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Custeio variável_prof
Custeio variável
Para fins gerenciais, muitas vezes, a utilização do custeio por absorção pode não ser eficiente para a tomada de decisão, ou seja, pelo tratamento que é dado aos custos fixos e da forma como é feita a sua absorção pela produção.
O custeio variável, por sua vez, pode ser entendido como um método em que há a apropriação somente dos custos variáveis aos produtos, residindo ai a diferença para o custeio por absorção que também considera como custo do produto o valor referente à parcela de custos fixos.
No custeio variável a principal diferença é que os custos fixos não são apropriados aos produtos de forma direta, sendo que isso ocorre devido a diversos motivos. O primeiro fato é por eles serem custos necessários para a manutenção das atividades da empresa e não custos que são consumidos no processo de produção. Alguns dos exemplos que podem ser utilizados para reforçar esse raciocínio são os gastos com aluguel, seguro, manutenção, entre outros que serão gerados independentemente do número e volume de produtos elaborados e vendidos.
Já no caso dos custos variáveis, por serem decorrentes do processo produtivo, quanto maior for a produção, maior será o consumo de matéria-prima e mão-de-obra direta, por exemplo. Este raciocínio pode ser utilizado para os demais tipos de gastos considerados como custos variáveis.
De forma resumida, pode-se dizer que as diferenças entre o custeio por absorção e o custeio variável pode ser representada pelo quadro a seguir:
	Custeio por absorção
	Custeio variável
	Considerada tanto custos fixos como variáveis como custo do produto
	Considera apenas os custos variáveis como custo do produto
	Utiliza métodos de rateio que muitas vezes podem ser arbitrários para a atribuição dos custos indiretos fixos de fabricação
	Não necessita da utilização de rateios, uma vez que os custos fixos são reconhecidos como despesas e não serão alocados aos produtos. 
	Não identifica a margem de contribuição 
	Identifica a margem de contribuição, importante para a tomada de decisão
	Importante para decisões de longo prazo
	Importante para decisões de custo prazo.
Desta forma, foi possível notar, que aas diferenças que existem entre os dois tipos de custeio e as necessidades que cada um pode suprir.
Entendendo o uso do custeio por absorção em comparação com o variável
Para ilustrar como o custeio por absorção nem sempre é uma ferramenta ideal para a tomada de decisão, justamente pela forma de como trabalha com os custos fixos ou indiretos segue um exemplo numérico (MEGLIORINI, 2011). É preciso lembrar também que no caso do custeio por absorção para se fazer a alocação dos custos indiretos de fabricação (custos fixos) é preciso recorrer a rateios e estes nem sempre possuem bases confiáveis. Assim, utilizando uma empresa que trabalha com um volume de produção, que em três meses oscila entre 8.000 kg, 10.000 kg e 12.000 kg, esta empresa também possui os seguintes gastos:
	Custo fixo
	R$80.000 por mês
	Custo variável 
	R$12,00
Desta forma, observe a produção para os três volumes de produção:
Fonte: Adaptado de Megliorini (2011)
Assim conforme Megliorini (2011) neste caso em que houve alteração do volume de produção, pode-se observar o seguinte:
a) Custo total – quando se observa o custo total é possível notar que somente a parte variável sofreu variação, este fato se deve ao volume fabricado, uma vez que o custo fixo se mantém o mesmo.
b) Custo fixo unitário – modificou-se uma vez que, por consequência, da divisão do custo fixo total pelo volume produzido, este diminui de acordo com o aumento das unidades produzidas;
c) Custo variável unitário – não se modifica, uma vez que cada unidade fabricada recebe a mesma quantidade de material se mantém fixo na forma unitária.
d) Custo total unitário – soma das parcelas de custo fixo e variável unitários, sendo que quanto maior for esta produção, menor será este custo.
Agora, no processo de tomada de decisão, com base em tais dados, como pode o gestor estabelecer o preço de venda? Este raciocínio fica difícil pois, em cada volume produzido, o valor final do produto varia, justamente por causa dos custos fixos, e estes são aqueles valores que justamente não entram como gastos necessários à produção e sim à operação da empresa.
Assim, para evitar este tipo de problema, no custeio variável, os custos fixos serão tratados como despesas do período, indo, desta forma, diretamente para o resultado do exercício. Assim, o custeio por absorção foi criado para obedecer às disposições legais (Princípios de Contabilidade) e o custeio variável é aquele que será utilizado pela gestão da empresa no auxílio à tomada de decisão. Um raciocínio que surge com a utilização do custeio variável é o de margem de contribuição que pode ser obtida por produto, linha de produto, clientes entre outros e que possibilita conforme elenca Megliorini (2011) ações como:
1. Identificação dos produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa;
2. Determinar aqueles produtos que podem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou ainda que podem ser excluídos da linha de produção;
3. Identificar os produtos que possuem maior rentabilidade quanto existem fatores limitantes de produção, permitindo o uso racional destes fatores de produção;
4. Definição de preço dos produtos em condições especiais, quando ocorre, por exemplo, capacidade ociosa da empresa;
5. Decisão de comprar ou fabricar;
6. Definição do ponto de equilíbrio;
7. Possibilidade de negociação com o cliente, permitindo descontos ou não.
Foi possível identificar, que com o uso do custeio direto ou variável, surge uma nova figura que é a margem de contribuição, e é preciso explorar este conceito para que seja entendido como este fator é decisivo no processo de tomada de decisão.
Margem de Contribuição
Quando da utilização do custeio variável, não existe em um primeiro momento, a palavra lucro por produto, e sim margem de contribuição unitária. Quando os produtos são fabricados, eles serão custos variáveis (geralmente matéria-prima e mão-de-obra direta). Ao serem comercializados eles começam a gerar despesas variáveis, que podem ser caracterizadas pelas comissões, fretes e seguros. Desta forma é possível afirmar que há custos e despesas que ocorrem em virtude da produção e da venda, sendo estes gastos caracterizados como variáveis.
O conceito de margem de contribuição pode ser definido como o montante que resta do preço de venda de um produto, depois de deduzidos os custos e despesas variáveis, assim estes valor representará a parcela excedente dos custos e despesas gerados pelos produtos e esse valor será utilizado para a cobertura dos custos fixo.
Desta forma, quanto melhor a margem de contribuição unitária de cada produto, maior capacidade este terá de cobrir os custos fixos que existem para a manutenção da atividade da empresa.
A fórmula da margem de contribuição é bastante fácil:
MC = PV – (CV +DV)
Onde
MC: Margem de Contribuição
PV: Preço de venda
CV: Custos Variáveis
DV: Despesas Variáveis
Refererências
MEGLIORINI, E. Custos: Análise e Gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2011. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 4 ed. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
FixoVariávelTotalFixoVariávelTotal
8.000 80.000,0096.000,00 176.000,00 10,00 12,0022,00 
10.000 80.000,00120.000,00 200.000,00 8,00 12,0020,00 
12.000 80.000,00144.000,00 224.000,00 6,67 12,0018,67 
Produção
Custo totalCusto unitário (por quilo)
Plan1
	Produção	Custo total			Custo unitário (por quilo)
		Fixo	Variável	Total	Fixo	Variável	Total
	8,000	80,000.00	96,000.00	176,000.00	10.00	12.00	22.00
	10,000	80,000.00	120,000.00	200,000.00	8.00	12.00	20.00
	12,000	80,000.00	144,000.00	224,000.00	6.67	12.00	18.67
Plan2
Plan3

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