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Análise de Investimentos Paula de Souza Michelon Paula de Souza Michelon Belo Horizonte Janeiro de 2017 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS COPYRIGHT © 2017 GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO Todos os direitos reservados ao: Grupo Ănima Educação Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros. Edição Grupo Ănima Educação Diretor Rogério Salles Loureiro Gerentes de Operações Denise Elisabeth Himpel Gislene Garcia Nora de Oliveira Coordenadora de Produção Carolina Alcântara de Araújo Lopes Parecerista Vaniria Ferrari Ilustração e Capa Delinea Tecnologia Educacional Equipe EaD Conheça a Autora Contadora, mestra em Contabilidade pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutoranda em Contabilidade (UFSC). Contadora do Instituto Federal de Santa Catarina. Trabalhou como tutora no Curso de Ciências Contábeis à distância na UFSC de 2013 a 2015. Atua como pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Controladoria, com ênfase nos seguintes temas: orçamento e orçamento de capital. Currículo Lattes da autora: http:lattes. cnpq.br/4324204678711922) http:lattes.cnpq.br/4324204678711922 http:lattes.cnpq.br/4324204678711922 Apresentação da disciplina VÍDEO NÍVEL DE ENSINO Graduação CARGA HORÁRIA 40h Olá! Seja muito bem-vindo à disciplina de Análise de Investimentos. Nosso principal objetivo com essa videoaula é apresentar a importância da análise de investimento. Vamos lá?! Decisões de investimentos são cruciais para a sobrevivência e sucesso das empresas, sobretudo no longo prazo. Requer uma série de estudos, ao longo dos quais, o projeto de investimento é apreciado. Os temas abordados terão como objetivo proporcionar a análise de investimentos, de modo a fornecer a você conhecimento necessário para que consiga responder às seguintes questões: • A empresa tem recursos para fazer o investimento X? • O investimento X é viável em termos econômico- financeiros? • Qual o risco de fazer o investimento X? Para isso, a literatura nos fornece uma ferramenta gerencial denominada orçamento de investimentos ou orçamento de capital. Essas ferramentas são destinadas a apreciar os projetos de investimentos que gerem benefícios para períodos maiores que um ano, ao proporcionar à empresa obtenção de receitas ou redução de custos futuros. Então, ao estudar as decisões de investimentos, vamos focar nos dois tipos mais comuns de projetos. Os projetos independentes e os projetos mutuamente excludentes. https://player.vimeo.com/video/193694599 Os projetos independentes são avaliados e apreciados de forma independente, pois não estão relacionados a outros projetos. Assim, a aprovação ou rejeição desses projetos é feita com base na análise do projeto, independente dos demais. Já os projetos mutuamente excludentes, ao contrário dos projetos independentes, estão relacionados à função dos demais projetos em análise. Nesse caso, podemos dizer que os projetos competem entre si e que a escolha por um implica na exclusão do outro. Por isso, é necessário que você tenha o conhecimento das fontes de financiamentos. Além disso, é preciso que você saiba analisar a viabilidade financeira e utilizar os métodos de análise de investimentos. Isso é fundamental no momento de tomar a decisão de investir. As fontes de financiamentos são maneiras de aquisição de fundos que costumam ser designadas para atender às necessidades de investimentos. Mas, essas fontes também para outras finalidades como aumento de capital de giro, novas instalações, atualização dos sistemas de informações, reformulação das estruturas de capital etc. As fontes podem ser de recursos próprios da empresa, quando a integralização de capital social, reaplicação dos lucros ou de recursos de terceiros externos à empresa, por exemplo, financiamentos bancários e debêntures. A análise de viabilidade econômica financeira deve ser realizada sempre que um novo projeto estiver em fase de avaliação. A relevância de saber realizar tal análise está em conseguir observar por meio de projeções, o potencial de retorno do investimento e, a partir disso, decidir se as premissas estão interessantes para aprovação do projeto ou não. As oscilações incertas do mercado exigem dos profissionais da área financeira conhecimentos profundos de análise de investimentos. Nesse sentido, vamos aprender a como utilizar os métodos para analisar as alternativas de investimentos existentes, de modo a atender às especificidades de cada empresa. Assim, vamos estudar os conceitos básicos em decisões de investimentos. Além disso, teremos a oportunidade de conhecer mais sobre fluxo de caixa, a análise de viabilidade financeira. Além desses que mencionamos e que influenciarão as decisões de investimentos em contexto de incerteza. Bom, por hoje ficamos por aqui. Até a próxima! UNIDADE 1 002 Tomando Decisões de Investimentos 003 Projeto de Investimentos – Conceito e Importância 005 Etapas do Projeto de Investimento 013 Respostas das Atividades de Fixação 025 UNIDADE 2 028 Financiamento de Projetos de Investimento 029 Fontes de Financiamento 031 Efeitos do Financiamento 047 Respostas das Atividades de Fixação 055 UNIDADE 3 057 Análise de Viabilidade Financeira 058 Viabilidade Econômica Financeira 060 Indicadores de Viabilidade Econômica Financeira 063 Análise a Partir do Fluxo de Caixa 079 Respostas das Atividades de Fixação 088 UNIDADE 4 090 Métodos de Análise 091 Métodos de Análise de Investimento 093 Decisão de Investimento sob Incerteza 105 Respostas das Atividades de Fixação 117 REFERÊNCIAS 120 Tomando Decisões de Investimentos • Projeto de Investimento Conceito e Importância • Etapas do Projeto de Investimento • Respostas das Atividades de Fixação Introdução Olá, aluno! Nesta unidade, iremos aprender o que você deve saber para tomar decisões de investimento. Vamos estudar a principal peça dessa decisão: o projeto de investimento, bem como seus tipos e etapas. A decisão de investir não é tão fácil quanto se imagina. Quantas vezes você já deve ter deixado de comprar algo para investir em outro que lhe seria mais útil? Ou que lhe era mais desejado? Para isso, você precisou economizar avaliar se valeria a pena abrir mão das outras compras, se aquilo lhe traria algum tipo de benefício. Isso parece fácil se pensarmos em pequenos itens, pequenas compras, pequenos valores. Quando a decisão envolve uma quantia maior, uma consequência em maior dimensão, a decisão toma outra proporção. Nas empresas, a decisão de investir está entre as mais importantes, pois costumam envolver uma significativa quantia de recursos e comprometimentos financeiros de longo prazo. Por isso, não é uma decisão que deve ser tomada repentinamente – ao contrário – deve ser a etapa final de uma série de análises, ao longo das quais o projeto de investimento finalmente será colocado em avaliação. Nesse sentido, o orçamento de investimentos – denominado na literatura financeira como orçamento de capital – é o processo que objetiva avaliar e selecionar investimentos de longo prazo que estejam alinhados com o planejamento estratégico da empresa, na busca da maximização de riqueza dos sócios ou a redução dos custos (FERREIRA, 2005). As empresas fazem investimentos de capital por vários motivos. Os mais comuns são a ampliação das operações, a substituição ou o aperfeiçoamento de ativos imobilizados e a obtenção de algum outro bem menos tangível no longo prazo. Gastos com ativos imobilizados correspondem a investimento de capital, mas a recíproca nem sempre é verdadeira. Um desembolso de R$ 40.000 por uma máquina nova, com vida útil de 10 anos, é um investimento de capitalque constaria do balanço patrimonial de uma empresa como ativo imobilizado. Já um desembolso de R$ 40.000, por conta de uma campanha publicitária que deva produzir benefícios, no longo prazo, também é um investimento de capital, todavia, raramente seria considerado como ativo imobilizado (GITMAN, 2012). O orçamento de capital envolve investimentos que decorrem de despesas de longo prazo, logo, vamos estudar projetos que compreendem despesas de capital. Isso não significa que as empresas não possam fazer projetos para despesas correntes. Ocorrem que a análise de um projeto requer recursos, tecnologia, pessoal capacitado e uma série de requisitos que não costumam compensar para um estudo de projeto de curto prazo. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 005 A maioria das empresas trabalha com recursos escassos e não consegue realizar tudo o que almeja. Essa conjuntura requer muita cautela no momento de tomar decisões acerca do destino do capital. Quando da análise de diversos projetos, deve-se estabelecer um padrão para compará-los (FRANCISO FILHO, 2014). Para Macedo e Corbari (2014), projeto é um conjunto de informações internas e externas à empresa, as quais são coletadas e processadas com o escopo de analisar as decisões de investimento. Por sua vez, os dados dessas informações integram os fatores fixos e servem de base para a combinação dos fatores variáveis de produção, com o propósito de obter um produto final resultante de combinação dos referidos insumos. Projeto de investimento pode ser conceituado como toda a aplicação de capital em um negócio com a finalidade básica de obtenção de receitas. Por conseguinte, a seleção de projetos deve ser realizada tendo-se em busca o plano de crescimento da empresa, além de considerar a existência de projetos rentáveis (CONSALTER, 2012). Quando a decisão de investir é tomada, deseja-se que os resultados estimados sejam motivantes, sobretudo porque envolvem recursos humanos, materiais e financeiros que precisam ser maximizados. Projeto de Investimento Conceito e Importância ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 006 Despesas correntes são aquelas de curto prazo, incorridas como despesas no exercício em que ocorrem, como por exemplo: aluguel, matéria-prima, salários, despesas administrativas, etc. Despesas de capital são as de longo prazo, debitadas gradualmente durante vários exercícios, como por exemplo: de despesas de capital: aquisição de uma nova máquina, ampliação da construção da fábrica, etc. QUESTÃO 1 - Assinale a alternativa que corresponde à despesa que representa um gasto corrente: a. Gasto com benefícios futuros superiores a um ano. b. Desembolso para a expansão do ativo circulante. c. Desembolso com expansão da fábrica. d. Troca da frota de veículos para depreciação em dez anos. e. Gasto para aquisição de software com vida útil de 5 anos. O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO O estudo de caso a seguir, evidencia a importância da realização de análise de investimento para a efetiva concretização de um projeto. Além disso, como ela deve ser combinada com outras informações. É viável a criação de uma faculdade? O estudo foi desenvolvido por meio de um projeto econômico-financeiro com o objetivo de criar uma faculdade que possa abranger a um custo acessível e com boa qualidade de ensino, a parcela de clientes que não é atendida pelas universidades públicas. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 007 Procurou-se identificar a região do estado de São Paulo, que poderia ser atrativa para investidores dispostos a investir neste projeto e aguardar a obtenção do retorno desse investimento. A motivação para a pesquisa foi o fato de que nos últimos anos, as universidades públicas não ofereceram vagas suficientes aos egressos dos cursos de ensino médio, existentes no estado de São Paulo. Escolheu-se a região metropolitana de Campinas, por ser polo econômico e possuir um PIB de aproximadamente 80 bilhões de dólares (9% do PIB brasileiro) no momento do estudo. Para verificar a possibilidade de aceitação do projeto, realizou-se um estudo de mercado, pelo meio do qual se verificou o interesse dos principais alvos, os concluintes do ensino médio. Afinal, é de interesse da população? Constatou-se que 68% deles tinham interesse em cursar uma faculdade e que 83% eram favoráveis a implantação de uma nova universidade. Posteriormente, pretendeu-se responder à questão: é possível atender as demandas existentes com a estrutura planejada? Para tanto, analisaram-se as necessidades do projeto e a área de localização escolhida. Tal etapa confronta se às necessidades da empresa em relação à matéria-prima, fornecedores, clientes e outras são atendidas pela estrutura planejada. Após a definição de uma estrutura que comporte a demanda da empresa, focou-se no estudo dos custos e das receitas. O projeto é viável? Nesse momento, foram utilizadas as ferramentas gerenciais de análise de investimentos. Os resultados encontrados apontaram que existe viabilidade, pois os retornos dos investimentos estão dentro dos limites aceitáveis, no cenário econômico-financeiro do ramo de atividade, no qual o projeto está inserido. O estudo de caso denota que um projeto não é posto em execução apenas por análise de um fator isolado. Não é apenas a demanda ou a oportunidade de mercado que torna o projeto viável. Existe uma série de etapas sequenciais que precisam ser realizadas e satisfatórias para a realização do projeto. Não só a demanda ou a oportunidade de mercado que torna o projeto viável. Ele não é posto em execução apenas por análise de um fator isolado. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 008 Fonte de pesquisa do estudo de caso: BELATTO, Daisy (Org.). Projeto de investimento. Barueri, SP: Manole, 2004. [Biblioteca Virtual]. QUESTÃO 2 - Os investimentos de capital envolvem apenas itens de imobilizado? Por quê? O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Características do projeto Você deve pensar e tratar um projeto como um todo, observando a interdependência entre os componentes que fazem parte deste, face à sua natureza de continuidade, pois geralmente as etapas e atividades associadas a um processo influenciam-se reciprocamente. Consequentemente, é importante considerarmos o desempenho simultâneo das etapas e características de cada projeto. As características básicas dos projetos são (MACEDO; CORBARI, 2014): • Temporariedade: são temporários, pois possuem início, meio e fim bem definidos, ou seja, seu período geralmente costuma ser conhecido, bem como seu prazo preestabelecido de acordo com os objetivos. O ciclo de vida de um projeto é caracterizado pela sua temporariedade, com início na geração da proposta até chegar ao trabalho de acompanhamento, que antecede seu término. • Individualidade são individuais para o propósito no qual foram elaborados. Em outras palavras, o bem ou serviço objeto do projeto ainda não foi realizado. Como o produto final de cada projeto é único, suas características precisam ser bem esquematizadas, de modo que sejam claramente ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 009 definidas as especificações dos bens ou serviços a serem desenvolvidos. Devido à individualidade, a alteração das especificações altera todo o desenvolvimento do projeto. • Incerteza: são incertos, uma vez que as possibilidades futuras são desconhecidas. Apesar de ser feita previsão completa, torná-la confiável o máximo possível pode ser extremamente complexo. Com o passar do tempo, as informações intrínsecas ao projeto vão aparecendo e, por conseguinte, reduzindo as incertezas. Tipos de projetos Os dois tipos mais comum de projeto são: projetos independentes e mutuamente excludentes. Os projetos independentes são aqueles cujos fluxos de caixa não estão relacionados ou independem um do outro.Os projetos mutuamente excludentes são aqueles que possuem mesma função e, consequentemente, competem entre si (FERREIRA, 2005). A seguir o infográfico apresenta três exemplos para projetos independentes e outros três para projetos mutuamente excludentes. Os projetos independentes e os mutuamente excludentes são os tipos mais comuns de projeto. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 010 FIGURA 1 – Comparação entre projetos independentes e projetos mutuamente excludentes Fonte: Elaborado pela autora. Audiodescrição: A Figura 1 demonstra a comparação entre projetos independentes e projetos mutuamente excludentes. Do lado dos projetos independentes, temos o projeto da troca da frota de veículos, em que a finalidade é melhorar a capacidade de entrega; temos o projeto expansão da fábrica no qual o objetivo é ampliar o negócio; e também, o projeto de aquisição de novo software para o setor de vendas, que têm como objetivo atualizar o sistema de vendas. Pode-se perceber que os três projetos possuem finalidades distintas, e que a aprovação de cada um não impacta na rejeição ou aprovação do outro. De maneira diferente, do lado dos projetos mutuamente excludentes, temos o projeto expansão da fábrica; temos o projeto de aquisição de empresa; e a contratação de outra empresa para a confecção de ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 011 seus produtos; sendo que para esses três projetos a finalidade é a mesma, ou seja, ampliar o negócio. Isso significa que se deve optar entre um projeto que melhor se adeque às condições da empresa. A imagem demonstra a comparação entre projetos independentes e projetos mutuamente excludentes. Do lado dos projetos independentes temos projetos com três finalidades diferentes: melhorar a capacidade de entrega; ampliar o negócio; e atualizar o sistema de vendas. Dessa maneira, a aprovação de cada um não impacta na rejeição ou aprovação do outro. Do lado dos projetos mutuamente excludentes temos o projeto expansão da fábrica; o de aquisição de empresa; e a contratação de outra empresa para a confecção de seus produtos; sendo que para esses três projetos a finalidade é a mesma, ou seja, ampliar o negócio. Isso significa que se deve optar entre um projeto que melhor se adeque às condições da empresa. QUESTÃO 3 - Projetos mutuamente excludentes são aqueles que têm os mesmos objetivos e competem entre si. A partir disso, assinale a alternativa que contém um projeto que é mutuamente excludente com o projeto de expansão da fábrica? a. Troca da frota de veículos. b. Aquisição de outra empresa. c. Aquisição de novo software para o setor financeiro. d. Instalação de ar condicionado na fábrica. e. Instalação de câmeras de segurança. O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Também, há na literatura a classificação de projetos contingentes. São projetos em que para atender um, é necessário que o outro, ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 012 também, seja executado, uma vez que eles se complementam e dependem um do outro para alcançar uma finalidade em comum (FRANCISCO FILHO, 2014). Por exemplo, os projetos de ampliação do maquinário e expansão do chão de fábrica, em que para conseguir instalar todos os novos maquinários é necessária a expansão do chão de fábrica. A disponibilidade de recursos para dispêndios de capital é o ponto- chave para a escolha da empresa, por um tipo ou outro de projeto. Se a empresa possuir recursos disponíveis para investimento, as decisões para aplicação de capital serão facilitadas. Pode-se dizer, que quanto maior a disponibilidade, menos limitada será a escolha, pois ela terá uma chance maior de execução de seus projetos. QUESTÃO 4 - O que é orçamento de capital? O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO De maneira geral, todos os projetos que ofereçam retorno superior a determinado nível estabelecido poderão ser aceitos. De outro modo, para as empresas que operam com restrição de capital, os recursos para investimento serão limitados a quantias previamente fixadas, no orçamento, e os projetos competirão dentro desse limite (FERREIRA, 2005). Orçamento de capital é uma tomada de decisão sobre um projeto de investimento de longo prazo, ser ou não merecedor de implementação. O orçamento de capital está, basicamente, relacionado com a justificativa para realização de suas despesas de capital. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 013 “Tipos de Projetos de Investimentos” Autora: Paula de Souza Michelon Etapas do Projeto de Investimento Existem diversas maneiras de se avaliar um projeto de investimento. Ao comparar as informações dos quatro projetos apresentados na tabela a seguir, qual você aprovaria para implementação e por quê? Faça a sua escolha e, posteriormente, veja os comentários. TABELA 1 – Escolhendo projetos de investimentos por observação A tabela apresenta quatro projetos, denominados 1, 2, 3 e 4. O investimento inicial representa quanto à empresa precisa investir para dar início ao projeto. O fluxo de caixa corresponde ao saldo de caixa gerado (entradas menos saídas) no primeiro e no segundo ano do projeto. PROJETO INVESTIMENTO INICIAL FLUXO DE CAIXA 1º ANO 2º ANO 1 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 - 2 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 4.000,00 3 R$ 20.000,00 R$ 14.000,00 R$ 12.000,00 4 R$ 20.000,00 R$ 16.000,00 R$ 10.000,00 Elaborado pela autora. Audiodescrição: A Tabela 1, apresenta a movimentação de fluxo de caixa em dois anos, para 4 projetos de investimentos distintos. Com base nessas informações, poderíamos comparar os projetos apenas com suporte na informação de fluxo de caixa, pois o investimento inicial é o mesmo de R$ 20.000,00. https://player.vimeo.com/video/193694670 https://player.vimeo.com/video/193694670 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 014 Os projetos 2, 3 e 4 possuem fluxo de caixa superior ao projeto 1, de R$ 24.000,00, R$ 26.000,00 e R$ 26.000,00, respectivamente. Ao compararmos o projeto 1 e 2, o projeto 2, seria preferível ao trazer fluxo de caixa, também, no segundo ano. Mas, o projeto 3 é melhor que o projeto 2 em termos do total de fluxo de caixa gerado, mas pior em termos de saldo positivo no primeiro ano. Nessa situação, você deve considerar qual a necessidade da empresa em relação a esse investimento: ter um fluxo total maior ou ter um retorno mais rápido? Os projetos 3 e 4, por sua vez, possuem o mesmo total de fluxo gerado nos dois anos. A diferença é que o projeto 4 é melhor, pois é possível reinvestir mais ganhos entre o primeiro e o segundo ano. Este exercício de comparação de projetos é interessante para sabermos que com apenas uma informação os projetos já podem se mostrar diferentes. Muitas dúvidas surgem quando pensamos em outras informações pertinentes à análise do projeto: mas e se o projeto 1 fosse o mais rentável? Se o projeto 2 fosse o mais urgente? E se o projeto 4 fosse o mais viável? Para esclarecer as dúvidas, vamos estudar as etapas da elaboração dos projetos de investimentos, para conseguirmos ter o máximo de subsídio possível, para tomar a decisão de investir. Segundo Ferreira (2005) e Gitman (2012), as etapas envolvem a geração de propostas, avaliação e análise, tomada de decisão, implementação e acompanhamento e estão correlacionadas. Vamos estudar, para entender cada uma delas. Geração de propostas Propostas são desenvolvidas em todos os níveis organizacionais e por diversos setores, mas ao final, são revistas pelo pessoal Propostas, ao final, são revistas pelo pessoal financeiro. As que exigem grandes desembolsos são submetidas a uma análise mais criteriosa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 015 financeiro. Aquelas que exigem grandes desembolsos são submetidas a uma análise mais criteriosa do que as mais modestas. Na proposta, deve conter o diagnóstico, o qual irá nos fornecer a realidade em que o projeto pretende ser inserido.O diagnóstico compreende o levantamento da situação atual, o que está ocorrendo em um determinado momento, devendo seu produto final conter as ações priorizadas, ressaltando que, para cada problema diagnosticado, haverá uma série de alternativas tecnológicas, de metodologias ou de ações de desenvolvimento que podem ser operacionalizadas. A partir da elaboração do diagnóstico é possível efetuarmos o prognóstico, o qual reflete a tendência, as finalidades e as pretensões a serem alcançadas, por meio do investimento que pretendemos iniciar. Supondo que não se modifiquem as expectativas rotineiras, tanto quanto aos instrumentos, quanto as formas de uso desses, durante o período considerado para a duração do projeto. Entre os principais problemas na elaboração do diagnóstico, podemos fazer menção à identificação básica daquilo que realmente se necessita e do período que convém analisar. Portanto, procure identificar e detalhar as informações que identifiquem a ideia basilar do que se pretende investir, além de determinar o período ideal para ser considerado na análise. Revisão e análise Realizam-se revisões e análises mais acuradas para avaliar a adequação e a viabilidade econômico-financeira das propostas. Ao fim da análise, um relatório resumido é submetido aos tomadores de decisões. Para a avaliação de projeto, existem na teoria financeira, inúmeras metodologias de avaliação, cada um informa ao gestor de projetos sobre determinado aspecto. Na proposta, deve conter o diagnóstico, e a partir dele é possível efetuar o prognóstico. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 016 De acordo com Consalter (2012), na etapa de análise, todos os fatores devem ser analisados de modo parcial, com o propósito de que cada um deles seja complemento aos demais. São exemplos desses fatores: mercadológicos, técnico, ambiental, administrativo, jurídico e econômico-financeiro. Apesar da etapa de análise parecer simples, ela requer uma série de estudos e pesquisas de fatores diferentes, os quais devem apresentar todas as informações relevantes para a tomada de decisão. Vamos entender o que são esses fatores e como podem ser analisados. • Fator mercadológico O potencial de mercado representa tanto o tamanho, o tipo do mercado atual, o favorecimento, quanto às projeções de crescimento para um algum produto ou serviço. Nesse fator, devemos apresentar a origem do produto a ser oferecido, suas aplicações, o mercado potencial, a importância desse mercado e o motivo que levou ao interesse de executar esse investimento. Devemos apresentar a situação atual, por exemplo, se for um produto, produção atual, a demanda nacional e/ou mundial e suas variações nos últimos anos, o interesse da população, além da tendência do mercado nos próximos anos. Devemos, ainda, embasar com as fontes das quais foram extraídos os dados apresentados (exemplo: IBGE, Receita Federal, FNDE, Ministério do Turismo, etc.). • Fator técnico Um aspecto importante para o sucesso de um investimento é que os elaboradores de projeto tenham parecer técnico. Os padrões técnicos apontados devem ser alcançados de acordo com o melhor conhecimento técnico possível. A etapa de análise requer uma série de estudos e pesquisas de fatores diferentes,que devem apresentar todas as informações relevantes para a tomada de decisão. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 017 Por exemplo, para a expansão da sede da empresa é necessário um parecer técnico da engenharia que demonstre que é possível executar o projeto nos moldes que se necessita e se pretende. O escopo do fator técnico é comprovar que nenhum problema de engenharia do projeto constitui impedimento à fabricação, a realização do projeto, pois os elementos desse componente fundamentam a base da elaboração dos cronogramas para a implantação do projeto. • Fator administrativo O fator administrativo compreende a estrutura organizacional que será necessária para a implantação e para a operacionalização do projeto. Isso, inclui o planejamento, o controle e a organização das atividades da empresa. Deve ser analisado com o propósito de atribuir eficácia às empresas por meio do alinhamento das decisões administrativas com a estratégia empresarial. • Fator jurídico Os aspectos jurídicos e legais possuem relação indireta com o projeto. O desenvolvimento de uma análise jurídica irá apontar o tipo de organização, as atribuições e benefícios da natureza societária da empresa, seus sócios, a participação acionária de cada um e o registro na junta comercial do estado em que a empresa está inserida. Nesse momento, também é feita a análise jurídica do próprio projeto, para saber se existe autorização legal para execução. Há certos tipos de construção, por exemplo, que requerem aprovação de viabilidade do órgão competente. • Fator ambiental Os gestores não podem deixar de analisar o caráter político-social e ambiental do projeto, pois além de inviabilizar, pode prejudicar O fator administrativo é responsável pelo planejamento, controle e organização das atividades da empresa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 018 seu retorno. São questões ambientais e sociais que devem ser consideradas: proteção ao consumidor, controle da poluição, assistência médica e social aos colaboradores e segurança e qualidade dos produtos e/ou serviços. A construção de uma fábrica ao lado de um rio, por exemplo, pode prejudicar toda a fauna e a flora de uma região. • Fator econômico-financeiro A análise econômica parte do princípio fundamental de que os recursos econômicos existentes são escassos. Nesta etapa, devemos realizar os cálculos sobre a eficiência econômica do projeto, bem como de seu respectivo financiamento. Trata-se de analisar os resultados que podem ser obtidos por meio de índices econômicos, como o valor presente líquido, a taxa interna de retorno, o índice de lucratividade e a realização custo-benefício, etc. Os itens que deverão ser apresentados e interpretados no fator econômico-financeiro são custos, receitas, fluxo de caixa e fontes de financiamentos necessários. Tomada de decisão As empresas habitualmente estimulam a tomada de decisões em investimentos de capital com base em limites de valor. De modo geral, é necessário obter autorização do conselho de administração, para dispêndios além de um determinado valor pré-estabelecido. Assim, decide-se pelo início ou rejeição da proposta. Além de fazer a identificação da proposta, o gestor do projeto precisa mostrar ao alto escalão da empresa que é um projeto importante e que merece ser aprovado. Os gestores devem analisar o caráter político-social e ambiental do projeto, pois além de inviabilizar, pode prejudicar seu retorno. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 019 Implementação Posterior à aprovação, os investimentos são realizados e os projetos, implementados. Os dispêndios em projetos de grande porte, muitas vezes, ocorrem por etapas. A ferramenta de fluxo de caixa é utilizada para comparar as entradas e as saídas de valores referentes ao projeto em determinado período. Acompanhamento Os resultados são monitorados e os custos e os benefícios comparados com as previsões. Poderá ser necessário tomar algumas providências, se os resultados efetivos forem diferentes dos projetados. Os projetos podem ser ajustados ou até mesmo encerrados. Mas, para cada decisão haverá uma consequência. É preciso avaliar o impacto de cada uma delas para a empresa. Cada etapa do projeto tem começo, meio e fim, cada qual com suas características e propósitos. Mas, a elaboração do projeto deve estar alinhada com as características de cada empresa, as condições conjunturais e com as habilidades e capacidades de seu elaborador. Logo, cada empresa e cada projeto são únicos, de modo que as etapas e os resultados não podem ser comparados a outrospor si só. Custo inicial Um passo importante para decidir se um projeto deve ser aceito ou rejeitado é a determinação de seu custo inicial (investimento inicial). O custo do investimento inicial representa o custo para dar início ao projeto de investimento. Tal informação pode servir de base para balancear o investimento inicial com os possíveis benefícios futuros, de maneira a definir se deve ser iniciado. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 020 Para determinação do custo inicial é necessário ter conhecimento dos dados: preço de aquisição; despesas adicionais; receita (se houver possibilidade de substituição) e despesa ou crédito do imposto sobre a venda (se houver). Para entendermos como funciona o cálculo do custo inicial de um projeto, faremos a simulação a seguir. Aprenda a calcular o custo do investimento inicial Para facilitar a organização do cálculo do custo, elabore uma planilha com as informações que você precisa. Vamos fazer uma simulação da substituição da troca da frota de veículos, uma vez que determinada empresa tem a finalidade de melhorar a capacidade de suas entregas. Primeiramente, verifique quanto será a receita de substituição, caso houver. Neste caso, a frota que havia sido adquirida há 5 anos por R$ 100.000,00 será vendida pelo valor de R$ 125.000,00. Os veículos sofrem depreciação de 10 anos, o que significa que a frota estava 50% depreciada. Neste caso, a venda por R$ 125.000,00 dos veículos que estavam registrados pelo valor líquido de R$ 50.000,00 (R$ 100.000,00 valor de aquisição – R$ 50.000,00 depreciação acumulada) gera um ganho de capital R$ 75.000,00. Nesse ganho de capital incide imposto de renda de R$ 8.500,00. Em seguida, apurem quais serão os custos de aquisição e as despesas adicionais para a execução do projeto. Nessa simulação, aquisição dos veículos novos terá como custo R$ 200.000,00 e frete de R$ 8.000,00. A Tabela 2 a seguir, apresenta os dados da simulação, de um lado as receitas iniciais e do outro as despesas iniciais. Ao confrontá-las encontra- se o custo inicial R$ 216.500,00 – R$ 125.000,00 = R$ 91.500,00. Neste caso, percebe-se que as despesas superam as receitas em R$ 91.500,00, que constitui o custo para iniciar a troca da frota de veículos. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 021 TABELA 2 – Cálculo do custo inicial RECEITAS DESPESAS Venda da frota antiga R$ 125.000,00 Aquisição de veículos novos R$ 200.000,00 Crédito de imposto sobre a venda com prejuízo da frota Frete R$ 8.000,00 Inspeção Manutenção Imposto sobre a venda com lucro R$ 8.500,00 Receita total R$ 125.000,00 Despesa total R$ 216.500,00 Fonte: Elaborada pela autora. Audiodescrição: A Tabela 2, apresenta um exemplo de receitas e dispêndios para cálculo do custo inicial A tabela para calcular o custo inicial compreende dois grupos de informações: o das receitas e o das despesas. Do lado das receitas deve-se colocar tudo o que será auferido com a realização do projeto. Você pode se perguntar: Quanto será o valor da venda da máquina? Ou quanto será o valor da venda do veículo? Se a venda resultar em prejuízo, ou seja, o valor de venda for menor do que o valor líquido registrado na contabilidade, há um crédito de imposto que será colocado junto à receita. Mas, se a venda resultar em um lucro, haverá um imposto, o qual deve ser somado junto às despesas. As despesas correspondem ao valor de aquisição e demais eventuais, como de inspeção, manutenção, etc. Na simulação da substituição da frota houve R$ 125.000,00 de receita com venda. Por outro lado, a aquisição dos veículos novos seria R$ 200.000,00. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 022 “Aprendendo a calcular o custo inicial” Autora: Paula de Souza Michelon QUESTÃO 5 - Qual das informações a seguir, que interfere diretamente no cálculo do custo inicial de um projeto de investimentos em imobilizado? a. Depreciação do bem a ser substituído. b. Empréstimos bancários já existentes. c. Disponibilidades financeiras. d. Capital Social. e. Número de ações ordinárias. O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Fluxo de caixa Incremental Após realizar o cálculo do custo inicial, você pode ter se perguntado: mas e se o projeto não apresentar uma boa previsão de entrada de caixa, como vou saber se esse custo inicial será pago? A partir de agora, vamos aprender a estimar os fluxos de caixa futuros, para prever se o custo inicial do projeto será pago. Para tanto, você deverá considerar o fluxo incremental de caixa. Mas o que é isso? É o fluxo de caixa adicional que a empresa irá receber acima do fluxo de caixa atual, posterior a aceitação do projeto. Daí o nome “incremental”, pois ele incrementa o fluxo de caixa. Vejamos o exemplo: suponha que no momento da etapa de tomada de decisão sobre o projeto de contratação de uma empresa, para https://player.vimeo.com/video/193694687 https://player.vimeo.com/video/193694687http:// ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 023 confecção de seus produtos, você verifica que o fluxo de caixa atual da empresa é de R$ 8.500,00. Se o fluxo de caixa ascender para R$ 10.000,00, após a implementação do projeto de contratação, o fluxo de caixa incremental corresponde a R$ 1.500,00. Assim sendo, apenas o valor R$ 1.500,00 é considerado como fluxo de caixa adicional, ou benefício gerado pelo projeto. Para entendermos como funciona o cálculo do fluxo de caixa incremental de um projeto, vejamos o Saiba Mais a seguir. Aprenda a calcular o fluxo de caixa incremental Para facilitar a organização do cálculo do fluxo, elabore uma planilha com as informações que você precisa, de acordo com as informações a seguir: • Calcule o lucro líquido incremental Lucro líquido incremental = Lucro líquido estimado da empresa (incluindo a aceitação do projeto) – Lucro líquido estimado da empresa (sem considerar a aceitação do projeto). • Calcule as economias de imposto provenientes da depreciação incremental Economias de imposto pela depreciação incremental = Alíquota do imposto x Depreciação incremental • Adicione ao Lucro incremental as economias originadas pela depreciação incremental Resumindo: Fluxo de caixa incremental = Lucro líquido incremental + Economias de impostos provenientes da depreciação incremental É possível perceber que precisamos saber o lucro estimado da empresa com ou sem considerar a aprovação de determinado projeto; a depreciação que será adicionada após a aceitação do projeto; além da economia de imposto incidente sobre essa depreciação. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 024 Desse modo, o fluxo de caixa incremental é a soma do lucro líquido incremental subtraído das economias de imposto incidentes sobre a depreciação adicional. Veja como funciona, fazendo junto o exemplo a seguir. O lucro líquido previsto para a Empresa X, nos próximos dois anos, é de R$ 300.000,00 e R$ 320.000,00. Os valores totais de depreciação previstos para cada um desses anos, na sequência, são R$ 80.000,00 e R$ 120.000,00. Em decorrência da aceitação de um novo projeto, os lucros líquidos previstos para os próximos dois anos são de R$ 330.000,00 e R$ 345.000,00; enquanto que as despesas totais previstas para a depreciação são de R$ 100.000,00 e R$ 140.000,00. Considere a alíquota de imposto em 30%. Diminua os lucros líquidos da empresa estimados sem a aprovação do projeto dos lucros líquidos previstos provenientes da aceitação do novo projeto: Ano 1: R$ 300.000,00 – R$ 330.000,00 = R$ 30.000,00 Ano 2: R$ 345.000,00 – R$ 320.000,00 = R$ 25.000,00 Encontre a depreciação incremental: Ano 1: R$ 100.000,00 – R$ 80.000,00 = R$ 20.000,00 Ano 2: R$ 140.000,00 – R$ 120.000,00 = R$ 20.000,00 Calcule a economia de imposto: Ano 1: R$ 20.000,00 x 0,3 = R$ 6.000,00 Ano 2: R$ 20.000,00 x 0,3 = R$ 6.000,00 Verifique o fluxo de incremental Ano 1: R$ 30.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 36.000,00 Ano 2: R$ 25.000,00 + R$6.000,00 = R$ 31.00,00 Como análise, pode-se constatar que os benefícios reais da aprovação desse novo projeto são de R$ 36.000, no primeiro ano, e de R$ 31.000,00 no segundo. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 025 Com posse dessas informações e, após o confronto com o custo inicial do projeto, será feita a tomada de decisão em aprovar ou abandonar o projeto. “Aprendendo a calcular o fluxo de caixa incremental” Autora: Paula de Souza Michelon “Resumo da Unidade” Autora: Paula de Souza Michelon QUESTÃO 1 - Resposta correta: B Justificativa da alternativa A: Incorreta. Os gastos de capital possuem expectativa de benefícios futuros superiores a um ano, ou seja, de longo prazo. Justificativa da alternativa B: Correta. O ativo circulante tem a característica de ser realizável dentro de um exercício, ou seja, no curto prazo. Justificativa da alternativa C: Incorreta. A expansão da fábrica constitui um projeto que tem durabilidade superior a um ano. Justificativa da alternativa D: Troca da frota de veículos para depreciação em dez anos. Justificativa da alternativa E: Incorreta. O software será amortizado num período superior a um ano. QUESTÃO 2 - Não. O orçamento de capital envolve projetos de investimentos de longo prazo que, pode ser imobilizado ou não. A aquisição de um software para o setor de vendas ou a contratação de uma campanha publicitária, apesar de não serem imobilizados da empresa, podem trazer benefícios para mais de um período. ATIVIDADES DE FIXAÇÃO RESPOSTAS https://player.vimeo.com/video/193694714 https://player.vimeo.com/video/193694646 https://player.vimeo.com/video/193694714 https://player.vimeo.com/video/193694646 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 026 ATIVIDADES DE FIXAÇÃO RESPOSTAS QUESTÃO 3 - Resposta correta: B Justificativa da alternativa A: Incorreta. A troca da frota de veículos tem finalidade diferente da expansão do negócio. Ela pode ser feita apenas para substituição dos veículos antigos. Justificativa da alternativa B: Correta. A aquisição de outra empresa também implica na expansão do negócio. Justificativa da alternativa C: Incorreta. A aquisição do software tem finalidade diferente da expansão do negócio. Ela tem impacto na sistematização do setor financeiro. Justificativa da alternativa D: Incorreta. A instalação de ar condicionado tem como finalidade o aparelhamento da fábrica e não a expansão do negócio. Justificativa da alternativa E: Incorreta. A instalação de câmeras tem como finalidade a segurança da empresa e não a expansão do negócio. QUESTÃO 4 - Orçamento de capital é uma ferramenta gerencial que tem por objetivo avaliar e selecionar investimentos de longo prazo que reflitam na maximização de riqueza dos sócios ou a redução dos custos futuros. QUESTÃO 5 - Resposta correta: A Justificativa da alternativa A: Correta. O valor da depreciação influencia no lucro ou no prejuízo do bem em substituição, o que pode gerar crédito ou débito de imposto. Justificativa da alternativa B: Incorreta. O valor de empréstimos bancários é um passivo já registrado, que não influencia no cálculo do custo inicial do projeto. Justificativa da alternativa C: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva em consideração as receitas e as despesas do projeto, sendo que as disponibilidades são ativos circulantes. Justificativa da alternativa D: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva em consideração as receitas e as despesas do projeto e o Capital Social faz parte do Patrimônio Líquido da empresa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 1 027 ATIVIDADES DE FIXAÇÃO RESPOSTAS Justificativa da alternativa E: Incorreta. O cálculo do custo inicial leva em consideração as receitas e as despesas do projeto. Financiamento de Projetos de Investimento • Fontes de financiamentos • Efeitos do financiamento • Respostas das Atividades de Fixação Olá, aluno! O financiamento de projetos de investimento está relacionado com a obtenção de recursos, os gastos para manter esses recursos, bem como os pagamentos previstos. Logo, vamos aprender quais são as fontes de financiamento existentes, bem como os efeitos do financiamento. Vamos começar! A obtenção de um financiamento deveria estar associada, especialmente, às necessidades de investimentos longo prazo da empresa. Mas, sabemos que nem sempre é o caso. Existem outras necessidades de recursos que podem ocorrer, como para aumentar o capital de giro, instalação de sistemas de informação, projetos de reestruturação organizacional, reformulação da estrutura de capital e etc. De acordo com Francisco Filho (2014), determinadas empresas apresentam oscilação no que se refere às vendas anuais. Isso acontece por instabilidade do ativo circulante. Em outras palavras, se as vendas de determinado produto crescem, os gastos acompanham tal crescimento; o oposto também ocorre – havendo redução nas vendas, há também redução nos gastos. O que você precisa entender é que parte do ativo circulante refere- se a uma fatia comprometida com o ciclo operacional da empresa, enquanto outras dizem respeito às oscilações desse ativo entre dois ou mais períodos de tempo. Por isso, para financiar as parcelas que são “permanentes” e as que são “sazonais”, o gestor carece de decidir entre recursos de longo ou curto prazo, conforme a política adotada pela administração financeira da empresa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 031 Fontes de Financiamentos Quando estudamos as fontes de financiamentos, referimo-nos muito a capital. No contexto em que estamos tratando, não estamos nos referindo exclusivamente ao capital circulante ou às disponibilidades do Balanço Patrimonial (dinheiro disponível em espécie ou em contas bancárias). Mais que isso, queremos abranger tudo o que a empresa possui de ativo, tal como bancos, estoques, veículos, máquinas, os quais podem ser indicados como um tipo de investimento de capital. Uma empresa pode recorrer a diversos tipos de financiamento, seja para suas operações, para execução de um novo plano ou produto, de curto ou longo prazo. Antes de estudar cada um deles, vejamos como as necessidades de recursos podem ser trabalhadas dentro das empresas, conforme mostra o Estudo de Caso a seguir. Estudo de caso: Qual a necessidade de financiamento da empresa? Pretende-se apresentar uma situação financeira de uma empresa, de modo que você aprenda a como identificar as necessidades de financiamento, bem como as estratégias. As necessidades de financiamento da empresa podem ser divididas em sazonal ou permanente, de curto ou de longo prazo. A necessidade de longo prazo constitui na obtenção dos recursos imperativos ao financiamento dos ativos permanentes mais a parcela permanente dos ativos circulantes da empresa. A necessidade de curto prazo diz respeito aos recursos designados para cobertura de ativos circulantes temporários, isto é, aqueles que costumam oscilar durante o ano, como estoques e contas a receber de clientes. Vamos aprender a identificar essas necessidades? Vejamos um exemplo com a utilização dos dados de necessidades de recursos da Cia. Devedora para o ano de 201X. As necessidades de financiamento de uma empresa podem ser divididas em sazonal ou permanente, de curto ou de longo prazo. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 032 A Tabela a seguir, expõe uma estimativa das necessidades de recursos de longo e de curto prazo da Cia. Devedora para o exercício de 201X. TABELA 4 – Necessidades de recursos da Cia. Devedora para 201X CIA DEVEDORA NECESSIDADES DE RECURSOS PARA 201X Mês Ativos circulantes (1) Ativos permanentes (2) Ativos totais [(1) +(2) ] (3) Necessidade de recursos de longo prazo (4) Necessidade de capital de giro [(3) - (4)] (5) Janeiro R$ 230.000 R$ 0 R$ 230.000 R$ 48.000 R$ 182.000 Fevereiro R$ 210.400 R$ 50.280 R$ 260.680 R$ 51.000 R$ 209.680 Março R$ 180.000 R$ 0 R$ 180.000 R$ 51.000R$ 129.000 Abril R$ 440.500 R$ 88.000 R$ 528.500 R$ 120.000 R$ 408.500 Maio R$ 370.000 R$ 0 R$ 370.000 R$ 113.450 R$ 256.550 Junho R$ 250.250 R$ 0 R$ 250.250 R$ 109.000 R$ 141.250 Julho R$ 270.000 R$ 100.030 R$ 370.030 R$ 78.000 R$ 292.030 Agosto R$ 265.000 R$ 0 R$ 265.000 R$ 86.700 R$ 178.300 Setembro R$ 290.110 R$ 0 R$ 290.110 R$ 93.090 R$ 197.020 Outubro R$ 320.960 R$ 120.000 R$ 440.960 R$ 110.900 R$ 330.060 Novembro R$ 312.110 R$ 0 R$ 312.110 R$ 105.300 R$ 206.810 Dezembro R$ 324.970 R$ 0 R$ 324.970 R$ 100.250 R$ 224.720 Média mensal R$ 88.891 R$ 229.660 Fonte: Adaptada de Ferreira (2005). Audiodescrição: A Tabela apresenta as necessidades de recursos da Cia. Devedora para 201X. Portanto, ela possui os valores de ativos circulantes, ativos permanentes, ativos totais, necessidades permanentes e necessidades de capital de giro para cada mês do ano. Os valores podem ser extraídos da demonstração do fluxo de caixa para o mesmo exercício. Necessidades permanentes de capital compreenderam a aquisição de equipamentos (atividade de investimento) e a amortização de empréstimos e o pagamento de juros. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 033 Necessidades de curto prazo incluíram aquelas decorrentes das atividades operacionais da empresa: pagamento de fornecedores de matéria-prima, pagamentos de aluguel, salários e impostos. Por meio dos valores apresentados nas colunas (4) e (5) na Tabela 1, podemos constatar que a necessidade de capital de giro da Cia. Devedora é bem superior à necessidade de capital permanente. Podemos perceber que a média demandada projetada para 201X, para recursos de capital de giro, apresenta um valor de R$ 229.660. Quanto à demanda por recursos de natureza permanente o valor médio é de $ 88.891. QUESTÃO 1 - Qual das alternativas abaixo apresenta uma necessidade permanente de capital? a. Salários b. Fornecedores de curto prazo c. Aquisição de equipamentos d. Aluguel e. Impostos sobre salários O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO A Tabela a seguir, demonstra a comparação de estratégias arrojadas e conservadoras utilizadas pela Cia. Devedora em 201X. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 034 TABELA 5 – Comparação das estratégias da Cia. Devedora para 201X CIA DEVEDORA COMPARAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS Mês Recursos totais Juros totais Arrojada Conservadora Variação % Arrojada Conservadora Variação % Janeiro R$ 293.641 R$ 304.363 -3,65% R$ 7.241 R$ 11.995 -65,65% Fevereiro R$ 395.416 R$ 410.229 -3,75% R$ 9.466 R$ 16.235 -71,51% Março R$ 464.783 R$ 482.383 -3,79% R$ 10.983 R$ 19.125 -74,13% Abril R$ 449.789 R$ 463.230 -2,99% R$ 13.999 R$ 18.358 -31,14% Maio R$ 276.930 R$ 285.718 -3,17% R$ 8.063 R$ 11.248 -39,50% Junho R$ 301.341 R$ 311.087 -3,23% R$ 8.618 R$ 12.264 -42,31% Julho R$ 259.224 R$ 268.490 -3,57% R$ 6.558 R$ 10.558 -60,99% Agosto R$ 305.460 R$ 316.592 -3,64% R$ 7.561 R$ 12.485 -65,12% Setembro R$ 311.430 R$ 322.799 -3,65% R$ 7.694 R$ 12.733 -65,49% Outubro R$ 463.712 R$ 478.278 -3,14% R$ 13.772 R$ 18.960 -37,67% Novembro R$ 342.808 R$ 355.427 -3,68% R$ 8.390 R$ 14.040 -67,34% Dezembro R$ 356.125 R$ 369.297 -3,70% R$ 8.665 R$ 14.596 -68,45% Média mensal R$ 351.722 R$ 363.991 -3,50% R$ 9.251 R$ 14.383 -57,44% Fonte: Adaptada de Ferreira (2005). Audiodescrição: A Tabela apresenta a comparação das estratégias da Cia. Devedora para 201X. Dessa maneira, apresenta os recursos totais e os juros totais em valores, ocorridos tanto na estratégia arrojada, quanto na conservadora em cada mês do ano. Além disso, evidencia a variação ocorrida entre as estratégias. A comparação das estratégias permite apontar que a demanda de recursos na estratégia conversadora é maior do que na estratégia arrojada em aproximadamente 3,5%. Entretanto, quando confrontamos os juros dos financiamentos, a estratégia conservadora apresenta juros superiores em 57,44% sobre a estratégia arrojada. A partir dos resultados analisados, pode-se dizer que a utilização de uma ou de outra estratégia dependerá do grau de certeza das projeções financeiras expostas. Cabe, porém, salientar que a administração da empresa deverá elaborar um plano estratégico, de modo a potencializar o emprego dos recursos necessários ao financiamento de suas atividades e maximizar o retorno do investimento feito pelos seus acionistas. Fonte de pesquisa do estudo de caso: FERREIRA, José Antonio Stark. Finanças Corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 035 Temos dois conceitos importantes para fixar: necessidade de longo prazo e necessidade de curto prazo. A necessidade de longo prazo constitui na obtenção dos recursos imperativos ao financiamento dos ativos permanentes mais a parcela permanente dos ativos circulantes da empresa. A necessidade de curto prazo diz respeito aos recursos designados para cobertura de ativos circulantes temporários, isto é, aqueles que costumam oscilar durante o ano, como estoques e contas a receber de clientes. O estudo de caso trabalha com questões muito comuns na administração financeira: “quanto à empresa tem de recursos para honrar com as de curto prazo”, “no longo prazo a situação irá melhorar?”, “em quais meses a empresa terá mais necessidades permanentes?”. No conteúdo de fontes de financiamentos, vamos estudar os financiamentos de curto prazo e de longo prazo. Financiamento de curto prazo Dentro de financiamentos de curto prazo, vamos aprender dois conceitos utilizados em administração financeira: o do capital de giro e o do Capital Circulante Líquido. Capital de giro Constantemente, os gestores das empresas discutem acerca das estratégias a serem adotadas na administração do capital de giro. Essas estratégias de financiamento de curto prazo podem ser tanto arrojadas como conservadoras, a depender da deliberação dos sócios da empresa. Gestores que optam pelas estratégias mais arrojadas, financiam as necessidades de capital de giro da empresa com recursos de curto prazo e as necessidades permanentes com recursos de longo prazo. Por outro lado, gestores que preferem empregar as estratégias mais conservadoras, recorrem a financiamentos de longo prazo para Em financiamentos, há a necessidade de longo prazo e a necessidade de curto prazo. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 036 a cobertura das necessidades de capital de giro da empresa, bem como para as necessidades permanentes de recursos. Na maior parte dos casos, o financiamento de longo prazo é mais oneroso se comparado ao de curto prazo, porque envolve um risco maior. Além disso, usualmente, a estratégia mais arrojada é mais lucrativa e mais arriscada (FERREIRA, 2005). O financiamento do capital de giro pode ocorrer por meio de ativos operacionais. Esse tipo de financiamento deriva das operações normais da empresa, enquanto os valores a pagar podem representar uma boa fonte de financiamento em curto prazo, a fim de possibilitar o aproveitamento de descontos financeiros, no caso de efetuar pagamentos de maneira prévia. Esses financiamentos são considerados não garantidos, porque de certo modo não exigem a dependência de determinados ativos como colaterais. Para ter um retorno eficaz no emprego desse método, Ferreira (2005) descreve que o gestor financeiro deverá considerar os seguintes aspectos: • Na situação de pagamento a prazo de duplicatas, os encargos cobrados pelo financiador (fornecedor, por exemplo) deverão ser menores do que um financiamento bancário por meio de capital de giro. • Na situação de desconto financeiro concedido para antecipação de pagamento, o desconto deve ser suficiente para cobrir o custo de financiamento da obrigação no passivo até o vencimento. • Custo de capital da empresa demarcará a taxa de juros que o gestor terá como limite para a tomada de decisão, por uma ou outra forma de captação de recursos. Ao decidir acerca daopção de utilizar ou não o desconto oferecido por um fornecedor, o gestor deve considerar adicionalmente o custo do não aproveitamento do desconto financeiro. As estratégias de financiamento de curto prazo podem ser tanto arrojadas como conservadoras, dependendo da deliberação dos sócios da empresa. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 037 O capital de giro está relacionado à administração dos ativos de curto prazo da empresa, como por exemplo: estoques de produtos, fornecedores e impostos de curto prazo e salários. Dessa maneira, requer um controle periódico em que se garantam os recursos necessários para a empresa continuar em funcionamento. Capital Circulante Líquido É comum encontrar gestores de grandes empresas que consideraram o valor do Capital Circulante Líquido para a tomada de decisão. Mas, afinal, como fazem isso? O Capital Circulante Líquido (CCL) é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes. Ao utilizar essa informação, os gestores, então, acreditam que quanto maior o CLL menor será o risco da empresa não conseguir honrar com as suas obrigações. E, ao contrário, quanto menor for o CCL, maior será a lucratividade da empresa e maior o risco dela não conseguir honrar com suas obrigações. Vamos aprender quais são os itens que compõem o Capital Circulante Líquido: contas a receber, estoques, fornecedores, impostos, fluxo de caixa e demais itens de curto prazo (circulante). Portanto, o capital circulante é composto de ativos que representam a parcela do investimento que circula diretamente ligado ao andamento dos negócios da empresa (FERREIRA, 2005). Pensemos na seguinte situação: a gestão eficaz dos itens que compõem uma empresa resulta em um CCL de 100%. Se o CCL é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes, ou seja, a parcela de ativos circulantes financiada por recursos originários de longo prazo, isto significa que para cada $ 2 de ativo circulante, ela possui $ 1 de passivo de circulante. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 038 Deve-se realizar uma análise das particularidades em cada um dos itens que fazem parte do ativo e do passivo circulante, de modo que a empresa não caia em “emboscadas” como: financiamento de clientes versus pagamento de fornecedores versus investimentos versus financiamento de insuficiência de caixa. Vejamos um exemplo prático de como você identificará o CCL de uma empresa. INFOGRÁFICO 1 – Circulante do Balanço Patrimonial da Cia. Econômica ATIVO CIRCU LANTE $: 2 PASSI VO CIRCU LANTE $: 1 O objetivo é fazer você identificar os valores de ativo e passivo circulantes, constante no Balanço Patrimonial de uma empresa, além de utilizar essa informação para a tomada de decisão. Qual o Capital Circulante Líquido de uma empresa? A Figura a seguir, apresenta os dados extraídos do Balanço Patrimonial da Cia. Econômica em 31 de dezembro de 201X. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 039 FIGURA 2 – Circulante do Balanço Patrimonial da Cia. Econômica CIA. ECONÔMICA CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 201X (R$ MIL) Ativo circulante Passivo circulante Caixa Aplicações financeiras Clientes Estoques R$ 55 R$ 10 R$ 78 R$ 57 Fornecedores Impostos a pagar Contas a pagar R$ 48 R$ 23 R$ 29 Total R$ 200 Total R$ 100 Fonte: Elaborada pelo autor. Audiodescrição: A Figura apresenta os dados extraídos do ativo circulante e do passivo circulante da Cia. Econômica em 31 de dezembro de 201X. Como podemos verificar, no exercício de 201X, a Cia. Econômica obteve um capital circulante de $ 200 mil, o que implica dizer que ela possui $ 2 de ativo circulante para pagamento de $ 1 de passivo circulante. Para a apuração de suas necessidades reais de recursos será indispensável à elaboração de um fluxo de caixa detalhado mensalmente e por dia, conforme gestão financeira da empresa. Precisa-se considerar também, que no exercício de 201X a Cia. Econômica sofrerá os efeitos dos financiamentos tomados em longo prazo, por exemplo. Financiamentos de longo prazo Os financiamentos de longo prazo de uma empresa costumam estar associados a projetos de investimento para as atividades operacionais. Na maioria das vezes, esses investimentos requerem mais recursos e dizem respeito a planos de expansão da empresa, como: construção de uma nova sede; aquisição de equipamentos, substituição dos existentes, com propósito de atender aos planos de expansão do negócio; desenvolvimento de infraestrutura; e obtenção de participação em fornecedores ou em clientes, para garantir contratos de fornecimento de insumos estratégicos para ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 040 produção (com objetivo de diminuir custos de produção) ou ainda garantir contratos de venda. Os financiamentos costumam abranger quantias significativas de recursos, e, por isso, contratos de empréstimo dessa natureza possuem cláusulas padronizadas e/ou cláusulas restritivas, as quais oferecem à instituição financiadora certas garantias quanto ao recebimento. Nesse sentido, Ferreira (2005) elenca quatro exemplos de cláusulas padronizadas e quatro de cláusulas restritivas: Cláusulas padronizadas: i) manutenção de registros contábeis satisfatórios em consonância com os princípios contábeis; ii) apresentação de demonstrações financeiras certificadas por empresa de auditoria externa; iii) certidões negativas de regularidade no pagamento de impostos e obrigações sociais; e iv) bom estado de conservação das instalações, máquinas e equipamentos, de modo a garantir a continuidade do negócio. Cláusulas restritivas: i) exigência da manutenção de um capital circulante mínimo; ii) proibição de qualquer cessão de contas a receber para geração de caixa; iii) restrições quanto à alienação de ativo permanente; e iv) restrições quanto a empréstimos subsequentes. Além das cláusulas restritivas e das padronizadas, é importante nos ater com certas peculiaridades que os gestores precisam observar nos contratos de financiamento de grandes quantidades. Vejamos alguns exemplos (FERREIRA, 2005): Pagamento do principal: em regra, as parcelas amortizadas periodicamente contêm o pagamento de parte do principal e pagamento dos juros incidentes sobre o capital emprestado. O pagamento atinente à parcela do principal significa a amortização do valor total emprestado. Os financiamentos costumam abranger quantias significativas de recursos, assim, contratos de empréstimo dessa natureza possuem cláusulas padronizadas e/ou cláusulas restritivas, ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 041 Empréstimo garantido: possui determinados ativos como garantia paralela, que podem ser o próprio bem financiado (máquinas, equipamentos, etc.) ou bens dos proprietários da empresa. Colateral: o tomador do financiamento precisa designar bens que serão dados como garantia do empréstimo, ou seja, determinado ativo a que o credor passará a ter direito legal, caso o tomador do empréstimo deixe de pagar alguma das parcelas do financiamento.Empréstimo não garantido: não possuem ativos como garantia colateral. Warrants (títulos de garantia): instrumentos financeiros que proporcionam aos detentores o direito de comprar certa quantidade de ações, a um preço estabelecido de conversão, dentro de certo período de tempo. É importante ressaltar que as operações de certos financiamentos, como, por exemplo, obtenção de máquinas e equipamentos, pode ser feitas por meio de créditos especiais junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Necessidades de capital ” Autora: Paula de Souza Michelon Tipos de financiamento Como vimos, uma empresa pode utilizar financiamentos para diversas finalidades, seja para sua infraestrutura, para a execução de produto, participação em fornecedores ou em cliente, etc. https://player.vimeo.com/video/193696428 https://player.vimeo.com/video/193696428ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 042 Agora, vamos estudar quais são os tipos de financiamento que as empresas recorrem para alcançarem esses objetivos (FRANCISCO FILHO, 2014): Leasing (arrendamento mercantil): direcionado para aquisição de máquinas, equipamentos e veículos. Nesse caso, a instituição financeira/empresa de leasing é proprietária do bem e possui este como garantia. Antecipação de recebíveis (desconto de duplicatas): o credor antecipa para o devedor os valores que tenha direito a receber de terceiros, geralmente a uma taxa de juros pré-estabelecida. Crowdfunding (arrecadação de recursos pela internet): utilizado para lançamento de novos produtos em que o criador do crowdfunding apresenta um projeto de seu produto ou serviço para o público e este faz doações ou aquisições antecipadas para torná-lo exequível. Microcrédito pequenos valores (normalmente de R$ 3 a R$ 5 mil): sem garantia real. Project financing (financiamento de projetos): destinado a grandes projetos, como a construção de novas fábricas, execução de grandes instalações, etc. Debêntures: são títulos de dívida emitidos por grandes empresas, comprados por investidores que recebem uma remuneração de acordo com a quantia investida. Também podem ser conversíveis, ou seja, podem ser convertidas em participação na empresa, conforme condições previamente determinadas. Investimento direto: financiamento feito a uma empresa em troca de participação na sociedade. Mútuo: tipo de contrato de empréstimo, normalmente feito entre partes relacionadas (sócios para a empresa). Uma empresa pode utilizar financiamentos para sua infraestrutura, para a execução de produto, participação em fornecedores ou em cliente, etc. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 043 Também é importante sabermos quais os principais financiadores das empresas: Bancos públicos comerciais: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Bancos públicos de investimento: BNDES e Banco do Nordeste. Bancos privados: HSBC, Itaú, Santander e Bradesco. QUESTÃO 2 - Qual é a principal diferença entre capital de giro e financiamento de longo prazo? O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO “Tipos de financiamento ” Autora: Paula de Souza Michelon https://player.vimeo.com/video/193696477 https://player.vimeo.com/video/193696477 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 044 QUESTÃO 3 - Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de financiamento que são títulos de dívida emitidos por grandes empresas, comprados por investidores que recebem uma remuneração de acordo com a quantia investida. a. Antecipação de recebíveis b. Financiamento a projeto c. Arrecadação de recursos pela internet d. Arrendamento mercantil e. Debêntures O gabarito se encontra no final da unidade. ATIVIDADE DE FIXAÇÃO Estrutura de capital A estrutura de capital de uma empresa é a combinação entre suas fontes de capital de terceiros e de capital próprio. Nessa área, é comum o gestor financeiro possuir duas principais inquietações: qual o montante que a empresa deve financiar? Qual é a fonte de recursos mais barata para a empresa? Ademais, o gestor também precisa decidir de que maneira e em que local conseguirá os recursos de que a empresa necessita. Cabe a ele definir as fontes de recursos e os tipos de financiamento. Mas quais são as principais fontes de recursos? Principais fontes de recursos O objetivo é fazer você conhecer quais são as principais fontes de recursos da estrutura de capital da empresa, de maneira que consigas identificar a forma mais vantajosa de captar recursos. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 045 A Figura abaixo, apresenta as principais fontes de recursos de acordo com os dados do Balanço Patrimonial. FIGURA 2 – Principais fontes de recursos APLICAÇÕES DE RECURSO ATIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PASSIVO Capital de terceiros Capital próprio Fonte: Elaborado pelo autor. Audiodescrição: A Figura 2 apresenta as duas principais fontes de recursos: capital de terceiros e capital próprio. A Figura apresenta as duas principais fontes de recursos: capital de terceiros e capital próprio. Como se vê, a figura nos reporta ao Balanço Patrimonial, de maneira que os recursos próprios são representados pelo Patrimônio Líquido, enquanto os recursos de terceiros representam o Passivo Exigível, de curto e longo prazo. Como o Patrimônio Líquido possui as fontes de recursos próprios, podemos citar como exemplos: recursos dos sócios; recursos dos acionistas; reservas de capitais; reservas de lucros e vendas de ativos. Podemos dizer então, que os capitais próprios representam os investimentos realizados diretamente pelos sócios e os recursos reinvestidos ou retidos, cuja origem é os resultados gerados pela própria empresa. Outra fonte importante de capital próprio, embora de caráter mais eventual, são as vendas de imobilizado ou direitos do ativo. Como o Passivo possui as fontes de recursos de terceiros, podemos elencar como exemplos: empréstimos bancários; encargos sociais; leasing, debêntures, fornecedores a pagar; financiamentos a pagar e salários a pagar. Até que os compromissos sejam liquidados, a empresa está se beneficiando dos lucros gerados pela utilização produtiva desses ativos, adquiridos por meio dos financiamentos. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 046 Para entender como funciona, vamos pensar na situação de uma empesa recorrer a financiamentos de longo prazo para aquisição de ativo imobilizado, como máquinas e equipamentos. Até que os compromissos sejam liquidados, a empresa está se beneficiando dos lucros gerados pela utilização produtiva desses ativos, que foram adquiridos por meio dos financiamentos. O mesmo raciocínio cabe para outros tipos de obrigações. Dessa maneira, se os salários, por exemplo, são pagos ao fim de cada mês, os funcionários estão “financiando” a empresa por meio da cessão de sua capacidade de trabalho (ANDRICH, 2014). Se a origem dos investimentos realizados em uma empresa é representada no Balanço Patrimonial pelo Patrimônio Líquido (capitais próprios) e pelo Passivo (capitais de terceiros), podemos concluir que as aplicações dos recursos são integralmente representadas pelas contas do Ativo Circulante e Não Circulante. A totalidade das origens (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido) é exatamente igual ao total as suas aplicações (Total do Ativo). Destarte, todas as aplicações têm, fundamentalmente, uma origem. Em outras palavras, podemos afirmar que tudo o que está ao lado direito do Balanço Patrimonial (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante + Patrimônio Líquido) financia o que está do lado esquerdo (Total do Ativo). Isso quer dizer que todos os recursos entram pelo lado direito e são investidos do lado esquerdo, sejam eles próprios (Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) (ANDRICH, 2014). Perante as opções de investimento disponíveis, compete ao gestor financeiro a atividade de avaliar quais as fontes menos dispendiosas para a captação de recursos, que garanta mais vantagem para a empresa. Há uma fonte de recursos de investimento denominada de “híbrida”, que como o próprio nome demonstra, é um composto ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 047 das duas alternativas expostas anteriormente. Caracteriza uma modalidade de financiamento que, repetidas vezes, tem a natureza de recursos de terceiros, mas com algumas particularidades de recursos próprios. Estão incluídas nessa categoria as debêntures conversíveis, os papéis comerciais de curtíssimo prazo, entre outros investimentos que possuem atributos de capital próprio e de terceiros. A principal característica jurídica dos recursos híbridos é serem preferidos pelos demais credores em caso de quebra, em razão da maior certeza de não dividir de forma proporcional o retornojudicial (FERREIRA, 2005). Vamos pensar no exemplo de uma debênture conversível, que é um instrumento típico de recursos de terceiros, pois não implica uma possível participação acionária. Caso ela seja conversível em ação, ela poderá ser caracterizada como recurso “próprio”, se pela conversão for realizada. Essa opção existe devido ao mercado de capitais, o qual é o canalizador dessa modalidade de financiamento, pois é por meio dele que os demais agentes são acionados. Efeitos do financiamento Mas como saber qual a melhor estrutura de capital? Existe uma estrutura ótima? Para entendermos os efeitos do financiamento, devemos entender os conceitos que estão relacionados a eles: custo de capital, custo do capital próprio, custo da dívida, custo médio ponderado do capital e custo de oportunidade. Custo de capital Custo do capital é a taxa mínima de rendimento exigida sobre o financiamento. Os recursos híbridos são preferidos pelos demais credores em caso de quebra, em razão da maior certeza de não dividir de forma proporcional o retorno judicial. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 048 Ao investir o dinheiro que você economiza, seu objetivo é obter o máximo de retorno possível. Por isso, para determinar quais investimentos são rentáveis ou não, precisa-se de um ponto de referência do que vale a pena ou não. Esse ponto de referência é a taxa requerida de retorno. No caso das empresas, o gestor precisa de um ponto de referência semelhante, ao decidir sobre projetos de investimentos. Esse ponto de referência é a taxa de retorno almejada pela empresa, conhecida como custo de capital. Então, para que um investimento seja considerado viável financeiramente, é indispensável que os lucros por ele gerados sejam suficientes para cobrir as expectativas de retorno das diversas fontes de recursos. Nessa perspectiva, quanto maior a diferença entre o retorno real do investimento e o custo do capital, melhor será a situação da empresa. O custo de cada fonte de financiamento é o de sua obtenção no momento em que ele é feito, após o imposto de renda, e não o custo histórico refletido nos financiamentos registrados na contabilidade da empresa (GITMAN, 2010). Como a oferta e o custo do investimento costuma estar relacionada ao risco do negócio, espera-se que as empresas mais estáveis, bem administradas e com as melhores expectativas de crescimento obtenham capitais a um custo mais baixo. Aliás, possuem vantagem as empresas de grande porte, pois têm acesso à emissão de debêntures e ações, além de conseguirem captar recursos no exterior. O que se quer esclarecer é que, naturalmente, o custo de capital não é o mesmo para todas as empresas. Fatores como o porte da empresa, o tipo societário, o mercado de atuação, a localização, o desempenho perante aos concorrentes, entre outros, influenciam o risco de cada negócio e, por conseguinte, a probabilidade de retorno dos investidores. Para determinar quais investimentos são rentáveis, precisa-se de um ponto de referência do que vale a pena. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 049 Nesse contexto, um fator importante a se ponderar é que, via de regra, o custo do capital próprio excede o de terceiros. Isso acontece, pois as despesas financeiras – as quais compõem o valor despendido com a remuneração desses capitais –, não são dedutíveis do imposto de renda. De outro modo, os dividendos pagos aos proprietários – os quais representam o custo do capital próprio –, não têm esse tipo de “incentivo”. Obviamente, isso não é válido para todos os tipos de empresa. Para as pequenas empresas, por exemplo, cuja forma de tributação não prevê a dedução de despesas do imposto de renda, esse entendimento não se aplica (ANDRICH, 2014). O capital de terceiros quando ingressa na empresa na forma de empréstimos ou financiamentos, geralmente possui prazos de resgate e remuneração previamente definidos, enquanto que os capitais próprios não têm a mesma preferência. Assim, caso falte dinheiro para o andamento do negócio, a empresa dará prioridade aos seus credores, em detrimento de seus acionistas. Será que ficou claro? Para melhor entendermos o conceito de custo de capital, podemos analisar a seguinte situação: suponha que uma empresa tenha acesso ilimitado ao financiamento, a uma taxa de juros de 15% ao ano. Portanto, pelo que vimos, o custo de captação da empresa será de 15% ao ano e ela não aceitará nenhum projeto que tenha a taxa de retorno de capital inferior ao custo do capital financiado. Consequentemente, a empresa terá condições de liquidar o financiamento realizado e, além disso, obter lucros (REBELATTO, 2004). O gestor financeiro terá o papel de reduzir o custo das fontes de capitais, trabalho que demanda, além de muitos dados e informações, capacidade para realizar cálculos muitas vezes complexos. O custo do capital próprio excede o de terceiros, pois as despesas financeiras não são dedutíveis do imposto de renda. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 050 Custo do capital do capital próprio É a taxa que mede o retorno esperado pelo investidor do seu capital investido, o qual seria passível de aquisição em outras aplicações de mesmo risco de mercado. O cálculo simples pode ser feito conforme segue: Custo do capital próprio = (Dividendos / Patrimônio Líquido) Exemplo: Se os dividendos recebidos pelos acionistas são de R$ 12.000 e o capital próprio é de R$ 80.000, então o custo do capital próprio é de 15% (R$ 12.000 / R$ 80.000). Custo da dívida É a taxa de desconto que proporciona o custo atual para a empresa de obter recursos para financiamento de projetos. Em outras palavras, representa o custo com o capital de terceiros da empresa. As informações para seu cálculo podem ser extraídas por meio do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado. Vejamos como funciona o cálculo: Custo da dívida = ((Despesa financeira (1 – Imposto de renda)) / Financiamento), sendo que, Despesa financeira = corresponde ao valor dos juros e/ou variação cambial relacionados com o financiamento contraído. Financiamento = valor principal de qualquer tipo de financiamento em análise, geralmente empréstimos, de curto e de longo prazo. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 051 Exemplo: Uma empresa paga despesas financeiras anuais de R$ 55.000 para um empréstimo de R$ 550.000 e o imposto de renda incidente é de 34%. Então, o custo da dívida é de 7,26% ((R$ 55.000 (1 – 0,34) / R$ 500.000). Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC) O Custo Médio Ponderado do Capital é a remuneração mínima exigida na alocação do capital, medido em função do capital próprio e do capital de terceiros. Podemos calcular o custo dos capitais de terceiros empregados pela empresa ou o custo do capital próprio por meio de uma determinada taxa de retorno mínima exigida pelos proprietários ou acionistas. Mas, a definição do custo de capital, que abrange todas as origens de recursos da empresa, próprias e de terceiros, é mais relevante do que esses cálculos isolados. Apenas a soma de todos os custos de remuneração de capitais pode proporcionar ao gestor financeiro ou ao potencial investidor, o conhecimento de qual é a capacidade do empreendimento em foco de agregar valor, ou seja, de cobrir todos os seus custos financeiros e proporcionar aos investidores a remuneração esperada de seus capitais (ANDRICH, 2014). Como a proporção de capitais próprios e de terceiros quase nunca é a mesma, assim como nem sempre são iguais às taxas de remuneração, o cálculo do custo total de capitais só pode ser feito de forma ponderada. O cálculo do custo total de capitais só pode ser feito de forma ponderada. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS unidade 2 052 Verifique, a seguir, a fórmula utilizada para o CMPC: CMPC = (Wa x Ka) + (We x Ke) em que, Wa e We = proporção de fundos de terceiros e próprios na
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