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Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Sistema circulatório Introdução O Sistema Circulatório é derivado da mesoderme e é constituído por dois outros sistemas denominados: Sistema Cardiovascular (SC) (responsável pelo transporte de sangue do coração para os demais tecidos do organismo) e o Sistema Linfático (SL) (responsável pela coleta da linfa, fluído tissular extracelular, devolvido ao SC.). Assim, o SL possui apenas uma direção de transporte (unidirecional) ao contrário do SC que a circulação atua em dois sentidos. Como já supracitado, nosso foco se trata do primeiro sistema, o qual será tratado abaixo. Sangue O tecido sanguíneo é composto pelo plasma (55%), leucócitos (1%) e eritrócitos (45%). Os elementos figurados do sangue: Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Vasculogênese e Angiogênese: Vasculogênese é a diferenciação de novo dos vasos sanguíneos a partir das células precursoras mesodérmicas. A angiogênese é a formação de novos vasos Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá sanguíneos por meio da migração e proliferação de células endoteliais a partir de vasos preexistentes. Artérias e Arteríolas (Características gerais) Artérias: São vasos transportadores do sangue que parte do coração (aorta) ao restante do organismo. O diâmetro das artérias parte de maior a menor até atingir a formação dos capilares, os quais suprem todas as regiões do corpo. Classificam-se em Artérias Elásticas (condução), Artérias Musculares (distribuição) e Arteríolas. 1. Artérias elásticas – Possuem uma grande quantidade de fibras elásticas na túnica média. Essa composição se faz necessária pela quantidade de pressão que estes tipos de artérias são submetidas. 2. Artérias musculares – Possuem uma grande quantidade de músculo liso na túnica média. Esses tipos de artéria são capazes de suportar grande pressão, mas também são capazes de regular o fluxo sanguíneo. Artéria muscular – A. Túnica íntima: Membrana elástica interna. B. Túnica média: Composta várias camadas de fibras musculares lisas. C. Túnica adventícia: Predomínio de fibras elásticas. B C A Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Artéria muscular – A. Túnica íntima: Membrana elástica interna. B. Túnica média: Composta várias camadas de fibras musculares lisas. C. Túnica adventícia: Predomínio de fibras elásticas. Arteríolas: As arteríolas são vasos terminais que regulam o fluxo sanguíneo para os capilares. Possuem mais ou menos a mesma estrutura das artérias de médio calibre, mas geralmente as membranas limitantes elásticas interna e externa estão ausentes. Também a túnica adventícia é pouco desenvolvida como evidencia a figura ao lado. A túnica intima das arteríolas é escassa e é representada por tecido conjuntivo fibroelástico com poucos fibroblastos. Em contrapartida da túnica adventícia e da íntima, a túnica média é bastante espessa e bem delineada, composta por uma camada de células musculares lisas. A B C Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Capilares Capilares são túbulos de diâmetro uniforme que medem aproximadamente 8 μm (variando de 5 a 10 μm). As paredes dos capilares são compostas por células endoteliais, uma lâmina basal associada, perícitos e uma camada adventícia fina de tecido conjuntivo que não aparece em torno dos capilares cerebrais. Não existe uma túnica média. Perícitos de capilares e de vênulas pós-capilares são células envoltas em lâmina basal que apresenta numerosos processos. Essas células são consideradas como células mesenquimatosas não diferenciadas que podem ser rapidamente estimuladas para a divisão mitótica e para que migrem em torno dos vasos ou para locais distantes. Perícitos podem desempenhar papel essencial no desenvolvimento e maturação dos vasos sanguíneos. Acredita-se que essas células se transformem em outros tipos celulares, em especial fibroblastos e células musculares lisas. Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Anastomoses arteriovenosas São conexões diretas entre arteríolas e vênulas sem que haja um leito capilar interveniente. Uma anastomose arteriovenosa altamente convoluta, circun-dada por uma cápsula de tecido conjuntivo, é chamada glomo. O vaso do glomo se caracteriza por numerosas células musculares epitelioides subendoteliais longitudinais circundadas por células musculares circularmente dispostas na média. Não há membrana elástica interna. Glomos são particularmente numerosos nos coxins digitais e no ouvido externo; têm função de termorregulação. Vênulas e veias (Características gerais) Em linhas gerais, as veias são os vasos sanguíneos que levam o sangue da circulação de volta ao coração. O começo do retorno venoso se dá por intermédio das vênulas, capilares da extremidade distal as quais conduzem o sangue aos órgãos e tecidos de volta pro coração. Desse modo, as vênulas (vasos bastante finos) lançam o seu conteúdo às veias maiores que retornam ao coração – e, assim, iniciando um novo ciclo circulatório. Cabe Salientar que, numericamente, existem mais veias e vênulas no organismo que artérias e arteríolas. Além disso, o calibre das veias e vênulas são maiores que nos vasos arteriais, logo, 70% do sangue do corpo se encontram nesses vasos venosos. Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá As veias podem são classificadas de acordo com o calibre em pequenas médias ou grandes: As vênulas são ainda subclassificadas em vênulas pós capilares e musculares. Elas recebem sangue dos capilares e apresentam diâmetro muito pequeno, de apenas 0 1 mm • As veias de pequeno calibre têm menos de 1 mm de diâmetro e são contínuas com as vênulas musculares • As veias de calibre médio representam a maioria das veias dessa categoria. São geralmente acompanhadas das artérias e têm diâmetro de até 10 mm • As veias de grande calibre têm geralmente diâmetro superior a 10 mm. Exemplos dessas veias incluem as veias cavas superior e inferior e a veia porta do fígado Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Vasos sanguíneos especializados: Muitos vasos sanguíneos possuem características estruturais que cumprem funções específicas na regulação do fluxo sanguíneo. Observamos aumento na espessura da parede em vasos submetidos a pressões sanguíneas incomuns, como artérias e veias do teto, veias da glande peniana e artérias coronárias. Por outro lado, ocorre redução na espessura da parede em áreas protegidas de baixa pressão, como o crânio (por exemplo artérias do cérebro, seios venosos durais), ossos e pulmões. Feixes musculares longitudinais que podem interromper o fluxo sanguíneo através do vaso ocorrem na túnica interna, tanto em artérias como veias do pênis, ovário e útero. Espessamentos circulares da túnica média das veias em forma de esfíncter desempenham funções semelhantes no intestino grosso, fígado e pele. O controle da frequência cardíaca e fluxo sanguíneo se dá por receptores sensitivos: A atividade do sistema cardiovascular é monitorada por centros especializados no sistema nervoso central (SNC) Receptores de nervos sensitivosespecializados, que suprem a informação aferente acerca da pressão arterial, estão localizados nas paredes dos grandes vasos sanguíneos, próximo ao coração e no próprio coração. As informações recebidas de todos os tipos de receptores cardiovasculares iniciam os reflexos fisiológicos apropriados. Os receptores funcionam da seguinte maneira: • Os barorreceptores (receptores de alta pressão) detectam a pressão arterial. Esses receptores estão localizados no seio carotídeo e no arco da aorta. • Os receptores de volume (receptores de baixa pressão) localizados nas paredes dos átrios e dos ventrículos percebem a pressão venosa central e fornecem ao SNC informações sobre a distensão cardíaca. • Os quimiorreceptores detectam alterações no oxigênio, na tensão de dióxido de carbono e no pH Esses receptores encontram se nos glomos carotídeos e para aórticos localizados na bifurcação das artérias carótidas comuns e no arco da aorta, respectivamente. Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Os glomos carotídeos consistem em cordões e grupos irregulares de células epitelioides as quais estão associadas a um rico suprimento de fibras nervosas. Os elementos neurais são tanto aferentes quanto eferentes A estrutura dos glomos para aórticos é essencialmente semelhante àquela dos glomos carotídeos. Ambos os receptores atuam nos reflexos neurais que ajustam o débito cardíaco e a frequência respiratória. O corpo carotídeo está envolto por uma cápsula de tecido conjuntivo No interior desses grupos celulares estão presentes dois tipos de células: células endócrinas granulares (células tipo I ou células quimioceptoras), que contêm muitos grânulos ricos em catecolaminas e serotonina, e células sustentaculares (células tipo II), que possuem poucos ou nenhum grânulo. As células sus- tentaculares revestem de maneira incompleta várias células endócrinas granulares. Terminais nervosos eferentes e aferentes não mielinizados fazem sinapses nas células endócrinas granulares. Mudanças na tensão de oxigênio e dióxido de carbono e do pH do sangue geram potenciais de ação nas fibras nervosas aferentes; esses potenciais de ação avançam até o sistema nervoso central e disparam respostas principalmente nos sistemas respiratório e cardiovascular. A área barroceptora do seio carotídeo é uma dilatação da artéria carótida interna, que se origina da artéria carótida comum. Os terminais são mecanoceptores que provocam bradicardia reflexa (uma redução na frequência cardíaca) e dilatação dos vasos sanguíneos esplâncnicos, quando estimulados por aumento da pressão arterial. Coração O coração é uma bomba do sistema cardiovascular composta por quatro câmaras: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. Além disso, esse órgão possui três camadas que constituem sua parede, homólogos à túnica íntima, média e adventícia, respectivamente, dos vasos sanguíneos. No coração, em ênfase, o tipo de tecido é muscular estriado esquelético, constituído por fibras denominadas miócitos, responsáveis pela contração muscular. Endocárdio O endocárdio se trata de uma camada formada por um endotélio simples e pavimentoso e por um tecido conjuntivo subendotelial o qual reveste o lúmen do coração. Assim, nessa camada, fazem parte as válvulas cardíacas bicúspide e tricúspide. Miocárdio O miocárdio é uma espessa camada média do coração composta por células musculares estriadas cardíacas. A zona miocárdica, apresenta feixes denominados: estrias do músculo cardíaco, as células que compõem esse músculo promovem a fixação do miocárdio ao esqueleto fibroso do coração, outras são especializadas para secreções endócrinas, e ainda outras são especializadas na geração da condução dos impulsos cardíacos (Fibras de Purkinje). Epicárdio Essa estrutura se trata da camada mais externa da parede do coração, constituída por um epitélio simples pavimentoso denominado mesentério. Torna-se importante salientar que nesta camada externa do coração há a presença de tecido conjuntivo frouxo com vasos coronários, nervos e gânglios e, também, gordura armazenada nesta superfície do coração. Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Sistema linfático Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá É parte integrante do sistema circulatório e do sistema de defesa. Esse sistema tem origem como uma rede de capilares linfáticos anastomosantes no tecido conjuntivo do organismo. Os capilares têm continuidade com vasos linfáticos mais calibrosos que atravessam pelo menos um linfonodo em seu caminho para dutos coletores maiores, que drenam a linfa no sistema venoso. Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá Histologia Animal Medicina Veterinária Prof. Dra. Mariana Cavalcante e Almeida Sá
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