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DIREITO PENAL - PRINCÍPIOS E APLICABILIDADE DA LEI PENAL

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DIREITO PENAL
DIA 01
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO PENAL
1. Conceito de Direito penal
1.1. Sob o aspecto formal ou estático: Direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais (crime ou contravenção), define os seus agentes e fixa as sanções penais (pena ou medida de segurança) a serem-lhes aplicadas.
1.2. Sob o aspecto material: direito penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à sua própria conservação e progresso.
1.3. Sob o aspecto sociológico ou dinâmico: o direito penal é mais um instrumento de controle social de comportamento. 
2. Categorias do Direito Penal
2.1. Direito Penal Substantivo: corresponde ao direito material, que cria figuras criminosas e contravencionais;
2.2. Direito Penal Adjetivo: seria o direito processual, instrumentaliza a atuação do Estado diante de um crime.
3. Interpretação da Lei Penal
O ato de interpretar é, necessariamente, feita por um sujeito que, empregando determinado modo, alcança um resultado.
3.1. Quanto ao Sujeito
· Autentica ou Legislativa: é aquela fornecida pela própria lei;
· Doutrinária: é aquela feita pelos estudiosos;
· Jurisprudencial: é aquela feita pelos tribunais.
3.2. Quanto ao Modo:
· Literal ou gramatical: busca o modo literal das palavras;
· Teleológica ou finalista: busca a finalidade da lei;
· Histórica: indaga a origem da lei;
· Sistemática: interpretação em conjunto;
3.3. Quanto ao Resultado:
· Declarativa: corresponde àquilo que o legislador quis dizer;
· Restritiva: o legislador disse mais do que queria;
· Extensiva: o legislador disse menos do que queria.
4. Interpretação Analógica
É uma forma de INTERPRETAÇÃO. Existe norma para o caso concreto. Utilizam-se exemplos seguidos de uma fórmula genérica para alcançar outras hipóteses.
É possível sua aplicação no direito penal in bonan e in mallan partem.
5. Analogia 
É forma de INTEGRAÇÃO do direito. Não existe norma para o caso concreto.
PRINCIPIOS GERAIS
Conceito de Princípios
Princípios são valores fundamentais que inspiram a criação e a aplicação do direito penal. Possuindo a FINALIDADE de limitar o poder punitivo do Estado.
1. Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade
Tem origem remota em 1215, na Inglaterra, na Magna Carta do Rei João Sem Terra.
1.1. Previsão Normativa
Art. 1º do CP. Não há crime sem lei anterior que o defina. Nem pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
OBS. Ele é uma cláusula pétrea, logo, não pode ser abolido.
1.2. Fundamento Jurídico
Taxatividade, certeza ou determinação da lei penal. Ou seja, a lei penal deve descrever, com precisão o conteúdo mínimo da conduta criminosa.
OBS.1. O efeito lógico dessa taxatividade no Direito Penal é a proibição da analogia in malan partem.
OBS.2. Homofobia e Transfobia. Quando o STF criminalizou, deu essa interpretação conforme a constituição, entretanto ficou muito questionável.
Homofobia e Transfobia é punir a pessoa pelo simples fato de sua escolha sexual. O STF equiparou a Homofobia e Transfobia ao Racismo, dizendo ser uma hipótese de “racismo social”, visto a omissão do legislativo, aplicando as disposições da lei 7716/89, entretanto esta lei não fala de orientação sexual ou gênero e sim de raça, cor, etnia. Vê-se, com isso, que o STF pegou uma lei e aplicou a um caso semelhante.
Na omissão do legislativo, o STF, para proteger uma situação, abriu mão de um valor fundamental no direito penal, que é não admitir a analogia in malan partem.
1.3. Fundamento Jurídico
É a proteção do ser humano contra o arbítrio do Estado.
OBS. Franz Von Liszt dizia que o Código Penal é a “carta magna do delinquente”.
O código penal existe muito mais que para punir as pessoas, mas sim para protege-las da ingerência do Estado.
1.4. Princípio da Reserva Legal e Medidas Provisórias
Crimes e Penas SOMENTE podem ser criadas por lei.
Medidas Provisórias NÃO PODEM ser criadas para prejudicar o réu;
Já, EM BENEFÍCIO do réu, há doutrinadores que dizem que sim, entretanto a CF veda expressamente (art. 62, §1º, b).
1.5. Princípio da Reserva Legal e da Legalidade.
· Reserva Legal. Consta do art. 5º, XXXIX, CF, exige lei em SENTIDO ESTRITO.
OBS. Lei em Sentido Estrito subdivide-se em FORMAL – que é aquela criada respeitando o processo legislativo previsto na CF e Lei em sentido MATERIAL – que trata sob conteúdo constitucionalmente reservado a lei.
· Legalidade. Consta no art. 5º, II, exige lei em SENTIDO AMPLO.
1.6. Os mandados de criminalização e suas espécies.
São ordens emitidas pela CF ao legislador ordinário, no sentido da incriminação de determinados comportamentos. Podem ser expressos ou tácitos.
2. Princípio da Anterioridade.
A lei penal deve ser prévia ao dato cuja punição se pretende.
2.1. Previsão Normativa
Art. 1º do CP. Não há crime sem lei anterior que o defina. Nem pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
2.2. Efeito Normativo.
Tempus Regit Actum. A lei penal não retroage, salvo em benefício do réu. (art. 5º, XL, CF).
2.3. Princípio da Anterioridade e Vacatio Legis
Não há crime quando o fato é praticado durante o prazo de Vacatio, em respeito ao Princípio da Anterioridade.
3. Princípio da Alteridade.
Não há crime na conduta que prejudica somente quem há praticou. Ninguém comete crime quando comete um mal apenas a si próprio, ou seja, este mal tem que ultrapassar a pessoa do agente. Logo, conclui-se que AUTOLESÃO não é crime no Brasil pelo princípio da Alteridade.
4. Princípio da Lesividade ou Ofensividade.
Só há crime quando a conduta é capaz de lesar ou colocar em perigo um bem jurídico penalmente tutelado.
OBS. Esse Princípio se relaciona com o Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos.
OBS.1. E o que é Bem Jurídico? É o valor ou interesse relevante para a manutenção e o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade. Saliente-se que, nem todo bem jurídico é bem jurídico penal.
OBS.2. Teoria Constitucional do direito penal. A criação de crimes e a cominação de penas, só é legítima quando se tutela valores consagrados na CF.
OBS.3. A Espiritualização de Bens Jurídicos no Direito Penal. Também chamada de Liquefação ou desmaterialização de bens jurídicos. 
Na origem do direito penal, este apenas se ocupava com os crimes de dano, envolvendo bens jurídicos individuais. Logo, a espiritualização de bens jurídicos é antecipar a atuação do direito penal para não esperar o dano, para punir também o perigo contra os bens jurídicos difusos e coletivos. (Perigo seria a probabilidade de dano).
5. Princípio da Proporcionalidade.
Também chamado de Razoabilidade.
5.1. Dupla face do princípio da proporcionalidade.
· Proibição do excesso – Garantismo negativo.
· Proibição da proteção deficiente – garantismo positivo.
· Garantismo positivo + Garantismo negativo= garantismo integral.
· NÃO SÃO ACEITOS NO BRASIL: 
· Garantismo Monocular – olha apenas para um lado;
· Laxismo penal – solta tudo.
5.2. Espécies de proporcionalidade.
a) Legislativa ou Abstrata: é aquela endereçada ao legislador, no momento da cominação da pena;
b) Judicial ou Concreta: é aquela efetuada pelo magistrado, no momento da aplicação da pena;
c) Executória ou Administrativa: é aquela efetuada pelo Estado, no momento do cumprimento da pena.
6. Princípio da Responsabilidade Penal pelo Fato.
· Direito Penal do Fato: é o direito penal moderno, é aquele que se preocupa com o fato típico, ilícito praticado pelo agente, pouco importando as condições do agente.
· Direito Penal do Autor: é aquele que vai rotular, estereotipar determinadas pessoas.
7. Princípio da Intervenção Mínima.
Também chamado de princípio da necessidade. É quando o direito penal só deve ser utilizado, quando for realmente necessário para a proteção dos bens jurídicos, ou seja, quando os bens jurídicos não puderem ser tutelados por outros ramos do direito. Logo, entende-se quesomente protege os bens jurídicos mais importantes.
7.1. Divisões do princípio da Intervenção Mínima.
a) Fragmentariedade: o direito penal é a última etapa da proteção dos bens jurídicos.
a.1. Fragmentariedade as avessas: Manifesta-se no momento da “abolitio criminis”. Com a evolução da sociedade, revoga-se tipos penais que antes eram aplicados.
b) Subsidiariedade: O direito penal funciona como “ultima ratio”. Direito Penal como “soldado de reserva”.
8. Princípio da Intranscedência ou Pessoalidade.
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. (art. 5º, XLV, CF)
9. Princípio da Insignificância
Surge no direito romano “de minimus non curat pretor” os tribunais não cuidam do que é mínimo.
No direito penal, surge em 1970 com Claus Roxin, o princípio da Insignificância, que está intimamente ligado com o Funcionalismo Penal. Diz Roxin: “o direito penal não deve se ocupar com condutas insignificantes, ou seja, de condutas incapazes de lesar ou colocar em perigo de lesão o bem jurídico tutelado pela norma”.
A FINALIDADE do Princípio da Insignificância é promover uma interpretação restritiva da lei penal. Ou seja, este princípio vem para limitar o alcance da norma penal.
9.1. Natureza Jurídica.
É uma causa supralegal de exclusão da tipicidade.
9.1.1. Tipicidade Penal
Tipicidade Penal = Tipicidade Formal + Tipicidade Material.
· Tipicidade Formal – é o mero juízo de adequação entre o fato e a norma.
· Tipicidade Material – é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico.
9.2. Requisitos.
9.2.1. Requisitos Objetivos: diz respeito ao fato praticado.
a) Mínima ofensividade da conduta;
b) Ausência de periculosidade social da ação;
c) Reduzido grau de reprovabilidade da conduta;
d) Inexpressividade da lesão jurídica.
9.2.2. Requisitos Subjetivos: diz respeito ao agente e a vítima.
a) Condições pessoais do agente:
a.1. Reincidente:
 STF – prevalece a não aplicação; 
 STJ – prevalece a aplicação;
a.2. Criminoso habitual:
 não se aplica
a.3. Militares
 não se aplica
b) Condições da Vítima:
b.1. condições da vítima e valor sentimental do bem.
9.3. Insignificância Imprópria ou Bagatela Imprópria
Funciona como causa supralegal de extinção da punibilidade.
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
1. Funcionalismo Penal
É um movimento doutrinário que surge na Alemanha na década de 70 e rapidamente se espalha pelo mundo, com objetivo de descobrir qual é a função do direito penal.
1.2. Características Fundamentais
a) Proteção dos bens jurídicos;
b) Flexibilidade na aplicação da norma penal;
c) Prevalência do operador do direito penal frente ao legislador
1.3. Espécies;
a) Funcionalismo moderado, dualista ou de política criminal: Claus Roxin (racional-teleológico):
· Moderado: Roxin diz que o direito penal tem limites, estes que são impostos pelo próprio direito penal, mas como também pelos demais ramos do direito e pela própria sociedade.
· Dualista: por que o direito penal é um sistema próprio de regras e valores, mas ele interage com os demais ramos do direito;
· De política criminal: o direito penal é mais um escravo/instrumento para ajudar a sociedade a resolver seus problemas;
· Racional-teleológico: racional porque leva em conta a razão/bom senso/ razoabilidade; teleológico porque busca uma finalidade, que é ajudar a sociedade a enfrentar seus problemas.
b) Funcionalismo radical, monista ou sistêmico: Gunter Jackobs.
· Radical: porque o direito penal só deve respeitar os limites que são impostos pelo próprio direito penal;
· Monista: porque o direito penal é um sistema próprio de regras e valores que independem dos demais ramos do direito;
· Sistêmico: o direito penal é um sistema e apresenta três notas fundamentais:
· Autônomo: tem suas próprias regras;
· Autorreferente: todos os conceitos que o direito penal necessita ele busca nele próprio;
· Autopoiético: é um sistema que se renova por conta própria.
2. Direito de Intervenção/Intervencionista (Winfried Hassemer).
Busca proporcionar o direito penal mínimo. Hassemer diz que o direito penal cresceu demais, está saturado, ou seja, com o propósito do direito penal de abraçar o mundo, não abraça nada. Hassemer propõe deixar no direito penal aquilo que ele chama de núcleo fundamental e o que estaria neste núcleo fundamental? Os crimes de dano e perigo concreto contra bens jurídicos individuais.
Hassemer propõe transferir para o direito de intervenção os crimes de perigo abstrato, e mesmo de dano, perigo concreto e dano contra bens difusos e coletivos.
Para o direito de intervenção, o que hoje é crime no direito penal, deixa de ser crime, assume um papel administrativo, são sanções impostas pela administração pública.
3. Velocidades do Direito Penal.
a) 1ª Velocidade: é o direito penal da prisão. É um direito penal garantista.
b) 2º Velocidade: é o direito penal sem prisão. (penas alternativas). Este, garante uma flexibilização dos direitos e garantias fundamentais.
4. Direito Penal do Inimigo
Sistematizado por Gunter Jackobs, na década de 80, surgindo na ideia do medo.
4.1. Base filosófica.
a) Rousseau, “ o contrato social”: quando decidiu viver em sociedade, abriu-se mão de parte da liberdade em troca do bem comum. Ora, se uma pessoa não se comporta como cidadão, se esta se comporta como inimigo, ele tem que ser eliminado dessa sociedade.
b) Kant, “a metafísica dos costumes”: aquele que quer destruir a sociedade/estado, deve ser destruído.
c) Hobbes, “o leviatã”: quem é o leviatã? É aquele ser supremo que é atacado mas nunca é vencido, sempre vence no fim, o bem vencendo o mal.
4.2. Quem é o inimigo no direito penal?
O criminoso divide-se em: cidadão e inimigo.
Como alguém nasce cidadão e torna-se inimigo? O cidadão pode praticar crimes graves, repeti-los, virar criminoso habitual, que continua sendo cidadão. Entretanto, se este, faz parte de uma organização criminosa ou é terrorista, torna-se inimigo.
Conclusão 1. Todo criminoso é inimigo? Claro que não, poucos criminosos são classificados como inimigos.
Conclusão 2. Não precisa cumprir o “ritual” de passagem por crimes menores.
4.3. Efeitos da aplicação do direito penal do inimigo.
Jackobs vai dividir o direito penal em dois: O direito penal do cidadão e o direito penal do inimigo.
A grande maioria das pessoas, inclusive dos criminosos pertencem ao direito penal do cidadão, este é:
· Garantista: pois respeita os direitos e garantias do cidadão previstos na CF e nas leis.
· Retrospectivo: é um direito penal que olha para o passado;
· Se baseia na culpabilidade do agente;
· Direito penal do fato.
Já o direito penal do inimigo, por sua vez, é:
· Autoritário: elimina direitos e garantias do ser humano;
· Prospectivo: olha para o futuro, é punido por aquilo que pode vir a fazer;
· Se baseia na periculosidade do agente;
· Direito penal do autor.
4.3.1. Características.
a) Antecipação da tutela penal
O direito penal do inimigo pune os atos preparatórios com a mesma pena do crime consumado.
c) Prova
O principal meio de prova é a confissão. Podendo o Estado se valer do “interrogatório severo”, ou seja, a tortura.
d) Aplicação de penas indeterminadas
A pena será aplicada enquanto o inimigo demonstrar periculosidade.
e) Fortalecimento das instituições policiais.
4.4. 3ª Velocidade do direito penal.
É um misto das duas anteriores. O Estado responde de forma mais intensa.
1. TEMPO DO CRIME
Artigo 4º do CP: considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão ainda que outro seja o momento do resultado.
1.1. Teoria adotada: 
Teoria da ATIVIDADE
1.2. Teoria da Atividade Vs Prescrição
Artigo 111, I, CP: A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I. do dia em que o crime se consumou
ADVERTÊNCIA: PARA FINS DE PRESCRIÇÃO, O CP ADOTA A TEORIA DO RESULADO.
1.3. Súmula 711, STF
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou a permanência.
1.3.1. Crime Permanente
É aquele que a sua consumação se prolonga no tempo, pela vontade do agente.
OBS.1. A prisão em flagrante é possível a qualquer tempo, enquantodurar a permanência.
OBS.2. A prescrição só começa a fluir a partir da data em que cessar a permanência.
2. LUGAR DO CRIME
Artigo 6º, CP.: considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
2.1. Teoria Adotada
Teoria da Ubiquidade
2.2. Crimes à distância Vs Crimes Plurilocais
· Crimes à distância ou de espaço máximo, acontece em países diversos, a questão em jogo é a soberania;
OBS.: nos crimes à distância, adota-se a teoria da UBIQUIDADE.
· Crimes plurilocais ou de espaço mínimo: a conduta e o resultado ocorrem em comarcas diferentes, a questão em jogo é a competência.
OBS.1.: Nos crimes plurilocais, adota-se o art. 70, caput, CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
OBS.2.: Os crimes plurilocais adota a teoria do resultado.
OBS.3.: Crimes plurilocais dolosos contra a vida adota-se a teoria da atividade.
Art. 5o - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1o - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 1984)
§ 2o - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei no 7.209, de 1984)
· Esse artigo só se aplica aos crimes a distância, ou crime de espaço máximo.
· Se aplica se foi cometido em parte no Brasil e em parte no estrangeiro.
· Não se aplica aos crimes plurilocais nacionais. Se em parte do território brasileiro e outra parte em outro local do território também brasileiro.
· O objetivo desse artigo é dizer se o crime aconteceu ou não no Brasil.
· O Crime ocorre no brasil se só a conduta for no Brasil, ou só o resultado ou possibilidade de consumação.
· A finalidade do artigo não é definir competência para julgar o processo. Note-se que o artigo está presente no Código Penal em “aplicação da lei”.
· Quando é plurilocal nacional, quem define competência do juízo é o art. 70 do CPP.
2.3. Extraterritorialidade
É a aplicação da lei penal brasileira a um crime que ocorreu fora do território brasileiro.
2.3.1. Extraterritorialidade Incondicionada
Art. 7o - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Princípio da Defesa) 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Princípio da Defesa)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Princípio da Defesa)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. (Princípio da Justiça Universal)
 “Bis In Idem”: Não caracteriza, de acordo com a exegese do artigo 8º do CP.
Art. 8o - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Exemplo: Foi condenado a 15 anos na Itália e 15 anos no Brasil. Cumpriu 13 anos na Itália. É extraditado para o Brasil e cumpre 2 anos aqui.
2.3.2. Extraterritorialidade Condicionada
Art. 7o - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Princípio da Justiça Universal)
b) praticados por brasileiro; (Princípio da personalidade ativa.)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 2o - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3o - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
1. LEI PENAL EM BRANCO
Toda norma penal incriminadora apresenta a seguinte estrutura:
a) Preceito Primário: é a definição da conduta criminosa. Ex.: art. 121, caput.
b) Preceito Secundário: é a pena cominada. Ex.: reclusão de 6 a 20 anos.
Se a norma detém o preceito primário e o preceito secundário completos, esta é chamada de norma perfeita.
Se a norma detém o preceito secundário completo, com a pena cominada, e o preceito primário depender de complementação, chama-se de norma penal em branco.
1.2. Espécies 
a) Homogênea ou Latu Sensu: o complemento tem a mesma natureza jurídica da norma penal a ser complementada, ou seja, o complemento é uma outra lei, é a lei penal sendo complementada por uma outra lei.
a.1) Homovitelina: quando uma norma do CP é complementada por outra norma do CP.
a.2) Heterovitelina: a norma penal e o seu complemento estão contidos em diplomas legislativos diferentes.
b) Heterogênea ou Strictu Sensu: quando a norma penal é complementada por um ato administrativo.
c) Ao Avesso ou Inversa: o preceito primário é completo e o preceito secundário é incompleto
d) Ao Quadrado: é aquela que depende de dupla complementação. A norma penal tem um complemento e seu complemento depende de complementação.
1. LEI PENAL NO TEMPO
1.1. Introdução: 
Princípio da Continuidade das Leis: uma lei continua em vigor até ser revogada por outra lei.
1.2. Conflito de Leis Penais no Tempo e Direito Penal Intertemporal.
Ocorre quando uma nova lei entra em vigor, revogando a anterior.
O Direito Penal Intertemporal é o conjunto de regras e princípios que solucionam o conflito de leis no tempo.
OBS. Regra geral é: “tempus regit actum”.
1.3. Lei penal Benéfica: Extratividade: retroatividade e ultratividade.
· Retroatividade: a lei alcança fatos pretéritos, ela volta no tempo para alcançar fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
· Ultratividade: continua aplicável, mesmo depois de revogada, se o fato foi praticado quando ela estava em vigor, alcança efeitos futuros.
1.3.1. Espécies da Lei Penal Benéfica: 
A) Abolitio Criminis: Art. 2º, caput, CP: ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
É a nova lei que torna atípico um fato até então considerado criminoso.
A.1) Natureza Jurídica: Causa de extinção da Punibilidade. ENTRETANTO, PERMANECEM OS EFEITOS EXTRAPENAIS.
A.2) Requisitos: 
- Revogação formal do tipo penal;
- Supressão material do fato criminoso.
OBS. Princípio da Continuidade Normativa: o tipo penal é formalmente revogado, mas aquela conduta passa a ser disciplinada por outro dispositivo penal. É um deslocamento geográfico do tipo penal ou transmudação topográfica do tipo penal.
	A.3) Abolitio Criminis Temporária: a lei penal deixa de ser aplicada durante um determinado prazo previsto pelo legislador.
B) Novatio Legis in Mellius: o crime continua existindo, mas a situação do réu vem a ser de qualquer modo, melhorada. É a chamada de “lex mitior” ou “Lei melhor”.1.4. Novatio Legis Incriminadora (Neocriminalização) e a Novatio Legis in Pejus
· Novatio Legis Incriminadora é a nova lei que cria um crime que até então não existia;
· Novatio Legis in Pejus é a nova lei que de qualquer modo prejudique o agente.
· Ambas NÃO RETROAGEM.
1.5. Combinação de Leis Penais (lex tertia)
Teoria da ponderação unitária ou global – aplica-se toda a lei nova ou toda a lei velha, a combinação delas NÃO É POSSÍVEL.
1.6. Lei Temporária e Lei Excepcional (art. 3º, CP)
A) Lei Temporária: é aquela que tem “prazo de validade”. Ex.: Lei da Copa
B) Lei Excepcional: é aquela, cuja duração está condicionada a uma situação anormal.
OBS.1. Essas leis são AUTORREVOGÁVEIS;
OBS.2. São dotadas de ULTRATIVIDADE.
1. CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Significa que, quando há um único fato praticado pelo agente, duas ou mais normas penais se revelam aparentemente aplicadas.
2. Avocação
É uma matéria relacionada à interpretação da lei penal.
3. Requisitos
3.1. Unidade de Fato
3.2. Pluralidade de normas aparentemente aplicáveis
3.3. Vigência simultânea de todas as normas
4. Finalidades
a) Evitar o “Bis in Idem”
b) Manter a unidade e a coerência do sistema jurídico penal.
5. Solução do Conflito Aparente de Normas
a) Princípio da Especialidade: norma especial afasta a aplicação da norma geral. 
b) Princípio da Subsidiariedade: a norma primária afasta a norma subsidiária
· Norma Primária: é aquela que prevê o crime mais grave
· Norma Subsidiária: é aquela que prevê o crime menos grave. É o “soldado de reserva”
b.1) Espécies de Subsidiariedade
· Subsidiariedade expressa: a própria norma penal se declara subsidiária, ou seja, somente é aplicada se o fato não constituir crime mais grave.
· Subsidiariedade tácita
c) Princípio da Consunção/absorção: a norma consuntiva exclui a aplicação da norma consumida. Punir o todo, também pune a parte.
c.1) Hipóteses:
Crime Progressivo: é aquele que para ser cometido, o agente deve antes, necessariamente também praticar um crime menos grave. Assim sendo, para chegar ao homicídio, o agente passa pela lesão corporal.
OBS. Fala-se em UNIDADE DE DOLO, pois desde o início o agente tinha o dolo de praticar o crime mais grave.
Progressão Criminosa: quando, no mesmo contexto fático, ocorre uma mudança de dolo.
d) Princípio da Alternatividade: espécies
· Alternatividade Própria: ocorre nos crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, tipos mistos alternativos.
· Alternatividade Imprópria: ocorre quando a mesma conduta é tratada por dois ou mais tipos penais.

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