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0 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 1 MARÍLIA CARVALHO TELES ÁGUA BRANCA-PI 2017 Fonte: https://www.centrodeestudoseformacao.com.br/cursos-online/sociologia-da-educacao 2 Diretor Geral Eloan Coimbra Lima Diretora Acadêmica Eloane Coimbra Lima Secretária Acadêmica Ginoã das Graças Coimbra Lima Coordenação do Curso Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira Coordenação do Nead Tiago Soares da Silva TELES, Marilia Carvalho. Sociologia da Educação. 1ª ed. Água Branca; ISEPRO – Cursos de Graduação. 77p. Bibliografia 1. Pedagogia 2. Educação 3. Título. Ficha Catalográfica Todos os direitos em relação ao design deste material são reservados à ISEPRO. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material são reservados ao autor. Todos os direitos de Copyright deste material didático são à ISEPRO. 3 09 10 12 13 13 16 18 19 19 26 28 29 35 37 38 39 42 44 46 48 50 52 54 61 Apresentação do Curso....................................................... Apresentação da Disciplina................................................... UNIDADE 01 HISTÓRIA E CONCEITO DA SOCIOLOGIA 1. História e conceito da Sociologia.......................................................... ATIVIDADE........................................................................................................ FÓRUM.............................................................................................................. UNIDADE 02 TEORIAS SOCIOLÓGICAS 2. Teorias Sociológicas................................................................................. 2.1 O positivismo - Augusto Comte....................................................................... 2.2 Herberte Spencer - Evolucionismo................................................................... 2.3 Le Play - Pioneiro do Método Monográfico...................................................... 2.4 Karl Marx - Sociologia Crítica e Econômica.................................................. 2.5 Gabriel Tarde - Teoria da Imitação.................................................................. ATIVIDADE........................................................................................................ FÓRUM............................................................................................................. UNIDADE 03 VERTENTES SOCIOLÓGICOS VOLTADOS PARA A CONSTRUÇÃO CAPITALISTA 3. Vertentes Sociológicas Voltadas para a Construção Capitalista........................... 3.1 Emile Burkeiem - Realismo Sociólogo...........................................................3 3.2 Georg Simmel - Formalismo Sociólogo........................................................... 3.3 Leopold Von Wiese - Sociologia das Relações sociais................................... 3.4 Vilfredo Pareto - Mecanismo Sociológico....................................................... 3.5 Max Weber - Sociologia Compreensiva......................................................... ATIVIDADE......................................................................................................... FÓRUM............................................................................................................... 16 16 19 20 22 25 31 31 09 14 14 33 33 36 39 42 43 50 50 05 06 08 15 32 4 UNIDADE 04 ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL 4. Estratificação Social................................................................................... ATIVIDADE..................................................................................................... FÓRUM........................................................................................................... .. UNIDADE 05 CULTURA E SOCIOLOGIA 5. A Cultura é uma perspectiva comum do mundo.................................................. 5.1 A Cultura é um conjunto de verdades............................................................. 5.2 A Cultura é um conjunto de valores............................................................. 5.3 A Cultura é um conjunto de normas............................................................ 5.4 A Cultura, subcultura e contracultura......................................................... ATIVIDADE.................................................................................................... FÓRUM............................................................................................................. UNIDADE 06 GLOBALIZAÇÃO E SOCIEDADE 6. Globalização e Sociedade....................................................................... ATIVIDADE.................................................................................................... FÓRUM.............................................................................................................. REFERÊNCIAS................................................................................................. 52 58 58 60 61 63 65 66 68 68 70 76 76 77 51 59 69 5 A concretização de um curso superior em Pedagogia na modalidade à distância tem como meta o atendimento às necessidades de toda comunidade quanto ao acesso e atendimento ao um ensino superior de qualidade. Desse modo, propõe-se a importância para o curso de Pedagogia numa perspectiva histórico- cultural, tendo como eixo articulador a interdisciplinaridade e a busca da construção de um currículo integrador. As disciplinas pedagógicas que formulam o currículo foram moldadas para uma sociedade cujo princípio da qualidade torna-se prioridade a partir da relação teoria-prática de um trabalho docente de qualidade que procure satisfazer as necessidades de aprendizagem, enriquecendo as experiências do educando no processo educativo. É dentro desta ideia que o curso de Pedagogia do ISEPRO na modalidade à distância constitui-se de uma base comum formada pelos conhecimentos de ciências humanas aliadas a tecnologia, de uma parte diversificada com uma ampliação dos fundamentos na leitura do fazer pedagógico dentro da escola e da sociedade e uma parte complementar com o objetivo de trabalhar os problemas educativos da realidade educacional em vista a qualificação do professor com novas formas de intervenções como aplicações de ferramentas metodológicas. O ISEPRO tem como recurso didático-educacional o uso de materiais como apostilas/livros, plataformas virtuais, internet, vídeos e principalmente um excelente sistema de acompanhamento à distância através de tutores e monitores. É válido salutar que este curso otimiza sempre seus resultados pelas experiências existentes e atendem a ampla procura de profissionais da área educacional. Os profissionais da área da educação serão orientados a sempre desenvolver a capacidade de intervenção científica e técnica assegurando a reflexão critica permanente sobre sua prática e realidade educacional historicamente contextualizada. O que espera deste docente é sua capacidade de (re) construir seu projeto pessoal e profissional a partir da compreensão da realidade histórica e profissional diante das políticas que direcionam as práticas educativas na sociedade. 6 A sociologia nasce como ciência ao mesmo tempo que a vida em sociedade começa a se organizar de uma nova forma. Neste novo modo de organizar a vida, observa-se uma profunda transformação nas relações de trabalho, marcada agora por uma relação contratual de trabalho, concomitante à crença na ideia de progresso. A sociologia nasce e firma-se como uma tentativa de compreensão de situações novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista. Por isto, o século 19 é particularmente importantenão somente para o pensamento ocidental quanto para o surgimento da sociologia. Neste sentido, a revolução industrial pode ser considerada um marco significativo para esta ciência, uma vez que ela instaura novas formas de organizar a vida social. A introdução das máquinas na produção não apenas destruiu o artesão independente, que antes possuía somente um pequeno pedaço de terra cultivado nos seus momentos livres. No campo mais geral, este aumento progressivo de população redundou no surgimento de alguns problemas sociais que antes não se tinha notícia, tais como: acréscimo da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência etc. Estas transformações consolidam a sociologia como ciência, uma vez que todos estes problemas transformam-se em valiosos objetos de investigação. Sendo assim, a própria sociedade passa a se constituir em um problema sociológico. Não é por mero acaso que a sociologia, enquanto instrumento de análise, inexistia nas relativamente estáveis sociedades pré-capitalistas, já que o ritmo e o nível das mudanças que aí se verificavam não chegavam a colocar a sociedade como um problema a ser investigado. Desse modo, esta apostila enfatiza todos estes pontos que compõem o processo de evolução da sociedade, não deixando de dinamizar os relatos voltados para a ótica educacional. 7 8 UNIDADE 01 História e Conceito da Sociologia Fonte: http://cultura.culturamix.com/arte/obras-de-arte-modernas 9 Sociologia da Educação 1. História e conceito da Sociologia A sociologia constitui um projeto intelectual tenso e contraditório. Para alguns ela representa uma poderosa arma a serviço dos interesses dominantes, para outros ela é a expressão teórica dos movimentos revolucionários. A sua posição é notavelmente contraditória. De um lado, foi proscrita de inúmeros centros de ensino. Foi fustigada, em passado recente, nas universidades brasileiras, congelada pelos governos militares argentino, chileno e outros do gênero. (MARTINS, 2006) Em 1968, os coronéis gregos acusavam-na de ser disfarce do marxismo e teoria da revolução. Enquanto isso, os estudantes de Paris escreviam nos muros da Sorbone que "não teríamos mais problemas quando o último sociólogo fosse estrangulado com as tripas do último burocrata”. (MARTINS, 2006) Como compreender as avaliações tão diferentes dirigidas com relação a esta ciência? Para esclarecer esta questão, torna-se necessário conhecer, ainda que de forma bastante geral e com algumas omissões, um pouco de sua história. Isto me leva a situar a sociologia - este conjunto de conceitos, de técnicas e de métodos de investigação produzidos para explicar a vida social – no contexto histórico que possibilitou o seu surgimento, formação e desenvolvimento. (BERGER, 1986) A trajetória desta ciência tem sido uma constante tentativa de dialogar com a civilização capitalista, em suas diferentes fases. Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de reflexão sobre a sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte desejo de interferir no rumo desta civilização. Se o pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a vida social, na sociologia esta influência é particularmente marcante. (BERGER, 1986) Os interesses econômicos e políticos dos grupos e das classes sociais, que na sociedade capitalista apresentam-se de forma divergente, influenciam profundamente a elaboração do pensamento sociológico. Procuro apresentar, em termos de debate, a dimensão política da sociologia, a natureza e as consequências de seu envolvimento nos embates entre os grupos e as classes sociais e refletir em que medida os conceitos e as teorias produzidos pelos sociólogos contribuem para manter ou alterar as relações de poder existentes na sociedade. 10 Sociologia da Educação Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do pensamento científico, que vinha se constituindo desde Copérnico, passa a cobrir, com a sociologia, uma nova área do conhecimento ainda não incorporada ao saber científico, ou seja, o mundo social. Surge posteriormente à constituição das ciências naturais e de diversas ciências sociais. (MARTINS, 2006). A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorrem uma constelação de circunstâncias, históricas e intelectuais, e determinadas intenções práticas. O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. (MARTINS, 2006). A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso. O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da sociologia. As transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleram a partir dessa época colocarão problemas inéditos para os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu. A dupla revolução que este século testemunha - a industrial e a francesa - constituía os dois lados de um mesmo processo, qual seja, a instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia apareceria somente um século depois, por volta de 1830, mas são os acontecimentos desencadeados pela dupla revolução que a precipitam e a tornam possível. (DEMO, 2000) Não constitui objetivo desta parte do trabalho proceder a uma análise destas duas revoluções, mas apenas estabelecer algumas relações que elas possuem com a formação da sociologia. A revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor e dos sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. (DEMO, 2000) Ela representou o triunfo da indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos. (MARTINS, 2006). Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social. A utilização da 11 Sociologia da Educação máquina na produção não apenas destruiu o artesão independente, que possuía um pequeno pedaço de terra, cultivado nos seus momentos livres. Este foi também submetido á uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho, completamente diferentes das vividas anteriormente por ele. Num período de oitenta anos, ou seja, entre 1780 e 1860, a Inglaterra havia mudado de forma marcante a sua fisionomia. País com pequenas cidades, com uma população rural dispersa, passou a comportar enormes cidades, nas quais se concentravam suas nascentes indústrias, que espalharam produtos para o mundo inteiro. (FRIGOTTO, 2000) Tais modificações não poderiam deixar de produzir novas realidades para os homens dessa época. A formação de uma sociedade que se industrializava e urbanizava em ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patricial etc. A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência. Em alguns setores da indústria inglesa, mais da metade dos trabalhadores era constituída por mulheres e crianças, que ganhavam salários inferioresdos homens. A desaparição dos pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho etc, tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas habituais de vida. Estas transformações, que possuíam um sabor de cataclisma, faziam-se mais visíveis nas cidades industriais, local para onde convergiam todas estas modificações e explodiam suas consequências. Estas cidades passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde, capaz de acolher a população que se deslocava do campo. (FRIGOTTO, 2000) Manchester, que constitui um ponto de referência indicativo desses tempos, por volta do início do século XIX era habitada por setenta mil habitantes; cinquenta anos depois, possuía trezentas mil pessoas. As consequências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do 12 Sociologia da Educação alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população, etc. É evidente que a situação de miséria também atingia o campo, principalmente os trabalhadores assalariados, mas o seu epicentro ficava, sem dúvida, nas cidades industriais. Um dos fatos de maior importância relacionados com a revolução industrial é sem dúvida o aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista. Os efeitos catastróficos que esta revolução acarretava para a classe trabalhadora levaram-na a negar suas condições de vida. As manifestações de revolta dos trabalhadores atravessaram diversas fases, como a destruição das máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos etc. A consequência desta crescente organização foi a de que os "pobres" deixaram de se confrontar com os "ricos"; mas uma classe específica, a classe operária, com consciência de seus interesses, começava a organizar-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho. Nesta trajetória, iam produzindo seus jornais, sua própria literatura, procedendo a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para o socialismo como alternativa de mudança. Qual a importância desses acontecimentos para a sociologia? O que merece ser salientado é que a profundidade das transformações em Gurso colocava a sociedade num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto" que deveria ser investigado. Os pensadores ingleses que testemunhavam estas transformações e com elas se preocupam não eram, no entanto, homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de todos homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade. Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo. Tal fato significa que os precursores da 13 Sociologia da Educação sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre indivíduos que participavam e se envolviam profundamente com os problemas de suas sociedades. A partir da terceira década do século XIX, intensificam-se na sociedade francesa as crises econômicas e as lutas de classes. A contestação da ordem capitalista, levada a cabo pela classe trabalhadora, passa a ser reprimida com violência, como em 1848, quando a burguesia utiliza os aparatos do Estado, por ela dominado, para sufocar as pressões populares. Cada vez mais ficava claro para a burguesia e seus representantes intelectuais que a filosofia iluminista, que passava a ser designada por eles como "metafísica", "atividade crítica inconsequente", não seria capaz de interromper aquilo que denominavam estado de "desorganização", de "anarquia política" e criar uma ordem social estável. (FRIGOTTO, 2000) Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma "higiene" na sociedade, para "reorganizá-la", seria necessário fundar uma nova ciência. Durkheim, ao discutir a formação da sociologia na França do século XIX, refere-se a Saint-Simon da seguinte forma: "O desmoronamento do antigo sistema social, ao instigar a reflexão à busca de um remédio para os males de que a sociedade padecia, incitava-o por isso mesmo a aplicar-se às coisas coletivas. Partindo da ideia de que a perturbação que atingia as sociedades europeias resultava do seu estado de desorganização intelectual, ele entregou-se à tarefa de pôr termo a isto. Para refazer uma consciência nas sociedades, são estas que importa, antes de tudo, conhecer. Ora, esta ciência das sociedades, a mais importante de todas, não existia; era necessário, portanto, num interesse prático, fundá-la sem demora". (FRIGOTTO, 2000) Como se percebe pela afirmação de Durkheim, esta ciência surge com interesses práticos e não "como que por encanto", como certa vez afirmara. Enquanto resposta intelectual à "crise social" de seu tempo, os primeiros sociólogos irão revalorizar determinadas instituições que segundo eles desempenham papéis fundamentais na integração e na coesão da vida social. A jovem ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. 14 Sociologia da Educação 1. Qual sua concepção sobre Sociologia? E qual sua relação com a educação? Como o aluno pode entender a Sociologia voltada para a educação? 15 Sociologia da Educação Teorias Sociológicas UNIDADE 02 Fonte: http://abraabocacidadao.blogspot.com.br/2013/12/dia-internacional-dos-direitos- humanos.html 16 Sociologia da Educação 2. Teorias Sociológicas 2. 1 O positivismo - Augusto Comte Positivismo é um conceito que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX. Desde o seu início, com Augusto Comte (1798-1857) na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI, o sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. Nesse sentido, há correntes de outras disciplinas que se consideram "positivistas" sem guardar nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplos paradigmáticos disso são o Positivismo Jurídico, do austríacoHans Kelsen, e o Positivismo Lógico (ou Círculo de Viena), de Rudolph Carnap, Otto Neurath e seus associados. Para Comte, o Positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como desenvolvimento sociológico do Iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o Positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte. Fonte: https://filosofiapagano.wordpress.com/filosofia-iii/comte-sociologia-e-sociocrazia/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Comte http://pt.wikipedia.org/wiki/Conceito http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Comte http://pt.wikipedia.org/wiki/1798 http://pt.wikipedia.org/wiki/1857 http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXI http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_Jur%C3%ADdico http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Kelsen http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_L%C3%B3gico http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_L%C3%B3gico http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADrculo_de_Viena http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnap http://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_Neurath http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9dia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_industrial http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa http://pt.wikipedia.org/wiki/1789 http://pt.wikipedia.org/wiki/1799 http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaf%C3%ADsica http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_da_hist%C3%B3ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_da_hist%C3%B3ria http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo 17 Sociologia da Educação O método geral do positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos fenômenos, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, por meio da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados concretos (positivos) a verdadeira ciência(na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou material. O Positivismo nega à ciência qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a descoberta e o estudo das leis (relações constantes entre os fenômenos observáveis). Em sua obra Apelo aos conservadores (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. O Positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim sendo, desconsideram-se todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico caracterizado por crendices e vãs superstições. Para os positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente dos avanços científicos, único meio capaz de transformar a sociedade e o planeta Terra no paraíso que as gerações anteriores colocavam no mundo além-túmulo. O Positivismo é uma reação radical ao Transcendentalismo idealista alemão e ao Romantismo, no qual os afetos individuais e coletivos e a subjetividade são completamente ignoradas, limitando a experiência humana ao mundo sensível e ao conhecimento aos fatos observáveis. Substitui-se a Teologia e a Metafísica pelo Culto à Ciência, o Mundo Espiritual pelo Mundo Humano, o Espírito pela Matéria. A ideia-chave do Positivismo Comtiano é a Lei dos Três Estados, de acordo com a qual o entendimento humano passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade: 1. Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" E "para onde vamos?"; além disso, busca-se o absoluto; http://pt.wikipedia.org/wiki/Racionalismo http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Apelo_aos_conservadores&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/1855 http://pt.wikipedia.org/wiki/Subjetividade http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Tr%C3%AAs_Estados 18 Sociologia da Educação 2. Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua-se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto. É a busca da razão e destino das coisas, é o meio termo entre teológico e metafísico. 3. Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de coexistência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto. Seria exagero atribuir aos positivistas a Proclamação da República: é no processo de consolidação da mesma que se verifica a influência que exerceram, destacando-se o Coronel Benjamim Constant (que, depois, foi homenageado com o epíteto de "Fundador da República Brasileira"). De acordo com Valentim (2010): A partir da segunda metade do século XIX, as ideias de Augusto Comte permearam as mentalidades de muitos mestres e estudantes militares, políticos, escritores, filósofos e historiadores. Vários brasileiros adotaram, ou melhor, se converteram ao Positivismo, dentre eles o professor de matemática da Escola Militar do Rio de Janeiro Benjamin Constant, o mais influente de todos. Tais influências estimularam movimentos de caráter republicano e abolicionista, em oposição à monarquia e ao escravismo dominante no Brasil. A Proclamação da República, ocorrida através de um golpe militar, com apoio de setores da aristocracia brasileira, especialmente a paulista, foi o resultado “natural” desse movimento. A conformação atual da bandeira do Brasil é um reflexo dessa influência na política nacional. Na bandeira lê-se a máxima política positivista Ordem e Progresso, surgida a partir da divisa comtiana O Amor por princípio e a Ordem por base; o progresso por meta, representado as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Outros positivistas de importância para o Brasil foram Nísia Floresta Augusta (a primeira feminista brasileira e discípula direta de Auguste Comte), Miguel Lemos,Euclides da Cunha, Luís Pereira Barreto, o marechal Cândido Rondon, Júlio de Castilhos, Demétrio Ribeiro, Carlos Torres Gonçalves, Ivan Monteiro de Barros Lins,Roquette-Pinto, Barbosa Lima, Lindolfo Collor, David Carneiro, David Carneiro http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Constant_Botelho_de_Magalh%C3%A3es http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_e_Progresso http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADsia_Floresta_Augusta http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADsia_Floresta_Augusta http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Lemos http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Lemos http://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha http://pt.wikipedia.org/wiki/Pereira_Barreto http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ndido_Rondon http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Prates_de_Castilhos http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Prates_de_Castilhos http://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9trio_Ribeiro http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Torres_Gon%C3%A7alves http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Monteiro_de_Barros_Lins http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Monteiro_de_Barros_Lins http://pt.wikipedia.org/wiki/Roquette-Pinto http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbosa_Lima http://pt.wikipedia.org/wiki/Lindolfo_Leopoldo_Boekel_Collor http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Carneiro 19 Sociologia da Educação Jr., João Pernetta, Luís Hildebrando Horta Barbosa, Júlio Caetano Horta Barbosa, Alfredo de Morais Filho, Henrique Batista da Silva Oliveira, Eduardo de Sá e inúmeros outros. Houve no Brasil dois tipos de positivismo: um positivismo ortodoxo, mais conhecido, ligado à Religião da Humanidade e apoiado pelo discípulo de Comte Pierre Laffitte, e um positivismo heterodoxo, que seaproximava mais dos estudos primeiros de Augusto Comte que criaram a disciplina da Sociologia e apoiado pelo discípulo de Comte Émile Littré. 2.2 Herbert Spencer - Evolucionismo Tendo vivido num tempo de grandes avanços científicos, o filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903) foi o principal representante do evolucionismo nas ciências humanas. Ele intuiu a existência de regras evolucionistas na natureza antes de seu compatriota, o naturalista Charles Darwin (1809-1882), formular a revolucionária teoria da evolução das espécies. É ele o autor da expressão "sobrevivência do mais apto", muitas vezes atribuída a Darwin. O filósofo aplicou à sociologia ideias que retirou das ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito influente a seu tempo. Suas conclusões o levaram a defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral. No campo pedagógico, Spencer Fonte: https://historianovest.blogspot.com.br/2010/07 /herbert-spencer-o-ideologo-da-luta-pela.html?m=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jo%C3%A3o_Pernetta&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hildebrando_Horta_Barbosa&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Caetano_Horta_Barbosa http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Caetano_Horta_Barbosa http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alfredo_de_Morais_Filho&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Henrique_Batista_da_Silva_Oliveira&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_de_S%C3%A1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_de_S%C3%A1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Laffitte http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Littr%C3%A9 20 Sociologia da Educação fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo da escola era a construção do caráter. "Ele dizia que os conhecimentos úteis, que serviriam para formar os homens de negócios e produzir o bem-estar pessoal, eram desprezados em favor do ensino das humanidades, que davam mais prestígio", diz a professora Maria Angélica Lucas, da Universidade Estadual de Maringá. Para Spencer, havia uma lei fundamental da matéria, que ele chamou de lei da persistência da força. Segundo ela, a tendência natural de todas as coisas é, desde a primeira interação com forças externas, sair da homogeneidade rumo à heterogeneidade e à variedade. À medida que as forças vindas de fora continuam a agir sobre o que antes era homogêneo, maior se torna o grau de variedade. 2.3 Le Play- Pioneiro do método monográfico O sociólogo francês Frédéric Le Play (1806-1882) atuou como investigador social no período de consolidação da disciplina sociológica. Apesar de produzir uma obra numerosa, ele não aparece com destaque nas histórias da sociologia. Embora seja levado em conta por vários autores, ocupa uma posição secundária. Tomo como exemplos dois trabalhos relativamente recentes sobre a formação da sociologia. Lepenies (1996), procurando descrever o debate entre literatos e críticos literários, de um lado, e cientistas sociais, sobretudo sociólogos, de outro, recupera o papel de diversos autores que não se colocam na corrente consagrada como a principal formadora da disciplina. Fonte: http://historiademorganica.blogspot.com.br/2013/03/cristian ismo-contemporaneo.html 21 Sociologia da Educação Neste seu relato, Le Play aparece como um sociólogo católico e próximo ao romantismo (1996, p.48). O tipo de estudo que Le Play realizava era próximo a um dos pólos do debate entre “uma orientação cientificista, pronta a imitar as ciências naturais”, em contraposição a “uma atitude hermenêutica, que aproxima a disciplina da literatura” (LEPENIES, 1996, p. 11). Entretanto, não há uma exploração maior quanto à posição da sociologia leplayana neste debate. Levine (1997) propõe um caminho diferente na busca de uma compreensão da disciplina sociológica. Seu objetivo é “realizar um estudo crítico das histórias anteriormente contadas pelos próprios sociólogos de modo empático, a fim de revelar o valor que essas histórias tiveram para aos primeiros momentos de adaptação”. Para tanto, relata “a história da sociologia no século passado apresentando a sequência de histórias que os próprios sociólogos contaram sobre sua tradição” (1997, p.23). Este exercício do autor é interessante, pois permite perceber que de fato Frédéric Le Play não ocupa uma posição expressiva nas diversas formas de se contar a história da sociologia. Dentro do que ele denomina de narrativas pluralistas, há uma referência significativa a Le Play: trata-se da taxonomia utilizada por Pitirim Sorokin (CONTEMPORARY SOCIOLOGIAL THEORIES, 1928), que inclui uma “escola sintética e geográfica de Le Play” (1997, p.33). 2.4 Karl Marx - Sociologia crítica e econômica 22 Sociologia da Educação Karl Heinrich Marx, intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia várias áreas, especialmente Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Economia e Teologia. Outras áreas também são influenciadas por seu pensamento, tais como Biologia, Psicologia, Comunicação, Administração, Turismo, Design, Arquitetura, entre outras. As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como marxismo - afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão de obra para a produção. Ele chamou o capitalismo de "a ditadura da burguesia", acreditando que seja executada pelas classes ricas para seu próprio benefício, Marx previu que, assim como os sistemas socioeconômicos anteriores, o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua auto-destruição e substituição por um novo sistema: o socialismo. Ele argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora a qual ele chamou de "ditadura do proletariado", o "estado dos trabalhadores" ou "democracia dos trabalhadores". Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a uma apátrida, uma sociedade sem classes chamada de Fonte: https://www.zazzle.com/karl+marx+postcards/ 23 Sociologia da Educação comunismo. Junto com a crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou ativamente para a implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e pessoas economicamente carentes devem realizar uma ação revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e trazer a mudança sócio- econômica. Em uma pesquisa realizada pela Radio, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. Além disso, Marx é normalmente citado, juntamente com Émile Durkheim e Max Weber, como um dos três principais arquitetos da sociologia moderna. Ainda em outro campo, a obra de Marx sobre economia lançou as bases para a compreensão atual do trabalho e de sua relação com o capital, muito influenciando o pensamento econômico subsequente. Durante a vida de Marx, suas ideias receberam pouca atenção de outros estudiosos. Talvez o maior interesse tenha se verificado na Rússia, onde, em 1872, foi publicada a primeira tradução do Tomo I d'O Capital. Na Alemanha, a teoria de Marx foi ignorada durante bastante tempo, até que em 1879 um alemão estudioso da Economia Política, Adolph Wagner, comentou o trabalho de Marx ao longo de uma obra intitulada Allgemeine oder theoretische Volkswirthschaftslehre.A partir de então, os escritos de Marx começaram a atrair cada vez mais atenção. Nos primeiros anos após a morte de Marx, sua teoria obteve crescente influência intelectual e política sobre os movimentos operários (ao final do século XIX, o principal locus de debate da teoria era o Partido Social-Democrata alemão) e, em menor proporção, sobre os círculos acadêmicos ligados às ciências humanas – notadamente na Universidade de Viena e na Universidade de Roma, primeiras instituições acadêmicas a oferecerem cursos voltados para o estudo de Marx. Marx foi herdeiro da filosofia alemã, considerado ao lado de Kant, Nietzsche e Hegel um de seus grandes representantes. Foi um dos maiores (para muitos, o maior) pensadores de todos os tempos, tendo uma produção teórica com a extensão e densidade de um Aristóteles, de quem era um admirador. Marx criticou ferozmente o sistema filosófico idealista de Hegel. Enquanto que, para Hegel, da realidade se faz filosofia, para Marx a filosofia precisa incidir sobre a realidade. Para transformar o mundo é necessário vincular o pensamento à prática revolucionária, união conceitualizada como práxis: união entre teoria e prática. A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades capitalistas. Mas é uma crítica que não se limita a teoria em si. Marx, aliás, se http://pt.wikipedia.org/wiki/BBC http://pt.wikipedia.org/wiki/2005 http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%BAssia http://pt.wikipedia.org/wiki/1872 http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Capital http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha http://pt.wikipedia.org/wiki/1879 http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_Pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolph_Wagner http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX http://pt.wiktionary.org/wiki/locus http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Social-Democrata_da_Alemanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_humanas http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Viena http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Roma http://pt.wikipedia.org/wiki/Kant http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegel http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles http://pt.wikipedia.org/wiki/Idealismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Realidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A1xis http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo 24 Sociologia da Educação posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa. O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua Inter determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem levar em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real, tendo como pressuposto que o real é movimento. Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente, sendo o homem um ser social. Sendo os homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas relações sociais fundam todo processo de formação da humanidade. Esta compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionária em todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundante das demais. E com esta base filosófica é que Marx compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real influenciado cada dia mais a ciência por sua consistência. Marx nunca escreveu um livro dedicado especificamente à metodologia das ciências sociais para expor, mas deixou, dispersas por numerosas obras escritas, um conjunto de reflexões metodológicas, nas quais desenvolve o seu próprio método por meio da crítica ao idealismo especulativo hegeliano e à economia política clássica. Segundo Marx, Hegel e seus seguidores criaram uma dialética mistificada, que buscava explicar especulativamente a história mundial como autodesenvolvimento da Ideia absoluta. Já os economistas clássicos naturalizavam e desistoricizavam o modo de produção capitalista, concebendo a dominação de classe burguesa como uma ordem natural das relações econômicas, a partir de um conceito abstrato de indivíduo, homo economicus. Por isso, os economistas clássicos recorriam a "robsonadas", isto é, narrativas de trocas de produtos entre caçadores e pescadores http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo_hist%C3%B3rico http://pt.wikipedia.org/wiki/Determinismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_produtivas http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital_(economia) http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(economia) http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_social http://pt.wikipedia.org/wiki/Aliena%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_economicus 25 Sociologia da Educação primitivos, para ilustrar as suas teorias econômicas. Marx atribuía essa mistificação ao fetichismo da mercadoria, e não a uma intenção consciente. Em oposição aos filósofos idealistas e aos economistas clássicos, Marx propunha a investigação do desenvolvimento histórico das formas de produção e reprodução social, partindo do concreto para o abstrato e do abstrato para o concreto. 2.5 Gabriel Tarde - teoria da imitação Gabriel Tarde batizado como Jean-Gabriel de Tarde, filósofo, sociólogo e criminalista francês, nasceu em Sarlat, em uma família de origem nobre, em 12 março de 1843 e faleceu em Paris em 12 de maio de 1904, aos 61 anos de idade. Faz seus estudos secundários em Sarlat e obteve em 1860 um bacharelado em letras, seguido por um de ciências. Preparou-se para entrar na Escola Politécnica, mas, por causa de problemas de saúde, abandonou a idéia e matriculou-se no Curso de Direito em Toulouse, terminando em 1866 em Paris. Em 1867 iniciou o trabalho de secretário assistente do judiciário e, depois, no cargo de juiz suplente, entre os anos de 1869 a 1875, e enfim, juiz de Instrução até 1894, todos na região de Sarlat. Em 1877 desposa a filha de um conselheiro da corte de Bourdeaux, com quem tem três filhos. Tarde começou sua carreira de pesquisas na Criminologia, uma ciência nova desenvolvida pela escola italiana do final do século XIX, também chamada de Fonte: https://www.britannica.com/biography/Gabriel-Tarde http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria 26 Sociologia da Educação Antropologia Criminal, através de suas experiências como juiz de Instrução. Publicou vários artigos e se opôs, em um grande debate publicado nas revistas especializadas, ao criminologista italiano Cesare Lombroso, professor de medicina legal, psiquiatria e antropologia criminal da Universidade de Turim. Publicou regularmente na Revue Philosophique a partir do ano de 1880, e nos Archives D'Anthropologie Criminelle, desde 1887. Além dos trabalhos no campo da Criminologia, publicou também artigos nas áreas da Sociologia, Filosofia, Psicologia Social e Economia. Em 1894 foi nomeado diretor do serviço de estatística judiciária do Ministério da Justiça em Paris, cargo que conservou até a sua morte. Em Paris, continuou com uma vida intensa ligada à pesquisanas Ciências Sociais e Humanas: colóquios, congressos, artigos e polemicas fazem parte do seu cotidiano intelectual. Polêmica nas Ciências Sociais, principalmente com Émile Durkheim, ao qual se opõe na definição e metodologia da Sociologia. Contrário a este desenvolveu uma Sociologia a partir do comportamento e ações dos indivíduos, abrindo caminho para a análise social da subjetividade, bem como das relações entre emoção e sociedade. A partir de 1896, foi conferencista na École Libre de Sciences Politiques e no Collège Libre des Sciences Sociales, e em 1900 aceitou a regência da cátedra de Filosofia Moderna no Collège de France onde permaneceu até a sua morte em 12 de maio de 1904. Os seus principais trabalhos, fora o conjunto de artigos publicados, são: La Criminalité Comparée, (Félix Alcan, Paris, 1886), Les Lois de L'Imitation. Etude Sociologique, (Félix Alcan, Paris, 1890), La Philosophie Pénale, (Storck, Lyon et Masson, Paris, 1890), Les Transformations du Droit, Etude Sociologique, (Félix Alcan, Paris, 1893), La Logique Sociale, (Félix Alcan, Paris, 1895), Essais et Mélanges Sociologiques, (Ed. Maloine, 1895), L'Opposition Universelle, (Félix Alcan, Paris, 1897), Les Lois Sociales, (Félix Alcan, Paris, 1898), Etudes de Psychologie Sociale, (Giard et Brière, Paris, 1898), Les Transformations du Pouvoir, (Félix Alcan, Paris, 1899), L'Opinion et la Foule, (Félix Alcan, Paris, 1901), e Psychologie Economique, Félix Alcan, Paris, 1902. Teve uma reduzida influência entre os cientistas sociais, na França, após sua morte, se comparado, sobretudo a influência exercida por Durkheim. No Brasil, foi lido apenas como um suporte para o estudo da sociologia forense sem, contudo, maiores influências para os cientistas sociais locais. 27 Sociologia da Educação Nos Estados Unidos, entretanto, foi visto como um dos fundadores da sociologia francesa, no mesmo nível de Durkheim, conforme a Introduction to the Science of Sociology, de Robert Park e Ernest Burgess, principal manual de sociologia desde país, entre os anos de 1920 a 1940. Gabriel Tarde exerceu grande influência nos interacionistas da Escola de Chicago, tendo a categoria de Imitação servido, segundo Antunes (2003, p. 10) para definir o conceito de atitude, nos estudos de Thomas e Znaniecki (1918) sobre a migração e adaptação camponesa da Polônia para os Estados Unidos, e, segundo Mattelart (1996, p. 317) os trabalhos de Robert Park sobre os espaços de interação entre os mass media e a vida democrática. Perdeu, contudo, importância com o advento da análise funcionalista de Talcott Parsons, a partir dos anos de 1940, influenciou, também, vários pensadores alemães, sobretudo, na contemporaneidade, Jürgen Habermas. Atualmente, sua obra vem sendo revisitada internacionalmente e, desde a década de noventa do século passado, vem sendo reeditada, principalmente, pela nova tendência dos estudos sociais em resgatarem a subjetividade e as emoções como elementos significativos para o entendimento da sociedade, bem como, através dos esforços de pesquisas atuais no sentido de compreensão do processo de formação do indivíduo e da individualidade contemporânea. A Sociologia de Gabriel Tarde tem por alvo principal a compreensão da relação entre os indivíduos e a sociedade através das relações interpsíquicas, isto é, como espaço de subjetividade que se realiza, na sua forma comunicacional, pela e através da troca intersubjetiva. Dá primazia aos indivíduos na relação social, enquanto criação e formação de processos sociais sempre instáveis, produtos que são das relações entre subjetividades que ao interagirem fundam espaços de acomodação ou de resistências. Ou seja, de processos sociais que vivem, a todo o momento, tensionados pelas forças da conservação e da inovação. Na tentativa de ampliar as bases compreensivas de seus estudos e pesquisas, enfatiza o jogo de três categorias, por ele considerado como fundamentais e que administram todos os fenômenos sociais. Estas categorias são as da repetição, da oposição e da adaptação (TARDE, 1898). A categoria da oposição para Tarde equivale, exclusivamente, à figura sob a qual uma diferença se distribui na repetição para limitar esta e abri-la a uma nova ordem ou a um novo infinito. Por exemplo, quando os homens se opõem no processo interativo (TARDE, 1898, p. 136), parecem renunciar a um processo de 28 Sociologia da Educação crescimento ou a um processo de multiplicação indefinidos para formar totalidades limitadas, permitindo, assim, a constituição de infinitos de uma outra espécie, uma repetição de outro caráter e formato que, se de um lado, adapta-se ou acomoda-se, logo se volta contra ela mesma, em novas oposições, e assim sucessivamente (TARDE, 1897 e 1898). A adaptação é, pois, uma categoria sob a qual correntes de repetição se cruzam e se integram numa repetição superior. Os processos repetitivos não se desenrolam, por sua vez, sem uma resistência individual e coletiva. Tarde chega a afirmar que são os inovadores em constante oposição à adaptação que inventam e reinventam o social, a partir da resistência dos que se recusam a imitar ou adaptar- se às formas pensadas como convencionais em um tempo e espaço determinado. A repetição, que se estabelece ou acomoda-se através de um processo de imitação, não se faz, deste modo, sem a resistência e sem a oposição (TARDE, 1897). Uma oposição sempre é seguida, por sua vez, por uma adaptação da sociedade, dos grupos e dos indivíduos (TARDE, 1898). É esta adaptação que permite uma estabilidade provisória que, por sua vez, será sempre desestabilizada no processo de surgimento de uma nova diferença ou invenção, realizada pela oposição e resistências ao já instituído, e assim por diante. A invenção ou diferença para Tarde (1890), deste modo, aparece entre repetições, e cada repetição supõe uma diferença de mesmo grau que ela. Isto é, Tarde, segundo Delueze (1988, p. 137), vê "a imitação como a repetição de uma invenção, a reprodução como repetição de uma variação, a irradiação como repetição de uma perturbação, a somação como repetição de um diferencial...". A sociedade, segundo Tarde, desta maneira, pode ser definida pelo processo de imitação. A invenção, para Tarde, contudo, não é uma ação simplesmente individual. Afirma em um dos seus mais importantes textos, (1890, p. 86), que a invenção "atravessa o indivíduo", o que significa dizer que as novas ações individuais não são a demonstração exclusiva de uma subjetividade especial, pois a influência externa está também presente enquanto expressão imitativa. Segundo Antunes (2003, p. 7), então, as leis lógicas da imitação atuam quando uma inovação é considerada por uma subjetividade individual como mais proveitosa ou adequada do que as demais. A categoria de intersubjetividade é pensada, deste modo, como uma consequência do estabelecimento da subjetividade. A intersubjetividade é, para 29 Sociologia da Educação Tarde (1901, p. 47), uma consequência da natureza sócio comunicativa dos indivíduos. Os indivíduos, deste modo, são supra sociais, antes de social (TARDE, 1890, p. 111). Marsden (2000, p. 54), por sua vez, afirma que Gabriel Tarde oscila entre a análise de um individualismo subjetivo, propícia à ação da categoria da invenção, e a comunicação intersubjetiva embora, acredite, que está oscilação seja mais aparente do que real. Em Les Lois de l'imitation. Etude Sociologique, sua obra mais conhecida, Tarde (1890) vai defender de forma mais explícita uma sociologia do pluralismo das relações dinâmicas entre indivíduos e grupos sociais na formação societária e condenar, ao mesmo tempo, as teorias organicistas e evolucionistas da sociedade. Vê nos processos de imitação e adaptação a característica constante do fato social. A imitação está para ele, contudo, ligada ao processo de identificação, emsuas múltiplas e possíveis direções de propagação, que ocupam o vasto terreno que vai das categorias de dominação a de controle e influência, por exemplo, mais também até as categorias de resistência e de contra repetição. A categoria da imitação é, para Tarde, a fonte da oposição e da inovação. A invenção, ou a ação subjetiva individual ou relacional, deste modo, é vista por ele em sua obra e, principalmente, nos estudos La Logique Sociale, (TARDE, 1895) e Études de Psychologie Sociale, (TARDE, 1898a), como a adaptação social elementar. Elementar, por ser capaz de se espalhar e se fortificar em uma série circular envolvendo as categorias de repetição, oposição e adaptação. O que a faz sobrepujar a categoria de oposição, que é eliminada ou apaziguada pela sua própria expansão, levando-a a alargar-se e reencontrar um dos seus caminhos de imitação em uma nova invenção (TARDE, 1895). É, desta forma, a repetição que existe para a diferença. Em L´Opposition Universelle Tarde (1897, p. 445) afirma que nem a oposição e nem mesmo a adaptação traduzem a representação da diferença em si mesma: como aquela diferença que a nada se opõe e que de nada serve, ou como a diferença que se estabelece como o fim das coisas. O processo de repetição, assim, ao aprofundar-se nesta concepção, se localiza entre duas diferenças e executa um movimento de passagem constante de uma ordem de diferença a outra. Ou seja, como tarde (1895a) informa nos Essais et 30 Sociologia da Educação Mélanges Sociologique, da diferença externa à diferença interna, da diferença elementar à diferença transcendente, da diferença infinitesimal à diferença pessoal e monadológica. Portanto, a repetição ao ter por objetivo apenas ela mesma, pode ser definida como o processo pelo qual a diferença não aumenta nem diminui, mas vai se individualizando. Para Deleuze (1988, p. 269) é inteiramente falso reduzir a Sociologia de Gabriel Tarde a um psicologismo ou mesmo a uma psicologia social. O que Tarde censura em Durkheim é o seu pressuposto de tomar como dado o que é preciso explicar, a similaridade entre os indivíduos sociais. Combate, assim, a visão de uma realidade sui generis e exterior aos indivíduos sociais, e coloca como alternativa a dimensão teórica de que a sociedade é constituída pelas interações simples e pequenas invenções de homens comuns, que interferem entre correntes imitativas, adaptando-se, resistindo e reformulando a lógica social a cada novo com junto de movimentos inter-relacionais (TARDE, 1897). A subjetividade e as emoções, deste modo, são regatadas como elementos presentes e significantes dos indivíduos sociais e das suas inter-relações com outros sujeitos sociais. Tarde instaura, assim sendo, uma forma de olhar para o social, bastante significativa para a análise das ciências sociais e, principalmente, para as análises sociológicas e antropológicas: a análise das microssituações e das micro relações sociais. Micro relações que não se estabelecem, necessariamente, apenas, entre dois indivíduos, mas que já se encontram em processo de gestação criativa em um e cada indivíduo social relacional de um tempo e espaço singular. O que amplia o debate sobre o social para as relações constitutivas das relações entre emoção e formas de sociabilidade, emergidas em cada singularidade histórica específica. Através do método de microanálise e da subjetividade, tarde busca compreender como se elabora continuamente a construção e a constituição do social. Edificação realizada através das relações entre sujeitos singulares e suas inter-relações, movidos por um processo dialético constante entre as categorias da diferença e da repetição. A elaboração teórica e metodológica de Gabriel Tarde, enfim, permite entender o como e o porquê a repetição soma e integra pequenas variações para resgatar, o que ele chama em La Logique Sociale (1895), de o diversamente diferente. A releitura da obra de Tarde, deste modo, é fundamental para aqueles que enveredam pela sociologia e antropologia da emoção, e procuram desvendar os 31 Sociologia da Educação 1. Caracterize as teorias sociológicas em suas essências. pressupostos lógicos das formas possíveis de sociabilidade e, especificamente, da sociabilidade Ocidental. Como as teorias sociológicas podem e devem ser trabalhadas dentro da educação? 32 Sociologia da Educação Fonte: http://constituindodh.blogspot.com.br/ UNIDADE 03 Vertentes Sociológicas Voltadas para a Construção Capitalista 33 Sociologia da Educação 3. Vertentes Sociológicas Voltadas para a Construção Capitalista 3.1 Emile Durkeiem- Realismo Sociológico Pai do realismo sociológico, Émile Durkheim, explica o social pelo social, como realidade autônoma. Tratou em especial dos problemas morais (o papel que desempenham, como se formam e se desenvolvem), concluindo que a moral começa concomitantemente à vinculação com o grupo. Durkheim considerava a educação como imagem e reflexo da sociedade, como um fato fundamentalmente social. Algumas ideias de Durkheim: A primeira e mais fundamental regra é considerar os fatos sociais como coisas. A sociedade se comparava a um animal: possui um sistema de órgãos diferentes onde cada um desempenha um papel específico. Alguns órgãos seriam naturalmente mais privilegiados do que outros. Esse privilégio, por ser natural, representaria um fenômeno normal, como em todo organismo vivo onde predomina a lei da sobrevivência dos mais aptos e a luta pela vida; O homem nasce egoísta e só a sociedade, por meio da educação, pode torná-lo solidário. A educação é ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; Fonte: http://desciclopedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim 34 Sociologia da Educação A educação é um esforço contínuo para preparar as crianças para a vida em comum. Daí a necessidade de impor às crianças maneiras adequadas de ver, sentir e agir, às quais elas não chegariam espontaneamente; Os fins da educação devem ser determinados pela sociologia. Pedagogia e educação não representam mais do que um anexo da sociedade e da sociologia, portanto, deveriam existir sem autonomia; Por meio da educação deve-se suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais, exigidos pela sociedade política no conjunto e pelo meio espacial a que ela particularmente se destina. Diferente de outros estudiosos que buscavam em outras ciências explicações para os fatos sociais, Durkheim vai tratar essas questões dentro do próprio social: Pouco se preocuparam até hoje os sociólogos em caracterizar e definir o método que aplicam aos estudos dos fatos sociais. É assim que, em toda a obra de Spencer, o problema metodológico não ocupa nenhum lugar pois a Introduction à la science sociale, cujo título podia dar essa ilusão, está consagrada à demonstração das dificuldades e da possibilidade da Sociologia, e não a exposição dos processos de que ela se deve servir. (DURKHEIM, 1982). Foi estabelecendo um método que fosse próprio dessa nova vertente do conhecimento que Durkheim tentou colocar a Sociologia no rol das ciências empíricas e objetivas. Para tanto, ele buscou no livro “As Regras do Método Sociológico” situar as regras para se estudar os fatos sociais e as principais, resumidamente, são as seguintes: 1. Deve o pesquisador observar os fatos sociais como coisas e, nesse caso, como coisas sociais. Ou seja, é preciso adotar uma atitude mental, observando o fato de fora para dentro; 2. Afastar-se de todas as pré-noções; Segundo Durkheim era necessário trabalhar o fato social em si, afastando todas as ideias pré-estabelecidas acerca do fenômeno a ser investigado. 3. Definir claramenteas coisas de que se quer tratar; 4. Estudar os fatos sociais através de suas formas nas quais se apresentam, isolados de suas manifestações individuais. Ou seja, é preciso considerar os fatos sociais em seus aspectos mais gerais e comuns, não em suas formas individuais; 5. Entender que um fato social é normal para um determinado tipo social, considerado numa fase determinada de seu desenvolvimento, quando ele se 35 Sociologia da Educação produz na média das sociedades dessa espécie, considerada na fase correspondente de sua evolução; 6. Mostrar que a generalidade do fenômeno se deve às condições gerais da vida coletiva, no tipo social considerado; 7. Fazer a verificação quando esse fato se relaciona a uma espécie social que ainda não consumou a sua evolução integral; 8. Pesquisar separadamente a causa eficiente que o produz e a função social que ele cumpre; 9. A causa determinante de um fato social deve ser buscada entre os fatos sociais antecedentes e não entre os estados das consciências individuais; 10. A origem primeira de todo processo social de alguma importância deve ser buscada na constituição do meio social (volume + densidade: número de indivíduos e intensidade das interações entre eles). Fonte: Texto disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/18602012/o-lugar-da-psicologia- na-sociologia-de-drkaim Buscando a reflexão de uma Sociologia imposta no campo das ciências positivas e suas possibilidades no plano epistemológico, a Escola Sociológica Francesa, criada pelo teórico Émile Durkheim, vai centralizar seus esforços na discussão com as ciências que buscavam formas de compreensão, tomando como ponto de partida o homem e o aplicando ao conhecimento do reino social. Tais ciências buscavam a parte para compreender o todo, e para tanto, usavam a Psicologia, por exemplo, para analisar o homem como membro da sociedade. Para superar o discurso filosófico de que o particular explicava o universal, era necessário que a Sociologia estabelecesse fundamentos que dotassem de realidade os fenômenos sociais. Era preciso que a vida coletiva fosse caracterizada por uma realidade particular e independente. Assim, foi delineando esse trajeto que Durkheim observou que o fenômeno social possuía características que o respaldava na condição de um acontecimento distinto de outros. O caso, por exemplo, dos fatos sociais serem exteriores e anteriores as consciências individuais, além de exercerem sobre o indivíduo uma coerção, coloca esses fenômenos como uma força independente do homem enquanto ser individual. Nessa perspectiva, Durkheim tratou de colocar a sociedade como ponto de partida, historicamente anterior e superior ao indivíduo, para se explicar o social. 36 Sociologia da Educação Com efeito, para Durkheim, a garantia de uma sociedade harmônica, repousa na existência de algo que é comum a todos os indivíduos, por exemplo, uma linguagem, um sistema de crenças, leis etc. Ou seja, são essas condições comuns e impostas a todos os indivíduos que garantem a manutenção da sociedade e fazem com que eles possam conviver harmoniosamente. O indivíduo, em Durkheim, passa, então, a depender da sociedade da qual absorve valores morais que conduzem sua convivência nesse universo social. 3.2 Georg Simmel- Formalismo Sociólogo Georg Simmel foi um sociólogo alemão. Professor universitário admirado pelos seus alunos, sempre teve dificuldade em encontrar um lugar no seio da rígida academia do seu tempo. Filho de Edward Simmel e Flora Bodstein, Georg Simmel foi o último dos sete filhos do casal com ascendência judia tanto pelo lado do pai como da mãe. Apesar disso, a mãe tinha sido batizada luterana, assim como Georg. Em 1874 Edward Simmel, dono de uma fábrica de chocolate morre, deixando uma grande fortuna como herança. Julius Friedländer, amigo da família e também dono de respeitável fortuna adquirida no ramo da música, torna-se tutor de Georg tendo-lhe, mais tarde, deixado uma herança expressiva a qual lhe permitiu seguir a vida acadêmica. Fonte: http://tdcsek.blogspot.com.br/20 10/06/georg-simmel.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Soci%C3%B3logo http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha http://pt.wikipedia.org/wiki/Luterana http://pt.wikipedia.org/wiki/Chocolate http://pt.wikipedia.org/wiki/Heran%C3%A7a http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica 37 Sociologia da Educação Diplomou-se na Universidade de Berlim passando pelos cursos de filosofia. Sua tese de doutorado, também em filosofia, levou o título de A natureza da matéria segundo a monadologia física de Kant e rendeu-lhe o título no ano de 1881. Em 1885 foi designado como Privatdozent na mesma Universidade de Berlim e ganhava apenas o que vinha das taxas pagas pelos estudantes que se inscreviam em seus cursos. Em 1901, tornou-se ainda "professor extraordinário", mas jamais foi incorporado de modo formal e definitivo na academia berlinense.Em 1890 casou-se com Gertrud Kinel, diplomada também em Berlim, de família católica. Os dois não tiveram filhos. Em 1912, ele foi nomeado professor em Estrasburgo, então uma cidade que pertencia ao Império Germânico. No entanto, o autor morreu em 1918, aos 60 anos de idade. Muito antes do grande tratado sociológico de Max Weber - Economia e Sociedade -, a Alemanha já conhecia o desenvolvimento consistente de uma discussão epistemológica voltada para a determinação do objeto, métodos e temas da ciência sociológica: reunindo diversos escritos produzidos em momentos anteriores, Georg Simmel apresentou sua "Soziologie" em 10 capítulos (e diversos outros excursos) no ano de 1908 e contribuiu decisivamente para a consolidação desta ciência na Alemanha. Nesta obra, ele trata especificamente da sociologia (Capítulo 1 - O problema da sociologia) e aprofunda a análise das formas de sociação (objeto da sociologia), como a dominação (capítulo 3), o conflito (capítulo 4), o segredo (capítulo 5), os círculos sociais (capítulo 6) e a pobreza (capítulo 7). Ao mesmo tempo, reflete sobre os determinantes quantitativos da vida social (capítulo 2), bem como sobre a relação entre a vida grupal e a individualidade (capítulo 10). Simmel desenvolveu a sociologia formal, ou das formas sociais, influenciado pela filosofia kantiana (o neokantismo era uma corrente muito forte na Alemanha da época) que distinguia a forma do conteúdo dos objetos de estudo do conhecimento humano. Tal distinção pretendia tornar possível o entendimento da vida social já que no processo de associação (Vergesellschaftung, termo que cunhou para o estudo da sociologia) o invariante eram as formas em que os indivíduos se agregavam e não os indivíduos em si. Os processos qualitativos, no entanto, que assumiam tais formas também deveriam ser estudados pela sociologia geral, subproduto da formal, como a concebia Simmel. O autor não conferia aos grupos sociais unidades hipostasiadas, 38 Sociologia da Educação supervalorizadas com relação ao indivíduo (um distanciamento seu com relação a Durkheim, por exemplo). Antes via neste o fundamento dos grupos, daí que as formas para Simmel constituem-se em um processo de interação entre tais indivíduos, seja por aproximação, seja pelo distanciamento, competição, subordinação, etc. As principais formas de socialização estudadas por Simmel em sua obra são: A determinação quantitativa do grupo: investigação entre o número de indivíduos no seio das formas de vida coletiva, ou seja, o modo como o aspecto quantitativo afeta o tipo de relação social existente. Neste tópico, Simmel mostrou que estar isolado, em uma relação exclusiva entre duas pessoas e, por fim, entre três, produz diferentes tipos de interação entre as pessoas. Dominação e subordinação: as relações de poder não são unilaterais e é preciso explicar como as formas de comandoe obediência estão relacionadas. Dentre os tipos de relação de poder, Simmel destacou a obediência do grupo a um indivíduo, a dominação do grupo ou a dominação de regras impessoais. O conflito: os indivíduos vivem em relações de cooperação, mas também de oposição, portanto, conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. Seriam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos, portanto, numa função positiva de superação das divergências. Influenciou assim as concepções do conflito presentes na obra de Lewys Coser eRalf Dahrendorf. Pobreza: constitui um tipo de relação na qual o indivíduo acha-se na dependência de outros, provocando, ao mesmo tempo, a necessidade de assegurar o socorro social. A individualidade: ela pode ser de dois tipos. Sua forma quantitativa significa que todo indivíduo possui a mesma dignidade formal, ou seja, são iguais entre si. Mas, do ponto de vista qualitativo, todos procuram afirmar sua singularidade, sua personalidade, diferenciando-se dos demais. Assim, apesar do seu caráter fragmentado, o livro "Sociologia" lançou as bases da orientação hermenêutica de sociologia (depois retomada e aprofundada por Max Weber), bem como explorou importantes temáticas da análise sociológica, como a questão do indivíduo e dos grupos sociais. Muitos entendem que sua 39 Sociologia da Educação abordagem foi vital para o desenvolvimento do que ficou conhecido como microssociologia, uma análise dos fenômenos no nível das interações diretas entre as pessoas. 3.3 Leopold Von Wiese- Sociologia das Relações Sociais A obra de Wiese caracteriza-se pela preocupação em desenvolver a sociologia como disciplina científica autônoma, com objeto e método próprios que a diferenciem das outras ciências, especialmente das que também se dedicam ao estudo do homem. A construção do objeto da ciência social é levada a cabo, por Wiese, por meio de um processo de abstração: os fatos sociais estudados conjuntamente por disciplinas como o direito, a economia política e a história são separados de seu sentido e finalidade, passando a ser considerados, simplesmente, como fenômenos de associação (aproximação) e dissociação (afastamento) entre os indivíduos. O objeto da sociologia é constituído, para Wiese, não pelos fatores de ordem biológica, psicológica e política que impulsionam os indivíduos na vida em sociedade, mas, sim, pelas diversas situações de distância que se estabelecem entre eles como decorrência da atuação destes fatores, e pelo modo como se desenvolvem os processos de aproximação e afastamento que levam à modificação de tais situações de distância. Fonte: http://www.lexikon-der-wehrmacht .de/Personenregister/ S/SteinbatzL.htm 40 Sociologia da Educação No que diz respeito ao método, Wiese opta por iniciar seus estudos pelo indivíduo, entendido como "Eu social" (soziale Ich), isto é, como ser que interage com o meio social - ao contrário do "Eu pessoal" (persönliche Ich), que é inato, imutável e insondável. A razão para que o indivíduo constitua o ponto de partida da ciência social está em que, para Wiese, o comportamento e as intenções dos seres humanos individuais são mais facilmente inteligíveis do que os dos grupos. São de salientar-se, ainda, com relação ao método, a preferência pelo estudo dos fenômenos presentes, em detrimento dos passados, e, principalmente, o cuidado em afastar da sociologia todo e qualquer juízo valorativo, com o propósito de conferir-lhe caráter meramente descritivo. A sociologia de Wiese tem, pois, um cunho eminentemente formalista, não apenas por privilegiar, em seu objeto, a forma das relações sociais sobre o seu conteúdo, mas também em razão de seu objetivismo metodológico. O sistema sociológico wieseniano é baseado nas categorias abstratas do processo, relação, distância e, por último, contato social. A ciência social ocupa-se, para Wiese, como já observamos, de processos de associação e dissociação entre indivíduos, indivíduos e grupos ou de grupos entre si, embora estes últimos sempre possam ser desdobrados em processos da primeira espécie. Os processos sociais são onipresentes e ininterruptos, constituindo, em Wiese, o substrato da vida social. Os indivíduos estão constantemente envolvidos em uma infinidade de processos sociais que os levam a aproximar-se ou afastar-se de seus semelhantes, modificando situações de distância anteriormente existentes. As relações sociais, por sua vez, não correspondem a outra coisa senão a estas situações de maior ou menor distância entre os sujeitos, tomadas em um dado momento do desenvolvimento de processos de associação e dissociação. São o resultado de processos sociais em determinado instante. A intensidade das relações é, pois, determinada pela distância existente entre as pessoas. O conceito de distância social, em Wiese, é multifacetado, sendo inúmeros os fatores que conduzem à aproximação e ao afastamento entre os homens - a linguagem, o sexo, a idade, a classe social, os hábitos etc. - e diversos, também, os pontos de vista sob os quais esta distância pode ser medida. Entre um grupo de indivíduos que obedece certas regras de etiqueta, por exemplo, pode-se identificar a proximidade decorrente do convívio, que é facilitado por tais regras, e, 41 Sociologia da Educação ao mesmo tempo, o distanciamento imposto pela preservação da intimidade, também imposta pela etiqueta. A exemplo das demais categorias da sociologia wieseniana, a noção de contato social é de caráter formal; seu conteúdo e a finalidade com que são estabelecidos não são, em princípio, objeto da investigação sociológica. A categoria do contato social é ampla, e compreende contatos físicos, psíquicos e físico-psíquicos. São fenômenos de curta duração, que não constituem processos sociais de associação e dissociação, mas que podem, todavia, desencadeá-los, dando origem a novas relações sociais. Os contatos sociais provocam, também, modificações e até a eliminação de relações já existentes. A principal classificação dos contatos sociais é a que os divide em primários e secundários. Aqueles são contatos próximos, imediatos, estabelecidos através do tato, da visão frente a frente, da fala ou até do olfato, ao passo que estes últimos são contatos que se produzem a maiores distâncias. Os contatos secundários podem ser mantidos com o auxílio de meios de comunicação a distância - telefone, carta, rádio etc. – ou consistir, simplesmente, no pensar em outra pessoa, no desejar sua presença etc. Estes últimos contatos, vividos apenas internamente, também são classificados por Wiese como contatos unilaterais. A categoria do contato social não está entre as mais importantes para a teoria de Wiese, que se interessa, antes de tudo, pelos processos de associação e dissociação entre indivíduos e grupos e pelas relações sociais decorrentes de tais processos. A noção de contato social é, em comparação a estas outras categorias, uma noção ainda mais geral e abstrata, já que são caracterizados como contatos sociais tanto aqueles contatos que resultam no aparecimento de processos sociais (um encontro entre pai e filho, por exemplo) como aqueles que desaparecem sem deixar vestígios (o contato, que pode ser meramente visual, entre dois desconhecidos que viajam juntos no mesmo ônibus e que nunca mais voltam a se encontrar). Embora também possa ser entendida como o resultado de infinitos contatos sociais, não é sob esta perspectiva, mas, sim, sob a perspectiva dinâmica dos processos de aproximação e afastamento que a vida em sociedade é tomada por Wiese como objeto da ciência social. 42 Sociologia da Educação 3.4 Vilfredo Pareto - Mecanismo sociológico Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de
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