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DOENÇAS INFECTO CONTAGIOSAS NA ATENÇÃO BÁSICA

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Doenças Infectocontagiosas na Atenção Básica
AIDS
AIDS
ANDERSON LOPES MAIDANA
LIDIANE AP BERGHAHN MAIDANA
NATALIA CRISTINA G. RODRIGUES
PEDRO FELIPE GUARIN DA COSTA
 
Introdução
Quando e como foi descoberta ?;
O que é ?.
Como o vírus HIV se reproduz no organismo ?
Quais as formas de transmissão ?
Principais sintomas da fase aguda:
Período assintomático:
Vírus continua se replicando;
Há uma diminuição progressiva da imunidade;
Até que o organismo se torna altamente suscetível às infecções oportunistas > AIDS
AIDS no Brasil
Tratamento de supressão viral no Brasil
> Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) todos os medicamentos antirretrovirais;
 > Desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da carga viral;
> Atualmente o tratamento do HIV no Brasil é feito pelo medicamento Duplivir (fumarato de tenofovirdesoproxila + lamivudina).
Ação de prevenção da doença
Desde 2018 é ofertado pelo Ministério da Saúde a Profilaxia Pré-Exposição (PreP). (Disponível em 109 serviços de 90 municípios em 22 estados e no Distrito Federal).
Rastreamento da infecção pelo HIV
O rastreamento para a infecção pelo HIV deve ser feito nas seguintes situações: 
- Gestação (primeiro e terceiro trimestres); 
- Presença de outras doenças sexualmente transmissíveis;
- Tuberculose;
- Pessoas que apresentam manifestações clínicas compatíveis com infeção aguda ou tardia pelo HIV;
- Comportamento sexual de risco; 
- Uso de drogas injetáveis; 
- Pessoas que pedem para realizar o exame ;
 - Se o exame for feito em adolescentes, não é necessária a autorização ou presença dos pais.
Abordagem do profissional de enfermagem
Uma forma de abordar a possibilidade de infecção aguda pelo HIV com o paciente é dizer: 
Idoso: “Olha esses sintomas que senhor (a) tem geralmente são causados por um vírus, como o da mononucleose ou da gripe. Existem também alguns vírus menos comuns e que não podemos deixar passar. Um deles, especialmente em pessoas com maior risco, é o vírus do HIV. Posso fazer algumas perguntas para avaliar o seu risco para o HIV?”. ;
Gestante: “Estamos oferecemos para todas as mulheres grávidas alguns exames, incluindo testes rápidos para sífilis e HIV e aconselhamos fortemente que façam esses exames, pois, quando identificamos essas doenças cedo na gravidez, há formas de evitar que sejam transmitidas para o bebê. Você gostaria de realizar esses exames?” .
Usuários de Drogas: “Estamos recomendamos que todas as pessoas que já se injetaram drogas no passado realizem um exame para HIV, pois essa doença responde bem ao tratamento. Você já considerou a possibilidade de realizar esse teste?” 
Para paciente com diagnóstico de outra IST, p.ex.: herpes ou condiloma: “Como você apresenta uma doença que foi transmitida sexualmente, é possível que tenha sido exposto a outras doenças também transmitidas sexualmente, como HIV, sífilis e hepatites. Você quer realizar esses exames?” 
Abordagem do profissional de enfermagem
Abordagem do profissional de enfermagem
Jovens: “Temos visto um número muito grande de jovens da sua faixa etária com doenças que podem ser transmitidas sexualmente. Posso fazer algumas perguntas para ver se você apresenta risco para essas doenças?” 
Profissionais do sexo: “Como você não tem parceiro sexual fixo e nem sempre usa preservativo, é possível que esteja em maior risco para o HIV. Você já considerou realizar um exame para HIV?”
Teste rápido para o diagnóstico
Comunicação com o paciente
> Aconselhamento pré-teste:
De forma individualizada: a leitura do resultado pode ser feita pelo profissional na frente do paciente. (pode ser mais fácil para o profissional de saúde se preparar emocionalmente para informar o resultado caso ele seja positivo); 
De forma coletiva: Os pacientes devem obrigatoriamente aguardar o resultado na sala de espera (requer um preparo maior do profissional na comunicação).
Aconselhamento pós-teste
Como informar o resultado positivo de HIV
> Informar o resultado de forma direta e em tom neutro: Podemos dizer: “O seu resultado do HIV foi positivo. Isso significa que provavelmente em algum momento você foi exposto ao HIV.” Nesse momento, faz-se uma pausa para permitir resposta do paciente. Após assimilada a informação, continua-se da seguinte forma: “Para confirmar que você realmente tem a infecção, precisamos realizar um novo exame, que podemos fazer agora mesmo.”
> Abordar as preocupações do paciente e identificar as fontes de apoio emocional de que ele dispõe. Pode perguntar: “O que está passando pela sua cabeça agora?”, e “Quem poderia dar apoio enquanto você lida com essa situação?”, e concluir informando que: “É muito importante cuidar da sua parte emocional ao lidar com essa situação difícil”. 
 
> Elaborar um plano em curto prazo: Podemos questiona-lo: “O que você pretende fazer ao sair desta clínica?, Com quem pretende conversar a respeito?, Agora que você sabe que tem HIV, está preocupado com alguém em especial?”;
> Devemos como profissionais sempre ter em mente que a revelação diagnóstica não é um evento único e sim um processo individualizado, gradual e dinâmico.
Tratamento com antirretrovirais
O início da terapia antirretroviral (TARV) deve partir de uma decisão conjunta por parte do médico e da pessoa vivendo com HIV.
Critérios atualmente recomendados no Brasil para o início da TARV:
Critério epidemiológico: 
Todas as pessoas com HIV, independentemente da contagem de CD4;
 paciente fortemente motivado, com o objetivo de reduzir transmissibilidade;
Critérios clínicos Sintomáticos:
pacientes apresentando sintomas atribuíveis ao HIV, incluindo tuberculose ativa.
Critérios clínicos Assintomáticos: 
CD4 ≤ 500 células/mm3, todos os pacientes com CD4 ≤ 500 células/mm3, porém superiores a 350 células/mm3.
TARV
Critérios clínicos Assintomáticos: 
CD4 > 500 células/mm3, todos os pacientes com coinfecção HIV-HBV, considerar também nos seguintes casos:
Neoplasias não-definidoras de AIDS com indicação de quimioterapia ou radioterapia, Casais sorodiscordantes. Doença cardiovascular estabelecida ou risco cardiovascular elevado (escore de Framingham > 20%), Coinfecção HIV-HCV - Carga viral > 100 mil cópias/mL, para os critérios de doença cardiovascular estabelecida, risco cardiovascular elevado ou carga viral > 100 mil cópias/ mL:
TARV
Acompanhamento e monitoramento na atenção primária
> A frequência das consultas são variáveis, dependendo da fase do tratamento e do quadro clínico do paciente;
> O vínculo com o paciente deve ser fortalecido, oferecendo fácil acesso às consultas programadas e em demanda espontânea;
> Como o surgimento de sintomas agudos pode estar relacionado ao HIV, é importante que o cuidado ocorra sempre na mesma unidade de saúde;
> Caso o paciente faça uso de antirretrovirais, os efeitos adversos devem ser monitorados.
> Se o parceiro também tiver HIV, deve-se questionar sobre seu acompanhamento. Se o casal for sorodiscordante, deve-se questionar sobre e reforçar o uso regular de preservativo;
> O paciente deve ter fácil acesso ao preservativo em todas as unidades de APS;
>Se o paciente informar que não está tomando as medicações adequadamente, deve-se reforçar a adesão ao tratamento e repetir o exame em 3 meses;
> Se o paciente referir uma boa adesão ao tratamento e ainda assim a carga viral estiver detectável, deve- se encaminhar ao especialista.
Acompanhamento... 
Gestação Futura
"AIDS e gravidez"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/aids-gravidez.htm. Acesso em 04 de setembro de 2019.
Como atuar em questões que envolvam a gestação
> Aconselhar quanto à possibilidade de gestação futura e à importância de que ela seja planejada, para evitar transmissão do HIV;
> Acolher o desejo de gestação da mulher com HIV de forma empática, evitando juízo de valor;
> Verificar se a pessoa com HIV esta em uso de antirretroviral, com carga viral indetectável,CD4 elevado, sem outras doenças sexualmente transmissíveis em atividade e sem vaginose bacteriana, pois nessas condições, o risco de transmissão da doença é muito baixo;
> Para casais sorodiscordantes, pode-se considerar usar profilaxia pós-exposição após relação sexual desprotegida.
Que testes a gestante deve realizar no pré-natal?
- Nos três primeiros meses de gestação: HIV, sífilis e hepatites;
- Nos três últimos meses de gestação: HIV e sífilis;
- Em caso de exposição de risco e/ou violência sexual: HIV, sífilis e hepatites;
- Em caso de aborto: sífilis;
Os testes para HIV e para sífilis também devem ser realizados no momento do parto, independentemente de exames anteriores. O teste de hepatite B também deve ser realizado no momento do parto, caso a gestante não tenha recebido a vacina. 
 
Como atuar em questões que envolvam a gestação
E se o teste for positivo para o HIV durante a gestação?
- As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda gestação e, se orientado pelo médico, também no parto. O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança;
- O recém-nascido deve receber o medicamento antirretroviral (xarope) e ser acompanhado no serviço de saúde. Recomenda-se também a não amamentação, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno
Demais riscos provocados pelo Virus
> Aumento do risco cardiovascular;
> Necessidade de rastreamento anual do câncer de colo uterino, uma vez que a imunossupressão acelera a evolução das lesões precursoras para câncer invasivo;
> Predisposição a depressão e transtorno de ansiedade generalizada.
Promoção e educação em saúde
> Priorizar atividades em grupo ou ações de promoção da saúde realizadas na comunidade, focando na promoção da sexualidade saudável, em comportamentos de risco e na orientação sobre o uso correto de preservativos;
> As orientações devem ser enfatizadas aos indivíduos que apresentam comportamentos de risco;
>As informações devem ser transmitidas a partir das necessidades e dúvidas do paciente, evitando longas explanações padronizadas e distantes da sua realidade. Ao final de cada informação nova, deve-se verificar a compreensão por parte do paciente;
> O fornecimento de materiais informativos são extremamente úteis.
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria em Vigilância em Saúde, Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para profilaxia antirretroviral pós-exposição de risco à infecção pelo HIV. Acessado em 01 de setembro de 2019.
2. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria em Vigilância em Saúde, Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV. Acessado em 01 de setembro de 2019.
3. HIV e Aids. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. HIV/Aids na Atenção Básica: material para profissionais de saúde e gestores. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Acessado em 04 de setembro de 2019

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