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APS - ADMINISTRATIVO

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Nome: Mayara de Araujo Paulino RA: 8046420 Turma: 3207C02 
 
APS – Direito Administrativo 
 
Tema: Resenha do texto “A Anulação ou Invalidação dos Atos Administrativos”. 
 
A revogação é o ato pelo qual a Administração Pública retira definitivamente um ato 
do ordenamento jurídico, mediante outro ato administrativo, ou seja, a Administração 
Pública, por razões de mérito, conveniência e oportunidade e retira o ato que não mais 
atende ao interesse público, podendo a revogação ser total (ab-rogação), ou parcial 
(derrogação). 
Verifica-se, pois, que esse instituto surgiu em obediência ao Princípio do Interesse 
Público, pois se um ato não está condizendo com este princípio, não há motivos para 
que ele continue existindo no ordenamento jurídico, não havendo um poder de 
escolha da Administração Pública em revogar referido ato, mas sim, um dever. 
A revogação é declarada de ofício somente pela própria Administração Pública e pode 
ser realizada a qualquer momento, portanto, ao Poder Judiciário, bem como ao Poder 
Legislativo, não cabe esta tarefa. Excepcionalmente, o Poder Judiciário e o Poder 
Legislativo, quando estejam exercendo função administrativa, podem revogar seus 
atos administrativos. 
Tem-se que, a Administração Pública, quando exerce sua atribuição de revogação dos 
atos administrativos, não pode sofrer interferência do Poder Judiciário, pois a este não 
é admitido qualquer juízo de valoração. O Poder Judiciário somente pode anular o ato 
administrativo ilegítimo. 
Assim, o objeto da revogação é aquele ato válido que se tornou inconveniente ou 
inoportuno ao sistema jurídico, sendo este o seu motivo. Destaca-se, quanto aos 
efeitos da revogação, que esta não atinge os efeitos passados que foram produzidos 
pelo ato, tendo efeitos “ex nunc”, ou seja, produz efeitos a partir do presente. 
Além disso, cumpre destacar que a revogação pode ser expressa ou tácita, ou seja, é 
expressa quando a Administração Pública declara que o ato está revogado e tácita, 
quando a Administração Pública dispõe a respeito de uma situação de maneira 
incompatível com outra já existente, devendo ser respeitada a hierarquia e a forma do 
ato revogando. 
No que tange aos atos vinculados, verifica-se, porém, um limite ao poder de revogar, 
pois, em tais atos, não existe o poder de escolha na conveniência e oportunidade, 
sendo que caberá indenização pelos danos causados caso haja revogação nesse 
sentido. Quanto aos atos consumados, também não cabe a revogação, tendo em vista 
que estes já foram exauridos. Com relação aos atos que criam direito adquirido 
também não caberá, pois são preservados pelo artigo 5º, XXXVI, da Constituição 
Federal, sendo inatingíveis. 
Ao contrário da revogação, a invalidação é o ato administrativo praticado em 
desconformidade com o ordenamento jurídico, devendo ser extinto. 
Referido ato deve ser desconstituído pela Administração Pública por afrontar o 
ordenamento, tendo efeitos “ex tunc”, com a pretensão de retirar os efeitos que 
foram produzidos pelo ato até o momento da invalidação e impedir que continua 
produzindo efeitos, sendo que a Administração Pública poderá invalidar de ofício ou 
pela provocação de qualquer interessado. 
Ressalta-se que nada impede que o Poder Judiciário anule atos administrativos, 
proferindo sentença que fundamente a desconformidade do ato com o Direito, pois o 
artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal dispõe que “a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Um ponto relevante a ser considerado é a questão da obrigatoriedade ou não da 
Administração de invalidar um ato administrativo. Ao verificar a ilegalidade de um ato, 
ou seja, a sua desconformidade com o ordenamento jurídico, a Administração deve, a 
princípio, anulá-lo, em respeito ao Princípio da Legalidade. Porém, não é impossível o 
aparecimento de situações em que a Administração Pública deixe de invalidá-lo por 
motivo de interesse público e em virtude da gravidade do vício, pois, em determinados 
momentos, o instituto da invalidação traria prejuízos muito maiores se fosse aplicado. 
Há diversas correntes doutrinárias que dispõem a respeito dos atos inválidos no direito 
administrativo brasileiro, sendo a teoria de Seabra Fagundes a adotada e analisada no 
presente estudo, que classifica os atos administrativos em absolutamente inválidos, 
não produzindo qualquer efeito; relativamente válidos ou anuláveis, com efeitos 
passados que ainda persistem e os irregulares, com defeitos irrelevantes que 
permitem a convalidação. 
Primeiramente, no que diz respeito aos atos absolutamente inválidos, tem-se que 
estes são aqueles atos praticados de forma contrária ao que dispõe o ordenamento 
jurídico brasileiro, no que se refere à finalidade, forma, motivo e competência. Assim, 
em face do interesse público, somente as infrações muito graves é que levarão à 
nulidade absoluta dos atos. A nulidade terá efeitos retroativos à data da expedição do 
ato não permitindo a convalidação, sendo que a ação objetivando a nulidade absoluta 
do ato é imprescritível, podendo ser realizada a qualquer momento. 
Os atos relativamente válidos ou anuláveis são aqueles que possuem qualquer um de 
seus elementos em contrariedade ao ordenamento jurídico, sendo relativamente 
inválidos ou anuláveis em observância ao Princípio do Interesse Público, pois este será 
melhor atendido com a permanência parcial dos efeitos do ato. 
Estes atos se diferenciam dos atos nulos em face da permanência de alguns efeitos 
pretéritos que foram produzidos pelo ato, após a declaração da anulabilidade. Esta 
deverá ser decretada dentro do prazo de 5 (cinco) anos, conforme o Decreto nº 
20.910, de 06/01/1932, porém, conforme a consolidação da jurisprudência, no caso de 
ações pessoais, o prazo prescricional é de 5 (cinco) anos e no caso de ações reais é de 
20 (vinte) anos. No artigo 54 da Lei de Processo Administrativo Federal, é de 5 (cinco) 
anos o prazo para a Administração Pública anular seus atos, quando decorram efeitos 
favoráveis aos particulares. 
Por fim, quanto aos atos irregulares, são aqueles que possuem vícios irrelevantes, que 
não atingem os elementos essenciais do ato, aparecendo, geralmente, no defeito de 
forma, não prejudicando qualquer interesse. Portanto, podem ser convalidados. 
Com relação ao instituto da convalidação, este é utilizado para suprir a invalidade de 
um ato com efeitos “ex tunc”, tornando o ato perfeito. A convalidação irá aproveitar o 
ato administrativo, desde que este não seja absolutamente nulo. 
A convalidação, assim, só poderá ocorrer quando o ato administrativo tiver a 
possibilidade de ser produzido de forma válida no presente. Após a explanação a 
respeito dos institutos da revogação e da invalidação, cabe finalizar a presente 
exposição com breves apontamentos a respeito das diferenças entre os dois institutos. 
A primeira diferença encontra-se na verificação dos motivos, ou seja, na revogação, o 
ato deve ser retirado por motivo de inconveniência e oportunidade, sendo 
inicialmente válido, ao contrário do que ocorre com a invalidação, na qual o ato é 
retirado por estar em desconformidade com o ordenamento jurídico por motivo de 
ilegalidade, já nascendo com este vício. 
 
A segunda diferença é encontrada nos efeitos dos dois institutos. Na revogação os 
efeitos são “ex nunc”, não retroagem à data em que o ato foi expedido, enquanto que, 
na invalidação, os efeitos são “ex tunc”, ou seja, retroagem à data da expedição do 
ato. 
Por fim, destaca-se o critério dos sujeitos na diferenciação da revogação e da 
invalidação dos atos administrativos, pois, enquanto que na primeira somente é 
permitida a decretação pela própria Administração Pública, na segunda é possível a 
declaração tanto pela Administração Pública como pelo Poder Judiciário, por 
provocação. 
 
Bibliografia 
FAGUNDES, Miguel Seabra. O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder 
Judiciário. 3ª ed. Rio de Janeiro:Forense, 1957. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª ed. São 
Paulo: Malheiros, 2004. 
MORGADO, Almir de Oliveria. A Anulação ou Invalidação dos atos administrativos. 
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, X, n. 41, maio 2007.

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