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guia_nbr5410-2004_o_setor_eletrico

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GUIA O SETOR ELÉTRICO DE GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRASNORMAS BRASILEIRAS
N N 
B B 
R R 
 5  5 
4 4 
1 1 
 0  0 
1111
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRASNORMAS BRASILEIRAS
N N 
B B 
R R 
 5  5 
4 4 
1 1 
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1313
ABNT NBR 5410:2004ABNT NBR 5410:2004
IINSTALAÇÕESNSTALAÇÕES ELÉTRICASELÉTRICAS DDEE BAIXABAIXA TENSÃOTENSÃO
014014
022022
057057
069069
117117
014014
031031
057057
090090
120120
014014
035035
058058
105105
121121
015015
037037
037037
060060
116116
125125
127127
 S  S UMÁRIOUMÁRIO
11 HHISTÓRICOISTÓRICO
22 OOBJETIVOSBJETIVOS,, CAMPOCAMPO DEDE APLICAÇÃOAPLICAÇÃO EE ABRANGÊNCIAABRANGÊNCIA
33 OORIGEMRIGEM DADA INSTALAÇÃOINSTALAÇÃO
44 AASPECTOSSPECTOS GERAISGERAIS DEDE PROJETOPROJETO
55 IILUMINAÇÃOLUMINAÇÃO
66 PPROTEÇÃOROTEÇÃO CONTRACONTRA CHOQUESCHOQUES ELÉTRICOSELÉTRICOS
77 PPROTEÇÃOROTEÇÃO CONTRACONTRA EFEITOSEFEITOS TÉRMICOSTÉRMICOS ( (INCÊNDIOSINCÊNDIOS EE QUEIMADURASQUEIMADURAS))
8 8 99PPROTEÇÃOROTEÇÃO CONTRACONTRA SOBRECORRENTESSOBRECORRENTES
9 9 99PPROTEÇÃOROTEÇÃO CONTRACONTRA SOBRETENSÕESSOBRETENSÕES
1010 PPROTEÇÃOROTEÇÃO CONTRACONTRA MÍNIMAMÍNIMA EE MÁXIMAMÁXIMA TENSÃOTENSÃO,, FALTAFALTA DEDE FASEFASE EE INVERSÃOINVERSÃO DEDE FASEFASE
1111 PPROTEÇÃOROTEÇÃO DASDAS PESSOASPESSOAS QUEQUE TRABALHAMTRABALHAM NASNAS INSTALAÇÕESINSTALAÇÕES ELÉTRICASELÉTRICAS DEDE BAIXABAIXA TENSÃOTENSÃO
1212 SSERVIÇOSERVIÇOS DEDE SEGURANÇASEGURANÇA
1313 SSELEÇÃOELEÇÃO EE INSTALAÇÃOINSTALAÇÃO DOSDOS COMPONENTESCOMPONENTES
1414 LLINHASINHAS ELÉTRICASELÉTRICAS
1515 DDIMENSIONAMENTOIMENSIONAMENTO DEDE CONDUTORESCONDUTORES
1616 AATERRAMENTOTERRAMENTO EE EQUIPOTENCIALIZAÇÃOEQUIPOTENCIALIZAÇÃO
1717 SSECCIONAMENTOECCIONAMENTO EE COMANDOCOMANDO
1818 CCIRCUITOSIRCUITOS DEDE M MOTORESOTORES
1919 CCONJUNTOSONJUNTOS DEDE PROTEÇÃOPROTEÇÃO,, MANOBRAMANOBRA EE COMANDOCOMANDO ( (QUADROSQUADROS DEDE DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO))
2020 VVERIFICAÇÃOERIFICAÇÃO FINALFINAL
2121 MMANUTENÇÃOANUTENÇÃO EE OPERAÇÃOOPERAÇÃO
2222 QQUALIDADEUALIDADE DADA ENERGIAENERGIA ELÉTRICAELÉTRICA NASNAS INSTALAÇÕESINSTALAÇÕES DEDE BAIXABAIXA TENSÃOTENSÃO
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRASNORMAS BRASILEIRAS
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   1   1
   0   0
1414
• A qualquer linha elétrica (ou ação) que não seja especicamente• A qualquer linha elétrica (ou ação) que não seja especicamente
coberta pelas normas dos equipamentos de utilização;coberta pelas normas dos equipamentos de utilização;
• As linhas elétricas xas de sinal, relacionadas exclusivamente à• As linhas elétricas xas de sinal, relacionadas exclusivamente à
segurança (contra choques elétricos e efeitos térmicos esegurança (contra choques elétricos e efeitos térmicos em geral) e àm geral) e à
compatibilidade eletromagnética.compatibilidade eletromagnética.
Entretanto, Entretanto, a a norma norma não não se se aplica aplica a:a:
• Instalações de tração elétrica;• Instalações de tração elétrica;
• Instalações elétricas de veículos automotores;• Instalações elétricas de veículos automotores;
• Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;• Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
• Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na• Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na
medida que não comprometam a segurança das instalações;medida que não comprometam a segurança das instalações;
• Instalações de iluminação pública;• Instalações de iluminação pública;
• Redes públicas de distribuição de energia elétrica;• Redes públicas de distribuição de energia elétrica;
• Instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto,• Instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto,
esta Norma considera as conseqüências dos esta Norma considera as conseqüências dos fenômenos atmosféricosfenômenos atmosféricos
sobre as instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos desobre as instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos de
proteção contra sobretensões);proteção contra sobretensões);
• Instalações em minas;• Instalações em minas;
• Instalações de cercas eletricadas.• Instalações de cercas eletricadas.
No No momento da momento da publicação deste publicação deste guia, guia, A A NBR NBR 5410 é5410 é
complementada pelas normas NBR 13570 - Instalações Elétricascomplementada pelas normas NBR 13570 - Instalações Elétricas
em Locais de Auência de Público: Requisitos Especícos e NBRem Locais de Auência de Público: Requisitos Especícos e NBR
13534 - 13534 - Instalações Elétricas em Estabelecimentos Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistencias deAssistencias de
Saúde: Requisitos para Segurança.Saúde: Requisitos para Segurança.
Ambas complementam ou substituem, quando necessário, asAmbas complementam ou substituem, quando necessário, as
prescrições de caráter geral contidas na NBR 5410, relativas aosprescrições de caráter geral contidas na NBR 5410, relativas aos
seus respectivos campos de aplicação.seus respectivos campos de aplicação.
A A NBR NBR 13570 13570 aplica-se aplica-se às às instalações instalações elétricas elétricas de de locais locais comocomo
cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas, restaurantes, estádios,cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas, restaurantes, estádios,
ginásios, circos e outros locais indicados com capacidades mínimasginásios, circos e outros locais indicados com capacidades mínimas
de ocupação (no de pessoas) especicadas.de ocupação (no de pessoas) especicadas.
A A NBR NBR 13534, 13534, por por sua sua vez, vez, aplica-se aplica-se a a determinados determinados locais locais comocomo
hospitais, ambulatórios, unidades sanitárias, clínicas médicas, veterináriashospitais, ambulatórios, unidades sanitárias, clínicas médicas, veterinárias
e odontológicas etc., tendo em vista a segurança dos pacientes.e odontológicas etc., tendo em vista a segurança dos pacientes.
A A terminologia terminologia de de instalações instalações elétricas elétricas de de baixa tensãobaixa tensão
utilizada na NBR 5410 é proveniente da norma NBR IEC 50utilizada na NBR 5410 é proveniente da norma NBR IEC 50
(826) - V(826) - Vocabulário Eletrotécnico Internacional ocabulário Eletrotécnico Internacional — Capítulo 826 —— Capítulo 826 —
Instalações Elétricas em Edicações.Instalações Elétricas em Edicações.
3 O3 ORIGEMRIGEM DADA INSTALAÇÃOINSTALAÇÃO
De De acordo acordo com com 3.4.3 3.4.3 da da NBR NBR 5410 5410 (ver (ver Figura Figura 1), 1), a a normanorma
aplica-se a partir do ponto de entrega, denido como o ponto deaplica-se a partir do ponto de entrega, denido como o ponto de
conexão do sistema elétrico da empresa distribuidora de eletricidaconexão do sistema elétrico da empresa distribuidora de eletricida dede
com a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e quecom a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e que
delimita as responsabilidades da distribuidora, denidas peladelimita as responsabilidades da distribuidora, denidas pela
autoridade reguladora (ANEEL).autoridade reguladora (ANEEL).
Além Além disso, disso, a a NBR NBR 5410 5410 indica indica em em 1.6 1.6 e e 1.7 1.7 que que a a sua sua aplicaçãoaplicação
não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos públicos aosnão dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos públicos aos
quais a instalação deve satisfazer. As instalações elétricas cobertasquais a instalação deve satisfazer. As instalações elétricas cobertas
pela norma estão sujeitas também, naquilo que for pertinente, àspela norma estão sujeitas também, naquilo que for pertinente, às
normas para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridadesnormas para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades
1 H1 HISTÓRICOISTÓRICO
A A norma norma ABNT ABNT NBR NBR 5410 5410 – – Instalações Instalações elétricas elétricas de de baixabaixa
tensão tem a seguinte cronologia:tensão tem a seguinte cronologia:
1914 -1914 -  É publicado o Código de Instalações Elétricas da extinta  Épublicado o Código de Instalações Elétricas da extinta
Inspetoria Geral de Iluminação, situada na Cidade do Rio deInspetoria Geral de Iluminação, situada na Cidade do Rio de
Janeiro, então Capital Federal;Janeiro, então Capital Federal;
1941 -1941 - Com a contribuição de especialistas da época, o Código de Com a contribuição de especialistas da época, o Código de
1914 foi aperfeiçoado e transformado em uma norma publicada1914 foi aperfeiçoado e transformado em uma norma publicada
pelo Departamento Nacional de Iluminação e Gás, sob o títulopelo Departamento Nacional de Iluminação e Gás, sob o título
de Norma Brasileira para Execução de Instalações Elétricas comde Norma Brasileira para Execução de Instalações Elétricas com
abrangência em todo o País;abrangência em todo o País;
1960 -1960 -  O documento de 1941 foi substituído pela norma NB-  O documento de 1941 foi substituído pela norma NB-
3, baseada na norma NFPA-70 – National Electrical Code, dos3, baseada na norma NFPA-70 – National Electrical Code, dos
Estados Unidos, tendo sido publicado neste ano pela AssociaçãoEstados Unidos, tendo sido publicado neste ano pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
1980 -1980 - A NB-3 foi substituída pela primeira edição da NBR 5410, A NB-3 foi substituída pela primeira edição da NBR 5410,
baseada na norma IEC 60364 e na norma francesa NF C 15-100.baseada na norma IEC 60364 e na norma francesa NF C 15-100.
1990 -1990 - 2ª revisão da NBR 5410; 2ª revisão da NBR 5410;
1997 -1997 - 3ª revisão da NBR 5410; 3ª revisão da NBR 5410;
 2004 - 2004 - 4ª revisão da NBR 5410. 4ª revisão da NBR 5410.
2 O2 OBJETIVOSBJETIVOS,, CAMPOCAMPO DEDE APLICAÇÃOAPLICAÇÃO EE ABRANGÊNCIAABRANGÊNCIA
A A NBR NBR 5410 - 5410 - Instalações Elétricas Instalações Elétricas de Baixa de Baixa Tensão Tensão é é a a normanorma
aplicada a todas as aplicada a todas as instalações elétricas instalações elétricas cuja tensão nominal é cuja tensão nominal é igual ouigual ou
inferior a 1.000 V em corrente alternada ou a 1.500 V em corrente contínua.inferior a 1.000 V em corrente alternada ou a 1.500 V em corrente contínua.
A A NBR NBR 5410 xa 5410 xa as as condições a condições a que as que as instalações de instalações de baixabaixa
tensão devem atender, a m de garantir seu funcionamento adequado,tensão devem atender, a m de garantir seu funcionamento adequado,
a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservação de bens.a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservação de bens.
Aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações existentes,Aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações existentes,
entendendo-se, em princípio, como ‘reforma’ qualquer ampliação deentendendo-se, em princípio, como ‘reforma’ qualquer ampliação de
instalação existente (como criação de novos circuitos e alimentaçãoinstalação existente (como criação de novos circuitos e alimentação
de novos equipamentos), bem como qualquer substituição dede novos equipamentos), bem como qualquer substituição de
componentes que implique alteração de circuito.componentes que implique alteração de circuito.
A A norma norma trata trata praticamente de praticamente de todos todos os os tipos tipos de de instalações instalações dede
baixa tensão, dentre as quais:baixa tensão, dentre as quais:
• Edicações residenciais e comerciais em geral;• Edicações residenciais e comerciais em geral;
• Estabelecimentos institucionais e de uso público;• Estabelecimentos institucionais e de uso público;
• Estabelecimentos industriais;• Estabelecimentos industriais;
• Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;• Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
• Edicações pré-fabricadas;• Edicações pré-fabricadas;
• Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento• Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento
(campings), marinas e locais análogos;(campings), marinas e locais análogos;
• Canteiros de • Canteiros de obras, feiras, exposições e outras obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.instalações temporárias.
A A norma norma aplica-se aplica-se também:também:
• Aos circuitos internos de equipamentos que, embora alimentados• Aos circuitos internos de equipamentos que, embora alimentados
por meio de instalação com tensão igual ou inferior a 1.000 V empor meio de instalação com tensão igual ou inferior a 1.000 V em
corrente alternada, funcionam cocorrente alternada, funcionam com tensão superior a 1.000 V, comom tensão superior a 1.000 V, como
é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadoresé o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadores
eletrostáticos etc.;eletrostáticos etc.;
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N 
B 
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 5 
4 
1 
 0 
15
reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade.
Desta forma, as prescrições estabelecidas em regulamentações
federais, estaduais e municipais podem ser aplicadas nas instalações
elétricas de baixa tensão sem causar conitos legais com o texto da
norma brasileira. Por exemplo, prescrições especícas do Corpo de
Bombeiros sobre iluminação de emergência, bombas de incêndio,
etc., podem ser acomodadas no projeto elétrico sem conitos. Da
mesma forma, apesar de a NBR 5410:2004 incluir os componentes
do padrão de entrada da concessionária, uma vez que ela tem origem
de aplicação no ponto de entrega, o item 1.7 mantém a autoridade
da empresa distribuidora de energia elétrica em denir como será
construído esse padrão de entrada.
 Figura 1: Origem da instalação conforme a NBR 5410/2004 (inclui o padrão de
entrada da concessionária)
 Figura 2 – Determinação da potência nominal de um equipamento
4 ASPECTOS GERAIS DE PROJETO
 4.1 POTÊNCIA  DE  ALI MENTA ÇÃO
Em 4.2.1 da NBR 5410 prescreve-se que, na determinação
da potência de alimentação de uma instalação ou de parte de uma
instalação, devem-se prever os equipamentos a serem instalados,
com suas respectivas potências nominais e, após isso, considerar
as possibilidades de não simultaneidade de funcionamento destes
equipamentos (fator de demanda), bem como capacidade de reserva
para futuras ampliações.
É importante observar que o texto da norma refere-se às
potências nominais dos equipamentos e não às potências médias
absorvidas por eles. Isso signica que não é possível a aplicação do
chamado fator de utilização no cálculo da potência de alimentação.
Lembre-se que o fator de utilização é aquele que multiplica a
potência nominal de um aparelho para se obter a potência média
absorvida por ele durante sua operação. Esse é geralmente o caso
de motores, sendo tipicamente considerado, nesta situação, um
fator de utilização da ordem de 0,75. No entanto, reitera-se que a
prescrição da norma não permite a utilização de tal fator no cálculo
da potência de alimentação.
A determinação do fator de demanda exige um conhecimento
detalhado da instalação e das condições de funcionamento dos
equipamentos de média tensão a ela conectados. Sua determinação
deve ser realizada a partir de um estudo muito detalhado, pois, caso não
seja adequadamente avaliado, o valor nal da potência de alimentação
pode resultar em subdimensionamento dos circuitos elétricos.
Conforme o caso, a potência de alimentação deve ser
determinada por cargas ou por grupo de cargas e, geralmente,
baseia-se nos dados conhecidos de outras instalações similares.
No que diz respeito às cargas deve-se considerar para um
equipamento a sua potência nominal dada pelo fabricante ou
calculada a partir dos dados de entrada (tensão nominal, corrente
nominal e fator de potência), ou calculada a partir da potência de
saída, caso seja conhecido o rendimento do equipamento (Figura 2).
 4.1.1 POTÊNCIA DE ILUMINAÇÃO
 4.1.1.1 LOCAIS NÃO RESIDENCIAIS
Conforme 4.2.1.2.2 da NBR 5410, as cargas de iluminação e
tomadas em locais não destinados à habitação (estabe-lecimentos
comerciais, industriais, institucionais, etc.) são as seguintes:
A quantidade e potência de pontos de iluminação devem serdeterminadas como resultado da aplicação dos níveis mínimos de
iluminância da NBR 5413 e calculados pelos métodos dos lúmens, ponto
a ponto ou cavidade zonal, etc.
Para as luminárias que utilizam lâmpadas com equipamentos
auxiliares (reatores, ignitores, etc.), a potência total da luminária deve ser
a soma das potências das lâmpadas com a dos equipamentos auxiliares,
incluindo suas perdas, fator de potência e distorções harmônicas (ver
capítulo 5 deste guia).
 4.1.1.2 LOCAIS RESIDENCIAIS
A seção 9.5.2 da NBR 5410 trata de aspectos relacionados à previsão
de carga de iluminação em instalações residenciais, conforme descrito a
seguir.
A norma estabelece que, em cômodos com área igual ou inferior
a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA e com área
superior a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para
os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2
inteiros.
Por exemplo, em uma sala de 4 m x 5 m, ou seja, com área de 20 m2
(20 = 6 + 4 + 4 + 4 + 2), a potência de iluminação mínima a ser atribuída
a este cômodo será de 100 + 60 + 60 + 60 = 280 VA.
Equipamento de utilização
P
N
 = U
N
 . I
N
 . cos θ
N
P
N
 =  √3 . U
N
 . I
N
 . cos θ
N
η = P
N
 / P
N
Equipamento monofásico 
Equipamento trifásico 
Rendimento
cos Φ
N
η
(Entrada) (Saída)
(P
N
)U
N
, I
N
, P
N
Dispositivo de proteção
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   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
16
 Figura 3 – Pontos de tomada acima da bancada em cozinha
 4.1.2 POTÊNCIA DE TOMADAS
 4.1.2.1 LOCAIS NÃO RESIDENCIAIS
Conforme 4.2.1.2.3 da NBR 5410, deve ser feita a seguinte previsão
de pontos de tomadas:
• Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais
como casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos,
deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada de uso geral, e aos
circuitos termi-nais respectivos deve ser atribuída uma potência de no
mínimo 1.000 VA.
• Quando um ponto de tomada for previsto para uso especíco,
deve ser a ele atribuída uma potência igual à potência nominal do
equipamento a ser alimentado ou à soma das potências nominais
dos equipamentos a serem alimen-tados. Quando valores precisos
não forem conhecidos, a potência atribuída ao ponto de tomada deve
seguir um dos dois seguintes critérios: (1) a potência ou soma das
potências dos equipamentos mais potentes que o ponto pode vir a
alimentar; (2) a potência deve ser calculada com base na corrente de
projeto e na tensão do circuito respectivo.
- Os pontos de tomada de uso especíco devem ser localizados no
máximo a 1,5 m do ponto previsto para a
localização do equipamento a ser alimentado.
- Os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento
devem ser providos com a quantidade
adequada de tomadas.
A NBR 5410 não tem prescrições especícas sobre previsão de
quantidade de pontos de tomadas em locais não residenciais.
Seguem-se algumas recomendações baseadas em literaturas:
 LOCAIS INDUSTRIAIS
A quantidade e a potência das tomadas em locais industriais
dependem do tipo de ocupação dos diversos locais e devem ser
determinadas caso a caso.
 ESCRITÓRIOS COMERCIAIS E LOCAIS SIMILARES
Sugestão 1: conforme indicado no livro Instalações elétricas, de Ademaro
Cotrim
Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤ 40 m2,
a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada pelo
critério, dentre os dois seguintes, que conduzir ao maior número:
• Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de perímetro.
• Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de área.
Para escritórios comerciais ou locais análogos com área > 40 m2, a
quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada com base
no seguinte critério: 10 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 1
ponto de tomada para cada 10 m2, ou fração, de área restante.
Em lojas e locais similares, devem ser previstos pontos de tomadas
de uso geral em quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para
cada 30 m2, ou fração, não consideradas as tomadas para a ligação
de lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a demonstração de
aparelhos.
A potência a ser atribuída aos pontos de tomadas de uso geral em
escritórios comerciais, lojas e locais similares não deverá ser inferior a
200 VA por ponto de tomada.
Sugestão 2: conforme indicado no livro Instalações elétricas industriais,
de João Mamede Filho
Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤ 37 m2,
a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada pelo
critério, dentre os dois seguintes, que conduzir ao maior número:
• Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de perímetro.
• Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de área.
Para escritórios comerciais ou locais análogos com área > 37 m2, a
quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada com base
no seguinte critério: 8 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 3
pontos de tomada para cada 37 m2, ou fração, de área restante.
Em lojas e locais similares, devem ser previstos pontos de tomadas de
uso geral em quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para cada
37 m2, ou fração, não consideradas as tomadas para a ligação de lâmpadas,
tomadas de vitrines e tomadas para a demonstração de aparelhos.
 4.1.2.2 LOCAIS RESIDENCIAIS
A seção 9.5.2 da NBR 5410 trata de aspectos relacionados à previsão
de carga de tomadas em instalações residenciais, conforme descrito a
seguir.
Um ponto de tomada é um ponto de utilização de energia elétrica em
que a conexão dos equipamentos a serem alimentados é feita por meio
de tomada de corrente. Um ponto de tomada pode conter uma ou mais
tomadas de corrente.
A norma dene o número mínimo de pontos de tomadas que devem
ser previstos num local de habitação, a saber:
• em banheiros deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada
próximo ao lavatório;
• em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais
análogos deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada
3,5 m, ou fração, de perímetro. E acima da bancada da pia em cozinhas,
copas e copas-cozinhas devem ser previstas no mínimo duas tomadas de
corrente, no mesmo ponto de tomada ou em pontos distintos (Figura 3);
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• em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,• em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,
admitindo-se que este ponto de tomada não seja instalado na própriaadmitindo-se que este ponto de tomada não seja instalado na própria
varanda, mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razõesvaranda, mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões
construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área forconstrutivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área for
inferior a 2 minferior a 2 m22 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 80 cm; ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 80 cm;
• em salas e dormitórios deve ser previsto um ponto de tomada pa• em salas e dormitórios deve ser previsto um ponto de tomada para cadara cada
5 m ou fração de perímetro;5 m ou fração de perímetro;
• para os demais cômodos não tratados especicamente nos itens• para os demais cômodos não tratados especicamente nos itens
anteriores, a norma estabelece que seja previsto, pelo menos, um pontoanteriores, a norma estabelece que seja previsto, pelo menos, um ponto
de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 6de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 6
mm22. Quando a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m. Quando a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m22, vale, vale
a regra de um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro.a regra de um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro.
Uma Uma vez vez determinada determinada a a quantidade quantidade de de pontos pontos de de tomada, tomada, é é precisopreciso
atribuiras potências para estes pontos.atribuir as potências para estes pontos.
De um modo geral, a potência a ser atribuída a De um modo geral, a potência a ser atribuída a cada ponto de tomadacada ponto de tomada
é função dos equipamentos que ele poderá vir a alimentar (Figura 4).é função dos equipamentos que ele poderá vir a alimentar (Figura 4).
Caso Caso não não sejam sejam conhecidas conhecidas as as potências potências dos dos equipamentos, equipamentos, a a normanorma
então estabelece os seguintes valores mínimos:então estabelece os seguintes valores mínimos:
• em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,• em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais análogos, deve-se atribuir no mínimo 600 VA porlavanderias e locais análogos, deve-se atribuir no mínimo 600 VA por
ponto de tomada, até ponto de tomada, até 3 pontos, e 3 pontos, e 100 V100 VA por ponto para os excedentes,A por ponto para os excedentes,
considerando-se considerando-se cada um desses cada um desses ambientes separadambientes separadamente. amente. QuandoQuando
o total de tomadas, no conjunto desses ambientes, for superior a 6o total de tomadas, no conjunto desses ambientes, for superior a 6
pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja de, nopontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja de, no
mínimo, 60mínimo, 600 V0 VA por ponto de tomadA por ponto de tomada, até 2 ponta, até 2 pontos, e 100 Vos, e 100 VA por pontoA por ponto
para os excedentes, sempre considerando cada um dos ambientespara os excedentes, sempre considerando cada um dos ambientes
separadamente.separadamente.
VVejamos dois casos para ejamos dois casos para ilustrar esta regra:ilustrar esta regra:
• em uma cozinha há a previsão de 5 pontos de tomadas: a potência• em uma cozinha há a previsão de 5 pontos de tomadas: a potência
mínima a ser considerada é mínima a ser considerada é de 600 + 600 + de 600 + 600 + 600 + 100 + 100 = 600 + 100 + 100 = 2000 V2000 VA;A;
• em uma cozinha há a previsão de 7 pontos de tomadas. a potência• em uma cozinha há a previsão de 7 pontos de tomadas. a potência
mínima a ser considerada é de 600 + 600 + 100 + 100 + 100 + 100 +mínima a ser considerada é de 600 + 600 + 100 + 100 + 100 + 100 +
100 = 1700 VA.100 = 1700 VA.
- nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto- nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto
de tomada.de tomada.
 4.2  4.2 EESQUEMASSQUEMAS DE DE AT ATERRERRAMEAMENTONTO
Os Os aterramentos aterramentos devem devem assegurar, assegurar, de de modo modo ecaz, ecaz, as as necessidadesnecessidades
de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica,de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica,
constituindo-se em um dos pontos mais importantes de seu projeto e deconstituindo-se em um dos pontos mais importantes de seu projeto e de
sua montagem.sua montagem.
 4.2 4.2.1 .1 AATERRAMENTOTERRAMENTO DE DE PRO PROTEÇTEÇÃOÃO
O O aterramento aterramento de de proteção proteção consiste consiste na na ligação ligação à à terra terra das das massasmassas
e dos elementos condutores estranhos à instalação e tem o objetivo dee dos elementos condutores estranhos à instalação e tem o objetivo de
limitar o potencial entre massas, entre massas e elementos condutoreslimitar o potencial entre massas, entre massas e elementos condutores
estranhos à instalação e entre os dois e a terra a um valor seguro sobestranhos à instalação e entre os dois e a terra a um valor seguro sob
condições normais e anormais de funcionamento. Além disso, devecondições normais e anormais de funcionamento. Além disso, deve
proporcionar às correntes de falta um caminho de retorno para terra deproporcionar às correntes de falta um caminho de retorno para terra de
baixa impedância, de modo que o dispositivo de proteção possa atuarbaixa impedância, de modo que o dispositivo de proteção possa atuar
adequadamente.adequadamente.
 4.2 4.2.2 .2 AATERRAMENTOTERRAMENTO FUN FUNCIOCIONALNAL
O aterramento funcional, que é a ligação à terra de um dosO aterramento funcional, que é a ligação à terra de um dos
condutores vivos do sistema (em geral, o neutro), tem por objetivocondutores vivos do sistema (em geral, o neutro), tem por objetivo
denir e estabilizar a tensão da instalação em relação à terra durante odenir e estabilizar a tensão da instalação em relação à terra durante o
funcionamento; limitar as sobretensões devidas a manobras, descargasfuncionamento; limitar as sobretensões devidas a manobras, descargas
atmosféricas e contatos acidentais com linhas de tensão mais elevada; eatmosféricas e contatos acidentais com linhas de tensão mais elevada; e
fornecer um caminho de retorno da corrente de curto-circuito monofásicafornecer um caminho de retorno da corrente de curto-circuito monofásica
ou bifásica à terra ao sistema elétrico.ou bifásica à terra ao sistema elétrico.
Os Os aterramentos aterramentos funcionais funcionais podem podem ser ser classicados classicados em em diretamentediretamente
aterrados; aterrados através de impedância (resistor ou reator); ou nãoaterrados; aterrados através de impedância (resistor ou reator); ou não
aterrados.aterrados.
 4.2 4.2.3 .3 T T  IPO IPOSS DE DE ESQ ESQUEMUEMASAS DE DE AT ATERRERRAMEAMENTONTO
Os Os aterramentos aterramentos funcional funcional e e de de proteção proteção nas nas instalações instalações de de baixabaixa
tensão devem ser realizados conforme um dos três esquemas detensão devem ser realizados conforme um dos três esquemas de
aterramento básicos, classicados em função do aterramento da fonteaterramento básicos, classicados em função do aterramento da fonte
de alimentação da instalação (transformador, no caso mais comum, oude alimentação da instalação (transformador, no caso mais comum, ou
gerador) e das massas, e designados por uma simbologia que utiliza duasgerador) e das massas, e designados por uma simbologia que utiliza duas
letras fundamentais:letras fundamentais:
1a 1a letra: letra: indica indica a a situação situação da da alimentação alimentação em em relação relação à à terra:terra:
• T: um ponto diretamente aterrado;• T: um ponto diretamente aterrado;
• I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância• I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância
razoável.razoável.
2a letra: indica as características do aterramento das massas:2a letra: indica as características do aterramento das massas:
• T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual• T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual
aterramento da alimentação;aterramento da alimentação;
• • N: massas sem N: massas sem um aterramento próprio no local, um aterramento próprio no local, mas que utilizam omas que utilizam o
aterramento da fonte de alimentação por meio de um condutor separadoaterramento da fonte de alimentação por meio de um condutor separado
(PE) ou condutor neutro (PEN);(PE) ou condutor neutro (PEN);
• • I: massas isoladas, ou I: massas isoladas, ou seja, não aterradas.seja, não aterradas.
Outras Outras letras: letras: especicam especicam a a forma forma do do aterramento aterramento da da massa,massa,
utilizando o aterramento da fonte de alimentação:utilizando o aterramento da fonte de alimentação:
• • S: separado, isto S: separado, isto é, o aterramento da é, o aterramento da massa é feito por massa é feito por um condutorum condutor
(PE) diferente do condutor neutro;(PE) diferente do condutor neutro;
 Figura 4 – Potênc Figura 4 – Potência atribuída a um poia atribuída a um pontonto
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRASNORMAS BRASILEIRAS
   N   N
   B   B
   R   R
   5   5
   4   4
   1   1
   0   0
1818
 Figura 5 - Esquem Figura 5 - Esquema TN.a TN.
 Figura 6 - Esquem Figura 6 - Esquema TTa TT..
 4.2.3.2 E 4.2.3.2 ESQUEMASQUEMA TT  TT 
No No esquema esquema TTTT, , o o ponto ponto da da alimentação alimentação (em (em geral, geral, o o secundáriosecundário
do transformadorcom seu ponto neutro) está diretamente aterrado edo transformador com seu ponto neutro) está diretamente aterrado e
as massas da instalação estão ligadas a um eletrodo de aterramentoas massas da instalação estão ligadas a um eletrodo de aterramento
(ou a mais de um eletrodo) independentemente do eletrodo de(ou a mais de um eletrodo) independentemente do eletrodo de
aterramento da alimentação (Figura 6).aterramento da alimentação (Figura 6).
UU
cc
RR
FF
RR
MM
UU
CC
RR
FF
• • C: comum, isto é, o aterramento C: comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento elétrico éda massa do equipamento elétrico é
feito com o próprio condutor neutro (PEN).feito com o próprio condutor neutro (PEN).
A A partir partir dessas dessas designações, designações, são são denidos denidos os os esquemas esquemas TTTT, , TN TN e ITe IT,,
descritos a seguir.descritos a seguir.
 4.2 4.2.3..3.1 E1 ESQUEMASQUEMA TN  TN 
No No esquema esquema TN, TN, um um ponto ponto da da alimentação, alimentação, em em geral, geral, o o neutro, neutro, éé
diretamente aterrado e as massas dos equipamentos elétricos são ligadasdiretamente aterrado e as massas dos equipamentos elétricos são ligadas
a esse ponto por um condutor metálico (Figura 5).a esse ponto por um condutor metálico (Figura 5).
Esse Esse esquema esquema será será do do tipo tipo TN-S, TN-S, quando quando as as funções funções de de neutro neutro ee
de proteção forem feitas por condutores distintos (N e PE), ou TN-de proteção forem feitas por condutores distintos (N e PE), ou TN-
C, quando essas funções forem asseguradas pelo mesmo condutorC, quando essas funções forem asseguradas pelo mesmo condutor
(PEN). Pode-se ter ainda um esquema misto TN-C-S.(PEN). Pode-se ter ainda um esquema misto TN-C-S.
O O esquema esquema é é concebido concebido de de modo modo que que o o percurso percurso de de uma uma correntecorrente
de falta fase-massa seja constituído por elementos condutoresde falta fase-massa seja constituído por elementos condutores
metálicos e, portanto, possua baixa impedância e alta corrente demetálicos e, portanto, possua baixa impedância e alta corrente de
curto-circuito. Neste caso, uma corrente de falta curto-circuito. Neste caso, uma corrente de falta direta fase-massa édireta fase-massa é
equivalente a uma corrente de curto-circuito fase-neutro.equivalente a uma corrente de curto-circuito fase-neutro.
No No sistema sistema TN, TN, a a corrente corrente de de curto-circuito curto-circuito não não depende depende dodo
valor do aterramento da fonte (Rvalor do aterramento da fonte (RFF), mas somente das impedâncias), mas somente das impedâncias
dos condutores pelas quais o sistema é constituído. Por isso, elados condutores pelas quais o sistema é constituído. Por isso, ela
é elevada e a proteção é fortemente sensibilizada provocando suaé elevada e a proteção é fortemente sensibilizada provocando sua
atuação.atuação.
Deve-se dar preferência ao sistema TN-S porque, na operaçãoDeve-se dar preferência ao sistema TN-S porque, na operação
normal do sistema, todo o condutor PE está sempre praticamente nonormal do sistema, todo o condutor PE está sempre praticamente no
mesmo potencial do aterramento da fonte, ou seja, com tensão zeromesmo potencial do aterramento da fonte, ou seja, com tensão zero
ou quase zero em toda sua extensão.ou quase zero em toda sua extensão.
No entanto, no sistema TN-C, a tensão do No entanto, no sistema TN-C, a tensão do condutor PEN junto àcondutor PEN junto à
carga não é igual a zero, porque carga não é igual a zero, porque existem correntes de carga (incluindoexistem correntes de carga (incluindo
harmônicas) e de desequilíbrio retornando pelo neutro, causandoharmônicas) e de desequilíbrio retornando pelo neutro, causando
assim quedas de tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, asassim quedas de tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, as
massas dos equipamentos elétricos não estão no mesmo potencialmassas dos equipamentos elétricos não estão no mesmo potencial
do aterramento da fonte. Neste caso, sempre há uma diferença dedo aterramento da fonte. Neste caso, sempre há uma diferença de
potencial entre a mão e o pé do operador que toca o equipamentopotencial entre a mão e o pé do operador que toca o equipamento
elétrico. Outro perigo do sistema TN-C é no caso de perda elétrico. Outro perigo do sistema TN-C é no caso de perda (ruptura)(ruptura)
do condutor neutro (N), em que, instantaneamente, o potencial dodo condutor neutro (N), em que, instantaneamente, o potencial do
condutor de fase passa para a massa da carga, colocando em risco acondutor de fase passa para a massa da carga, colocando em risco a
segurança das pessoas.segurança das pessoas.
De De acordo acordo com com a a gura, gura, RRFF é a resistência do aterramento da é a resistência do aterramento da
fonte de alimentação e Rfonte de alimentação e RMM é a resistência do aterramento da massa é a resistência do aterramento da massa
do equipamento elétrico.do equipamento elétrico.
Trata-se Trata-se de de um um esquema esquema em em que que o o percurso percurso de de uma uma correntecorrente
proveniente de uma falta fase-massa (ocorrida em um componenteproveniente de uma falta fase-massa (ocorrida em um componente
ou em um equipamento de utilização da instalação) inclui a terra eou em um equipamento de utilização da instalação) inclui a terra e
que a elevada impedância (resistência) desse percurso limite o valorque a elevada impedância (resistência) desse percurso limite o valor
da corrente de curto-circuito.da corrente de curto-circuito.
No esquema TTNo esquema TT, a corrente de , a corrente de curto-circuito, depende da qualidadecurto-circuito, depende da qualidade
do aterramento da fonte e da massa. Se o aterramento não for bom,do aterramento da fonte e da massa. Se o aterramento não for bom,
a proteção pode não atuar ou demorar muito para atuar, colocandoa proteção pode não atuar ou demorar muito para atuar, colocando
em risco a segurança das pessoas. Neste esquema de aterramento, éem risco a segurança das pessoas. Neste esquema de aterramento, é
obrigatório o uso de obrigatório o uso de dispositivo diferencial-dispositivo diferencial-residual no seccionamentoresidual no seccionamento
automático da alimentação (ver capítulo 6 automático da alimentação (ver capítulo 6 deste guia).deste guia).
As As correntes correntes de de falta falta direta direta fase-massa fase-massa são são de de intensidadeintensidade
inferior à de uma corrente de curto-circuito fase-neutro.inferior à de uma corrente de curto-circuito fase-neutro.
Uma das possíveis utilizações do esquema TT é quando a fonteUma das possíveis utilizações do esquema TT é quando a fonte
de alimentação e a carga estiverem muito distantes uma da outra.de alimentação e a carga estiverem muito distantes uma da outra.
 4.2.3.3 E 4.2.3.3 ESQUEMASQUEMA IT  IT 
No No esquema esquema ITIT, , não não existe existe nenhum nenhum ponto ponto da da alimentação alimentação diretamentediretamente
aterrado; ela é isolada da terra ou aterrada por uma impedância (Z) deaterrado; ela é isolada da terra ou aterrada por uma impedância (Z) de
valor elevado. As massas são ligadas à terra por meio de eletrodo ouvalor elevado. As massas são ligadas à terra por meio de eletrodo ou
eletrodos de aterramento próprios (ver Figura 7).eletrodos de aterramento próprios (ver Figura 7).
Nesse Nesse esquema, esquema, a a corrente corrente resultante resultante de de uma uma única única falta falta fase-fase-
massa não possui, em geral, intensidade suciente para fazer amassa não possui, em geral, intensidade suciente para fazer a
proteção atuar, mas pode representar um perigo para as pessoas queproteção atuar, mas pode representar um perigo para as pessoas que
tocarem a massa energizada, devido às capacitâncias da linha emtocarem a massa energizada, devido às capacitâncias da linha em
relação à terra (principalmente no caso de alimentadores longos)relação à terra (principalmente no caso de alimentadores longos)
e à eventual impedância existenteentre a alimentação e a terra.e à eventual impedância existente entre a alimentação e a terra.
Somente em dupla falta fase-massa, em fases distintas, a correnteSomente em dupla falta fase-massa, em fases distintas, a corrente
de curto-circuito poderá provocar a atuação da proteção.de curto-circuito poderá provocar a atuação da proteção.
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRASNORMAS BRASILEIRAS
N N 
B B 
R R 
 5  5 
4 4 
1 1 
 0  0 
1919
 Figura 8 - Circui Figura 8 - Circuitos terminais sepatos terminais separadosrados
b) b) Os pontos de iluminação não devem ser Os pontos de iluminação não devem ser alimentados, emalimentados, em
sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comumsua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum
(iluminação + tomadas); e(iluminação + tomadas); e
c) c) Os pontos Os pontos de tomadas, já de tomadas, já excluídos os indicados excluídos os indicados em 9.5.3.2,em 9.5.3.2,
não podem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito,não podem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito,
caso esse circuito seja comum (iluminação + tomadas).caso esse circuito seja comum (iluminação + tomadas).
Dessa Dessa forma, forma, é é importante importante dizer dizer que que a a regra regra para para a a divisão divisão dede
circuitos é sempre a separação das cargas de iluminação e tomadas,circuitos é sempre a separação das cargas de iluminação e tomadas,
cando a exceção com alguns casos na área residencial. E mesmocando a exceção com alguns casos na área residencial. E mesmo
nessa área, a junção de iluminação e tomadas no mesmo circuito énessa área, a junção de iluminação e tomadas no mesmo circuito é
opcional.opcional.
Cabe Cabe lembrar lembrar que, que, nos nos casos casos em em que que iluminação iluminação e e tomadastomadas
são separadas, um circuito de iluminação deve ter seção mínimasão separadas, um circuito de iluminação deve ter seção mínima
de 1,5 mmde 1,5 mm22 e um circuito de tomada deve ter seção mínima de 2,5 e um circuito de tomada deve ter seção mínima de 2,5
mmmm22, sendo evidente que, quando juntamos estas cargas no mesmo, sendo evidente que, quando juntamos estas cargas no mesmo
circuito, este deve ter seção mínima de 2,5 mmcircuito, este deve ter seção mínima de 2,5 mm22..
Para nalizar as prescrições de divisões de circuitos em locaisPara nalizar as prescrições de divisões de circuitos em locais
de habitação, tem-se:de habitação, tem-se:
a) a) Em 9.5.3.1, Em 9.5.3.1, está prescrito está prescrito que todo que todo ponto de ponto de utilização previstoutilização previsto
para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado,para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado,
equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituirequipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir
um circuito independente; eum circuito independente; e
b) b) Em 9.5.3.2, os Em 9.5.3.2, os pontos de tomada pontos de tomada de cozinhas, copas, de cozinhas, copas, copas-copas-
cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem sercozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem ser
atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação deatendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de
tomadas desses locais.tomadas desses locais.
Conforme Conforme 4.2.5.6 4.2.5.6 da da NBR NBR 5410, 5410, as as cargas cargas devem sdevem serer
distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maiordistribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior
equilíbrio possível.equilíbrio possível.
Quando Quando a a instalação instalação comportar comportar mais mais de de uma uma alimentaçãoalimentação
(rede pública, geração local, etc.), a distribuição associada(rede pública, geração local, etc.), a distribuição associada
especificamente a cada uma delas deve ser dispostaespecificamente a cada uma delas deve ser disposta
separadamente e de forma claramente diferenciada das demaisseparadamente e de forma claramente diferenciada das demais
(Figura 9).(Figura 9).
Em particular, não se admite que componentes vinculadosEm particular, não se admite que componentes vinculados
especicamente a uma determinada alimentação compartilhem, comespecicamente a uma determinada alimentação compartilhem, com
elementos de outra alimentação, quadros de distribuição e linhas,elementos de outra alimentação, quadros de distribuição e linhas,
incluindo as caixas dessas linhas, salvo as seguintes exceções:incluindo as caixas dessas linhas, salvo as seguintes exceções:
a) circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros;a) circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros;
 Figura 7 - Esquem Figura 7 - Esquema ITa IT..
ZZ
UU
cc
RR
MM
Muitas Muitas indústrias, indústrias, em em alguns alguns setores, setores, utilizam utilizam o o sistema sistema ITIT, , nono
qual a impedância (Z) é constituída de uma reatância projetada paraqual a impedância (Z) é constituída de uma reatância projetada para
que a corrente de curto-circuito, para a primeira falta fase-massa,que a corrente de curto-circuito, para a primeira falta fase-massa,
seja limitada a um valor peseja limitada a um valor pequeno (por exemplo, 5 A). Essa correntequeno (por exemplo, 5 A). Essa corrente
de curto-circuito sinaliza apenas a existência da primeira falta,de curto-circuito sinaliza apenas a existência da primeira falta,
sem necessidade de desligar o circuito, acionando apenas a equipesem necessidade de desligar o circuito, acionando apenas a equipe
de manutenção, que não precisa corrigir a falha imediatamente, ade manutenção, que não precisa corrigir a falha imediatamente, a
produção do setor industrial continua normalmente e a equipe deprodução do setor industrial continua normalmente e a equipe de
manutenção pode programar seu serviço no horário mais adequado.manutenção pode programar seu serviço no horário mais adequado.
Neste Neste esquema esquema de aterramento de aterramento é é obrigatório obrigatório o o uso uso dede
dispositivos supervisores de isolamento.dispositivos supervisores de isolamento.
 4.3 D 4.3 D IVISÃO IVISÃO DA DA INSTALAÇÃO INSTALAÇÃO
A A divisão divisão da da instalação instalação em em circuitos circuitos conforme conforme a a NBR NBR 5410.5410.
Uma Uma vez vez determinadas determinadas as as cargas cargas a a serem serem alimentadas alimentadas em em umauma
instalação elétrica, podemos planejar a distribuição destas cargasinstalação elétrica, podemos planejar a distribuição destas cargas
pelos diversos circuitos. Vejamos a seguir as pelos diversos circuitos. Vejamos a seguir as regras da ABNT NBRregras da ABNT NBR
5410 sobre o assunto.5410 sobre o assunto.
 P PONTOSONTOS  DE DE ILUMINAÇÃO ILUMINAÇÃO E E TOMADASTOMADAS
Em Em 4.2.5.1, 4.2.5.1, temos: temos: “A “A instalação instalação deve deve ser ser dividida dividida emem
tantos circuitos quantos necessários, devendo cada circuitotantos circuitos quantos necessários, devendo cada circuito
ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco deser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de
realimentação inadvertida através de outro circuito”. E, emrealimentação inadvertida através de outro circuito”. E, em
4.2.5.5, é dada a sentença4.2.5.5, é dada a sentença : “Os circuitos terminais devem ser: “Os circuitos terminais devem ser
individualizados pela função dos equipamentos de utilizaçãoindividualizados pela função dos equipamentos de utilização
que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitosque alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos
terminais distintos para pontos de iluminação e para pontosterminais distintos para pontos de iluminação e para pontos
de tomada”. Juntas, estas duas prescrições obrigam ade tomada”. Juntas, estas duas prescrições obrigam a
separação de iluminação e tomadas nas instalações em geralseparação de iluminação e tomadas nas instalações em geral
(Figura 8).(Figura 8).
No No caso caso particular particular de de locaislocais de de habitação, habitação, em em 9.5.3.3 9.5.3.3 admite-admite-
se que, em algumas situações, pontos de iluminação e tomadasse que, em algumas situações, pontos de iluminação e tomadas
possam ser alimentados por circuito comum, desde que respeitadaspossam ser alimentados por circuito comum, desde que respeitadas
algumas condições:algumas condições:
a) A corrente de projeto do circuito comum (iluminação +a) A corrente de projeto do circuito comum (iluminação +
tomadas) não deve ser superior a 16 A;tomadas) não deve ser superior a 16 A;
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
20
 Figura 9 – Compartilhamento de linhas elétricas
 4.7 I  NFLUÊ NCIAS  EXTER NAS
A classicação das inuências externas sobre a instalação
de baixa tensão deve ser realizada nas fases de elaboração e
execução das instalações elétricas, sendo fundamental para a
correta seleção e utilização dos componentes e para a garantia
da segurança e funcionamento da instalação.
Conforme 4.2.6 da NBR 5410, cada condição de inuência
externa é designada por um código que compreende sempre um grupo
de duas letras maiúsculas e um número, como descrito a seguir:
• Primeira letra: indica a categoria geral da inuência externa:
A = meio ambiente;
B = utilização;
C = construção das edicações.
• Segunda letra (A, B, C,...) indica a natureza da inuência
externa.
• Número (1, 2, 3,...) indica a classe de cada inuência externa.
 Figura 10 – Relação entre as tabelas de inuências externas
b) conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar
o intercâmbio das fontes de alimentação;
c) linhas abertas e nas quais os condutores de uma e de outra
alimentação sejam adequadamente identificados.
Em geral, quanto maior o número, mais severa é a intensidade
daquela determinada inuência.
Na NBR 5410, há três tipos de tabelas de influências
externas diretamente relacionadas entre si, conforme indicado
na Figura 11.
A partir dos conceitos anteriores, cabe ao projetista classicar
as inuências externas predominantes na instalação elétrica
de média tensão, observando-se que nem todas as inuências
precisam estar presentes numa instalação ou, às vezes, mesmo
presentes, elas podem ser desprezadas.
Para efeito de exemplo de aplicação das tabelas indicadas
na Figura 10, suponha-se que tenha sido vericado que, no local
onde será instalado um barramento blindado de baixa tensão,
existe uma rede de sprinklers instalada sobre o barramento
blindado. Neste caso, pode-se adotar um dos três procedimentos
descritos a seguir (Figura 11):
• (A) Considerando-se que não seja colocado nenhum anteparo
entre o barramento blindado e a rede de sprinklers, o barramento
estará sujeito a uma “chuva” de água após uma eventual atuação
da rede de sprinklers. Neste caso, a inuência externa sobre o
barramento é AD4 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em
um grau de proteção mínimo do barramento IPX4;
• (B) Considerando-se que seja colocado m anteparo entre o
barramento blindado e a rede de sprinklers, o barramento não
estará sujeito a uma “chuva” de água após uma eventual atuação
da rede de sprinklers. Neste caso, a inuência externa sobre o
barramento é AD1 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em
um grau de proteção mínimo do barramento IPX0;
• (C) Considerando-se que não seja colocado nenhum anteparo
entre o barramento blindado e a rede de sprinklers, e que o
projetista avalie que a atuação dos sprinklers não é uma situação
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
N 
B 
R 
 5 
4 
1 
 0 
21
 Figura 11 – Exemplo de análise das inuências externas
usual na vida da instalação (podendo então desprezá-la na
análise). Neste caso, a inuência externa sobre o barramento é
AD1 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em um grau de
proteção mínimo do barramento IPX0. No entanto, é preciso que
seja feito um alerta para que, após uma eventual atuação da rede
de sprinklers, seja feita uma vericação no estado do barramento
blindado, uma vez que, com o grau IPX0 poderia haver a
penetração de água no invólucro, o que poderia comprometer
seu adequado e seguro funcionamento sem a devida manutenção.
Entre as três alternativas apresentadas, a única que resolve o
assunto de modo permanente é a primeira opção, pois o barramento
blindado estaria protegido de modo permanente e seguro contra
a presença de água em seu interior, no caso de acionamento da
rede de sprinklers. A desvantagem desta opção é o custo maior de
um equipamento IPX4 em comparação com o IPX0. Na segunda
alternativa, embora o custo do barramento seja menor do que no
primeiro caso, é preciso acrescentar o custo do anteparo antes
de comparar o custo total com a alternativa (A). Além disso, é
importante considerar que o anteparo poderá ser removido de
propósito ou acidentalmente sem que seja recolocado, o que
anularia todo o raciocínio que justicou essa opção. A opção (C) é
a de menor custo inicial, porém deve ser pesado na decisão nal o
risco de molhar o interior do barramento e o consequente custo de
parada e manutenção do equipamento.
A Tabela A.2, cuja fonte é a norma NBR 13570, fornece
as classicações de algumas inuências externas relativas a
diversos locais de auência de público.
BE
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
BC
3**)
3**)
-*)
-*)
3**)
3
3**)
3
3
3
3
3
3**)
4**)
3
-*)
3
AH
-*)
2**)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
2**)
-*)
2**)
2**)
2**)
2**)
-*)
-*)
BD
3 ou 4
3
3
3 ou 4
3 ou 4
3
3
3
3
3 ou 4
3
3 ou 4
3 ou 4
3
3
-*)
3
BB
-*)
3
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
3
3
-*)
-*)
-*)
AD
-*)
4
-*)
-*)
-*)
4
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
-*)
Local
Auditórios, salas de conferência/reuniões, cinemas hotéis, motéis e
similares, locais de culto, estabelecimentos de atendimento ao público,
bibliotecas, arquivos públicos, museus, salas de arte
Teatros, arenas, casas de espetáculos e locais análogos:
- palco
- demais locais
Salas polivalentes ou modulares, galpões de usos diversos e usos
sazonais
Lojas de departamentos
Restaurantes, lanchonetes, boates, cafés e locais análogos:
- cozinha
- demais locais
Supermercados e locais análogos
Circulações e áreas comuns em centros comerciais,
shopping centers
Danceterias, salões de baile, salões de festas, salões de
 jogos , boliches, diversões eletrônicas e locais análogos
Estabelecimentos de ensino
Estabelecimentos esportivos e de lazer cobertos
Estabelecimentos esportivos e de lazer ao ar livre, estádios
Locais de feiras e exposições ao ar livre, parques de diversões, circos
Locais de feiras e exposições cobertos, mercados
cobertos com boxes
Estruturas ináveis
Estações e terminais de sistemas de transporte
Item
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
*) A classicação desta inuência deve ser determinada de acordo com a aplicação especíca do local.
**) Pode ser que existam neste local área s onde se aplique uma classicação diferente.
NOTA - Exemplos de aplicação da tabela A.2: o palco de um teatro tem a seguinte classicação mínima de inuências externas: AD4, AH2, BB3, BC3, BD3 e BE2.
T  ABELA A.2 – C LASSIFICAÇÃO DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS DE LOCAIS DE AFLUÊNCIA DE PÚBLICO
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
22
 4.8 G RAUS  DE  PROTE ÇÃO
Os invólucros dos equipamentos elétricos são classicados
por graus de proteção, denidos pela norma NBR IEC 60529
- Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos
(código IP).
A representação mais comum do grau de proteção é feita pelas
letras ‘IP’ seguidas usualmente por dois algarismos (Tabelas 2 e 3),
sendo o primeiro relativo à proteção contra a penetração de objetos
sólidos e acesso às partes vivas e o segundo relativo à proteção
contra a penetração de líquidos.
5 ILUMINAÇÃO
 5.1 P ROJE TO  LUMI NOTÉ CNIC O
A NBR 5410 estabelece em 4.2.1.2.2.a) que as cargas de
iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação
da normaNBR 5413.
A NBR 5413 - Iluminância de interiores estabelece os valores de
iluminâncias médias mantidas em serviço para iluminação articial
em interiores, para diversas atividades e tarefas, como comércio,
T  ABELA 2: P RIMEIRO NUMERAL -  PENETRAÇÃO DE OBJETOS SÓLIDOS E ACESSO ÀS PARTES VIVAS
GRAU DE PROTEÇÃOPrimeiro
Numeral
Característico
0
1
2
3
4
5
6
Descrição Sucinta
Não protegido.
Protegido contra objetos sólidos maiores que 50 mm.
Protegido contra objetos sólidos maiores que 12 mm.
Protegido contra objetos sólidos maiores que 2,5mm.
Protegido contra objetos sólidos maiores que 1,0 mm.
Protegido contra pó.
Hermético a pó.
Detalhes Breves dos Objetos a serem “excluídos” do invólucro
Nenhuma proteção especial.
Uma grande superfície do corpo, como uma mão (mas sem proteção contra o acesso deliberado).
Objetos sólidos com diâmetro superior a 50 mm.
Dedos ou objetos similares não excedendo 80 mm de comprimento.
Objetos sólidos excedendo 12mm de diâmetro.
Ferramentas, os etc. de diâmetro ou espessura maior que 2,5 mm.
Objetos sólidos com diâmetro superior a 2,5mm.
Fios ou tas de espessura maior que 1,0 mm. Objetos sólidos
com diâmetro não superior a 1,0mm.
O ingresso de pó não é totalmente prevenido, mas o pó não entra em quantidade
suciente para interferir com a operação satisfatória do equipamento.
Sem ingresso de pó
T  ABELA 3: S EGUNDO NUMERAL - P ROTEÇÃO CONTRA PENETRAÇNAO DE LIQUIDOS
GRAU DE PROTEÇÃOSegundo
Numeral
Característico
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Descrição Sucinta
Sem proteção.
Protegido contra gotejamento de água.
Protegido contra gotejamento de água, quando inclinado até 15°.
Protegido contra água pulverizada.
Protegido contra água borrifada.
Protegido contra jatos de água.
Protegido contra ondas de grande porte.
Protegido contra os efeitos da imersão de água.
Protegido contra submersão.
Detalhes do tipo de proteção fornecida pelo invólucro
Sem proteção especial.
Gotejamento de água (quedas de gotas verticais) não deve ter efeito nocivo.
Gotejamento vertical de água não deve ter efeito nocivo quando o invólucro
é inclinado até um ângulo de 15°, a partir de sua posição normal.
Água pulverizada caindo com um ângulo de até 60° com a vertical não deve ter efeito nocivo.
Água borrifada contra o invólucro, de qualquer direção, não deve ter efeito nocivo.
Água projetada por um bico sob pressão contra o invólucro,
de qualquer direção, não deve ter efeito nocivo
Água de ondas de grande porte, ou água projetada em jatos potentes,
não deve penetrar no invólucro em quantidades prejudiciais.
O ingresso de água em quantidade prejudicial não deve ser possível, quando o invólucro é
imerso em água em condições denidas de pressão e tempo.
O equipamento é adequado para submersão contínua em água,
sob condições que devem ser especicadas pelo fabricante.
indústria, ensino, esporte, entre outras. A Tabela 4 fornece alguns
valores extraídos da NBR 5413.
Estes valores de iluminância são utilizados como referência para
o dimensionamento dos sistemas de iluminação das instalações. A
norma estabelece três valores médios para cada atividade (mínimo,
médio e máximo) e as características para a determinação de qual
valor médio deve ser considerado, de acordo com as características
da tarefa e do observador (idade, velocidade e precisão da tarefa e
reetância do fundo da tarefa).
De maneira geral é recomendado que se adote o valor médio.
O maior valor das iluminâncias deve ser utilizado quando:
• A tarefa se apresenta com reetâncias e contrastes bastante baixos;
• Os erros são de difícil correção;
• O trabalho visual é crítico;
• Alta produtividade ou precisão são de grande importância; e
• A capacidade visual do observador está abaixo da média.
O menor valor pode ser usado quando:
• As reetâncias ou contrastes são relativamente altos;
• A velocidade e/ou precisão não são importantes;
• A tarefa é executada ocasionalmente.
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
N 
B 
R 
 5 
4 
1 
 0 
23
Além do nível de iluminância, a NBR 5413 estabelece
as condições gerais de projeto, tais como plano de trabalho,
uniformidade e iluminação suplementar. Nestes assuntos, a norma
dene:
• O plano de referência como sendo o campo de trabalho e quando
este não for denido, um plano horizontal a 0,75m do piso;
• A iluminância no restante do ambiente não deve ser inferior
a 1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja
recomendação para valor menor;
• A uniformidade da iluminância (relação entre o menor valor de
iluminância do campo de trabalho e o valor médio) deve ser no
mínimo 0,7; e
• No caso de ser necessário elevar a iluminância em limitado campo
de trabalho, possibilita a utilização de iluminação suplementar.
A NBR 5413, vigente desde 1992, na época da publicação
deste guia era obsoleta em relação às normas internacionais, pois
estabelece apenas as iluminâncias recomendadas em serviço. A
norma internacional ISO 8995-1: Lighting of work place, elaborada
pela ISO em conjunto com a CIE - Comissão Internacional de
Iluminação, trata de diversos parâmetros que contribuem para
a qualidade da iluminação no ambiente, além de ampliar a
abrangência dos tipos de atividades especicados na NBR 5413.
A ISO 8995-1 dene e estabelece parâmetros para a iluminância
de tarefa e do entorno imediato (zona de, no mínimo, 0,5 m de
largura ao redor da área da tarefa dentro do campo de visão), e
estabelece recomendações para a distribuição da uniformidade e
iluminância, direcionamento da luz, uso da iluminação natural e
manutenção do sistema.
Além das iluminâncias para cada tarefa e ambiente, a ISO 8995-
1 estabelece o indicador de controle de ofuscamento para evitar o
desconforto visual (UGR) e o índice de reprodução de cor mínimo
recomendado da fonte luminosa (Ra ou IRC).
Para o dimensionamento do sistema de iluminação e a
determinação das cargas de iluminação utilizam-se métodos de
cálculo luminotécnico, como o Método dos Lumens e o Método
ponto a ponto, amplamente difundidos e disponíveis em softwares
de cálculo.
Estas metodologias levam em consideração os desempenho das
luminárias, lâmpadas e dos equipamentos auxiliares, como reatores
para lâmpadas de descarga, os transformadores para as lâmpadas
halógenas e os controladores (drivers) para os leds.
 5.2 D ESEMP ENHO  DAS  LUMINÁ RIAS
O desempenho de uma luminária pode ser considerado como
o resultado de uma combinação dos desempenhos fotométrico,
mecânico e elétrico.
 5.2.1 D ESEMP ENHO  FOTOMÉ TRICO
O desempenho fotométrico está relacionado à eciência com
que a luminária direciona luz ao plano desejado. É determinado
pelas propriedades fotométricas da lâmpada e da luminária. No
projeto luminotécnico, quando são conhecidas as dimensões
do ambiente e as reetâncias do teto, das paredes e do piso, o
desempenho fotométrico pode ser analisado pelo Fator de Utilização
da luminária (U).
 5.2.2 D ESEMP ENHO  MECÂN ICO
O desempenho mecânico descreve o comportamento da
luminária sob estresse, podendo incluir condições extremas de
temperatura, jatos d’água, vedação a pó, choques mecânicos e
proteção contra fogo. Estas condições são consideradas na NBR
IEC 60598-1 - Luminárias. Requisitos gerais e ensaios.
As luminárias devem ser especicadas nos projetos de acordo
com o uso e característica da instalação. Atenção especial deve ser
considerada para as áreas molhadas ou úmidas. Conforme item
6.5.5.2.1 da NBR IEC 60598-1, não é permitido que a água se
acumule nos condutores, porta-lâmpadas ou outras partes elétricas.
De acordo com o tipo de proteção contra a penetração de pó,
objetos sólidos e umidade, as luminárias são classicadas conforme
o grau de proteção IP (ver 4.8 - Tabelas 2 e 3 deste guia).
 5.2.3 D ESEMP ENHO  ELÉT RICO
O desempenho elétrico descreve a eciência com que a
luminária e seus equipamentos auxiliares produzem luz e o
comportamento elétrico dos mesmos, tais como fator de potência,
distorção harmônica e interferências eletromagnéticas.
Desta forma, a eciência da luminária édeterminada também
pela eciência da lâmpada e dos equipamentos auxiliares (reatores,
transformadores e controladores). No dimensionamento dos
sistemas de iluminação é necessário conhecer os dados relativos ao
T  ABELA 4 – V  ALORES DE ILUMINÂNCIA DA NBR 5413
Classe
A
Iluminação geral para áreas
usadas interruptamente ou com tarefas
visuais simples
B
Iluminação geral para área de trabalho
C
Iluminação adicional para tarefas
visuais difíceis
Iluminância (lux)
20 -30 -50
50 - 75 - 100
100 -150 -200
200 -300 -500
500 -750 -1000
1000 -1500 -2000
2000 -3000 -5000
5000 - 7500 - 10000
10000 -15000 -20000
Tipo de atividade
Áreas públicas com arredores escuros
Orientação simples para permanência curta
Recintos não usados para trabalho contínuo; depósitos
Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditórios
Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho médio de maquinaria, escritórios
Tarefas com requisitos especiais, gravação manual, inspeção, indústria de roupas.
Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrônica de tamanho pequeno
Tarefas visuais muito exatas, montagem de microeletrônica
Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
24
uxo luminoso das lâmpadas e ao fator de uxo luminoso do reator.
A NBR 5410, no item 4.2.1.2.2.b), determina que, para os
aparelhos xos de iluminação de descarga, a potência nominal a
ser considerada deve incluir a potência das lâmpadas, as perdas e o
fator de potência dos equipamentos auxiliares.
Para cálculo das cargas de iluminação, a potência nominal
ou aparente (VA) pode ser calculada a partir dos dados elétricos
fornecidos pelos fabricantes.
Para se determinar a potência nominal (VA) do conjunto
luminária-lâmpadas-equipamentos, considera-se:
PN = U x I ou P N = P ativa / FP
Onde:
P N: potência nominal ou aparente (VA)
P ativa: potência ativa (W)
U: tensão (V)
I: corrente (A)
FP: fator de potência
Quando os dados dos fabricantes não são conhecidos ou os
equipamentos não estão denidos, considera-se que:
• A potência da lâmpada é dada em W (assume-se que W = VA);
• As perdas dos reatores podem ser consideradas aproximadamente
15% a 20% da potência da lâmpada;
Assim, por exemplo, a potência nominal de uma luminária
com 2 lâmpadas de 32 W cada + 1 reator eletromagnético duplo é
calculada por:
Paparente = 2 x 32 + (2 x 32 x 0,15) = 73,6 VA
 5.2.4 M  ÉTODOS  DE CÁLCULOS  LUMINO TÉCNIC OS
A seguir são apresentados o Método do Ponto a Ponto e o
Método dos Lumens, metodologias de cálculo mais utilizadas para
determinação da quantidade de luminárias necessárias para um
determinado ambiente ou a iluminância obtida com determinada
luminária.
 5.2.4 .1 M  ÉTODO  DO PONTO  A PONTO
Pode-se calcular a iluminância pelo Método Ponto a Ponto
quando a distância “d” entre a fonte de luz e o objeto a ser
iluminado for, no mínimo, cinco vezes a dimensão da fonte de luz
(Figura 13).
Este método é recomendado para os casos de fontes
pontuais, para a determinação da iluminância obtida com
lâmpadas de dimensões pequenas e de fachos de luz bem
definidos (lâmpadas dicróicas, por exemplo), alguns tipos de
luminárias de LEDs, entre outros.
Aplicam-se as seguintes equações para determinar as
iluminâncias:
 Figura 12- Considerações para cálculo pelo Método do Ponto a Ponto
E = I
d2
E =
I
α
 x cos3α
h2
E = + Σ ( )I1 Iα x cos3α
h2 h2
para luz incidindo perpendicularmente ao plano do objeto, e:
para luz que não incide perpendicularmente ao plano do objeto.
I - intensidade luminosa (vertical), em cd
E - iluminância no ponto, em lx
d - distância da fonte luminosa ao objeto
α - ângulo de abertura do facho
h - distância vertical entre a fonte de luz e o plano do objeto
Iα - intensidade luminosa no ângulo α, em cd
A iluminância (E) em um ponto é o somatório de todas
as iluminâncias incidentes sobre esse ponto provenientes de
diferentes pontos de luz dada pela equação:
Neste método não são consideradas as refletâncias das
superfícies (teto, paredes e piso), sendo que, para isso,
devem ser empregados algoritmos mais complexos, tais como
“radiosidade” e “ray tracing”, utilizados em softwares de
cálculo luminotécnico.
 5.2.4.2 M  ÉTODO  DOS LUMENS
Este é o método mais simples de cálculo e considera
ambientes retangulares, com superfícies difusas e com um único
tipo de luminária.
Para início dos cálculos, é necessário o levantamento das
seguintes características do local:
• Características construtivas da instalação: dimensões dos
ambientes e classicação de acordo com uso para determinação da
iluminância requerida conforme norma NBR 5413;
• Reetâncias das superfícies: teto, paredes, piso;
• Frequência de manutenção e condições de limpeza do ambiente:
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
N 
B 
R 
 5 
4 
1 
 0 
25
 ETAPA 4 - D ETER MINAR O F ATOR  DE M  ANUTE NÇÃO (FM)
A iluminância diminui progressivamente durante o uso do
sistema de iluminação devido às depreciações por acúmulo de
poeira nas lâmpadas e luminárias, pela depreciação dos materiais
da luminária, pelo decréscimo do uxo luminoso das lâmpadas e
pela depreciação das reetâncias das paredes.
O dimensionamento dos sistemas de iluminação deve considerar
um fator de manutenção (FM) ou fator de perdas luminosas (FPL)
em função do tipo de ambiente e atividade desenvolvida, do tipo de
luminária e lâmpada utilizada e da freqüência de manutenção dos
sistemas.
A Tabela 6 sugere valores de fatores de manutenção conforme
período de manutenção e condição do ambiente. Valores mais
precisos, conforme tipo de luminária e lâmpadas podem ser obtidos
em publicações da CIE (Comissão Internacional de Iluminação) e/
ou através de fabricantes de luminárias.
para estimar o fator de manutenção (FM) ou fator de perdas
luminosas (FPL)
 ETAPA 1- C ÁLCUL O  DO Í  NDICE  DO  LOCAL  (K)
O índice do local (K) é uma relação denida entre as dimensões
(em metros) do local (Figura 14), calculado conforme as seguintes
equações:
K = c x l
h x(c + l)
K
i
 = 3 x c x l
2 x h x (c + l)
c - comprimento do ambiente
l - largura do ambiente
h - altura do ambiente
h’ - distância do teto ao plano de trabalho
pd - pé-direito
hs - altura de suspensão
ht - altura so plano de trabalho
Iluminação direta Iluminação indireta
 Figura 13: Denição das alturas para cálculo do índice K 
adequados para as atividades desenvolvidas no local, pois, quanto
mais eciente for o conjunto luminária-lâmpada-equipamento
auxiliar, maior será a economia de energia obtida no sistema de
iluminação proposto.
 ETAPA 3 - D ETER MINAÇÃ O  DO F ATOR  DE U TILIZAÇÃO (U)
O fator de utilização (U) indica o desempenho da luminária no
ambiente considerado no cálculo, sendo apresentado em tabelas dos
fabricantes de luminárias. Para determinar o fator de utilização, basta
cruzar o valor do índice do local (K) calculado anteriormente (dado
na horizontal), com os dados de reetância das superfícies do teto,
parede e piso (dado na vertical), conforme indicado na Tabela 5.
FATOR DE UTILIZAÇÃO (X0.01)
TETO (%)
PAREDE(%)
PISO (%)
K
0,60
0,80
1,00
1,25
1,50
2,00
2,50
3,00
4,00
5,00
70
30
10
28
34
39
4
46
60
53
54
55
56
10
26
31
36
40
44
48
51
53
55
56
50
50
10
31
37
41
45
48
51
53
55
56
57
30
28
34
38
42
45
49
52
53
55
56
10
26
31
36
40
43
48
50
52
54
55
10
26
31
36
40
43
47
50
52
54
55
0
0
0
25
30
35
39
42
46
49
50
52
53
30
30
10
28
33
38
42
45
49
51
53
54
55
T  ABELA 5: E XEMPLO PARA DETERMINAÇÃO DO F ATOR DE U TILIZAÇÃO DE LUMINÁRIAS
50
32
38
42
46
48
52
54
56
57
58
 ETAPA 2 - D EFINIÇ ÃO  DOS COMPONENTES
A denição dos componentes deve levar em consideração
as características fotométricas das luminárias, desempenho das
lâmpadas e características elétricas dos equipamentos auxiliares.
As principais características a serem consideradas são:
• Luminárias: curva de distribuição de intensidade luminosa,
rendimento,controle de ofuscamento;
• Lâmpadas: eciência luminosa (lm/W), uxo luminoso, vida útil,
depreciação luminosa;
• Equipamentos auxiliares: potência consumida, fator de potência,
fator de uxo luminoso, distorção harmônica.
Recomenda-se o emprego de componentes mais ecientes e
T  ABELA 6: F ATORES DE MANUTENÇÃO RECOMENDADOS
Ambiente
 Limpo
 Normal 
Sujo
5000 h
0,91
0,85
0,66 
2500 h
0,95
0,91
0,80
7500 h
0,88
0,80
0,57 
Para reduzir a depreciação da luminária, deve-se adotar uma
manutenção periódica dos sistemas através da limpeza de lâmpadas
e luminárias e substituição programada de lâmpadas.
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
26
 N  =
Emed x A
n x φ
n
 x U x FM x FFL
 N  =
A
 N x n x φ
n
 x U x FM x FFL
 Figura 14: Distribuição de luminárias ETAPA 6 - D IMENSI ONAMENT O
O cálculo do número de luminárias necessárias para um
determinado ambiente segue a seguinte equação:
Onde:
N: número necessário de luminárias
Emed: iluminância média (lux)
A: área do ambiente (m2)
n: número de lâmpadas em cada luminária
φ
n
 : uxo luminoso de cada lâmpada (lm)
U: fator de utilização
FM: fator de manutenção
FFL: fator de uxo luminoso do reator
Quando o número de luminárias é conhecido, a iluminância
média pode ser calculada por:
 ETAPA 7 - D ISTRI BUIÇÃO  DAS  LUMINÁ RIAS
Após denida a quantidade total de luminárias necessárias
para atender os níveis de iluminância e as condições requeridas
de projeto, deve-se distribuí-las adequadamente no recinto (Figura
14). Para tanto, valem as seguintes observações:
• Deve-se distribuir as luminárias uniformemente no recinto;
• Deve-se obter valores próximos de “a” e “b”, sendo a > b, desde
que respeitando a curva de distribuição luminosa da luminária;
 ETAPA 5 – D ETERMI NAR O F ATOR  DE F LUXO LUMINOSO
O fator de uxo luminoso (FFL), ou fator de reator, é o fator
que irá determinar o uxo luminoso emitido pelas lâmpadas com
reatores eletrônicos. É a razão do uxo luminoso emitido por uma
lâmpada de referência, funcionando com reator comercial, pelo
uxo luminoso emitido pela mesma lâmpada quando funcionando
com o reator de referência.
Assim, quando:
• FFL=1,0: o uxo luminoso das lâmpadas é o nominal;
• FFL=1,1: o uxo luminoso das lâmpadas é 10% superior ao
nominal;
• FFL=0,95: o uxo luminoso das lâmpadas é 5% inferior ao
nominal.
Este fator é obtido nos catálogos dos fabricantes de reatores
eletrônicos, e é um valor especíco para cada modelo de reator.
Para reatores eletromagnéticos e, quando não informado pelo
fabricante, adota-se FFL=1,0.
• Recomenda-se que as distâncias “a” e “b” entre luminárias sejam
o dobro da distância entre estas e as paredes laterais;
• Recomenda-se sempre o acréscimo de luminárias quando
a quantidade resultante do cálculo não for compatível com a
distribuição desejada.
 Exemplo de aplicação do Método dos Lumens
O exemplo a seguir tem dois objetivos:
• Mostrar a aplicação do Método dos Lumens em um local de
habitação; e
• Comparar a potência de alimentação (VA) obtida neste método
com a potência indicada no item 9.5.2.1 da NBR5410 (VA em
função da área do cômodo).
No exemplo, são comparados três diferentes tipos de lâmpadas:
incandescente, uorescente compacta e lâmpada de led.
A Tabela 7 ilustra as iluminâncias recomendadas para ambientes
residenciais conforme a norma NBR 5413.
T  ABELA 7: N  ÍVEIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDADOS PARA RESIDÊNCIA
Residência
Salas de estar 
Geral
Local (leitura, escrita, bordado, etc.)
Cozinha
Geral
Local (fogão, pia, mesa)
Quartos de dormir 
Geral
Local (espelho, penteadeira, cama)
 Hall, escadas, despensas, garagens
Geral
Local
 Banheiros
Geral
Local (espelhos)
Mínimo
100
300
100
200
100
200
75
200
100
200
Médio
150
500
150
300
150
300
100
300
150
300
Máximo
200
750
200
500
200
500
150
500
200
500
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
N 
B 
R 
 5 
4 
1 
 0 
27
 A ) D ETERMINAÇÃO DA ILUMINÂNCIA REQUERIDA CONFORME NORMA
 NBR 5413
Tomando-se como exemplo uma sala de estar de 10m2  (2,5 m
de largura x 4,0 m de comprimento x 2,75 m de pé direito), verica-
se na Tabela 7 (em destaque) que a iluminância média geral varia
de 100 a 200 lux. Nos cálculos a seguir será adotado o valor médio
de 150 lux.
 B ) ESCOLHA DA LUMINÁRIA
No exemplo será considerado um mesmo modelo de luminária
para duas lâmpadas base E27 (Figura 16), que pode acomodar
lâmpadas incandescentes de 60 W (caso 1), uorescentes compactas
de 15 W (caso 2) ou lampleds (lâmpadas de leds) de 12 W (caso 3).
 Figura 16: Luminária utilizada no exemplo
 Figura 16: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada incandescente de 60W 
Voltage
 Resolution: 181. 41 V/div
Crest Value: 181.41 V 
Current 
 Resolution: 2.001 A/div
Crest Value: 4.002 A
T  ABELA 8: COMPARAÇÃO  DE DADOS MEDIDOS DAS AMOSTRAS DE LÂMPADAS INCANDESCENTES,
 FLUORESCENTES COMPACTAS E DE LEDS
Lâmpadas
Potência
Amostra
Tensão (V)
Temperatura de cor (K)
Indice de reprodução de cor (Ra)
Fluxo (lm)
Eciência luminosa (lm/W)
Tensão medida (V)
Corrente medida(A)
Fator de potência medido
Distorção harmônica tensão
Distorção harmônica corrente
Potência ativa (W)
Economia potência ativa (%)
Potência aparente (VA)
Economia (%)
Caso 1:
Incandescente
60W
Caso 2:
Fluorescente
compacta
15W
Caso 2:
Fluorescente
compacta
12W
1
127V
2830
100
796
13,5
127
0,456
1,00
59
59
3
127V
2816
83
973
66,6
127
0,186
0,62
15
24
5
127V
2678
81
827
64,5
127
0,1
0,127
13
16
2
127V
2842
100
825
13,8
127
0,468
1,00
60
60
4
127V
2861
82
911
66,0
127
0,177
0,61
14
23
6
127V
2673
81
822
65,5
127
0,1
0,124
13
16
1,7% 2,7% 2,1%
2,0%
76%
109,0%
61%
79%
70,0%
73%
-
-
distorção de corrente. Neste caso, a lâmpada led apresentou menor
distorção harmônica em comparação com a lâmpada uorescente
compacta (Figuras 16, 17 e 18).
 Figura 17: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada uorescente compacta de 15W 
Voltage
 Resolution: 183. 09 V/div
Crest Value: 183.1 V 
 Resolution: 1.591 A/div
Crest Value: 3.183 A
C ) L ÂMPADAS
Embora as lâmpadas possam ser facilmente trocadas na mesma
luminária, pois a base E27 é a mesma, cada lâmpada possui uma
distribuição luminosa e características fotométricas e elétricas
especícas.
A Tabela 8 ilustra a comparação de dados reais obtidos em
ensaios de laboratório entre três produtos encontrados no mercado.
As características não reetem dados gerais das famílias de
lâmpadas, mas dos modelos especícos em análise (foram ensaiadas
duas amostras de cada tipo de lâmpada).
Comentários sobre os valores da Tabela 8:
• Em relação ao uxo luminoso, as lâmpadas uorescentes
compactas são as mais fortes dentre os modelos analisados,
apresentando também as maiores eciências luminosas.
• Quando se analisa os potenciais de economia de energia tomando-
se a lâmpada incandescente como base, a solução em led apresentou
melhor potencial, com economia de 73% considerando a potência
aparente e 79% considerando a potência ativa.
• A lâmpada de led apresentou fator de potência maior em relação à
lâmpada uorescente compacta.
• Não há muita diferença entre a distorção harmônica de tensão
entre os três tipos de lâmpadas, mas ela é signicativa no caso da
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS
   N
   B
   R
   5
   4
   1
   0
28
Voltage
 Resolution: 178.94 V/div
Crest Value: 178.9 V 
Current 
 Resolution: 0.926 A/div
Crest Value: 1.852 A
 Figura 18: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada de led de 12W 
• A partir da Tabela 8, pode-se concluir que as temperaturas de
cor das diferentes lâmpadas são muito próximas, entre 2673
K e 2861 K. O índice de reprodução de cor (Ra) é semelhante
para lâmpadas de led e compactas, considerados adequados para
iluminação interior da maior parte dos ambientes (Ra > 80).
As guras 19, 20 e 21 ilustram os diagramas espectrais das
 Figura 19: Distribuição espectral de uma lâmpada incandescente de 60 W – 2700 K 
spectrum

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