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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ISABELA PURCINO RAMOS Matrícula: 202002657154 LICENCIATURA EM PEDAGOGIA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO REVISITANDO A HISTÓRIA E PROJETANDO PERSPECTIVAS FUTURAS VOLTA REDONDA, RJ 2020 OBJETIVOS Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma visão panorâmica da história da educação, revisando os modelos educacionais e suas devidas contribuições ao longo do tempo a fim de projetar perspectivas futuras entre educação e sociedade. O diálogo entre história e pedagogia auxiliará a compreensão de pontos marcantes na educação brasileira assim como a contribuição dos povos e dos fatos históricos na construção das práticas pedagógicas e formação dos sujeitos e sociedades. INTRODUÇÃO TEÓRICA O modelo de formação dos sujeitos e das sociedades na Antiguidade O legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. O modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense, surgiram os sofistas considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar, mais do que ensinar a falar, através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade. EDUCAÇÃO ROMANA Em Roma, os escravos gregos ensinaram a própria língua e transmitiram sua cultura aos romanos. Além disso, os etruscos (povo da Etrúria, uma terra antiga da Península Itálica) também foram influenciados pelos gregos, com quem aprenderam o alfabeto. De modo gradual, a Educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no interior da família que eram mais desprezados do que estimados, e, em seguida, por libertos (escravos que foram libertos) na escola. O sistema de educação baseava-se na moral e cívica, para a prática social, a fim de desenvolver a consciência histórica e o patriotismo. Exercícios físicos e militares também faziam parte do processo pedagógico. Foram criadas as cátedras de Retórica nas grandes cidades. Houve também favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas províncias. Então, pela primeira, vez os romanos desenvolveram um sistema de ensino: um organismo centralizado que coordenava inúmeras instituições escolares espalhadas por todas as províncias do império, constituídas em caráter oficial pela intervenção do Estado. Mas nem todos tinham os mesmos direitos de educação. A importância de Roma, como centro de difusão cultural do ocidente foi tamanha que até os dias atuais algumas características do maior Império da Antiguidade ainda se fazem presentes.. Observamos a influência grega e etrusca sobre a origem de uma forma de educação não familiar, mas institucionalizada na escola. Logo, a cultura grega converteu-se em patrimônio comum dos povos do Império Romano e, depois, foi repassada durante muito tempo à Europa medieval e moderna, chegando, assim, à nossa época. IDADE MÉDIA Ainda podemos observar traços da tradição espartana na educação medieval. Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a educação era desenvolvida juntamente com os rígidos dogmas da Igreja Católica. Cabe ressaltar, que até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela garantia da subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios círculos familiares, sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente influenciados pelo pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento, inicia-se uma nova era para o Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os objetivos da educação. O conhecimento era como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o desaparecimento do antigo regime até a constituição dos estados Nacionais: O conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor da ordem e da disciplina. A influência de Agostinho de Hipona no campo educacional foi notória na Idade Média pois pretendia expor racionalmente a doutrina religiosa. Esse movimento é chamado de Patrística. A Patrística se configurou como uma corrente de pensamento fundada pelos padres da Igreja Católica que procuravam estabelecer uma concepção racional dos fundamentos dos dogmas da fé cristã e uma resposta às suas perspectivas antagônicas, que eles denominavam de heresias. s para se Um dos legados é a ideia de que religião e Educação podem ser tratadas como elementos indissociáveis, isto é, a formação educacional e a formação religiosa podem e devem ser feitas com base nos mesmos instrumentos e para o mesmo fim. Veja que as escolas de matriz religiosa, por exemplo, continuam fortemente reconhecidas no nosso cotidiano. Além disso, os pastores, padres e afins assumem funções didáticas com seus fiéis nas pregações demonstrando a proximidade, que bebe, sem dúvida, na tradição inaugurada por Agostinho. RELAÇÕES DE TRABALHO NA ANTIGUIDADE Durante boa parte da história, o trabalho foi visto como atividade desvalorizada, considerado, pelos gregos antigos, como a expressão da miséria humana. Para Platão (428 – 347 a.C.) e Aristóteles (384 – 322 a.C.), o trabalho estava ligado à necessidade: de alimentar-se, de cobrir-se, entre outras. Dessa forma, a necessidade limita a liberdade do homem e, assim, tudo que se destinava ao produzir e comercializar ficava a cargo dos escravos. Para os romanos, que também era uma sociedade escravista, o trabalho era algo vil, oposto ao lazer e as atividades intelectuais. Durante a Idade Média (séculos V a XV), seguiu-se o referencial religioso católico do trabalho como castigo, sofrimento e penitência do homem, ou seja, dos servos, já que o nobre não deveria trabalhar, pois a sociedade estava dividida em três ordens com funções bem definidas: aos nobres cabia guerrear, ao clero orar e aos servos trabalhar. Somente na modernidade (séculos XV ao XVIII), com mudanças profundas pela qual a sociedade europeia passou com o revigoramento comercial e urbano, que o trabalho passou a ser valorizado. A valorização do trabalho se deu, principalmente, com a difusão das ideias renascentistas e iluministas. No Renascimento (séculos XV ao XVI), o trabalho passa a ser visto como um estímulo para o desenvolvimento dos seres humanos, e como expressão da personalidade humana ao se tornar um criador por sua atividade. Assim, é por meio do trabalho que os seres humanos preenchem suas vidas e podem realizar qualquer coisa. Mas, foi no Iluminismo, no século XVIII, que o trabalho foi exaltado ao lado da técnica, quando o capitalismo se consolidava e surgiam as primeiras fábricas. Com os estudos de economistas e filósofos, como John Locke (1632-1704), Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1779-1823), o trabalho passou a ser exaltado como fonte de toda a riqueza e valor sociais. EDUCAÇÃO MODERNA A Constituição Federal foi escrita com muitos objetivos para a educação. De 1988 para os dias atuais,muita coisa mudou, e outros documentos foram criados, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996; Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), de 1998, e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que pela primeira vez na história é fruto de um trabalho coletivo e de muitas vozes, que visa dar um norte à educação em todo o país. E temos assuntos que permanecem como um desafio a ser enfrentado como: garantir que os jovens concluam o Ensino Médio, qualidade com equidade para todos, valorização dos professores e compreender que a educação é a base para a transformação da sociedade e que necessita de investimentos. Em relação a forma de ensinar vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico e o processo de transformação acontece em uma velocidade extrema. Mas, no meio de tanta evolução, há um grande problema: a educação permanece tradicional. Os conteúdos, o método e as práticas continuam fora da realidade do aluno. A grande maioria dos educadores, coordenadores e diretores acredita que investir em equipamentos tecnológicos garantirá que a escola ofereça aulas dinâmicas, atrativas e interdisciplinares. A tecnologia está aí para ser uma ferramenta de apoio que será utilizada pelos estudantes com o objetivo de reforçar os conteúdos aprendidos e, consequentemente, compreender para que servem os avanços tecnológicos. O papel da escola e do professor, nos dias de hoje, é buscar resultados de aprendizagem mais consistentes. Enfim, o novo modo de ensinar é cada vez mais coletivo e o professor que deseja continuar nessa profissão terá que se atualizar constantemente estando a par das tendências mais inovadoras. RELAÇOES DE TRABALHO NA ATUALIDADE Podemos observar que no mundo moderno, muitas mudanças ocorreram em relação ao trabalho desde a antiguidade, a partir de processos de transformação. Hoje o trabalho é valorizado e não existe mais uma sociedade escravista, além do avanço tecnológico existente. A cada dia novos recursos tecnológicos surgem, para provar que o homem, além de criador, é também o adaptador desses avanços. Ao mesmo tempo em que facilitam à dinâmica e o processo de trabalho, podem substituir algumas atividades que, não distante, necessitavam da atuação humana. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para este conteúdo, utilizei um livro didático de história do ensino médio. O livro foca nas relações de trabalho e cultura em diferentes sociedades da Antiguidade, com a finalidade de mostrar como se desenvolveu a organização no mundo do trabalho em diferentes sociedades passadas até os dias de hoje. Perante as leis do Brasil, somos trabalhadores livres, mas, para chegarmos a essa liberdade, passamos por um processo de transição. O mesmo acontece com a educação, passamos por várias transformações desde a Antiguidade até chegar aos dias atuais. Apesar de o livro não ter a educação dos povos como foco do assunto achei importante abordar este tema, a fim de compreender o modelo de formação dos sujeitos nas diferentes sociedades. Portanto, escolhi esses dois temas para abordar. Concentrei minha pesquisa nas sociedades da Grécia Antiga, Roma e Idade Média. CONCLUSÃO Podemos concluir que o estudo da História da Educação e de todos os aspectos que envolvem a formação dos sujeitos e sociedades são muito importantes, devido o seu potencial formativo, auto reflexivo e cognitivo. Ou seja, a capacidade de nos fazer refletir sobre a origem do presente e como podemos evoluir ainda mais, trazendo a compreensão da atualidade e projetando perspectivas futuras. Ao compararmos os modelos de educação das sociedades da Grécia Antiga, Roma e Idade Média podemos concluir que ambas possuíam um sistema de ensino extremamente tradicional, a criança era vista como um mini adulto, desvalorizando o conceito de infância. Isso também reflete nas relações de trabalho. Observa-se então, que com o tempo, isso foi se modificando, e que a História da Educação é um instrumento fundamental na formação do futuro pedagogo, pois trás uma visão crítica acerca dos problemas, das mudanças, métodos e reformas aplicadas hoje no processo educacional. A partir dessa pesquisa e reflexão, entende-se que a base da educação, do trabalho e das sociedades atuais são frutos do passado, onde tudo começou e se transformou ao longo dos anos deixando legados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONINI, Altair; CHAVES, Edilson Aparecido; CARDOSO, Fábio de Oliveira; IACHTECHEN, Fábio Luciano; SANTOS, Juraci; FRONZA, Marcelo; FRANCISCO, Marli; GUARIZA, Nádia Maria; DIAS, Sueli; CANHA, Vanderléia. História: Ensino Médio, 2 Edição. Curitiba – Paraná: Ícone Audiovisual Ltda, 2006. AMADO, Casimiro Manuel Martins. História da Pedagogia e da Educação: Guião para acompanhamento das aulas. Universidade de Évora, 2007. Disponível em:<http://home.dpe.uevora.pt/~casimiro/HPE-%20Guiao%20-%20tudo.pdf>.Acesso em: 11/05/2020 GAROFALO, Débora. Desafios e avanços na educação brasileira. Ecoa, 2020. Disponível em: <https://deboragarofalo.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/desafios-e-avancos-na-educacao-brasileira/>. Acesso em: 12/05/2020 Conteúdo das aulas de História da Educação – Universidade Estácio de Sá.HPE-%20Guiao%20-%20tudo