Buscar

TCC GABRIELA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
KELLY ROSE DE SOUZA CARDOSO SAMPAIO 
MARIA GABRIELA FRAZÃO HENRIQUES 
 
 
 
 
“A UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELA POPULAÇÃO COMO UMA 
ABORDAGEM DE TERAPIA ALTERNATIVA” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-Pa 
2018 
 
 
KELLY ROSE DE SOUZA CARDOSO SAMPAIO 
MARIA GABRIELA FRAZÃO HENRIQUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELA POPULAÇÃO COMO UMA 
ABORDAGEM DE TERAPIA ALTERNATIVA” 
 
 
 
Defesa do Trabalho de conclusão 
apresentado ao curso de Enfermagem da 
Universidade da Amazônia-UNAMA, como 
requisito para obtenção do grau Bacharel em 
Enfermagem. 
Orientadora: Prof.ª Milene Raiol de Moraes 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-Pa 
2018 
 
 
 
 Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico ao meu pai, Jefferson Sebastião 
Cardoso Sampaio por proporcionar que eu 
conseguisse chegar até minha formação, em 
especial a minha mãe Alcione Rose Rocha de 
Souza aos meus avos Maria Aparecida Rocha 
de Souza e Manoel Rocha de Souza pelo 
companheirismo, carinho e compreensão, por 
nunca desistir de mim, pelo apoio e afeto, 
sempre buscando me proporcionar momentos 
de consolo quando mais precisei, dedicando 
todas suas vidas em prol da minha formação 
pessoal e profissional. Amo todos vocês! 
Dedico este trabalho a todos os envolvidos 
nesta caminhada. 
Kelly Sampaio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por 
ser essencial em minha vida, autor da minha 
história e por ter me guiado até mesmo nos 
momentos difíceis. Dedico aos meus pais 
Carlos Alberto Malcher Henriques e Rosa Irene 
Frazão Henriques, sem eles nada disso seria 
realidade, obrigada pelo apoio, pela 
compreensão e pelas palavras de incentivo. E a 
todos os envolvidos em minha caminhada. 
Maria Gabriela Frazão 
 
 
Agradecimentos 
Quero agradecer a todos que tornaram minha vida mais afetuosa, a minha 
família maravilhosa e amigos ao qual eu pude contar. 
A Deus, por sempre me dar forças para continuar a recompensa será dedicada a 
ele. 
Agradeço aos meus pais e aos meus irmãos por aguentarem meus momentos de 
estresse que por mais difícil que fossem as circunstâncias, sempre tiveram paciência. 
Ao meu namorado, melhor amigo e companheiro de todas as horas, Felipe 
Coentro Fonseca, pelo carinho, compreensão, amor, por sempre me apoiar em todas as 
minhas decisões. 
Agradeço as minhas amigas de classe que sempre se mantiveram ao meu lado, 
desejo que nossa amizade perpetue e que nós sejamos futuras excelentes 
profissionais; Juliana, Cruzvaldina, Bianca. 
Não poderia deixar de agradecer pelo companheirismo, dignidade, alegria, 
carinho, autenticidade e amizade, uma parceira muito amada por mim, que assumiu 
essa responsabilidade nesse trabalho sem medo (quase sem medo) que sempre esteve 
ao meu lado nos momentos tristes, engraçados (me proporcionando essa risada 
maravilhosa dela) obrigada por ter chego até aqui não surtando comigo “rs” tenho em 
minha mente que tudo que passamos só fortaleceu nossa amizade a melhor parceira 
de TCC de Belém, Gabriela Frazão. 
Agradeço a esta instituição Universidade da Amazônia UNAMA, aos funcionários 
e aos professores que desempenharam com dedicação as aulas ministradas durante 
esses 5 anos. 
Agradeço à minha orientadora Dra. Milene Raiol que aceitou nos orientar e com 
paciência conseguiu seguir com a gente, pelo incentivo e ajuda e por transferir seus 
conhecimentos, uma excelente professora e profissional, a qual me espelho muito, me 
desculpe qualquer coisa. 
É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos serenos 
e ou turbulentos, fizeram ou fazem parte da minha vida, por isso agradeço a todos de 
coração. Muito obrigada! 
Kelly Sampaio 
 
 
À Deus, autor da vida e motivo da minha existência. A ele toda minha gratidão, 
socorro presente na hora da angústia. Meu muito obrigado! 
Aos meus irmãos, Felipe e Lucas Frazão (melhor gêmeo) pelo apoio constante, 
não medindo esforços para que eu chegasse a esta etapa de minha vida, obrigada 
pelas caronas . Aos meus pais Carlos e Rosa que sempre procuraram dar o seu 
melhor, pelo amor incondicional, incentivo e dedicação. Muito abrigada a todos, amo 
cada um de vocês! 
Aos professores que compõe a banca examinadora, por ajudarem a melhorar 
cada parágrafo do TCC. Por prontamente aceitarem o convite. Agradecimento em 
especial para professora Rose Tavares. Fica a honra em tê-los comigo prestigiando 
esse dia. Obrigada! 
A minha orientadora Milene Raiol, por ter aceitado o convite. Por toda paciência, 
incentivo e ajuda que tornaram possível a conclusão deste trabalho, não foi fácil. Pela 
pessoa iluminada e inteligente. Meu muito obrigada! Me desculpe por algumas atitutdes! 
A Universidade da Amazônia, seu corpo docente, direção e funcionários pela 
presteza e atendimento quando necessário. Obrigada! 
A minha parceira de TCC, Kelly Sampaio, obrigada por permanecer comigo 
nessa caminhada que não foi fácil, passamos por muitos altos e baixos, mas 
conseguimos o nosso objetivo. 
Ao meu cachorro Thor , por sua sensibilidade, carinho e aconchego, sempre ao 
meu lado nas noites que passei acordada digitando. Obrigada! 
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, muito 
obrigada. 
Maria Gabriela Frazão 
 
 
 
 
 
 LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01: Distribuição percentual em relação ao gênero dos entrevistados. 30 
Gráfico 02 – Distribuição percentual em relação a idade dos entrevistados 32 
Gráfico 03 - Distribuição percentual relacionada ao estado civil dos entrevistados 34 
Gráfico 04 - Distribuição percentual relacionado ao grau de escolaridade dos 
entrevistados 
35 
Gráfico 05 - Distribuição percentual relacionadoa religião dos entrevistados 37 
Gráfico 06 - Distribuição percentual relacionado a renda familiar dos entrevistados. 
39 
Gráfico 07 - Distribuição percentual relacionado a origem em que as conhecem. 41 
Gráfico 08 -Distribuição percentual relacionado a finalidade terapeutica para os 
entrevistados 
43 
Gráfico 09: Distribuição percentual relacionado ao motivos que levam a utilização 
de fitoterapicos 
45 
Gráfico 10: Distribuição percentual relacionado aos benefícios dos fitoterápicos 48 
Gráfico 11: Distribuição percentual relacionado as recomendações dos 
fitoterápicos 
50 
Gráfico 12: Distribuição percentual relacionado aos efeitos colaterais 51 
Gráfico 13: Distribuição percentual relacionado se a religião influencia na 
ocupação 
52 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Os fitoterápicos ainda são muito presentes nos dias atuais, devido a sua eficácia, 
tradicionalismo e cultura, porém muitos são maléficos a saúde. Na região norte, a diversidade 
da nossa flora e fácil acesso ao saber tradicional cooperam para o uso continuo na população. 
A busca da saúde faz com que a população tenha autonomia de ir a procura dessa terapia não 
convencional permitindo a quebra de paradigmas e preconceitos que por décadas foram dos 
medicamentos alopáticos na assistência da saúde. O objetivo geral foi analisar o conhecimento 
da população sobre a utilização dos fitoterápicos como terapia alternativa, no estado do Pará. A 
metodologia utilizada foi descritiva e quantitativa, com 104 indivíduos. Nossa pesquisa reforça 
a necessidade de se orientar a população quanto o conhecimento da utilização das 
plantas ou partes delas que podem ser responsáveis pelo tratamento de muitas 
doenças primárias, resultando em bons resultados econômicos e de melhoria da saúde 
da população independente da renda familiar. 
Palavras-Chave: fitoterápicos, tradicionalismo, autonomia, cultura, florABSTRACT 
Herbal medicines are still very present today, due to their effectiveness, traditionalism 
and culture, but many are harmful to health. In the northern region, the diversity of our 
flora and easy access to traditional knowledge cooperate for the continuous use in the 
population. The search for health means that the population has the autonomy to go in 
search of this unconventional therapy allowing the breakdown of paradigms and 
prejudices that for decades were the allopathic medicines in health care. The general 
objective was to analyze the knowledge of the population about the use of herbal 
medicines as alternative therapy in the state of Pará. The methodology used was 
descriptive and quantitative, with 104 individuals. Our research reinforces the need to 
orient the population regarding the knowledge of the use of plants or parts of them that 
may be responsible for the treatment of many primary diseases, resulting in good 
economic results and improvement of the health of the population independent of family 
income. 
Key words: phytotherapy, traditionalism, autonomy, culture, flower 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 9 
2 JUSTIICATIVA 10 
3 SITUAÇÃO PROBLEMA E QUESTÕES NORTEADORAS 10 
4 HIPÓTESE 10 
5 OBJETIVOS 11 
5.1 OBJETIVO GERAL 11 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 11 
6 REFERENCIAL TEÓRICO 12 
6.1 EPIDEMIOLOGIA 12 
6.2 CONTEXTO SOCIOCULTURAL DO USO DE MEDICAMENTOS 13 
6.2.1 O processo de adoecimento 13 
6.2.2 O uso de Medicamentos na perspectiva da Antropologia 16 
6.2 A INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS COM FITOTERÁPICOS 18 
6.3 AS PLANTAS E SUA FORMA DE USO 19 
6.4 FATORES QUE LEVAM AO USO DE FITOTERAPICOS 25 
6.5 EFICACÍA DOS FITOTERAPICOS 27 
7 METODOLOGIA 28 
7.1 TIPO DE ESTUDO 28 
7.2 LÓCUS DA PESQUISA 28 
7.3 PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS 28 
7.4 SUJEITO DA PESQUISA 28 
7.4.1 critérios de inclusão 29 
7.4.2 critérios de exclusão 29 
7.5 RISCOS 29 
 
 
7.6 BENEFICIOS 29 
7.7 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS 29 
7.8 ANÁLISES DOS DADOS 29 
7.9 ASPECTOS ÉTICOS 30 
8 RESULTADO E DISCUSSÃO 31 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 56 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 57 
APENDICES 58 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos com emprego 
exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam 
baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e 
que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de 
diagnóstico, de prescrição ou de monitorização (RDC, 2014). 
 As práticas não convencionais de saúde, como o uso de plantas medicinais 
continuam sendo adotadas pela população. A utilização das plantas medicinais é 
acompanhada por crendices que são tradicionalmente passadas de geração em 
geração para combater algumas enfermidades (SIQUEIRA; BARBOSA; BRASIL, 2006). 
Devido, ao desprovimento tiveram que adaptar-se a medidas não terapêuticas, 
crendices e ao misticismo que trouxeram benefícios como o alivio de sintomas e sua 
recuperação. A comprovação empírica desses recursos é baseada, em experiências 
anteriores contribuindo para sua aceitação e utilidade (SIQUEIRA; BARBOSA; BRASIL, 
2006). O que acaba acarretando, na maioria dos usuários em utilizar os recursos 
populares antes de procurar serviços médicos. Essas atitudes, crenças e hábitos 
podem ser prejudiciais, outras, entretanto podem continuar sendo utilizadas não 
interferindo na saúde de quem faz o uso de pratica natural. 
Em consequência dos hábitos que podem vir a prejudicar, é necessário 
esclarecer que algumas crendices em relação ao misticismo podem ser apenas mitos, 
como por exemplo’’ a erva tem que ser colhida na sexta-feira; outros que tem que ser 
sete ervas ou sete galhinhos’’ (MASSI, 2015). Na tentativa de modificar essa crença 
precisamos ser cautelosos para evitar contrariar quem faz o uso de plantas medicinais, 
além de evitar o choque entre culturas de profissionais e usuários. 
O profissional, não deve desvalorizar a conhecimento popular do paciente, os 
mesmos não estão preparados para lidar com esse tipo de situação, já que a conduta 
requer troca de informações e não se deve desqualificar os valores e praticas do saber 
não cientifico (JUNGES; BARBIANI; SOARES, 2011). 
 
10 
 
2 JUSTIICATIVA 
A influência das práticas não convencionais de saúde, com o uso de fitoterápicos 
adotados pela população, consiste na necessidade de diminuir os agravos do dia a dia. 
A precariedade dos serviços de saúde, faz com que principalmente a população de 
menor renda recorra ao uso das plantas medicinas, tanto pelo fato da fácil aquisição, 
como também pelo custo e por ser natural, ocasionando o uso abusivo. Outra 
justificativa a ser abordada é a escassez de artigos em relação aos enfermeiros e 
informações repetidas nos artigos estudados. 
Verifica-se que essa contribuição pode ser realmente significante, contanto que 
seja usufruída de forma certa, sem discordar de quem traz o conhecimento antigo. 
Nesse fundamento podemos contribuir e implementar a utilização das práticas 
populares com fitoterapia, valorizando esse conhecimento tradicional sobre as plantas. 
3 SITUAÇÃO PROBLEMA E QUESTÕES NORTEADORAS 
Com o estudo realizado percebemos algumas questões que precisam ser 
abordadas em relação aos fitoterápicos: por ser algo de fácil acesso, aderir a eles e sua 
utilização tem que ser forma consciente, levando em consideração diversos fatores para 
alguma planta medicinal seja considerada terapêutica quando se está doente e você faz 
o uso com objetivo de obter a cura. 
Notou-se que grande parte da população que utiliza os fitoterápicos como 
alternativa terapêutica não tem o conhecimento do uso correto e da quantidade a cerca 
da preparação do mesmo. Com isto surgem as seguintes questões: 
 Identificar o perfil sócio epidemiológico dos indivíduos entrevistados? 
 Verificar quais motivos levam indivíduos a utilizarem terapia alternativa? 
 Relacionar a utilização do tratamento fitoterápico e seus benefícios/malefícios? 
4 HIPÓTESE 
 Dessa forma diante do que será abordada, a utilização de fitoterápicos é de fato 
usado apenas como uma alternativa de terapia. 
 Será que grande parte da população que faz a utilização das plantas medicinais 
não veem como maleficio, o uso de forma abusiva da planta medicinal por achar 
‘’natural e não faz mal’’. 
11 
 
5 OBJETIVOS 
5.1 OBJETIVO GERAL 
Identificar o conhecimento da população sobre a utilização de fitoterápicos como 
terapia alternativa, no estado do Pará. 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Identificar o perfil sócio epidemiológico dos indivíduos entrevistados. 
 Verificar quais motivos levam indivíduos a utilizarem terapia alternativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 6 REFERENCIAL TEÓRICO 
 6.1 EPIDEMIOLOGIA 
Práticas populares são todos os recursos que se desenvolvem com base no 
conhecimento empírico utilizado pelas famílias, pessoas leigas e por terapeutas 
populares, e se transmite de geração a geração, em que sua prática não está ligada a 
serviços formais de saúde (MACHADO et. al., 2005). 
De acordo com a literatura, constatou- se que as plantas medicinais e 
fitoterápicos, comumente é a escolha prioritária do sexo feminino (OLIVEIRA et al,2008) 
Este fato pode estar relacionado o papel delas em cuidar da família, casa, horta, 
dos idosos e dos doentes. No início das civilizações, o cuidado à saúde era 
desenvolvido por mulheres, cujo o conhecimento era adquirido no seio familiar. 
Assim passou-se a perceber uma estreita relação das mulheres com as plantas, 
principal recurso terapêutico utilizado paratratar a saúde das pessoas. Ademais, a 
concepção histórica da construção social do gênero revela que tal construção impõe-se 
à mulher o papel de cuidar da família. O conhecimento relacionado às plantas 
medicinais, na maioria das vezes, é repassado das mulheres mais velhas para as mais 
novas (COSTA et. al., 2016). 
Em relação a escolaridade, o nível de escolaridade predominante o ensino 
fundamental incompleto. No quesito renda familiar, tem uma prevalência de famílias 
com 1-3 salários mínimos, na maioria dos casos o conjugue leva a renda para dentro de 
casa, a mulher por sua vez é do lar (ALCANTARA, 2015). 
Evidencia-se que as pessoas com renda familiar mensal menor ou igual a três 
salários mínimos, e os que obtiveram o conhecimento sobre plantas medicinais por 
meio de familiares, amigos e colegas apresentaram maior prevalência para o cultivo de 
plantas (COSTA et. al., 2016). 
A cultura é fundamental para incorporar as experiências pregressas, influenciar 
os pensamentos e ações no presente e transmitir essas tradições para os futuros 
membros do grupo (MACHADO et. al.,2005). 
 
 
 
13 
 
 6.2 CONTEXTO SOCIOCULTURAL DO USO DE MEDICAMENTOS 
 Cultura para o autora DIEHL (2013) é qualquer atividade física ou mental que 
não seja determinada pela biologia e que seja compartilhada por diferentes membros 
de um grupo. A cultura, antes de tudo, oferece uma visão do mundo, isto é, uma 
explicação de como o mundo é organizado, de como atuar neste mundo construído 
pela cultura e quais são os valores sobre essas atividades. 
A cultura emerge da interação dos atores que estão agindo juntos para entender 
os eventos e procurar soluções. O significado dos eventos, seja a doença ou outros 
problemas, emerge das ações concretas tomadas pelos participantes. Essa visão 
reconhece que inovação e criatividade também fazem parte da produção cultural. 
(DIEHL, LANGDON, 2013). 
6.2.1 O processo de adoecimento 
A doença é vista, a partir dessa perspectiva, como uma construção sociocultural 
e subjetiva. Reconhecer essa subjetividade implica, ainda que nos grupos mais isolados 
e distantes de outras culturas, que nem todos os indivíduos de uma cultura são iguais 
no seu pensamento ou na sua ação. É uma visão que permite heterogeneidade, não só 
porque as culturas sempre estão em contato com outras, que têm outros 
conhecimentos, mas também porque os indivíduos, dentro de uma cultura, por serem 
atores conscientes e individuais, têm percepções heterogêneas devido à sua 
subjetividade e à sua experiência, que nunca são iguais as dos outros. Como 
observaremos, essa ideia da cultura, que ressalta a relação entre percepção-ação, 
heterogeneidade e subjetividade, tem várias implicações na nova visão sobre saúde 
doença (DIEHL, LANGDON, 2013). 
Um episódio de doença apresenta um drama social que se expressa e 
se resolve com a aplicação de estratégias pragmáticas de decisão e 
ação. O uso de medicamentos é uma estratégia importante, mas é 
determinado pela experiência do usuário e pela sua percepção dos 
efeitos e benefícios (DIEHL, LANGDON, 2013). 
 
Em noção geral, segundo o autor LANGDON(,2003) temos três passos que 
caracterizam a doença como processo são eles: a) o reconhecimento dos sintomas do 
distúrbio como doença, b) o diagnóstico e a escolha de tratamento, c) a avaliação do 
tratamento. 
14 
 
O processo terapêutico não é caracterizado por decisões ou negociações 
consensuais de um determinado grupo de pessoas que vão interpretar a patologia de 
forma diferente. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
 O autor DIEHL (2013), divergências podem ocorrer porque os sinais de uma doença 
são ambíguos por natureza, levando a diferentes interpretações sobre suas 
manifestações. Na teoria, a classificação das doenças, segundo seus sintomas, pode 
ser bem organizada em categorias discriminadas, sem aparência de ambiguidade. Na 
prática, porém, um sinal de doença não é, necessariamente, claro e fácil de interpretar, 
devido à sua manifestação ambígua. 
A faixa etária, papel social, sexo, dentre outros, são conhecimentos que nem 
todos os grupos terão esse conhecimento de forma igual, pois o que influência a 
interpretação de cada item citado acima, são as visões ou vivências que cada 
participante teve no decorrer da vida. Por isso é necessário negociações e chegar 
numa interpretação consensual para indicar o tratamento necessário, cada um 
exercendo suas diferentes vivências, experiências e poderes. (DIEHL, LANGDON, 
2013). 
A doença como experiência é melhor entendida como um processo subjetivo, 
construído através de contextos socioculturais e vivenciado pelos atores. A doença não 
é mais um conjunto de sintomas físicos universais, observados numa realidade 
empírica, mas é um processo subjetivo, no qual a experiência corporal é mediada pela 
cultura. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
O autor Menéndez (2003 & 2009), diz que, nas sociedades latino-americanas 
atuais, coexistem diferentes formas de atenção às enfermidades, como a biomedicina, 
as medicinas populares ou tradicionais, as alternativas, as baseadas em outras 
tradições médicas acadêmicas (acupuntura, medicina ayurvédica etc.) e em autoajuda 
(alcoólicos anônimos etc.). 
O processo de adoecimento acaba fazendo com que o ser humano busque 
saídas para o restabelecimento da saúde. Sendo assim buscando uma solução rápida e 
eficaz para os seus problemas 
A palavra ‘’autotentação’’, é uma das palavras que descreve um pouco sobre o 
pensamento, refletida de forma restrita (MENÉNDEZ2003,2009), 
15 
 
O sentido restrito é caracterizado pela intencionalidade dos sujeitos e 
grupos no processo s-d-a, isto é, diz respeito a todas as práticas e 
representações, acionadas quando se deseja restabelecer a saúde. 
Assim, os diagnósticos feitos pela família, as recomendações dos 
vizinhos, a atenção dada ao doente, os curadores e os saberes 
fitoterapêuticos e outras atividades e pessoas, acionadas para resolver 
um estado percebido como doença, são mais fáceis de reconhecer 
como práticas de autoatenção. (MENENDÉZ, 2003,2009 pag.23). 
 
Os indígenas são o exemplo, pois eles procuram os pajés ou seus curadores que 
possuem conhecimento, quando tem oportunidade farmácias ou unidade de saúde.. É 
um contexto urbano onde temos inúmeras opções e se multiplicam. (DIEHL, 
LANGDON, 2013) 
Na flora amazônica, temos um elenco de múltiplas escolhas, que pode ser 
buscado. Um grupo social não é possível ser caracterizado, como sendo aquele que 
tem preferência por formas terapêuticas não médicas. Se a sociedade popular busca 
mais as benzedeiras, curador, raizeiros ou qualquer outra prática conhecidas como 
tradicional, a classe média também faz as mesma escolhas ou ate mesmo procuram as 
mesma alternativas, nem sempre reconhecidas pelo mundo cientifico tais como: os 
florais de Bach, naturologia e rituais que fazem parte dos novos grupos espirituais da 
Nova Era. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
Para Elisete Schwade (2006), a Nova Era é um fenômeno, um conjunto de 
práticas que tem levado a mudanças de comportamento, especialmente entre camadas 
médias urbanas. 
Dessa forma, entender sobre a autotentação, sobre como seres humanos é 
entender que vamos agir, executar e interpretar de maneiras diferentes quando surgi 
por exemplo, uma doença que os sintomas são parecidos com algo que já vivenciado, 
porém cada um de nos tivemos vivências diferentes em relação a cada doença que 
alguns sintomas são parecidos. 
O modelo biomédico visa localizar a patologia no corpo material e biológico. 
Devido as vivências de população leiga, faz com que reflitam em um contexto para 
identificar a doença e se possível trata-la, porém nem sempre concordam entre si. 
(DIEHL, LANGDON, 2013) 
Os principais autores nos dramas da doença, segundo o autor DIEHL, 
LANGDON (2013) são a doença e a família. Não são as crenças que vão determinar as 
16 
 
atitudes tomadas para resolver o caso. A cultura não é vistacomo um obstáculo, e sim 
o itinerário terapêutico é guiado por fatores como a natureza universal e social, 
econômico e no acesso saúde- doença-atenção. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
O autor Eduardo Menéndez (2003, 2009), aponta que as pessoas são 
autônomas nas suas decisões sobre sua saúde. Elas não negam os 
benefícios e as recomendações dos profissionais, mas avaliam e 
adaptam as recomendações médicas à luz de seus conhecimentos e 
práticas de autoatenção. Tal comportamento é baseado na sua 
experiência e na lógica sociocultural que faz parte de seu grupo, mas 
que é ignorado pelo profissional de saúde. 
6.2.2 O uso de Medicamentos na perspectiva da Antropologia 
 Conforme Eliana Diehl e Norberto Rech (2004), estudos lançam uma nova luz 
sobre os medicamentos, visto que as abordagens macropolíticas e 
macroeconômnaicas, comumente empregadas nas pesquisas, embora tragam dados 
sobre gastos, consumo, acesso e políticas de medicamentos. 
Não têm sido suficientes para explicar por que, por exemplo, o 
consumo de medicamentos é prática relevante, mesmo onde os 
serviços de saúde são deficientes; os medicamentos de venda sob 
prescrição são disponíveis livremente; e a automedicação é 
importante recurso de cuidado (DIEHL; RECH, 2004, p. 155). 
 
Aderência dos medicamentos, é vista na perspectiva biomédica, sendo que a 
não adesão é considerada um problema. Muitas literatura vem mostrando sob esse 
olhar diferenciado desde de 1960, pois mostra o quanto o usuário do medicamento 
segue a prescrição médica. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
A eficácia é um dos critérios fundamentais para a seleção de medicamentos, 
desde aqueles que compõem as listas de medicamentos para a Atenção Básica até os 
do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, bem como deve ser um 
dos critérios para a prescrição adequada. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
Porém, como salientaram Van der Geest, Whyte e Hardon (1996), é 
necessário ir além dessa simples generalização advinda da biomedicina, 
pois “os efeitos das substâncias medicinais são também sociais, 
culturais, psicológicos e ainda metafísicos” (p. 167) 
Vamos focar nos efeitos culturais para ter um melhor entendimento dos 
medicamentos na visão da antropologia. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
 
17 
 
Os efeitos culturais estão ligados ao fato de que os medicamentos 
carregam significados, tendo papel crucial na identificação e 
interpretação da doença e contribuindo na construção cultural do 
processo saúde-doença-atenção. (VAN WHYTE E HARDON,1996, pag 
2) 
 Comprimidos, cápsulas, injeções, gotas, pomadas, entre outras, têm sua 
capacidade comparada, de acordo com a cultural e com as atuações e experiências no 
processo saúde-doença-atenção. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
Uma das práticas mais difundidas em diferentes comunidades é a 
automedicação, na busca da saúde, ocorre principalmente no meio domestico, longe do 
controle biomédico, que opina negativamente sobre sua ‘’irracionalidade’’ e pelos riscos 
que apresenta.( MENENDEZ, 2003,2009) 
Para o antropólogo MENÉNDEZ (2003, 2009), a automedicação é uma das 
principais atividades de autoatenção, ampliando a noção, comumente divulgada, de que 
ela se refere somente aos medicamentos da indústria químico-farmacêutica. Para ele, o 
uso de plantas medicinais, de bebidas alcoólicas, de maconha etc., e de outras 
atividades (como massagens), acionadas de modo intencional para controle, alívio, 
solução, cura ou prevenção de processos que afetam a saúde, são também práticas de 
automedicação. 
Existem diferentes significados para a experiência da doença, para o autor 
LANGDON (2003) o que acaba possibilitando ações e dialetos conforme o autor 
Menendéz (2003), podem entender os aspectos de atenção à saúde, como o da 
biomedicina e das praticas alternativas de saúde ou populares . (DIEHL, LANGDON, 
2013) 
Apesar das opiniões negativas e dos julgamentos críticos da autotentação em 
termos de automedicação, a biomedicina e outros serviços de saúde influenciam ações 
de autotentação no quesito de autocuidado, como por exemplo o uso de termômetro, 
palpação dos seios femininos, o planejamento família através da pílula contraceptiva, 
dentre outros autocuidados. (DIEHL, LANGDON, 2013). 
Os sujeitos e grupos sociais reapropriam e ressignificam o uso de 
medicamentos, segundo saberes e atividades que fazem sentido em um contexto 
cultural e social específico, de maneira autônoma, quer seja em relação aos serviços ou 
aos profissionais de saúde. (DIEHL, LANGDON, 2013) 
18 
 
6.2 A INFLUÊNCIA DAS CRENÇAS COM FITOTERÁPICOS 
No Brasil, o uso de plantas com promessas medicinais tem em sua prática 
indígena suas raizes, que foi influenciada pela cultura africana e portuguesa, e como 
decorrência obteve uma vasta cultura popular do uso de plantas. (TEXEIRA; 
BARBOSA; GOMES, 2015). 
A evolução humana está profundamente ligada a culturas alternativas, de modo 
que no Brasil, desde o início sempre apresentou uma identidade cultural diversificada, 
tendo esse fator ajudado para a dispersão de crenças, começando desde os indígenas 
até as populações mais atuais. 
Essas culturas representam um fator importante para a continuidade das 
condições de saúde fazendo parte de um saber local preservado, e a fitoterapia 
reproduz parte importante dessa cultura e de um determinado povo (GONÇALVEZ; 
GENERUTE; CHAVES, 2011). 
Sabendo disso é importante conhecer, com suas crenças o valor que ela tem 
para quem usufrui os benefícios acarretados ou até mesmo fatores que possam estar 
interferindo no processo saúde-doença. É comum relacionar crenças antigas com o uso 
de plantas medicinais para tratamento de várias doenças inclusive com a população 
mais idosa que nos fornece seus saberes cativados de seus antepassados. 
A crença popular que crer na eficácia das plantas, se deve pelas experiências 
com resultados satisfatórios, que aos poucos devido o produção dos medicamentos de 
farmácia, foi substituída ,pois prometiam a cura rápida e total da patologia. 
(TOMAZZON; NEGRELLE; CENTA, 2006). 
O aumento da utilização da abordagem farmacêutica pode ser interligado com 
alguns questionamentos sobre o uso ocasional, abusivo e irracional de remédios, 
procurando assim substituir para o conhecimento tradicional. 
Quanto às práticas da medicina tradicional atenta que são baseadas em crenças 
existentes a centenas de anos, antes mesmo do desenvolvimento da medicina cientifica 
moderna e prevalece até hoje, não deixando de fazer parte do conhecimento de uma 
geração a outra, e sua aceitação é fortemente condicionada pelos fatores culturais, 
além disso, o poder curativo das plantas não podem ser mais considerados apenas 
como uma tradição de geração mas como ciência que sendo estudada, aperfeiçoada e 
19 
 
aplicada por várias culturas ao longo dos tempos (TOMAZZON; NEGRELLE; CENTA, 
2006). 
6.3 AS PLANTAS E SUA FORMA DE USO 
Com o avanço da medicina na maior parte do mundo, a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), afirma que maior parte da população dos países desenvolvidos tem uma 
dependência da medicina tradicional para atenção primária. (BRASIL, 2016). 
Tendo em vista que 80% desta população utilizam práticas tradicionais nos seus 
cuidados básicos de saúde e 85% destes utilizam plantas ou preparações destas 
(BRASIL, 2016). 
O país é proeminente por envolver um bom estoque de flora mundialmente 
conhecida, a Amazônia abrange a maior reserva de produtos naturais com ação 
fitoterápica do planeta. 
As profundas raízes culturais facilitam a sobrevida da fitoterapia, que significa o 
tratamento pelas plantas, até hoje fortemente reforçada pelo conhecimento popular, que 
adota a eficácia e o vigor desta modalidade terapêutica. Segundo (SANTOS et al., 
1995) os fitoterápicos fazem com que o ser humano volte a se conectar com a natureza 
e a assim buscar na vegetação uma forma de ajudar o organismo em vários sentidos, 
como restaurar a imunidade enfraquecida, normalizarfunções fisiológicas, desintoxicar 
órgãos e até mesmo para tratamento de enfermidades. 
Hoje podemos encontrar em grandes e pequenas cidades, municípios, regiões 
afastadas no Brasil, a comercialização de plantas espontaneamente em feiras livres. 
Um exemplo bastante conhecido é Ver-o-Peso, o maior mercado e feira ao ar livre de 
gêneros alimentícios e principalmente ervas do interior paraense, esses produtos são 
comercializados por ervanários e raizeiros bastante influenciados por um saber popular. 
A fitoterapia utiliza-se das diversas partes das plantas, como raízes, 
cascas, folhas, frutos e sementes, de acordo com a erva em questão. Há 
também diferentes formas de preparação destas plantas, sendo o chá a 
mais utilizada, preparado por meio da decocção (cozimento), infusão 
(bebida), maceração (temperatura ambiente por horas, dias...) ou 
unguento (mistura das ervas com uma substância gordurosa). No 
primeiro processo a planta a ser utilizada é fervida junto a água, já no 
segundo a água é fervida sozinha e depois colocada sobre a planta, 
quando são liberados os seus princípios terapêuticos (REZENDE; 
COCCO, 2002). 
20 
 
Dessa forma, algum remédio retirado das plantas tem ações diferentes sobre o 
corpo humano. Aqui estão alguns exemplos, que podem ajudar a compreender os 
remédios disponíveis na literatura para bem ou, melhor, não prejudiciais; 
 
 ALHO 
É usado para problemas da pele, candidíase, dor do ouvido, febre, tosse, 
náuseas, flatulência (gases), diarreia. 
Tosse: Esmagar 9 dentes de alho, acrescentar o sumo de 1 limão e 1 ou 2 
colheres de sopa de mel. 
Problemas da pele, comichão e candidíase: Descascar e lavar bem 1 a 3 
dentes de alho e pilar. Aplicar na zona afetada 2 vezes por dia. Se depois duma 
semana o problema não passa, encaminhar para a unidade sanitária mais próxima 
(WENER, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 CAJUEIRO 
É usado para diarreias. 
Preparação e dose: Forma de chá 3 vezes por dia, ao mesmo tempo que se 
bebe outros líquidos à vontade (WENER, 2009). 
 
 
 
 
 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
21 
 
 
 
 
 CARQUEJA 
É usado para Combate a dor de estômago e ajuda a controlar o diabetes, ajuda a 
combater o colesterol, previne a "ressaca" e auxilia no emagrecimento. 
Preparação: Deixar as folhas em água durante algumas horas e beber 
(REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ERVA DOCE 
É usado para combate a cólica, a prisão de ventre e a dor de cabeça. 
Preparação: Na forma de chá (REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
22 
 
 
 
 
 
 ERVA CIDREIRA 
É usado para combater a insônia e a dor de estômago, além de ter um efeito 
calmante. 
Preparação: Forma de chá (REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BOLDO 
É usado contra a dor de estômago, azia e má digestão. 
Preparação: Macerar a planta em água e beber (REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
23 
 
 
 
 
 
 FOLHA DO CAFÉ 
É usado para o combate a dores reumáticas e das articulações. 
Preparação: é feito um banho com o chá, no local da dor (REZENDE; COCCO. 
2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ARNICA 
É utilizada como analgésico, na forma de chá ou banho para dor muscular. 
Preparação: Deixar a água ferver com as folhas e depois de esfriar fazer o 
banho (REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 FOLHA DO ABACATE 
É utilizado para combate a infecção urinária, diurético, elimina cálculos renais e 
do fígado. 
 Preparação: Devem ser utilizadas as folhas secas (as verdes podem causar 
taquicardia). (REZENDE; COCCO. 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CALÊNDULA 
É utilizada para inflamações, lesões, contusões e queimaduras. 
Preparação: Utiliza as flores da planta, em forma de chá, aplicar na região 
afetada (MARIA J. A. BUENO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 ALECRIM 
É utilizado para controle da pressão alta, distúrbio circulatórios, como anti-séptico 
e cicatrizante. 
Preparação: Usa-se, as folhas para fazer o chá e aplicar no local afetado 
(MARIA J. A. BUENO, 2016). 
 
 
 
 
6.4 FATORES QUE LEVAM AO USO DE FITOTERAPICOS 
 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população mundial 
utilizam a medicina tradicional como recurso para atender suas necessidades básicas 
de saúde, uma vez que seu acesso é mais fácil e menos oneroso. A utilização de 
plantas medicinais por grande parte da população se dá em virtude de os 
medicamentos sintéticos apresentarem elevado custo, tornando se menos acessíveis e 
também por serem mais agressivos ao organismo. Além da morosidade do sistema de 
saúde, atreladas a fatores com baixo poder aquisitivo, falta de programas educacionais 
de saúde à população em geral, são fatores que influenciam as pessoas a fazerem o 
uso das mesmas (MARACAJÁ et al.,2013). 
Antigamente, a sociedade como um todo juntam informações e saberes sobre a 
flora que os cercam, para ocorrer a iteração e prover suas carências de sobrevivência. 
Entre as experiências difundidas pela cultura popular, as ervas medicinais por inúmeros 
FONTE GOOGLE IMAGENS 
 
FONTE: GOOGLE IMAGENS 
 
26 
 
fatores, são salientadas pela sua eficácia e terapêutica aplicadas ao longo das 
gerações.(COSTA et al., 2016). 
A família é o principal meio de divulgação dessas práticas e têm um papel 
importante na manutenção da saúde de seus membros e de sua comunidade. De uma 
forma ou de outra, é a unidade primária da cultura humana e da sociedade (MACHADO 
et al., 2005). 
Vale ressaltar que o uso de plantas medicinais ou fitoterápicos é presente até os 
dias de hoje, pois o custo é menor em relação aos medicamentos de farmácia, além 
dos usuários terem uma insatisfação pelos medicamentos alopáticos, devido os efeitos 
colaterais que apresentam. A segurança, eficácia e a menor dependência da tecnologia 
medicamentosa também contribuem para o uso continuo dessa pratica não 
convencional. 
Segundo o autor Matsuda, explica a população busca uma melhor qualidade de 
vida com o uso de métodos naturais e saudáveis para o autocuidado. Já para Simões, 
explica que para a sociedade é uma vantagem financeira utilizar os fitoterapio, pois os 
medicamentos alopáticos tem um custo elevado, e devido a crise econômica e a falta 
de acesso aos postos de saúde ou ao profissional da área, geram uma busca dos 
consumidores por utilizar plantas com fins medicinais (BRUNING; MOSEGUI; VIANNA, 
2012) 
 
Além de todos esses fatores, a ação terapêutica tem sido comprovada 
com muitas plantas utilizadas popularmente. Leite assim assume a 
discussão: a ‘’[...] insatisfação com o sistema de saúde oficial, a 
necessidade das pessoas da sensação de controle de seu próprio corpo 
e recuperação da saúde, tomando práticas de saúde por si ou para sua 
família [...]’’, são fatores que estão contribuindo para o aumento da 
utilização de fitoterápicos (BRUNING; MOSEGUI; VIANNA, 2012). 
 
Dessa forma, a população como um todo, na tentativa de enfrentar os seus 
problemas, utiliza estratégias que foram criadas através da construção do saber ao 
longo dos anos. Diante disso, o ser humano não preocupa se com a cientificidade do 
medicamento caseiro e sim com a resposta que ele irá trazer no determinado momento 
que for utilizado. 
27 
 
6.5 EFICACÍA DOS FITOTERAPICOS 
As distinções dos cuidados em saúde estão relacionadas ao contexto sócio 
cultural que descreve cada momento vivido pelo ser humano. Desse modo, o modelo 
cultural de uma verdade social devem ser compreendidos como colaboradores, o ponto 
de vista social que inclui o processo saúde doença (NASCIMENTO; CALIARI; 
SANTOS, 2006). 
 Essas práticas englobam a prevenção de doenças, a manutenção e recuperaçãoda saúde, assim como a melhoria da qualidade de vida do usuário e comunidade. 
Considerando ainda, a minimização da dependência tecnológica e medicamentosa 
(ALCANTARA; JOAQUIM; SAMPAIO, 2015). 
 Sabe se que as experiências com o uso de fitoterápicos é um fator determinante 
para que o usurário prossiga ou não com o tratamento. Além de sabor, modo de 
preparo da planta, vão influenciar na ação e no tratamento alternativo. 
 Há maior preocupação com os fitoterápicos advém do fato que seu uso é, muitas 
vezes, associado ao conceito de inocuidade, de forma que se não fazem bem, não 
farão mal (MARLIÉRE; RIBEIRO; BRANDÃO, 2008). 
 Esse é um dos principais temores dos profissionais em relação ao tratamento 
alternativo, pois se a clientela que possui doenças crônicas e fazem o uso de 
medicamentos industrializados juntamente com os fitoterápicos podem trazer 
consequências na eficácia, se não souber o modo de preparo, a quantidade que deve 
ser utilizada por dia e por hora, dentre outros fatores que são essências para sua 
utilização. 
 Segundo a autora ANDRAUS et al. Pg.69, 2006, experiências 
empíricas, baseadas em resultados positivos ou negativos adquiridos 
durante o uso desses recursos, respaldam a credibilidade e adoção 
dessas práticas, segundo a percepção do sujeito: “muitas pessoas usam 
e são beneficiadas. Parece que é uma coisa mais pura; olha, eu acredito 
que esses remédios são bons sim. Eu conheço pessoas que não usam 
remédios de farmácia e melhoram só com remédios caseiros. 
 
 Devido, essas experiências apresentarem o lado positivo na eficácia do 
tratamento alternativo, mostrou que a dependência do usuário por medicamentos de 
farmácia é bem baixa, pois eles acreditam na eficácia e na cura de algumas 
comorbidades. 
 A utilização de plantas medicinais está em consonância com as proposições da 
Organização Mundial de Saúde (OMS), que incentivam a valorização das terapias 
28 
 
tradicionais, reconhecidos como recursos terapêuticos uteis. Tais recursos podem 
atender a algumas demandas de saúde da população, além de contribuir para o 
sistema público do local (COSTA et al. 2016). 
 Grandes foram os progressos nesta área dos fitoterápicos. Yunes et. al. Ferro 
aponta para um cenário promissor, com avanços na área cientifica que levam ao 
desenvolvimento de fitoterápicos seguros e eficazes. 
7 METODOLOGIA 
7.1 TIPO DE ESTUDO 
Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa. 
Classifica-se em descritiva, no qual tem como propósito realizar a descrição das 
particularidades de alguma população ou fenômeno, ou a determinação de relações 
entre variáveis. Uma das peculiaridades importantes deste tipo de pesquisa é a 
aplicação de métodos padronizados de coleta de informações, como por exemplo, a 
entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação (PRODAVON; FREITAS, 
2013). 
A pesquisa quantitativa, que tem suas raízes no pensamento positivista lógico, 
tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis 
da experiência humana. Por outro lado, a pesquisa qualitativa tende a salientar os 
aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência humana, para apreender a 
totalidade no contexto daqueles que estão vivenciando o fenômeno (POLIT, BECKER E 
HUNGLER, 2004, p. 201) 
7.2 LÓCUS DA PESQUISA 
A pesquisa foi desenvolvida no estado do Pará, com pessoas que fazem uso de 
fitoterápicos. 
7.3 PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS 
De 05/03/2018 até 30/03/2018. 
7.4 SUJEITO DA PESQUISA 
O sujeito da pesquisa foram homens e mulheres com a faixa etária acima de 18 
anos de idade e sem limite de idade superior. 
29 
 
7.4.1 critérios de inclusão 
Foram incluídos homens e mulheres acima de 18 anos de idade e sem limite de 
idade superior que queiram participar da pesquisa, que tem o conhecimento sobre 
fitoterápicos. 
7.4.2 critérios de exclusão 
Foram excluídos homens e mulheres que se recusarem a participar da pesquisa, 
gestantes, menores de 18 anos e pessoas que não utilizam fitoterápicos. 
7.5 RISCOS 
Para minimizar os riscos do grande número de perguntas sem respostas, devido 
a grande quantidade do número de perguntas, aumentamos o tempo da pesquisa, para 
não haver risco de constrangimento e da quebra do sigilo. Foi utilizado nomes 
codificados que somente os pesquisadores tiveram acesso aos dados coletados do 
sujeito da pesquisa. No final da pesquisa todo o processo de submissão para artigos 
científicos não teve nenhuma identificação das participantes. 
7.6 BENEFICIOS 
O aperfeiçoamento cientifico sobre o tema estudado permitindo uma nova 
perspectiva sobre a realização do processo de pesquisa, tendo ainda a possibilidade de 
inclusão de um trabalho de cunho cientifico, enriquecendo assim, as perspectivas como 
profissional e pesquisador. A comunidade cientifica se beneficiará com o aumento de 
dados literários a respeito ao perfil da utilização de fitoterápicos pela população como 
uma abordagem de terapia alternativa em Belém- PA. 
7.7 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS 
Foi utilizado formulário dividido em dois eixos, o primeiro eixo para identificar o 
perfil sócio epidemiológico, e o segundo eixo para identificar o conhecimento de 
fitoterápicos 
7.8 ANÁLISES DOS DADOS 
A coleta e análise dos dados foi utilizada a partir da análise dos formulários, na 
entrevista desses sujeitos. Os dados foram tabulados e analisados pelo programa 
SPSS (Pacote Estatístico para as Ciências Sociais), Versão 23.0. 
30 
 
7.9 ASPECTOS ÉTICOS 
O estudo se fundamenta nos princípios básicos da bioética, presente na 
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que dispõe sobre a pesquisa 
envolvendo seres humanos que são: autonomia, beneficência, não maleficência, justiça 
e equidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
8 RESULTADO E DISCUSSÃO 
Gráfico 01: Distribuição percentual em relação ao gênero dos entrevistados. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pelos autores da pesquisa. 
Na analise do gráfico 01, podemos observar uma predominância de 51% do sexo 
masculino e 49% do sexo feminio. 
Segundo o estudo realizado pelo autor Leite 2000, com relação ao sexo que 
frequentemente utiliza as plantas medicinais, a maioria foi do sexo feminino (85,4%), 
com média de idade inferior à do sexo masculino. Diversos estudos demonstram o 
predomínio do sexo feminino no consumo de medicamentos provenientes tanto da 
medicina convencional (Bertoldi et al., 2004), como da complementar (Sanfélix et al., 
2001). De acordo com Sanfélix et al. (1999), as variáveis que determinam o número de 
medicamentos consumidos são os problemas de saúde e a frequência de busca por 
atendimento médico. Concepções sócio-culturais impõem ao homem não ser facultado 
definir-se como doente, o que o leva a postergar a busca por atendimento médico, 
enquanto as mulheres são consideradas mais frágeis e susceptíveis às doenças, e, 
portanto, buscam atendimento médico com maior frequência, o que as tornam mais 
vulneráveis aos riscos da utilização de medicamentos, sejam eles alopáticos ou 
fitoterápicos. 
32 
 
O autor Araújo (2013), no quesito gênero, verificou-se que 83,0% dos 
entrevistados pertenciam ao sexo masculino. O predomínio dos homens na atividade 
também foi observado por Alves, Silva e Alves (2008) nas cidades de Teresina/PI 
(63,0%), São Luís/MA (62,0%) e Belém/PA (56,0%) e por Rocha et al. (2012), na cidade 
de Lagoa Nova/RN onde os autores constataram frequência equivalente a 60,0%. 
Os dados encontrados permitiram concluir que a comercialização informal de 
plantas medicinais na feira livre de Currais Novos é uma atividade exercida 
predominantemente por indivíduos do sexo masculino, de baixo poder aquisitivo e 
escolaridade. Embora fundamental na composição de sua renda familiar, inexistem por 
parte dos comerciantes, controles financeiro e administrativoadequados, o que dificulta 
o planejamento econômico a médio e em longo prazo (ARAUJO,2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Gráfico 02 – Distribuição percentual em relação a idade dos entrevistados 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Na análise do gráfico 02, do levantamento realizado, foi possível traçar o perfil da 
população entrevistada, do qual a idade variou dentro da seguinte proporção: 15% (13) 
tinham entre 18 a 22 anos, 5% (5) de 23 a 27 anos, 8% (8) de 28 a 32 anos, 9% (9) de 
33 a 37 anos,10% (10) de 38 a 42 anos,11% (11) de 43 a 47 anos, e 15% (10) tinham 
acima de 60 anos sendo assim o uso de plantas medicinais ocorre de forma mais 
acentuada entre a população mais velha, este fato se volta por conta da menor atenção 
da população mais jovem quanto ao conhecimento transmitido através de suas 
gerações, conforme mostra o gráfico acima. 
 A utilidades das plantas medicinais tem base na tradição familiar, hoje em dia, 
muitos fatores têm contribuído para maximizar a utilização deste recurso, 
redirecionando para um caminho de origem natural. 
Para grande parte da população, o uso de plantas medicinais é visto como uma 
integrativa histórica à utilização de medicamentos sintéticos, visto que os últimos são 
considerados mais caros e agressivos ao organismo. A disseminação do uso de plantas 
medicinais, assim como a automedicação, deve-se principalmente ao baixo custo e fácil 
acesso à grande parcela da população (OMS, 2008). 
Segundo o ator BADKE (2008) ,acredita-se que esse perfil seja favorável aos 
estudos que abordam a utilização de plantas medicinais no cuidado da saúde do ser 
34 
 
humano, uma vez que, possivelmente são as pessoas idosas as detentoras de um 
maior conhecimento acerca dessas práticas complementares de cuidado, que em sua 
maioria, foram adquiridas ao longo dos anos, de geração para geração, ou construídas 
no decorrer de sua própria vivência. 
Esse resultado vai ao encontro do que Collière (1989, p. 46) diz sobre o processo 
de transmissão dos conhecimentos acerca das plantas medicinais, afirma que eles são 
“transmitidos através de várias gerações pela tradição oral [...] transmitindo a sua 
experiência de vizinha a vizinha, de mãe para filha”. (BADKE,2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Gráfico 03 - Distribuição percentual relacionada ao estado civil dos entrevistados. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Relacionando o estado civil do público entrevistado, 5% com estado civil de viúvo 
utilizam dos fitoterápicos, 55% são casados ,38% são solteiros, e apenas 2% são 
separados. A alta frequência de utilidade fitoterápica nos estados civis dos 
entrevistados tem predominância nas pessoas casadas o que pode ser associado ao 
fato de que os mesmos se questionam sobre os perigos do uso excessivo e irracional 
de produtos farmacêuticos, substituindo por técnicas menos agressivas ao organismo 
humano para assegurar o bem-estar da sua família. 
Os resultados favoráveis da ação terapêutica mostram que o maior agente é a 
base de conhecimento familiar, ou seja, baseia-se pela pesquisa que as esposas junto 
ao marido somam fonte de conhecimento familiar influenciando na prática de uso de 
plantas medicinais no cuidado à saúde. 
Segundo, Santos et al. 2011 diz que o uso de fitoterápicos está relacionado a 
fatores culturais, e a indicação do uso das plantas é repassada e transmitida de pais 
para filhos, os costumes e as crenças estão relacionados ao meio em que vive, 
portanto, o ser humano é resultado do meio dos costumes e tradições que foram 
passados pelos familiares e que são transmitidos ao longo das gerações. 
 
 
36 
 
Gráfico 04 - Distribuição percentual relacionado ao grau de escolaridade dos 
entrevistados. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Com relação à escolaridade dos entrevistados, 13% possuí o ensino fundamental 
completo, 13% frequentam o ensino fundamental ou nem participam, os denominando 
como fundamental incompleto, 37% possuem o ensino médio completo, 6% não 
completaram o ensino médio, 18% possuem o ensino superior e 13% da população 
amostrada apresentou formação superior incompleta, conforme o gráfico acima. 
Assim, observa-se que o conhecimento sobre os fitoterápicos apresenta 
tendência a aumentar com o nível de escolaridade. Fica claro que o nível de 
escolaridade independe das condições econômicas. Assim, a relação entre o nível de 
escolaridade e o grande envolvimento com as plantas medicinais pode ser o reflexo da 
busca, devido ao benefício natural, a etnofarmacologia, as formas alternativas de tratar 
certas doenças garantindo uma escolha entre o fitoterápico e os medicamentos caros. 
Talvez seja possível discernir também que o nível crescente de escolaridade se tornam 
passível ao consumo por toda a sociedade que mostra de alguma forma uma 
globalização dos costumes. 
De acordo com Santos et al. (2008) a utilização de plantas medicinais reflete a 
realidade de parte da população brasileira, cujo limitado acesso aos programas de 
37 
 
saúde pública levou ao desenvolvimento e conservação de um conhecimento 
etnobotânico rico de informações. 
 Para Oliveira et al. (2009) a grande diversidade de plantas medicinais possibilita 
ao homem oportunidades de perpetuar suas experiências por meio da disseminação 
oral do conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Gráfico 05 - Distribuição percentual relacionado a religião dos entrevistados. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Relacionando os dados levantados com a entrevista sobre qual religião 
constamos que 56% são católicos, 1% espirita, 33% evangélico, 1% protestante, e 9% 
não soube nos dizer. 
No que preocupa às práticas religiosas ligada a fitoterapia, embora não exista um 
planejamento que as englobe, elas estão amplamente discutidas na antropologia como 
importantes no processo de cura e bem-estar de seus seguidores. 
A Religiosidade expressa as visões de um mundo e as expectativas para 
melhores condições de vida, pois é oriunda de um saber nato, acumulado, que produz 
conhecimento a partir de vivencias (CERQUEIRA, 2004). 
Esse dado, embora com grande frequência de acordo com o gráfico 04 mostra 
que os católicos e os evangélicos são o grupo de maior praticante dessa ação natural 
embora os evangélicos considerar-se um povo mais restrito a práticas que 
relacionam/ou não o poder da cura, o que pode ter a ver com a presença da 
religiosidade em nossa cultura e a mestiçagem entre os povos indígenas. 
Pode-se dizer que no Brasil colonial não existiram fronteiras rígidas o bastante 
entre a medicina oficial e as práticas de curas populares, os praticantes de ambas 
estavam incorporados num ambiente em que suas concepções e procedimentos de 
cura se misturavam, havendo um mecanismo de apropriações de parte a parte. Era 
39 
 
uma aprendizagem mútua de habilidades, crenças e visões do mundo, deslocadas e 
transportadas de cada um, para cada um (VIRGÍNIA, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Gráfico 06 - Distribuição percentual relacionado a renda familiar dos entrevistados. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
De acordo com o público da pesquisa, 39% possuem um salário mínimo, 21% 
dois salários mínimos, 19% três salários mínimos, 12% quatro salários mínimos e 9 % 
possui salários acima de cinco. 
Observamos que a procura pelos fitoterápicos é divergente daqueles que só 
procuravam por ter baixa renda e sim resumindo uma independência para obter uma 
abordagem mais natural, proveniente da tradição familiar, seguido da opção por um 
tratamento natural, conforme mostradono gráfico 5. 
Embora em países desenvolvidos, a população tenha um fácil acesso a 
medicamentos modernos, o uso de plantas medicinais manteve a sua popularidade 
devido a razões culturais. Por outro lado, nos países em desenvolvimento 65 – 80% da 
população depende exclusivamente das plantas medicinais para os cuidados básicos 
de saúde (AGRA, 2007). 
Entre a população entrevistada existe as que utilizam frequentemente as plantas 
medicinais, existem também as que usam como comercio para tirar seu sustento, então 
os dados mostram que a utilização de plantas medicinais é facilitada pela obtenção das 
plantas, pois as mesmas são cultivadas pelos próprios usuários e, provavelmente são 
utilizadas ainda frescas. 
41 
 
A facilidade de obtenção e utilização das plantas pela população fica evidente, 
independentemente de nível salarial já que as mesmas geralmente estão disponíveis 
em casa, no quintal do vizinho ou nas bancas de ervas, além de muitas enfermidades 
primárias que levam a população obter medicamentos industrializados com custos 
elevados, podendo assim optar por fitoterápico com valor muito menor, bem como 
tendência, nos dias atuais, ao uso de produtos de origens naturais na melhoria da 
saúde da população de baixa, média e alta renda familiar. 
O aumento da demanda por fitoterápicos pode ser associado a uma alternativa 
mais saudável e menos danosa de tratamento e a uma insatisfação da população 
relacionada ao não acesso aos medicamentos industrializados (TOMAZZONI et al., 
2006; BRASIL, 2007). 
Serrano (1985) aponta que a medicina popular corroborou para o incentivo do 
uso das plantas medicinais delineados pela cultura de muitos povos. Para tal, a 
introdução e a utilização das plantas medicinais como recurso terapêutico é certamente 
milenar, sustentada pela preservação cultural transmitida pelas sucessivas gerações, 
que alicerçaram o uso de tais plantas no cuidado à saúde. Em face disto, faz-se 
necessário conhecer os princípios das plantas, pois muitas, apesar de serem 
classificadas como “naturais”, possuem efeitos tóxicos à saúde (OLIVEIRA e 
PORTELLA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Gráfico 07 - Distribuição percentual relacionado a origem em que as conhecem. 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
De acordo com a entrevista, 3% conheceram por amigos, 25% pelos avós, 63% 
pela mãe, 6 % por outros, e 1 % dos entrevistados conheceram por tias, profissionais 
da área da saúde e no trabalho. Percebeu-se que a utilização de plantas na terapia 
popular ainda parte da transferência do conhecimento do “saber antigo” relacionado a 
etnobotânica, a pesquisa mostra que não houve indicativos de bloqueios ou rupturas 
neste processo de transição cultural o que seria mais uma fase de adaptação aos 
recursos e as formas de uso das plantas. Constatou-se, então, o valor dessa transição 
do saber das plantas medicinais para as pessoas o que representam um fator 
importante para a manutenção das condições de saúde. 
É entre os membros da família que se propagam informações oralmente quanto 
a hábitos e cuidados com a saúde, como o uso das plantas medicinais. A família é um 
sistema no qual se conjugam valores, crenças, conhecimentos e práticas, formando um 
modelo explicativo de saúde doença, através do qual a família desenvolve sua dinâmica 
de funcionamento, promovendo a saúde, prevenindo e tratando a doença de seus 
membros (TEILA, 2010). 
Assim, se faz necessário identificar o fluxo do conhecimento tradicional sobre 
plantas medicinais, por possuírem nuances que as diferenciam de demais objetos de 
estudo com enfoque tradicional pelo valor associado ao compartilhamento do seu 
43 
 
conhecimento: segurança à saúde. Ainda, segurança à saúde de mais da metade da 
população mundial, visto que até 75% faz uso destes vegetais (ORGANIZAÇÃO 
MUNDIAL DA SAÚDE, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Gráfico 08 -Distribuição percentual relacionado a finalidade terapeutica para os 
entrevistados 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Nesta entrevista, foi constatado que 7% utiliza para o emagrecimento, 1% para o 
misticismo, 5% unhas e cabelos 20% para tudo e a maioria dos entrevistados (67%) 
declararam o uso de plantas para fins terapêuticos por conta própria. 
As populações humanas convivem com uma grande diversidade de espécies 
vegetais, desenvolvendo maneiras particulares de explorá-las para distintas finalidades, 
usando-as como alternativa de sobrevivência. Dentre estas, do repertório cultural, 
destaca-se o conhecimento sobre a utilização de plantas para fins terapêuticos 
(OLIVEIRA, 2008). 
O Brasil tem uma rica história de uso das plantas medicinais no tratamento dos 
problemas de saúde da população, uso este construído com base na experiência e 
transmitido de forma oral (BRUNING et al., 2012). 
Segundo MACEDO et al. 2007, considerando a influência indígena, africana e 
europeia, bem como os costumes relacionados ao uso tradicional de plantas como 
recurso terapêutico. 
Na região norte do Brasil, mais especificamente no estado do Pará, há uma forte 
influência da comercialização das plantas medicinais, evidenciada nas barracas de 
ervas medicinais, ritualísticas e aromáticas do Mercado do Ver-o-peso (ou ainda, 
45 
 
complexo do Ver-o-peso, feira do Ver-o-peso que assim é chamado também) que são 
bastante procuradas por moradores e turistas (GABRIELY, 2017). 
Deve atentar que o uso tradicional das plantas feita pela população contém 
riscos de intoxicação, devido ao possível manuseio errada do vegetal ou parte dele e/ou 
preparo inadequado do mesmo a contribuição deste estudo serve processo de 
reconhecimento cultural, tradicional e antropológico. 
Os grupos das plantas medicinais e tóxicas ocasionalmente são tomados 
indistintamente, já que se tem o pressuposto de conterem princípios ativos, que 
dependendo da dose, podem ser benéficos ou tóxicos para o organismo. O grau de 
toxidade, capaz de alterar o conjunto funcional orgânico, depende da dosagem e do 
indivíduo. Há substâncias altamente tóxicas que, em dosagens mínimas, entram na 
composição de vários remédios. E, há ainda, aquelas que só fazem efeito 
cumulativamente, mas a maioria entra em ação ao primeiro contato. Diversas 
substâncias isoladas de vegetais considerados medicinais possuem atividade citotóxica 
ou genotóxica e mostram relação com a incidência de tumores (SILVA et al., 2009b). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Gráfico 09: Distribuição percentual relacionado ao motivos que levam a utilização de 
fitoterapicos 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Dentro do que foi observado na analise do gráfico 09, podemos observar que 
45% da população tem como principal motivo a utilização de fitoterápicos por ser 
natural, alegando que pelo fato de ser natural não sentem os efeitos colaterais, partindo 
do principio de que ‘’o que é natural não faz mal’, 30% dos sujeitos entrevistados 
alegam que o principal fator que levam eles a utilizar fitoterápicos é a eficácia,10% 
alegam usar pelo custo, 10% fazem o uso pelo fácil acesso e apenas 5% pela religião. 
Embora haja grandes avanços da medicina nos dias atuais, a OMS (organização 
mundial de saúde) afirma que alguns países ainda necessitam da medicina 
alternativa como atendimento primário a saúde. Segundo Barreto (2011). O 
consumo progressivo dos medicamentos fitoterápicos e das plantas medicinais dá-se 
pela ausência da eficácia na assistência primaria à saúde que não conseguem 
atender a demanda da população, devido à crença da inocuidade dos produtos 
naturais em relação aos medicamentos sintéticos, além do fácil acesso a esses 
medicamentos, pois os mesmos são isentos de prescrição médica(SAMARAO,2010; SILVA, 2010; SANTOS et al.,2016). 
47 
 
Segundo Moura e colaboradores (2014), as pessoas utilizam esses 
medicamentos por apresentarem baixo custo, ser de fácil obtenção, poucos 
efeitos adversos comparando com os alopáticos sintéticos, preferência pelo 
natural e tradição cultural. 
O fato de 45% dos participantes da pesquisa acreditarem que plantas medicinais 
não fazem mal à saúde é preocupante, uma vez que muitas plantas quando usadas de 
forma abusiva ou inadequada podem ser tóxicas ou causar diversos efeitos adversos, 
além de poder interagir com outros medicamentos já utilizados. 
A sociedade tem a percepção de que todo produto natural é seguro e desprovido 
de efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos dos produtos naturais são apenas 
psicológicos e, em outros, causam danos irreversíveis à saúde. A falta de informação 
do público sobre os fitoterápicos tem sido explorada por muitos espertalhões em busca 
de curas milagrosas e lucros fáceis. Outros com intenções duvidosas, ao invés de 
esclarecerem os seus benefícios, lançam dúvidas e emitem opiniões sem levar em 
consideração os milênios que as plantas medicinais estão a serviço da humanidade. A 
única maneira de combater estes espertalhões é levar informações confiáveis de 
cientistas ao grande público, sem parcialidade ou interesses econômicos escusos. 
(FERRIERA,2010) 
A fitoterapia tem se tornado cada vez mais popular entre os povos de todo o 
mundo. Há inúmeros medicamentos no mercado que utilizam em seus rótulos o termo 
“produto natural”. Eles prometem, além de maior eficácia terapêutica, ausência de 
efeitos colaterais. 
O benefício mais facilmente notado é o custo do produto. Por exigir menos 
gastos com pesquisa do que os medicamentos de substâncias sintéticas, os 
fitoterápicos chegam às prateleiras com um preço menor do que os produtos sintéticos. 
(FITO,2017) 
Segundo Ramos et al (2015) o uso das plantas para o tratamento de problemas de 
saúde se torna uma opção de menor custo e de fácil acesso na área rural onde o 
deslocamento até o serviço de saúde é mais complicado. 
 Considerando a categoria ‘’religião’’, grande parte dos entrevistados que 
disseram que um dos motivos de utilizar os fitoterápicos, era devido sua religião, a 
48 
 
maior parte eram católicos e evangélicos. Os evangélicos, alegavam que utilizavam e 
orientavam o uso da planta para ubamda. 
 O uso de plantas com fins terapêuticos têm sido constatado em todas as 
civilizações, assim como práticas de cunho religioso. Ao longo da história, o homem 
sempre buscou a superação dos seus males. Inúmeras etapas marcaram a evolução da 
arte de curar. Porém, é difícil delimitá-las com exatidão, uma vez que a arte de curar 
esteve, por muito tempo, associada às práticas mágicas, místicas e ritualísticas. Em 
todas estas etapas, as práticas de cura utilizaram as plantas medicinais. (SOUZA, 
2011) 
A prática da Fitoterapia os curandeiros e/ou pais/mãe de santo do candomblé 
usam plantas medicinais. Para eles, cada folha possui virtudes que lhes são próprias e, 
misturadas a outras, formam preparações medicinais e mágicas, de grande importância 
nos cultos, onde nada pode ser feito sem o uso das folhas. (Santos, 1976). E 
acrescenta: “o “sangue” das folhas, que traz em si o poder do que nasce, do que 
advém, abundantemente, é um dos “axés” mais poderosos. Em combinações 
apropriadas, elas mobilizam qualquer ação ou ritual; daí a necessidade constante de 
seu uso”. 
 Segundo o Autor Souza 2011, o Brasil, de certa forma, os terreiros de 
Candomblé mantiveram suas práticas religiosas, preservando o uso sagrado e 
medicinal das folhas. São, portanto abundantemente usados nas práticas de rituais, nas 
festas e na orientação para o cotidiano dos filhos do santo, incluindo os estados de 
desequilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Gráfico 10: Distribuição percentual relacionado aos benefícios dos fitoterápicos 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
 Na analise do gráfico 10, pode observar que 95% dos usuários de plantas 
medicinais sentem os benefícios da planta. E apenas 5% alegam não sentir benefícios 
com a utilização das plantas. 
 A maioria dos entrevistados (95%), De acordo com Oliveira (2015), os 
fitoterápicos apresentam eficácia e qualidade comprovadas pela ANVISA. Todos são 
submetidos a testes que garante a qualidade do produto final antes do mesmo 
ser expostos a vendas para população (OLIVEIRA, 2015). 
Em um estudo realizado para uma tese de mestrado em Enfermagem, o autor Badke 
2008, em sua pesquisa foi constatado que Ao questionar os sujeitos sobre como foi o 
resultado da utilização dos chás, todos relataram que tiveram resultados positivos, pois 
melhoraram. Seis dos dez sujeitos mencionaram ter resultados praticamente imediatos ( 
considerado uma variação entre o momento do uso até duas horas após), e Três dos 
entrevistados relataram um pouco de demora, pois referiram realizar o uso de chá por 
dias, que ficou compreendido entre no mínimo três dias a no máximo quinze dias 
consecutivos (BADKE, 2008). 
O autor Brito 2007, citou em seu estudo realizado o seguinte argumento 
:’’Perguntou-se aos herbolários se havia plantas medicinais capazes de intoxicar o 
doente. Dentre os entrevistados, 50% reafirmou a inocuidade dos fitoterápicos, e 50% 
50 
 
afirmaram haver várias plantas que são tóxicas.’’A diferença de resultado é grande pois 
apenas 5% alegam não sentir os benefícios da planta, porém deve-se investigar o 
motivo se foi utilizado da maneira correta, a dosagem correta, planta correta ou parte 
dela (caule, folha). 
Devido a essas particularidades das crianças e dos idosos, faz necessário o 
entendimento, por parte do herbolário, sobre o tipo de erva a ser receitada, como 
utilizá-la e sobre a dosagem correta. Existe, pois, a necessidade de segurança, tanto 
por parte de quem vende, como por parte de quem compra e utiliza o fitoterápico. 
(BRITTO, 2007). 
Para o autor Figueredo 2014, esta inadequação do uso popular fortalece o 
posicionamento de muitos profissionais de saúde de que o uso da Fitoterapia não traz 
muitos benefícios; daí porque, para esses, as plantas medicinais deveriam tão somente 
ser usadas com a finalidade de fornecer princípios ativos para a produção de 
fitofármacos. Este posicionamento advém da desinformação da potencialidade de cura 
das plantas medicinais e da negação da importância do conhecimento popular no uso 
da Fitoterapia, constituindo uma dificuldade para a implementação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
Gráfico 11: Distribuição percentual relacionado as recomendações dos fitoterápicos 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
Na analise do gráfico 11, podemos observar que 90% dos entrevistados 
recomenda os fitoterápicos. E apenas 10% dos entrevistados não recomendam os 
fitoterápicos como terapia de saúde alternativa. 
Segundo Moura e colaboradores (2014), as pessoas utilizam e recomendam 
esses medicamentos por apresentarem baixo custo, ser de fácil obtenção, 
poucos efeitos adversos comparando com os alopáticos sintéticos, preferência 
pelo natural e tradição cultural. 
Pelo fato deles acreditarem e não apresentar nenhum efeito adverso, de acordo 
com Oliveira (2015), os fitoterápicos apresentam eficácia e qualidade comprovadas pela 
ANVISA. Todos são submetidos a testes que garante a qualidade do produto final 
antes do mesmo ser expostos a vendas para população (OLIVEIRA, 2015). 
Em um estudo semelhante, os entrevistados relataram que na maioria das 
vezes, utilizam os fitoterápicos sem saber sua finalidade terapêutica, e fazem o 
uso porque algum vizinho ou amigo recomendou (SILVA, 2008) 
 
 
 
52 
 
Gráfico 12: Distribuição percentual relacionado aos efeitos colateraisFonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
De acordo com gráfico 95% dos sujeitos da pesquisa alegam não sentir os 
efeitos colaterais com o uso de fitoterápicos. 
 Segundo Oliveira (2015), o profissional deve orientar os pacientes das 
possíveis interações e dos efeitos colaterais que o fitoterápico possa vir a causar 
De acordo com Silva e colaboradores (2014), o uso inadequado dos 
fitoterápicos e da droga vegetal, pode ocasionar distúrbios graves, sendo de suma 
importância a orientação adequada, para cada patologia apresentada. Portanto, é 
importante a colaboração da população em procurar orientação com os 
profissionais de saúde, principalmente com Farmacêutico, se informando das 
possíveis reações a esses medicamentos (PAIVA et a., 2015). 
 Segundo o autor Braccini (2011), a coleta de dados realizado pelo autor, é 
notório que a maior parte dos sujeitos da pesquisa não sentem efeitos colaterais com o 
uso de fitoterápicos. ‘’Entre os entrevistados 91,6% afirmaram não terem apresentado 
efeito colateral, enquanto que 7,6% afirmam ter tido algum tipo de efeito no uso das 
plantas medicinais e, 0,8% não sabem ou não responderam a este questionamento.’’ 
 Para o autor Braccini (2011), infere-se que as pessoas não estão tendo efeitos 
colaterais ou não estão associando alguma reação ao uso do chá. Grande parte dos 
efeitos colaterais não são informados, porque não se incluem no momento da 
preparação ou escolha da planta, mas são relacionados a outros problemas orgânicos. 
53 
 
Gráfico 13: Distribuição percentual relacionado se a religião influencia na ocupação 
 
Fonte: Questionário aplicado aos entrevistados pels autores da pesquisa. 
A questão 13 no formulário questionava se a ‘’religião influenciava na ocupação 
de vender ervas medicinais’’, foi constatado que 76% alegam que a religião não 
influencia na venda de fitoterápicos. Já 24% dos sujeitos da pesquisa, dizem que a 
religião sim influência na venda. 
 O autor Araujo (2013), desenvolveu um estudo hora apresentado, 100,0% dos 
entrevistados declararam-se católicos. A predominância da religião católica também foi 
observada por Dantas e Guimarães (2006) nas cidades de Campina Grande/PB, João 
Pessoa/PB, Teresina/PI, São Luís/MA e Belém/PA, com frequência média equivalente a 
86,0 %. Por sua vez, Araújo et al (2009) relataram frequência de 41,3% de católicos em 
Maceió/AL. Os mesmos autores também observaram a participação de evangélicos, 
espíritas kardecistas, umbandistas e adeptos de outras religiões no comércio de plantas 
medicinais. 
Embora em nosso estudo todos os entrevistados tenham se declarado católicos, 
em 100,0% dos casos afirmaram conhecer o fato de que parte dos produtos que 
vendiam encontrava aplicações místico-religiosas. Dentre estas, a cura de males 
“espirituais” (referidos pelos comerciantes como “mau olhado” e “quebranto”), o uso 
para a realização de “simpatias” e de rituais diversos, pertencentes a outros sistemas 
de crenças, diferentes dos seus. Tal constataçãoé consistente com o que foi 
54 
 
denominado pela Antropologia Clássica como “pensamento mágico-religioso”. Neste 
contexto, a utilização de plantas medicinais envolve concepções que englobam 
abordagens filosóficas sobre a vida, enfermidade e morte que nem sempre são 
equiparáveis aos conceitos modernos ocidentais (LUZ, 2005). 
Vale ressaltar que no gráfico 05 questionou-se qual a religião dos sujeitos da 
pesquisa, e maior parte era católico e evangélicos que vendiam os fitoterápicos. 
 Essa informação é valida para fazer uma analise comparativa, de que esperamos 
que os erveiros ou raizeiros tenha como religião a ubamda ou camdoblé. Grande parte 
vende independente da religião e sim pelo fato da mãe, avó ou bisavó vender as 
plantas medicinais e agora so continuar com o ‘’negócio da família’’. 
 Segundo o autor Araujo (2013),tal observação reflete o caráter familiar da 
comercialização de plantas medicinais na feira livre estudada. Oitenta por cento dos 
comerciantes que declararam ter herdado o ponto de venda, afirmou que os seus 
descendentes (filhos e/ou netos) permaneceriam no ramo,demonstrando uma tendência 
à continuidade da família na venda de plantas medicinais na feira livre de Lagoa Nova. 
Tal fato contrasta com as observações de Araujo et al. (2009), nas quais se evidencia a 
preocupação com o desinteresse das novas gerações em continuar atuando no ramo,o 
que teria como possível consequência, o seu desaparecimento nas feiras livres ao 
longo do território nacional. 
 A intenção das novas gerações em dar continuidade à tradição familiar na venda 
de plantas medicinais em Lagoa Nova deve ser encarada como positiva, já que é fonte 
potencial de informações relevantes à prospecção de novos fármacos e acerca dos 
usos e sustentabilidade na exploração da caatinga. Adicionalmente, devemos 
considerar o impacto econômico positivo que exerce sobre o orçamento das famílias de 
baixa renda. Nestes casos, os recursos da medicina tradicional constituem uma fonte 
alternativa de baixo custo aos fármacos sintéticos utilizados no tratamento de suas 
doenças (ALVES; SILVA; ALVES, 2008). 
Especula-se que no Brasil o comércio de plantas medicinais é bastante forte, 
mas existem poucos dados quanto a volumes e preços. Citam-se como principais 
mercados internos de venda de plantas medicinais a cidade de Manaus – Amazonas e 
Belém – Pará, especialmente o mercado Ver-o-Peso (considerado como o mercado 
55 
 
mais importante de toda a Amazônia), a feira de Barão de Igarapé e o Complexo São 
Braz (ESTRELLA, 1995). Pode-se salientar, portanto, que o comércio de plantas 
medicinais é comum em todas as cidades brasileiras, especialmente nas feiras livres e 
mercados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Os resultados foram obtidos através de uma pesquisa de campo, mediante 
aplicação de formulários divido em dois eixos, o eixo 1 para identificar o perfil sócio 
epidemiológico e o eixo 2 identificar sobre o conhecimento dos usuários em relação aos 
fitoterápicos. 
 Vale ressaltar, o quanto os resultados presentes na pesquisa são relevantes, 
podemos observar que o uso de fitoterápicos esta cada vez mais sendo utilizado por 
jovens e homens que esse conhecimento foi passado através da mãe como cita o autor 
Badke (2008), a maioria dos entrevistados menciona ter aprendido a usar plantas 
medicinais com as mulheres, oito deles citaram a figura da mãe, da avó e da irmã mais 
velha como a principal transmissora desse conhecimento. 
 Observamos, que a população faz o uso da automedicação e usam sem 
perceber os riscos de intoxicação por fato de crer que por ‘’ser natural’’ não irá causar 
nenhum malefício, a religião não é um quesito para a venda e sim porque a família já 
fazia a venda na feira e foi passado de geração em geração. 
O público com idade superior aos 40 anos possui um elevado conhecimento 
sobre fitoterápicos, porém percebemos que a distinção entre plantas medicinais e 
fitoterápicos é uma dúvida entre os membros da pesquisa, junto também o 
reconhecimento e forma de preparação, além disso, o consumo frequente das plantas 
medicinais é resultado da influência principalmente dos familiares Junto com os 
participantes da entrevista que declararam conhecer e utilizar tratamentos com 
fitoterápicos constatou-se uma relação direta entre o nível de escolaridade e o 
conhecimento tradicional de forma que quanto maior o nível de escolaridade, maior o 
percentual de participantes que declararam conhecer algum fitoterápico e mesmo 
quando os mesmo não tinha pleno conhecimento sobre seu uso sempre acharam uma 
abordagem mais segura. 
Muitas enfermidades, que levam a população a adquirir drogas industrializadas, 
com custos elevados, podem ser tratadas com plantas medicinais e um custo muito

Continue navegando