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DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES BRAQUIOCEFÁLICOS DE PEQUENO PORTE - ARTIGO seminarios(1) (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO GENÉTICO-CLÍNICO DA DISPLASIA COXOFEMORAL EM 
CÃES SHIH TZU ATRAVÉS DE POLIMORFISMOS DE 
NUCLEOTÍDEOS SIMPLES (SNPs) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dábila Araújo Sônego 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ – MT 
2018 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO GENÉTICO-CLÍNICO DA DISPLASIA COXOFEMORAL EM 
CÃES SHIH TZU ATRAVÉS DE POLIMORFISMOS DE 
NUCLEOTÍDEOS SIMPLES (SNPs) 
 
 
 
Autora: Dábila Araújo Sônego 
Orientador: Prof. Dr. Roberto Lopes de Souza 
Co-orientador: Prof. Dr. Luciano Nakazato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CUIABÁ – MT 
2018 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciências Veterinárias, área de 
concentração: Clínica Médica e Cirúrgica dos Animais 
Domésticos e Silvestres, da Faculdade de Medicina 
Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso 
para a obtenção do título de Mestre em Medicina 
Veterinária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMETOS 
À minha família, amigos, colegas e professores, que participaram durante esse 
processo. A CAPES pela bolsa de estudos, ao laboratório de Biologia Molecular e ao 
Setor de Imagens pela disponibilidade de materiais e profissionais, ao Hospital 
Veterinário, em especial ao Centro cirúrgico, pelo financiamento do estudo. Ao meu 
orientador Roberto Lopes de Souza pela oportunidade do mestrado, da pesquisa e 
pelo incentivo no que estudamos, e ao Co-orientador Luciano Nakazato por 
acompanhar e contribuir ativamente. 
 
 
RESUMO 
 
Associação de polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs) na displasia 
coxofemoral em cães Shih Tzu 
O objetivo do estudo foi verificar a incidência de displasia coxofemoral (DCF) em cães 
da raça Shih Tzu, através de exame radiográfico, e investigação genética, utilizando 
três polimorfismos de nucleotídeo simples (SNPs) já associados a doença em outras 
raças. Ao todo 36 cães da raça Shih Tzu foram incluídos e submetidos a radiografia 
ventrodorsal de pelve sob anestesia. As imagens foram analisadas por três 
avaliadores, independentemente, para a classificação segundo a Organization 
Foundation for Animals (OFA) e Federação Cinológica Internacional (FCI) quanto a 
presença ou não da DCF e seu grau. De todos animais foram coletadas amostras de 
sangue total em EDTA, das quais realizou-se a extração de DNA, amplificação por 
reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento das regiões 
correspondentes aos SNPs BICF2G630227898, BICF2G630339806 e 
BICF2S2459425. Das alterações radiográficas, a incongruência articular, o 
achatamento da cabeça do fêmur e o arrasamento acetabular foram as alterações 
mais frequentes, em 97%, 97% e 91% da população avaliada, respectivamente. De 
acordo com a severidade desses achados radiográficos, 61% dos cães foram 
classificados segundo a OFA com DCF, enquanto 28% de acordo com a escala FCI. 
Referente à análise genética, todos sequenciados apresentaram o SNP 
BICF2G630227898, 86% o SNP BICF2G630339806 e 27% o SNP BICF2S2459425. 
Um segundo SNP foi identificado na região sequenciada próxima a BICF2S2459425 
em 62% dos sequenciados. A diferença morfológica do acometimento em relação a 
raças de grande porte ao exame radiográfico, remeteu à ocorrência de uma doença 
diferente em Shih Tzu, mas a presença dos SNPs indica ser a mesma patogenia 
influenciada por diferentes fatores biomecânicos, para conclusão, a ocorrência deve 
ser avaliada em uma população mais ampla. 
PALAVRAS-CHAVE: lcnRNA, pelve, osteoartrite, incongruência, genética 
 
 
ABSTRACT 
Association of simple nucleotide polymorphisms (SNPs) in hip dysplasia in 
Shih Tzu dogs 
The objective of the study was to verify the incidence of coxofemoral dysplasia (DCF) 
in Shih Tzu dogs by radiographic examination and genetic research using three simple 
nucleotide polymorphisms (SNPs) already associated with disease in other races. In 
all 36 dogs of the Shih Tzu breed were included and submitted to ventrodorsal pelvic 
radiography under anesthesia. The images were analyzed by three evaluators, 
independently, for classification according to the Organization for For Animals (OFA) 
and International Cynological Federation (FCI) regarding the presence or absence of 
DCF and its degree. From all animals, whole blood EDTA samples were collected, 
from which DNA extraction, polymerase chain reaction (PCR) amplification and 
sequencing of the regions corresponding to SNPs BICF2G630227898, 
BICF2G630339806 and BICF2S2459425 were performed. Radiographic changes, 
articular incongruity, flattening of the femoral head and acetabular deviation were the 
most frequent alterations, in 97%, 97% and 91% of the evaluated population, 
respectively. According to the severity of these radiographic findings, 61% of the dogs 
were classified according to OFA with DCF, while 28% according to the FCI scale. 
Referring to the genetic analysis, all sequenced BICF2G630227898 SNPs, 86% SNP 
BICF2G630339806 and 27% SNP BICF2S2459425. A second SNP was identified in 
the sequenced region near BICF2S2459425 in 62% of the sequenced. The 
morphological difference of the involvement in relation to large races to the 
radiographic examination, referred to the occurrence of a different disease in Shih Tzu, 
but the presence of the SNPs indicates to be the same pathogenesis influenced by 
different biomechanical factors, to conclusion, the occurrence must be evaluated in a 
broader population. 
KEY WORDS: lcnRNA, pelvis, osteoarthritis, incongruence, genetics 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 Radiografia ventrodorsal de pelve em um cão da raça Shih Tzu classificado 
com DCF severa segundo a OFA, com alterações bilaterais de incronguência 
articular, achatamento da cabeça do fêmur, artrite, remodelamento do colo femoral e 
arrasamento acetabular, subluxação femoral direita e luxação femoral esquerda .... 24 
 
 
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LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 SNPs, cromossomos correspondentes, genes notáveis próximos e suas 
funções ...................................................................................................................... 12 
Tabela 2 Sequência de oligonuceotídeos dos primers correspondentes aos SNPs . 21 
Tabela 3 Ciclos correspondentes aos primers determinados para reação em cadeia 
da polimerase ............................................................................................................ 21 
Tabela 4 Alterações radiográficas descritas em consenso na avaliação dos 36 cães 
estudados .................................................................................................................. 23 
Tabela 5 Número de animais classificados entres as categorias de acordo com a 
escala OFA (n=36) .................................................................................................... 24 
Tabela 6 Número de pacientes classificados entres as categorias de acordo com a 
escala FCI (n=36) ...................................................................................................... 24 
Tabela 7 Número de pacientes sequenciados e positivos em relação aos SNPs e 
número de pacientespositivos classificados com DCF ............................................. 25 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIAÇÕES 
 
% Porcentagem 
µL Microlitros 
°C Graus Celsius 
CBRV Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária 
CEUA Comitê de Ética no Uso de Animais 
cm Centímetros 
DCF Displasia Coxofemoral 
DNA Ácido desoxirribonucleico 
EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético 
FCI Federação Cinológica Internacional 
HOVET-UFMT Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso 
kg Quilogramas 
lncRNA Long non-coding RNA 
mA Miliampère 
mg Miligramas 
AN Ângulo de Norberg 
OFA Organization Foundation for Animals 
pB Pares de base 
PCR Reação em Cadeia da Polimerase 
SNPs Polimorfismos de Nucleotídeo Simples 
SPJ Sinfisiodese Pubica Juvenil 
U Unidade 
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso 
V Volt 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 14 
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 15 
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 19 
3.1 Aspectos éticos ................................................................................................ 19 
3.2 Animais ............................................................................................................ 19 
3.3 Análise radiográfica .......................................................................................... 20 
3.4 Análise genética ............................................................................................... 20 
3.5 Análise estatística ............................................................................................ 22 
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 23 
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 26 
6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 32 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A displasia coxofemoral (DCF) é uma das doenças ortopédicas de 
desenvolvimento mais prevalentes em cães em todo o mundo (BARTOLOMÉ et al., 
2015), decorrente da alteração no desenvolvimento da articulação coxal (GENUINO, 
2015), seguindo um processo patológico dinâmico de remodelamento progressivo e 
doença articular degenerativa nos animais afetados (RISER, 1975), com 
manifestações clínicas debilitantes (SCHULZ, 2008). 
Apesar de raças grandes serem o alvo das pesquisas sobre a doença, raças 
de pequeno porte também desenvolvem a afecção (ALLAN, 2002), como Shih Tzus, 
observados com frequência no atendimento clínico cirúrgico com DCF, um achado 
acidental em sua maioria, por poucos apresentarem sinais clínicos. 
As causas são multifatoriais (SCHULZ, 2008; BARROS, 2008), e o 
diagnóstico até então é definido pela radiografia de pelve (COLÉGIO BRASILEIRO 
DE RADIOGLOGIA VETERINÁRIA, 2017?). Em busca de um diagnóstico precoce 
para seleção de reprodutores, as últimas pesquisas investigam polimorfismos de 
nucleotídeos simples (SNPs) associados a radiografia em diferentes raças 
(BARTOLOMÉ et al., 2015; ZHOU et al.,2010; FELS & DISLT, 2014). Entre os SNPs 
com alta singnificância, BICF2S2459425 (ZHOU et al., 2010), BICF2G630339806, e 
BICF2G630227898 (BARTOLOMÉ et al., 2015), em regiões regulatórias próximas de 
genes envolvidos ao metabolismo ósseo, dispostos na tabela 1. 
 
Tabela 1 SNPs, cromossomos correspondentes, genes notáveis próximos e suas funções 
SNP 
correspondente 
Cromossomo 
Genes notáveis 
próximos 
Função dos genes 
BICF2G630227898 20 RAB7A 
Regulação de 
osteoclastos 
BICF2G630339806 
 
 
3 
 
 
CHSY1 
e 
ADAMTS17 
Biossíntese de sulfato de 
condroitina 
Codificação de 
metaloproteases 
BICF2S2459425 3 EVC e EVC2 
Sinalização para 
crescimento endocondral 
 
Cães da raça Shih Tzu são constantes no atendimento geral do Hospital 
Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET-UFMT), com média 
anual de 390 atendimentos entre 2013 e 2016. Portanto a recorrência de DCF e o 
 
 
 
número de pacientes atendidos viabilizam uma investigação mais aprofundada do 
acometimento, em busca da identificação de fatores genéticos envolvidos e descrição 
do padrão morfológico, para elucidação da incidência em um padrão racial 
amplamente difundido. 
 
 
 
 
2 OBJETIVO 
 
O objetivo do estudo foi iniciar a investigação da epidemiologia de DCF em 
cães da raça Shih Tzu através das avaliações quanto: 
• a relação doença e manifestação de sinais clínicos; 
• a caracterização radiográfica da forma de apresentação da doença, sem alterações 
acetabulares evidentes; 
• a aplicabilidade do ângulo de Norberg (AN); 
• a predisposição em fêmeas; 
• a influência do grau da doença na manifestação dos sinais clínicos; 
• a influência da idade e grau de DCF; 
• a aplicabilidade da investigação genética utilizando SNPs já associados a DCF em 
outras raças. 
 
 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
A articulação coxal é composta basicamente pela inserção quase completa da 
cabeça do fêmur a uma extensa fossa acetabular, em um encaixe congruente, 
recoberto pelos músculos glúteos (DONE et al., 2010). 
No desenvolvimento da DCF as articulações são normais ao nascimento, 
seguindo-se um processo patológico dinâmico de remodelamento progressivo e 
doença articular degenerativa nos animais afetados (RISER, 1975). A condição é 
tipicamente bilateral, havendo baixa frequência de afecções unilaterais (BARROS et 
al., 2008), com manifestações clínicas de dificuldade em levantar-se após períodos 
de descanso, intolerância a exercícios e claudicação intermitente ou continua, dor 
articular e atrofia da musculatura pélvica (SCHULZ, 2008), podendo reduzir 
consideravelmente a qualidade de vida. 
Os sinais clínicos são influenciados, mas não completamente determinados, 
pelo grau da doença, devendo ser considerada a condição individual de cada animal, 
pois há cães displásicos que possuem o mesmo padrão de apoio de cães livres de 
DCF (SOUZA, 2009). 
A doença acomete principalmente cães de grande porte, como Pastor Alemão 
(FELS & DISLT, 2014), Rottweiler (GENUINO, 2015) e Labrador Retriever 
(BARTOLOMÉ et al., 2015), com alta incidência em determinadas raças, observada 
em até 89,4% de uma população de cães da raça Pastor Alemão (BARROS et al., 
2008), mas acomete também cães de pequeno porte e gatos (ALLAN, 2002). 
As causas são multifatoriais, tanto fatores hereditários quanto ambientais 
possuem um papel no desenvolvimento da anormalidade do osso e dos tecidos moles 
(SCHULZ, 2008). O conhecimento atual no modo de herança de DCF indica ser um 
traço genético complexo com um padrão de herança poligênico influenciado por 
fatores externos (BARTOLOMÉ et al., 2015). 
O diagnóstico definitivo preconizado pela maioria dos órgãos avaliadores é a 
radiografia ventrodorsal de pelve sob sedação ou anestesia, a partir de 24 meses de 
idade, com os membros pélvicos esticados, paralelos entre si e a coluna com uma 
leve rotação interna para sobrepor as patelas aos sulcos trocleares (COLÉGIO 
BRASILEIRO DE RADIOGLOGIA VETERINÁRIA, 2017?; ORTHOPEDIC 
FOUNDATION FOR ANIMALS, 2017?), caracterizada por frouxidão articular 
(BARTOLOMÉ et al., 2015), arrasamento do acetábulo, remodelamento da cabeça e 
 
 
 
colo femoral, subluxação ou luxação coxofemoral e degeneração articular (BURK & 
FEENEY, 2003). A partir dessas alterações a DCF é classificada quanto ao grau de 
severidade pordiferentes métodos. 
No Brasil, o Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária (CBRV) adota os 
critérios de avaliação da Federação Cinológica Internacional (FCI), graduada em cinco 
categorias, A, B, C, D e E, sendo A para articulações coxofemorais normais, e E para 
DCF severa. A partir das alterações articulares e o ângulo acetabular, segundo 
Norberg, o grau será definido por uma comissão avaliadora composta por três 
membros (COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA VETERINÁRIA, 2017?). O NA 
quantifica a posição da cabeça femoral em relação ao acetábulo, em que NA maior 
reflete o acetábulo mais profundo e as articulações do quadril mais ajustadas, 
enquanto NA menor reflete graus crescentes de subluxação (COMHAIRE & 
SCHOONJANS, 2011). 
Já a Fundação Ortopédica para Animais (OFA), mais comumente utilizada nos 
Estados Unidos e Canadá (FLÜCKIGER, 2007), considera sete categorias diferentes, 
com descrições bem delimitadas para cada classificação. Excelente, bom e 
congruente para articulações normais, limítrofe como categoria intermediária e leve, 
moderado e severo para articulações displásicas, também por um consenso entre três 
avaliadores (ORTHOPEDIC FOUNDATION FOR ANIMALS, 2017?). 
Somados a outros fatores, o grau de DCF e idade do paciente determinarão 
o plano de tratamento, que consiste em sinfisiodese púbica juvenil (SPJ) (SCHULZ, 
2008) ou osteotomia pélvica em cães com até cinco meses de idade, livres de 
osteoartrite (ORTHOPEDIC FOUNDATION FOR ANIMALS, 2017?; SCHULZ, 2008), 
próteses coxofemorais (DIOGO et al. 2014) ou colocefalectomia (BOTEGA, 2015) em 
cães acima de 10 meses que já tenham a osteoartrite estabelecida e não possam 
mais ser tratados com medicamentos (ORTHOPEDIC FOUNDATION FOR ANIMALS, 
2017?), denervação articular (ROCHA et al., 2013), controle de peso, suplementação 
nutricional (SCHULZ, 2008) e fisioterapia (DAMASCENO, 2015; DYCUS et al., 2017) 
para o manejo dos sinais clínicos. 
Mesmo com o controle reprodutivo ao longo de anos em raças 
conhecidamente predispostas, através de reprodutores livres de DCF ao exame 
radiográfico, a prevalência permanece elevada. Visando um diagnóstico precoce e 
melhorias na reprodução seletiva, as últimas pesquisas sugerem o implemento da 
investigação genética ao diagnóstico, associando SNPs, para acelerar o processo de 
 
 
 
melhorias na reprodução seletiva e reduzir a incidência de DCF (BARTOLOMÉ et al., 
2015). SNPs são uma forma abundante de variação no genoma, em que o alelo menos 
frequente ocorre em pelo menos 1% ou mais da população (BROOKES, 1999). 
Em 2005, cientistas divulgaram o sequenciamento em alta qualidade do 
genoma do cão, possibilitando estudos para identificação de genes relacionados com 
algumas doenças (BBCBRASIL, 2005), e assim, novos estudos destinados a clarificar 
a base genética da DCF (BARTOLOMÉ et al., 2015). 
Zhou et al. (2010) ao genotipar cães de oito raças puras – Labrador Retriever, 
Galgo Inglês, Pastor Alemão, Terra Nova, Golden Retriever, Rottweiler, Border Collie 
e Bernese –, identificaram um conjunto de quatro SNPs associados a DCF e dois 
associados a osteoartrite de quadril. Fels e Dislt (2014) também em busca de alelos 
comuns associados a DCF, em cães da raça Pastor Alemão, reconheceram cinco 
SNPs na formação óssea. Da mesma forma, Bartolomé et al. (2015) pesquisando um 
modelo preditivo genético para um teste de diagnóstico precoce, relacionaram 
significantemente sete SPNs em cães da raça Labrador Retriever. 
Entre os SNPs referidos com maior significância, BICF2S2459425 identificado 
no cromossomo 3, próximo aos genes EVC e EVC2 (ZHOU et al., 2010), 
BICF2G630339806 no mesmo cromossomo, próximo aos genes CHSY1 e 
ADAMTS17, e BICF2G630227898 no cromossomo 20, próximo ao gene RAB7A 
(BARTOLOMÉ et al., 2015). 
EVC e EVC2 são genes indispensáveis na sinalização para o crescimento 
endocondral, relacionados a Síndrome de Ellis-van Creveld quando multados em 
humanos, uma displasia condroectodermal que provoca nanismo (RUIZ-PEREZ et al., 
2007). 
A enzima CHSY1 desempenha um papel fundamental na biossíntese de 
sulfato de condroitina. Estudos em ratos sugeriram que ela seja um regulador 
essencial na padronização da articulação (WILSON et al., 2012). ADAMTS17 é um 
membro da família de genes ADAMTS, que codificam metaloproteases modificadoras 
das proteínas estruturais extracelulares. Os polimorfismos em genes ADAMTS têm 
sido associados a doenças humanas relacionadas com o metabolismo ósseo, 
incluindo a osteoporose e osteoartrite (XIONG et al., 2009; RODRIGUEZ-LOPEZ et 
al., 2009). 
Durante o crescimento e a remodelação do esqueleto, a matriz dos ossos 
mineralizados é reabsorvida por osteoclastos. A desregulação de RAB7 prejudica a 
 
 
 
polarização dos osteoclastos e a reabsorção óssea, portanto é um importante gene 
relacionado a função dos osteoclastos e crescimento esquelético (ZHAO et al., 2001). 
Pesquisas genéticas são recentes na área veterinária, e as pesquisas sobre 
DCF normalmente são desenvolvidas em raças de grande porte, sem avaliação da 
incidência na raça Shih Tzu na literatura pesquisada, uma raça amplamente difundida. 
Shih Tzus são inteligentes, ativos, alertas, carinhosos e independentes 
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA, 2016), o que os torna uma das 
opções frequentemente requeridas para cão de companhia atualmente, além do porte 
pequeno, que facilita a convivência em ambientes variados. Portanto um importante 
modelo para DCF. 
 
 
 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
3.1 Aspectos éticos 
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de ética no uso de animais (CEUA) da 
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sob protocolo de número 
23108.235134/2017-01. 
3.2 Animais 
Foram incluídos 36 cães, atendidos no HOVET-UFMT, cumprindo 
criteriosamente as características fenotípicas determinadas para a raça Shih Tzu, 
segundo a Confederação Brasileira de Cinofilia (2016): 
- braquiocefálicos de pelagem abundante; 
- entre 4,5 e 8 kg; 
- até 27cm de altura de cernelha e mais longos no sentido horizontal; 
- cabeça larga e redonda com stop definido, focinho bem largo, quadrado, curto, sem 
rugas, plano e peludo, olhos grandes, redondos, bem separados, maxilares largos, 
com ligeiro prognatismo inferior ou nivelados, orelhas pendentes; 
- membros musculosos com ossos largos e curtos, dorso nivelado, com peito largo e 
profundo. 
Cães menores de 24 meses sem alterações articulares, acima de 10 anos ou 
com características fenotípicas discutíveis foram excluídos. 
Após anamnese completa, exame físico e coleta de dados referentes a idade, 
sexo, peso e presença de sinais clínicos, com autorização do tutor, os cães foram 
submetidos a análises hematológicas de triagem através de hemograma, análise 
bioquímica hepática e renal, para posterior agendamento do exame radiográfico dos 
pacientes aptos. 
 
 
 
3.3 Análise radiográfica 
Seguindo 12 horas de jejum alimentar, realizou-se a medicação pré-
anestésica com midazolan (0,4mg/Kg) por via venosa e tramadol (4mg/Kg) por via 
subcutânea. Para indução anestésica utilizou-se propofol (5mg/kg) por via venosa e 
manutenção com o mesmo, dose efeito, obtendo o relaxamento adequado da 
articulação coxofemoral. A radiografia foi então realizada em projeção ventrodorsal de 
pelve, com os membros pélvicos bem estendidos e fêmures paralelos entre si e em 
relação à coluna vertebral, englobando toda a pelve até os joelhos, através do raio X 
Raicon SH 350 D® e revelada em reveladora digital Vita Flex®. 
As imagens foram analisadas por três avaliadores especialistas, de modo 
independente às cegas, e de acordo com as alterações classificadas quanto a 
classificação FCI e a classificação OFA, seguindo uma ficha padrão de análise. 
Quando não houve consenso, as imagens foram reavaliadas por novos membros, até 
a classificação final. Para análise descritiva foram considerados três grupos 
nomeados Displasia, Limítrofee Sem Displasia. De acordo com a escala FCI, foram 
considerados Sem Displasia A e B, Limítrofe C e com Displasia D e E, e pela OFA, 
Sem Displasia “Excelente”, “Bom” e “Congruente”, Limítrofe a classificação “Limítrofe” 
e com Displasia “Leve”, “Moderada” e “Severa”. 
3.4 Análise genética 
De todos foram coletadas amostras duplicadas de sangue da veia jugular 
externa em EDTA e conservadas em freezer a -20°C. A extração de DNA foi realizada 
através do método fenol-clorofórmio, como descrito por Sambroock e Russell (2001), 
utilizando 250µL do sangue total armazenado. O DNA obtido foi amplificado por 
reação em cadeia de polimerase (PCR) em termociclador Biocycler®, utilizando 3 
sequências de oligonucleotídeos, nomeadas A, B e C, referentes aos SNPs 
 
 
 
BICF2S2459425, BICF2G630339806 e BICF2G630227898, respectivamente (tabela 
2), desenhados a partir dos estudos de Zhou et al. (2010) e Bartolomé et al. (2015). 
 
Tabela 2 Sequência de oligonuceotídeos dos primers correspondentes aos SNPs 
Primer Sequência de oligonucleotídeos 
SNP 
correspondente 
pB 
A 
5’GGATAGTTGTGAGGCTTTCCAGA3’ 
5’CATGTGTGGCGTGATGTGTC3’ 
 
BICF2G630227898 262 
B 
5’AAGCGGCTAAAGTGAGGACAA3’ 
5’CGCCATCTTTGAGGCTCGTA3’ 
 
 
BICF2G630339806 387 
C 
5’CTTGCCCAATCCCTGTGAA3’ 
5’CATCCCAGTTGTCTGCTGCT3’ 
 
BICF2S2459425 198 
 
Para a reação com volume final de 25µL, foram utilizados 1x tampão PCR 
10x (200mM Tris-HCl pH 8.4, 500 mM KCl)(Sigma®), 0,2mM de dNTP’s, 20 picomol 
de cada oligonucleotídeo, 2,0mM MgCl2 (Invitrogen ®) , 13,9µL de água ultrapura, 1U 
de Taq polimerase (Sigma®) e 10ng de DNA em ciclos descritos na tabela 3, com 
temperatura de anelamento a 61°C durante 35 ciclos para o primer A, e 60°C durante 
34 ciclos para o primer B e C. 
Água ultrapura foi utilizada como controle negativo das reações, e DNA 
previamente amplificado de cada região, confirmado por sequenciamento, como 
controle positivo das reações. 
 
Tabela 3 Ciclos correspondentes aos primers determinados para reação em cadeia da 
polimerase 
Primer Desnaturação 
inicial 
Desnaturação Anelamento Extensão Extensão 
final 
A 95°/5’/1X 
 
95°/30”/35X 61°/30”/35X 72°/30”/35X 72°/10’/1X 
B 95°/5’/1X 
 
95°/30”/34X 60°/30”/34X 72°/30”/34X 72°/10’/1X 
C 95°/5’/1X 95°/30”/34X 60°/30”/34X 72°/30”/34X 72°/10’/1X 
 
 
 
 
A verificação da integridade e qualidade ocorreu por eletroforese a 
120V/60mA por 30 minutos em gel de agarose a 1,5%, corada em GelRed™ (Nucleic 
Acid gel stain, Biotium), com a referência do marcador de massa molecular Ladder 
100pb (Ludwig) e quantificada em fotodocumentador ChemicDoc™ XRS utilizando o 
software ImageLab™®. As amostras foram purificadas por kit comercial 
EXOPROSTAR® (GE Healthcare) conforme instruções do fabricante, para o posterior 
sequenciamento pelo método de Sanger et al. (1977) em sequenciador automático 
ABI 3500® (Applied Biosystems), utilizando o kit BigDye® (Thermo Fisher Scientific). 
As sequencias obtidas foram confrontadas com o banco de dados CamFam3 de DNA 
presente no algoritmo BLAST a partir do Centro National Center for Biotechnology 
Information (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/Blast.cgi) para detecção da presença 
dos SNPs. 
3.5 Análise estatística 
Para as análises estatísticas os graus das classificações OFA e FCI foram 
considerados por notas, sendo 1 articulação normal e 7 e 5 DCF severa, 
respectivamente. Para as alterações radiográficas de incongruência articular, 
achatamento da cabeça do fêmur, artrite, remodelamento do colo femoral, 
arrasamento acetabular, subluxação e luxação, foram consideradas as somas do 
julgamento dos avaliadores da seguinte forma: quando presente, o avaliador somou 
1, quando ausente 0, então quando dois avaliadores julgaram que a incongruência 
articular estava presente, a nota final foi 2. 
A análise estatística foi realizada através do Software SAS® (University Edition, 
SAS Institute Inc., North Carolina, USA). Para o teste de normalidade foi utilizado o 
teste de Kolmogorov-Smirnov (p<0,05), e as hipóteses analisadas pelo teste não 
paramétrico de Wilcoxon, seguido pelo teste de Kruskal-Wallis. 
 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/Blast.cgi
 
 
 
4 RESULTADOS 
 
Da população avaliada, 21 eram fêmeas em anestro e 15 machos, com idade 
média de 4,2± 2,07anos e peso médio 6,2±1,65Kg. Um dos pacientes apresentava 
sinais clínicos no momento da consulta, demonstrando dor e relutância a 
deambulação. Outro paciente, apesar de não manifestar durante a avaliação, já 
apresentou sinais clínicos de dor em membros, e diariamente reluta ao início do 
exercício de caminhada. Os pacientes com sinais clínicos foram classificados com 
grau moderado e leve, respectivamente, seguindo os parâmetros OFA. 
Sobre as alterações radiográficas, 97% (35/36) dos pacientes apresentaram 
incongruência articular, 97% achatamento da cabeça do fêmur (35/36), e 91% (33/36) 
apresentaram arrasamento acetabular. As demais alterações articulares estão 
dispostas na tabela 4, com alta prevalência também de artrite (61%). 
Tabela 4 Alterações radiográficas descritas em consenso na avaliação dos 36 cães 
estudados 
ALTERAÇÃO MPD MPE 
Incongruência articular 34 35 
Achatamento da cabeça do fêmur 32 35 
Artrite 19 22 
Remodelamento do colo femoral 17 15 
Arrasamento acetabular 33 33 
Subluxação 17 18 
Luxação 0 1 
Artrose 3 2 
 
De acordo com a classificação OFA, 22 pacientes foram classificados com 
DCF (tabela 5)(figura 1). Já de acordo com a classificação FCI, 10 foram classificados 
com DCF (tabela 6). Três cães tinham menos de 24 meses, dois considerados com 
DCF em ambas classificações, e um com DCF de acordo com a FCI, mas ainda como 
limítrofe de acordo com a OFA. 
 
 
 
Tabela 5 Número de animais classificados entres as categorias de acordo com a escala 
OFA (n=36) 
CLASSIFICAÇÃO OFA 
Excelente 0 
Bom 0 
Congruente 7 
Limítrofe 7 
Leve 12 
Moderado 7 
Severo 3 
 
 
Tabela 6 Número de pacientes classificados entres as categorias de acordo com a escala 
FCI (n=36) 
CLASSIFICAÇÃO FCI 
A 1 
B 9 
C 16 
D 9 
Figura 1 Radiografia ventrodorsal de pelve em um cão da raça Shih Tzu classificado 
com DCF severa segundo a OFA, com alterações bilaterais de incronguência articular, 
achatamento da cabeça do fêmur, artrite, remodelamento do colo femoral e arrasamento 
acetabular, subluxação femoral direita e luxação femoral esquerda 
 
 
 
E 1 
 
Resultados referentes aos sequenciamentos estão descritos na tabela 7, com 
alta frequência principalmente do SNP referente ao primer A, em que todos 
apresentaram. 
Tabela 7 Número de pacientes sequenciados e positivos em relação aos SNPs e número de 
pacientes positivos classificados com DCF 
PRIMER POSITIVOS/SEQUENCIADOS GRUPO 
DISPLASIA 
alelo 
A 25/25 16 A>G 
B1 25/29 15 A>C 
B2 18/29 9 C>T 
C 6/22 3 A>G 
 
BICF2S2459425 foi significativamente associado a arrasamento acetabular e 
achatamento da cabeça do fêmur, com p≤0,0437 e p≤0,0029, respectivamente. Os 
demais SNPs não foram significativos. 
 
 
 
 
 
5 DISCUSSÃO 
 
Estudos relacionados a DCF em cães frequentemente são desenvolvidos em 
raças de grande porte (FELS & DISLT, 2014; GENUINO, 2015; BARTOLOMÉ ET AL., 
2015), pois são as principais observadas com a afecção, no entanto, pacientes de 
pequeno a médio porte também são diagnosticados com a doença, mas sem 
avaliação da incidência, uma vez que são citadas como de menor frequência, ou 
subjulgadas pela falta de notoriedade até então. 
No estudo observou-se uma alta ocorrência da DCF em cães da raça Shih 
Tzu, pois 61% dos cães apresentavam algum grau de DCF, segundo a classificação 
OFA, e mesmo entre os não afetados, nenhum atendeu aos critérios de classificação 
para excelente ou bom. Segundo a OFA (2017), essa incidência é de 20,9%. Tamanha 
diferença pode ter relação com a população estudada, uma vez que todos inclusos 
pertencem a região da grande Cuiabá, favorecendo a ocorrênciade endogenia. 
Apesar da elevada ocorrência, apenas dois animais apresentavam sinais 
clínicos, o que se deve a robusta musculatura adjacente a região, amenizando o efeito 
da frouxidão articular, já que mesmo nos animais afetados clinicamente, não foi 
observada atrofia muscular, diferente do relatado em grandes raças. Um estudo 
correlacionando o grau de DCF e a análise cinética da locomoção em cães da raça 
Pastor Alemão (SOUZA, 2009), observou a presença de atrofia muscular em 
aproximadamente 60% dos pacientes. 
Pesquisadores investigando os fatores de risco associados ao 
desenvolvimento da doença em quatro raças de grande porte, propuseram que o 
exercício sem coleira no início da vida pode resultar em aumento do desenvolvimento 
muscular e força na área da pelve, diminuindo o risco de desenvolver DCF 
(KRONTVEIT et al., 2012). Dessa forma, a atrofia muscular não é apenas um sinal 
 
 
 
clínico, mas um fator predisponente, como também pesquisado mais recentemente 
em Labradores Retrievers (BARTOLOMÉ et al., 2015), em que um dos SNPs 
associados positivamente à DCF foi identificado próximo ao gene SMYD3, 
responsável pela determinação de massa muscular. Apesar de não investigado 
geneticamente, morfologicamente a atrofia muscular não foi observada para 
correlação na raça Shih Tzu. 
Souza (2009) observou também que os sinais clínicos são influenciados, mas 
não completamente determinados, pelo grau da doença, devendo ser considerada a 
condição individual de cada animal. Na população estudada, três cães apresentaram 
doença severa, mas apenas um com sinais clínicos, enquanto um classificado como 
doença leve também já manifestava dor, corroborando com a observação. A baixa 
manifestação de sinais clínicos faz com que a doença permaneça na população, uma 
vez que é pouco diagnosticada e a doença subclínica perpetua nas proles. 
É bem reconhecido que o primeiro sinal radiográfico observável para DCF é a 
frouxidão articular (RISER, 1975; BROECKX et al., 2018), o que foi observado em 
97% dos pacientes em pelo menos uma das articulações coxofemorais, sendo sete 
do grupo Sem Displasia, portanto prováveis portadores futuros. Outro sinal com alta 
incidência foi o arrasamento acetabular, mas diferente do observado em raças de 
grande porte, a alteração era sutil, mesmo em grau moderado a severo de DCF. Isso 
influenciou na determinação do NA, portanto a escala FCI não demonstrou boa 
aplicabilidade para a raça, além da dificuldade de posicionamento adequado pela 
conformação condrodistrófica dos membros. 
Embora Hassinger et al. (1997) relataram não haver alterações 
estatisticamente significativas na frouxidão da articulação coxofemoral ao longo do 
ciclo estral de nove cadelas, tanto para a avaliação FCI quanto OFA, preconiza-se que 
 
 
 
as fêmeas não estejam em período de estro, evitando interferência no diagnóstico 
(COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOGLOGIA VETERINÁRIA, 2017?; ORTHOPEDIC 
FOUNDATION FOR ANIMALS, 2017?). Em mulheres, uma metanálise demonstrou o 
efeito significativo da fase cíclica na frouxidão do joelho, maior durante a fase 
ovulatória ou pós-ovulatória, favorecendo o risco de ruptura do ligamento cruzado 
cranial (ZAZULAK el al., 2006), apesar de ainda controverso (LEBLANC et al., 2017). 
Observando a incidência nos estudos, ainda que próxima entre os sexos, as 
fêmeas continuamente lideram nas porcentagens de afecção, como relata Barros et 
al. (2008) com 91,5% fêmeas, e 88,2% machos, Zhang et al. (2009) com 54% fêmeas 
e 46% machos, Marschall e Distl (2007) com 56,8% fêmeas e 43,2% machos e Melo 
(2010) com 53,67% fêmeas e 46,33% machos. Apesar de não encontrada diferença 
estatística, da mesma forma fêmeas foram mais frequentes, com 62% das fêmeas 
com DCF, enquanto 60% dos machos apresentaram DCF. Desse modo, sugere-se 
que a frouxidão pode não interferir apenas no diagnóstico, mas influenciar o maior 
desenvolvimento em fêmeas, o que deve ser reavaliado em uma população maior. 
A partir do início da doença, as modificações estruturais já estabelecidas são 
irreversíveis, por isso não foi estabelecida idade mínima para inclusão, uma vez que 
os cães com menos de 24 meses já apresentavam alterações radiográficas. Mesmo 
incluindo cães jovens, a idade não influenciou a ocorrência e o grau de DCF. 
Apesar das alternativas de tratamento, a maioria visa limitar ou retardar o 
desenvolvimento secundário da osteoartrite. Mas para técnicas como a SPJ ou 
osteotomia pélvica, há a necessidade de diagnóstico precoce e inexistência de 
osteoartrite (SCHULZ, 2008), mesmo que possíveis, a doença é uma herança 
poligênica, portanto o fator genético perpetuará. A alternativa de prótese coxofemoral 
substitui a articulação influenciada pelos fatores genéticos, mas além do risco de 
 
 
 
complicações cirúrgicas, há limitações sobre um custo muitas vezes proibitivo. Por 
isso também a importância de exames de triagem precoce, além da seleção de 
reprodutores livres, a identificação de pacientes predispostos para a instituição de 
tratamentos capazes de retardar a evolução antes mesmo do início do processo de 
remodelamento. 
Com a rápida evolução das pesquisas desde a divulgação do genoma do cão, 
requerimentos de patente e a disseminação comercial de testes genéticos para DCF 
moveram questionamentos quanto a validação destes exames. Para isso, Manz et al. 
(2017), em conjunto com a Sociedade Alemã de Pastor Alemão, realizaram a análise 
prospectiva de um teste prognóstico produzido para cães da raça em questão por Distl 
et al. (2009), em que consideraram inadequado para avaliação individual de risco. Isso 
reforça a importância de continuidade de pesquisas de validação de SNPs já 
investigados. 
Como base nos trabalhos genéticos divulgados anteriormente, os SNPs 
associados a DCF estão em diferentes regiões. Para a seleção foram considerados 
portanto três SNPs de maior significância em regiões regulatórias, dois referidos no 
último estudo divulgado até então (BARTOLOMÉ et al., 2015), e outro referente a um 
estudo em diferentes raças (ZHOU et al., 2010). 
Desses, BICF2G630227898, identificado em todos os sequenciados, foi o 
SNP verificado com maior frequência em cães considerados com DCF ao exame 
radiográfico, com 64% dos DNAs positivos para o SNP associados ao grupo Displasia. 
60% dos DNAs sequenciados na região BICF2G630339806 pertenciam ao grupo 
Displasia. Adicionalmente, um segundo SNP foi detectado na região do mesmo 
primer, em que 50% dos DNAs identificados com o SNP pertenciam ao grupo 
 
 
 
Displasia. E sem diferença entre os grupos, a região BICF2S2459425, com 50% dos 
cães sequenciados com o SNP associados ao grupo Displasia. 
Apenas BICF2G630339806 foi associado significavamente com arrasamento 
acetabular e achatamento da cabeça do fêmur, mas o baixo número de cães e a 
população decorrente do mesmo local podem ter influenciado na significância dos 
demais SNPs, já que foram observados com alta frequência. 
A última sequência, descrita inicialmente com base na referência Camfam2, 
foi relacionada a região regulatória próxima aos genes EVC e EVC2 (ZHOU et al., 
2010), no entanto, em análise posterior confrontada com a referência Camfam3, foi 
identificada como um long non-coding RNA (lncRNAs). Os lncRNAs desempenham 
papéis críticos em vários processos biológicos e contextos celulares (LI et al., 2013). 
Recentemente, descobriu-se que SNPs em lncRNAs estão ligados a suas expres 
sões e desregulações, portanto, desempenham papéis importantes na associação de 
doenças (TANG et al., 2013). 
Sete dos cães com DCF tinham três dos SNPs, e três cães do mesmo grupo 
tinham pelo menos dois dos SNPs. Um, classificado como doença moderada, 
apresentou os quatro SNPs. Mas para correlação estatística com a classificação 
radiográfica ou impacto da somatória do conjunto, é necessário o estudoem uma 
população maior. Ainda que a raça seja amplamente difundida e frequente no 
atendimento veterinário, os critérios fenotípicos para inclusão dos pacientes foram os 
principais fatores que influenciaram o tamanho da população avaliada. 
Edwards et al. (2018) para a previsão genômica de DCF em Labrador 
Retriviers, buscaram a combinação do conjunto de dados genotípicos cruzando 
informações de duas populações de países distintos, do Reino Unido e dos Estados 
Unidos, mas não obtiveram benefícios em avaliar SNPs entre duas populações, 
 
 
 
quando comparada a avaliação em uma única população. No entanto, neste estudo 
os cães incluídos da mesma localização podem ter influência da endogenia. Para 
aumentar a população de estudo é importante a inclusão amostral de diferentes 
populações. 
 
 
 
 
6 CONCLUSÃO 
 
Cães da raça Shih Tzu até então não eram conhecidos como predispostos ao 
desenvolvimento de DCF, portanto os dados obtidos alertam a relevância da 
continuidade de investigação em busca do controle da disseminação silenciosa da 
doença, por muitos não manifestarem sinais clínicos. A apresentação morfológica 
diferente do observado em raças de grande porte, sem concomitância entre os 
eventos de remodelamento femoral e acetabular, caracterizada por um arrasamento 
acetabular sempre sutil, remeteu à suspeita da ocorrência de outra doença. Todavia, 
a incidência dos SNPs indica tratar-se da mesma patogenia sofrendo um desafio 
biomecânico diferente entre as raças. A aplicabilidade dos SNPs investigados deve 
ainda ser confirmada em uma amostra maior, incluindo diferentes populações de Shih 
Tzu, mas os resultados atuais dão início a um importante modelo de estudo também 
para as demais raças, pois manifestam os mesmo SNPs, são amplamente difundidos 
entre os tutores e convivem em ambientes variados. 
 
 
 
 
 
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