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Instituto Superior Dom Bosco-3

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Instituto Superior Dom Bosco 
Departamento de Ciências de Administração 
Licenciatura em Ensino de Gestão 
Módulo: Aplicar a Psicologia de Aprendizagem no PEA_EP 
Nome: Chenild keny Bela Cód. Estudante: 2020170 
Gercia jeremias francisco Cód. Estudante: 2020136
Milena Luísa de Sousa Cód. Estudante :2020141 
Maputo, aos 28 de Setembro de 2020
1.Teoria Clássica do Condicionamento de Ivan Pavlov
O condicionamento clássico (ou condicionamento pavloviano respondente) é um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos. O termo condicionamento clássico encontra-se historicamente vinculado a Ivan Pavlov (1849-1936) , a "psicologia da aprendizagem" de John B. Watson (1878-1958), e Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), também conhecido como sistema de punição e recompensa ou ao "comportamentalismo" (Behaviorismo).
Em termos de suas bases neurais, o condicionamento clássico corresponde a um tipo de memória implícita chamada "associativa" (em oposição à memória implícita do tipo "não associativa", na qual se encaixam os aprendizados de habituação e sensibilização). Lesões no vermis cerebelar e no núcleo interpósito cerebelar foram associadas a perda da reação ao estímulo não-condicionado em resposta ao estímulo condicionado (mesmo que ainda seja possível a reação exclusiva ao estímulo não-condicionado, que não é e nunca foi dependente do condicionamento clássico). Esses achados levam a crer que tais estruturas cerebelares profundas estão relacionadas a tal aprendizado.[1]
Ivan Pavlov: contribuições
Uma das grandes contribuições de Ivan Pavlov é o condicionamento clássico ou aprendizagem associativa. Consiste em gerar uma conexão entre um estímulo neutro, que antes da criação desta associação é incapaz de gerar uma resposta concreta, e uma resposta reflexa automática. Mediante essa associação, o estímulo que antes era incapaz de originar a resposta reflexa pode chegar a provocá-la.
Ivan Pavlov: experimento
A origem desta contribuição é encontrada no experimento de Ivan Pavlov com cães, um dos experimentos mais famosos da história da psicologia. Pavlov observou que ao colocar comida para um cachorro, ele salivava, o que chamou de reflexo salivar. No entanto, também percebeu que o cachorro era capaz de salivar apenas vendo ou cheirando a comida. Assim, concentrou seu estudo nas chamadas secreções psíquicas, secreções produzidas pelas glândulas salivares na ausência de comida na boca. Por isso que cada vez que colocava comida ao cão, ele tocava um sino antes de dar a comida, para que o cachorro associasse o sino com a comida que recebia instantes depois. Após várias associações entre o sino e a comida, o cão salivava apenas ao escutar o sino, independentemente se teria comida posteriormente. Com isso, conseguiu-se que o sino, um estímulo neutro e sem significado para o cachorro antes da série de associações, provocasse a mesma resposta que a comida, neste caso a salivação. Desta maneira, o cão havia aprendido a realizar uma associação.
Com este experimento, os elementos ou variáveis da teoria do condicionamento clássico foram determinados:
Estímulo neutro (EN): estímulo sem significado e incapaz de produzir uma resposta reflexa, nesse caso, o EN é o sino.
Estímulo incondicionado (EI): estímulo que gera uma resposta no organismo de maneira inata e automática, o EI seria a comida, que causa salivação de forma natural.
Estímulo condicionado (EC): trata-se do estímulo neutro uma vez realizada a associação com o estímulo incondicionado. Portanto, o estímulo condicionado seria o sino, uma vez associada com a comida após o processo de aprendizagem do cão, capaz de gerar salivação por si só.
Resposta incondicionada (RI): trata-se da resposta inata provocada de maneira automática pelo estímulo incondicionado. A RI seria a salivação que é produzida pela comida.
Resposta condicionada (RC): a resposta aprendida, que é produzida pelo estímulo condicionado. Neste caso, a resposta condicionada seria a salivação pelo som do sino.
Todo este processo é o que se conhece como condicionamento clássico, e até hoje continua sendo uma das pedras angulares da teoria comportamental e da aprendizagem. Da mesma forma, essas contribuições de Ivan Pavlov ainda são usadas para explicar a base de comportamentos como vícios e fobias, bem como base para o tratamento aversivo ao alcoolismo e outros vícios.
1.1.Teoria do Condicionamento Operante de Frederich Skinner.
O que é o condicionamento operante? É uma forma de aprendizagem que consiste em associar um estímulo a uma resposta, com a finalidade de que a resposta se produza mais ou menos. A ideia é que provoque um comportamento e que, depois desse comportamento, exista uma consequência. Existem, portanto, duas opções, a consequência positiva ou negativa.
Se a consequência for considerada positiva, essa atitude terá maior probabilidade de acontecer no futuro pois está associada ao acontecimento positivo que foi gerado.
Se, pelo contrário, a consequência é negativa, o comportamento terá menos probabilidade de repetir-se no futuro, já que essa atitude foi associada a um acontecimento mau.
Essa conexão entre as condutas e as consequências tem como origem uma técnica de modificação do comportamento que serve para conseguir que um comportamento se repita ou não. Existem diferentes tipos de condicionamento operante.
Condicionamento operante: tipos
Reforço positivo: quando depois de uma determinada atitude acontece algo bom, as chances desse comportamento se repetir aumentam.
Reforço negativo: quando, depois do comportamento, não ocorre ou deixa de ocorrer algo mau que está acontecendo, o que também reforça a presença da conduta.
Omissão: quando depois de uma determinada atitude acontece algo ruim e não existe nenhuma reação, as chances desse comportamento se repetir são menores.
Castigo: quando depois de uma determinada atitude acontece algo ruim e existe uma reação, as chances desse comportamento se repetir são menores.
Condicionamento instrumental de Thondrike
Como comentamos anteriormente, Burrhus Frederic Skinner é o autor do condicionamento operante e, posteriormente, Edward Thorndike utilizou o termo condicionamento instrumental. A diferença conceitual é baseada mais no nome do que na natureza da aprendizagem.
Condicionamento operante: consequências
O que podemos conseguir quando colocamos a teoria do condicionamento operante em prática é uma moldagem da conduta. Os conceitos mais importantes são:
Aquisição
A aquisição é um processo de aprendizagem no qual o comportamento está associado ao reforço positivo e/ou ao reforço negativo. Dependendo do reforço, o comportamento acontece cada vez mais rápido, com mais frequência e tem menos possibilidades de desaparecer.
Extinção
A extinção consiste em eliminar o reforço de uma conduta previamente reforçada. Ao deixar de reforçar um determinado comportamento, a frequência vai diminuir. É um procedimento eficaz para reduzir definitivamente os comportamentos, mas é mais lento que os outros por isso, não espere que o comportamento desapareça de forma imediata. A redução do comportamento é gradual e depende de:
A extinção é mais rápida quando a origem da atitude é recente e é mais lenta quando o comportamento tem um largo histórico de repetições e já esta consolidado.
O reforço que o comportamento a ser extinguido recebeu é mais rápido quando a atitude recebeu reforço continuamente e é mais lento quando recebeu reforço de maneira pausada.
O nível de privação do reforço: quanto mais tempo passa entre os momentos de reforço, mais lenta será a extinção.
A intensidade do reforço: quanto mais severo tenha sido o reforço, mais tempo será necessário para extinguir a conduta.
O esforço necessário para dar a resposta, quanto mais esforço requer, mais fácil será de extinguir.
É preciso ter em conta que a aplicação da extinção produz um incremento na frequência e na intensidade do comportamento nos primeirosmomentos da aplicação, é denominado "explosão da extinção". Também pode aumentar os comportamentos agressivos ou emocionais ao implementar o procedimento, a chamada "agressão induzida pela extinção". É importante persistir na aplicação da extinção pois assim assegura sua efetividade.
A resposta pode reaparecer pontualmente depois de um tempo em que a conduta tinha desaparecido, esse fenômeno é chamado de recuperação espontânea. Mantendo a extinção, esse comportamento acabará desaparecendo definitivamente.
Como aplicar a extinção
Explicar e especificar as condições da extinção;
Identificar todos os reforços que mantêm o comportamento;
Poder controlar a apresentação dos reforços. Para conseguir, é necessário aplicar a extinção a todas as pessoas do ambiente em que esse comportamento acontece para evitar reforçar a conduta.
Prevenir as pessoas que estão envolvidas no processo e explicar sobre o aumento de respostas indesejáveis, as possíveis respostas agressiva por não receber a recompensa esperada e os efeitos da recuperação espontânea.
Ser constante, já que se a extinção for usada de foma intermitente equivale a ser reforçada de forma intermitente.
Utilizar, junto com a extinção da conduta inadequada, o reforço de condutas alternativas, se for possível, incompatibilizar com as condutas que deseja eliminar. Por exemplo, se quiser extinguir a conduta de consumir bebidas com açúcar, reforce cada vez que a pessoa beba água.
Condicionamento operante: exemplos
Tanto Thondrike como Skinner e os outros autores que teorizaram sobre o condicionamento operante ou condicionamento instrumental definiram alguns exemplos para compreender melhor esse procedimento.
Exemplos de reforço positivo
Dar um prêmio. Oferecer um snack a um cachorro quando ele senta. Você vai conseguir que o cachorro aprenda a sentar e fique motivado.
Dar os parabéns. Felicitar uma criança quando ela termina um prato de verduras. Você vai conseguir que a criança aprenda que comer verduras é algo positivo e aumente a frequência dessa conduta.
Dar comissões. Oferecer um bônus aos trabalhadores caso consigam vender mais, aumentam as atitudes necessárias para executar a venda.
Exemplos de reforço negativo
Deixar de repreender a uma criança quando tira uma nota boa, faz com que a criança aumente os comportamentos necessários para conseguir uma melhor nota.
Lavar os pratos. Se essa tarefa for de responsabilidade do seu parceiro (a), mas ele(a) cozinhou, você pode lavar os pratos pois, assim, as chances do seu companheiro(a) cozinhar mais aumentam.
Deixar sair antes da sala as crianças que participaram mais na aula, assim estimula a participação das crianças nas atividades em grupo. 
Exemplos de omissão
Não dar atenção a uma criança quando está se comportamento mal, por exemplo, se a criança está fazendo birra na rua e não recebe nenhuma atenção, esse comportamento tem mais chances de não voltar a repetir.
Não responder a uma criança quando ela responde mal, por exemplo, quando grita ou utiliza palavões, ao ignorar essa conduta favorece a diminuição da frequência desse comportamento.
Não brincar com um cachorro enquanto ele estiver latindo, deixar de dar atenção faz com que esse comportamento diminua.
Exemplos de castigo
Dar trabalho extra aos alunos que bagunçaram a aula, faz com que os alunos interrompam menos.
Tirar o vídeo game do seu filho(a) porque não recolheu a roupa faz com que ele(a) não repita essa atitude.
Chamar a atenção de uma criança quando teve uma nota baixa faz reduzir as más notas.
1.2. Implicações pedagógicas das Teorias Behavioristas
“(…) é comum associar a pessoa de Skinner a um autor insensível e que não está atento às questões filosóficas da escola. A divulgação (…) dos primeiros experimentos de Skinner (…) dão uma visão muito parcial desse importante pensador.”
“Skinner preocupava-se em refletir sobre qual deveria ser o real papel da escola, afirmando que (…)”
A palavra escola provém do grego, de onde passou para o latim. Por mais surpreendente que possa parecer à maioria dos professores e dos estudantes, antigamente significava ‘descanso’ ou ‘lazer’. Significava o que se fazia durante o lazer, isto é, conversar. Depois passou a significar o lugar onde se conversava e, quando a conversa tornou-se formal, passou a designar o lugar para aulas e discussões. Seu significado ainda é o de lugar para se conversar. Mesmo quando os estudantes fazem outras coisas – pinta, fazer música, dançar, realizar experimentos científicos – a conversa é essencial. (SKINNER, 1995, p. 119).
“É comum os educadores associarem ‘ensino tradicional’ ao Behaviorismo, mas Skinner não foi um tradicionalista. Muito pelo contrário, (…) foi um propositor de inovações para a escola e até o final da sua vida ele filosofava antevendo como seria a escola do futuro: (…).”
É difícil dizer como será a escola do futuro. A arquitetura provavelmente continuará funcionando, mas a função de uma escola como um todo ainda não é clara. No entanto, podemos ter certeza de que as escolas serão muito diferentes de tudo o que já se viu. Elas serão lugares agradáveis. Assim como lojas, teatros e restaurantes bem planejados, elas terão boa aparência, boa acústica e cheirarão bem. Os estudantes irão à escola não porque serão punidos, mas porque se sentirão atraídos por ela. (SKINNER, 1995, P. 129)
Ele até que acertou na boa aparência, rs…
“Skinner escreveu vários livros sobre a aplicação de sua teoria para a Educação. (…) na sua obra intitulada Tecnologia do Ensino (1972), ele critica a escola tradicional por possuir apenas uma modalidade para ensinar, a aula expositiva. O autor faz referências a diversas técnicas e procedimentos que tornaria o ensino e a aprendizagem escolares mais eficientes. Um dos (…) mais conhecidos é o das chamadas máquinas de ensinar, pelas quais os professores poderiam programar tarefas e os alunos poderiam aprender enquanto as operassem.” [novas tecnologias…]
“As técnicas de ensino behavioristas são comumente vinculadas a um movimento pedagógico denominado de tecnicismo (…) o qual privilegia o domínio das técnicas como a maneira mais eficiente de uma abordagem de ensino. Todavia, faz-se necessário considerar que o tecnicismo no Brasil está vinculado a diverso outros aspectos históricos (…). Dessa maneira, não é apropriado estabelecer uma relação direta entre o tecnicismo e as proposições defendidas por Skinner para usar técnicas e tecnologias de ensino.”
“Se considerarmos o contexto sócio-histórico no qual Skinner propôs os usos de recursos tecnológicos, poderíamos dizer que se constituiu numa importante [e inovadora] proposição para os processos de ensino e de aprendizagem.”
“Skinner defendia que os usos de técnicas e tecnologias behavioristas seria eficientes porque, dentre outros motivos, respeitariam o ritmo de aprendizagem de cada estudante.”
“A perspectiva behaviorista de Skinner quebrou com paradigmas de ensinar e redefiniu o papel, até então inquestionável, do professor.”
“A teoria behaviorista continua sendo desenvolvida nos dias atuais (…).”
“As máquinas de ensinar tornaram-se obsoletas (…). Todavia, a influência da perspectiva filosófica do behaviorismo é explicitada por algumas abordagens pedagógicas que se utilizam de instruções programadas a partir de softwares ou tarefas online semelhantes àquelas das máquinas (…) de Skinner.”
Bibliografia
Gil, F. M. T., & Mollá, C. C. (2006). Historia de la psicología. McGraw-Hill, Interamericana de España.
Gutiérrez, G. (1999). Iván Petrovich Pavlov (1849-1936). Revista Latinoamericana de Psicología, 31(3), 557-560.
Pérez, A. M., & Cruz, J. E. (2003). Conceptos de condicionamiento clásico en los campos básicos y aplicados. Interdisciplinaria, 20(2), 205-227.
Tituana, S., & Dayse, B. (2017). Modificación de la conducta agresiva en niños, postulados de skinner según la teoría de condicionamiento operante, referente al castigo.

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