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MOTOR DE INDUÇÃO MONOFÁSICO M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva Profª Margareth N. Silva 2 enrolamento Núcleo de ferro Isolação das ranhuras ranhuras CONSTITUIÇÃO DO ESTATOR Profª Margareth N. Silva 3 CONSTITUIÇÃO DO ROTOR anel de alumínio eixo eixo Lâminas no núcleo de ferro Barras de alumínio Lâminas do ventilador Lâminas do ventilador M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 4 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O motor de indução monofásico é o motor mais usado em aplicações domésticas como frigoríficos, máquinas de lavar, relógios, compressores, bombas, etc.e menos utilizados nas instalações quando comparados aos trifásicos.A potência vai até 10hp. Acima de 1 hp tem maior binário de arranque, são mais caros e mais ruidosos que os motores trifásicos. Tem dois enrolamentos no estator colocados perpendicularmente ◦ Um é o principal ◦ E o outro é o auxiliar ou de arranque. É difícil obter correntes defasadas de 90º a partir de uma fonte monofásica M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 5 O segundo enrolamento, colocado no estator, atua como a segunda fase e nele é colocado um capacitor, em série, que provoca um defasamento de 90º elétricos do enrolamento principal. Desta forma produz-se no entreferro da máquina um campo magnético alternado oscilante (pulsante). Matematicamente o campo pulsante pode ser decomposto em dois campos girantes rodando em oposição A interação entre estes campos e as correntes induzidas no rotor produzem binários opostos. De acordo com o tipo de arranque, tem designações diferentes e características e aplicações diferentes. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 6 Com o motor parado (escorregamento = 1), os conjugados produzidos pelos campos que estão em oposição se anulam, resultando desta forma num conjugado de partida pequeno. Por este motivo, é que não existe motor monofásico com rotor bobinado. Se o motor for acionado para fora da velocidade nula ele arrancará no sentido da velocidade inicial M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 7 FORMAS DE LIGAÇÃO DOS TERMINAIS DAS BOBINAS DE UM MOTOR MONOFÁSICO Nos motores monofásicos, a bobina principal e a auxiliar são identificadas por letras, ou por números. Os terminais do motor são conduzidos, geralmente, para fora do motor através da caixa de ligação. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Identificação dos terminais dos motores monofásicos por letras. Identificação dos terminais dos motores monofásicos por números. Verifique sempre a forma de ligação dos terminais do motor na placa de característica do mesmo. Para inverter a rotação do motor monofásico basta inverter as ligações do enrolamento auxiliar. Profª Margareth N. Silva 8 LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS À REDE DE ALIMENTAÇÃO Assim como os motores trifásicos, os monofásicos são projetados para trabalhar em duas tensões distintas, como 110- 220V ou 220-440V. Para isso, o enrolamento principal é dividido em duas partes (enrolamentos 1 - 3 e 2 - 4), como mostra a figura (a) e uma terceira parte corresponde ao circuito auxiliar de partida (que, nesta figura é do tipo capacitor de partida), o enrolamento 5 - 6; na figura (b) se mostra a caixa de terminais do motor, com os bornes à vista. As ligações devem ser feitas de tal forma que a tensão nos enrolamentos seja sempre a mais baixa entre aquelas especificadas na placa do motor.Admite-se certa flexibilidade nesta tensão: por exemplo, os enrolamentos podem trabalhar na faixa de 110 a 127V sem problemas. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 9 Enrolamentos de um motor monofásico (com capacitor de partida): (a) diagrama esquemático; b) caixa de terminais. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 10 EXEMPLO Fazer o diagrama de ligações de um motor de indução monofásico de 110-220 se o mesmo deve ser ligado a rede de: (a) 220/127V; (b) 380/220V. Solução: A tensão em cada enrolamento deverá ser 110 V (ou 127, o que dá na mesma). (a) Como a fase é 127 V, os enrolamentos são ligados em paralelo, como mostra a figura (a). (b) Neste caso, as duas partes do enrolamento principal são ligadas em série e o enrolamento auxiliar é ligado em paralelo com uma dessas duas metades, conforme se vê na figura (b). M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 11 LIGAÇÃO DE MOTORES MONOFÁSICOS EM SISTEMAS TRIFÁSICOS. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Existem duas maneiras de se ligar motores monofásicos em sistemas trifásicos: • Tensão no bobinamento do motor é igual a tensão de fase (VF), liga- se o motor entre fase e neutro, • Tensão no bobinamento do motor é igual a tensão de linha (VL), nesse caso liga-se o motor em duas fases quaisquer, não utilizando o neutro. Motor monofásico ligado a tensão de fase e linha de uma rede de energia elétrica Profª Margareth N. Silva 12 TORQUE Os motores monofásicos não têm torque de partida porque não conseguem formar um campo magnético girante. O campo formado por estes motores é pulsante, tendo sempre a mesma direção e não permitindo a indução de correntes significativas Nos enrolamentos rotóricos. Existem várias maneiras de proporcionar uma defasagem em relação à alimentação resultando num campo bifásico e criando um campo girante. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O CAMPO MAGNÉTICO PULSANTE B GERADO POR ALIMENTAÇÃO MONOFÁSICA CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE B FORMADO POR ALIMENTAÇÃO BIFÁSICA Profª Margareth N. Silva 13 TORQUE COM MOTOR PARADO M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O O torque resultante para um motor monofásico é nulo apenas para o escorregamento unitário, ou seja, para a velocidade síncrona em qualquer sentido. Entretanto, uma vez posto a girar num dado sentido, o motor monofásico continuará a girar neste sentido devido ao torque líquido resultante, produzido para a esquerda ou para a direita do ponto de equilíbrio. Teoria do duplo campo girante Profª Margareth N. Silva 14 MÉTODOS DE ARRANQUE A defasagem é obtida através de ◦ Uma resistência ◦ Uma indutância, ou ◦ Um condensador em série com o enrolamento auxiliar ou de arranque. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 15 MOTOR DE FASE DIVIDIDA (Split-Phase ou Partida à Resistência) Possui um enrolamento auxiliar espacialmente defasado de 90° em relação ao enrolamento principal. Quando é atingida uma determinada rotação, este enrolamento auxiliar é desconectado do circuito do motor por intermédio de uma chave centrífuga. Já que é dimensionado para atuar somente durante a partida, se não for desconectado acabará por queimar. Na prática, o ângulo de defasagem entre os campos nos dois enrolamentos (principal e auxiliar) é bem menor que 90°, o que resulta em conjugado de partida igual ou pouco superior ao nominal. Por isso esse tipo de motor é usado para cargas de pequena potência e conjugados de partida moderados (por exemplo: ventiladores e exaustores, pequenos polidores,esmeris, compressores herméticos, pequenas bombas centrífugas, lavadoras de pratos e, etc.). M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 16 Circuito equivalente e característica conjugado x velocidade de um motor de fase dividida M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 17 MOTOR COM CAPACITOR DE PARTIDA M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Conjugado x rotação nominal O que diferencia este motor do de fase dividida é a inclusão de um capacitor em série com a fase auxiliar,que permite a obtenção de ângulos de defasagem bem maiores e, consequentemente, conjugados de partida bem mais elevados (entre 200 e 350% do conjugado nominal). O circuito do enrolamento auxiliar também é desligado através de chave centrífuga quando o motor atinge entre 75 e 80% da rotação síncrona. É fabricado na faixa de potências de 1/4 a 1,5 cv e é usado numa grande variedade de aplicações. O capacitor usado neste tipo de motor é o eletrolítico. Ele não é projetado para trabalhar em regime contínuo. Seu regime de funcionamento é de cerca de 20 partidas por hora. É um motor de prateleira indicado para a maioria das aplicações existentes, exceto aquelas que exigem a reversão instantânea. Profª Margareth N. Silva 18 CAPACITORES ELETROLÍTICOS/MOTORES ELÉTRICOS Um dos tipos de capacitores existentes é o eletrolítico. O método usado para produzi-los resulta na polarização das placas e como devemos sempre manter a mesma polarização de tensão que foi empregada no seu processo de fabricação, isto os impede de serem utilizados em corrente alternada (CA). A ligação de um capacitor eletrolítico com polarização reversa provoca a circulação de correntes excessivamente elevadas no capacitor podendo ocasionar aquecimento e explosão do mesmo. Os capacitores eletrolíticos comuns têm seu uso restrito aos circuitos de corrente contínua (CC). Capacitores eletrolíticos especiais (não polarizados) são fabricados para o uso em circuitos de corrente alternada. Um capacitor eletrolítico para CA é formado por dois capacitores eletrolíticos, em série, encapsulados em um único invólucro e com seus terminais positivos conectados. Independentemente da polaridade nos terminais, um dos seus capacitores internos estará corretamente polarizado limitando a corrente que circula através do capacitor polarizado reversamente. O capacitor eletrolítico fornece mais capacitância com dimensões menores quando comparado a qualquer outro tipo de capacitor. Profª Margareth N. Silva 19 Muitos capacitores eletrolíticos não polarizados são projetados para uso intermitente porque se aquecem se usados por longo períodos de tempo motivo pelo qual utilizamos a chave centrífuga. Profª Margareth N. Silva 20 MOTOR COM CAPACITOR PERMANENTE Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e seu capacitor em série ficam permanentemente conectados, não sendo necessária a chave centrífuga. Isto é bom porque a ausência de partes móveis facilita a manutenção. O condensador é do tipo eletrostático. O conjugado máximo, o rendimento e o fator de potência desses motores são melhores que os de outros tipos, aproximando-se aos valores obtidos em motores trifásicos. Em contrapartida, seu conjugado de partida é menor que o dos motores de fase dividida (entre 50% e 100% do conjugado nominal), limitando sua utilização a equipamentos como pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar e máquinas de escritório. São fabricados normalmente para potências entre 1/5 a 1,5 cv. Os capacitores para motor de capacitor permanente devem ser especificados para regime contínuo, usualmente utiliza-se capacitor de filme a óleo. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 21 Circuito equivalente e curva conjugado x rotação de um motor com capacitor permanente Devido ao baixo conjugado de partida, este tipo de motor é recomendado para aplicações que exigem partidas leves, como: ventiladores, exaustores, sopradores, máquinas de escritório, bombas centrífugas, esmeris, pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar e pulverizadores. Também é muito aplicado em máquina de lavar roupa. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 22 MOTOR COM DOIS CAPACITORES É uma "mistura" dos 2 anteriores: possui um capacitor de partida, desligado através de chave centrífuga quando o motor atinge cerca de 80% de sua rotação síncrona, e um outro que se encontra permanentemente ligado. Com isso, possui todas as vantagens daqueles motores: alto conjugado de partida, alta eficiência e fator de potência elevado. No entanto, seu custo é elevado e só é fabricado para potências superiores a 1 cv. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Conjugado x rotação nominal Profª Margareth N. Silva 23 MOTOR DE CAMPO DISTORCIDO (shaded pole) Também chamado de motor de pólos sombreados, este motor consegue criar um campo girante através de modificações feitas em seus pólos, o que pode ser feito de várias maneiras, caracterizando 3 tipos de motores: pólos salientes "esqueleto" de enrolamentos distribuídos Um dos mais comuns é o de pólos salientes onde uma parte da cada pólo (entre 25% e 35%) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. O fluxo magnético produzido nesta espira fica atrasado em relação ao fluxo da parte não abraçada pela mesma, resultando num campo girante que sempre se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do pólo. Estes motores apresentam um único sentido de rotação. A maneira mais prática de obter-se rotação no sentido oposto é mudar a posição da ponta do eixo em relação ao estator; outros métodos são possíveis, porém muito onerosos. Seu conjugado de partida é bastante baixo (15% a 50% do Cnom) e apresenta fator de potência e rendimento baixos. Por este motivo é fabricado para pequenas potências podendo ser usado em processos de movimentação de ar (ventiladores, exaustores, secadores de roupa e de cabelo), pequenas bombas, compressores, projetores de slides, toca-discos e outros eletrodomésticos. Se diferencia de outros motores monofásicos de corrente alternada por não necessitar de dispositivos auxiliares de partida como capacitores, escovas, comutadores, etc. O enrolamento auxiliar é curto-circuitado em uma parte de cada pólo. M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 24 Vista esquematizada M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Motor de indução monofásico de pólos sombreados curva conjugado x rotação de um motor de campo distorcido com pólos salientes. Esquema de um motor de indução monofásico de pólos sombreados Onde: B.P. Bobina Principal A.C.C. Anel de Curto Circuito Profª Margareth N. Silva 25 MOTOR UNIVERSAL Vários aparelhos eletrodomésticos, especialmente de cozinha, e diversas ferramentas portáteis utilizam outro tipo de motor monofásico, denominado universal, cujo princípio de funcionamento é completamente diferente do motor de indução. A denominação de motor universal deriva do fato de poder operar tanto sob alimentação CA como CC. A rigor, trata-se de um motor CC série. Para operação em CA, o estator e o rotor devem ser de chapas laminadas, para evitar perdas por histerese e correntes parasitas. Trata-se de um motor de velocidade variável, com baixas velocidades para grandes conjugados e altas velocidades para pequenas cargas. O conjugado de partida também é elevado. Devido a isso, são usados comumente em pequenos eletrodomésticos, como furadeiras elétricas e lixadeiras, que requerem conjugado elevado, e em liquidificadores, aspiradores de pó e bombas centrífugas, que requerem alta velocidade. Profª Margareth N. Silva 26 M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Normalmente são fabricados para potências fracionárias de até 3/4 cv. Para potências acima de alguns poucos cv, funcionam precariamente em corrente alternada. Há um grande faiscamento nas escovas, e o rendimento e o fator de potência decrescem. Tipicamente o estator é um conjunto de pólos salientes com bobinas enroladas sobre eles. O rotor é constituído por um enrolamento distribuído em ranhuras e ligado em série com as bobinas do estator, que recebe o nome de armadura. Os terminais das bobinas do rotor são soldados num anel coletor solidário ao eixo, e a conexão com o meio externo é feita por um conjuntode escovas de grafite. Profª Margareth N. Silva 27 PERDAS EM MOTORES MONOFÁSICOS Em motores monofásicos as perdas são divididas em: Perdas mecânicas (atrito e ventilação) Perdas Joule no estator e rotor Perdas magnéticas no ferro Perdas suplementares M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 28 Um pequeno motor, conforme definição da ASA (American Standards Association) e da NEMA (National Electrical Manufacturers Association) é “ um motor que tenha uma carcaça menor que aquela correspondente à de um motor de 1hp, para funcionamento contínuo, tipo aberto entre 1700 e 1800 rpm”. Os motores pequenos são normalmente considerados fracionários (frações de hp). GRAUS ELÉTRICOS Numa máquina de p pólos, uma rotação completa do rotor corresponderá a p/2 ciclos de tensão. A denominação da posição do rotor de graus mecânicos e do ângulo correspondente a cada valor do ciclo de tensão gerada de graus elétricos permite estabelecer a seguinte relação: Onde: θelet = graus elétricos [o ou radianos]. p = número de pólos. θmec = ângulos mecânicos (físicos) [o ou radianos]. mecelet p 2 = M O T O R D E I N D U Ç Ã O M O N O F Á S I C O Profª Margareth N. Silva 29
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