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28. CORRELAÇÃO DA DOSAGEM DE FERRO SÉRICO COM ANEMIA MICROCÍTICA EOU HIPOCRÔMICA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS.

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CORRELAÇÃO DA DOSAGEM DE FERRO SÉRICO COM ANEMIA 
MICROCÍTICA E/OU HIPOCRÔMICA EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM 
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS. 
CORRELATION OF THE SERUM IRON DOSAGE WITH MICROCYTIC AND / 
OR HYPOCHROMIC ANEMIA IN PATIENS ATTENDED IN AN ANALYSIS 
CLINICS' LABORATORY 
 
por 
SAMIA TAVARES 1* 
ELIANE LUCENA 2* 
ANDREZA ANDRADE 3* 
DANIELA FECHINE 3* 
 
1 Docente do Centro Universitário Leão Sampaio e da Faculdade de Juazeiro do Norte- 
Juazeiro do Norte – CE 
2 Biomédica formada pelo Centro Universitário Leão Sampaio - Juazeiro do Norte – CE. 
3 Acadêmica do curso de Farmácia da Faculdade de Juazeiro do Norte - Juazeiro do Norte 
– CE. 
3 Acadêmica do curso de Farmácia da Faculdade de Juazeiro do Norte - Juazeiro do Norte 
– CE. 
 
Endereço para correspondência: Sâmia Macedo Queiroz Mota Castellão Tavares 
Rua Adão Apolinário-78 
CEP: 63180-000 
E- mail: novosamia@gmail.com 
 
 
 
 
 
mailto:novosamia@gmail.com
RESUMO 
 
Introdução: A diminuição ou ausência das reservas de ferro no organismo, pela má 
absorção ou a não ingestão suficiente de alimentos, envolvem os fatores carenciais que 
podem evoluir para anemia ferropriva. Dentre os grupos vulneráveis, crianças e gestantes, 
destacam-se por apresentar maior número de casos de anemia ferropriva. Dessa forma, a 
reposição férrica se faz necessária. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo 
correlacionar a dosagem de ferro sérico com anemia microcítica e/ou hipocrômica em 
pacientes atendidos em um laboratório de análises clinicas na cidade de Crato-CE. 
Metodologia: A coleta de dados se deu no período de Janeiro a Fevereiro de 2015 no qual 
foram incluídos pacientes que apresentaram anemia microcítica e/ou hipocrômica com 
solicitação de dosagem férrica e após análise de critérios de inclusão e exclusão somaram-
se 40 amostras de pacientes. Trata-se, de uma pesquisa descritiva, com características 
quantitativas e qualitativas submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa através da Plataforma 
Brasil obedecendo a resolução 466/12 que rege a pesquisa com seres humanos. O banco de 
dados foi elaborado e analisado no programa MICROSOFFICE EXCEL 2013. Resultados: 
Os resultados mostraram uma maior quantidade de mulheres com 62,50%(25) dos casos e 
37,50%(15) de homens; em relação a faixa etária destacou-se a idade de 41-50 anos com 
20%(8); 0-12 anos com 15%(6) e 71-80 anos com 12,5%(5); observou-se também que a 
maioria dos pacientes, mais de 80%, apresentaram hemoglobina abaixo do valor de 
referência, como também, ferro sérico abaixo do normal. De acordo com VCM, pacientes 
apresentaram microcitose com 77,50%; HCM com 72,50% apresentou hipocromia; já o 
CHCM com 57,50% apresentou hipocromia e 15% acima do V.R. Conclusão: Dessa 
forma, o perfil das amostras analisadas com anemia microcítica e/ou hipocrômica com 
dosagem férrica constatou maior prevalência na deficiência de ferro associado ao quadro 
anêmico, representado pelo sexo feminino. Portanto, torna-se de grande importância a 
dosagem de ferro na inclusão do pedido médico tanto para ajudar na investigação da 
anemia ferropriva, quanto no diagnóstico definitivo para seu tratamento. 
 
Palavras-chave: Anemia. Ferro. Microcítica. Hipocrômica. 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: The decrease or absence of iron stores in the body, by bad absorption or 
insufficient food intake, involve deficiency factors that may progress to anemia by 
deficiency iron. Among vulnerable groups, children and pregnant, stand out to a higher 
number of cases of anemia by deficiency iron. Thus, the ferric replacement is necessary. 
Objective: This study aimed to correlate serum iron dosage with microcytic and / or 
hypochromic anemia in patients attended in an Analysis Clinics' Laboratory in the city of 
Crato-CE. Methodology: The data collect were between January and February of the 2015 
in which were included patients with microcytic anemia and / or hypochromic with ferric 
dosing request and after criteria analysis of inclusion and exclusion were totalized 40 
patient samples. It is, a descriptive research with quantitative and qualitative characteristics 
submitted to the Research Ethics Committee through the Platform Brazil obeying 
Resolution 466/12 about research with human beings. The database was prepared and 
analyzed in MICROSOFFICE EXCEL program 2013. Results: The results showed a 
higher number of women with 62.50% (25) of the cases and 37.50% (15) of men; in 
relation to age stood out the age of 41-50 with 20% (8); 0-12 with 15% (6) and 71-80 years 
with12.5% (5). It is also noted that the majority of patients, more than 80% had hemoglobin 
below the reference value, but also below normal serum iron. According to MCV, patients 
presented microcytosis with 77.50%; MCH with 72.50% presented hypochromia; already 
MCHC with 57.50% presented hypochromia and 15% above the V.R. Conclusion: 
Thereby, the profile of the analyzed samples with microcytic anemia and / or hypochromic 
with ferric dosing found higher prevalence in associated iron deficiency the anemic case, 
represented by the female. Therefore, it is of great importance to include iron dosage in the 
medical order, as to help in the investigation of iron deficiency anemia, well as in the 
definitive diagnosis to treatment. 
 
Keywords: Anemia. Iron. Microcytic. Hypochromic. 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As anemias têm sido caracterizadas pela biossíntese anormalmente regredida de 
hemoglobina (1). A principal causa da diminuição acentuada desses níveis é a deficiência 
de ferro (2). O nível socioeconômico, sucessivas gestações, baixa escolaridade, idade 
gestacional tardia, ausência de suplementação com dieta alimentar pobre em quantidades 
adequadas de ferro, destacam-se dentre as principais causas de anemia ferropriva em 
gestantes (3). 
Além disso as infeções parasitarias por Schistosoma mansoni podem resultar perdas 
sanguíneas a nível intestinal com presença de fezes sanguinolentas variando com a 
intensidade de infestação e assim, a anemia ferropriva poderá ser desencadeada (4). 
Dentre os grupos vulneráveis à anemia ferropriva destacam-se crianças nos seus 
primeiros anos de vida, especialmente quando se inicia a alimentação complementar, 
envolvendo o desmame nessa faixa etária (5). 
Anemia por carência de ferro está interligada a uma diversidade de fatores 
etiológicos, dentre os quais se destacam o baixo consumo de alimentos de origem animal, 
levando a deficiência na ingestão de ferro, em especial na forma heme (6). 
A suplementariedade de ferro está ligada a fatores de efetividade terapêutica, 
tolerância intestinal, menor risco de toxicidade e controle no número de tomadas diárias 
necessárias. A reposição de ferro por via oral demostra ser a melhor opção, entretanto, em 
alguns casos a suplementação oral pode não ser eficiente, em casos em que acontece a 
inversão do quadro de anemia ferropriva podendo sofrer algumas influências, como: a 
intensificação da anemia, capacitação do funcionamento gastrointestinal em absorção e 
tolerância na ingestão suplementar de ferro, além de outras doenças que interfiram no 
processo de reposição e recuperação (7). 
O ferro medicamentoso é indicado com a finalidade de produzir rápidas alterações 
no estado nutricional, sendo uma estratégia que pode ser direcionada especificamente aos 
grupos populacionais de maior risco (8). Esse trabalho teve como propósito avaliar a 
prevalência de diagnóstico de anemia microcítica e/ou hipocrômica de acordo com o pedido 
médico para dosagem férrica. 
 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
A pesquisa foi do tipo descritiva, com características qualitativas e quantitativas. A 
coleta dos dados foi realizada após apreciação e autorização da direção do Laboratório de 
Análises Clínicas e seguiu os preceitos de assegurar a garantia da privacidade dos pacientes 
envolvidos na pesquisa. (9). A partir do banco de dados foi realizada a coletados exames, 
onde o laboratório de análises clínicas situava-se na cidade de Crato-Ceará e o período do 
estudo foi de Janeiro e Fevereiro de 2015. 
Após analisados os critérios de inclusão, foram avaliadas 40 amostras 
hematológicas de ambos os sexos e que tivessem as seguintes informações: idade, sexo e 
que na mesma solicitação médica apresentasse hemograma e ferro sérico. 
Foram incluídos apenas os pacientes que apresentaram anemia microcítica e/ou 
hipocrômica com dosagem de ferro sérico. Por outro lado, os pacientes que apresentaram 
anemia microcítica e/ou hipocrômica e não tiveram a dosagem de ferro incluídas no pedido 
médico foram excluídas do estudo. 
Para a obtenção das análises do hemograma foi utilizado o equipamento 
automatizado XS-1000i (fabricante SYSMEX) e para dosagem de ferro o método 
automatizado COBAS C 111(fabricante ROCHE). Os resultados foram analisados no banco 
de dados utilizados na elaboração dos gráficos e tabelas realizados no programa 
MICROSOFFICE EXCEL 2013. 
 
 
 
 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Após análise dos 40 exames laboratoriais de pacientes de ambos os sexos, atendidos 
em um laboratório privado de análises clínicas no interior da cidade de Crato-Ceará, 
observou-se alterações em alguns achados de importância clínica. 
Na pesquisa em questão os principais parâmetros observados durante as análises 
foram: hemoglobina, volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média 
(HCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e ferro sérico. A 
hemoglobina é um elemento que compõem o eritrograma onde se destacam os índices 
hemantimétricos VCM, HCM e o CHCM analisados conjuntamente. Sendo que o ferro 
sérico foi utilizado como exame complementar no estudo, auxiliando na investigação da 
anemia ferropriva. 
A Tabela 01 apresenta os valores de referência fornecidos pelo laboratório 
utilizando como critério de análises comparativas com os valores de cada paciente. 
Cada parâmetro eritrocitário e dos índices hemantimétricos foram cuidadosamente 
analisados tornando possível, através desses parâmetros, a avaliação e interpretação dos 
achados comumente encontrados no hemograma em relação às variações da série 
eritrocitária. 
A Tabela 02 demonstra a distribuição de dados analisados, que se dá de acordo com 
o sexo e faixa etária. No sexo masculino 37,50% (15) amostras foram contabilizadas, já no 
sexo feminino 62,50% (25). Pacientes na faixa etária de 0–12 anos 15% (6), 13–21 anos 
7,5% (3), 22-29 anos 15% (6), 30-40 anos 7,5% (3), 41-50 anos 20% (8), 51-60 anos 12,5% 
(5), 61-70 anos 10% (4), 71-80 anos 12,5% (5). 
Em um estudo foi observado que a patologia atinge vários grupos populacionais 
destacando-se lactantes, crianças, mulheres em período fértil e gestantes (10). No nosso 
estudo foi observado que das 25 mulheres, 7 eram gestantes, apresentando um valor de 
ferro sérico abaixo da referência e em relação ao sexo, houveram mais mulheres com 
anemia. 
Comparativamente, obtivemos na pesquisa que os maiores índices da anemia em 
discussão foi predominante na faixa etária de 41-50 anos com 20% dos casos, seguidos das 
idades entre 0-12 e 22-29 anos, ambas representando 15% dos casos, correspondendo a 
afirmação anterior. 
O Gráfico 01 apresenta os dados referentes ao percentual relativo aos valores 
diminuídos de hemoglobina estando relacionados aos valores de referência (V. R.) que 
87,50% demonstraram diminuição de HGL (Hemoglobina) no exame laboratorial restando 
apenas 12,50% dos valores dentro da referência sendo, 10.905 a média encontrada do valor 
de HGL. 
Outro estudo explica que a hemoglobina é uma molécula constituída de grupamento 
heme e cadeias globinas. Se a síntese de grupamento heme e das cadeias de globina for 
rebaixadas potencialmente, ocorrerá consequentemente a diminuição de HGL no interior 
das hemácias (11). 
Em pesquisa diferente, a proporção de pacientes com hemoglobina dentro da 
referência em cada mês no decorrer de todo o período que se deu o estudo oscilou de 42% a 
61%, com uma média de 50%. A proporção de pacientes com hemoglobina abaixo do VR 
em cada mês teve variações de 17% a 27% (média de 20%), e os valores acima do VR foi 
de 19% a 41% (média 30%) (12). 
No Gráfico 02 destaca- se as porcentagens de VCM, HCM e CHCM de acordo com 
os valores normais e abaixo dos valores de referência (V.R). A avaliação da morfologia 
eritrocitária, segundo os índices hematimétricos o VCM apresentou que 22,50% dos 
pacientes apresentaram hemácias normocíticas e a grande maioria apresentaram 
microcitose.. De acordo com a coloração eritrocitária se destacam o HCM e o CHCM. No 
HCM 27,50% dos pacientes estão com normocrômia e 72,50% estão com valores 
reduzidos. Já o CHCM com valores de 27,50% dos pacientes demostrando normocrômia, 
estando 57,50% com hipocromia. 
A utilização de VCM como um índice hematimétrico diretamente relacionado ao 
tamanho dos eritrócitos demonstrou uma maior parcela dos pacientes com anemia 
microcítica. Enquanto isso, o uso do CHCM como indicador de severidade da deficiência 
de ferro demonstrou que uma boa parte apresentou alteração nesse índice, sugestiva de um 
quadro de carência severa. Quando se analisa a população como um todo é notório a 
presença da anemia microcitia e/ou hipocromica em uma boa parte da população em 
estudo. 
O diagnóstico diferencial das anemias microcíticas é complexo e sua investigação 
laboratorial de custo elevado. O uso de índices hematimétricos para racionalizar a 
abordagem diagnóstica tem sido proposto para contornar essa problemática (13). A metade 
dos casos de anemia é determinada por deficiência de ferro (DF), a deficiência nutricional 
mais prevalente e negligenciada no mundo, particularmente entre as mulheres e as crianças 
dos países em desenvolvimento (14). É também significativamente prevalente nos países 
industrializados e afeta pessoas de todas as idades em todos os países (15). 
O Gráfico 03 demonstra o percentual de ferro sérico abaixo do valor de referência 
onde se tem 82,50% (33) de ferro sérico abaixo do V.R e apenas 17,50% (7) estão dentro da 
normalidade. 
Em um trabalho realizado, obteve-se um total de 50% da população com ferro 
sérico abaixo do normal quando comparado ao grupo controle que não apresentava anemia. 
Este dado foi inferior ao do presente trabalho, pois a população estudada apresentou uma 
maior porcentagem de ferro sérico abaixo dos valores de referência (16). 
O gráfico 04 demonstra a porcentagem de pacientes anêmicos com ferro sérico 
abaixo do valor de referência (80%) e pacientes com anemia, porém com ferro normal 
(20%). No estudo foi observado que mesmo com a presença de anemia, uma pequena 
parcela dos pacientes tiveram os níveis de ferro dentro da normalidade. 
Definido em um estudo, a anemia ferropriva vem tornando-se um problema de 
saúde pública encontrado mundialmente, se apresentando tanto em populações de países 
desenvolvidos como em países em desenvolvimento em que os níveis de ferro diminuídos 
no organismo levam a anemia mais frequentemente diagnosticada (13). Comparativamente 
o presente trabalho também revela maior número de anemia associada à deficiência férrica 
nas amostras analisadas no período de Janeiro a Fevereiro de 2015 incluindo os portadores 
de anemia microcítica e/ou hipocrômica com pedido médico para dosagem de ferro sérico. 
 
Uma pesquisa realizada constatou que as anemias sendo elas de caráter microcíticas 
e hipocrômicas (podendo ser classificadas em discretas, acentuadas e graves), além de 
comuns na carência de ferro, também são o tipo mais comumente encontrado na deficiência 
de globina, que leva consequentemente a uma talassemia podendo se apresentar também 
em doenças crônicas (17). 
Em outros estudos, pesquisadores observaram que há ocorrência de apenas 21,4% 
de microcitose ou normocitose associada à anisocitose, utilizando os índices 
hematimétricosanalisando o VCM e RDW. Sendo assim, demonstrou ser um forte indício 
de que a anemia presente não seria decorrente de um estado ferropênico ou de outras 
anemias, mas sim, de anemias atribuídas a doenças crônicas (18). 
Estudos realizados já revelaram que no Brasil, se deu uma elevação na prevalência 
de anemia na infância ao longo dos anos. Três fatores são de grande importância na 
contribuição dessa parcela elevada referente à prevalência de anemia na infância sendo 
elas: as reservas de ferro ao nascer, a velocidade de crescimento e o balanço entre a 
ingestão e as perdas do mineral. O aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida, 
especialmente se for exclusivo, constitui um importante fator de proteção contra a anemia 
(19). 
Alguns colaboradores enfatizam em seu estudo que dentre os grupos de grande 
vulnerabilidade a desencadear uma anemia ferropriva se destacam as crianças em seus 
primeiros anos de vida quando se tem a introdução da alimentação complementar onde 
estará envolvido o desmame da criança. Em todo caso, a dosagem de ferro se deu como 
necessidade de confirmação de uma real deficiência ferropriva. Tendo todo um intuito 
confirmatório para tal patologia (5). 
De acordo com a pesquisa realizada evidencia-se que a faixa etária de 0-12 anos 
ocupa 15% das amostras analisadas correspondendo ao segundo lugar em prevalência no 
estudo, confirmando também que crianças com anemia microcítica e/ou hipocrômica, 
possivelmente, apresentaram deficiência de ferro similar (5). 
Pesquisa no ano de 2003, destacou que as anemias ferroprivas estão intimamente 
relacionadas à diminuição acentuada das reservas de ferro no organismo, e que a má 
absorção e a não ingestão adequada de alimentos podem envolver os fatores de carência 
alimentar (4). 
Diante disso, estudo ressaltou estimativas demonstrando indicativos que metade das 
gestantes em todo o mundo tenha anemia desencadeada pela deficiência de ferro, onde os 
principais indícios estão nos países em desenvolvimento (20). 
Para a mulher a gestação representa fisiologicamente um período de sobrecarga, 
pois se tem uma sobreposição na evolução do feto ao metabolismo materno, como também 
se tem a modificação do mesmo substancialmente. Determinando uma condição de reajuste 
no organismo. No período gestacional normalmente se tem uma hemodiluição 
desencadeada por volume elevado dos níveis plasmáticos em relação ao nível do volume 
eritrocitário (21). 
A partir dos resultados obtidos no presente estudo revela-se que a frequência de 
anemia microcítica e/ou hipocrômica com solicitação de ferro sérico é maior no sexo 
feminino, assim como de acordo com a literatura existe a possibilidade dessa maioria de 
casos serem representado por gestantes. 
Segundo Vitolo, a prevalência geral em seus estudos de anemia na amostra de 
gestantes foi de 28,6%, sendo que 10,7% das gestantes apresentaram valores de 
hemoglobina inferiores a 10 g/dL (3). 
Outros estudos demonstraram em pesquisa que o grupo gestacional é o mais 
atingido pela patologia e suas consequências, levando em consideração a ingestão 
suplementar de ferro sendo a forma mais utilizada no combate e prevenção a essa 
deficiência nutricional, instituição como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
"International Nutritional Anemia Consultative Group" (INACG) indicam a inclusão deste 
suplemento nas programações de pré-natal, mesmo em localidades de baixas ocorrências de 
anemias (22). 
Pesquisa sobre o assunto relata que o ferro tende a desempenhar funções 
insubstituíveis e de certo modo essenciais em grande parte dos processos dos sistemas 
fisiológicos. Além disso, desenvolve funções no metabolismo celular energético e qualquer 
desequilíbrio de absorção, transporte, distribuição ou armazenamento acarretará em um 
acúmulo ou em uma deficiência do mesmo (23). 
Paiva e colaboradores observaram em estudo que o ferro também pode ser 
encontrado na forma de depósitos, como ferritina e hemociderina onde níveis mais 
concentrados de ferro são encontrados na hemoglobina e os níveis restantes fazem parte da 
composição de outras proteínas e enzimas (2). Destaca que a consequente diminuição ou 
ausência das reservas de ferro no organismo caracteriza a anemia ferropriva com baixa 
concentração férrica (24). 
 Em estudo sobre anemia, etiologicamente essa patologia tem sido caracterizadas 
pela biossíntese anormalmente regredida de hemoglobina (Hb). O processo de formação do 
sangue necessita da eritropoietina, níveis suficientes de ferro para sua funcionalidade e 
globina em quantidades adequadas para que se tenha a produção com concentração 
suficiente de Hb e assim supra as necessidades do organismo por completo (1). 
Casos de anemia com dosagem normal de ferro são comuns em pacientes com 
doenças crônicas, pois a anemia pode ocorrer de diversas patologias. As anemias de 
doenças crônicas (ADC) são tratadas como uma síndrome clínica caracterizada por 
envolvimento na evolução de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas 
crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. A ADC é a causa mais comum de anemia em 
pacientes debilitados em um leito de hospital. Por ser a síndrome clínica mais comumente 
encontrada na prática médica, impõe-se ao clínico geral e ao hematologista a necessidade 
maior de se familiarizar com a patologia. As ADC estão comumente associadas às doenças 
inflamatórias com cronicidade, como artrite reumatoide se envolvendo também com 
infecções crônicas como tuberculose ou infecções fúngicas sistêmicas e as neoplasias (25). 
Segundo o estudo, em primeiro lugar destacou-se a faixa etária de 41-50 anos, com 
anemia microcítica e/ou hipocrômica, considerado um público vulnerável a desenvolver 
doenças crônicas juntamente com a faixa etária de 71-80 anos com 12,5% dos casos. 
Nos indivíduos idosos a anemia é o problema hematológico mais comumente 
encontrado. As anemias mais prevalentes nesse grupo populacional são as anemias por 
doenças crônicas (ADC) e as anemias por deficiências de ferro (ADF). Pesquisas 
envolvendo idosos americanos demonstraram que as prevalências de ADC têm se 
demostrado a frente das prevalências da ADF (18). 
A deficiência de ferro e a anemia ferropriva estão muito bem estabelecidas, e sua 
prevenção consiste principalmente em modificação dos hábitos alimentares, também, 
diagnóstico e tratamento com fortificação de alimentos e suplementação medicamentosa 
com sais de ferro das causas, cuidados com perda crônica de sangue e com o controle de 
infecções contribuem para a gênese e o agravamento da anemia (20). 
 
 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Dessa forma, o perfil das amostras analisadas com anemia microcítica e/ou 
hipocrômica com dosagem férrica constatou maior prevalência na deficiência de ferro 
associado ao quadro anêmico, representado pelo sexo feminino. Portanto, torna-se de 
grande importância a dosagem de ferro na inclusão do pedido médico tanto para ajudar na 
investigação da anemia ferropriva, quanto no diagnóstico definitivo para seu tratamento. O 
correto diagnóstico da anemia por deficiência de ferro é relevante, pois na anemia de 
doença crônica necessita-se cautela na utilização do ferro, uma vez que esta conduta poderá 
aumentar os estoques de ferritina e em nada melhorar a saúde do paciente. 
Diante disso, o tratamento deve ser sempre realizado após o diagnóstico da 
patologia, pois a anemia não deve ser considerada uma doença simples, mas ser tratada o 
quanto antes buscando benefícios à saúde do paciente. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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TABELAS E GRÁFICOS 
 
Tabela 01: Valores de referência, segundo o manual do usuário em Crato – Ceará. 
Índice Valor de Referência 
VCM 80 a 100 fl 
HCM 26 a 34 pg 
CHCM 31 a 37 g/dl 
HEMOGLOBINA 12 a 17,5 g/dl 
FERRO SÉRICO 
MASCULINO: 59 a 158 mg/dl 
FEMININO: 37 a 145 mg/dl 
Fonte: Primária, 2015 
 
Tabela 02: Porcentagem dos pacientes com microcitose e/ou hipocromia de acordo com 
sexo e faixa etária. 
Variável Categoria Frequência Porcentagem 
Sexo 
Feminino 25 62,50% 
Masculino 15 37,50% 
Faixa etária 
0-12 anos 
 6 15% 
13-21anos 3 7,5% 
22-29anos 6 15% 
30-40anos 3 7,5% 
41-50anos 8 20% 
51-60anos 5 12,5% 
61-70anos 4 10% 
71-80anos 5 12,5% 
Fonte: Primária, 2015 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 01: Porcentagem de hemoglobina abaixo do valores de referência (VR) nos 
pacientes estudados 
 
Fonte: Primária, 2015 
 
Gráfico 02: Porcentagem de VCM, HCM, CHCM de acordo com valores normais e abaixo 
dos valores de referência. 
 
Fonte: Primária, 2015 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 03: Porcentagem de ferro sérico abaixo do valor de referência. 
 
Fonte: Primária, 2015 
 
Gráfico 04: Porcentagem de pacientes anêmicos com relação aos níveis séricos de ferro. 
 
Fonte: Primária, 2015.

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