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Amamentação e imunização neonatal

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Tutoria 2 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
 
 
 
 
 
 
Conhecer os tipos de aleitamento 
 
> ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: É muito importante conhecer e utilizar as definições de 
aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas 
no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007a). Assim, o aleitamento materno 
costuma ser classificado em: 
o Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto 
da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, 
com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, 
suplementos minerais ou medicamentos. 
o Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, 
água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e 
fluidos rituais. 
o Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou 
ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 
o Aleitamento materno complementado: quando a criança recebe, além do leite 
materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, 
e não de substituí-lo. 
o Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros 
tipos de leite. 
 
Compreender os benefícios e contraindicações do aleitamento materno 
> Vantagens do aleitamento materno para o bebê 
o Evita mortes infantis: graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que 
protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crianças amamentadas. 
Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças 
menores de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníveis. Segundo estudo de 
avaliação de risco, no mundo em desenvolvimento poderiam ser salvas 1,47 milhões de 
vidas por ano se a recomendação de aleitamento materno exclusivo por seis meses e 
complementado por dois anos ou mais fosse cumprida. Nenhuma outra estratégia 
isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de 
crianças menores de 5 anos. A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior 
quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade por doenças infecciosas é seis vezes 
maior em crianças menores de 2 meses não amamentadas, diminuindo à medida que 
a criança cresce, porém ainda é o dobro no segundo ano de vida. 
o Evita diarreia: há fortes evidências de que o leite materno protege contra diarreia, 
principalmente em crianças mais pobres. É importante destacar que essa proteção 
pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança 
amamentada água ou chás, prática considerada inofensiva até pouco tempo atrás, 
pode dobrar o risco de diarreia nos primeiros seis meses. Além de evitar a diarreia, a 
amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças não 
Amamentação e imunização 
neonatal 
 
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amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia 
quando comparadas com as amamentadas. 
o Evita infecção respiratória: assim como ocorre com a diarreia, a proteção é maior 
quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses. Além disso, a 
amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória. 
o Diminui o risco de alergias: estudos mostram que a amamentação exclusiva nos 
primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de 
dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes. A 
exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece 
aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso é importante evitar o uso 
desnecessário de fórmulas infantis. 
o Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes: há evidências sugerindo que 
o aleitamento materno apresenta benefícios em longo prazo. A OMS publicou 
importante revisão sobre evidências desse efeito. Essa revisão concluiu que os indivíduos 
amamentados apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas (-1,2mmHg e -
0,5mmHg, respectivamente), níveis menores de colesterol total (-0,18mmol/L) e risco 37% 
menor de apresentar diabetes tipo 2. A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos 
quatro meses) é considerada um importante determinante do Diabetes mellitus Tipo I, 
podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%. 
o Reduz a chance de obesidade: a maioria dos estudos que avaliaram a relação entre 
obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida 
constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido 
amamentadas. É possível também que haja uma relação dose/resposta com a duração 
do aleitamento materno, ou seja, quanto maior o tempo em que o indivíduo foi 
amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso/ obesidade. 
Entre os possíveis mecanismos implicados a essa proteção, encontram-se um melhor 
desenvolvimento da auto-regulação de ingestão de alimentos das crianças 
amamentadas e a composição única do leite materno participando no processo de 
“programação metabólica”, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho das 
células gordurosas ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. Foi 
constatado que o leite de vaca altera a taxa metabólica durante o sono de crianças 
amamentadas, podendo esse fato estar associado com a “programação metabólica” 
e o desenvolvimento de obesidade. 
o Melhor nutrição: por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes 
essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além 
de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite 
materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros 
seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de 
vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. 
o Efeito positivo na inteligência: há evidências de que o aleitamento materno contribui 
para um melhor desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudos conclui que as 
crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas 
com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Essa 
vantagem foi observada em diferentes idades, inclusive em adultos. Os mecanismos 
envolvidos na possível associação entre aleitamento materno e melhor 
desenvolvimento cognitivo ainda não são totalmente conhecidos. Alguns defendem a 
presença de substâncias no leite materno que otimizam o desenvolvimento cerebral; 
outros acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e à 
escolha do modo como alimentar a criança são os responsáveis. 
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o Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: O exercício que a criança faz para retirar 
o leite da mama é muito importante para o desenvolvimento adequado de sua 
cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é 
fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária. 
Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre com o uso de chupetas e 
mamadeiras, o assoalho da cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho do 
espaço reservado para a passagem do ar, prejudicando a respiração nasal. Assim, o 
desmame precoce pode levar à ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado, 
podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação 
dos sons da fala, ocasionar má-oclusão dentária, respiração bucal e alteração motora- 
oral. 
> Vantagens do aleitamento materno para a mãe: 
o Proteção contra câncer de mama: já está bem estabelecida a associação entre 
aleitamento materno e redução na prevalência de câncer de mama. Estima-se que o 
risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de duração de 
amamentação. Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença ou não 
de menopausa. 
o Evita nova gravidez: a amamentaçãoé um excelente método anticoncepcional nos 
primeiros seis meses após o parto (98% de eficácia), desde que a mãe esteja 
amamentando exclusiva ou predominantemente e ainda não tenha menstruado. 
Estudos comprovam que a ovulação nos primeiros seis meses após o parto está 
relacionada com o número de mamadas; assim, as mulheres que ovulam antes do sexto 
mês após o parto em geral amamentam menos vezes por dia que as demais. 
o Prevenção da hemorragia pós-parto: o aleitamento imediatamente após o nascimento 
favorece a dequitação placentária, promove a involução uterina, a perda de peso e 
diminui a hemorragia pós-parto. Reflexo de Fergusson. A sucção do mamilo estimula a 
liberação de ocitocina pela hipófise posterior, hormônio responsável pela contração da 
musculatura uterina. 
o Remineralizarão óssea: promove melhora da remineralização óssea pós-parto, com 
redução de fraturas do colo de fêmur no período pós-menopausa. 
o Proteção contra o diabetes tipo 2 Um trabalho norte-americano mostrou que mulheres 
que amamentam têm 15% menos incidência de desenvolver diabetes tipo 2 para cada 
ano de lactação, independente de outros fatores de risco para a doença. 
o Promove perda ponderal: o gasto energético de uma nutriz em aleitamento exclusivo: 
704 kcal/dia. 
o Economia e eficácia O leite materno é bom, barato e limpo. Estima-se que o gasto com 
fórmulas infantis nos primeiros seis meses de vida varie de 38% a 133% do salário-mínimo, 
sem contar os demais custos como mamadeiras, bicos e gás de cozinha. Diante do 
exposto conclui-se que todas as mães devem ser estimuladas a amamentar, mas nunca 
devem ser coercidas (obrigadas) a fazê-lo. Ao pediatra cabe a função de explicar à 
mãe todos os benefícios e vantagens do aleitamento para ela e seu filho e auxiliar na 
resolução das dúvidas/mitos/dificuldades inerentes ao processo inicial da 
amamentação. Entretanto, a decisão de praticá-la ou não sempre é da mulher, que 
deve ter autonomia para gerenciar seu próprio corpo. O médico não deve se prestar 
ao papel de juiz, determinando compulsoriamente a manutenção da lactação. 
o Promoção de vínculo afetivo entre mãe e filho: acredita-se que a amamentação traga 
benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, 
os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os 
laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de 
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segurança e de proteção na criança e de autoconfiança e de realização na mulher. 
Amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e 
uma oportunidade de a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e 
confiança. 
> CONTRAINDICAÇÕES 
o HIV 
- A transmissão do vírus HIV através do leite materno foi comprovada por diversos 
estudos e representa atualmente uma contraindicação à amamentação, inclusive 
em nosso país. 
- Em alguns países em desenvolvimento, o aleitamento materno pode ser vital para o 
lactente, tornando, segundo a OMS, aceitável o risco da transmissão do HIV, mesmo 
na presença de alta taxa de infecção endêmica. Nesses países, os riscos da não 
amamentação ou mesmo da alimentação artificial seriam piores que os da 
transmissão da doença... 
o HERPES 
- Lesões ativas na mama ou mamilo provocados por herpes (as mães não poderão 
amamentar durante o período ativo da doença. Uma vez tratada a doença, a 
amamentação poderá ser reiniciada). 
- MAES HTLV 1 E 2 POSITIVAS 
- O HTLV-1 está associado ao desenvolvimento de neoplasias e distúrbios neurológicos 
(ex.: paraparesia espástica tropical) na criança, com um risco de transmissão pelo 
leite materno de 13 a 22%. Portanto, mães soropositivas para HTLV-1 e 2 estão 
contraindicadas de praticar o aleitamento. 
- OBSERVAÇÃO: tuberculose ativa materna não é contraindicação a amamentação, 
desde que a mãe use máscara durante o período bacilífero e a criança receba 
quimioprofilaxia. 
o DROGAS 
- Drogas antineoplásicas e imunossupressoras. 
- Substâncias radioativas (suspensão temporária). 
- Derivados do ergot, em doses habituais para enxaqueca. 
- Outros: sais de ouro; ciclosporina; amiodarona; fenindiona e androgênios. 
o GALACTOSEMIA 
- A deficiência de GALT é a mais frequente e cursa com acúmulo de galactose no 
sangue e tecidos. 
- As principais manifestações clínicas são: baixo ganho ponderal, icterícia colestática, 
hepatomegalia com evolução para cirrose hepática, retardo mental, catarata e 
aumento da susceptibilidade a infecções principalmente sepse por E. coli. 
- A criança está impossibilitada de receber leite materno, de vaca e de cabra. 
- Apenas o leite de soja pode ser usado 
- Qualquer leite cuja fonte de carboidrato seja a lactose não poderá ser usado, pois a 
doença é caracterizada por uma deficiência em desdobrar a galactose, e 
consequentemente a lactose (= 1 molécula de galactose + 1 molécula de glicose). 
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- É a única doença da criança que contraindica completamente o aleitamento 
materno; nos outros erros inatos do metabolismo, tem-se permitido a amamentação, 
sob rígido controle clínico e laboratorial 
> CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS 
o CITOMEGALIA: 
- CMV passa através do leite materno e pode infectar o lactente em 2/3 dos casos. 
- Entretanto, como a infecção é assintomática e não deixa sequelas em RN a termo, 
não há contraindicação ao aleitamento materno para recém-nascidos a termo 
saudáveis. 
- Para RN < 32 semanas, que podem adquirir a doença citomegálica grave pelo leite 
materno, deve-se proceder ao congelamento a – 20ºC do leite materno para 
redução da carga viral, seguido de pasteurização (submissão a 62,5ºC por 30 
minutos) para que as partículas virais remanescentes sejam inativadas. 
o TUBERCULOSE PULMONAR: 
- O aleitamento materno é liberado, uma vez que o bacilo de Koch não é excretado 
no leite materno. 
- No caso de tuberculose pulmonar em atividade (mães não tratadas, ou em 
tratamento adequado por um período inferior a três semanas), a mãe bacilífera deve 
amamentar com a utilização de máscara em ambiente arejado. Deve ser 
administrada medicação profilática e não realizar a vacinação com BCG. 
- Com três meses de vida, realiza-se o teste tuberculínico, para avaliar a possibilidade 
de infecção e adoecimento. Se o PPD for não reator, o lactente não foi infectado, 
logo se interrompe o uso de isoniazida e vacina-se a criança com BCG. Se o PPD for 
reator (> 5 mm), deve-se procurar por sinais de adoecimento, pois a criança, muito 
provavelmente, foi infectada. Se assintomática, o uso de isoniazida deve continuar 
por mais três meses e ser suspenso com seis meses de vida. Não é necessário vacinar 
com BCG após esse período. Se sintomática, iniciar tratamento. Nas mães não 
bacilíferas, a amamentação prossegue sem alterações, e a vacinação BCG deve 
ser administrada ao bebê. A tuberculose extrapulmonar não contraindica o 
aleitamento. 
o HANSENÍASE: 
- Apenas em uma situação o aleitamento materno deve ser adiado temporariamente: 
mães com hanseníase virchowiana (em que a transmissão do bacilo também pode 
acontecer pelo leite materno) não tratadas, ou tratadas com tempo inferior a três 
meses com sulfona (ex.: dapsona ou clofazimina) ou três semanas com rifampicina 
não devem amamentar seus bebês até que o tratamento tenha completado o 
período mínimo necessário para controle da infecção. De qualquer forma, lesões em 
atividade na mama e hanseníase virchowiana são situações em que se deve 
ponderar com a família o risco/ benefício de manter o aleitamento, pois existe o risco 
teórico de transmissão da bactéria pelo leite materno. 
 
 
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o HEPATITE A: 
- Só deve ser preocupante se a mãe estiver na fase aguda; a criança deve ser 
amamentada, mas deve receber imunoglobulina humana padrão (0,02 a 0,04 ml/kg 
IM). 
o HEPATITE B: 
- O aleitamento materno não é contraindicado se a mãe é HbsAg positiva, uma vez 
que o maiorrisco de transmissão é intraparto. A conduta será o banho imediato do 
recém-nascido para retirada de secreções, vacinação anti-hepatite B e aplicação 
de imunoglobulina específica nas primeiras 12 horas. 
o HERPES SIMPLES: 
- A amamentação está contraindicada apenas quando as vesículas herpéticas 
estiverem localizadas na mama. 
o VARICELA: 
- As mães que apresentam varicela com início até cinco dias antes do parto passam 
anticorpos para o recém-nascido, que deverá ter uma forma leve de varicela. Assim 
não se indica a separação entre mãe e recém-nascido. 
- As mães com varicela iniciada cinco dias antes do parto ou até dois dias depois 
deverão ser isoladas do recém-nascido durante a fase contagiante, pois este poderá 
desenvolver forma grave de varicela. O leite deverá ser ordenhado e oferecido ao 
bebê. O contato mãe/filho deve ocorre apenas na fase de crostas. Deve-se 
administrar imunoglobulina específica (VZIG) ao recém-nascido. 
o DOENÇA DE CHAGAS: 
- O aleitamento será suspenso apenas na fase aguda da doença (alta parasitemia) 
OU se houver lesões sangrantes na pele do mamilo. Leptospirose, listeriose e 
brucelose. 
- As lactantes na fase aguda da doença poderão transmitir estes agentes bacterianos 
à criança, e, portanto, recomenda-se que neste período o leite seja ordenhado e 
pasteurizado. 
Apontar as dificuldades da amamentação e suas orientações 
> O início da amamentação deve ocorrer ainda na sala de parto, nas primeiras 1-4 horas de 
vida. 
> O recém-nascido permanece acordado e alerta por cerca de seis horas após o nascimento, 
dessa forma o contato com o seio materno na sala de parto desencadeia o mecanismo de 
lactação de forma mais rápida. Após esse período de seis horas, o lactente entra em sono 
profundo (“sono reparador”) por cerca de 12 horas, o que o impede de sugar a mama, 
gerando maior ansiedade para a mãe e dificuldades no processo de lactação. 
> Frequência 
o O esvaziamento gástrico do RN varia de 1-4 horas ao longo do dia. Portanto, as 
necessidades de mamadas variam também na mesma proporção, obedecendo a este 
tempo de esvaziamento gástrico. Por isso, o leite materno deve ser oferecido em livre 
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demanda, ou seja, quando ele quiser. O estabelecimento de horários para o 
aleitamento só gera ansiedade para a mãe. 
o O recém-nascido deve sugar a mama até esvaziá-la. O leite materno posterior, fruto da 
ejeção láctea, é duas a três vezes mais rico em lipídios que o primeiro leite (anterior), isto 
permite que o lactente fique mais nutrido, ganhe mais peso e aumente o intervalo das 
mamadas, chorando menos (mais saciado) e tranquilizando a nutriz. 
o Nos primeiros dias de vida, o colostro não sacia o recém-nascido como o leite maduro, 
logo mamadas frequentes e de curta duração são ideais, o que evita a sucção ineficaz. 
Com o crescimento da criança, o intervalo das mamadas aumenta. Ao final da primeira 
semana, RN saudáveis estarão tomando um volume de leite de 60-90 ml/mamada e 
terão uma frequência média de 8-12 mamadas/dia. 
o Um bom parâmetro para avaliar uma progressão de mamadas é a baixa perda de peso 
ao final da primeira semana e ganho de peso ao final da 2ª semana. Outras informações 
importantes além do ganho de peso, que traduzem boa amamentação são o período 
de sono de 2 a 4 horas entre as mamadas e a troca frequente de fraldas. O choro intenso 
não deve ser usado como indício indireto de lactação insuficiente, pois há outras de 
causas de desconforto para o bebê além da fome, como por exemplo, as cólicas e as 
fraldas sujas. 
> Mamas 
o As duas mamas são oferecidas em todas as mamadas. Como a criança suga mais 
vigorosamente a primeira mama, acaba por não esvaziar completamente a segunda, 
dessa forma, na próxima mamada essa mama que não foi completamente esvaziada 
deve ser oferecida em primeiro lugar. Alternando as mamas, facilitam-se o esvaziamento 
adequado e a instalação da lactação de forma eficiente em ambas as mamas, já que 
a produção láctea é independente entre as mamas. 
> Técnicas de Posicionamento e Pega 
o Há várias posições para amamentar, mas o importante é o conforto materno e a 
execução da técnica adequada. Ao oferecer o seio, o recém-nascido deve abocanhar 
toda a aréola, com a boca bem aberta e o lábio inferior evertido, com o queixo 
tocando a mama. Isso evita o aparecimento de fissuras e permite o esvaziamento dos 
seios lactíferos situados sob a aréola. 
o Para observar se o posicionamento e a técnica estão adequados, é necessário verificar 
a posição da mãe, que deve estar relaxada, confortável e bem apoiada. O bebê deve 
ter seu corpo voltado para a mãe, mantendo um eixo axial único, e sua boca deve estar 
centrada em frente ao mamilo, seus lábios devem estar virados para fora e sua língua 
sobre a gengiva inferior. Quando o bebê termina de se alimentar, o mamilo deve 
apresentar-se levemente alongado e redondo. Após a mamada, deve-se deixar a 
criança em posição mais elevada, para que ela possa expelir o ar que engoliu durante 
a amamentação. 
 
 
 
 
 
Tutoria 2 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
Conhecer a produção e a composição do leite materno 
 
> 1. Comando para as mamas 
 
o Com o nascimento do bebê e retirada da placenta, os níveis de estrógeno caem e, 
mais ou menos 48 horas após o parto, ocorre um pico na liberação de prolactina – 
hormônio responsável pela produção do leite materno. Isso acontece na parte anterior 
de uma região do cérebro chamada hipófise. 
> 2. Produção a todo vapor 
 
o Nesse processo, os lóbulos mamários – que se parecem com cachos de uva e estão 
localizados no final de canais conhecidos como ductos – começam a produzir e 
armazenar o leite materno. 
o Conforme o bebê suga o peito, estímulos nervosos fazem com que outra região da 
hipófise, a posterior, produza o hormônio ocitocina. Ele é responsável por contrair os 
lóbulos, o que ajuda a empurrar o leite com mais naturalidade pelos ductos até 
estruturas chamadas ampolas. 
 
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> 3. Pronto para consumo 
 
o Como as ampolas estão localizadas sob a aréola, é importante que o bebê faça 
a pega de forma correta – ou seja, ele não deve sugar apenas o bico, mas abocanhar 
toda a região. Assim, essas estruturas são comprimidas e conduzem o leite até a boca 
do pequeno. 
> O LH (leite humano) varia quanto a sua composição na forma diária e durante toda a 
lactância, proporcionando aos lactentes nutrientes e componentes específicos adequados a 
cada idade e situação. Desse modo, não existe técnica capaz de reproduzir artificialmente os 
efeitos completos e dinâmicos das substâncias bioativas presentes no leite humano (SILVA, et 
al, 2014).Especificamente para os bebês pré-termos, o aleitamento materno pode trazer mais 
algumas vantagens, pois as propriedades nutritivas e imunológicas do leite humano favorecem 
a maturação gastrintestinal, o fortalecimento do vinculo mãe-filho, aumento no desempenho 
neuropsicomotor, proteção antioxidante menor incidência de infecções, menor tempo de 
hospitalização e menor incidência de reinternações. (SASSA, et al, 2014). 
> De acordo com Krause (2005), os lactentes prematuros estão em alto risco nutricional em 
decorrência de reservas precárias de nutrientes, imaturidade fisiológica, enfermidades e as 
demandas de nutrientes necessárias para o crescimento, pois, sabe-se que a maioria das 
reservas de nutrientes fetais são depositadas durante os três últimos meses de gravidez, 
portanto, o lactente prematuro começa a vida em um estado nutricional comprometido. 
Ainda segundo este mesmo autor, o leite tipicamente começa a fluir dentro de 48 às 96h após 
o parto. Antes deste período, um líquido fino amarelo chamado colostro deve aparecer. Mais 
rico em proteínas e mais pobre em gordura e carboidratos do que o leite maduro, o colostro 
fornece aproximadamente 15 kcal/28 ml e é uma fonte rica em anticorpos. 
> No entanto, sabe-se que o leite humano de mães de neonatos a termo e pré-termo difereem 
sua composição, por isso, deve-se a preferência ao uso do leite da própria mãe para alimentar 
o seu filho prematuro. Os estudos revelam que o leite produzido pela mãe do neonato pré-
termo é mais concentrado em proteínas, sódio, cálcio, lipídeos, calorias, eletrólitos, minerais e 
várias propriedades antiinfecciosas (SILVA, et al, 2014). 
> Após o primeiro mês de lactação com leite pré-termo, este se assemelha ao leite materno 
termo. Porém, em alguns casos, mostrados em estudos, isso pode não ocorrer, ficando o leite 
de pré-termo com os níveis de proteína, cálcio, fósforo e vitamina D insuficientes para o 
crescimento ótimo desses bebês, surgindo, portanto, a necessidade de se acrescentar 
suplementos que forneçam maior dosagem desses compostos, mas essa suplementação ao 
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leite humano só ocorre após uma monitorização do prematuro e a identificação de real 
necessidade (SILVA, et al,2014). 
> Apesar da relevância do leite materno para o crescimento e desenvolvimento de recém-
nascidos prematuros e de baixo peso ao nascer, a amamentação ainda tem sido um desafio 
para os profissionais de saúde, sendo observado com frequência o desmame. Existem alguns 
fatores que favorecem o declínio da prática da amamentação em prematuros, dentre os 
quais: a falta de contato precoce entre mãe e filho, a ausência do estímulo à amamentação 
na sala de parto e a permanência prolongada do pré-termo na Unidade de Terapia Intensiva 
Neonatal (UTIN) (SANTOS, DITTZ, COSTA, 2012). Contudo, de acordo com Silva, et al, (2014), o 
leite humano ainda é considerado o melhor e mais completo alimento para os prematuros, 
devendo ser o alimento de escolha para estes bebês. 
 
Explicar o processo de introdução alimentar após os 6 meses e os perigos dessa introdução 
alimentar precoce 
 
> ESQUEMA ALIMENTAR 
o Até o 6º mês: aleitamento materno exclusivo. 
o 6º mês: aleitamento materno + papa de frutas (inicialmente 1x/dia e depois 2x/dia). 
o 6º ao 7º mês: aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) + uma papa 
salgada/dia (final da manhã). 
o 7º ao 8º mês: aleitamento materno + papa/ suco de frutas (2x/dia) + duas papas 
salgadas/dia (uma no final da manhã e outra no final da tarde). 
o 9º ao 11º mês: manter o esquema anterior, tornando a alimentação complementar mais 
próxima dos hábitos da família 
- Os primeiros alimentos a serem introduzidos são as frutas, na forma de papas ou sucos. 
Nenhuma fruta é contraindicada, a menos que a criança desenvolva algum tipo de 
alergia. 
- Não se deve oferecer um volume de suco de frutas maior que 240 ml/dia para que a 
ingestão de alimentos mais calóricos não seja prejudicada. 
- As dietas do desmame devem ser constituídas de um alimento básico e um ou mais 
alimentos do grupo complementar. 
- São considerados alimentos básicos os tubérculos e os cereais, sendo os demais grupos 
de alimentos. 
> O Ministério da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde (MS/OPAS) e a Sociedade 
Brasileira de Pediatria estabeleceram, para crianças menores de 2 anos, dez passos para a 
alimentação saudável: 
o Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou 
quaisquer outros alimentos. 
o Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, 
mantendo-se o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. 
o Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, 
leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno e 
cinco vezes ao dia se estiver desmamada. 
o Passo 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, 
respeitando-se sempre a vontade da criança. 
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o Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida 
com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, 
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. 
o Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos todos os dia. Uma alimentação 
variada é, também, uma alimentação colorida. 
o Passo 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. 
o Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras 
guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. 
o Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir 
armazenamento e conservação adequados. 
o Passo 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo a 
alimentação habitual e seus alimentos preferidos e respeitando sua aceitação. 
> Não há restrições à introdução concomitante de alimentos diferentes, mas a refeição deve 
conter pelo menos um alimento de cada um dos seguintes grupos: 
o Cereais ou tubérculos. 
o Leguminosas. 
o Carne (vaca, ave, suína, peixe ou vísceras, em especial o fígado) ou ovo; 
o Hortaliças (verduras e legumes). 
> OBSERVAÇÃO: 
o Alimentos industrializados (ex.: refrigerantes, chás, alimentos embutidos e congelados), 
aqueles que oferecem risco de broncoaspiração (ex.: pipoca, amendoim, milho 
cozido), os mais implicados no desenvolvimento de alergias (ex.: frutos do mar) e mel 
(pela presença de esporos de Clostridium. botulinum) devem ser evitados no primeiro 
ano. 
§ O ovo cozido pode ser introduzido após o sexto mês. 
§ É necessário lembrar que a introdução da alimentação complementar deve ser 
gradual (com todos os nutrientes), sob a forma de papas (alimentação de 
transição), oferecida com a colher. A colher deverá ter o tamanho adequado 
ao diâmetro da boca do lactente e ser preferencialmente de plástico ou de 
metal forrado com Teflon® ou emborrachado para evitar o contato metálico 
direto com a língua. 
§ A composição da dieta deve ser equilibrada e variada, fornecendo todos os tipos 
de nutrientes, desde a primeira papa. A oferta excessiva de carboidratos 
(especialmente os simples) e de lipídeos predispõe a doenças crônicas como 
obesidade e diabetes tipo 2. 
§ É importante oferecer água potável a partir da introdução da alimentação 
complementar porque os alimentos dados ao lactente apresentam maior 
quantidade de proteínas por grama e maior quantidade de sais, o que causa 
sobrecarga de solutos para os rins, que deve ser compensada pela maior oferta 
de água. De acordo com a DRI, dos 0 a 6 meses a quantidade de água 
recomendada deve ser de 700mL e dos 7 a 12 meses de 800 mL (incluindo leite 
materno, fórmula e alimentação complementar). 
> A recomendação pela OMS a respeito do período ideal de aleitamento materno exclusivo é 
de seis meses à livre demanda, uma vez que o leite materno de mães bem nutridas e saudáveis 
é capaz de satisfazer as necessidades nutricionais do bebê durante esse período inicial, 
isentando a necessidade da oferta de outros alimentos e bebidas. Ainda, a OMS orienta que 
qualquer outro alimento ou bebida ofertado nesse período é considerado como alimento 
complementar, ainda que seja leite de origem animal (OMS, 2004). O desmame precoce, 
termo esse incentivado pela OMS a ser substituído pelo termo "alimentação complementar" 
Tutoria 2 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
pode ocorrer por falta de informação ou desconhecimento da mãe. Muitas vezes as 
informações são repassadas de geração para geração, dentro das famílias, perpetuando 
hábitos nocivos, como se fossem saudáveis (Oliveira et al., 2005; OMS, 2004). Algumas mães e 
profissionais de saúde consideram o leite materno “fraco, seco ou insuficiente”. Também, o 
retorno das mães ao mercado de trabalho, oferta de bicos ou chupetas às crianças, 
atendimento puerperal efetuado no serviço privado, primiparidade, intercorrências/ 
dificuldades da amamentação e desinteresse materno pela continuidade da prática do 
aleitamento exclusivo são evidenciados como motivos para o desmame precoce (Salustiano 
et al, 2012; Azeredo et al; 2008). Os principais motivos que levam à complementação alimentar 
precoce (antes dos seis primeiros meses)são relacionados a fatores econômicos e culturais, 
associados à baixa idade materna, uso de fórmula infantil e fumo materno (Fewtrell et al., 2007). 
É comum a introdução alimentar precoce de inúmeros tipos de alimentos, variando desde 
água e chá, sendo esses os alimentos ofertados em maior proporção, até a oferta de frutas, 
leite não materno, açúcar, mel, espessantes, achocolatados, iogurtes, 11 cereais e tubérculos, 
carne bovina, frango ou peixe, ovos, hortaliça e feijão. Alimentos ultraprocessados também 
são introduzidos precocemente na dieta dos bebês, pois alguns são culturalmente associados 
à infância, como achocolatados, farinhas e derivados lácteos (Simon et al., 2009). 
> Apesar do reconhecimento a respeito da importância do aleitamento materno exclusivo até 
os seis meses vários estudos mostram que o momento e a quantidade de alimentos 
introduzidos durante a infância também tem sido considerados como aspectos relevante na 
atenção à saúde da criança, produzindo consequências que podem se perpetuar por toda 
a vida, como aumento do risco de desenvolver obesidade precocemente e comorbidades a 
elas associadas (Arenz e Kries, 2009). Também, risco aumentado de pneumonia, diarreia, 
carências nutricionais, diabetes, alergias problemas renais (Contarato et al., 2016; Simon et al., 
2009; Tarini et al., 2006; Oliveira et al., 2005; Vieira et al., 2004). 
 
Conhecer o calendário de vacinação PNI e os efeitos adversos das vacinas 
 
> O Programa Nacional de Imunizações tem avançado ano a ano para proporcionar melhor 
qualidade de vida à população com a prevenção de doenças. Tal como ocorre nos países 
desenvolvidos, o Calendário Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, 
mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Ao todo, são 
disponibilizadas na rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia nos recém-nascidos, 
podendo se estender por toda a vida. 
> As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças 
transmissíveis. Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um 
dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício. 
> O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, ofertando 45 
diferentes imunobiológicos para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas-
etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação. 
> Ao longo do tempo, a atuação do PNI alcançou consideráveis avanços ao consolidar a 
estratégia de vacinação nacional. As metas mais recentes contemplam a eliminação do 
sarampo e do tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras doenças 
imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental, Hepatite B, Meningites, Febre 
Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola e Caxumba em alguns Estados, bem como, 
a manutenção da erradicação da Poliomielite. 
> O PNI adquire, distribui e normatiza também o uso dos imunobiológicos especiais, indicados 
para situações e grupos populacionais específicos que serão atendidos nos Centros de 
Tutoria 2 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). É também de responsabilidade desta 
coordenação a implantação do Sistema de Informação e a consolidação dos dados de 
cobertura vacinal em todo o país. 
> Destacamos que o objetivo principal do Programa é de oferecer todas as vacinas com 
qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, tentando alcançar 
coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em todos os municípios e em todos os 
bairros. 
> O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde, com o apoio 
técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 
> Bcg: um nódulo avermelhado poderá surgir e poderá se tornar uma ferida, que logo será 
coberta por uma casquinha seca e se tornará uma cicatriz. Se isso acontecer é um bom sinal: 
a vacina fez efeito. Caso não ocorra, procure o pediatra e seu filho passará por um teste que 
apontará se o pequeno deverá ou não tomar outra dose. Febre e mal-estar são sintomas 
comuns neste caso. Lavar a região, normalmente, com água e sabão neutro até cicatrizar são 
indicações comuns nesse caso. 
> Hepatite B: A primeira dose da vacina contra a doença é aplicada, também, no primeiro dia 
de vida do bebê. O local escolhido para a aplicação, geralmente, é a coxa. Normalmente 
não há reação alérgica, somente 3% dos pequenos podem apresentar febre baixa, e ele 
poderá ficar mais irritado e sensível neste período. Não medique seu pequeno com 
antitérmicos antes de consultar o médico, que prescreverá a dose correta com base no peso 
do seu filho. 
> Tríplice DPT: Assim chamada pela obrigatoriedade das doses quando o pequeno completar 2, 
4 e 6 meses, a reação mais comum da vacina aplicada para evitar o aparecimento de difteria, 
tétano e coqueluche é o aparecimento de febre de intensidade variável no primeiro dia após 
a aplicação, que é feita no bumbum do bebê. A febre pode perdurar até o segundo dia e, se 
for muito alta, antitérmicos podem ser prescritos, além da recomendação de banhos mornos 
para atenuar a temperatura corpórea do pequeno. As nádegas do seu filho também poderão 
ficar dolorosas, avermelhadas, inchadas e até mesmo endurecidas. Pequenas compressas de 
água quente podem aliviar o desconforto e a dor. 
> Hib.: A vacina é aplicada em crianças com idade entre 6 e 12 meses: são 2 injeções com 
intervalo de 1 ou 2 meses seguidos de um reforço 1 ano após a segunda dose. Poucos bebês 
apresentam reação febril após a aplicação da Haemophilus influenzae b, utilizada para 
proteger contra a meningite tipo B. Normalmente, a aplicação é feita junto com a Tríplice DPT, 
também nas nádegas do pequeno. Entretanto, se o seu filho ficar febril, converse com seu 
médico sobre a utilização de antitérmicos. 
> Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): A dose única da vacina é dada quando o 
pequeno completa um ano de idade. A reação febril pode aparecer no intervalo de cinco a 
doze dias após a aplicação e pode variar de mínima a alta. Geralmente, os bebês também 
apresentam manchas vermelhas na região onde foi aplicada ou pelo corpo inteiro, que logo 
desaparecerão. Especialistas prescrevem o uso de antitérmicos para controlar a temperatura, 
caso haja febre alta. 
> Influenza: A vacina que imuniza contra os vírus da gripe (H1N1, H3N2 e B) deverá ser aplicada 
em crianças com a faixa etária de 6 meses a 5 anos de idade e não causam reações por serem 
produzidas com o vírus morto, o que justifica a impossibilidade da criança desenvolver gripe 
após a aplicação, apenas uma vermelhidão no local de aplicação. 
> De forma geral: 
Tutoria 2 – Módulo 1 – Eduarda Miranda 
o Reações locais: dor, vermelhidão, endurecimento, calor ou arroxeamento no local 
de aplicação da vacina. O uso de compressas de gelo no local, no dia da aplicação 
é, normalmente, suficiente. Essas reações podem ter duração de alguns dias, isso 
ocorrendo não há com o que se preocupar. 
o Em caso de dor intensa, o uso de analgésico, se autorizado por seu médico, é 
recomendado. 
o A reação local à BCG, com bolhas e ferida com saída de secreção, não deve ser 
tratada em hipótese nenhuma. Costuma surgir até 1 mês após a aplicação da 
vacina e desaparece espontaneamente. 
o Febre: Não é rara e pode acontecer depois da dose de diversas vacinas. Em 
princípio, o antitérmico não deve ser utilizado. Se a febre persistir e for muito alta, é 
muito importante consultar o pediatra, visto que o antitérmico pode atrapalhar o 
efeito da vacina. 
o Choro ou irritação leve: podem ocorrer principalmente quando aplicada à vacina 
tríplice. Ocorre no máximo no dia da vacinação. Não há o que fazer. Quadro de 
manchas vermelhas na pele: pode ocorrer 10 dias após a aplicação da vacina 
contra o sarampo ou tríplice viral. De maneira nenhuma significa a presençada 
doença, é de curta duração e não merece tratamento nem qualquer cuidado 
especial. 
o Convulsões ou choques alérgicos: são muito raros, nesses casos, ajuda médica deve 
ser procurada. É importante sempre informar sobre alergias já conhecidas na hora 
em que você vai se vacinar.

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