administrativo, 
jurídico e econômico-financeiro.
Apesar da etapa de análise parecer simples, ela requer uma série de 
estudos e pesquisas de fatores diferentes, os quais devem apresentar 
todas as informações relevantes para a tomada de decisão. 
Vamos entender o que são esses fatores e como podem ser 
analisados.
• Fator mercadológico
O potencial de mercado representa tanto o tamanho, o tipo do 
mercado atual, o favorecimento, quanto às projeções de crescimento 
para um algum produto ou serviço.
Nesse fator, devemos apresentar a origem do produto a ser oferecido, 
suas aplicações, o mercado potencial, a importância desse mercado 
e o motivo que levou ao interesse de executar esse investimento.
Devemos apresentar a situação atual, por exemplo, se for um 
produto, produção atual, a demanda nacional e/ou mundial e suas 
variações nos últimos anos, o interesse da população, além da 
tendência do mercado nos próximos anos. Devemos, ainda, embasar 
com as fontes das quais foram extraídos os dados apresentados 
(exemplo: IBGE, Receita Federal, FNDE, Ministério do Turismo, etc.).
• Fator técnico
Um aspecto importante para o sucesso de um investimento é que 
os elaboradores de projeto tenham parecer técnico. Os padrões 
técnicos apontados devem ser alcançados de acordo com o melhor 
conhecimento técnico possível. 
A etapa de 
análise requer 
uma série 
de estudos 
e pesquisas 
de fatores 
diferentes,que 
devem 
apresentar 
todas as 
informações 
relevantes para 
a tomada de 
decisão.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
017
Por exemplo, para a expansão da sede da empresa é necessário 
um parecer técnico da engenharia que demonstre que é possível 
executar o projeto nos moldes que se necessita e se pretende.
O escopo do fator técnico é comprovar que nenhum problema 
de engenharia do projeto constitui impedimento à fabricação, 
a realização do projeto, pois os elementos desse componente 
fundamentam a base da elaboração dos cronogramas para a 
implantação do projeto.
• Fator administrativo
O fator administrativo compreende a estrutura organizacional que 
será necessária para a implantação e para a operacionalização 
do projeto. Isso, inclui o planejamento, o controle e a organização 
das atividades da empresa. Deve ser analisado com o propósito de 
atribuir eficácia às empresas por meio do alinhamento das decisões 
administrativas com a estratégia empresarial.
• Fator jurídico
Os aspectos jurídicos e legais possuem relação indireta com o 
projeto. O desenvolvimento de uma análise jurídica irá apontar o tipo 
de organização, as atribuições e benefícios da natureza societária 
da empresa, seus sócios, a participação acionária de cada um e o 
registro na junta comercial do estado em que a empresa está inserida. 
Nesse momento, também é feita a análise jurídica do próprio 
projeto, para saber se existe autorização legal para execução. Há 
certos tipos de construção, por exemplo, que requerem aprovação 
de viabilidade do órgão competente.
• Fator ambiental
Os gestores não podem deixar de analisar o caráter político-social 
e ambiental do projeto, pois além de inviabilizar, pode prejudicar 
O fator 
administrativo 
é responsável 
pelo 
planejamento, 
controle e 
organização 
das atividades 
da empresa.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
018
seu retorno. São questões ambientais e sociais que devem ser 
consideradas: proteção ao consumidor, controle da poluição, 
assistência médica e social aos colaboradores e segurança e 
qualidade dos produtos e/ou serviços.
A construção de uma fábrica ao lado de um rio, por exemplo, pode 
prejudicar toda a fauna e a flora de uma região. 
• Fator econômico-financeiro
A análise econômica parte do princípio fundamental de que os 
recursos econômicos existentes são escassos.
Nesta etapa, devemos realizar os cálculos sobre a eficiência 
econômica do projeto, bem como de seu respectivo financiamento. 
Trata-se de analisar os resultados que podem ser obtidos por meio de 
índices econômicos, como o valor presente líquido, a taxa interna de 
retorno, o índice de lucratividade e a realização custo-benefício, etc.
Os itens que deverão ser apresentados e interpretados no fator 
econômico-financeiro são custos, receitas, fluxo de caixa e fontes 
de financiamentos necessários.
Tomada de decisão
As empresas habitualmente estimulam a tomada de decisões em 
investimentos de capital com base em limites de valor. De modo 
geral, é necessário obter autorização do conselho de administração, 
para dispêndios além de um determinado valor pré-estabelecido. 
Assim, decide-se pelo início ou rejeição da proposta.
Além de fazer a identificação da proposta, o gestor do projeto precisa 
mostrar ao alto escalão da empresa que é um projeto importante e 
que merece ser aprovado. 
Os gestores 
devem analisar 
o caráter 
político-social 
e ambiental 
do projeto, 
pois além de 
inviabilizar, 
pode prejudicar 
seu retorno.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
019
Implementação 
Posterior à aprovação, os investimentos são realizados e os 
projetos, implementados. Os dispêndios em projetos de grande 
porte, muitas vezes, ocorrem por etapas. A ferramenta de fluxo de 
caixa é utilizada para comparar as entradas e as saídas de valores 
referentes ao projeto em determinado período.
Acompanhamento
Os resultados são monitorados e os custos e os benefícios 
comparados com as previsões. Poderá ser necessário tomar 
algumas providências, se os resultados efetivos forem diferentes 
dos projetados. Os projetos podem ser ajustados ou até mesmo 
encerrados. Mas, para cada decisão haverá uma consequência. É 
preciso avaliar o impacto de cada uma delas para a empresa.
 
Cada etapa do projeto tem começo, meio e fim, cada qual com suas 
características e propósitos. Mas, a elaboração do projeto deve estar 
alinhada com as características de cada empresa, as condições 
conjunturais e com as habilidades e capacidades de seu elaborador. Logo, 
cada empresa e cada projeto são únicos, de modo que as etapas e os 
resultados não podem ser comparados a outrospor si só.
Custo inicial
Um passo importante para decidir se um projeto deve ser aceito ou 
rejeitado é a determinação de seu custo inicial (investimento inicial). 
O custo do investimento inicial representa o custo para dar início ao 
projeto de investimento. Tal informação pode servir de base para 
balancear o investimento inicial com os possíveis benefícios futuros, 
de maneira a definir se deve ser iniciado.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
020
Para determinação do custo inicial é necessário ter conhecimento 
dos dados: preço de aquisição; despesas adicionais; receita (se 
houver possibilidade de substituição) e despesa ou crédito do 
imposto sobre a venda (se houver).
Para entendermos como funciona o cálculo do custo inicial de um 
projeto, faremos a simulação a seguir.
 
Aprenda a calcular o custo do investimento inicial
Para facilitar a organização do cálculo do custo, elabore uma planilha 
com as informações que você precisa. Vamos fazer uma simulação 
da substituição da troca da frota de veículos, uma vez que determinada 
empresa tem a finalidade de melhorar a capacidade de suas entregas.
Primeiramente, verifique quanto será a receita de substituição, caso houver. 
Neste caso, a frota que havia sido adquirida há 5 anos por R$ 100.000,00 
será vendida pelo valor de R$ 125.000,00. Os veículos sofrem depreciação 
de 10 anos, o que significa que a frota estava 50% depreciada.
Neste caso, a venda por R$ 125.000,00 dos veículos que estavam registrados 
pelo valor líquido de R$ 50.000,00 (R$ 100.000,00 valor de aquisição – R$ 
50.000,00 depreciação acumulada) gera um ganho de capital R$ 75.000,00. 
Nesse ganho de capital incide imposto de renda de R$ 8.500,00.
Em seguida, apurem quais serão os custos de aquisição e as despesas 
adicionais para a execução do projeto. Nessa simulação, aquisição dos 
veículos novos terá como custo R$ 200.000,00 e frete de R$ 8.000,00.
A Tabela 2 a seguir, apresenta os dados da simulação, de um lado as 
receitas iniciais e do outro as despesas iniciais. Ao confrontá-las encontra-
se o custo inicial R$ 216.500,00 – R$ 125.000,00 = R$ 91.500,00. 
Neste caso, percebe-se que as despesas superam as receitas em R$ 
91.500,00, que constitui o custo para iniciar a troca da frota de veículos.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
021
TABELA 2 – Cálculo do custo inicial
RECEITAS DESPESAS 
Venda da frota 
antiga
R$ 125.000,00
Aquisição de 
veículos novos
R$ 200.000,00
Crédito de 
imposto sobre 
a venda com 
prejuízo da 
frota
Frete R$ 8.000,00
Inspeção
Manutenção
Imposto sobre a 
venda com lucro
R$ 8.500,00
Receita total R$ 125.000,00 Despesa total R$ 216.500,00
Fonte: Elaborada pela autora.
Audiodescrição: A Tabela 2, apresenta um exemplo de receitas e dispêndios para cálculo do custo inicial
A tabela para calcular o custo inicial compreende dois grupos de 
informações: o das receitas e o das despesas. Do lado das receitas 
deve-se colocar tudo o que será auferido com a realização do projeto. 
Você pode se perguntar: Quanto será o valor da venda da máquina? 
Ou quanto será o valor da venda do veículo? Se a venda resultar em 
prejuízo, ou seja, o valor de venda for menor do que o valor líquido 
registrado na contabilidade, há um crédito de imposto que será 
colocado junto à receita. Mas, se a venda resultar em um lucro, haverá 
um imposto, o qual deve ser somado junto às despesas.
As despesas correspondem ao valor de aquisição e demais 
eventuais, como de inspeção, manutenção, etc. 
Na simulação da substituição da frota houve R$ 125.000,00 de 
receita com venda. Por outro lado, a aquisição dos veículos novos 
seria R$ 200.000,00.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
022
“Aprendendo a calcular o custo inicial”
Autora: Paula de Souza Michelon
QUESTÃO 5 - Qual das informações a seguir, que interfere diretamente 
no cálculo do custo inicial de um projeto de investimentos em imobilizado?
a. Depreciação do bem a ser substituído.
b. Empréstimos bancários já existentes.
c. Disponibilidades financeiras.
d. Capital Social.
e. Número de ações ordinárias.
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Fluxo de caixa Incremental
Após realizar o cálculo do custo inicial, você pode ter se perguntado: 
mas e se o projeto não apresentar uma boa previsão de entrada de 
caixa, como vou saber se esse custo inicial será pago?
A partir de agora, vamos aprender a estimar os fluxos de caixa 
futuros, para prever se o custo inicial do projeto será pago.
Para tanto, você deverá considerar o fluxo incremental de caixa. Mas 
o que é isso? É o fluxo de caixa adicional que a empresa irá receber 
acima do fluxo de caixa atual, posterior a aceitação do projeto. Daí o 
nome “incremental”, pois ele incrementa o fluxo de caixa.
Vejamos o exemplo: suponha que no momento da etapa de tomada 
de decisão sobre o projeto de contratação de uma empresa, para 
https://player.vimeo.com/video/193694687
https://player.vimeo.com/video/193694687http://
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
023
confecção de seus produtos, você verifica que o fluxo de caixa atual 
da empresa é de R$ 8.500,00. Se o fluxo de caixa ascender para 
R$ 10.000,00, após a implementação do projeto de contratação, o 
fluxo de caixa incremental corresponde a R$ 1.500,00. Assim sendo, 
apenas o valor R$ 1.500,00 é considerado como fluxo de caixa 
adicional, ou benefício gerado pelo projeto.
Para entendermos como funciona o cálculo do fluxo de caixa 
incremental de um projeto, vejamos o Saiba Mais a seguir.
 
Aprenda a calcular o fluxo de caixa incremental
Para facilitar a organização do cálculo do fluxo, elabore uma planilha com 
as informações que você precisa, de acordo com as informações a seguir:
• Calcule o lucro líquido incremental
Lucro líquido incremental = Lucro líquido estimado da empresa (incluindo a 
aceitação do projeto) – Lucro líquido estimado da empresa (sem considerar 
a aceitação do projeto).
• Calcule as economias de imposto provenientes da depreciação 
incremental
Economias de imposto pela depreciação incremental = Alíquota do 
imposto x Depreciação incremental
• Adicione ao Lucro incremental as economias originadas pela 
depreciação incremental
Resumindo: Fluxo de caixa incremental = Lucro líquido incremental + 
Economias de impostos provenientes da depreciação incremental
É possível perceber que precisamos saber o lucro estimado da empresa 
com ou sem considerar a aprovação de determinado projeto; a depreciação 
que será adicionada após a aceitação do projeto; além da economia de 
imposto incidente sobre essa depreciação.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
024
Desse modo, o fluxo de caixa incremental é a soma do lucro líquido 
incremental subtraído das economias de imposto incidentes sobre a 
depreciação adicional.
Veja como funciona, fazendo junto o exemplo a seguir.
O lucro líquido previsto para a Empresa X, nos próximos dois anos, é de R$ 
300.000,00 e R$ 320.000,00. Os valores totais de depreciação previstos para 
cada um desses anos, na sequência, são R$ 80.000,00 e R$ 120.000,00.
Em decorrência da aceitação de um novo projeto, os lucros líquidos previstos 
para os próximos dois anos são de R$ 330.000,00 e R$ 345.000,00; enquanto 
que as despesas totais previstas para a depreciação são de R$ 100.000,00 e 
R$ 140.000,00. Considere a alíquota de imposto em 30%.
Diminua os lucros líquidos da empresa estimados sem a aprovação do projeto 
dos lucros líquidos previstos provenientes da aceitação do novo projeto: 
Ano 1: R$ 300.000,00 – R$ 330.000,00 = R$ 30.000,00
Ano 2: R$ 345.000,00 – R$ 320.000,00 = R$ 25.000,00
Encontre a depreciação incremental:
Ano 1: R$ 100.000,00 – R$ 80.000,00 = R$ 20.000,00
Ano 2: R$ 140.000,00 – R$ 120.000,00 = R$ 20.000,00
Calcule a economia de imposto:
Ano 1: R$ 20.000,00 x 0,3 = R$ 6.000,00
Ano 2: R$ 20.000,00 x 0,3 = R$ 6.000,00
Verifique o fluxo de incremental
Ano 1: R$ 30.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 36.000,00
Ano 2: R$ 25.000,00 + R$6.000,00 = R$ 31.00,00
Como análise, pode-se constatar que os benefícios reais da aprovação desse 
novo projeto são de R$ 36.000, no primeiro ano, e de R$ 31.000,00 no segundo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
025
Com posse dessas informações e, após o confronto com o custo inicial do 
projeto, será feita a tomada de decisão em aprovar ou abandonar o projeto.
“Aprendendo a calcular o fluxo de 
caixa incremental”
Autora: Paula de Souza Michelon
“Resumo da Unidade”
Autora: Paula de Souza Michelon
QUESTÃO 1 - Resposta correta: B
Justificativa da alternativa A: Incorreta. Os gastos de capital possuem 
expectativa de benefícios futuros superiores a um ano, ou seja, de longo prazo.
Justificativa da alternativa B: Correta. O ativo circulante tem a característica 
de ser realizável dentro de um exercício, ou seja, no curto prazo.
Justificativa da alternativa C: Incorreta. A expansão da fábrica constitui um 
projeto que tem durabilidade superior a um ano.
Justificativa da alternativa D: Troca da frota de veículos para depreciação 
em dez anos.
Justificativa da alternativa E: Incorreta. O software será amortizado num 
período superior a um ano.
QUESTÃO 2 - Não. O orçamento de capital envolve projetos de 
investimentos de longo prazo que, pode ser imobilizado ou não. A aquisição 
de um software para o setor de vendas ou a contratação de uma campanha 
publicitária, apesar de não serem imobilizados da empresa, podem trazer 
benefícios para mais de um período.
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
https://player.vimeo.com/video/193694714
https://player.vimeo.com/video/193694646
https://player.vimeo.com/video/193694714
https://player.vimeo.com/video/193694646
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
026
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
QUESTÃO 3 - Resposta correta: B
Justificativa da alternativa A: Incorreta. A troca da frota de veículos tem 
finalidade diferente da expansão do negócio. Ela pode ser feita apenas para 
substituição dos veículos antigos.
Justificativa da alternativa B: Correta. A aquisição de outra empresa 
também implica na expansão do negócio.
Justificativa da alternativa C: Incorreta. A aquisição do software tem 
finalidade diferente da expansão do negócio. Ela tem impacto na 
sistematização do setor financeiro.
Justificativa da alternativa D: Incorreta. A instalação de ar condicionado tem 
como finalidade o aparelhamento da fábrica e não a expansão do negócio.
Justificativa da alternativa E: Incorreta. A instalação de câmeras tem como 
finalidade a segurança da empresa e não a expansão do negócio.
QUESTÃO 4 - Orçamento de capital é uma ferramenta gerencial que tem 
por objetivo avaliar e selecionar investimentos de longo prazo que reflitam na 
maximização de riqueza dos sócios ou a redução dos custos futuros.
QUESTÃO 5 - Resposta correta: A
Justificativa da alternativa A: Correta. O valor da depreciação influencia no 
lucro ou no prejuízo do bem em substituição, o que pode gerar crédito ou 
débito de imposto.
Justificativa da alternativa B: Incorreta. O valor de empréstimos bancários é um 
passivo já registrado, que não influencia no cálculo do custo inicial do projeto.
Justificativa da alternativa C: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva 
em consideração as receitas e as despesas do projeto, sendo que as 
disponibilidades são ativos circulantes.
Justificativa da alternativa D: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva em 
consideração as receitas e as despesas do projeto e o Capital Social faz 
parte do Patrimônio Líquido da empresa.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 1
027
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
Justificativa da alternativa E: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva em 
consideração as receitas e as despesas do projeto.
Financiamento de
Projetos de
Investimento 
• Fontes de 
financiamentos
• Efeitos do 
financiamento
• Respostas das 
Atividades de 
Fixação
Olá, aluno! O financiamento de projetos de investimento está 
relacionado com a obtenção de recursos, os gastos para manter 
esses recursos, bem como os pagamentos previstos.
Logo, vamos aprender quais são as fontes de financiamento 
existentes, bem como os efeitos do financiamento. Vamos começar!
A obtenção de um financiamento deveria estar associada, especialmente, 
às necessidades de investimentos longo prazo da empresa. Mas, 
sabemos que nem sempre é o caso. Existem outras necessidades de 
recursos que podem ocorrer, como para aumentar o capital de giro, 
instalação de sistemas de informação, projetos de reestruturação 
organizacional, reformulação da estrutura de capital e etc.
De acordo com Francisco Filho (2014), determinadas empresas 
apresentam oscilação no que se refere às vendas anuais. Isso 
acontece por instabilidade do ativo circulante. Em outras palavras, 
se as vendas de determinado produto crescem, os gastos 
acompanham tal crescimento; o oposto também ocorre – havendo 
redução nas vendas, há também redução nos gastos.
O que você precisa entender é que parte do ativo circulante refere-
se a uma fatia comprometida com o ciclo operacional da empresa, 
enquanto outras dizem respeito às oscilações desse ativo entre dois 
ou mais períodos de tempo. 
Por isso, para financiar as parcelas que são “permanentes” e as que 
são “sazonais”, o gestor carece de decidir entre recursos de longo 
ou curto prazo, conforme a política adotada pela administração 
financeira da empresa. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
031
Fontes de 
Financiamentos
Quando estudamos as fontes de financiamentos, referimo-nos 
muito a capital. No contexto em que estamos tratando, não 
estamos nos referindo exclusivamente ao capital circulante ou às 
disponibilidades do Balanço Patrimonial (dinheiro disponível em 
espécie ou em contas bancárias). Mais que isso, queremos abranger 
tudo o que a empresa possui de ativo, tal como bancos, estoques, 
veículos, máquinas, os quais podem ser indicados como um tipo de 
investimento de capital.
Uma empresa pode recorrer a diversos tipos de financiamento, seja 
para suas operações, para execução de um novo plano ou produto, 
de curto ou longo prazo. Antes de estudar cada um deles, vejamos 
como as necessidades de recursos podem ser trabalhadas dentro 
das empresas, conforme mostra o Estudo de Caso a seguir.
Estudo de caso: Qual a necessidade de financiamento da empresa?
Pretende-se apresentar uma situação financeira de uma empresa, de modo 
que você aprenda a como identificar as necessidades de financiamento, 
bem como as estratégias.
As necessidades de financiamento da empresa podem ser divididas 
em sazonal ou permanente, de curto ou de longo prazo. A necessidade 
de longo prazo constitui na obtenção dos recursos imperativos ao 
financiamento dos ativos permanentes mais a parcela permanente dos 
ativos circulantes da empresa. A necessidade de curto prazo diz respeito 
aos recursos designados para cobertura de ativos circulantes temporários, 
isto é, aqueles que costumam oscilar durante o ano, como estoques e 
contas a receber de clientes.
Vamos aprender a identificar essas necessidades? Vejamos um exemplo 
com a utilização dos dados de necessidades de recursos da Cia. Devedora 
para o ano de 201X.
As 
necessidades 
de 
financiamento 
de uma 
empresa 
podem ser 
divididas em 
sazonal ou 
permanente, 
de curto ou de 
longo prazo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
032
A Tabela a seguir, expõe uma estimativa das necessidades de recursos de 
longo e de curto prazo da Cia. Devedora para o exercício de 201X.
TABELA 4 – Necessidades de recursos da Cia. Devedora para 201X
CIA DEVEDORA 
NECESSIDADES DE RECURSOS PARA 201X
Mês
Ativos 
circulantes
(1)
Ativos 
permanentes
(2)
Ativos 
totais
[(1) +(2) ]
(3)
Necessidade 
de recursos 
de longo 
prazo
(4)
Necessidade 
de capital de 
giro
[(3) - (4)]
(5)
Janeiro R$ 230.000 R$ 0 R$ 230.000 R$ 48.000 R$ 182.000
Fevereiro R$ 210.400 R$ 50.280 R$ 260.680 R$ 51.000 R$ 209.680
Março R$ 180.000 R$ 0 R$ 180.000 R$ 51.000R$ 129.000
Abril R$ 440.500 R$ 88.000 R$ 528.500 R$ 120.000 R$ 408.500
Maio R$ 370.000 R$ 0 R$ 370.000 R$ 113.450 R$ 256.550
Junho R$ 250.250 R$ 0 R$ 250.250 R$ 109.000 R$ 141.250
Julho R$ 270.000 R$ 100.030 R$ 370.030 R$ 78.000 R$ 292.030
Agosto R$ 265.000 R$ 0 R$ 265.000 R$ 86.700 R$ 178.300
Setembro R$ 290.110 R$ 0 R$ 290.110 R$ 93.090 R$ 197.020
Outubro R$ 320.960 R$ 120.000 R$ 440.960 R$ 110.900 R$ 330.060
Novembro R$ 312.110 R$ 0 R$ 312.110 R$ 105.300 R$ 206.810
Dezembro R$ 324.970 R$ 0 R$ 324.970 R$ 100.250 R$ 224.720
Média 
mensal
R$ 88.891 R$ 229.660
Fonte: Adaptada de Ferreira (2005).
Audiodescrição: A Tabela apresenta as necessidades de recursos da Cia. Devedora para 201X. Portanto, 
ela possui os valores de ativos circulantes, ativos permanentes, ativos totais, necessidades permanentes e 
necessidades de capital de giro para cada mês do ano.
Os valores podem ser extraídos da demonstração do fluxo de caixa para o 
mesmo exercício.
Necessidades permanentes de capital compreenderam a aquisição de 
equipamentos (atividade de investimento) e a amortização de empréstimos 
e o pagamento de juros. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
033
Necessidades de curto prazo incluíram aquelas decorrentes das atividades 
operacionais da empresa: pagamento de fornecedores de matéria-prima, 
pagamentos de aluguel, salários e impostos.
Por meio dos valores apresentados nas colunas (4) e (5) na Tabela 1, 
podemos constatar que a necessidade de capital de giro da Cia. Devedora 
é bem superior à necessidade de capital permanente.
Podemos perceber que a média demandada projetada para 201X, para 
recursos de capital de giro, apresenta um valor de R$ 229.660. Quanto à 
demanda por recursos de natureza permanente o valor médio é de $ 88.891.
QUESTÃO 1 - Qual das alternativas abaixo apresenta uma necessidade 
permanente de capital?
a. Salários
b. Fornecedores de curto prazo
c. Aquisição de equipamentos
d. Aluguel
e. Impostos sobre salários
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
A Tabela a seguir, demonstra a comparação de estratégias arrojadas e 
conservadoras utilizadas pela Cia. Devedora em 201X.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
034
TABELA 5 – Comparação das estratégias da Cia. Devedora para 201X
CIA DEVEDORA 
COMPARAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS
Mês
Recursos totais Juros totais
Arrojada Conservadora Variação % Arrojada Conservadora Variação %
Janeiro R$ 293.641 R$ 304.363 -3,65% R$ 7.241 R$ 11.995 -65,65%
Fevereiro R$ 395.416 R$ 410.229 -3,75% R$ 9.466 R$ 16.235 -71,51%
Março R$ 464.783 R$ 482.383 -3,79% R$ 10.983 R$ 19.125 -74,13%
Abril R$ 449.789 R$ 463.230 -2,99% R$ 13.999 R$ 18.358 -31,14%
Maio R$ 276.930 R$ 285.718 -3,17% R$ 8.063 R$ 11.248 -39,50%
Junho R$ 301.341 R$ 311.087 -3,23% R$ 8.618 R$ 12.264 -42,31%
Julho R$ 259.224 R$ 268.490 -3,57% R$ 6.558 R$ 10.558 -60,99%
Agosto R$ 305.460 R$ 316.592 -3,64% R$ 7.561 R$ 12.485 -65,12%
Setembro R$ 311.430 R$ 322.799 -3,65% R$ 7.694 R$ 12.733 -65,49%
Outubro R$ 463.712 R$ 478.278 -3,14% R$ 13.772 R$ 18.960 -37,67%
Novembro R$ 342.808 R$ 355.427 -3,68% R$ 8.390 R$ 14.040 -67,34%
Dezembro R$ 356.125 R$ 369.297 -3,70% R$ 8.665 R$ 14.596 -68,45%
Média mensal R$ 351.722 R$ 363.991 -3,50% R$ 9.251 R$ 14.383 -57,44%
Fonte: Adaptada de Ferreira (2005).
Audiodescrição: A Tabela apresenta a comparação das estratégias da Cia. Devedora para 201X. Dessa 
maneira, apresenta os recursos totais e os juros totais em valores, ocorridos tanto na estratégia arrojada, 
quanto na conservadora em cada mês do ano. Além disso, evidencia a variação ocorrida entre as estratégias.
A comparação das estratégias permite apontar que a demanda de 
recursos na estratégia conversadora é maior do que na estratégia arrojada 
em aproximadamente 3,5%. Entretanto, quando confrontamos os juros dos 
financiamentos, a estratégia conservadora apresenta juros superiores em 
57,44% sobre a estratégia arrojada.
A partir dos resultados analisados, pode-se dizer que a utilização de uma ou 
de outra estratégia dependerá do grau de certeza das projeções financeiras 
expostas. Cabe, porém, salientar que a administração da empresa deverá 
elaborar um plano estratégico, de modo a potencializar o emprego dos 
recursos necessários ao financiamento de suas atividades e maximizar o 
retorno do investimento feito pelos seus acionistas.
Fonte de pesquisa do estudo de caso:
FERREIRA, José Antonio Stark. Finanças Corporativas: conceitos e 
aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
035
Temos dois conceitos importantes para fixar: necessidade de longo 
prazo e necessidade de curto prazo. A necessidade de longo prazo 
constitui na obtenção dos recursos imperativos ao financiamento 
dos ativos permanentes mais a parcela permanente dos ativos 
circulantes da empresa. A necessidade de curto prazo diz respeito 
aos recursos designados para cobertura de ativos circulantes 
temporários, isto é, aqueles que costumam oscilar durante o ano, 
como estoques e contas a receber de clientes.
O estudo de caso trabalha com questões muito comuns na 
administração financeira: “quanto à empresa tem de recursos para 
honrar com as de curto prazo”, “no longo prazo a situação irá melhorar?”, 
“em quais meses a empresa terá mais necessidades permanentes?”.
No conteúdo de fontes de financiamentos, vamos estudar os 
financiamentos de curto prazo e de longo prazo.
Financiamento de curto prazo
Dentro de financiamentos de curto prazo, vamos aprender dois 
conceitos utilizados em administração financeira: o do capital de 
giro e o do Capital Circulante Líquido.
Capital de giro
Constantemente, os gestores das empresas discutem acerca das 
estratégias a serem adotadas na administração do capital de giro. 
Essas estratégias de financiamento de curto prazo podem ser tanto 
arrojadas como conservadoras, a depender da deliberação dos 
sócios da empresa.
Gestores que optam pelas estratégias mais arrojadas, financiam as 
necessidades de capital de giro da empresa com recursos de curto 
prazo e as necessidades permanentes com recursos de longo prazo. 
Por outro lado, gestores que preferem empregar as estratégias mais 
conservadoras, recorrem a financiamentos de longo prazo para 
Em 
financiamentos, 
há a 
necessidade de 
longo prazo e a 
necessidade de 
curto prazo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
036
a cobertura das necessidades de capital de giro da empresa, bem 
como para as necessidades permanentes de recursos. Na maior 
parte dos casos, o financiamento de longo prazo é mais oneroso 
se comparado ao de curto prazo, porque envolve um risco maior. 
Além disso, usualmente, a estratégia mais arrojada é mais lucrativa 
e mais arriscada (FERREIRA, 2005).
O financiamento do capital de giro pode ocorrer por meio de ativos 
operacionais. Esse tipo de financiamento deriva das operações 
normais da empresa, enquanto os valores a pagar podem 
representar uma boa fonte de financiamento em curto prazo, a fim 
de possibilitar o aproveitamento de descontos financeiros, no caso 
de efetuar pagamentos de maneira prévia.
Esses financiamentos são considerados não garantidos, porque 
de certo modo não exigem a dependência de determinados ativos 
como colaterais. Para ter um retorno eficaz no emprego desse 
método, Ferreira (2005) descreve que o gestor financeiro deverá 
considerar os seguintes aspectos:
• Na situação de pagamento a prazo de duplicatas, os 
encargos cobrados pelo financiador (fornecedor, por 
exemplo) deverão ser menores do que um financiamento 
bancário por meio de capital de giro.
• Na situação de desconto financeiro concedido para 
antecipação de pagamento, o desconto deve ser suficiente 
para cobrir o custo de financiamento da obrigação no 
passivo até o vencimento.
• Custo de capital da empresa demarcará a taxa de juros que 
o gestor terá como limite para a tomada de decisão, por 
uma ou outra forma de captação de recursos.
Ao decidir acerca daopção de utilizar ou não o desconto oferecido 
por um fornecedor, o gestor deve considerar adicionalmente o custo 
do não aproveitamento do desconto financeiro.
As 
estratégias de 
financiamento 
de curto prazo 
podem ser tanto 
arrojadas como 
conservadoras, 
dependendo 
da deliberação 
dos sócios da 
empresa.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
037
 
O capital de giro está relacionado à administração dos ativos de curto 
prazo da empresa, como por exemplo: estoques de produtos, fornecedores 
e impostos de curto prazo e salários. Dessa maneira, requer um controle 
periódico em que se garantam os recursos necessários para a empresa 
continuar em funcionamento. 
Capital Circulante Líquido
É comum encontrar gestores de grandes empresas que 
consideraram o valor do Capital Circulante Líquido para a tomada 
de decisão. Mas, afinal, como fazem isso? O Capital Circulante 
Líquido (CCL) é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos 
circulantes. Ao utilizar essa informação, os gestores, então, 
acreditam que quanto maior o CLL menor será o risco da empresa 
não conseguir honrar com as suas obrigações. E, ao contrário, 
quanto menor for o CCL, maior será a lucratividade da empresa e 
maior o risco dela não conseguir honrar com suas obrigações.
Vamos aprender quais são os itens que compõem o Capital 
Circulante Líquido: contas a receber, estoques, fornecedores, 
impostos, fluxo de caixa e demais itens de curto prazo (circulante). 
Portanto, o capital circulante é composto de ativos que representam 
a parcela do investimento que circula diretamente ligado ao 
andamento dos negócios da empresa (FERREIRA, 2005).
Pensemos na seguinte situação: a gestão eficaz dos itens que 
compõem uma empresa resulta em um CCL de 100%. Se o CCL é 
a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes, 
ou seja, a parcela de ativos circulantes financiada por recursos 
originários de longo prazo, isto significa que para cada $ 2 de ativo 
circulante, ela possui $ 1 de passivo de circulante. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
038
 
Deve-se realizar uma análise das particularidades em cada um dos itens 
que fazem parte do ativo e do passivo circulante, de modo que a empresa 
não caia em “emboscadas” como: financiamento de clientes versus 
pagamento de fornecedores versus investimentos versus financiamento 
de insuficiência de caixa.
Vejamos um exemplo prático de como você identificará o CCL de 
uma empresa.
INFOGRÁFICO 1 – Circulante do Balanço Patrimonial 
da Cia. Econômica
ATIVO
 
CIRCU
LANTE
$: 2
PASSI
VO 
CIRCU
LANTE
$: 1
O objetivo é fazer você identificar os valores de ativo e passivo 
circulantes, constante no Balanço Patrimonial de uma empresa, 
além de utilizar essa informação para a tomada de decisão.
Qual o Capital Circulante Líquido de uma empresa?
A Figura a seguir, apresenta os dados extraídos do Balanço 
Patrimonial da Cia. Econômica em 31 de dezembro de 201X.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
039
FIGURA 2 – Circulante do Balanço Patrimonial da Cia. Econômica
CIA. ECONÔMICA 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO EM 
31 DE DEZEMBRO DE 201X (R$ MIL)
Ativo circulante Passivo circulante
Caixa
Aplicações financeiras
Clientes
Estoques
R$ 55
R$ 10
R$ 78
R$ 57
Fornecedores 
Impostos a pagar
Contas a pagar
R$ 48
R$ 23
R$ 29
Total R$ 200 Total R$ 100
Fonte: Elaborada pelo autor.
Audiodescrição: A Figura apresenta os dados extraídos do ativo circulante e do passivo circulante da Cia. 
Econômica em 31 de dezembro de 201X.
Como podemos verificar, no exercício de 201X, a Cia. Econômica obteve 
um capital circulante de $ 200 mil, o que implica dizer que ela possui $ 
2 de ativo circulante para pagamento de $ 1 de passivo circulante. 
Para a apuração de suas necessidades reais de recursos será 
indispensável à elaboração de um fluxo de caixa detalhado 
mensalmente e por dia, conforme gestão financeira da empresa.
Precisa-se considerar também, que no exercício de 201X a Cia. 
Econômica sofrerá os efeitos dos financiamentos tomados em 
longo prazo, por exemplo.
Financiamentos de longo prazo
Os financiamentos de longo prazo de uma empresa costumam 
estar associados a projetos de investimento para as atividades 
operacionais. Na maioria das vezes, esses investimentos requerem 
mais recursos e dizem respeito a planos de expansão da empresa, 
como: construção de uma nova sede; aquisição de equipamentos, 
substituição dos existentes, com propósito de atender aos planos 
de expansão do negócio; desenvolvimento de infraestrutura; e 
obtenção de participação em fornecedores ou em clientes, para 
garantir contratos de fornecimento de insumos estratégicos para 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
040
produção (com objetivo de diminuir custos de produção) ou ainda 
garantir contratos de venda.
Os financiamentos costumam abranger quantias significativas de 
recursos, e, por isso, contratos de empréstimo dessa natureza possuem 
cláusulas padronizadas e/ou cláusulas restritivas, as quais oferecem à 
instituição financiadora certas garantias quanto ao recebimento.
Nesse sentido, Ferreira (2005) elenca quatro exemplos de cláusulas 
padronizadas e quatro de cláusulas restritivas:
Cláusulas padronizadas: i) manutenção de registros contábeis 
satisfatórios em consonância com os princípios contábeis; ii) 
apresentação de demonstrações financeiras certificadas por 
empresa de auditoria externa; iii) certidões negativas de regularidade 
no pagamento de impostos e obrigações sociais; e iv) bom estado 
de conservação das instalações, máquinas e equipamentos, de 
modo a garantir a continuidade do negócio.
Cláusulas restritivas: i) exigência da manutenção de um capital 
circulante mínimo; ii) proibição de qualquer cessão de contas a receber 
para geração de caixa; iii) restrições quanto à alienação de ativo 
permanente; e iv) restrições quanto a empréstimos subsequentes.
Além das cláusulas restritivas e das padronizadas, é importante nos 
ater com certas peculiaridades que os gestores precisam observar 
nos contratos de financiamento de grandes quantidades. Vejamos 
alguns exemplos (FERREIRA, 2005):
Pagamento do principal: em regra, as parcelas amortizadas 
periodicamente contêm o pagamento de parte do principal e 
pagamento dos juros incidentes sobre o capital emprestado. O 
pagamento atinente à parcela do principal significa a amortização 
do valor total emprestado.
Os 
financiamentos 
costumam 
abranger 
quantias 
significativas de 
recursos, assim, 
contratos de 
empréstimo 
dessa natureza 
possuem 
cláusulas 
padronizadas 
e/ou cláusulas 
restritivas,
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
041
Empréstimo garantido: possui determinados ativos como garantia 
paralela, que podem ser o próprio bem financiado (máquinas, 
equipamentos, etc.) ou bens dos proprietários da empresa.
Colateral: o tomador do financiamento precisa designar bens que serão 
dados como garantia do empréstimo, ou seja, determinado ativo a que 
o credor passará a ter direito legal, caso o tomador do empréstimo 
deixe de pagar alguma das parcelas do financiamento.Empréstimo 
não garantido: não possuem ativos como garantia colateral.
Warrants (títulos de garantia): instrumentos financeiros que 
proporcionam aos detentores o direito de comprar certa quantidade 
de ações, a um preço estabelecido de conversão, dentro de certo 
período de tempo.
 
É importante ressaltar que as operações de certos financiamentos, como, 
por exemplo, obtenção de máquinas e equipamentos, pode ser feitas por 
meio de créditos especiais junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES).
“Necessidades de capital ”
Autora: Paula de Souza Michelon
Tipos de financiamento
Como vimos, uma empresa pode utilizar financiamentos para 
diversas finalidades, seja para sua infraestrutura, para a execução 
de produto, participação em fornecedores ou em cliente, etc.
https://player.vimeo.com/video/193696428
https://player.vimeo.com/video/193696428ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
042
Agora, vamos estudar quais são os tipos de financiamento que as 
empresas recorrem para alcançarem esses objetivos (FRANCISCO 
FILHO, 2014):
Leasing (arrendamento mercantil): direcionado para aquisição 
de máquinas, equipamentos e veículos. Nesse caso, a instituição 
financeira/empresa de leasing é proprietária do bem e possui este 
como garantia.
Antecipação de recebíveis (desconto de duplicatas): o credor 
antecipa para o devedor os valores que tenha direito a receber de 
terceiros, geralmente a uma taxa de juros pré-estabelecida.
Crowdfunding (arrecadação de recursos pela internet): utilizado para 
lançamento de novos produtos em que o criador do crowdfunding 
apresenta um projeto de seu produto ou serviço para o público e este 
faz doações ou aquisições antecipadas para torná-lo exequível.
Microcrédito pequenos valores (normalmente de R$ 3 a R$ 5 mil): 
sem garantia real.
Project financing (financiamento de projetos): destinado a grandes 
projetos, como a construção de novas fábricas, execução de 
grandes instalações, etc.
Debêntures: são títulos de dívida emitidos por grandes empresas, 
comprados por investidores que recebem uma remuneração de 
acordo com a quantia investida. Também podem ser conversíveis, ou 
seja, podem ser convertidas em participação na empresa, conforme 
condições previamente determinadas.
Investimento direto: financiamento feito a uma empresa em troca 
de participação na sociedade.
Mútuo: tipo de contrato de empréstimo, normalmente feito entre 
partes relacionadas (sócios para a empresa). 
Uma empresa 
pode utilizar 
financiamentos 
para sua 
infraestrutura, 
para a execução 
de produto, 
participação em 
fornecedores ou 
em cliente, etc.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
043
Também é importante sabermos quais os principais financiadores 
das empresas:
Bancos públicos comerciais: Banco do Brasil e Caixa Econômica 
Federal.
Bancos públicos de investimento: BNDES e Banco do Nordeste.
Bancos privados: HSBC, Itaú, Santander e Bradesco.
QUESTÃO 2 - Qual é a principal diferença entre capital de giro e 
financiamento de longo prazo?
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
“Tipos de financiamento ”
Autora: Paula de Souza Michelon
https://player.vimeo.com/video/193696477
https://player.vimeo.com/video/193696477
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
044
QUESTÃO 3 - Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de 
financiamento que são títulos de dívida emitidos por grandes empresas, 
comprados por investidores que recebem uma remuneração de acordo 
com a quantia investida.
a. Antecipação de recebíveis
b. Financiamento a projeto
c. Arrecadação de recursos pela internet
d. Arrendamento mercantil
e. Debêntures
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Estrutura de capital
A estrutura de capital de uma empresa é a combinação entre suas 
fontes de capital de terceiros e de capital próprio. Nessa área, é 
comum o gestor financeiro possuir duas principais inquietações: 
qual o montante que a empresa deve financiar? Qual é a fonte de 
recursos mais barata para a empresa?
Ademais, o gestor também precisa decidir de que maneira e em que 
local conseguirá os recursos de que a empresa necessita. Cabe a 
ele definir as fontes de recursos e os tipos de financiamento.
Mas quais são as principais fontes de recursos?
Principais fontes de recursos
O objetivo é fazer você conhecer quais são as principais fontes 
de recursos da estrutura de capital da empresa, de maneira que 
consigas identificar a forma mais vantajosa de captar recursos.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
045
A Figura abaixo, apresenta as principais fontes de recursos de 
acordo com os dados do Balanço Patrimonial.
FIGURA 2 – Principais fontes de recursos
APLICAÇÕES 
DE RECURSO
ATIVO
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO
PASSIVO
Capital de terceiros
Capital próprio
Fonte: Elaborado pelo autor.
Audiodescrição: A Figura 2 apresenta as duas principais fontes de recursos: capital de terceiros e 
capital próprio.
A Figura apresenta as duas principais fontes de recursos: capital de 
terceiros e capital próprio. Como se vê, a figura nos reporta ao Balanço 
Patrimonial, de maneira que os recursos próprios são representados 
pelo Patrimônio Líquido, enquanto os recursos de terceiros representam 
o Passivo Exigível, de curto e longo prazo. 
Como o Patrimônio Líquido possui as fontes de recursos próprios, 
podemos citar como exemplos: recursos dos sócios; recursos dos 
acionistas; reservas de capitais; reservas de lucros e vendas de ativos.
Podemos dizer então, que os capitais próprios representam os 
investimentos realizados diretamente pelos sócios e os recursos 
reinvestidos ou retidos, cuja origem é os resultados gerados pela própria 
empresa. Outra fonte importante de capital próprio, embora de caráter 
mais eventual, são as vendas de imobilizado ou direitos do ativo. 
Como o Passivo possui as fontes de recursos de terceiros, podemos 
elencar como exemplos: empréstimos bancários; encargos sociais; 
leasing, debêntures, fornecedores a pagar; financiamentos a pagar e 
salários a pagar.
Até que os 
compromissos 
sejam 
liquidados, a 
empresa está 
se beneficiando 
dos lucros 
gerados pela 
utilização 
produtiva 
desses ativos, 
adquiridos 
por meio dos 
financiamentos. 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
046
Para entender como funciona, vamos pensar na situação de uma 
empesa recorrer a financiamentos de longo prazo para aquisição 
de ativo imobilizado, como máquinas e equipamentos. Até que os 
compromissos sejam liquidados, a empresa está se beneficiando 
dos lucros gerados pela utilização produtiva desses ativos, que 
foram adquiridos por meio dos financiamentos. O mesmo raciocínio 
cabe para outros tipos de obrigações. Dessa maneira, se os salários, 
por exemplo, são pagos ao fim de cada mês, os funcionários estão 
“financiando” a empresa por meio da cessão de sua capacidade de 
trabalho (ANDRICH, 2014). 
Se a origem dos investimentos realizados em uma empresa é 
representada no Balanço Patrimonial pelo Patrimônio Líquido (capitais 
próprios) e pelo Passivo (capitais de terceiros), podemos concluir que 
as aplicações dos recursos são integralmente representadas pelas 
contas do Ativo Circulante e Não Circulante.
A totalidade das origens (Passivo Circulante + Passivo Não 
Circulante + Patrimônio Líquido) é exatamente igual ao total as 
suas aplicações (Total do Ativo). Destarte, todas as aplicações têm, 
fundamentalmente, uma origem. 
Em outras palavras, podemos afirmar que tudo o que está ao lado 
direito do Balanço Patrimonial (Passivo Circulante + Passivo Não 
Circulante + Patrimônio Líquido) financia o que está do lado esquerdo 
(Total do Ativo). Isso quer dizer que todos os recursos entram pelo 
lado direito e são investidos do lado esquerdo, sejam eles próprios 
(Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Passivo Circulante + Passivo 
Não Circulante) (ANDRICH, 2014).
Perante as opções de investimento disponíveis, compete ao gestor 
financeiro a atividade de avaliar quais as fontes menos dispendiosas para 
a captação de recursos, que garanta mais vantagem para a empresa.
Há uma fonte de recursos de investimento denominada de 
“híbrida”, que como o próprio nome demonstra, é um composto 
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
047
das duas alternativas expostas anteriormente. Caracteriza uma 
modalidade de financiamento que, repetidas vezes, tem a natureza 
de recursos de terceiros, mas com algumas particularidades de 
recursos próprios. Estão incluídas nessa categoria as debêntures 
conversíveis, os papéis comerciais de curtíssimo prazo, entre 
outros investimentos que possuem atributos de capital próprio e 
de terceiros. A principal característica jurídica dos recursos híbridos 
é serem preferidos pelos demais credores em caso de quebra, 
em razão da maior certeza de não dividir de forma proporcional o 
retornojudicial (FERREIRA, 2005).
Vamos pensar no exemplo de uma debênture conversível, que é 
um instrumento típico de recursos de terceiros, pois não implica 
uma possível participação acionária. Caso ela seja conversível em 
ação, ela poderá ser caracterizada como recurso “próprio”, se pela 
conversão for realizada. Essa opção existe devido ao mercado de 
capitais, o qual é o canalizador dessa modalidade de financiamento, 
pois é por meio dele que os demais agentes são acionados.
Efeitos do 
financiamento
Mas como saber qual a melhor estrutura de capital? Existe uma 
estrutura ótima?
Para entendermos os efeitos do financiamento, devemos entender 
os conceitos que estão relacionados a eles: custo de capital, custo 
do capital próprio, custo da dívida, custo médio ponderado do capital 
e custo de oportunidade.
Custo de capital
Custo do capital é a taxa mínima de rendimento exigida sobre o 
financiamento.
Os recursos 
híbridos são 
preferidos 
pelos demais 
credores em 
caso de quebra, 
em razão da 
maior certeza 
de não dividir 
de forma 
proporcional o 
retorno judicial.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
048
Ao investir o dinheiro que você economiza, seu objetivo é obter 
o máximo de retorno possível. Por isso, para determinar quais 
investimentos são rentáveis ou não, precisa-se de um ponto de 
referência do que vale a pena ou não. Esse ponto de referência é a 
taxa requerida de retorno.
No caso das empresas, o gestor precisa de um ponto de referência 
semelhante, ao decidir sobre projetos de investimentos. Esse ponto 
de referência é a taxa de retorno almejada pela empresa, conhecida 
como custo de capital.
Então, para que um investimento seja considerado viável 
financeiramente, é indispensável que os lucros por ele gerados 
sejam suficientes para cobrir as expectativas de retorno das 
diversas fontes de recursos. Nessa perspectiva, quanto maior a 
diferença entre o retorno real do investimento e o custo do capital, 
melhor será a situação da empresa.
O custo de cada fonte de financiamento é o de sua obtenção no 
momento em que ele é feito, após o imposto de renda, e não o custo 
histórico refletido nos financiamentos registrados na contabilidade 
da empresa (GITMAN, 2010).
Como a oferta e o custo do investimento costuma estar 
relacionada ao risco do negócio, espera-se que as empresas mais 
estáveis, bem administradas e com as melhores expectativas 
de crescimento obtenham capitais a um custo mais baixo. 
Aliás, possuem vantagem as empresas de grande porte, pois têm 
acesso à emissão de debêntures e ações, além de conseguirem 
captar recursos no exterior. O que se quer esclarecer é que, 
naturalmente, o custo de capital não é o mesmo para todas as 
empresas. Fatores como o porte da empresa, o tipo societário, o 
mercado de atuação, a localização, o desempenho perante aos 
concorrentes, entre outros, influenciam o risco de cada negócio e, 
por conseguinte, a probabilidade de retorno dos investidores.
Para 
determinar 
quais 
investimentos 
são rentáveis, 
precisa-se de 
um ponto de 
referência do 
que vale a pena.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
049
Nesse contexto, um fator importante a se ponderar é que, via de regra, 
o custo do capital próprio excede o de terceiros. Isso acontece, pois 
as despesas financeiras – as quais compõem o valor despendido 
com a remuneração desses capitais –, não são dedutíveis do imposto 
de renda. De outro modo, os dividendos pagos aos proprietários – os 
quais representam o custo do capital próprio –, não têm esse tipo 
de “incentivo”. Obviamente, isso não é válido para todos os tipos de 
empresa. Para as pequenas empresas, por exemplo, cuja forma de 
tributação não prevê a dedução de despesas do imposto de renda, 
esse entendimento não se aplica (ANDRICH, 2014).
O capital de terceiros quando ingressa na empresa na forma de 
empréstimos ou financiamentos, geralmente possui prazos de 
resgate e remuneração previamente definidos, enquanto que os 
capitais próprios não têm a mesma preferência. Assim, caso falte 
dinheiro para o andamento do negócio, a empresa dará prioridade 
aos seus credores, em detrimento de seus acionistas.
Será que ficou claro? Para melhor entendermos o conceito de custo 
de capital, podemos analisar a seguinte situação: suponha que uma 
empresa tenha acesso ilimitado ao financiamento, a uma taxa de 
juros de 15% ao ano. Portanto, pelo que vimos, o custo de captação 
da empresa será de 15% ao ano e ela não aceitará nenhum projeto 
que tenha a taxa de retorno de capital inferior ao custo do capital 
financiado. Consequentemente, a empresa terá condições de liquidar o 
financiamento realizado e, além disso, obter lucros (REBELATTO, 2004).
 
O gestor financeiro terá o papel de reduzir o custo das fontes de capitais, 
trabalho que demanda, além de muitos dados e informações, capacidade 
para realizar cálculos muitas vezes complexos.
O custo do 
capital próprio 
excede o de 
terceiros, pois 
as despesas 
financeiras não 
são dedutíveis 
do imposto de 
renda.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
050
Custo do capital do capital próprio
É a taxa que mede o retorno esperado pelo investidor do seu capital 
investido, o qual seria passível de aquisição em outras aplicações de 
mesmo risco de mercado. 
O cálculo simples pode ser feito conforme segue:
Custo do capital próprio = (Dividendos / Patrimônio Líquido)
Exemplo: Se os dividendos recebidos pelos acionistas são de R$ 
12.000 e o capital próprio é de R$ 80.000, então o custo do capital 
próprio é de 15% (R$ 12.000 / R$ 80.000).
Custo da dívida
É a taxa de desconto que proporciona o custo atual para a empresa 
de obter recursos para financiamento de projetos. Em outras 
palavras, representa o custo com o capital de terceiros da empresa. 
As informações para seu cálculo podem ser extraídas por meio do 
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado.
Vejamos como funciona o cálculo:
Custo da dívida = ((Despesa financeira (1 – Imposto de renda)) / 
Financiamento), sendo que,
Despesa financeira = corresponde ao valor dos juros e/ou variação 
cambial relacionados com o financiamento contraído.
Financiamento = valor principal de qualquer tipo de financiamento 
em análise, geralmente empréstimos, de curto e de longo prazo.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
051
Exemplo: Uma empresa paga despesas financeiras anuais de R$ 
55.000 para um empréstimo de R$ 550.000 e o imposto de renda 
incidente é de 34%.
Então, o custo da dívida é de 7,26% ((R$ 55.000 (1 – 0,34) / 
R$ 500.000).
Custo Médio Ponderado do Capital 
(CMPC)
O Custo Médio Ponderado do Capital é a remuneração mínima 
exigida na alocação do capital, medido em função do capital próprio 
e do capital de terceiros.
Podemos calcular o custo dos capitais de terceiros empregados pela 
empresa ou o custo do capital próprio por meio de uma determinada 
taxa de retorno mínima exigida pelos proprietários ou acionistas. 
Mas, a definição do custo de capital, que abrange todas as origens 
de recursos da empresa, próprias e de terceiros, é mais relevante 
do que esses cálculos isolados. Apenas a soma de todos os custos 
de remuneração de capitais pode proporcionar ao gestor financeiro 
ou ao potencial investidor, o conhecimento de qual é a capacidade 
do empreendimento em foco de agregar valor, ou seja, de cobrir 
todos os seus custos financeiros e proporcionar aos investidores a 
remuneração esperada de seus capitais (ANDRICH, 2014).
Como a proporção de capitais próprios e de terceiros quase nunca 
é a mesma, assim como nem sempre são iguais às taxas de 
remuneração, o cálculo do custo total de capitais só pode ser feito 
de forma ponderada.
O cálculo do 
custo total 
de capitais 
só pode ser 
feito de forma 
ponderada.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
unidade 2
052
Verifique, a seguir, a fórmula utilizada para o CMPC:
CMPC = (Wa x Ka) + (We x Ke) em que,
Wa e We = proporção de fundos de terceiros e 
próprios na

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