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Biomecânica e Avaliação Postural

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Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
2 
www.eduhot.com.br 
SUMÁRIO 
 
Introdução.................................................................................................................... 3 
Fundamentos metodológicos da avaliação biomecânica do movimento humano ....... 3 
Breve histórico da Biomecânica .................................................................................. 6 
Perspectivas da aplicação dos conhecimentos de natureza biomecânica para a 
prática profissional na Educação Física e no Esporte ................................................. 8 
A Biomecânica do Esporte: a constante busca pela superação dos limites do 
homem ........................................................................................................................ 8 
Biomecânica do Movimento Humano: buscando soluções para promover a qualidade 
de vida ....................................................................................................................... 10 
Conhecendo e praticando os movimentos – a relação com a biomecânica .............. 13 
Cargas mecânicas geradas pelo movimento humano e as lesões ............................ 17 
Esporte e saúde ........................................................................................................ 19 
Questões sociais associadas à prática de esportes .................................................. 22 
Esporte como laboratório .......................................................................................... 22 
Considerações finais e perspectivas da área ............................................................ 23 
Referências ............................................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
3 
www.eduhot.com.br 
 
BIOMECÂNICA E AVALIAÇÃO POSTURAL 
 
Introdução 
 
O nosso objetivo é caracterizar a Biomecânica como uma área de 
conhecimento fortemente envolvida na identificação de parâmetros mecânicos 
capazes de influenciar o rendimento esportivo e a melhora da qualidade de vida. Para 
tanto. 
O papel desempenhado pela Biomecânica, que enquanto área de 
conhecimento da Educação Física e do Esporte, pode influenciar de forma definitiva 
a elaboração e a implementação de programas voltados à promoção da saúde e de 
programas de treinamento esportivo. Reflexão que pode ser reputada como 
indispensável, especialmente para aqueles que iniciam seus estudos sobre o 
movimento humano. Vislumbrar as reais possibilidades de aplicação de uma 
disciplina acadêmica possibilita a revitalização de seu corpo de conhecimento, 
condição que fundamenta as bases para que seu desenvolvimento se perpetue. 
 
Fundamentos metodológicos da avaliação biomecânica do movimento 
humano 
 
 
Antes que se possa considerar a possibilidade da Biomecânica influenciar a 
execução dos programas de atividade física voltados à promoção da saúde e da 
otimização do rendimento esportivo, torna-se indispensável caracterizá-la. O objetivo 
central da Biomecânica é o estudo do movimento humano. Ainda que esse seja um 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
4 
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objetivo comum a muitas áreas que compõem o corpo de conhecimento da Educação 
Física e do Esporte, a Biomecânica procede sua análise a partir de um prisma 
particular: o das leis da Física. Mais do que simplesmente aplicar as leis da Física, a 
Biomecânica leva ainda em consideração as características do aparelho locomotor. 
Para tanto, além da Física e da Matemática, enquanto disciplinas que fundamentam 
e suportam a análise do movimento humano, a Biomecânica ainda utiliza-se dos 
conhecimentos da Anatomia e da Fisiologia, disciplinas que delimitam as 
características estruturais e funcionais do aparelho locomotor humano. Configura-se 
desta forma, uma disciplina com forte característica multidisciplinar, cuja meta 
central é a análise dos parâmetros físicos do movimento, em função das 
características anatômicas e fisiológicas do corpo humano. A análise biomecânica 
do movimento humano é operacionalizada a partir da adoção daquelas que são 
reconhecidas como as suas quatro grandes áreas de investigação: a cinemetria, a 
dinamometria, a eletromiografia e a antropometria (AMADIO, LOBO DA COSTA, 
SACCO, SERRÃO, ARAÚJO, MOCHIZUKI & DUARTE, 1999). A cinemetria objetiva 
a determinação da posição, do deslocamento, da velocidade e da aceleração, 
enquanto descritores das características cinemáticas dos segmentos e do próprio 
corpo humano. Tais parâmetros podem ser mensurados por intermédio de câmeras 
de vídeo, de sistemas opto-eletrônicos, de acelerômetros, ou dos eletrogoniômetros 
(DAINTY & NORMAN, 1987). A dinamometria é a área de investigação da 
Biomecânica cujo objetivo central é a determinação das forças que produzem o 
movimento. Em função de restrições metodológicas, a dinamometria se ocupa 
basicamente da medição das forças de origem externa, sendo as plataformas de 
força os instrumentos mais utilizados para mensurar aquela que é uma das mais 
importantes forças externas, a Força de Reação do Solo (FRS). Tal força age sobre 
o corpo humano durante a fase de contato com o solo, conforme regência básica das 
leis de movimento de Newton. As restrições quanto às medições de forças internas 
não são causadas por limitações instrumentais, e sim pelo caráter invasivo que o 
procedimento implica. São raros na literatura os relatos de medições de forças 
internas. Destacam-se os trabalhos clássicos de GREGOR, KOMI e JÄRVISEN 
(1987) e KOMI, SALOMEN, JÄRVISEN e KOKKO (1987), que através de 
procedimento cirúrgico implantaram um transdutor de força do tipo “strain-gauge” 
almejando a mensuração das forças transmitidas ao tendão de Aquiles durante a 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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realização de alguns movimentos selecionados. As dificuldades na adaptação do 
transdutor ao tendão, em sua inserção cirúrgica, na sua calibração, e o consequente 
efeito retroativo gerado pelo procedimento experimental, caracterizam de forma 
exemplar as dificuldades de mensuração das forças internas. Entretanto, o 
desenvolvimento de técnicas e instrumentos menos invasivos, como os 
procedimentos baseados no uso de fibra ótica (KOMI, 1995), tendem a tornar a 
medição das forças internas um procedimento mais exequível. Apesar das 
dificuldades metodológicas a medição das forças internas continua a representar 
uma alternativa metodológica viável, como evidencia o estudo de WILKE, NEEF, 
CAIMI, HOOGLAND e CLAES (1999), cujo objetivo central era a determinação das 
forças de compressão aplicadas a coluna durante movimentos selecionados. O 
caráter invasivo do procedimento tem estimulado a adoção de procedimentos 
voltados à determinação indireta das forças internas. A partir da adoção de um 
modelo físico-matemático do aparelho locomotor, associado à mensuração de 
parâmetros cinemáticos, dinâmicos e antropométricos procede-se o cálculo dessas 
forças por intermédio do método denominado dinâmica inversa. Entretanto, deve-se 
considerar que a formulação dos modelos físico-matemáticos não representa uma 
tarefa fácil. Enquanto simplificação esquemática do aparelho locomotor, voltada ao 
controle da indeterminação matemática, tais modelos ainda não permitem que a 
estrutura biológica seja representada em toda a sua complexidade (AMADIO, 
2000a). A eletromiografia estuda a atividade dos músculos a partir da captação dos 
eventos elétricos vinculados à contração muscular. Por permitir a interpretação de 
parâmetros de natureza interna, a eletromiografia assume importante papel na 
determinação dos mecanismos de controle do sistema nervoso (DE LUCA, 1997). A 
captação do sinal pode ser feita por intermédio de eletrodos de superfície, quando o 
músculo a ser estudado apresenta seu ventre na superfície do corpo, ou por 
intermédiode eletrodos de fio ou agulha, quando ele se localiza abaixo de outros 
tecidos. Um exemplo dos procedimentos adotados na eletromiografia intramuscular 
ou profunda pode ser observado no estudo de BOJADSEN, MOCHIZUKI, SERRÃO, 
MOTA e AMADIO (2001), dedicado à análise da atividade dos m. multífidos, 
grupamento para vertebral que possui porções profundas, durante a marcha. A 
antropometria descreve, a partir de técnicas experimentais e ou analíticas, as 
características físicas dos segmentos corporais (AMADIO, 1989; BAUMANN, 1995). 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
6 
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Além de fornecer subsídios para a formulação dos modelos físico-matemáticos 
destinados à determinação das forças internas, através dos procedimentos da 
dinâmica inversa, ela desempenha papel decisivo na determinação das 
características físicas do aparelho locomotor, como a massa, o peso, o centro de 
massa e de gravidade. Tais informações assumem destacada importância na 
interpretação do movimento humano, bem como nas ações voltadas ao 
desenvolvimento de equipamentos auxiliares para a execução dos movimentos, 
como é o caso das mochilas e dos calçados. A partir da utilização de um destes 
procedimentos, ou da combinação deles, estratégia essa muito frequente em função 
da característica complexidade do movimento humano, torna-se possível cumprir 
aquela que é a meta central da Biomecânica: a análise física do movimento humano. 
Resta, no entanto, definir quais são os objetivos finais, ou metas específicas de tal 
análise. Figura como uma das mais importantes metas específicas da Biomecânica, 
a identificação e a caracterização de parâmetros mecânicos cuja implementação 
permita que o movimento seja realizado da forma mais adequada e mais segura. 
Otimizar a execução de um movimento, permitindo a sua mais ampla possibilidade 
de expressão, sem que isto acabe por lesionar as estruturas que compõem o 
aparelho locomotor é condição indispensável para a realização de todas as 
manifestações do movimento humano, desde os movimentos cotidianos, como a 
marcha, até os mais elaborados, como é o caso dos gestos esportivos. 
 
Breve histórico da Biomecânica 
 
A preocupação com a análise física do movimento humano é bastante antiga. 
Obras clássicas de pensadores como Aristóteles evidenciam que o interesse do 
homem em analisar o movimento, a partir de preceitos físicos, é antiquíssimo. 
Interesse esse que se aprofundou durante os séculos seguintes, como demonstram 
os estudos clássicos de Borelli (século XVI) e Marey (século XIX), e que continua em 
curso até os dias atuais (ARTWATER, 1980). Entretanto, apesar de o estudo do 
movimento ser antigo, a consolidação da Biomecânica como uma ciência e, 
posteriormente, como uma disciplina acadêmica é bastante recente (AMADIO & 
SERRÃO, 2004). Por conseguinte, a história da Biomecânica no Brasil começou a 
ser escrita há poucos anos. Esta trajetória foi fortemente influenciada pelo apoio que 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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algumas instituições de ensino superior brasileiras receberam do governo alemão. 
Um dos marcos históricos desta relação deu-se em 1965, ano em que foi 
concretizado o convênio cultural entre o Brasil e a República Federal da Alemanha 
para a introdução da Biomecânica nos cursos de Educação Física no Brasil (DIEM, 
1983). Como uma das ações previstas nesse convênio, no ano de 1976, o professor 
Hartmut Riehle ministrou cursos na Escola de Educação Física da Universidade de 
São Paulo e na Universidade Federal de Santa Maria, com o intuito de fomentar o 
desenvolvimento dá área, e estabelecer as bases para o curso de formação de 
especialistas em Biomecânica. Ainda como parte das atividades do acordo cultural, 
em 1979 o Prof. Dr. Wolfgang Baumann, então chefe do Institut für Biomechanik da 
Deutsche Sporthocachule Köln da Alemanha, veio ao Brasil com o objetivo de visitar 
Universidades estaduais e federais da região sudeste e sul, com o propósito de 
diagnosticar sua situação e avaliar a possibilidade de desenvolvimento de projetos 
de pesquisa na área de Biomecânica, bem como prover orientação especializada 
para construção ou ampliação de laboratórios e departamentos que pudessem 
desenvolver estudos científicos na área (DIEM, 1983). A partir do impulso oferecido 
pelo convênio Brasil-Alemanha, observou-se um expressivo aumento no número de 
pesquisadores dedicados ao estudo das questões biomecânicas. Tal condição levou 
a Biomecânica a se expandir para além do espaço disciplinar da Educação Física e 
do Esporte, gerando importantes relações multidisciplinares. Como evidência dessa 
expansão deve-se citar a estruturação dos primeiros encontros científicos brasileiros 
destinados à discussão da Biomecânica. Merece destaque, por se tratar do primeiro 
evento acadêmico da biomecânica brasileira, a realização do “I Encontro Nacional de 
Docentes de Cinesiologia e Biomecânica”, ocorrido em 1988, na Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul. Em sua terceira edição, no ano de 1991, o encontro 
passou a ser nomeado “Congresso Nacional de Biomecânica”. Foi durante a quarta 
edição deste evento, realizada em dezembro de 1992, que foi fundada, em 
Assembleia Geral, a Sociedade Brasileira de Biomecânica (SBB). A partir do quinto 
encontro, realizado no ano de 1993, o Congresso Nacional de Biomecânica passou 
a ser denominado “Congresso Brasileiro de Biomecânica” (CBB). Desde então o CBB 
é realizado bienalmente, sob a tutela da SBB. Em estudo que analisou o impacto das 
publicações do CBB para o desenvolvimento do meio acadêmico-científico, 
MOCHIZUKI, FRANCIULLI, BIONGIARI, ARAÚJO, SERRÃO e AMADIO (2005) 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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demonstraram que o aumento de trabalhos publicados nos Anais do CBB ao longo 
de seus encontros foi acompanhado pelo aumento no número de citações de 
trabalhos do evento, sugerindo a importância dos Anais na divulgação científica da 
Biomecânica do Brasil. A SBB foi criada com o objetivo de abrigar àqueles que 
possuíssem interesse pela área, assumindo a função de representante oficial da 
comunidade que atua nesse campo, respondendo pelo desenvolvimento da 
Biomecânica (AMADIO, 1992). A SBB é uma sociedade civil de direito privado, sem 
fins lucrativos, que tem por objetivo reunir os profissionais da biomecânica e ciências 
afins no território brasileiro, com as seguintes finalidades: promover e apoiar o 
aperfeiçoamento técnico e científico desses profissionais; estimular a criação de 
centros de pós-graduação através da colaboração com universidades e instituições 
de pesquisa; manter vinculação com entidades do país e do exterior, agindo como 
representante oficial da biomecânica brasileira; zelar pelos aspectos éticos do 
exercício da biomecânica; e organizar a realização do CBB e de outros eventos 
científicos, promovendo a divulgação de conhecimentos sobre a área. Atualmente, a 
Revista Brasileira de Biomecânica - Brazilian Journal of Biomechanics (RBB) 
representa o órgão oficial de divulgação científica da SBB. Antes do seu lançamento, 
em novembro de 2000, os anais do CBB representavam o único meio de divulgação 
científica destinada exclusivamente à Biomecânica existente no Brasil. Desde o seu 
lançamento, a RBB atua como o órgão de divulgação científica oficial da SBB. Essa 
iniciativa teve o propósito de dotar a comunidade de um veículo de referência aos 
serviços, laboratórios e grupos de pesquisa (AMADIO, 2000b). 
 
Perspectivas da aplicação dos conhecimentos de natureza biomecânica para a 
prática profissional na Educação Física e no Esporte 
 
A Biomecânica do Esporte: a constante busca pela superação dos limites do 
homem 
Saltar mais alto ou mais longe, correr a maior distância ou fazê-lo no menor 
tempo possível, converter o maior número de pontos. Qualquer que seja a 
modalidade esportiva, o objetivo central é sempre o mesmo: superaros limites do 
homem. Embora a otimização do rendimento esportivo seja fruto da combinação de 
fatores tão diversos como os genéticos e os sócio-afetivos, é inegável que a obtenção 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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do máximo rendimento depende em grande monta da elaboração de estratégias de 
treinamento capazes de potencializar as capacidades e habilidades envolvidas no 
desempenho da modalidade. Associada a outras disciplinas, a Biomecânica é uma 
ferramenta indispensável na determinação dos fundamentos capazes de embasar o 
planejamento e a aplicação de um programa do treinamento esportivo. Com vistas a 
exemplificar tal possibilidade, tome-se o exemplo do estudo de BRENNECKE, 
GUIMARÃES, 
GAILEY, LEONI, CARDACI, OLIVEIRA, MOCHIZUKI, AMADIO e SERRÃO 
(2009), cujo objetivo central foi investigar, por meio da Eletromiografia, a efetividade 
de um método de treinamento de força bastante popular: a pré-exaustão. Tal 
estratégia de treinamento preconiza que os exercícios multiarticulares devam ser 
precedidos, sem intervalos de descanso, por exercícios mono-articulares, 
objetivando a potencialização do trabalho dos músculos agonistas. Com vistas a 
analisar a efetividade deste método de treinamento, os autores determinaram 
parâmetros temporais e de intensidade da ativação muscular, utilizando os exercícios 
supino (multiarticular) e o crucifixo (monoarticular). A intensidade de ativação 
muscular do peitoral maior e do deltóide anterior não foi significativamente diferente 
quando da adoção do protocolo de pré-exaustão, contrariando a premissa básica que 
fundamenta este método de treinamento. Curiosamente, o tríceps braquial 
apresentou maior intensidade de ativação quando da aplicação do método de pré-
exaustão. Os autores concluem que o método de pré-exaustão pode ser eficiente 
para impor maior estímulo neural sobre pequenos grupos acessórios na execução 
de um movimento e não sobre o grupo principal. Dados como este, são de 
fundamental importância para colaborar no julgamento da validade de métodos 
tradicionalmente utilizados no treinamento. A identificação das características 
mecânicas do gesto esportivo pode ser considerada outra grande contribuição da 
Biomecânica. Bom exemplo desta contribuição pode ser observado no estudo de 
BRAGA NETO (2008), que a partir da utilização de procedimentos da dinamometria, 
da cinemetria e da eletromiografia, analisou as características biomecânicas de dois 
dos mais utilizados movimentos do tênis: o “forehand” e o “backhand”. Em função do 
posicionamento dos pés, o “forehand” pode ser realizado de duas formas distintas: 
“forehand open stance” (FOS) e “forehand square stance” (FSS). Dados da literatura 
especializada apontam que o posicionamento dos pés pode ser determinante no 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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desempenho do tenista. O “backhand” pode ser executado, em função do 
posicionamento das mãos na raquete, com uma (BK1) ou com duas mãos (BK2). Os 
resultados obtidos pelo autor apontam a ocorrência de uma maior ativação muscular 
para as técnicas FOS e BK2. Entretanto, durante a fase pré-impacto, os maiores 
valores de ativação muscular foram observados quando da utilização do FSS e BK1. 
Dados como os apresentados por BRAGA NETO (2008) exemplificam como a 
Biomecânica pode estabelecer uma significativa contribuição para a avaliação da 
influência da técnica de movimento no desempenho esportivo. 
 
Biomecânica do Movimento Humano: buscando soluções para promover a 
qualidade de vida 
 
A forte relação da Biomecânica com o 
Esporte pode levar a enganosa ideia de que, 
dentre as diversas formas de expressão do 
movimento humano, as ações esportivas são 
as que mais despertam o interesse da 
Biomecânica. Embora a relação seja forte, ela 
não é exclusiva. A própria história da Biomecânica evidencia de forma clara e 
inequívoca, que seus interesses são muito mais amplos. A investigação de 
parâmetros relacionados à locomoção humana, um dos tópicos mais estudados na 
Biomecânica, é evidencia do fato. Tome-se como exemplo o estudo da locomoção 
humana, um dos objetos de estudo que mais tem recebido atenção na Biomecânica. 
Das primeiras considerações de Aristóteles, da Vinci, Borelli, passando pelos 
clássicos estudos dos irmãos Weber, Marey, Braune & Fischer e Muybridge, até os 
estudos contemporâneos que se beneficiam dos recentes progressos nos processos 
de aquisição e processamento do sinal biológico, a locomoção sempre foi foco de 
atenção dos estudos biomecânicos (CAPOZZO, MARCHETTI & TOSI, 1992). Esta 
que é uma das formas mais elementares do movimento humano, de cuja realização 
depende a maioria das ações motoras humanas, é um bom exemplo do interesse da 
Biomecânica pelo estudo dos movimentos cotidianos. Historicamente, a 
preocupação com a análise do movimento humano sempre esteve atrelada à 
necessidade de entender os mecanismos que regulam e controlam o movimento, 
como forma de buscar sua otimização. Como exemplo desta preocupação, 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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considere-se o clássico estudo sobre a influência da postura na compressão dos 
discos intervertebrais realizado por NACHEMSON e ELFSTRÖM (1970). O estudo 
conduzido por estes autores apontou que a compressão discal aumenta 
sobremaneira na posição sentada, quando comparada à posição em pé. Em função 
da projeção ântero-posterior do centro de gravidade do corpo, aumenta-se o torque 
resistente aplicado à coluna, que por sua vez gera necessidade de aumentar a força 
produzida pelos músculos responsáveis pela estabilização da coluna, levando 
também ao aumento do torque potente. Sob efeito do aumento dos torques potente 
e resistente, os discos intervertebrais acabam sendo alvos de considerável 
sobrecarga mecânica. A partir de resultados como os de NACHEMSON e 
ELFSTRÖM (1970), pode-se entender a razão pela qual as lombalgias representam 
uma das mais importantes causas de afastamento do trabalho (SODERBERG, 
1986). Evitá-las, permitindo que o sujeito possa trabalhar de forma confortável, 
condição fundamental ao bom desempenho de suas tarefas, torna-se possível a 
partir de adoção de estratégias bastante simples, como a introdução de pausas 
regulares durante a jornada de trabalho. Pausas que permitam alternar períodos na 
posição sentada, quando o estresse mecânico imposto à coluna é maior, com 
pequenos intervalos em pé, quando o estresse sofre considerável redução. Tal 
condição configura um bom exemplo de como é possível, a partir dos conhecimentos 
oriundos da Biomecânica, otimizar a realização de um movimento extremamente 
rotineiro, como trabalhar em posição sentada. Considerando que o movimento 
laboral é uma das mais importantes formas de movimento, visto o tempo despendido 
em sua execução, continuemos a utilizá-lo como exemplo da importância da 
Biomecânica na otimização do movimento cotidiano. Dentro desse contexto, 
ANDERSON, ÖRTENGREN, NACHEMSON e ELFSTRÖM (1974), estudaram a 
inclinação da cadeira como fator de interferência no estresse imposto à coluna 
vertebral. Após calcular o estresse gerados por diferentes inclinações do encosto, os 
autores concluíram ser possível reduzir sensivelmente a sobrecarga aplicada à 
coluna a partir da adoção de uma inclinação de 120°, associada a presença de uma 
estrutura capaz de apoiar a coluna lombar. O estudo da influência do mobiliário e dos 
materiais de trabalho é um claro exemplo de como a Biomecânica pode influenciar 
de forma decisiva a realização dos movimentos empregados em nossa rotina. 
Identificar a forma mais adequada e segura de realizar as atividades cotidianas é o 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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primeiro passo rumo a promoção de saúde. Além da possibilidade de realizar de 
maneira confortável e segura as atividades cotidianas, a manutenção e a promoção 
da saúde ainda dependemda prática regular e sistematizada de alguma forma de 
atividade física. Dentre as diferentes expressões do movimento disponíveis para este 
fim, a caminhada, em função da sua popularidade, merece especial destaque. Por 
além de ser um meio de locomoção, a caminhada figura atualmente como uma das 
mais populares formas de condicionamento físico, sendo largamente praticada por 
pessoas de diferentes idades e níveis de aptidão física. Ainda que represente uma 
das expressões mais elementares do movimento humano, trata-se de um movimento 
de característica complexidade. As dificuldades enfrentadas por uma criança até que 
adquira um padrão maduro de marcha e os problemas sofridos por aqueles que, 
expostos a uma lesão traumática não mais conseguem manter tal padrão, 
representam exemplos muito concretos de tal complexidade. Complexidade que, 
retratada pela análise de parâmetros mecânicos, pode fornecer importantes 
subsídios, não somente para a caracterização de uma das mais importantes 
expressões do movimento humano, como também para o entendimento dos 
mecanismos de controle e gerenciamento desta importante forma de 
condicionamento físico. Desta forma, a análise das características biomecânicas da 
locomoção nos diferentes estágios da vida: a infância (LOBO DA COSTA, 2000), a 
idade adulta (BRUNIERA, 1994), e a terceira idade (SERRÃO & AMADIO, 1994), 
subsidiam, por além do entendimento dos mecanismos envolvidos no gerenciamento 
mecânico do movimento humano, a estruturação de programas de intervenção 
destinados a estes grupos. A importância dos parâmetros biomecânicos no 
planejamento de programas de atividade física também pode ser exemplificada por 
intermédio dos estudos que focaram a análise do comportamento biomecânico do 
movimento de grupos que demandam atenção especial como os portadores de 
doenças neurológicas (PINHO, FONSECA, OLIVEIRA, VILLASBOAS, SERRÃO, 
AMADIO & SOUSA, 2008), os diabéticos neuropatas (SACCO & AMADIO, 2003), os 
amputados (CERQUEIRA SOARES, 2005), os portadores de pé torto congênito 
(SOARES, 2007), e os indivíduos que sofreram lesão ligamentar (MOTA, AMADIO, 
HERNANDEZ & DUARTE, 2002; LIMA, 2006). 
Qualquer programa para estes grupos não pode ser levado a termo sem que 
se considere as características biomecânicas dos movimentos do grupo a que se 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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destina. Vale lembrar que para pessoas que compõem estes grupos especiais, a 
prática do exercício físico é condição indispensável à manutenção de sua qualidade 
vida, fato que reforça a necessidade da elaboração de um programa extremamente 
bem adaptado às características biomecânicas de seus movimentos. Importante 
observar que os mesmos subsídios biomecânicos que respaldam a elaboração de 
estratégias voltadas à maximização do rendimento esportivo, são igualmente úteis 
no planejamento e implementação de atividades voltadas à promoção da saúde. A 
análise da contribuição dos músculos do membro inferior no controle da sobrecarga 
e na geração da energia mecânica (HAMNER, SETH & DELP, 2010) pode bem 
exemplificar tal condição. Da mesma forma como tais informações são úteis na 
elaboração de um programa de treinamento para um atleta que utiliza a corrida 
durante o desempenho de suas atividades esportivas, elas o são quando a corrida é 
utilizada como estratégia para desenvolver as capacidades físicas necessárias à 
promoção da saúde. Diante do exposto torna-se evidente a necessidade de 
considerar as características biomecânicas dos movimentos a serem utilizados num 
programa cuja objetivo é a promoção da saúde, de modo de adequá-lo às 
características e necessidades do grupo a que se destina. 
Conhecendo e praticando os movimentos – a relação com a biomecânica 
 
Ao se iniciar em um esporte, o indivíduo passa por um período de adaptação 
aos movimentos e à utilização dos equipamentos. Esse período varia de pessoa para 
pessoa, e muitas vezes determina o talento e a intimidade deste indivíduo com o 
esporte praticado. A disposição pessoal e a facilidade em aprender detalhes também 
podem ser diferenciais. No iatismo, costuma se destacar o velejador que possui 
maior conhecimento de ventos e correntes; no futebol é considerado “craque” o 
jogador que possui melhor controle da bola e é capaz de se entrosar melhor com os 
companheiros. Para Kiss et. al. (2004), “desempenho esportivo é um fenômeno 
complexo, resultante de vários processos e fatores internos e externos ao indivíduo, 
devendo ser compreendido como um sistema aberto”. 
Um importante fator para o melhor aproveitamento do movimento durante a 
prática de uma atividade física é o conhecimento do corpo. Cada indivíduo precisa 
ser visto como único, e assim ter os exercícios voltados para suas limitações. Séries 
de musculação ou tempo praticando futebol devem variar de pessoa para pessoa, 
principalmente se os corpos não possuírem o mesmo parâmetro de mobilidade, 
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resistência e força. Muitos destes limites são relacionados ao ambiente e aos 
equipamentos usados durante a prática de esporte. Santarém (2000) acusa 
equipamentos mal projetados como causadores de lesões. Para Barreto (2003), as 
pessoas consideram a caminhada um bom exercício, mas caminham em locais 
inadequados e usam calçados impróprios para tal atividade, podendo assim sofrer 
lesões por exercícios praticados de maneira errada. O ato de colocar o corpo em 
situação esportiva sem ter conhecimento dos equipamentos adequados, da forma 
correta de utilização e também dos locais ideais para a prática de tais atividades se 
transforma em um potencial causador de constrangimentos físicos. O conhecimento 
da biomecânica pode se tornar o maior diferencial entre a prática de esportes como 
promotor de saúde ou a prática prejudicial destas atividades. 
A biomecânica é a ciência do estudo do movimento humano, muitas vezes 
limitada a apenas esse conhecimento. Porém, para Atwater (1980, apud Marques 
Junior, 2004), investiga não só o movimento humano, mas também equipamentos 
desportivos, próteses, equipamentos de segurança e outros. O estudo da relação do 
praticante de um esporte com seu equipamento e mais as ações das forças externas 
também pode ser chamado de biomecânica. Para Hall (1993), 
“Biomecânica é uma ciência multidisciplinar que envolve a aplicação de 
princípios mecânicos ao estudo da estrutura e função dos organismos vivos. 
Levando-se em conta que os biomecânicos provêm de diferentes áreas acadêmicas 
e campos profissionais, a pesquisa biomecânica enfoca um amplo espectro de 
problemas e questões. ” 
Segundo Amádio (1986), a biomecânica pode ser dividida em forças internas 
e externas. As internas são compostas pelas forças musculares, articulares e outras 
forças, enquanto que as externas se constituem da força da gravidade, da força de 
reação no solo e outras. Exatamente por essa abrangência interna e externa da 
biomecânica observa-se a necessidade de seu conhecimento para a prática de 
esportes como a vela, o surf e o windsurf, praticados em espaços naturais como 
mares ou lagoas e utilizando equipamentos. São esses os conceitos de biomecânica 
utilizados aqui. 
A importância dessa ciência frequentemente é deixada de lado, tanto na 
prática desportiva quanto no dia-a-dia. Muitas vezes um estudo aprofundado da 
biomecânica auxilia na relação de um usuário com o produto e no meio esportivo faz 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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com que haja um maior conhecimento do equipamento e do espaço de prática da 
atividade, além de uma melhor noção de movimentos. Em suma, ajuda a adequar o 
praticante à sua atividade. 
Chapanis (1996) diz que as únicas formas de se produzir um produto são 
I. Utilizando modelos ajustáveis, 
II. modelos padrão e 
III. modelos construídos diretamente para o usuário. 
 
É comum encontrarmosequipamentos padronizados ou ajustáveis em lojas 
de artigos esportivos, mas poucos podem se dar o luxo de ter acessórios produzidos 
de acordo com seu corpo. Existe também a questão dos regulamentos dos esportes. 
Em se tratando de vela, por exemplo, um veleiro da classe Snipe não pode ser 
alterado no desenho do casco e deve atender às especificações padrões através de 
medições rígidas da classe, portanto não é um equipamento passível de grandes 
alterações para acomodação total do corpo humano. Algumas alterações que dizem 
respeito ao conforto podem ser feitas, desde que não interfiram no desenho do barco 
e nas regras específicas. Essa regra é válida para qualquer outra classe de iatismo. 
As medições são utilizadas também no surf e no windsurf, onde a prancha deve ser 
projetada para melhor atender ao corpo do praticante. No windsurf, as classes são 
separadas por tamanhos e tipos de velas e pranchas. 
A biomecânica é uma ciência que pode ser aplicada por profissionais de 
diferentes áreas e em diversas situações. Uma das áreas possíveis é a do Design, 
onde o estudo da biomecânica auxilia na criação e reformulação de produtos que 
tenham interação com o corpo humano. Um barco a vela é tripulado por pessoas, e 
isso significa a necessidade de investidas na área da biomecânica e Ergonomia para 
que haja maior conforto, segurança e facilidade de uso. O designer tem na 
Ergonomia um vasto campo de ação para o desenvolvimento de produtos adequados 
ao corpo humano. De acordo com Hall (1993), “...os princípios biomecânicos são 
aplicados por cientistas e profissionais em inúmeros campos ao abordar problemas 
relacionados à saúde humana e ao desempenho.”. 
A definição utilizada por Carr (1998) ilustra a biomecânica como sendo a 
aplicação das leis e princípios mecânicos aos organismos vivos. Assim como Hay 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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(2006), para quem biomecânica é “o estudo dos sistemas biológicos usando os 
métodos da mecânica”. Ainda citando Hay (2006), 
“... quando o sistema biológico de interesse é o corpo humano, como o é na 
maioria dos casos do esporte e da educação física, a biomecânica pode ser definida 
em termos mais explícitos como ‘o estudo do corpo humano sob o ponto de vista das 
forças internas e externas exercidas sobre ele’”. 
 
Entre as forças internas, geradas pelos movimentos musculares, de 
ligamentos e tendões, encontram-se os limites corporais, ou seja, de resistência, 
força e flexibilidade, além de capacidade respiratória e de concentração, velocidade 
e outras. Já entre as forças externas, que atuam sobre o corpo durante a atividade 
física, temos além da gravidade, do peso e da resistência (atrito) das forças naturais 
(água, ar, solo), limitações impostas pelo ambiente ao redor (como o espaço 
disponível para a movimentação), equipamentos que geram mais atrito ou impedem 
movimentos mais livres e também a falta de conhecimento do local onde a atividade 
está sendo praticada. Um jogador de futebol que não conhece com precisão o campo 
pode se acidentar em algum buraco, assim como um piloto que não conhece a pista 
pode perder tempo precioso em uma corrida. 
Em se tratando da prática esportiva, os estudos da biomecânica podem ser 
feitos a partir de observação e testes, além de treinos para que o praticante execute 
os movimentos de forma correta dentro do ambiente disponível para isso. É nítido 
que o treinamento e a prática ajudam na melhoria do desempenho do esportista. 
Porém a quantidade e a qualidade deste treinamento devem ser sempre assistidas 
e de acordo com as limitações do corpo do praticante, além de ser sempre voltadas 
para algum objetivo específico. Esportistas profissionais, que dependem do esporte 
para sobreviver, estão sempre em busca de superação, ao passo que os hobbistas 
fazem da atividade física um meio de lazer e prazer. Porém, em ambos os casos os 
limites e objetivos devem ser respeitados, para que não haja prejuízos ao invés de 
se obter os resultados esperados. Menzel (1992) diz que “enquanto no esporte de 
alto nível a alta intensidade e quantidade do treinamento tende a grande desgaste, 
no esporte escolar e de lazer uma técnica inadequada de movimento e o uso de 
equipamento inadequado aumenta o risco de lesões”. 
 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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Cargas mecânicas geradas pelo movimento humano e as lesões 
 
A tendência cada vez mais intensa de popularizar o exercício físico, além dos 
conhecidos benefícios para a promoção e manutenção da saúde, tem também 
ocasionado uma indesejável consequência: o aumento das lesões. A somatória das 
cargas geradas pelo movimento é apontada por muitos autores como a causa mais 
provável das lesões degenerativas que acometem o aparelho locomotor (WINTER & 
BISHOP, 1992). Ainda que não seja possível, à luz do atual estágio de 
desenvolvimento dos procedimentos de medição e análise do sinal biológico, 
determinar os reais limites de tolerância do aparelho locomotor, informações acerca 
das solicitações mecânicas geradas pela 
somatória das forças aplicadas ao aparelho 
locomotor podem ser de extrema utilidade 
para os profissionais da Educação Física e 
do Esporte. Tome-se como exemplo as 
medições da intensidade das cargas 
externas, por intermédio da determinação da 
Força de Reação do Solo (FRS). A partir do 
conhecimento destes dados, um profissional da área interessado em analisar o 
estresse mecânico gerado por uma atividade como a corrida, pode comparar a 
magnitude máxima da FRS gerada nessa condição, que atinge valores médios 
equivalentes a 2,3x PC para uma velocidade de deslocamento de 5 m/s (MUNRO, 
MILLER & FUGLEVAND, 1987), a valores referências como os da marcha e do salto. 
Tal comparação revelaria que as cargas externas (1,2 vezes o peso corporal do 
executante) impostas ao aparelho locomotor durante a realização da corrida, estão 
muito próximas da marcha, e bastante distantes das cargas produzidas nos saltos 
atléticos (AMADIO, 1989; BRUNIERA, 1994; RAB, 1994; WINTER, 1990). Em função 
dessa hierarquização de valores, seria procedente afirmar que o estresse gerado 
pela corrida enquadra-se num espectro que oscila entre a baixa e a moderada 
solicitação mecânica, configurando, portanto, uma situação compatível com os 
limites de tolerância do aparelho locomotor. Ainda que seja possível hierarquizar as 
forças externas geradas pelas diferentes formas de movimento humano, como uma 
das estratégias de interpretação da sobrecarga mecânica, deve-se considerar que a 
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sobrecarga é um parâmetro de natureza acentuadamente complexa, e como tal 
requer a determinação de outros indicadores, especialmente os de natureza interna. 
Desta forma, embora os dados disponíveis não sejam tão numerosos como o são 
para as forças externas, considerações acerca da sobrecarga dependem da 
determinação não somente das forças externas, como também das internas. Tome-
se como exemplo, os momentos líquidos calculados para a articulação do joelho em 
algumas formas de movimento. A mesma hierarquização estabelecida durante a 
análise das forças externas, pode agora ser procedida à luz das forças internas. Seja 
em função da análise das forças externas ou das forças internas, torna-se imperativo, 
conhecer a magnitude das cargas impostas ao aparelho locomotor durante a 
realização do movimento. Desconsiderá-la durante o planejamento de um programa 
de atividade física ou de treinamento esportivo poderia gerar condições 
potencialmente propicias ao surgimento das lesões do aparelho locomotor. Em 
função de sua potencial capacidade de causar lesões no aparelho locomotor, muitos 
poderiam razoar que melhor seria afastar-se da prática sistemática da atividade 
física. Escolha perigosa. Tão nociva quanto a sobrecarga gerada pela execução de 
uma atividade mal planejadae ou implementada é a sua ausência. Assim como a 
sobrecarga mecânica é capaz de causar lesões, a ausência ou aplicação insuficiente 
de cargas mecânicas é capaz de debilitar de forma significativa o desempenho 
mecânico de importantes estruturas do aparelho locomotor como os ossos 
(BERGMANN, BODY, BOONEN, BOUTSEN, DEVOGELAER, GOEMAERE, 
KAUFMAN, REGINSTER & ROZENBERG, 2011), as articulações (MAGNUSSON, 
LANGBERG & KJAER, 2010; VAILAS, TIPTON, MATTHES & GART, 1981; VAILAS, 
ZERNICKE, MATSUDA, CURWIN & DURIVAGE, 1986), e os músculos (AAGAARD, 
SUETTA, CASEROTTI, MAGNUSSON & KJAER, 2010). A debilidade funcional de 
tais estruturas terá como consequência imediata a restrição das possibilidades de 
movimentação do indivíduo, limitando severamente sua possibilidade de executar 
exercícios físicos e até mesmo, em condições extremas, inviabilizando a realização 
de movimentos necessários à manutenção de suas atividades diárias. Portanto, as 
cargas mecânicas geradas pelo movimento humano devem ser encaradas como um 
estímulo necessário ao desenvolvimento e manutenção das estruturas biológicas 
que dão suporte ao movimento humano. E como tal, devem ser cuidadosamente 
controladas para que não atinjam magnitudes excessivas a ponto de causar lesões 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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nas estruturas biológicas, tampouco sejam insufi cientes a ponto de impedir a 
manutenção ou desenvolvimento de suas funções. A partir destas breves 
considerações, pode-se evidenciar que o planejamento de um programa de 
atividades físicas e ou esportivas, independente do objetivo ou do público ao qual se 
destina, deve necessariamente levar em consideração a somatória das forças 
geradas pelos movimentos a serem utilizados, bem como as possíveis estratégias 
para minimizá-la. Para tanto, deve-se somar a já bem enraizada preocupação com o 
estresse fisiológico gerado exercício físico, a preocupação como estresse mecânico 
por ele gerado. Indubitavelmente, um programa construído a partir de sólidas bases 
da Biomecânica tem mais chance de lograr êxito do que outro que, desconsiderando 
tais fatores, baseia-se apenas em aspectos subjetivos. 
 
Esporte e saúde 
 
Segundo Barreto (2003), o esporte, como conceito, é considerado uma 
atividade metódica e regular, que associa resultados concretos referentes à anatomia 
dos gestos e à mobilidade dos indivíduos. Ainda para Barreto, o esporte não é saúde, 
e sim um possível promotor de saúde, desde que praticado corretamente, 
respeitados os limites corporais. Em contraponto, caso estes limites não sejam 
observados atentamente e as atividades físicas forem praticadas em excesso, o 
corpo do indivíduo ficará passível de lesões, constrangimentos e danos bastante 
severos à saúde. 
“Tudo o que é feito ininterruptamente cansa, desgasta e não promove os 
benefícios almejados. O esporte é uma atividade física e, como tal, promove 
desgaste energético, emagrecendo o organismo. Mas, sem respeitar os parâmetros 
físicos limitantes de cada indivíduo, ou ainda um controle alimentar adequado, ao 
invés de benefícios a atividade esportiva pode promover malefícios” (Barreto, 2003). 
A prática de atividades esportivas é comum ao ser humano. Normalmente 
associada a uma vida mais saudável, costuma ser recomendação dos médicos que 
seus pacientes tenham uma vida esportiva. Ribeiro (2002) diz que a ciência médica 
atual recomenda que todas as pessoas devem, obrigatoriamente, praticar esportes 
desde o nascimento até os últimos dias de suas vidas. Há algumas décadas já se 
sabe que os exercícios físicos têm efeitos preventivos e terapêuticos sobre várias 
doenças degenerativas, responsáveis por grande parte da morbidade e mortalidade 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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mundiais (ACSM, 2000 apud Ackel, 2003). Entre os benefícios da prática correta de 
atividades esportivas temos uma melhor capacidade respiratória, maior resistência 
no organismo, menor propensão a doenças, maior massa e força muscular e mais 
disposição durante a realização de tarefas rotineiras. Entre os que não praticam 
esportes, vemos casos de obesidade, baixa imunidade a doenças, problemas 
estruturais como a osteoporose e sensação de cansaço. Para Carvalho et al. (2001), 
“o sedentarismo é condição indesejável e representa risco para a saúde [...] Os 
indivíduos fisicamente aptos e/ou treinados tendem a apresentar menor incidência 
da maioria das doenças crônico degenerativas, explicável por uma série de 
benefícios fisiológicos e psicológicos, decorrentes da prática regular da atividade 
física”. 
A prática esportiva é benéfica para os sistemas do corpo humano, como o 
circulatório e respiratório, além de exercitar a capacidade de concentração, estimular 
a vida social e introduzir a pessoa a questões de responsabilidade, cumprindo 
horários e tarefas dentro de prazos. Para o coração, segundo Ribeiro (2002), as 
atividades físicas melhoram o tônus da musculatura cardíaca, resultando em maior 
força de contração e em consequente diminuição da frequência de batimentos. Além 
disso, intensifica os mecanismos de contração muscular e uso das articulações 
(juntas) do corpo, melhorando as ações venosas, arterial e linfática, com melhora 
global da circulação corpórea. A tabela 1, baseada em Ribeiro (2002) mostra os 
ganhos diretos gerados pela prática de atividades físicas nos sistemas do corpo 
humano. 
Excessos durante a prática de atividades físicas são bastante comuns em 
muitos esportes, como também afirma Santarém (2000). Esse excesso, chamado 
overtraining, é bastante prejudicial à saúde, segundo Ackel (2003). Para Budgett 
(apud Ackel, 2003), atletas e não atletas podem causar prejuízos à saúde devido ao 
excesso de exercícios, tais como anorexia nervosa, bulimia, distúrbios do sono, 
disfunções hormonais associadas com oligomenorréia ou redução do número de 
espermatozóides. Esses excessos são associados a questões sociais, como o 
modismo e a adoção dos padrões de beleza utilizados atualmente, com músculos 
definidos e pouca gordura corporal. Ackel (2003) ainda define o overtraining como 
uma “síndrome caracterizada por redução inexplicada do desempenho e da resposta 
ao treinamento em indivíduos saudáveis”, ou seja, ao sentir que seu rendimento está 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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abaixo do exigido ou esperado, o esportista procura, a todo modo, buscar superação 
através do aumento de horas e carga física nos treinos. 
 
Tabela 1. Benefícios da prática de atividades físicas nos sistemas do corpo 
humano 
(Baseado em Ribeiro, 2002) 
Sistema Benefícios gerados pela prática de 
esportes 
Sistema excretor Atividade de excreção mais eficiente, auxiliada 
pelo suor provocado pelo exercício físico que se 
transforma em um importante aliado dos rins. 
Sistema endócrino Melhor equilíbrio de hormônios, promovendo a 
queima da gordura excedente no caso de obesos e 
diminuição da necessidade de insulina em 
diabéticos. 
Sistema respiratório Melhor expansão do tórax, promovendo 
mudanças da frequência respiratória e facilitando o 
respirar, ajudando de imediato a circulação de 
oxigênio. 
Sistema digestivo Melhorias na alimentação, deixando-a mais 
saudável e equilibrada pela necessidade de 
nutrientes específicos para a prática desportiva. 
Sistema locomotor Melhora do tônus muscular aprimorando a 
função de equilíbrio e de movimento, condicionando 
assim a uma melhor postura. Melhoria também da 
movimentação das articulações (juntas), propiciando 
mais elasticidade e flexibilidade, importantes para 
prolongar a vida dessas estruturas. 
Sistema nervoso e 
psíquico 
Descarga da tensão e da impetuosidade, 
auxilio na perda de introversão, moderação da 
agressividade e ensinamentos sobre perdas e 
ganhos. 
 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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Questões sociais associadasà prática de esportes 
A prática de atividades esportivas, principalmente quando se trata de esportes 
coletivos, gera também no indivíduo um senso de vida social mais intenso. A 
necessidade de colaborar e receber apoio dos colegas, sendo o esporte um trabalho 
de equipe faz com que a pessoa se socialize com mais facilidade em um meio, sendo 
isso extensível para a vida fora das quadras, campos, piscinas ou academias. O fator 
sociedade, ao ser relacionado com o esporte, enfoca questões como inclusão do 
indivíduo nos meios sociais, qualidade de vida e desenvolvimento humano, 
principalmente nos jovens. Segundo De Gáspari e Schwartz (2001), “o jovem tem 
buscado alternativas capazes de lhe conferir condutas carregadas de senso crítico 
e, ao mesmo tempo, capazes de exteriorizar suas contribuições para as 
transformações sociais necessárias. O adolescente, enquanto sujeito e espectador 
da sociedade vê no esporte uma dessas alternativas, na qual tem a possibilidade de 
exercitar opções qualitativas, incrementando suas experiências significativas”. 
Incentivar o jovem a praticar esporte pode significar ajudá-lo com uma forma 
de ser aceito, por seu próprio mérito, em um meio social. Por isso deve-se haver 
bastante atenção com o ensino de Educação Física nas escolas primárias, dando-
lhe a devida importância na formação do jovem. A atividade esportiva faz com que o 
indivíduo passe a se relacionar com outras pessoas, minimizando assim o 
preconceito e lidando com limitações alheias (Barreto, 2003). Para ela, os pré-
requisitos para os professores de Educação Física não devem ser grandes atletas 
que sabem jogar, devem ser grandes professores que saibam ensinar. Do contrário, 
o esporte deixa de ser um agente de inclusão social para ser um fator de exclusão 
social, onde “quem joga bem, joga; quem não joga bem, que fique quieto e não 
atrapalhe”. 
 
Esporte como laboratório 
 
Hoje em dia a prática de esportes, principalmente o de alto rendimento, se 
mostra bastante diferente de antigamente. Para Silva e Rúbio (2003), “desde o 
surgimento de atividades físicas com a finalidade de competição até aos grandes 
espetáculos dos dias atuais, o esporte viveu inúmeras transformações”. Silva e Rúbio 
(2003) ainda abordam o fato de a obsessão em quebrar recordes, a fim de alcançar 
ou se manter no topo dos competidores, pouco tem a ver com a prática esportiva 
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antiga, que possuía o intuito de desenvolvimento físico e moral, quebrando barreiras 
individuais e tendo a vitória sobre outros competidores como uma consequência 
deste desenvolvimento. A importância dos recordes tratou de transformar o esporte 
de alto rendimento em ciência e tecnologia por trás do movimento corporal. Segundo 
Cagigal (1996), apud Silva e Rúbio (2003), “esta valorização do número salta da 
ciência em outras ordens da vida, da indústria, do comércio, da propaganda (...) À 
medida que o tempo invade a esfera esportiva, ai se impõe a marca, o recorde, como 
elemento essencial da apreciação do esporte, inclusive em níveis elementares”. 
 
 Para a superação das marcas e, como consequência, o alcance de vitórias e 
mais vitórias, os laboratórios de pesquisa desenvolvem desde equipamentos que 
otimizam o desempenho do atleta e até mesmo substâncias questionáveis para o 
aumento de rendimento e potência muscular. Observa-se, durante competições de 
alto nível, uma crescente preocupação com o uso de substâncias consideradas 
dopantes, uso este passível de punições bastante severas como suspensões ou 
mesmo o banimento do atleta. Outro problema da busca incansável por recordes é o 
já citado excesso de treinamento, ou overtraining. Silva e Rubio (2003) observam 
que no esporte as vitórias casuais são cada vez mais raras, porque, segundo afirma 
Cagigal (1996, apud Silva e Rubio, 2003), “elas são resultado de um árduo trabalho 
realizado por um atleta em meio de um progresso geral. Para elevar um centímetro 
ou reduzir centésimos de segundos em qualquer recorde são necessárias 
investigações científicas, aplicações técnicas e constantes esforços de adaptação 
pessoal a elas”. 
Considerações finais e perspectivas da área 
 
A Biomecânica é uma ferramenta indispensável no planejamento e 
implementação de programas de atividades físicas voltados à promoção da saúde. 
A Biomecânica fornece subsídios para que o professor possa buscar estratégias que 
permitam selecionar os movimentos mais adequados e seguros ao desenvolvimento 
de habilidades e capacidades físicas. Quando se pensa na participação esportiva, a 
otimização do gesto e a segurança assumem igual relevância. Buscar a mais perfeita 
execução do gesto esportivo, significa em última análise otimizar o desempenho 
atlético. Permitir que esse desempenho seja alcançado sem comprometer a 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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integridade física do atleta, é condição indispensável ao prolongamento da 
participação esportiva do atleta. No entanto, mesmo diante das inúmeras 
possibilidades oferecidas pela Biomecânica, não se pode desconsiderar as 
expressivas limitações na aplicação dos conhecimentos teóricos. Limitações que 
assumem diferentes facetas, dentre as quais se destacam o estágio de 
desenvolvimento da área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biomecânica e Avaliação Postural 
 
 
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