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Monografia Sistema Prisional Brasileiro e o Estado inconstitucional de coisa

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS 
CURSO DE DIREITO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
EDILÉIA GONÇALVES DE MACEDO
CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
2019.
EDILÉIA GONÇALVES DE MACEDO
CRISE DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
Relatório parcial de pesquisa apresentado à coordenação do Curso de Direito da Universidade São Judas, como requisito parcial para a continuidade das atividades de pesquisa necessárias à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, o qual é requisito parcial para obtenção do diploma de Bacharel em Direito.
ORIENTADOR: LUIZ ROBERTO CICOGNA FAGGIONE
SÃO PAULO, SETEMBRO DE 2019.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO.................................................................................................................07
2OBJETIVOS......................................................................................................................08
2.1 Objetivos Gerais............................................................................................08
2.2 Objetivos específicos....................................................................................09
3HIPÓTESE........................................................................................................................09
4JUSTIFICATIVA..............................................................................................................09
5MÉTODO...........................................................................................................................09
6DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................11
6.1 ORIGEM DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO.................................................11
6.2 EVOLUÇÃO DA PENA DE PRISÃO...........................................................................12
6.3 SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO.........................................................................13
6.4 LEI DE EXECUÇÃO PENAL........................................................................................14
6.5 ESTADO DE COISA INCONSTITUCIONAL..............................................................18
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................29
RESUMO
Seguindo o que foi traçado no plano de trabalho quando da ocasião do inicio da pesquisa, as atividades a matéria de TC deverão proporcionar além do auxilio/orientação aos alunos de graduação no curso de direito nas suas diversas etapas, a formação acadêmica dos mesmos no campo de pesquisa dentro do tema abordado.
Assim foi definida como temas delimitativos, a realidade do sistema prisional Brasileiro. Passando por todos os períodos e seus diferentes tipos de sanções até o presente momento, apresentando a história do nosso direito punitivo e o aparecimento da pena privativa de liberdade, diante do estado de coisas inconstitucionais que influem no sistema prisional brasileiro, bem como a análise jurisprudencial que envolve os sistemas prisionais.
Os reflexos do Estado de Coisas Inconstitucionais na legislação e na jurisprudência vêm aumentando, para que possa assegurar que os Direitos fundamentais inerentes às pessoas estão sendo aplicados, e garantidos.
Palavra chave: Lei de Execuções Penais, Constituição, Pena privativa de liberdade, Penitenciária.
SUMMARY
Following what was outlined in the work plan at the time of the beginning of the research, the activities related to TC should provide beyond the assistance / guidance to undergraduate law students in its various stages, their academic training in the field. of research within the theme.
Thus was defined as delimiting themes, the reality of the Brazilian prison system. Going through all the periods and their different types of sanctions to date, presenting the history of our punitive law and the appearance of the deprivation of liberty, in the face of unconstitutional state of affairs that influence the Brazilian prison system, as well as jurisprudential analysis that involves the prison systems.
The reflections of the unconstitutional State of Things in law and jurisprudence are increasing so that it can ensure that the fundamental rights inherent in people are being enforced and guaranteed.
Keyword: Penal Executions Law, Constitution, Penalty deprived of liberty, Penitentiary.
INTRODUÇÃO
O Presente relatório individual de pesquisa compreende as atividades desenvolvidas no decorrer do período relativo à monografia de Crise do Sistema Prisional Brasileiro e o Estado de Coisas inconstitucional e aos resultados obtidos.
Durante o período referente a requisito parcial para a continuidade das atividades de pesquisa necessárias à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso I, qual seja, 25 de fevereiro até a presente data, iniciei a busca pelo tema a ser abordado, escolhendo o tema já descrito inicialmente, da qual abrange as matérias de Direito Penal, Processo Penal e Direito Constitucional.
É notório que o Sistema prisional brasileiro, vem sendo notado no meio acadêmico e pela sociedade, tem sido debatido quanto a sua importância enquanto base para mudança, ou seja, para ressocialização.
Diante do exposto, o presente pretende analisar e discutir a problemática entre o Sistema prisional Brasileiro e o Estado de coisas inconstitucional, nitidamente em um ambiente em que um por vários motivos vem deixando de aplicar a líndima dos direitos fundamentais em uma tentativa frustrada de reincerir um cidadão a sociedade, e outro que ainda que este condenado não esteja inserido na sociedade tem os seus direitos resguardados e assegurados Constitucionalmente.
Foi utilizada quanto à natureza, pesquisa qualitativa; quanto aos objetivos, exploratória e descritiva e, quanto ao método, dedutivo; quanto ao tipo, bibliográfica com base em livros e artigos científicos de áreas afins.
METODOLOGIA
A pesquisa, segundo uma abordagem interdisciplinar, adotou o método de pesquisa Doutrinária e Jurisprudencial, possibilitando a construção do objeto de conhecimento, segundo diversos campos, no caso, especialmente o do Direito Penal e o Constitucional.
A pesquisa nos principais Tribunais, no intuito de identificar decisões representativas e elaboração de argumentos embasados nas palavras chaves pesquisadas, com o levantamento no site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Recorte Espacial: TJSP
Recorte Temporal: 1988 a 2019.
Exemplos dos dados sistematizados para análise:
Palavra Chave: Sistema Prisional, Custodiado, Constituição Federal, LEP.
 OBJETIVOS
Objetivo Geral.
A monografia que será apresentada refere-se ao Sistema Prisional Brasileiro e os desafios do Estado de Coisas Inconstitucional. Tem-se como objetivo, apresentar um parâmetro constitucional de garantia e a sua aplicação por meio das leis infraconstitucionais, diante do Sistema prisional Brasileiro e da atuação do Estado.
Apresentar historicamente o Sistema Prisional Brasileiro, sua origem e o seu desenvolvimento por meio da aplicação das penas restritivas de liberdade.
.
Objetivo Específico.
Objetivo específico é demonstrar o Estado de coisa inconstitucional, e o Sistema Prisional Brasileiro.
Promover a devida responsabilização pelo apenamento, diante das medidas que são aplicadas na tentativa de uma ressocialização.
Apresentar quais são as formas de apenamento para os infratores, quais são os limites destas penas.
Delimitar as funções assumidas pela Constituição Federal na promoção da dos direitos no Sistema prisional Brasileiro.
HIPÓTESES
Como funciona o Sistema Prisional Brasileiro, frente aos desafios do Estado de Coisas inconstitucional?
JUSTIFICATIVA
É notório a muitos que o sistema penitenciário brasileiro tem, nos últimos anos, sido debatido e vem ganhando notoriedadeno meio acadêmico, sistema prisional do Brasil tem apresentado um grande desgaste com o passar dos anos e nos dias atuais chegou a um ponto precário com número de presos muito maior do que o de vagas, assim este problema deixou de ser apenas uma preocupação do Estado e passou a ser de toda a Sociedade, tornando assim este tema e a discussão dele um desafio de informar e instruir toda uma sociedade.
PREVISÃO DE PUBLICAÇÃO DA PESQUISA
Além de Trabalho de Conclusão de Curso, a monografia pode ser publicada como um livro, em uma revista eletrônica ou ainda ser utilizado para apresentação em seminários e/ou palestras, na qual dá maior visibilidade ao trabalho de pesquisa e o Autor.
6 - ANÁLISE CIENTÍFICA 
6.1 ORIGEM DO SISTEMA PRISIONAL.
A aplicação de uma pena restritiva de liberdade e tantas outras, não surgiram a pouco tempo, desde a antiguidade, a ideia de encarceramento vem para suprir a sensação de vingança, tempos depois passou-se a ideia de ressocialização.
Surgindo como aplicação de medida cautelar, para assegurar que o acusado, não fosse fugir da investigação, na qual era realizada mediante tortura, na qual a pena aplicada a época era a morte.
Na antiguidade a ideia de encarceramento era fixada no sentido de vingança, moral ou imposta pela religião. Entre as forma de punir o infrator está em excluí-lo da convivência de seu grupo, de sua família, para que este não viesse a influenciar os demais (Gomes, Efigênia Paulo – 2017).
Aqueles que estavam presos, não tinham um local específico para ficarem até que sua sentença fosse decretada, estes permaneciam em locais sem estrutura para encarceramento, como exemplos torres e conventos abandonados.
Na antiguidade os infratores eram mantidos encarcerados até que saísse o julgamento a eles serem impostos, penas que naquele período era destinado ao castigo físico, os infratores eram tratados de maneira desumana, passando por torturas e humilhações, onde foi citado por Bittencourt (2011 pg. 28) usando como exemplo o “Código de Hamurabi”.
As primeiras prisões surgiram na idade média à prisão de Estado como o objetivo de impor medidas cautelares, para aqueles que eram considerados inimigos da Realeza, a prisão Eclesiástica era praticada pelo Clero, aqueles que não aceitavam e não praticavam o que estes impunham, assim eram detidos e sentenciados, muitas vezes sofriam até tortura para confessar seus crimes.
6.2 EVOLUÇÃO DA PENA DE PRISÃO
Para compreender a evolução das penas e a sua origem, é importante conceituar o que significa a palavra prisão, não somente como o termo de local onde se cumpri penas, para alguns doutrinadores a prisão:
A privação da liberdade, tolhendo-se o direito de ir e vir, através do recolhimento da pessoa humana ao cárcere. Não se distingue, nesse conceito, a prisão provisória, enquanto se aguarda o deslinde da instrução criminal, daquela que resulta de cumprimento de pena. Enquanto o Código Penal regula a prisão proveniente de condenação, estabelecendo as suas espécies, forma de cumprimento e regime de abrigo do condenado, o Código de Processo Penal cuida da prisão cautelar e provisória, destinada unicamente a vigorar, enquanto necessário, até o trânsito em julgado da decisão condenatória. [Guilherme de Souza Nucci (2012, p. 606) ].
O código Penal é um regulador a prisão, provisória ou definitiva, definindo as formas de cumprimento de pena, e formas de cumprimento do regime, definindo “prisão”, como regime de abrigo do condenado.
(...) a privação da liberdade de locomoção determinada por ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante delito. [Fernando Capez (2010, P. 296)].
Para o Doutrinador Renato Brasileiro de Lima (2012, p. 1168), a “Prisão”, deve ser entendida como privação de liberdade de locomoção, na qual se dá o recolhimento do acusado ao cárcere, assim:
A prisão deve ser compreendida como a privação da liberdade de locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei. [Renato Brasileiro de Lima (2012, p. 1168)]
Foi no Brasil, em meados do Século XIX, que iniciou-se o surgimento de prisões com celas individuais e oficinas de trabalho.
O Código Penal de 1890 possibilitou o surgimento de novas medidas de prisão, e deixou de aplicar as penas perpétuas e coletivas que até então eram aplicadas, definindo apenas como medidas a serem aplicadas, as penas restritivas de liberdade individual e com penalidade máxima de 30 (trinta) anos.
Ainda foram definidas as penas de reclusão, prisão com trabalhos obrigatórios e a prisão disciplinar, para a aplicação das penas privativas de liberdade, foram utilizados três sistemas como base, o Sistema de Filadélfia (ou celular), o de Auburn (silent system) e, por fim, o sistema Progressivo (inglês ou irlandês).
6.3 SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
No Brasil o Sistema Prisional, vem entrando em conflito com a dignidade da pessoa humana, pois a realidade vivida pelos condenados vem sendo questionada pelas organizações protetoras dos Direitos Humanos.
A superlotação nos presídios vem, impedindo que os presos possam cumprir as suas penas de forma digna, o Brasil vem aplicando a pena de prisão como a inicial alternativa para a resolução de conflitos penais.
Segundo Oscar Villena VIEIRA (2008, p. 207):
São as desigualdades sociais “que causam a invisibilidade daqueles submetidos à pobreza extrema, a demonização daqueles que desafiam o sistema e a imunidade dos privilegiados”, minando assim o próprio Estado de Direito e a observância das leis, (2008, p. 207).
A Discussão sobre os direitos humanos, o princípio da dignidade humana, direitos individuais e coletivos, estão sempre em conflito com o sistema prisional brasileiro e os presos.
A visão dos direitos humanos como paradigma para coibir as desigualdades, e os sistemas prisionais brasileiro assim alguns doutrinadores também entendem:
Mesmo essa visão de garantia dos direitos humanos sendo um tanto mais palpável, ainda se configura como um dever ser, pois na contraditória realidade nem todos podem desfrutar desses direitos, existindo uma verdadeira violência estrutural que afeta sua satisfação (BARATTA, 2004, p. 334 – 338).
Os direitos humanos podem exercer vários tipos de funções, uma delas é atuar como limitação do poder do Estado de punir, assim limitando as condições da punição nos sistemas prisionais, da tutela penal, podendo limitar a criação de leis e suas aplicações.
Assim, os direitos humanos e a dignidade humana têm uma tarefa muito importante, para limitar o poder de punir do Estado, servindo de critério para a critica ao superencarceramento brasileiro.
6.4 LEI DE EXECUÇÃO PENAL
A Lei de Execução Penal é um mecanismo de cumprimento da pena e de sua Execução, na qual esta com os indivíduos encarcerados de um lado e o Estado de outro, a LEP trás tantos direitos quanto obrigações, conhecida também como Lei 7.210 de 11 de julho de 1984, tratando do direito do reeducando durante a sua permanência no Sistema Penitenciário Brasileiro e a sua reintegração á sociedade.
Para entender a aplicação da Lei de Execução Penal, precisa-se entender a esfera criminal, e nesta esfera é possível que alguém seja preso cautelarmente, mesmo que ainda não exista sentença condenatória transitada em julgado.
Neste sentido, ainda que o acusado seja inocente, afinal não foi ainda condenada, a restrição de liberdade é essencial para a defesa dos interesses coletivos, para manter a ordem pública, na prisão preventiva.
O Termo prisão cautelar é um sinônimo de cuidado, uma forma de preservação, é o único meio de proteção para a prisão desse indivíduo, entendido como preso provisório. 
A Execução Penal traz três tipos de prisões cautelares, a prisão em flagrante nos artigos 301 ao 310 do CPP, a prisão preventiva prevista nos artigos 311 ao 316 do CPP, e a prisão temporária da Lei 7.960 de 1989.
Atualmente,os acusados em razão de prisão em flagrante não permanecem presos, após declarada a voz de prisão, deve ser lavrado auto de prisão como descreve o artigo 301 do CPP, em até vinte e quatro horas, após a realização da prisão, o auto deverá ser encaminhado ao juiz competente conforme artigo CPP, art. 306, § 1º, que decidirá pela decretação da prisão preventiva, ou pela concessão de liberdade provisória, ou ainda pelo relaxamento da prisão em flagrante, quando esta for considerada ilegal, conforme o artigo 310 do CPP.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
O Maximo que alguém poderia permanecer preso por meio do flagrante é o prazo de 24 horas, que é o prazo utilizado para a lavratura do APF e para ser encaminhado para o juiz. Assim a LEP não é a regra aplicável ao preso provisório em razão do flagrante.
Assim quanto a função da LEP, dispõe o seu artigo 1° que:
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
A lei diz que seu objetivo é a execução da pena e a reintegração á sociedade daquele indivíduo que foi punido por uma sansão penal, efetivar os principios e a aplicação inerentes as penas de prisão, que deveriam garantir esta reintegração social.
No mais como em outras esferas do direito a execução vem para efetivar o que dispõe a sentença condenatória, ainda que esta seja em referência a decisões interlocutórias.
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. EXECUÇÃO DA PENA. LIMITAÇÃO DO DIREITO DE A AGRAVANTE VISITAR SEU CÔNJUGE NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. ARTIGO 41, X, DA LEP. RESTRIÇÃO DO DIREITO PELO DIRETOR DO ESTABELECIMENTO PENAL. ARTIGO 41, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEP. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SEGURANÇA E GARANTIA DA ORDEM NA UNIDADE PRISIONAL. LEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO.
 1. Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição Federal remédio jurídico expresso, o recurso ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Constituição da República, a impetração de novo habeas corpus em
caráter substitutivo escamoteia o instituto recursal próprio, em manifesta burla ao preceito constitucional.
 2. Inexiste, no caso, flagrante ilegalidade ou abuso de poder a justificar eventual concessão da ordem de ofício, sobretudo porque, nos termos do art. 41, parágrafo único, da Lei de Execuções Penais, o ato do Diretor do estabelecimento penal que suspendeu o direito de visitas da Agravante restou devidamente embasado em conclusões advindas de procedimento administrativo instaurado, no âmbito do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, para apurar a apreensão de um chip de celular em seus pertences.
 3. A limitação do direito da Agravante obedeceu aos preceitos legais, não cabendo ao Poder Judiciário adentrar ao mérito do ato administrativo voltado à segurança e à garantia da ordem no estabelecimento prisional.
 4.Agravo regimental conhecido e não provido. (STF - Acórdão Hc 125874 Agr / Sp - São Paulo, Relator(a): Min. Rosa Weber, data de julgamento: 14/04/2015, data de publicação: 08/05/2015, 1ª Turma)
As decisões interlocutórias na execução de pena, muitas vezes limitam os direitos dos custodiados como o demonstrado na jurisprudência acima, limitando ou impedindo visitas do cônjuge, pela decisão do Direito prisional.
A LEP também é aplicada em casos em que o reeducando necessita ser ouvido, ainda que este esteja descumprindo medidas, se recusando a obedecer o regime na qual está submetido.
Execução penal – Falta grave – Reeducando do regime fechado que desobedece ordem de funcionário, o desrespeita ou que se recusa a executar trabalho, tarefas ou ordens recebidas – Art. 39, II e IV e art. 50, VI, ambos da LEP – Comprovação da conduta pela prova oral – Admissibilidade
É de rigor o reconhecimento da falta grave, na hipótese de existir acervo probatório incriminador, ainda que integrado apenas por declarações orais, apontando no sentido de que a conduta do reeducando corresponde a ato de desobediência, de desrespeito a funcionário da penitenciária, ou de indisciplina.
Execução Penal – Falta grave – Reeducando do sistema fechado – Perda de até 1/3 dos dias remidos e por remir, e interrupção da contagem do prazo para obtenção de benefícios diversos do indulto e da comutação de penas
O cometimento de falta grave pelo reeducando do sistema fechado gera consequências de ordem, tanto administrativa, quanto processual. Sob o prisma administrativo, a constatação sujeitará o reeducando às sanções disciplinares previstas na LEP. Sob a perspectiva processual, na medida em que o reeducando já se encontra cumprindo pena no sistema fechado, descabe a regressão de regime. A infração disciplinar de natureza grave acarreta, todavia, invariavelmente: a) a interrupção – e, portanto, o reinício – da contagem do prazo para obtenção de benefícios diversos do indulto e da comutação de penas; b) a perda de até 1/3 dos dias remidos e por remir. Justifica-se, ainda, que aludida perda ocorra em seu máximo, se a falta grave se revestir de alta reprovabilidade, seja por corresponder a própria conduta à prática de novo crime, seja por seu potencial nocivo para a perpetração de ilícitos, participação na criminalidade organizada ou subversão da disciplina prisional.
Execução Penal – Falta disciplinar grave – Prazo de reabilitação – Constitucionalidade do art. 89 da Resolução SAP 144/2010
Não se vislumbra a inconstitucionalidade do art. 89, III, da Resolução SAP n. 144/2010, que estabeleceu o prazo de 01 ano para a reabilitação da falta disciplinar de natureza grave, por se tratar de exercício de competência legislativa atribuída aos Estados pela própria Constituição Federal, em seu art. 24, I, em virtude da ausência de regulamentação específica sobre o tema. (TJSP - Acórdão Agravo de Execução Penal 0007691-64.2017.8.26.0521, Relator(a): Des. Grassi Neto, data de julgamento: 21/02/2018, data de publicação: 23/02/2018, 8ª Câmara de Direito Criminal)
Outras questões nas quais a LEP é responsável por orientar está na aplicação de medidas alternativas a reclusão, como a prisão domiciliar que é utilizada apenas em alguns casos como se mostra o artigo 117 da LEP.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quandose tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Pode-se dizer que os condenados acometidos de doença graves, tendem a piorar o seu estado clinico, condenados com problemas psíquicos tendem a desenvolver estado de violência durante seu período de permanência no Sistema Prisional Brasileiro.
Para o Doutrinador Lima (2012 p.11):
Exames clínicos realizados com os clássicos testes de personalidade mostraram os efeitos negativos do encarceramento sobre a psique dos condenados e a correlação destes efeitos com a duração daquele. A conclusão a que chegam os estudos deste gênero é que “a possibilidade de transformar um delinqüente anti-social violento em um indivíduo adaptável, mediante uma longa pena carcerária, em conformidade com as relações informais de poder e de prepotência que a caracterizam (Lima, 2012 p.11).
O encarceramento de presos com estado de saúde grave, faz com que a pena perca o seu caracter punitivo e ressocializador, além de descumprir um principio geral do direito, consagrado no artigo 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, aplicado de forma subsidiaria à esfera criminal, e por via de conseqüência, à execução penal.
6.5 ESTADO DE COISA INCONSTITUCIONAL
O instituto denominado de Estado de Coisas Insconstitucional (ECI), foi adotado pelo STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n°347/DF, na qual tem sua origem nas decisões da Corte Constitucional Colombiana, por encontrarem violações generalizadas de direitos fundamentais.
O intuito do ECI é criar soluções estruturais para superar os quadros de violações dos direitos das populações vulneráveis, diante da omissão do poder público.
Para a caracterização do ECI, a Corte Constitucional Colombiana, em 1997 (Sentencia de Unificación – SU 559, de 6.11.97), em uma demanda proposta por professores que tiveram os seus direitos previdenciários violados, diante da violação destes direitos a Corte Colombiana determinou as autoridades envolvidas prazo para suprir esta violação.
Para ser considerado ECI, necessita-se de alguns requisitos violadores dos preceitos constitucionais entre eles a violação de direitos fundamentais, afetando um numero amplo e indeterminado de pessoas.
A Omissão reiterada de diversos órgãos Estatais no cumprimento de suas obrigações de proteção de Direitos Fundamentais, que deixam de adotar as medidas necessárias para evitar a violação, ou seja, o Estado se omite em suas obrigações, em seu dever de Estado.
A violação de Direitos de uma comunidade, ocasionando, violação de direitos de um numero indeterminado de pessoas da qual são violados.
A solução para essa violação deve ser resolvida em conjunto, pelos órgãos estatais envolvidos e responsáveis, na qual, a decisão do Tribunal é dirigida não apenas por um órgão, mas pela pluralidade de autoridades, adotando mudanças em seu modo de agir de atuar no poder público, elaborando novas políticas públicas e direcionamento de recursos.
No Brasil, na sessão plenária de 09.09.15 o Supremo Tribunal Federal, deferiu de forma parcial o pedido medidas cautelares na ADPF n° 347/DF, proposta devida a crise no sistema carcerário brasileiro, como a morosidade para realizar os julgamentos, ou a falta de vagas nas carceragens próximas as suas famílias, na qual a maioria dos pedidos de transferência é negada devido à falta de recursos para isso.
EXECUÇÃO PENAL. PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA DO APENADO PARA UNIDADE PRISIONAL PRÓXIMA À FAMÍLIA. CONVENIÊNCIA E DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Não há falar em obrigatoriedade do resgate da reprimenda perto dos familiares, pois, mesmo que a orientação legal seja no sentido de que, sempre que possível, o sentenciado deva cumprir pena em local perto da residência de sua família (art. 103 da LEP), tal direito não se revela absoluto e depende da observância de determinados requisitos, tais como a conveniência e oportunidade para a Administração Pública e a real necessidade da transferência pleiteada. 2. Agravo regimental improvido. (STJ - Acórdão Agrg no Hc 458485 / Sp, Relator(a): Min. Jorge Mussi, data de julgamento: 20/09/2018, data de publicação: 18/10/2018, 5ª Turma).
Diante da Omissão do poder público, o ECI, vem tentando criar soluções para superar as violações dos direitos dos mais vulneráveis, a realidade não é nada fácil, não é nem um pouco agradável, dentro dos sistemas prisionais brasileiros.
De acordo com o jurista Nelson Nery Junior (2016).
Presos e direitos humanos. Tanto quanto possível, incumbe ao Estado adotar medidas preparatórias ao retorno do condenado ao convívio social. Os valores humanos fulminam os enfoques segregacionistas. A ordem jurídica em vigor consagra o direito do preso ser transferido para local em que possua raízes, visando a indispensável assistência pelos familiares. O ordenamento jurídico brasileiro afasta o preso da sociedade com na intenção de ressocializá-lo, mas o que encontramos é uma situação diferente, como afirma Mirabete. A ressocialização não pode ser conseguida numa instituição como a prisão. Os centros de execução penal, as penitenciárias, tendem a converter-se num microcosmo no qual se reproduzem e se agravam as grandes contradições que existem no sistema social exterior (...).Sozinha a pena não consegue reintegrar o indivíduo apenado, se faz pertinente à junção de outros meioscomo a participação da própria família para que se consigam caminhar para resultados mais favoráveis a essa reintegração do preso à sociedade (JUNIOR, 2016).
A falta de assistência médica, falta de produtos de higiene e até de medicamentos, faz com que o ECI, tente superar essas violações, trazendo mais dignidade para aqueles que estão cumprindo medida de ressocialização.
HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PRISÃO DOMICILIAR. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. CONFIGURAÇÃO. PACIENTE DEBILITADO POR MOTIVO DE DOENÇA GRAVE. ORDEM CONCEDIDA.
1. Em respeito à integridade física da pessoa submetida à custódia
do Poder Público, deve-se compreender - como parte do núcleo intangível que permeia esse direito fundamental diretamente ligado à dignidade da pessoa humana - o dever do Estado de prestar a devida assistência médica àqueles condenados que dela necessitarem, notadamente os presos que ostentam saúde fragilizada. O conteúdo de tal garantia deve ser preservado em qualquer circunstância, mostrando-se arredável eventual justificativa tendente a reduzir-lhe o alcance ou a dimensão.
2. Determinadas previsões da Lei de Execução Penal devem ser interpretadas visando a sua harmonização com a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, I), de modo a não suprimir o acesso dos presos às necessidades básicas de vida, não atingidas pela sanção privativa de liberdade.
3. A manutenção da prisão, no local onde se encontra, não se compatibiliza com os fins a que a pena se propõe, notadamente porque: a) o apenado ainda não foi submetido à cirurgia bariátrica (nem sequer havendo data designada para a realização de tal procedimento); b) o próprio Juízo das Execuções Criminais já havia afirmado anteriormente - quando, em 18/12/2015, deferiu-lhe a prisão domiciliar - que o apenado deveria ser submetido, com urgência, a tal procedimento cirúrgico e que, se permanecesse recluso naquelas condições, "com certeza irá a óbito"; c) o Setor de Saúde do Centro de Ressocialização de Cuiabá - CRC recomendou a realização de tratamento extramuros.
4. Ordem concedida para autorizar que o paciente cumpra a pena em prisão domiciliar até que seu quadro clínico permita seu retorno ao estabelecimento prisional. Devem os relatórios médicos acerca da evolução desse quadro ser encaminhados ao Juízo das Execuções Criminais, na periodicidade que determinar, ou até que o estabelecimento prisional tenha condições efetivas de prestar a assistência médica deque o acusado necessita. (STJ - Acórdão Hc 424649 / Mt, Relator(a): Min. Rogerio Schietti Cruz, data de julgamento: 23/10/2018, data de publicação: 16/11/2018, 6ª Turma) 
Independentemente do crime cometido pelo preso a sua integridade física deve ser respeitada, o Estado tem o dever de prestar a devida assistência para os condenados, ou para aqueles que a necessitem, a garantia de assistência médica deve ser preservada acima de qualquer circunstância, se assim não o fosse a CF não a garantiria como direito fundamental.
Quanto à assistência material e à saúde do preso e do internado, dispõe o art.12 e 14 da Lei de Execução Penal que:
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
[...]
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado, de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 2º Quando o estabelecimento penal não tiver aparelhamento para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
A partir do pedido de medidas cautelares na ADPF n°347, o STF preliminarmente proibiu o Poder Executivo é proibido de contigenciar os custos disponíveis para o Fundo Penitenciário Nacional, determinando que a União libere saldos acumulados do FUNPEN, para que este venha ser utilizado de forma devida adequada as necessidades do sistema penitenciário.
No Brasil ainda o ECI, vem determinando que juízes e que os próprios tribunais, venham realizar audiência de custódia, na qual o custodiado deverá num prazo de 24 horas comparecer perante a autoridade judiciária, a partir do momento de sua prisão.
Durante a Audiência de Custódia é avaliada pela autoridade judiciária a legalidade da prisão, bem como se nenhum direito do custodiado foi violado até aquele momento, a previsão legal encontra-se, em tratados internacionais ratificados pelo Brasil. Exemplo deste é o artigo 7º, 5, do Pacto de São Jose da Costa Rica ou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos na qual:
Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
A audiência de custódia deve ser presidida por uma autoridade que possui competência para definir a legalidade da pena de prisão um juiz, também serão ouvidas na pessoa do promotor de justiça, de um defensor publico ou de seu advogado se este possuir.
O custodiado deve ser entrevistado, de forma pessoal pelo magistrado, podendo este relaxar a prisão, conceder liberdade provisória com ou sem fiança, converter a prisão em preventiva, substituir a prisão em flagrante por medidas cautelares diversas, ou ainda considerar a mediação penal, evitando que seja judicializado este conflito, colaborando com as medidas restaurativas, colaborando para a diminuição da quantidade presos encarcerados em instituições prisionais.
A jurisprudência vem entendendo quanto à aplicação de audiências de custódia que:
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. DECISÃO MONOCRÁTICA. INEXISTÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO APTA A MODIFICÁ-LA. MANUTENÇÃO DA NEGATIVA DE SEGUIMENTO. VALIDADE DA PRISÃO PENDENTE DE EXAME DE MÉRITO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CRIME DE ESTUPRO. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. GRAVIDADE CONCRETA. POSIÇÃO DE PROEMINÊNCIA NO CONTEXTO CRIMINOSO. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. CONVERSÃO DO FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA REALIZADA APÓS ESCOAMENTO DO PRAZO. ILEGALIDADE INOCORRENTE. UTILIZAÇÃO DE ALGEMAS. ATO MINIMAMENTE FUNDAMENTADO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A inexistência de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrática conduz à manutenção da decisão recorrida.
2. Não há ilegalidade evidente ou teratologia a justificar a excepcionalíssima concessão da ordem de ofício na decisão que converte o flagrante homologado em prisão preventiva com base em elementos concretos aptos a revelar a especial gravidade da conduta.
3. Em se tratando de audiência de custódia regularmente realizada, o justificado elastecimento do prazo para sua efetivação e para a utilização de algemas não induz à ilegalidade do procedimento.
4. Agravo regimental desprovido. (STF - Acórdão Hc 135072 Agr / Pr - Paraná, Relator(a): Min. Edson Fachin, data de julgamento: 05/12/2017, data de publicação: 19/12/2017, 2ª Turma).
Entendendo a autoridade coatora que houve audiência de custódia após o prazo indicado pela legislação vigente, pois o prazo é de 24 horas após a sua prisão, este ainda é um ponto a ser verificado e muitas vezes corrigido, para que a sua aplicação possa ser absoluta e abrangente a todos os custodiados.
Assim entende-se que a ECI, vem para regular a aplicação dos preceitos Constitucionais de seus princípios, impedindo que estes venham a ser violados, entre estes os considerados fundamentais, que não afetam apenas o apenado mas sim toda a sociedade que sofre conseqüência na falta de um sistema prisional adequado, na qual não traz ao meio social um individuo restaurado, que possa ser reinserido na sociedade.
6.6 SISTEMA PRISIONAL E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
O Estado tem o poder para prender alguém, ainda que cautelarmente sobre a ideia de proteção dos direitos da sociedade ou para protegê-los, sobre este paradigma nascem as relações jurídicas e a legislação é estabelecida.
O artigo 5°, XLIX, da CF/88 prevê que “é assegurado aos presos o respeito a integridade física e moral”, no entanto, o que se vê é que o Estado não garante esta total proteção física e moral. O respeito ao custodiado deve ser visto e atendido como algo primordial, devendo o Estado proteger e garantir os direitos fundamentais.
Os direitos humanos ligados ao direito do preso estão previstos em diversos Estatutos, e legislações como a Lei de Execução Penal, os incisos de I a XV do artigo 41, que dispõe sobre os direitos infraconstitucionais garantidos ao sentenciado no decorrer na execução penal.
A Dignidade da pessoa humana deve ser tratada como ofensa ao fundamento do Estado de Direito, não podendo ser tolerado comportamentos diferentes do que se espera no cumprimento da Legislação.
Deve-se destacar que a Legislação pertinente ao artigo 40 da LEP, designa as autoridades, que estas devem respeitar a integridade física e moral dos presos.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
O Doutrinador Jair Ribeiro Damaceno (2009, p.14), neste sentido entende que:
A crise vivenciada, pelos mais diversos países, na atualidade, quanto ao aparelho carcerário, não permite cumprir com os objetivos esculpidos pela Legislação, contudo precisam de restabelecimento e efetivação imediata, quão unicamente acontecerá se tiver vontade política e coragem para que seja dado o pontapé inicial. O Estado deslocou seu foco, para uma simples manutenção da ordem, esquecendo-se dos princípios orientadores, seus fundamentos, isto leva a mudança de visão acerca do preso, pois quando o próprio Estado esquece que o indivíduo preso é um cidadão que faz parte do mesmo, isto se reflete em toda sociedade, a qual passa a tratar o preso, mesmo depois de ter cumprido a pena, como não mais sendo este um cidadão.
O Estado não pode se desviar do foco, aplicando-se apenas e simplesmente com o discurso de manutenção da ordem pública, se desviando dos princípios ou dos fundamentos constitucionais aplicados a todo e qualquer indivíduo da sociedade, até mesmo os que são resguardados desta.
O Estado em administração do Sistema Prisional tem o dever de garantir aos presos, e assegurar-los a dignidade, não por apenas ser um princípio Constitucional, que advem dos demais direitos e garantias fundamentais, mas paraoferecer a esta as condições necessárias de inseri-los na sociedade novamente.
Assim, infelizmente a desestruturação do Sistema Carcerário, o caos instaurado frente ao descaso dos governantes, combinado com a falta de estrutura, a superlotação, falta de agentes penitenciários, má prestação de serviços de saúde, dificulta que estes detentos possam se recuperar, e voltar ao convívio social após o cumprimento de sua pena.
A dignidade da pessoa humana, não pode ser negada a nenhum individuo, nem mesmo aquele que está desviado do convívio social, este é um atributo ligado ao ser humano, que existe desde os primórdios da humanidade.
É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal:
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana.
O Direito Constitucional tende a ser apresentado como um resultado, uma afirmação e mecanismo de garantia da proteção da dignidade da pessoa humana, a visão e o entendimento de que a Constituição é o local adequado para positivar normas asseguradoras dessas pretensões.
Assim, a Constituição é a norma suprema em nosso ordenamento jurídico, devendo esta ser aplicada e garantida, independentemente de quem seja o indivíduo, ou deveria ainda mais ser garantido aqueles que não têm somente este direito excluído têm também a sua liberdade.
7 CONCLUSÃO
Conclui-se que apenas a privação de liberdade unicamente aplicada por meio da grande maioria de penitenciárias impróprias no Brasil, não favorece a ressocialização.
Sendo necessário que outros mecanismos venham a surgir, que se estabeleçam mudanças diante deste quadro precário, entre os principais projetos que podem minimizar e até alterar este quadro esta o Estado de Coisa Inconstitucional, desenvolvendo programas e medidas a fim de restabelecer o equilíbrio na esfera punitiva.
Para que a ressocialização venha definitivamente ocorrer é necessário uma gama de temas e conceitos a serem abordados e trabalhados, aos quais são fundamentais para qualquer ser humano.
Quando uma pessoa é inserida no sistema carcerário, é privado da vida que tinha antes do apenamento, um novo momento se inicia, na qual além de ser privado do convívio familiar e social, ainda é privado na maioria das vezes de sua dignidade, saúde, e alimentação digna.
Após a sua prisão e cumprido os requisitos formais e legais, a prisão deveria despertar no detento a sensação de cumprimento legal, de que este praticou um erro e deve ser tratado para que não venha novamente a cometê-lo, despertando seu lado afetivo e emocional, para que este venha a refletir sobre os seus atos, entendendo que a gravidade em um delito, para este e para a coletividade.
No entanto o que se tem visto são à entrada de indivíduos infratores, e durante a sua permanência no regime penitenciário, a conseqüência é o agravamento de sua conduta, devido o descaso do Sistema Carcerário no Brasil.
Neste cenário, inicia-se o amadurecimento da ciência do direito, da necessidade de se respeitar os direitos humanos, da preservação da integridade física e moral do indivíduo, assim pode-se dizer que o uso de instrumentos de políticas públicas como o uso do Direito Penal, Processo Penal e o Surgimento do ECI, tenta suprir as deficiências diante dos conflitos sociais que envolvem os Direitos humanos, Sistema prisional Brasileiro e o Estado.
Entende-se pelo demonstrado nesta monografia que está sendo criado um centro de aprendizagem criminal, onde os presos aprimoram a sua arte criminal, não sendo raros os casos em que pequenos delinqüentes se aprimoram em seus crimes após cumprir pena em penitenciárias.
Por conseqüência da falência do Sistema Prisional Brasileiro, tem uma absurda quantidade de ex-detentos que se envolvem em novos crimes, ex-detentos que são devolvidos a sociedade sem qualquer reabilitação.
Como causa do aumento da criminalidade é possível verificar a corresponsabilidade do Estado, pelas infrações causadas aqueles que tiveram seus direitos naturais negados, tornando-se pessoas excluídas da sociedade mesmo tendo cumprido a sua pena.
No mais, o tocante aqui já exposto define que o Sistema prisional Brasileiro, acaba por tornar-se um amontoado de pessoas, vivendo diariamente em condições sub-humanas.
A ressocialização deve humanizar o indivíduo enquanto este está recluso no Sistema Prisional, e ao mesmo tempo proteger a sociedade deste, este deve ser o principal fundamento ou principio deste sistema.
A necessidade de ressocialização do indivíduo criminoso sob pena de prisão, passa a ter uma nova finalidade além da simples exclusão e retenção, passando a surgir uma finalidade de orientação social e preparando-o para o seu retorno á sociedade, buscando assim a interrupção do comportamento reincidente.
Mas para que este comportamento possa ser mudado, ficou demonstrado que a dignidade da pessoa humana deve ser um princípio a ser respeitado e aplicado, como um fundamento do Estado Democrático de direito brasileiro, permanecendo em função de todos os cidadãos brasileiros.
Assim é inconstitucional violar o princípio da dignidade da pessoa humana. A LEP também expressa claramente isso, o Estado que é responsável por preservar a Dignidade física e moral do preso.
Ainda é importante concluir que o objetivo da LEP é fazer com que o criminoso cumpra a sua pena e que ao cumpri-la possa ser reintegrado a sociedade e não venha a cumprir novos delitos.
Também é objetivo da LEP, fazer com que durante o período que o preso está na penitenciária este venha a receber tratamento condizente com no mínimo de que o ser humano necessita em um momento de recuperação psicosocial.
Como já foi apresentado no artigo anterior o Sistema prisional brasileiro, ainda é precário e não cumpre com os fundamentos da LEP, sendo evidente que o tratamento dos condenados é o principal fator que influencia a ressocialização destes.
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