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Sensopercepção e suas alterações

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Sensopercepção e suas alterações 
Define-se sensação como o fenômeno elementar (importante) gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. As diferentes formas de sensação são geradas por estímulos sensoriais específicos como: visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos (terminação nervosa sensível ais estímulos produzidos dentro do corpo pelos músculos ou tecido nervoso) e cinestésicos (percepção dos membros e dos movimentos corporais). Fenômeno passivo.
Define-se percepção como tomada de consciência, pelo sujeito, do estímulo sensorial. Fenômeno ativo. 
Imagem: ela é o conceito básico do processo de sensopercepção. Ela se caracteriza por:
· Nítida
· Tem corporeidade (brilho e cores)
· É estável (não muda)
· Extrojetiva (percebida no externo)
· Ininfluenciável (o sujeito não modifica a imagem)
· Completa (tem o desenho completo) 
Representação da imagem na consciência:
· Pouca nitidez (os contornos podem ser borrados)
· Pouca corporeidade (não tem vida de uma imagem real)
· Instável (aparece e desaparece do campo da consciência)
· Introjetiva (percebida no espaço interno)
· Incompleta( o desenho se apresenta incompleta e com pouco detalhes)
Imaginação: atividade psíquica, geralmente voluntária, produção de imagens sem estímulos sensoriais pela memória ou na criação de novas imagens. 
Fantasia: produtos da imaginação. Para a psicanálise, a fantasia ela pode ser consciente ou inconsciente podendo ser originada de desejos e/ou conflitos. 
· Semiotécnica 
1. Alucinação auditiva: tem ouvido vozes de pessoas estranhas? São ruídos ou são claras? De perto ou de longe? Conhecidas ou desconhecidas? De dentro da cabeça ou de fora? Tem medo? Fica irritado? Falam com você? Ordenam algo? Eu consigo ouvir? Ouviu agora?
2. Visual: viu algo estranho que ninguém viu? Se mexiam? Assustou-se? Elas se aproximam? Como são?
3. Olfativa e gustativa: tem notado cheiro estranho? De onde vem?
4. Alucinações táteis: sente algo estranho no corpo? Incomoda? Sente que tocam em seu corpo? São desagradáveis? 
5. Cinestésica: tem feito movimento contra a sua vontade? Parte de seu copo tem mudado de posição? 
· Alterações quantitativas
1. Hipertesia: percepção aumentada em intensidade e duração. Ex: os sons são ouvidos de forma amplificada; um ruído parece um estrondo; as imagens e cores tornam-se mais vivas e intensas. A hipertesia ocorre nas intoxicações por alucinógenos (LSD, cocaína, chá de Santo Daime). Pode ocorrer também em algumas formas de epilepsia, enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia aguda e em alguns casos maníacos. 
2. Hiperpatia: quando ocorre uma sensação desagradável na pele. Ex: queimação dolorosa em toque de pele. 
3. Hipotesia: percepção diminuída. É observada em alguns pacientes com depressão grave, nos quais o mundo é percebido escuro ou cinza, os alimentos perdem o sabor e os odores perdem a sua intensidade. 
4. Hipotesia tátil: percepção tátil diminuída. Pode ocorrer anestesias táteis, com perda da sensação tátil em determinada área da pele. Usa-se com frequência o termo anestesia para indicar analgesia (perda da sensação dolorosa) em áreas da pele e partes do corpo. Anestesias, hipotesias e analgesias em áreas que não correspondem a territórios de nervos anatomicamente definidos em geral são de causa psicogenética, com fatores emocionais em sua base. Tais alterações ocorrem mais frequência em pacientes histéricos, depressão grave e psicose grave. 
5. Parestesia: são sensações táteis desagradáveis descritas como formigamentos, adormecimentos, picadas, agulhadas ou queimações. 
6. Disestesia: são sensações anômalas (irregulares), em geral dolorosas, desencadeadas por estímulos externos. Ao estimular a pele do paciente com calor ele se refere a esta sensação como frio. 
· Alterações qualitativas
1. Ilusão: percepção deformada/alterada de um objeto real e presente. Na ilusão sempre há um objeto externo real, porém, a percepção é deformada por fatores patológicos diversos:
· Estado de rebaixamento de consciência: por turvação da consciência a percepção torna-se imprecisa. 
· Estado de fadiga grave.
· Estados afetivos: por sua acentuada intensidade, o afeto pode deformar o processo de sensopercepção, gerando as chamadas ilusões catatímicas. 
Tipos de ilusão
· Visuais: são as ilusões mais comuns, nas quais o paciente vê pessoas, monstros, animais a partir de estímulos visuais como móveis, roupas, objetos e figuras penduradas nas paredes. 
· Auditivas: a partir de estímulos sonoros inespecíficos, o paciente ouve seu nome, palavras significativas ou chamamentos. 
2. Alucinações: percepção de um objeto, sem que este esteja presente e sem o estímulo sensorial respectivo. É a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído e imagem) sem a presença de objeto estimulante real. 
Tipos de alucinação:
· Auditivas: são o tipo de alucinação mais frequente nos transtornos mentais. Elas podem ser:
A) simples: que são aquelas nos quais se ouvem apenas ruídos primários e são menos frequentes que as alucinações auditivas complexas. 
B) Complexas: alucinação audioverbal, no qual o paciente escuta vozes sem estímulo real. São vozes que podem o ameaçar e/ou insultar. Frequentemente, a alucinação audioverbal é de conteúdo depreciativo e/ou de perseguição. Deve-se chamar a atenção para o fato de que, sobretudo na esquizofrenia, as alucinações audioverbais com frequência impõem determinada convicção nos pacientes, deixando-os intrigados e assustados, a procurar a fonte daquela voz invisível.
C) Sonorização do pensamento: percepção muito próxima do eco do pensamento. É experimentada como a vivência sensorial de ouvir o pensamento no momento mesmo em que ele está sendo pensado (sonorização) ou de forma repetida logo após ter sido pensado (eco do pensamento). Os tipos básicos de sonorização ou eco do pensamento: sonorização do próprio pensamento: ouve claramente a sua voz; sonorização de pensamento como vivência alucinatório-delirante: ouve pensamentos que foram introduzidos em sua mente; publicação do pensamento: o paciente tem a convicção de que as pessoas ouvem o que ele pensa no exato momento em que está pensando. 
Como pode ser observado, as alucinações audiverbais ocorrem em maior frequência nos transtornos do espectro da esquizofrenia, com o paciente tendo convicção marcante da realidade das vozes que ouve. Porém, as alucinações audioverbais também ocorrem nos transtornos de humor:
· Episódio de mania: são ouvidas vozes com conteúdo de grandeza ou místico-religioso. 
· Depressão grave: podem ouvir vozes de conteúdo negativo, ruína ou culpa.
· Borderline.
· Quadros neurocognitivos: demência frontotemporal e Parkinson. 
· Visuais: são visões, muitas vezes nítidas, que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais. 
A) Simples: são denominas como fotopsias, nelas o paciente vê cores, bolas e pontos brilhantes.
B) Complexas: o paciente vê figuras, imagens de pessoas (vivas ou mortas, familiares ou desconhecidas), partes do corpo, entidades, objetos inanimados, animais ou crianças. 
· Cenográficas: inclui visões de cenas completas, ex: o quarto pegando fogo. 
· Liliputiana: o paciente vê cenas com personagens e objetos minúsculos
OBS: as alucinações cenográficas e liliputianas são relativamente raras, porém, podem ser observadas nas diversas psicoses. 
Alucinações visuais nos diferentes transtornos mentais e neurológicos:
· Uso/intoxicação por alucinógenos
· Síndrome de Charles Bonnet (pacientes com pouca visão tenham alucinações visuais)
· Esquizofrenia de início na infância 
· Demências com corpos de Lewy (perda progressiva da função mental)
· Parkinson 
· Delirium
· Transtorno Bipolar 
· Esquizofrenia em adultos 
· Depressão 
· Borderline
· Alzheimer
· Táteis: pacientes relatam sentir espetadas, choques, insetos ou pequenos animais correndo sobre a sua pele. Podem ser sentidas nos genitais, sobre tudo em pacientes com esquizofrenia, que sentem de forma passivaque forças estranhas tocam, cutucam ou penetram seus genitais. Estão frequentes nos quadros de: esquizofrenia, delírium tremes (sintomas graves de abstinência de álcool), psicoses tóxicas e uso de cocaína. 
· Olfativa: o paciente sente o odor de coisas podres, cadáveres, de fezes, de pano queimado, gasolina e etc. Lembranças ou sensações olfativas podem ser acompanhadas de forte impacto emocional. Podem estar relacionadas com interpretações delirantes, ex: a comida tem cheiro de remédio de rato, pois estão tentando me envenenar. Presentes nos quadros de esquizofrenia e depressão grave. 
· Gustativa: o paciente relata sentir na boca o gosto de ácido, sangue, urina e etc sem qualquer estímulo gustativo presente. Podendo ocorrer de forma associada a alucinações olfativas. Podem ocorrer nos quadros de esquizofrenia e em tumores cerebrais. 
· Cenestéisicas (somáticas): sensações incomuns e claramente anormais emdiferentes partes ou órgãos do corpo, como sentir o cérebro encolhendo, o fígado despedaçando ou as mãos se esfarelando. O paciente também pode relatar que percebe uma víbora dentro do abdome que se move para lá e para cá. Nesses casos, fica mais difícil a diferenciação entre alucinação somática e delírio com referência ao corpo. 
· Cinestésica: são vivenciadas pelo paciente como sensações alteradas de movimentos do corpo, como por exemplo: sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se levantando.
OBS: alucinações cenestésicas e cinestésicas estão presentes principalmente na esquizofrenia. As ocorrências em que se percebem os órgãos encolhendo ou sumindo se dão, sobretudo em depressões graves, esquizofrenia ou transtornos psico-orgânicos. 
· Funcionais: quando verdadeiras alucinações – e não ilusões perceptivas – são desencadeadas por estímulos sensoriais. Ex: pacientes relatam que quando abrem o chuveiro ou torneira começam a ouvir vozes. Podem estar presentes nos quadros de esquizofrenia e no transtorno esquizoafetivo (combinação de sintomas de esquizofrenia e transtorno de humor). 
· Combinadas: ocorrem alucinações de várias modalidades sensoriais: auditivas, visuais, táteis, etc) ao mesmo tempo ou sucessivamente. Ex: o paciente vê uma pessoa (inexistente) que fala e toca em seu corpo. Pode ocorrer em quadros de esquizofrenia e na síndrome de Alice no país das maravilhas (trata-se de uma condição neuropsiquiátrica em que há desorientação e alterações sensoperceptivas da visão e da percepção do movimento). 
· Extracampinas: percepção fora do alcance do campo sensoperceptivo. Ex: o paciente vê nitidamente uma imagem às suas costas ou atrás de uma parede. É um fenômeno raro que pode ser associado a esquizofrenia. 
· Autoscópia: é uma alucinação visual que também pode apresentar componentes táteis e cenestésicos (somáticos), na qual o paciente enxerga a si mesmo, ou seja, vê seu corpo como se estivesse fora dele. Pode estar presentes nos quadros: epilepsia, lesões do lobo parietal e esquizofrenia. Podendo ocorrer o chamado fenômeno duplo, o paciente relata que há a sensação de que há um Eu dentro do próprio corpo e um Eu fora do corpo, estando presente nos quadros de: delirium, lesões cerebrais, esquizofrenia e intoxicações por alucinógenos. 
Alucinose: o paciente percebe a experiência alucinatória como estranha a sua pessoa, ele permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho. O paciente apresenta uma estranheza as percepções. A alucinose é um fenômeno periférico ao Eu, é como se o indivíduo assistisse a uma cena de uma peça de terror, como se estivesse na plateia, enquanto a alucinação verdadeira é central ao Eu, onde o indivíduo é o ator que vive e sofre na cena de terror. Podendo ocorrer nos quadros de intoxicação por substâncias alucinógenas. 
Tipos de alucinose: 
· Auditiva: ocorre em pacientes alcoólicos e consiste em vozes que falam do paciente na terceira pessoa. Ex: Olha como João está sujo!

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