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A PAIDÉIA DE SÓCRATES PLATÃO E ARISTÓTELES 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CAA/NFD - CURSO DE PEDAGOGIA 
História da Educação – P1 – 2018.2
Prof. Maria Betânia Santiago
Aluno (a): Joselma Maria dos Santos
A Paidéia Grega nos modelos teóricos de Sócrates, Platão e Aristóteles 
A Paidéia de Sócrates
Os discursos de Sócrates em sua maioria tratam de questões morais, para ele a paidéia visa o amadurecimento constante do indivíduo, onde este entende que precisa dialogar com seu mestre, sua consciência individual (o que podemos chamar de voz interior) para entender aquilo que sabe e o que precisa descobrir, reconhecendo assim a própria ignorância, essa seria a primeira parte do método socrático chama-se ironia. Nesse sentido a formação humana envolve este diálogo e a capacidade de traze-lo para fora em forma de novas ideias e perguntas, a maiêutica, que é a segunda parte desse método. 
Sócrates percebia o quanto os discursos eram superficiais e que muitas vezes os interlocutores se perdiam pela falta de um saber mais profundo sobre o assunto, então ele assume uma postura mais radical onde surge a necessidade de entender e saber a essência daquilo que se fala. Para Aranha (2006 p. 96) “Por exemplo, diante dos atos de coragem, é necessário descobrir o que é a coragem. Com isso Sócrates chega à definição de conceito. ” 
Sócrates reconhece que cada formação é pessoal, e que a filosofia favorece a vida moral, em um processo tenso e contínuo, onde o indivíduo deve trazer à tona seu diálogo interior de maneira que possa conhecer a si mesmo, a fim de levar uma vida reta, porque para Sócrates na vida moral conhecer o bem e praticá-lo são a mesma coisa. Pode-se dizer então que Sócrates difundiu a ideia de que o verdadeiro saber está no “conhece-te a ti mesmo”, colocava em questão os valores vigentes e induzia em especial os jovens a fazer uma avaliação e reflexão de si próprio, buscar em seu interior a verdade e aprender a pensar por si só. 
A Paidéia de Platão
	Para Platão a paidéia segue por duas linhas de pensamento, a primeira semelhante ao pensamento de Sócrates tendo por base a formação da alma individual, a segunda de cunho político, ligada ao papel do indivíduo na sociedade de maneira particular que o destina a uma classe social e política. Na primeira o indivíduo reconhece a espiritualidade da alma e na segunda sua identidade contemplativa. Do primeiro ponto de vista para ele “aprender é lembrar”, pois acreditava que a alma já teria vivido no mundo das ideias e que por intuição tinha conhecimento direto e imediato, porém ao se encarnar a alma esquecia de tudo e seguindo a ideia de Sócrates, acreditava que educar é trazer o conhecimento de dentro, despertar aquilo que ele já sabe. Platão acreditava que o ser possuía sua alma intelectiva e uma irracional, de um lado irascível, impulsiva (localizada no peito), de outro concupiscível, voltada para os desejos de bens materiais e apetite sexual (localizada no ventre). O desafio era dominar alma inferior (irracional), se a alma superior (intelectiva) não dominasse os desejos, seria impossível o comportamento moral. 
No segundo aspecto em obras como N’A República e n’As Leis, Platão desenvolve sua visão política de educação, onde existe uma sociedade politicamente organizada, perfeita e ordenada, onde cada indivíduo faz aquilo que se considere que ele esteja apto a fazer, classes separadas com funções diferentes, necessárias para o bom funcionamento da cidade, onde todos vivem em comunidade, divididos em espaços específicos de acordo com o objetivo. Platão imagina, uma cidade utópica como modelo, onde todas as crianças recebem educação do Estado até os 20 anos, depois são selecionadas de acordo com suas posições de corte da seguinte maneira:
Alma de Bronze – Aqueles que tem uma sensibilidade grosseira, estes seriam responsáveis pela subsistência da cidade, são qualificados para a agricultura, artesanato e comércio.
(O segundo corte é feito dez anos depois)
Alma de Prata – Os que têm coragem de guerreiros, seriam os soldados responsáveis por defender a cidade. Eram treinados na música e na ginástica e os selecionados interrompem os estudos e passam a fazer parte da guarda do Estado.
(Restam então, os mais notáveis)
Alma de Ouro – Serão instruídos na arte de dialogar, aprender a filosofia, nesse período de estudos deveriam estar inclusas as matemáticas (geometria, aritmética, estereometria, astronomia e harmonia), pois fazem o homem pensar no abstrato e dirigir-se para a unidade. Aos 50 anos, depois de passar com sucesso nessas etapas, são considerados aptos a ingressar no corpo supremo dos magistrados, têm a ciência da política e a eles cabe o exercício do poder. 
Nesse modelo de paidéia homens e mulheres tem oportunidade de receber o mesmo tipo de educação e passar de estágio depende do mérito de cada um, independente de riqueza. Segundo Platão o poder político deveria estar nas mãos dos mais sábios, os filósofos e que era necessário que “os filósofos se tornem reis, ou que os reis se tornem filósofos”.
O seu ideal de educação era contraditório ao da educação tradicional, recomendando inclusive a exclusão da poesia, pois ao imitar a realidade o poeta cria um mundo de aparência, estimulando as paixões e instintos, afastando assim o conhecimento verdadeiro, para ele era necessário aprender a resistir a dor e ao sofrimento, para não ceder ao mundo dos sentimentos, recomendava ainda a educação física, que proporcionaria ao corpo uma saúde perfeita e permitiria que a alma ultrapassasse o mundo dos sentidos e tivesse melhor concentração no mundo dos sentidos, e que a fraqueza física impede a realização à vida superior do espírito.
A paidéia de Aristóteles
Aristóteles seguiu pelo mesmo pensamento que Platão, considerando alma e ética, onde o intelecto é o centro da vida psíquica e também da vida moral, o homem deve realizar-se segundo sua própria forma, constituída pela vida contemplativa, atividade intelectual e realização de suas virtudes racionais. Em seu modelo de paidéia, a educação tem por finalidade o levar a pessoa a “tornar-se o que deve ser”, entra no campo da ética, do que diz respeito a ação humana que visa o bem, alcançar a felicidade, é a plenitude da realização humana, desenvolvendo suas capacidades físicas, morais e intelectuais. Aristóteles via o exercício do pensar como a perfeição do ser humano, e que cabe a razão disciplinar os sentimentos e instintos; enfatiza a importância da vontade exercitada pela repetição, pois esta conduz ao hábito ou seja a imitação é o meio pelo qual se educa, conforme ARANHA (2006 p. 107) “uma criança se educa repetindo os hábitos de vida dos adultos que vão formar uma “segunda natureza”. Essa aprendizagem se faz pela escolha livre do justo meio entre dois vícios (que representam extremos por falta ou por excesso). Por exemplo a coragem é o meio-termo entre a covardia e a temeridade; a gentileza, entre a indiferença e a irascibilidade; a liberalidade, entre a avareza e a prodigalidade, e assim por diante”.
Aristóteles reforça que o homem é social, inscrito numa sociedade e Estado realista, diferente da visão utópica de Platão, não visa a forma perfeita, mas a melhor forma aqui e agora; em sua visão o Estado não é igualitário, existe a distinção entre povo e nobres (homens livres), os únicos dos quais a educação se ocupa, o que é coerente com o pensamento da época, exclui assim os que se dedicam a arte mecânica (que para ele tem valor inferior), como artesãos e v escravos. Os nobres são então educados “a viver no ócio” e depois seguem à instrução, em escolas estatais aprendendo quatro disciplinas, gramática, ginástica, música e desenho). 
Durante muito tempo na Idade Média sua obra esteve desconhecida, ressurgiu por intermédio dos árabes e no século XIII foi incorporada pela filosofia escolástica, que fez uma adaptação de seu paganismo as concepções cristãs, e até os tempos atuais esse modelo tem influência na filosofia ocidental.

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