Buscar

Desenvolvimento-de-Competências-Socioemocionais_Simone-Lavorato

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ad góe gp i ac
am ne as
RedeI
Competências Socioemocionais
Desenvolvendo competências 
sociemocionais
Profa. Dra. Simone Lavorato
Desenvolvendo competências sociemocionais 
Profª Drª Simone Uler Lavorato1 
 
Vamos iniciar resgatando o que é a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico 
e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. 
Lembrando que educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no Brasil. 
Compreende três etapas: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino 
médio. 
Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes 
de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas 
de todas as escolas públicas e privadas. 
A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que 
se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade 
básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas 
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos 
propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana 
integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 
As aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem assegurar 
aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais que se inter-
relacionam. Mas é preciso entender o que é competência. 
 
1 Doutora em Educação de Ciências - Educação inclusiva pela Universidade de Brasília - UnB, Mestra em 
Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação pela Universidade Católica de Brasília - UCB. 
Graduada em Psicologia pela Instituição de Ensino Superior de Brasília - IESB e Pedagogia com 
especialização em Administração Escolar pela Universidade de Cuiabá - Unic. Tem MBA em Gestão de 
Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Especialista em Planejamento, Implantação e Gestão de EAD 
pela Universidade Federal Fluminense - UFF e Pós-graduação em Terapia Cognitivo Comportamental na 
Faculdades Integradas AVM e formação em Neuropsicologia na Universidade de São Paulo - USP. Atuo na 
área de Educação nas modalidades, presencial e EAD, Inclusão da Pessoa com Deficiência, Processos 
Educacionais, Gestão de Pessoas e Gestão Pública, Psicologia clínica e Neuropsicologia. Professora de 
Competências Socioemocionais e Educação Inclusiva na Rede Pedagógica. 
O aprofundamento do conceito de competências é necessário, tendo 
em vista que somente a capacidade intelectual não é mais suficiente. É 
necessário desenvolver a capacidade de articular conhecimentos teóricos com 
práticas, compreendendo competências enquanto práxis. Ou seja, não basta 
conhecer, é preciso mobilizar saberes em ações transformadoras, de modo que 
o domínio da teoria oriente as ações, no sentido dos objetivos pretendidos. 
Mello (2009) ao estudar competências no âmbito da educação, 
destaca a polissemia do termo e remete competências mais como modismo na 
educação, termo ainda nebuloso, que não parece sobrepor o sentido de 
qualificação. Seu estudo revela a essência descritiva das competências, que 
desconsidera os atributos subjacentes que não podem ser isolados das práticas 
reais de trabalho, necessárias ao desempenho em situações específicas, algo 
que está no âmago do sentido de competências. 
Então, ao tratar-se de competências, há de se considerar o 
reconhecimento das contribuições das pessoas diferenciando os resultados 
organizacionais; a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes; assim 
como os comportamentos observáveis que se expressam no desempenho dos 
indivíduos. 
Depois de falarmos sobre competências de forma geral, vamos 
entender um pouco mais sobre as dez competências elencadas na BNCC. 
Vamos conhecer as dez competências gerais da educação básica 
estabelecidas na BNCC: 
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos 
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar 
a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de 
uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 
 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria 
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a 
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar 
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive 
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da 
produção artístico-cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como 
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como 
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para 
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e 
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem 
ao entendimento mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver 
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e 
coletiva. 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as 
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao 
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, 
autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, 
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões 
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a 
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito 
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao 
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, 
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas 
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com 
elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro 
e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da 
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer 
natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base 
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários. 
Percebem a questão emocional arraigada nas competências definidas 
na BNCC? Por que trabalhar competências sócio emocionais? 
Justamente para responder questões contemporâneas: O que 
aprender? Para que aprender? Como ensinar? Como promover redes de 
aprendizagem colaborativa? Como avaliar o aprendizado? 
A BNCC afirma o seu compromisso com a educação integral. 
Reconhece em seu texto que a Educação Básica deve visar à formação e ao 
desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e 
a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas 
que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. 
O conceito de educação integral com o qual a BNCC está 
comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que 
promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades 
e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade 
contemporânea. Isso supõe considerar asdiferentes infâncias e juventudes, as 
diversas culturas juvenis e seu potencial de criar formas de existir. 
É preciso trabalhar considerando o aluno como um ser sistêmico no 
qual o todo é maior que as partes. O professor precisa se preparar para essa 
nova forma de ensinar. 
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e 
cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, 
colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o 
acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para 
aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, 
atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, 
aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar 
decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar 
soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. 
Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu 
compromisso com a educação integral e assumi uma visão plural, singular e 
integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os 
como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu 
acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades 
e diversidades. 
A BNCC em seu texto destaca que o Brasil, ao longo de sua história, 
naturalizou desigualdades educacionais em relação ao acesso à escola, à 
permanência dos estudantes e ao seu aprendizado. São amplamente 
conhecidas as enormes desigualdades entre os grupos de estudantes definidos 
por raça, sexo e condição socioeconômica de suas famílias. Diante desse 
quadro, as decisões curriculares e didático-pedagógicas das Secretarias de 
Educação, o planejamento do trabalho anual das instituições escolares e as 
rotinas e os eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a 
necessidade de superação dessas desigualdades. Para isso, os sistemas e 
redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar com um claro foco 
na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades dos estudantes 
são diferentes. 
Nesse sentido, vamos resgatar o conceito de Delors na obra 
EDUCAÇÃO UM TESOURO A DESCOBRIR. 
A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens 
fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada 
indivíduo, os pilares do conhecimento: 
• aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; 
• aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; 
• aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros 
em todas as atividades humanas; 
• finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três 
precedentes. 
 É claro que estas quatro vias do saber constituem apenas uma, 
dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e 
de permuta. 
 Esses conceitos vêm ao encontro do que seria trabalhar as 
competências socioemocionais. 
Agora vamos falar sobre competências socioemocionais. 
Vamos refletir...você já sabe o que é competência certo? E 
competência socioemocional? 
Podemos dizer que é aprender a lidar com as próprias emoções, 
refletir sobre elas e saber agir eticamente na coletividade, mantendo 
empatia e sendo protagonista da sua própria história. 
As competências socioemocionais servem para crianças e adultos 
aprenderem a colocar em prática as melhores atitudes e habilidades. 
Assim, conseguem gerenciar emoções, alcançar objetivos, 
demonstrar empatia, manter relações sociais positivas, tomar decisões de 
maneira responsável, entre outros. 
A discussão sobre o papel e a importância das competências 
socioemocionais ganhou corpo no mundo inteiro ao longo das últimas décadas. 
Nos anos 90, o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano, 
proposto pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e 
a publicação do Relatório Jacques Delors, organizado pela Unesco, 
representaram um importante passo para o debate sobre a importância de uma 
educação plena, que considere o ser humano em sua integralidade. 
Agora eu pergunto...Como educar para o século 21 com uma escola 
do século 19? 
A educação brasileira evoluiu muito pouco diante do que gostaríamos, 
mas o desenvolvimento de competências socioemocionais é um passo definitivo 
na renovação da escola, que deixa de ser mera transmissora de conhecimento 
para se transformar num espaço de desenvolvimento integral do aluno. 
O texto da Bncc aponta que o Ensino Fundamental, com nove anos 
de duração, é a etapa mais longa da Educação Básica, atendendo estudantes 
entre 6 e 14 anos. Há, portanto, crianças e adolescentes que, ao longo desse 
período, passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, 
cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros. Como já indicado nas 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos 
(Resolução CNE/CEB nº 7/2010)28, essas mudanças impõem desafios à 
elaboração de currículos para essa etapa de escolarização, de modo a superar 
as rupturas que ocorrem na passagem não somente entre as etapas da 
Educação Básica, mas também entre as duas fases do Ensino Fundamental: 
Anos Iniciais e Anos Finais. A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao 
valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária 
articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal 
articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização. 
Segundo a BNCC as experiências quanto o desenvolvimento, pelos 
alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e 
formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá- -las, de elaborar 
conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Nesse 
período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu 
processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo 
mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN, a maior 
desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam 
suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os 
usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado 
e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação 
de sua identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas 
mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem 
as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de 
suas potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças. 
Ampliam-se também as experiências para o desenvolvimento da oralidade e dos 
processos de percepção, compreensão e representação, elementos importantes 
para a apropriação do sistema de escrita alfabética e de outros sistemas de 
representação, como os signos matemáticos, os registros artísticos, midiáticos e 
científicos e as formas de representação do tempo e do espaço. Os alunos se 
deparam com uma variedade de situações que envolvem conceitos e fazeres 
científicos, desenvolvendo observações, análises, argumentações e 
potencializando descobertas. As experiências das crianças em seu contexto 
familiar, social e cultural, suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua 
interação com as mais diversas tecnologias de informação e comunicação são 
fontes que estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estímulo 
ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do 
fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de 
argumentar, de interagir com diversas produções culturais, de fazer uso de 
tecnologias de informação e comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua 
compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações dos seres 
humanos entre si e com a natureza. 
Sabero que a Educação Socioemocional pretende desenvolver em sala 
de aula é fundamental. As habilidades que a BNCC espera dos alunos podem 
ser divididas em quatro frentes: 
Cognitiva – Resolver problemas, planejar, tomar decisões, 
estabelecer conclusões lógicas, investigar e compreender problemas, 
pensar de forma criativa, fortalecer a memória, classificar e seriar. 
Emocional – Lidar com as emoções, com o ganhar e o perder, 
aprender com o erro, desenvolver autoconfiança, autoavaliação e 
responsabilidade. 
Social – Cooperar e colaborar, lidar com regras, trabalhar em equipe, 
comunicar-se com clareza e coerência, resolver conflitos, atuar em 
um ambiente de competição saudável. 
Ética – Respeitar, tolerar e viver a diferença, agir positivamente para 
o bem comum. 
Algumas das competências socioemocionais mais valorizadas são: 
• Empatia 
• Felicidade 
• Autoestima 
• Ética 
• Paciência 
• Autoconhecimento 
• Confiança 
• Responsabilidade 
• Autonomia 
• Criatividade 
Já que falamos das competências mais relevantes, vamos falar agora das 
emoções. 
Emoção#sentimento 
As emoções são respostas neurais para estímulos externos, 
enquanto os sentimentos são respostas às emoções. Embora normalmente 
sejam vistos como sinônimos, emoção e sentimento são considerados 
movimentos diferentes. 
Pode-se afirmar que uma emoção cria, desenvolve um sentimento. 
Emoção é uma reação a um estímulo ambiental. Neste sentido, 
podem causar experiências subjetivas e até mesmo alterações neurobiológicas. 
Elas ocorrem em uma região subcortical do cérebro e podem gerar mudanças 
no corpo. 
Ao ser exposto à alguma emoção, o cérebro libera hormônios que 
alteram o estado emocional da pessoa. Isto quer dizer que podem ocorrer 
reações físicas, como palpitações, choro, suor e até mesmo dores inexplicáveis. 
No entanto, diferente dos sentimentos, gerados a partir das emoções, 
essas reações são automáticas. Ou seja, perante algum acontecimento, cada 
pessoa passará por uma emoção distinta, que será desenvolvida no cérebro 
instantaneamente. 
Os sentimentos são informações que todos seres biológicos são 
capazes de sentir nas diferentes situações que vivenciam, todo ser é dotado 
de sentimentos e eles são diferentes entre si. A parte do cérebro que processa 
os sentimentos e emoções é o sistema límbico. 
O sistema límbico é o responsável basicamente por controlar as 
emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas 
do cérebro tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por 
neurônios ele possui várias estruturas e cada uma delas tem suas funções. 
Estas estruturas formam ligações entre o sistema límbico e o 
hipotálamo, tálamo e córtex cerebral. ... O sistema límbico está associado com 
um número de funções, incluindo o sentido do olfato, comportamento, 
aprendizagem, memória de longo prazo, emoções e unidades. 
O sistema límbico, ou sistema nervoso emocional, está situado na 
área interna do nosso cérebro, depois do córtex cerebral. Lobo límbico. O lobo 
límbico foi descoberto em 1878, pelo neurologista francês Paul Broca. O lobo 
límbico (do latim limbus, que significa círculo, anel, etc.) é uma região do córtex 
cerebral. Constituída por neurônios esse lobo está relacionado ao 
comportamento sexual, emocional bem como o processamento da memória. 
começamos a tratar da competência socioemocional sobre respeito à 
diversidade. Diversidade significa variedade, pluralidade, diferença. 
 A imagem abaixo representa a grande de variedade que podemos 
identificar. Ou seja, são infinitas possibilidades e o respeito a essas 
possibilidades é uma competência socioemocional que deve ser desenvolvida. 
 
 
 
Outro aspecto relevante é conhecer os filtros culturais, pois por meio 
das suas diversas combinações, temos uma infinita diversidade. 
 
Filtros culturais 
É o conjunto de nossa educação, instrução, hábitos, desejos e 
pensamentos que acabam por formar uma “teia”, de estrutura mais ou menos 
rígida na forma de ver o outro. 
 
 
 A representação dos ciclos do preconceito serve para entendermos 
melhor como funciona essa processo: 
 
 Para entender melhor sobre a questão da diversidade vamos falar 
sobre R. Roosevelt Thomas Jr., frequentemente chamado de "pai da 
diversidade", é o CEO da R. Thomas Consulting & Training e o fundador do 
Instituto Americano de Gerenciamento da Diversidade Inc., uma empresa de 
pesquisa e educação. 
Por mais de 20 anos, ele aconselhou e consultou CEOs e outros 
executivos seniores de empresas, corporações e entidades governamentais e 
sem fins lucrativos buscando a definição da diversidade como uma questão de 
negócios e no desenvolvimento e implementação de estratégias de diversidade. 
Roosevelt escreveu “Building a house for diversity” no qual fala sobre 
diversidade por meio da metáfora da girafa e do elefante. 
A fábula da girafa e do elefante 
Numa pequena comunidade, um senhor girafa construiu uma casa à 
medida da sua família. Para as girafas, a casa era maravilhosa, com o teto muito 
alto e as portas bem altas. As janelas, no topo das paredes, deixavam entrar 
uma luz excelente e tinham uma linda vista, sem comprometer a privacidade da 
família. Corredores estreitos permitiam economizar espaço sem serem 
incômodos. A casa ficou tão bem construída que lhe foi atribuído o “Prêmio 
Nacional ‘Casa do Ano’ para Girafas”. Os donos ficaram muito orgulhosos. 
Um dia, estava o senhor girafa a trabalhar na sua oficina de 
carpintaria, montada com as melhores ferramentas e equipamentos, quando, ao 
olhar pela janela, viu que um elefante vinha descendo a sua rua: “Esse eu 
conheço...”, recordou o senhor girafa, “...Estivemos juntos numa comissão de 
pais e alunos... Vou chamá-lo para ele ver a minha oficina nova. Talvez 
possamos até pensar nalguns projetos em comum”. O Senhor girafa meteu a 
cabeça e o pescoço pela janela e convidou o elefante para entrar. 
O elefante ficou encantado, também se lembrava de ter estado com o 
senhor girafa na comissão de pais e gostaria de conhecê-lo melhor. Além disso, 
já sabia que o senhor girafa tinha uma oficina nova e tinha curiosidade em vê-la. 
Avançou até à entrada da casa e esperou que lhe abrissem a porta. 
“Entra, entra!”, disse o senhor girafa. Mas aí houve logo um problema. Embora 
o elefante conseguisse meter a cabeça pela porta, não conseguia entrar. 
“Ainda bem que fizemos esta porta de maneira a abrir mais, para deixar entrar 
as máquinas e os materiais para a oficina”, disse o girafa, “Espera um minuto, 
que eu já resolvo o problema”. O senhor girafa desenroscou uns parafusos, tirou 
uma série de tábuas e o elefante, a custo, conseguiu passar pela porta. 
Estavam os dois muito entretidos, a conversar sobre coisas de 
carpintaria, quando a senhora girafa meteu a cabeça pelas escadas que davam 
para o porão e chamou o marido: “Querido, vem ao telefone, que é o teu patrão”. 
“É melhor eu atender. Fica à vontade, que eu posso demorar”, disse o girafa ao 
elefante. 
 O elefante olhou à sua volta. Notou um objeto de madeira, inacabado, em cima 
de uma bancada em um canto da oficina e quis ver melhor do que se tratava. 
Mas, ao passar o corpo pela porta da oficina, ouviu um barulho esquisito. 
Recuou, coçando a cabeça. 
 “Talvez seja melhor eu ir ver o senhor girafa lá em cima”, 
pensou. Mas, mal tinha começado a subir a escada, sentiu os degraus 
começando a ceder. Deu um passo para trás e bateu contra a parede, que 
começou a desabar. Tentou se sentar, muito confuso, quando o senhor girafa 
desceu as escadas. 
 “Mas o que se passa aqui?!”, perguntou o senhor girafa, atônito. 
“Eu só estava tentando ficar à vontade”, respondeu o elefante. 
O senhor girafa olhou em volta e disse: “Bem, bem, já vi o problema. 
Como a porta é pequena demais para você, temos de te encolher. Aqui perto 
tem uma academia. Se você fizer exercício, talvez consiga diminuir de tamanho”.“Talvez...”, respondeu o elefante, sem parecer lá muito convencido. 
“Além disso, as escadas também não aguentam o seu peso”, observou o senhor 
girafa. “Se você frequentar umas aulas de balé à noite, tenho a certeza de que 
ficará mais leve. Espero que você realmente faça isso, porque gosto de te ter 
aqui comigo”. 
 “Talvez”, replicou o elefante, “Mas, para te dizer a verdade, não penso 
que uma casa concebida para girafas alguma vez sirva para elefantes, a não ser 
que se mude muita coisa”. 
 
Moral da história: Valorizar a diversidade é construir uma casa para girafas 
e para elefantes. 
Essa fábula é sensacional para trabalharmos o conceito de 
diversidade 
Para trabalhar sugerimos a seguinte estratégia pedagógica: 
Roda de conversa sobre respeito à diversidade 
Estratégia pedagógica para buscar identificar coletivamente o que é 
respeito à diversidade. 
Como utilizar? 
• Formar uma grande roda com os alunos 
• Contar a história da girafa e do elefante de Roosevelt 
• Incentivar os alunos a refletirem e compartilhar os pontos que 
acharam interessantes na história 
 
Podemos desenvolver adaptações de acordo com a idade e objetivo a ser 
trabalhado com os alunos. 
 
Exemplos: 
• Cada aluno escreve frases de incentivo ao respeito à diversidade para 
compartilharem 
• Construção de cartazes 
• Painel com post it 
Outra competência socioemocional importante é a empatia. Empatia 
surgiu com origem no termo em grego empatheia, que significava "paixão", a empatia 
pressupõe uma comunicação afetiva com outra pessoa e é um dos fundamentos da 
identificação e compreensão psicológica de outros indivíduos. 
Empatia é a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma 
outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. 
Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo 
- e à capacidade de ajudar. 
Podemos também afirmar que a empatia envolve três componentes: 
afetivo, cognitivo e reguladores de emoções. O componente afetivo baseia-se na 
partilha e na compreensão de estados emocionais de outros. O componente 
cognitivo refere-se à capacidade de deliberar sobre os estados mentais de outras 
pessoas. 
A regulação das emoções lida com o grau das respostas empáticas. 
Empatia parte da perspectiva referencial que é pessoal a ela, ciente das próprias 
limitações em acurácia, sem confundir a si mesmo com o outro. Em outras 
palavras, seria o exercício afetivo e cognitivo de buscar interagir percebendo a 
situação sendo vivida por outra pessoa (em primeira pessoa do singular), além 
da própria situação. 
Na psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia é uma 
"espécie de inteligência emocional" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva 
- relacionada com a capacidade de compreender a perspectiva psicológica das 
outras pessoas; e a afetiva - relacionada com a habilidade de experimentar 
reações emocionais por meio da observação da experiência alheia. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_emocional
 Mas, será que empatia pode ser desenvolvida? Como estimular 
nossos alunos a desenvolverem empatia? 
 Sim a empatia pode ser desenvolvida e vamos apresentar 
estratégias pedagógicas para desenvolver a empatia. 
 
Mapa da empatia 
 
Estratégia pedagógica composta por quatro quadrantes que servem 
para desenvolver a empatia. 
Como utilizar? 
• Dividir os alunos em grupos 
• Orientar a criação de uma “persona” 
• Apresentar o mapa da empatia 
• Estimular o diálogo e reflexão 
• Explicar sobre o preenchimento do mapa 
• Compartilharem os resultados com a turma 
 
 
 
Podemos desenvolver adaptações de acordo com a idade e objetivo 
a ser trabalhado com os alunos. 
Exemplos: 
• Post it 
• Quadro 
• Bonecos 
• Desenhos 
 
Usem e abusem da criatividade e da vontade de fazer uma educação 
realmente transformadora! 
Desejamos sucesso e encerramos com uma frase do nosso patrono 
da educação brasileira, Paulo Freire. 
Não existe tal coisa como um processo de educação 
neutra. Educação ou funciona como um instrumento que é 
usado para facilitar a integração das gerações na lógica do 
atual sistema e trazer conformidade com ele, ou ela se 
torna a "prática da liberdade", o meio pelo qual homens e 
mulheres lidam de forma crítica com a realidade e 
descobrem como participar na transformação do seu 
mundo. 
 
Referências: 
Base Nacional Comum Currícular disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ 
MELLO, S.P.T. Tecnólogo: competências e mercado de trabalho. Pelotas: Editora da 
UFPel, 2009. 
Thomas, R. R., & Woodruff, M. I. (1999). Building a house for diversity. New York: 
AMACOM. 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

Continue navegando