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Propaganda e Publicidade: similaridades e diferenças Danilo G. Guitti Introdução Você sabia que os termos Publicidade e Propaganda desempenham diferentes funções na comunicação? Nesta aula, você irá perceber que publicidade e propaganda não são a mesma coisa. Também apresentaremos os meios de comunicação para se divulgar uma propaganda e sua relação com o(s) objetivo(s) da mensagem(s). Esse assunto é muito importante para que uma empresa possa se comunicar de forma certa com seu público-alvo. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer diferenças entre publicidade e propaganda; • compreender as funções da propaganda e da publicidade; • entender estratégias de conteúdo/mensagens. 1 Funções da propaganda e da publicidade Atualmente as palavras propaganda e publicidade são utilizadas indistintamente, contudo suas funções possuem características próprias. A palavra publicidade significa, genericamente, divulgar, tornar público uma ideia; e propaganda compreende o conceito de implantar, de incluir uma ideia, uma crença na mente de alguém, geralmente os consumidores. FIQUE ATENTO! Para compreendermos melhor os termos, podemos dizer que propaganda possui objetivos comerciais (compra e venda), uma vez que para se vender algo é neces- sário, na maior parte dos casos, implantar na mente do comprador uma ideia sobre o que está sendo vendido. Diferentemente da propaganda, a publicidade não comercializa espaços comerciais nos meios de comunicação, pois os espaços são cedidos. Mas, como isso acontece? Podemos dizer que o principal agente envolvido na veiculação de uma mensagem de publicidade é o relações públicas. Este profissional é responsável por ser um elo entre a empresa e os meios de comunica- ção, a fim de informá-los sobre os aspectos da organização que tratam de assuntos de interesse público, como novas tecnologias e ações direcionadas à comunidade. 2 Tipos de propaganda De acordo com DIAS et al (2006), podemos classificar a propaganda em diferentes catego- rias. Confira a seguir. • Propaganda de marca ou produto: concentra-se na divulgação e criação de imagem de um produto ou marca. • Propaganda de lançamento de produto: visa criar rápido conhecimento da marca. • Propaganda de sustentação de produto: objetiva manter a lembrança da marca. • Propaganda institucional: promove a imagem e as iniciativas de uma empresa. • Propaganda comparativa: compara as qualidades e os benefícios de uma marca com marcas concorrentes. • Propaganda cooperada: fabricantes e varejistas patrocinam em conjunto a propa- ganda de produtos. • Propaganda promocional: visa comunicar uma promoção de vendas. • Propaganda de categoria: propaganda feita por uma associação de fabricantes. • Propaganda de defesa ou proteção: visa comunicar um ponto de vista sobre assuntos como ambiente social, político ou econômico. 3 Fatores de influência Os consumidores são moldados por seu ambiente na medida em que vivem e funcionam nele e, em contrapartida, os consumidores afetam o ambiente pelo seu comportamento. Essa simbiose ocorre por meio de seis estruturas básicas de influência: cultural, étnica e econômica; influência familiar e pessoal e de grupo. Figura 1 – Fatores de influência FATORES DE INFLUÊNCIA Cultura Etnia Econômica Familiar Pessoais Grupos Fonte: elaborada pelo autor, 2016. Um dos grandes desafios é compreender como esses fatores se combinam ou se excluem para gerar campanhas de comunicação propositivas e alinhadas aos meios e mensagens que serão utilizados pela propaganda. 3.1 Influências culturais, étnicas e econômicas A cultura é o complexo de ideias, valores atitudes e outros símbolos significativos que auxi- liam os homens e as empresas a se comunicar. “Os valores centrais de uma cultura definem como os produtos serão usados e como serão comunicados considerando suas funções, seus formatos e significados”. (BLACKWELL; MINIARDI; ENGEL, 2005, p. 368) Etnia pode ser formada em torno de nacionalidade, religião, atributos físicos de um determi- nado grupo social ou ainda localização geográfica (BLACKWELL; MINIARDI; ENGEL, 2005). A influência econômica talvez seja o fator mais “tangível”, uma vez que existem muitos dados disponíveis sobre renda, ocupação e posses de bens. O fator econômico altera o contexto de mer- cado uma vez que gera influência no comportamento do cliente, afetando seu senso de otimismo e, consequentemente, sua predisposição de compra. No mercado de consumo, a renda do consu- midor e sua classe econômica determinam não só o que comprar, mas quando comprar (Dias et al, 2006). Nesse sentido, no Brasil, as classes econômicas são divididas em seis estratos: A, B1, B2, C1, C2, D e E e seu levantamento e observação, irão contribuir para o estabelecimento correto de uma campanha de comunicação. SAIBA MAIS! Para saber mais sobre a estratificação de classes econômicas no Brasil e como ela é realizada, acesse o link disponível em: <http://www.abep.org/criterio-brasil> e selecione a opção CCEB 2015 - PNAD 2013. 3.2 Influências familiares Se você é responsável pelo marketing de uma empresa que produz cereais matinais no Brasil, para quem deveria direcionar seu programa de comunicação ou propaganda? Para responder esta pergunta, você precisará fazer outra: Quem determina a marca a ser comprada? A importância da família no processo de criação da mensagem surge por duas razões: • muitos produtos são comprados por unidades familiares, ou seja, as famílias possuem grande representatividade de demanda em mercados consumidores; e • as decisões de compra individuais podem ser fortemente influenciadas pelos outros membros da família. EXEMPLO Você percebeu que, de modo geral, as propagandas para as mulheres vêm refletin- do os temas: renda, acréscimo de responsabilidades e o impulso de autorrealização e autoaprimoramento. Os papéis masculinos vêm refletindo o desempenho com- partilhado das atividades domésticas. 3.3 Influências pessoais e de grupos Os esforços para fazer parte de um grupo afetam as escolhas de vida e as decisões de com- pra de cada indivíduo. É comum que a influência de um grupo seja um dos fatores chave para a mudança de estilos de vida e adoção de novos produtos por parte dos consumidores, o que impacta diretamente nas formas de comunicação. Um grupo com potencial de influência sobre um indivíduo recebe o nome de grupo de refe- rência. Este grupo pode ser formado por indivíduos ou por grupos de pessoas com estilos de vida semelhantes. A influência pessoal é expressa por intermédio da forma tradicionalmente referida como “formadores de opinião”. Isso significa que uma pessoa confiável, considerada “influente”, é aceita como fonte de informação sobre a compra e o uso de determinado produto/serviço. Figura 2 – Celebridades como fatores de influência Fonte: Matteo Chinellato/Shutterstock.com SAIBA MAIS! Para saber mais sobre influências pessoais e de grupos, recomendamos a leitura da entrevista “A relevância e o poder dos influenciadores”, publicada pela revista Exame, em 18 de novembro de 2016. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com. br/home/opiniao/2016/11/18/a-relevancia-e-o-poder-dos-influenciadores.html>. 4 Meios e mensagens Os meios de comunicação devem ser escolhidos de acordo com as características do públi- co-alvo e dos objetivos da propaganda ou da publicidade. “Cada meio de comunicação tem carac- terísticas específicas e, portanto, deve desempenhar um papel diferente no plano de comunica- ção”. (DIAS et al, 2006, p. 281). Nesse contexto, ainda segundo o autor, podemos classificar os meios de comunicação segundo a abrangência do público atingido, da seguinte forma: • Mídia de massa: veículos de comunicação que atingem um grande número de pessoas sem restrições, como a televisão, rádio e canais de vídeo como o Youtube; • Mídia segmentada: veículos que atingem segmentos específicos de público, como revistas especializadas; e • Mídia dirigida:veículos que atingem públicos seletivos, como mala direta e redes sociais. Figura 3 – Meios de comunicação Fonte: Kit8.net/Shutterstock.com Podemos ainda dividir os meios de comunicação conforme seu suporte físico: • Mídia eletrônica: televisão, rádio e internet; • Mídia digital: smartphones, iPads e tablets; • Mídia impressa: jornais, revistas, folhetos, encartes, catálogos e livretos; • Mídia exterior: outdoors, busdoors, painéis, propagandas em táxis e metrôs; Figura 4 – Mídia exterior em estação de metrô Fonte: Alfonso Ianniello/Shutterstock.com • Mídia em pontos de venda: materiais de comunicação distribuídos em lojas físicas ou como são chamados: merchandisings. FIQUE ATENTO! Os meios de comunicação nos mostram que, ao elaborar o plano de propaganda, o profissional de marketing ou o profissional de mídia, deve considerar a adequação de cada veículo de comunicação segundo a estratégia de posicionamento da empresa. A mensagem a ser comunicada deve conter os principais benefícios do produto e suas carac- terísticas relevantes. Muitas vezes pode incluir o preço e onde o produto pode ser encontrado. “A imagem da marca será consequência da mensagem escolhida e da forma de comunicação dessa mensagem” (DIAS et al, 2006, p. 281). Nesse sentido, a estratégia de conteúdo resulta numa pro- posição de valor para o que está sendo anunciado. FIQUE ATENTO! A mensagem a ser dirigida ao público-alvo deve, necessariamente, ser aderente ao veículo de comunicação que se pretende utilizar para sua divulgação. Nesse senti- do, o profissional de marketing deve estar atento ao que está sendo comunicado e a quem se dirige a mensagem. Kotler (2005) afirma que a mensagem deve ser acessível e provável. O autor complementa que podemos assumir dois tipos de linguagem na elaboração de uma propaganda: linguagem emocional e linguagem racional. EXEMPLO O uso da linguagem emocional utiliza discursos relacionados a emoções como satis- fação de ego, afetividade e amizade. Já o uso da linguagem racional utiliza recursos relacionados a fatos, a conceitos concretos como rapidez, garantias, procedências etc. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • diferenciar as funções da propaganda e da publicidade; • conhecer os tipos de propaganda que podem ser utilizadas, conforme o objetivo de comunicação; • compreender que existem fatores de influência que devem ser analisados no processo de elaboração de uma propaganda; • compreender que as mensagens de uma propaganda devem ser aderentes aos meios de comunicação. Referências BLACKWELL, D. Roger, MINIARDI, W. Paul, ENGEL, F. James. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Thomson, 2005. DIAS ROBERTO, Sérgio et al. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva, 2006. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Implementação e Controle. São Paulo: Atlas, 2005.
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