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MODELO DE PARECER JURÍDICO SOBRE DIREITOS HUMANOS

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PARECER JURÍDICO SOBRE DIREITOS HUMANOS
EMENTA: IGUALDADE DE GÊNERO. HOMENS E MULHERES. PRINCIPIO DA IGUALDADE. ISONOMIA.ART.5º,I DA CF. INCONSTITUCIONAL. 
INTERESSADO : XXXXXX
DATA: 26/05/2020
Sumário
1. RELATÓRIO	2
2. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA	2
3. CONCLUSÕES	5
1. RELATÓRIO
Trata-se de parecer sobre direitos humanos. 
 Os Direitos Humanos são direitos que visam assegurar os direitos básicos e inerentes a pessoa, sem distinção de classe, raça, religião, profissão ou qualquer outra diversidade que possa diferir os seres humanos. Neste contexto, temos a igualdade de gênero que é um direito de qualquer ser humano, porém é pouquíssimo exercido no convívio social. 
 Há anos as mulheres sofrem com preconceitos que surgiram através de uma tradição judaico-cristã, de que a mulher é responsável pela queda da humanidade ao pecado e por isso, durante anos foi perseguida e mal vista por uma sociedade desconhecedora do potencial feminino. Somente no século XX, as mulheres alcançaram algumas conquistas e começaram a ganhar seu espaço exercendo alguns direitos que um homem também exerce, como, por exemplo, o direito ao voto. Conquistas essas que só foram possíveis através de movimentos feministas, liderados por mulheres que estavam a frente de seu tempo.
 Apesar das conquistas alcançadas, ainda nos dias atuais, persiste muito descaso e crimes que impossibilitam a sonhada e verdadeira igualdade de gênero. Mesmo que seja de forma não tão forte como era antes, as mulheres ainda sofrem muita discriminação e a desigualdade é algo notório. Como exemplo disso, temos o fato de não haver uma equiparação salarial entre homens e mulheres. É totalmente descabido esquecer o quão fundamental é a mulher na sociedade, seja com a reprodução (feito que contribui com a perpetuação da população mundial), a educação, cultura e em tantos outros aspectos fundamentais para a formação de uma sociedade. Por mais que tenham conseguido exercer profissões que são almejadas e disputas, muitas não são só desrespeitadas em suas profissões, como, afetiva e sentimentalmente também. A violência contra mulheres é um dos crimes de maior índice no país e na tentativa de amenizar o grande número de violências, foi criada a Lei Maria da Penha, que recebeu esse nome em homenagem a uma mulher que foi vítima de violência doméstica.
 Seja na falta de equiparação salarial, nas violências sofridas ou na exclusão de determinados campos de trabalho, vemos que a discriminação que as mulheres sofrem é algo real e muito presente na sociedade atual, mesmo com os avanços alcançados. Por isso, é dever do governo criar cada vez mais leis de defesa aos direitos de igualdade entre homens e mulheres, e promover políticas públicas a discriminação.
2. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
 O direito relacionado ao objeto do presente parecer vem primordialmente estruturado na Constituição Federal em seu Artigo 5º, caput, que diz que “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” c/c inciso I do mesmo artigo, que dispõe que “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. A Constituição Federal, que é o pilar do nosso ordenamento jurídico, traz em seu texto garantias de que todos os cidadãos devem receber um tratamento idêntico perante a lei e com isso, sustenta a ideia de que pessoas são distintas umas das outras e que nem por isso devem ser discriminadas ou atacadas de alguma forma. 
 Ainda nesse contexto, temos os arts.1,2,5,7 e 8 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dispõe que: 
“Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.”
 Ou seja, claramente vemos que a igualdade de gênero é uma pauta fundamental para a formação de uma sociedade, que visa garantir oportunidades equiparadas a todos os cidadãos e que para alcança-la, não só as mulheres devem lutar por isso, como todos os indivíduos, para assim tornar o país um lugar mais justo e fraterno. Os inúmeros crimes que ocorrem como estupro, feminicídio, assédio, assim como qualquer outra forma de se violentar uma mulher, são inadmissíveis, além de serem questões sociais que englobam toda uma sociedade e que exigem atenção.
 Conforme precedentes sobre o tema:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. CONCURSO PÚBLICOS. EXAME ADMISSIONAL. EXIGÊNCIA DE EXAME DE GINECOLÓGICO INVASIVO. COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA (PAPANICOLAU). IMPOSSIBILIDADE. 
1. A jurisprudência pátria está sedimentada no sentido de que regras restritivas ao acesso a cargos públicos só se justificam quando diretamente relacionadas ao desempenho das atividades a serem exercidas pelo futuro (a) servidor (a). E tais restrições, sempre que as peculiaridades do cargo ou emprego exigirem, em especial quando relacionadas à saúde do candidato, estão condicionadas a existência de lei específica e previsão expressa no edital do concurso.
 2. Eventual exclusão de candidato por razões médicas deve obedecer a motivo enquadrado em condições clínicas, em exame admissional que deve analisar os sinais ou sintomas de incapacidade de investidura no cargo previamente dispostos no edital que rege o concurso. 
3. A exigência, para investidura em cargo público, de exames específicos, invasivos e com resultados não pontuais, tal como o “Papanicolau”, sem previsão legal específica para tanto, extrapola o requisito de demonstração de boa saúde física e mental para o desempenho das funções 
4. Pedido de Providências julgado procedente para determinar ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que se abstenha de observar os ditames da Resolução SPG Estadual nº 18, de 27 de abril de 2015, no tocante a exigência do exame ginecológico de colpocitologia oncótica (“Papanicolau”) como requisito para investidura nas carreiras da magistratura e de servidores públicos do Poder Judiciário. 
5. Determinação de remessa de cópia integral do presente expediente à Secretaria Geral, bem como à Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas deste Conselho Nacional, para conhecimento e providências que entenderem oportunas no tocante à eventual regulamentação da matéria de forma ampla para todos os órgãos do Poder Judiciário.
(CNJ - PP: 00058357120152000000, Relator: ANDRÉ LUIZ GUIMARÃES GODINHO, Data de Julgamento: 24/04/2018)
Ademais, este é o entendimento majoritário na doutrina: 
 “Ao homem afoito e de pouca cultura basta perceber uma diferença entre dois seres para, imediatamente, extremá-los um do outro, mas os mais experientes sabem a arte de distinguir sem separar, a não ser que haja razões essenciais que justifiquem a contraposição” (Reale, Miguel. pág.: 41).
 Neste sentido, a melhor orientaçãoé no sentido de que deve haver uma presença maior do governo na luta pela igualdade de gênero, pois além de ser uma assunto fundamental na formação da sociedade, não defender os direitos inerentes dessas pessoas, independente de sexo, raça, etnia, sexualidade e etc., vai contra ao que assegura a Constituição Federal, o que é claramente Inconstitucional. 
3. CONCLUSÕES
 Considerando todo o abordado, em especial pelo que aborda a Declaração Universal de Direitos Humanos, vemos que esta demonstra a clara necessidade de se reconhecer a igualdade na aplicação e proteção que é dada pela lei, mas para que essa igualdade seja alcançada de uma forma justa e correta, é necessário a capacitação de um agente público para o reconhecimento de qualquer violação.
 Portanto, tem-se como conclusão ao presente parecer, pela análise jurídica realizada, que ainda há uma grande falha do governo em relação a igualdade de gênero no país e que o não tratamento igualitário entre homens e mulheres, fere o Princípio da Isonomia, que visa, justamente, a igualdade de todos perante a lei. É necessário ainda, o reconhecimento de que todos devem ter direitos e garantias de acordo com sua necessidade. Além disso, não garantir os direitos de todo e qualquer cidadão residente no país, é um ato inconstitucional, pois vai totalmente contra ao que defende a Constituição Federal. No caso da discriminação contra as mulheres, até aqui, houve muito avanço, mas ainda há muito o que se fazer também. Cabe ao governo dá mais respaldo político, aplicar leis de inserção e é exigido o direito ao respeito, ao cumprimento dos acordos internacionais subscritos pelos estados na ONU e ações concretas para uma realidade mais promissora. 
 Salvo melhor entendimento, é o parecer.

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