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ad góe gp i ac am ne as RedeI Competências Socioemocionais Desenvolvendo competências sociemocionais Profa. Dra. Simone Lavorato Desenvolvendo competências sociemocionais Profª Drª Simone Uler Lavorato1 Vamos iniciar resgatando o que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Lembrando que educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no Brasil. Compreende três etapas: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas. A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. As aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais que se inter- relacionam. Mas é preciso entender o que é competência. 1 Doutora em Educação de Ciências - Educação inclusiva pela Universidade de Brasília - UnB, Mestra em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação pela Universidade Católica de Brasília - UCB. Graduada em Psicologia pela Instituição de Ensino Superior de Brasília - IESB e Pedagogia com especialização em Administração Escolar pela Universidade de Cuiabá - Unic. Tem MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Especialista em Planejamento, Implantação e Gestão de EAD pela Universidade Federal Fluminense - UFF e Pós-graduação em Terapia Cognitivo Comportamental na Faculdades Integradas AVM e formação em Neuropsicologia na Universidade de São Paulo - USP. Atuo na área de Educação nas modalidades, presencial e EAD, Inclusão da Pessoa com Deficiência, Processos Educacionais, Gestão de Pessoas e Gestão Pública, Psicologia clínica e Neuropsicologia. Professora de Competências Socioemocionais e Educação Inclusiva na Rede Pedagógica. O aprofundamento do conceito de competências é necessário, tendo em vista que somente a capacidade intelectual não é mais suficiente. É necessário desenvolver a capacidade de articular conhecimentos teóricos com práticas, compreendendo competências enquanto práxis. Ou seja, não basta conhecer, é preciso mobilizar saberes em ações transformadoras, de modo que o domínio da teoria oriente as ações, no sentido dos objetivos pretendidos. Mello (2009) ao estudar competências no âmbito da educação, destaca a polissemia do termo e remete competências mais como modismo na educação, termo ainda nebuloso, que não parece sobrepor o sentido de qualificação. Seu estudo revela a essência descritiva das competências, que desconsidera os atributos subjacentes que não podem ser isolados das práticas reais de trabalho, necessárias ao desempenho em situações específicas, algo que está no âmago do sentido de competências. Então, ao tratar-se de competências, há de se considerar o reconhecimento das contribuições das pessoas diferenciando os resultados organizacionais; a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes; assim como os comportamentos observáveis que se expressam no desempenho dos indivíduos. Depois de falarmos sobre competências de forma geral, vamos entender um pouco mais sobre as dez competências elencadas na BNCC. Vamos conhecer as dez competências gerais da educação básica estabelecidas na BNCC: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Percebem a questão emocional arraigada nas competências definidas na BNCC? Por que trabalhar competências sócio emocionais? Justamente para responder questões contemporâneas: O que aprender? Para que aprender? Como ensinar? Como promover redes de aprendizagem colaborativa? Como avaliar o aprendizado? A BNCC afirma o seu compromisso com a educação integral. Reconhece em seu texto que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. O conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar asdiferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar formas de existir. É preciso trabalhar considerando o aluno como um ser sistêmico no qual o todo é maior que as partes. O professor precisa se preparar para essa nova forma de ensinar. No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral e assumi uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. A BNCC em seu texto destaca que o Brasil, ao longo de sua história, naturalizou desigualdades educacionais em relação ao acesso à escola, à permanência dos estudantes e ao seu aprendizado. São amplamente conhecidas as enormes desigualdades entre os grupos de estudantes definidos por raça, sexo e condição socioeconômica de suas famílias. Diante desse quadro, as decisões curriculares e didático-pedagógicas das Secretarias de Educação, o planejamento do trabalho anual das instituições escolares e as rotinas e os eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a necessidade de superação dessas desigualdades. Para isso, os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar com um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes. Nesse sentido, vamos resgatar o conceito de Delors na obra EDUCAÇÃO UM TESOURO A DESCOBRIR. A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: • aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; • aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; • aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; • finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta. Esses conceitos vêm ao encontro do que seria trabalhar as competências socioemocionais. Agora vamos falar sobre competências socioemocionais. Vamos refletir...você já sabe o que é competência certo? E competência socioemocional? Podemos dizer que é aprender a lidar com as próprias emoções, refletir sobre elas e saber agir eticamente na coletividade, mantendo empatia e sendo protagonista da sua própria história. As competências socioemocionais servem para crianças e adultos aprenderem a colocar em prática as melhores atitudes e habilidades. Assim, conseguem gerenciar emoções, alcançar objetivos, demonstrar empatia, manter relações sociais positivas, tomar decisões de maneira responsável, entre outros. A discussão sobre o papel e a importância das competências socioemocionais ganhou corpo no mundo inteiro ao longo das últimas décadas. Nos anos 90, o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano, proposto pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a publicação do Relatório Jacques Delors, organizado pela Unesco, representaram um importante passo para o debate sobre a importância de uma educação plena, que considere o ser humano em sua integralidade. Agora eu pergunto...Como educar para o século 21 com uma escola do século 19? A educação brasileira evoluiu muito pouco diante do que gostaríamos, mas o desenvolvimento de competências socioemocionais é um passo definitivo na renovação da escola, que deixa de ser mera transmissora de conhecimento para se transformar num espaço de desenvolvimento integral do aluno. O texto da Bncc aponta que o Ensino Fundamental, com nove anos de duração, é a etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros. Como já indicado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010)28, essas mudanças impõem desafios à elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais. A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização. Segundo a BNCC as experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá- -las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN, a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças. Ampliam-se também as experiências para o desenvolvimento da oralidade e dos processos de percepção, compreensão e representação, elementos importantes para a apropriação do sistema de escrita alfabética e de outros sistemas de representação, como os signos matemáticos, os registros artísticos, midiáticos e científicos e as formas de representação do tempo e do espaço. Os alunos se deparam com uma variedade de situações que envolvem conceitos e fazeres científicos, desenvolvendo observações, análises, argumentações e potencializando descobertas. As experiências das crianças em seu contexto familiar, social e cultural, suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua interação com as mais diversas tecnologias de informação e comunicação são fontes que estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estímulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais, de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza. Sabero que a Educação Socioemocional pretende desenvolver em sala de aula é fundamental. As habilidades que a BNCC espera dos alunos podem ser divididas em quatro frentes: Cognitiva – Resolver problemas, planejar, tomar decisões, estabelecer conclusões lógicas, investigar e compreender problemas, pensar de forma criativa, fortalecer a memória, classificar e seriar. Emocional – Lidar com as emoções, com o ganhar e o perder, aprender com o erro, desenvolver autoconfiança, autoavaliação e responsabilidade. Social – Cooperar e colaborar, lidar com regras, trabalhar em equipe, comunicar-se com clareza e coerência, resolver conflitos, atuar em um ambiente de competição saudável. Ética – Respeitar, tolerar e viver a diferença, agir positivamente para o bem comum. Algumas das competências socioemocionais mais valorizadas são: • Empatia • Felicidade • Autoestima • Ética • Paciência • Autoconhecimento • Confiança • Responsabilidade • Autonomia • Criatividade Já que falamos das competências mais relevantes, vamos falar agora das emoções. Emoção#sentimento As emoções são respostas neurais para estímulos externos, enquanto os sentimentos são respostas às emoções. Embora normalmente sejam vistos como sinônimos, emoção e sentimento são considerados movimentos diferentes. Pode-se afirmar que uma emoção cria, desenvolve um sentimento. Emoção é uma reação a um estímulo ambiental. Neste sentido, podem causar experiências subjetivas e até mesmo alterações neurobiológicas. Elas ocorrem em uma região subcortical do cérebro e podem gerar mudanças no corpo. Ao ser exposto à alguma emoção, o cérebro libera hormônios que alteram o estado emocional da pessoa. Isto quer dizer que podem ocorrer reações físicas, como palpitações, choro, suor e até mesmo dores inexplicáveis. No entanto, diferente dos sentimentos, gerados a partir das emoções, essas reações são automáticas. Ou seja, perante algum acontecimento, cada pessoa passará por uma emoção distinta, que será desenvolvida no cérebro instantaneamente. Os sentimentos são informações que todos seres biológicos são capazes de sentir nas diferentes situações que vivenciam, todo ser é dotado de sentimentos e eles são diferentes entre si. A parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções é o sistema límbico. O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios ele possui várias estruturas e cada uma delas tem suas funções. Estas estruturas formam ligações entre o sistema límbico e o hipotálamo, tálamo e córtex cerebral. ... O sistema límbico está associado com um número de funções, incluindo o sentido do olfato, comportamento, aprendizagem, memória de longo prazo, emoções e unidades. O sistema límbico, ou sistema nervoso emocional, está situado na área interna do nosso cérebro, depois do córtex cerebral. Lobo límbico. O lobo límbico foi descoberto em 1878, pelo neurologista francês Paul Broca. O lobo límbico (do latim limbus, que significa círculo, anel, etc.) é uma região do córtex cerebral. Constituída por neurônios esse lobo está relacionado ao comportamento sexual, emocional bem como o processamento da memória. começamos a tratar da competência socioemocional sobre respeito à diversidade. Diversidade significa variedade, pluralidade, diferença. A imagem abaixo representa a grande de variedade que podemos identificar. Ou seja, são infinitas possibilidades e o respeito a essas possibilidades é uma competência socioemocional que deve ser desenvolvida. Outro aspecto relevante é conhecer os filtros culturais, pois por meio das suas diversas combinações, temos uma infinita diversidade. Filtros culturais É o conjunto de nossa educação, instrução, hábitos, desejos e pensamentos que acabam por formar uma “teia”, de estrutura mais ou menos rígida na forma de ver o outro. A representação dos ciclos do preconceito serve para entendermos melhor como funciona essa processo: Para entender melhor sobre a questão da diversidade vamos falar sobre R. Roosevelt Thomas Jr., frequentemente chamado de "pai da diversidade", é o CEO da R. Thomas Consulting & Training e o fundador do Instituto Americano de Gerenciamento da Diversidade Inc., uma empresa de pesquisa e educação. Por mais de 20 anos, ele aconselhou e consultou CEOs e outros executivos seniores de empresas, corporações e entidades governamentais e sem fins lucrativos buscando a definição da diversidade como uma questão de negócios e no desenvolvimento e implementação de estratégias de diversidade. Roosevelt escreveu “Building a house for diversity” no qual fala sobre diversidade por meio da metáfora da girafa e do elefante. A fábula da girafa e do elefante Numa pequena comunidade, um senhor girafa construiu uma casa à medida da sua família. Para as girafas, a casa era maravilhosa, com o teto muito alto e as portas bem altas. As janelas, no topo das paredes, deixavam entrar uma luz excelente e tinham uma linda vista, sem comprometer a privacidade da família. Corredores estreitos permitiam economizar espaço sem serem incômodos. A casa ficou tão bem construída que lhe foi atribuído o “Prêmio Nacional ‘Casa do Ano’ para Girafas”. Os donos ficaram muito orgulhosos. Um dia, estava o senhor girafa a trabalhar na sua oficina de carpintaria, montada com as melhores ferramentas e equipamentos, quando, ao olhar pela janela, viu que um elefante vinha descendo a sua rua: “Esse eu conheço...”, recordou o senhor girafa, “...Estivemos juntos numa comissão de pais e alunos... Vou chamá-lo para ele ver a minha oficina nova. Talvez possamos até pensar nalguns projetos em comum”. O Senhor girafa meteu a cabeça e o pescoço pela janela e convidou o elefante para entrar. O elefante ficou encantado, também se lembrava de ter estado com o senhor girafa na comissão de pais e gostaria de conhecê-lo melhor. Além disso, já sabia que o senhor girafa tinha uma oficina nova e tinha curiosidade em vê-la. Avançou até à entrada da casa e esperou que lhe abrissem a porta. “Entra, entra!”, disse o senhor girafa. Mas aí houve logo um problema. Embora o elefante conseguisse meter a cabeça pela porta, não conseguia entrar. “Ainda bem que fizemos esta porta de maneira a abrir mais, para deixar entrar as máquinas e os materiais para a oficina”, disse o girafa, “Espera um minuto, que eu já resolvo o problema”. O senhor girafa desenroscou uns parafusos, tirou uma série de tábuas e o elefante, a custo, conseguiu passar pela porta. Estavam os dois muito entretidos, a conversar sobre coisas de carpintaria, quando a senhora girafa meteu a cabeça pelas escadas que davam para o porão e chamou o marido: “Querido, vem ao telefone, que é o teu patrão”. “É melhor eu atender. Fica à vontade, que eu posso demorar”, disse o girafa ao elefante. O elefante olhou à sua volta. Notou um objeto de madeira, inacabado, em cima de uma bancada em um canto da oficina e quis ver melhor do que se tratava. Mas, ao passar o corpo pela porta da oficina, ouviu um barulho esquisito. Recuou, coçando a cabeça. “Talvez seja melhor eu ir ver o senhor girafa lá em cima”, pensou. Mas, mal tinha começado a subir a escada, sentiu os degraus começando a ceder. Deu um passo para trás e bateu contra a parede, que começou a desabar. Tentou se sentar, muito confuso, quando o senhor girafa desceu as escadas. “Mas o que se passa aqui?!”, perguntou o senhor girafa, atônito. “Eu só estava tentando ficar à vontade”, respondeu o elefante. O senhor girafa olhou em volta e disse: “Bem, bem, já vi o problema. Como a porta é pequena demais para você, temos de te encolher. Aqui perto tem uma academia. Se você fizer exercício, talvez consiga diminuir de tamanho”.“Talvez...”, respondeu o elefante, sem parecer lá muito convencido. “Além disso, as escadas também não aguentam o seu peso”, observou o senhor girafa. “Se você frequentar umas aulas de balé à noite, tenho a certeza de que ficará mais leve. Espero que você realmente faça isso, porque gosto de te ter aqui comigo”. “Talvez”, replicou o elefante, “Mas, para te dizer a verdade, não penso que uma casa concebida para girafas alguma vez sirva para elefantes, a não ser que se mude muita coisa”. Moral da história: Valorizar a diversidade é construir uma casa para girafas e para elefantes. Essa fábula é sensacional para trabalharmos o conceito de diversidade Para trabalhar sugerimos a seguinte estratégia pedagógica: Roda de conversa sobre respeito à diversidade Estratégia pedagógica para buscar identificar coletivamente o que é respeito à diversidade. Como utilizar? • Formar uma grande roda com os alunos • Contar a história da girafa e do elefante de Roosevelt • Incentivar os alunos a refletirem e compartilhar os pontos que acharam interessantes na história Podemos desenvolver adaptações de acordo com a idade e objetivo a ser trabalhado com os alunos. Exemplos: • Cada aluno escreve frases de incentivo ao respeito à diversidade para compartilharem • Construção de cartazes • Painel com post it Outra competência socioemocional importante é a empatia. Empatia surgiu com origem no termo em grego empatheia, que significava "paixão", a empatia pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos. Empatia é a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Podemos também afirmar que a empatia envolve três componentes: afetivo, cognitivo e reguladores de emoções. O componente afetivo baseia-se na partilha e na compreensão de estados emocionais de outros. O componente cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre os estados mentais de outras pessoas. A regulação das emoções lida com o grau das respostas empáticas. Empatia parte da perspectiva referencial que é pessoal a ela, ciente das próprias limitações em acurácia, sem confundir a si mesmo com o outro. Em outras palavras, seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a situação sendo vivida por outra pessoa (em primeira pessoa do singular), além da própria situação. Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma "espécie de inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada com a capacidade de compreender a perspectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada com a habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência alheia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_emocional Mas, será que empatia pode ser desenvolvida? Como estimular nossos alunos a desenvolverem empatia? Sim a empatia pode ser desenvolvida e vamos apresentar estratégias pedagógicas para desenvolver a empatia. Mapa da empatia Estratégia pedagógica composta por quatro quadrantes que servem para desenvolver a empatia. Como utilizar? • Dividir os alunos em grupos • Orientar a criação de uma “persona” • Apresentar o mapa da empatia • Estimular o diálogo e reflexão • Explicar sobre o preenchimento do mapa • Compartilharem os resultados com a turma Podemos desenvolver adaptações de acordo com a idade e objetivo a ser trabalhado com os alunos. Exemplos: • Post it • Quadro • Bonecos • Desenhos Usem e abusem da criatividade e da vontade de fazer uma educação realmente transformadora! Desejamos sucesso e encerramos com uma frase do nosso patrono da educação brasileira, Paulo Freire. Não existe tal coisa como um processo de educação neutra. Educação ou funciona como um instrumento que é usado para facilitar a integração das gerações na lógica do atual sistema e trazer conformidade com ele, ou ela se torna a "prática da liberdade", o meio pelo qual homens e mulheres lidam de forma crítica com a realidade e descobrem como participar na transformação do seu mundo. Referências: Base Nacional Comum Currícular disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ MELLO, S.P.T. Tecnólogo: competências e mercado de trabalho. Pelotas: Editora da UFPel, 2009. Thomas, R. R., & Woodruff, M. I. (1999). Building a house for diversity. New York: AMACOM. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
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