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HANSENÍASE UMA DOENÇA ZOONOTICA MEDICINA VETERINÁRIA 2020 SAÚDE PÚBLICA VERSÃO FINAL

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HANSENÍASE: UMA DOENÇA ZOONÓTICA? 
 
Emily Cristina Cardoso Garcia1 
Henrique Pereira da Costa1 
Stefany Laisse Queiroz Sá1 
Caio Sérgio Pereira de Araújo1 
Thalita Athena de Souza Nogueira1 
Nailde de Paula Silva2 
RESUMO 
 
A Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo de Hansen 
(Mycobacterium leprae). A evolução depende de características do sistema imunológico da 
pessoa que foi infectada, apresentando múltiplas manifestações clínicas. A transmissão se dá 
entre pessoas, quando paciente não tratado elimina o bacilo pelas vias respiratórias. Ainda, 
pesquisas recentes na região amazônica descobriram que 62% dos tatus-galinha amostrados 
apresentaram sinais de exposição à bactéria que causa a hanseníase. O objetivo desse trabalho 
é descrever as características epidemiológicas, clínicas e sociais dos indivíduos com o 
diagnóstico, dos últimos cinco anos correntes (2015-2020) no estado de Roraima. Para isso, 
foi realizado uma pesquisa no site do DATASUS, utilizando uma ferramenta pública, online 
que tabula os casos de Hanseníase desenvolvida pelo Ministério da Saúde (TABNET-
DATASUS). Para obter informações precisas sobre a doença, levamos em consideração da 
última atualização do sistema em 2018. Durante esse período foram confirmados 1.454 casos 
novos no Brasil, já em Roraima foi observado que a hanseníase atingiu alguns municípios 
com maior frequência, como a cidade de Boa Vista com 253 e Rorainópolis com 81, em 
pessoas com faixa etária de 20 à 49 anos, não desconsiderando as pessoas mais de 60 anos 
que também são acometidas, assim como as crianças de 0 a 10 anos .Observou-se predomínio 
do gênero masculino com 73%. Levando em consideração a classificação operacional dos 
casos denota a predominância da forma Multibacilar em relação a Paucibacilar, com taxas 
de incidência significativa. Observamos que nos 5 anos do estudo a taxa de detecção são 
variáveis, em 2014 essa porcentagem foi de 8,54%, ou seja, um índice médio e 2019 tivemos 
10,6% dos casos novos diagnosticados com grau II de incapacidade física. Entre 2014 a 2018 
há uma heterogeneidade no indicador da proporção de cura, uma vez que a porcentagem 
oscila entre 69% a 81%. Quando analisamos a proporção de contatos intradomiciliares, 
Roraima alcançou o resultado no ano de 2019 com a taxa de detecção de 83,8%. Apesar de 
curável, a hanseníase ainda representa relevante problema de saúde pública, sendo o Brasil o 
segundo país mais endêmico no mundo. As altas taxas de incacapacidade de Grau II no estado 
indica que há falhas na detecção precoce desses casos. Ainda que o tabulador não nos permitiu 
tabular a procedência das pessoas afetadas (zona urbana ou rural) e a ficha da hanseníase não 
possuir no campo de investigação se o paciente consome carne de tatu, acreditamos que em 
Roraima a doença possa estar relacionada a esse fato, sendo cultural o consumo dessa carne 
pela população rural em outras partes do país com altas taxas da doença. Um estudo mais 
detalhado com a base completa do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) em 
Roraima seria necessário para comprovar essa hipótese. 
 Palavras chave: Hanseníase, TABNET e Roraima 
 
1 Acadêmica de Medicina Veterinária. E-mail: garciaemily074@gmail.com 
1 Acadêmica de Medicina Veterinária. E-mail: henrique.cos@gmail.com 
1 Acadêmica de Medicina Veterinária. E-mail: stefanylaisse@gmail.com 
1 Acadêmica de Medicina Veterinária. E-mail: caioaraujo2gmail.com 
1 Acadêmica de Medicina Veterinária. E-mail: thata.athena@gmail.com 
2 Professora Médica Veterinária. E-mail: nailde.silva@estacio.br

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