Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Ap re se nt aç ão 2 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Apresentação 3 Edição e coordenação técnica Hilton Moreno Autores Hilton Moreno João José Barrico de Souza Joaquim G. Pereira Jobson Modena Marcus Possi Coautores Cláudio Mardegan Hélio Eiji Sueta José Starosta Juliana Iwashita Kawasaki Luiz Fernando Arruda Publicação Atitude Editorial Patrocínio Atitude Eventos Promoção e divulgação Revista O Setor Elétrico GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Ap re se nt aç ão 4 © 2011 da Atitude Editorial Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Atitude Editorial Ltda. Diretor Adolfo Vaiser Hilton Moreno Edição e coordenação Hilton Moreno Projeto Gráfico, Diagramação e Ilustração Leonardo Piva e Denise Ferreira Revisão Gisele Folha Mós e Flávia Lima Capa e divisórias internas Tikao Solutions 2011 Direitos exclusivos da Atitude Editorial Ltda. R. Dr. Franco da Rocha, 137 - Perdizes, São Paulo – SP - Brasil E-mail: contato@atitudeeditorial.com.br Tel.: (11) 3872-4404 www.atitudeeditorial.com.br GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Apresentação 5 Um antigo projeto se materializa com a publicação desta obra. O Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras é uma forma que encontramos de devolver para a comunidade técnica do setor elétrico nacional um pouco do muito que aprendemos com ela. Com o Guia OSE de Normas, como carinhosamente chamamos esta publicação, reunimos sob a mesma capa quatro dos mais importantes documentos técnicos do País na área de instalações elétricas: a NBR 5410, de instalações elétricas de baixa tensão; a NBR 14039, de instalações elétricas de média tensão; a NBR 5419, de proteção contra descargas atmosféricas; e ao final, amarrando todas elas, a NR 10, norma de segurança em serviços de eletricidade do Ministério do Trabalho. Além de reunir as quatro normas, o Guia OSE de Normas promoveu uma invejável reunião de reconhecidos especialistas. Ao todo foram dez profissionais que participaram da preparação desta publicação, compartilhando com prazer, dedicação e muito interesse os seus vastos conhecimentos com os leitores. Todos, sem exceção, além de fantásticos profissionais, são pessoas com grande preocupação em transmitir seus conhecimentos para a sociedade em que vivem. Deixamos aqui registrado nosso agradecimento a cada um dos autores pela dedicação que tiveram com este projeto. Agradecemos o apoio de primeira hora que o Instituto Brasileiro do Cobre, Procobre, deu a este trabalho, assim como o apoio da Abrasip-MG – Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais de Minas Gerais. Agradecemos também a toda a equipe que ajudou a tornar esta obra uma realidade. E às nossas famílias que entenderam e apoiaram as horas dedicadas a este projeto. Finalmente, numa publicação que trata de normas técnicas de instalações, não podemos esquecer de voltar um pensamento para aquele que muito nos ensinou nesta área, o eterno e saudoso Professor Ademaro Cotrim, que tão cedo nos deixou em agosto de 2000. Temos certeza que, se ainda estivesse entre nós, teria sido um dos autores e um dos mais entusiastas participantes deste Guia. A publicação do Guia OSE de Normas espera contribuir com o aperfeiçoamento profissional e a formação dos estudantes da área elétrica. Boa leitura e bons conhecimentos, Adolfo Vaiser e Hilton Moreno São Paulo, novembro de 2011 Apresentação GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Ap re se nt aç ão 6 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Apresentação 7 O Procobre é uma rede de instituições latino-americanas cuja missão é a promoção do uso do cobre, impulsionando a pesquisa e o desenvolvimento de novas aplicações e difundindo sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida e do progresso da sociedade. É no contexto desta missão, que o Procobre vem trabalhando ao longo dos anos para difundir junto aos principais agentes da cadeia da construção civil a necessidade de que cada vez mais as instalações elétricas sejam seguras. Uma vez que em nosso país as normas são voluntárias, o apoio ao “Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras” torna- se imprescindível para o fomento de nossa missão, pois, somente por meio da conscientização e da divulgação das normas brasileiras junto aos profissionais do setor, é que conseguiremos contribuir para que as construções de nosso país tornem-se cada vez mais seguras. Procobre – Instituto Brasileiro do Cobre São Paulo, novembro de 2011 Apresentação GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Ap re se nt aç ão 8 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS Sum ário 9 13 147 245 285 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 10 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 11 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 12 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 13 ABNT NBR 5410:2004 INsTAlAções eléTRIcAs de BAIxA TeNsão 014 022 057 069 117 014 031 057 090 120 014 035 058 105 121 015 037 037 060 116 125 127 Sumário 1 HIsTóRIco 2 oBjeTIvos, cAmpo de AplIcAção e ABRANgêNcIA 3 oRIgem dA INsTAlAção 4 AspecTos geRAIs de pRojeTo 5 IlumINAção 6 pRoTeção coNTRA cHoques eléTRIcos 7 pRoTeção coNTRA efeITos TéRmIcos (INcêNdIos e queImAduRAs) 8 9pRoTeção coNTRA soBRecoRReNTes 9 9pRoTeção coNTRA soBReTeNsões 10 pRoTeção coNTRA míNImA e máxImA TeNsão, fAlTA de fAse e INveRsão de fAse 11 pRoTeção dAs pessoAs que TRABAlHAm NAs INsTAlAções eléTRIcAs de BAIxA TeNsão 12 seRvIços de seguRANçA 13 seleção e INsTAlAção dos compoNeNTes 14 lINHAs eléTRIcAs 15 dImeNsIoNAmeNTo de coNduToRes 16 ATeRRAmeNTo e equIpoTeNcIAlIzAção 17 seccIoNAmeNTo e comANdo 18 cIRcuITos de moToRes 19 coNjuNTos de pRoTeção, mANoBRA e comANdo (quAdRos de dIsTRIBuIção) 20 veRIfIcAção fINAl 21 mANuTeNção e opeRAção 22 quAlIdAde dA eNeRgIA eléTRIcA NAs INsTAlAções de BAIxA TeNsão GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 14 • A qualquer linha elétrica (ou fiação) que não seja especificamente coberta pelas normas dos equipamentos de utilização; • As linhas elétricas fixas de sinal, relacionadas exclusivamente à segurança (contra choques elétricos e efeitos térmicos em geral) e à compatibilidade eletromagnética. Entretanto, a norma não se aplica a: • Instalações de tração elétrica; • Instalações elétricas de veículos automotores; • Instalações elétricas de embarcações e aeronaves; • Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida que não comprometam a segurança das instalações; • Instalações de iluminação pública; • Redes públicas de distribuição de energia elétrica; • Instalações de proteção contra quedas diretas de raios. No entanto, esta Norma considera as conseqüências dos fenômenos atmosféricos sobre as instalações (por exemplo, seleção dos dispositivos de proteção contra sobretensões); • Instalações em minas; • Instalações de cercas eletrificadas. No momento da publicação deste guia, A NBR 5410 é complementada pelas normas NBR 13570 - Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público: Requisitos Específicos e NBR 13534 - Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistencias de Saúde: Requisitos para Segurança.Ambas complementam ou substituem, quando necessário, as prescrições de caráter geral contidas na NBR 5410, relativas aos seus respectivos campos de aplicação. A NBR 13570 aplica-se às instalações elétricas de locais como cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas, restaurantes, estádios, ginásios, circos e outros locais indicados com capacidades mínimas de ocupação (no de pessoas) especificadas. A NBR 13534, por sua vez, aplica-se a determinados locais como hospitais, ambulatórios, unidades sanitárias, clínicas médicas, veterinárias e odontológicas etc., tendo em vista a segurança dos pacientes. A terminologia de instalações elétricas de baixa tensão utilizada na NBR 5410 é proveniente da norma NBR IEC 50 (826) - Vocabulário Eletrotécnico Internacional — Capítulo 826 — Instalações Elétricas em Edificações. 3 oRIgem dA INsTAlAção De acordo com 3.4.3 da NBR 5410 (ver Figura 1), a norma aplica-se a partir do ponto de entrega, definido como o ponto de conexão do sistema elétrico da empresa distribuidora de eletricidade com a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s) e que delimita as responsabilidades da distribuidora, definidas pela autoridade reguladora (ANEEL). Além disso, a NBR 5410 indica em 1.6 e 1.7 que a sua aplicação não dispensa o respeito aos regulamentos de órgãos públicos aos quais a instalação deve satisfazer. As instalações elétricas cobertas pela norma estão sujeitas também, naquilo que for pertinente, às normas para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades 1 HIsTóRIco A norma ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão tem a seguinte cronologia: 1914 - É publicado o Código de Instalações Elétricas da extinta Inspetoria Geral de Iluminação, situada na Cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal; 1941 - Com a contribuição de especialistas da época, o Código de 1914 foi aperfeiçoado e transformado em uma norma publicada pelo Departamento Nacional de Iluminação e Gás, sob o título de Norma Brasileira para Execução de Instalações Elétricas com abrangência em todo o País; 1960 - O documento de 1941 foi substituído pela norma NB- 3, baseada na norma NFPA-70 – National Electrical Code, dos Estados Unidos, tendo sido publicado neste ano pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); 1980 - A NB-3 foi substituída pela primeira edição da NBR 5410, baseada na norma IEC 60364 e na norma francesa NF C 15-100. 1990 - 2ª revisão da NBR 5410; 1997 - 3ª revisão da NBR 5410; 2004 - 4ª revisão da NBR 5410. 2 oBjeTIvos, cAmpo de AplIcAção e ABRANgêNcIA A NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão é a norma aplicada a todas as instalações elétricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a 1.000 V em corrente alternada ou a 1.500 V em corrente contínua. A NBR 5410 fixa as condições a que as instalações de baixa tensão devem atender, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservação de bens. Aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações existentes, entendendo-se, em princípio, como ‘reforma’ qualquer ampliação de instalação existente (como criação de novos circuitos e alimentação de novos equipamentos), bem como qualquer substituição de componentes que implique alteração de circuito. A norma trata praticamente de todos os tipos de instalações de baixa tensão, dentre as quais: • Edificações residenciais e comerciais em geral; • Estabelecimentos institucionais e de uso público; • Estabelecimentos industriais; • Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros; • Edificações pré-fabricadas; • Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e locais análogos; • Canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias. A norma aplica-se também: • Aos circuitos internos de equipamentos que, embora alimentados por meio de instalação com tensão igual ou inferior a 1.000 V em corrente alternada, funcionam com tensão superior a 1.000 V, como é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadores eletrostáticos etc.; GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 15 reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade. Desta forma, as prescrições estabelecidas em regulamentações federais, estaduais e municipais podem ser aplicadas nas instalações elétricas de baixa tensão sem causar conflitos legais com o texto da norma brasileira. Por exemplo, prescrições específicas do Corpo de Bombeiros sobre iluminação de emergência, bombas de incêndio, etc., podem ser acomodadas no projeto elétrico sem conflitos. Da mesma forma, apesar de a NBR 5410:2004 incluir os componentes do padrão de entrada da concessionária, uma vez que ela tem origem de aplicação no ponto de entrega, o item 1.7 mantém a autoridade da empresa distribuidora de energia elétrica em definir como será construído esse padrão de entrada. Figura 1: Origem da instalação conforme a NBR 5410/2004 (inclui o padrão de entrada da concessionária) Figura 2 – Determinação da potência nominal de um equipamento 4 AspecTos geRAIs de pRojeTo 4.1 Potência de alimentação Em 4.2.1 da NBR 5410 prescreve-se que, na determinação da potência de alimentação de uma instalação ou de parte de uma instalação, devem-se prever os equipamentos a serem instalados, com suas respectivas potências nominais e, após isso, considerar as possibilidades de não simultaneidade de funcionamento destes equipamentos (fator de demanda), bem como capacidade de reserva para futuras ampliações. É importante observar que o texto da norma refere-se às potências nominais dos equipamentos e não às potências médias absorvidas por eles. Isso significa que não é possível a aplicação do chamado fator de utilização no cálculo da potência de alimentação. Lembre-se que o fator de utilização é aquele que multiplica a potência nominal de um aparelho para se obter a potência média absorvida por ele durante sua operação. Esse é geralmente o caso de motores, sendo tipicamente considerado, nesta situação, um fator de utilização da ordem de 0,75. No entanto, reitera-se que a prescrição da norma não permite a utilização de tal fator no cálculo da potência de alimentação. A determinação do fator de demanda exige um conhecimento detalhado da instalação e das condições de funcionamento dos equipamentos de média tensão a ela conectados. Sua determinação deve ser realizada a partir de um estudo muito detalhado, pois, caso não seja adequadamente avaliado, o valor final da potência de alimentação pode resultar em subdimensionamento dos circuitos elétricos. Conforme o caso, a potência de alimentação deve ser determinada por cargas ou por grupo de cargas e, geralmente, baseia-se nos dados conhecidos de outras instalações similares. No que diz respeito às cargas deve-se considerar para um equipamento a sua potência nominal dada pelo fabricante ou calculada a partir dos dados de entrada (tensão nominal, corrente nominal e fator de potência), ou calculada a partir da potência de saída, caso seja conhecido o rendimento do equipamento (Figura 2). 4.1.1 Potência de iluminação 4.1.1.1 locais não residenciais Conforme 4.2.1.2.2 da NBR 5410, as cargas de iluminação e tomadas em locais não destinados à habitação (estabe-lecimentos comerciais, industriais, institucionais, etc.) são as seguintes: A quantidade e potência de pontos de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação dos níveis mínimos de iluminância da NBR 5413 e calculados pelos métodos dos lúmens, ponto a ponto ou cavidade zonal, etc. Para as luminárias que utilizam lâmpadas comequipamentos auxiliares (reatores, ignitores, etc.), a potência total da luminária deve ser a soma das potências das lâmpadas com a dos equipamentos auxiliares, incluindo suas perdas, fator de potência e distorções harmônicas (ver capítulo 5 deste guia). 4.1.1.2 locais residenciais A seção 9.5.2 da NBR 5410 trata de aspectos relacionados à previsão de carga de iluminação em instalações residenciais, conforme descrito a seguir. A norma estabelece que, em cômodos com área igual ou inferior a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA e com área superior a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros. Por exemplo, em uma sala de 4 m x 5 m, ou seja, com área de 20 m2 (20 = 6 + 4 + 4 + 4 + 2), a potência de iluminação mínima a ser atribuída a este cômodo será de 100 + 60 + 60 + 60 = 280 VA. Equipamento de utilização PN = UN . IN . cos θN PN = √3 . UN . IN . cos θN η = PN / PN Equipamento monofásico Equipamento trifásico Rendimento cos Φ N η (Entrada) (Saída) (P N)UN, IN, PN Dispositivo de proteção GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 16 Figura 3 – Pontos de tomada acima da bancada em cozinha 4.1.2 Potência de tomadas 4.1.2.1 locais não residenciais Conforme 4.2.1.2.3 da NBR 5410, deve ser feita a seguinte previsão de pontos de tomadas: • Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada de uso geral, e aos circuitos termi-nais respectivos deve ser atribuída uma potência de no mínimo 1.000 VA. • Quando um ponto de tomada for previsto para uso específico, deve ser a ele atribuída uma potência igual à potência nominal do equipamento a ser alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a serem alimen-tados. Quando valores precisos não forem conhecidos, a potência atribuída ao ponto de tomada deve seguir um dos dois seguintes critérios: (1) a potência ou soma das potências dos equipamentos mais potentes que o ponto pode vir a alimentar; (2) a potência deve ser calculada com base na corrente de projeto e na tensão do circuito respectivo. - Os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no máximo a 1,5 m do ponto previsto para a localização do equipamento a ser alimentado. - Os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento devem ser providos com a quantidade adequada de tomadas. A NBR 5410 não tem prescrições específicas sobre previsão de quantidade de pontos de tomadas em locais não residenciais. Seguem-se algumas recomendações baseadas em literaturas: locais industriais A quantidade e a potência das tomadas em locais industriais dependem do tipo de ocupação dos diversos locais e devem ser determinadas caso a caso. escritórios comerciais e locais similares Sugestão 1: conforme indicado no livro Instalações elétricas, de Ademaro Cotrim Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤ 40 m2, a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada pelo critério, dentre os dois seguintes, que conduzir ao maior número: • Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de perímetro. • Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de área. Para escritórios comerciais ou locais análogos com área > 40 m2, a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada com base no seguinte critério: 10 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 1 ponto de tomada para cada 10 m2, ou fração, de área restante. Em lojas e locais similares, devem ser previstos pontos de tomadas de uso geral em quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para cada 30 m2, ou fração, não consideradas as tomadas para a ligação de lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a demonstração de aparelhos. A potência a ser atribuída aos pontos de tomadas de uso geral em escritórios comerciais, lojas e locais similares não deverá ser inferior a 200 VA por ponto de tomada. Sugestão 2: conforme indicado no livro Instalações elétricas industriais, de João Mamede Filho Para escritórios comerciais ou locais similares com área ≤ 37 m2, a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada pelo critério, dentre os dois seguintes, que conduzir ao maior número: • Um ponto de tomada para cada 3 m, ou fração, de perímetro. • Um ponto de tomada para cada 4 m2, ou fração, de área. Para escritórios comerciais ou locais análogos com área > 37 m2, a quantidade mínima de tomadas de uso geral deve ser calculada com base no seguinte critério: 8 pontos de tomadas para os primeiros 40 m2 e 3 pontos de tomada para cada 37 m2, ou fração, de área restante. Em lojas e locais similares, devem ser previstos pontos de tomadas de uso geral em quantidade nunca inferior a um ponto de tomada para cada 37 m2, ou fração, não consideradas as tomadas para a ligação de lâmpadas, tomadas de vitrines e tomadas para a demonstração de aparelhos. 4.1.2.2 locais residenciais A seção 9.5.2 da NBR 5410 trata de aspectos relacionados à previsão de carga de tomadas em instalações residenciais, conforme descrito a seguir. Um ponto de tomada é um ponto de utilização de energia elétrica em que a conexão dos equipamentos a serem alimentados é feita por meio de tomada de corrente. Um ponto de tomada pode conter uma ou mais tomadas de corrente. A norma define o número mínimo de pontos de tomadas que devem ser previstos num local de habitação, a saber: • em banheiros deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada próximo ao lavatório; • em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro. E acima da bancada da pia em cozinhas, copas e copas-cozinhas devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto de tomada ou em pontos distintos (Figura 3); GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 17 • em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, admitindo-se que este ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada, quando sua área for inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua profundidade for inferior a 80 cm; • em salas e dormitórios deve ser previsto um ponto de tomada para cada 5 m ou fração de perímetro; • para os demais cômodos não tratados especificamente nos itens anteriores, a norma estabelece que seja previsto, pelo menos, um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 6 m2. Quando a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m2, vale a regra de um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro. Uma vez determinada a quantidade de pontos de tomada, é preciso atribuir as potências para estes pontos. De um modo geral, a potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos equipamentos que ele poderá vir a alimentar (Figura 4). Caso não sejam conhecidas as potências dos equipamentos, a norma então estabelece os seguintes valores mínimos: • em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, deve-se atribuir no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até 3 pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, considerando-se cada um desses ambientes separadamente. Quando o total de tomadas, no conjunto desses ambientes, for superior a 6 pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja de, nomínimo, 600 VA por ponto de tomada, até 2 pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, sempre considerando cada um dos ambientes separadamente. Vejamos dois casos para ilustrar esta regra: • em uma cozinha há a previsão de 5 pontos de tomadas: a potência mínima a ser considerada é de 600 + 600 + 600 + 100 + 100 = 2000 VA; • em uma cozinha há a previsão de 7 pontos de tomadas. a potência mínima a ser considerada é de 600 + 600 + 100 + 100 + 100 + 100 + 100 = 1700 VA. - nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada. 4.2 esquemas de aterramento Os aterramentos devem assegurar, de modo eficaz, as necessidades de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica, constituindo-se em um dos pontos mais importantes de seu projeto e de sua montagem. 4.2.1 aterramento de Proteção O aterramento de proteção consiste na ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação e tem o objetivo de limitar o potencial entre massas, entre massas e elementos condutores estranhos à instalação e entre os dois e a terra a um valor seguro sob condições normais e anormais de funcionamento. Além disso, deve proporcionar às correntes de falta um caminho de retorno para terra de baixa impedância, de modo que o dispositivo de proteção possa atuar adequadamente. 4.2.2 aterramento funcional O aterramento funcional, que é a ligação à terra de um dos condutores vivos do sistema (em geral, o neutro), tem por objetivo definir e estabilizar a tensão da instalação em relação à terra durante o funcionamento; limitar as sobretensões devidas a manobras, descargas atmosféricas e contatos acidentais com linhas de tensão mais elevada; e fornecer um caminho de retorno da corrente de curto-circuito monofásica ou bifásica à terra ao sistema elétrico. Os aterramentos funcionais podem ser classificados em diretamente aterrados; aterrados através de impedância (resistor ou reator); ou não aterrados. 4.2.3 tiPos de esquemas de aterramento Os aterramentos funcional e de proteção nas instalações de baixa tensão devem ser realizados conforme um dos três esquemas de aterramento básicos, classificados em função do aterramento da fonte de alimentação da instalação (transformador, no caso mais comum, ou gerador) e das massas, e designados por uma simbologia que utiliza duas letras fundamentais: 1a letra: indica a situação da alimentação em relação à terra: • T: um ponto diretamente aterrado; • I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância razoável. 2a letra: indica as características do aterramento das massas: • T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da alimentação; • N: massas sem um aterramento próprio no local, mas que utilizam o aterramento da fonte de alimentação por meio de um condutor separado (PE) ou condutor neutro (PEN); • I: massas isoladas, ou seja, não aterradas. Outras letras: especificam a forma do aterramento da massa, utilizando o aterramento da fonte de alimentação: • S: separado, isto é, o aterramento da massa é feito por um condutor (PE) diferente do condutor neutro; Figura 4 – Potência atribuída a um ponto GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 18 Figura 5 - Esquema TN. Figura 6 - Esquema TT. 4.2.3.2 esquema tt No esquema TT, o ponto da alimentação (em geral, o secundário do transformador com seu ponto neutro) está diretamente aterrado e as massas da instalação estão ligadas a um eletrodo de aterramento (ou a mais de um eletrodo) independentemente do eletrodo de aterramento da alimentação (Figura 6). Uc RF RM UC RF • C: comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento elétrico é feito com o próprio condutor neutro (PEN). A partir dessas designações, são definidos os esquemas TT, TN e IT, descritos a seguir. 4.2.3.1 esquema tn No esquema TN, um ponto da alimentação, em geral, o neutro, é diretamente aterrado e as massas dos equipamentos elétricos são ligadas a esse ponto por um condutor metálico (Figura 5). Esse esquema será do tipo TN-S, quando as funções de neutro e de proteção forem feitas por condutores distintos (N e PE), ou TN- C, quando essas funções forem asseguradas pelo mesmo condutor (PEN). Pode-se ter ainda um esquema misto TN-C-S. O esquema é concebido de modo que o percurso de uma corrente de falta fase-massa seja constituído por elementos condutores metálicos e, portanto, possua baixa impedância e alta corrente de curto-circuito. Neste caso, uma corrente de falta direta fase-massa é equivalente a uma corrente de curto-circuito fase-neutro. No sistema TN, a corrente de curto-circuito não depende do valor do aterramento da fonte (R F ), mas somente das impedâncias dos condutores pelas quais o sistema é constituído. Por isso, ela é elevada e a proteção é fortemente sensibilizada provocando sua atuação. Deve-se dar preferência ao sistema TN-S porque, na operação normal do sistema, todo o condutor PE está sempre praticamente no mesmo potencial do aterramento da fonte, ou seja, com tensão zero ou quase zero em toda sua extensão. No entanto, no sistema TN-C, a tensão do condutor PEN junto à carga não é igual a zero, porque existem correntes de carga (incluindo harmônicas) e de desequilíbrio retornando pelo neutro, causando assim quedas de tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, as massas dos equipamentos elétricos não estão no mesmo potencial do aterramento da fonte. Neste caso, sempre há uma diferença de potencial entre a mão e o pé do operador que toca o equipamento elétrico. Outro perigo do sistema TN-C é no caso de perda (ruptura) do condutor neutro (N), em que, instantaneamente, o potencial do condutor de fase passa para a massa da carga, colocando em risco a segurança das pessoas. De acordo com a figura, R F é a resistência do aterramento da fonte de alimentação e R M é a resistência do aterramento da massa do equipamento elétrico. Trata-se de um esquema em que o percurso de uma corrente proveniente de uma falta fase-massa (ocorrida em um componente ou em um equipamento de utilização da instalação) inclui a terra e que a elevada impedância (resistência) desse percurso limite o valor da corrente de curto-circuito. No esquema TT, a corrente de curto-circuito, depende da qualidade do aterramento da fonte e da massa. Se o aterramento não for bom, a proteção pode não atuar ou demorar muito para atuar, colocando em risco a segurança das pessoas. Neste esquema de aterramento, é obrigatório o uso de dispositivo diferencial-residual no seccionamento automático da alimentação (ver capítulo 6 deste guia). As correntes de falta direta fase-massa são de intensidade inferior à de uma corrente de curto-circuito fase-neutro. Uma das possíveis utilizações do esquema TT é quando a fonte de alimentação e a carga estiverem muito distantes uma da outra. 4.2.3.3 esquema it No esquema IT, não existe nenhum ponto da alimentação diretamente aterrado; ela é isolada da terra ou aterrada por uma impedância (Z) de valor elevado. As massas são ligadas à terra por meio de eletrodo ou eletrodos de aterramento próprios (ver Figura 7). Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase- massa não possui, em geral, intensidade suficiente para fazer a proteção atuar, mas pode representar um perigo para as pessoas que tocarem a massa energizada, devido às capacitâncias da linha em relação à terra (principalmente no caso de alimentadores longos) e à eventual impedância existente entre a alimentação e a terra. Somente em dupla falta fase-massa, em fases distintas,a corrente de curto-circuito poderá provocar a atuação da proteção. GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 19 Figura 8 - Circuitos terminais separados b) Os pontos de iluminação não devem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação + tomadas); e c) Os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não podem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação + tomadas). Dessa forma, é importante dizer que a regra para a divisão de circuitos é sempre a separação das cargas de iluminação e tomadas, ficando a exceção com alguns casos na área residencial. E mesmo nessa área, a junção de iluminação e tomadas no mesmo circuito é opcional. Cabe lembrar que, nos casos em que iluminação e tomadas são separadas, um circuito de iluminação deve ter seção mínima de 1,5 mm2 e um circuito de tomada deve ter seção mínima de 2,5 mm2, sendo evidente que, quando juntamos estas cargas no mesmo circuito, este deve ter seção mínima de 2,5 mm2. Para finalizar as prescrições de divisões de circuitos em locais de habitação, tem-se: a) Em 9.5.3.1, está prescrito que todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir um circuito independente; e b) Em 9.5.3.2, os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas- cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente destinados à alimentação de tomadas desses locais. Conforme 4.2.5.6 da NBR 5410, as cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior equilíbrio possível. Quando a instalação comportar mais de uma alimentação (rede pública, geração local, etc.), a distribuição associada especificamente a cada uma delas deve ser disposta separadamente e de forma claramente diferenciada das demais (Figura 9). Em particular, não se admite que componentes vinculados especificamente a uma determinada alimentação compartilhem, com elementos de outra alimentação, quadros de distribuição e linhas, incluindo as caixas dessas linhas, salvo as seguintes exceções: a) circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros; Figura 7 - Esquema IT. Z Uc RM Muitas indústrias, em alguns setores, utilizam o sistema IT, no qual a impedância (Z) é constituída de uma reatância projetada para que a corrente de curto-circuito, para a primeira falta fase-massa, seja limitada a um valor pequeno (por exemplo, 5 A). Essa corrente de curto-circuito sinaliza apenas a existência da primeira falta, sem necessidade de desligar o circuito, acionando apenas a equipe de manutenção, que não precisa corrigir a falha imediatamente, a produção do setor industrial continua normalmente e a equipe de manutenção pode programar seu serviço no horário mais adequado. Neste esquema de aterramento é obrigatório o uso de dispositivos supervisores de isolamento. 4.3 divisão da instalação A divisão da instalação em circuitos conforme a NBR 5410. Uma vez determinadas as cargas a serem alimentadas em uma instalação elétrica, podemos planejar a distribuição destas cargas pelos diversos circuitos. Vejamos a seguir as regras da ABNT NBR 5410 sobre o assunto. Pontos de iluminação e tomadas Em 4.2.5.1, temos: “A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários, devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida através de outro circuito”. E, em 4.2.5.5, é dada a sentença: “Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos de utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada”. Juntas, estas duas prescrições obrigam a separação de iluminação e tomadas nas instalações em geral (Figura 8). No caso particular de locais de habitação, em 9.5.3.3 admite- se que, em algumas situações, pontos de iluminação e tomadas possam ser alimentados por circuito comum, desde que respeitadas algumas condições: a) A corrente de projeto do circuito comum (iluminação + tomadas) não deve ser superior a 16 A; GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 20 Figura 9 – Compartilhamento de linhas elétricas 4.7 influências externas A classificação das influências externas sobre a instalação de baixa tensão deve ser realizada nas fases de elaboração e execução das instalações elétricas, sendo fundamental para a correta seleção e utilização dos componentes e para a garantia da segurança e funcionamento da instalação. Conforme 4.2.6 da NBR 5410, cada condição de influência externa é designada por um código que compreende sempre um grupo de duas letras maiúsculas e um número, como descrito a seguir: • Primeira letra: indica a categoria geral da influência externa: A = meio ambiente; B = utilização; C = construção das edificações. • Segunda letra (A, B, C,...) indica a natureza da influência externa. • Número (1, 2, 3,...) indica a classe de cada influência externa. Figura 10 – Relação entre as tabelas de influências externas b) conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o intercâmbio das fontes de alimentação; c) linhas abertas e nas quais os condutores de uma e de outra alimentação sejam adequadamente identificados. Em geral, quanto maior o número, mais severa é a intensidade daquela determinada influência. Na NBR 5410, há três tipos de tabelas de influências externas diretamente relacionadas entre si, conforme indicado na Figura 11. A partir dos conceitos anteriores, cabe ao projetista classificar as influências externas predominantes na instalação elétrica de média tensão, observando-se que nem todas as influências precisam estar presentes numa instalação ou, às vezes, mesmo presentes, elas podem ser desprezadas. Para efeito de exemplo de aplicação das tabelas indicadas na Figura 10, suponha-se que tenha sido verificado que, no local onde será instalado um barramento blindado de baixa tensão, existe uma rede de sprinklers instalada sobre o barramento blindado. Neste caso, pode-se adotar um dos três procedimentos descritos a seguir (Figura 11): • (A) Considerando-se que não seja colocado nenhum anteparo entre o barramento blindado e a rede de sprinklers, o barramento estará sujeito a uma “chuva” de água após uma eventual atuação da rede de sprinklers. Neste caso, a influência externa sobre o barramento é AD4 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em um grau de proteção mínimo do barramento IPX4; • (B) Considerando-se que seja colocado m anteparo entre o barramento blindado e a rede de sprinklers, o barramento não estará sujeito a uma “chuva” de água após uma eventual atuação da rede de sprinklers. Neste caso, a influência externa sobre o barramento é AD1 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em um grau de proteção mínimo do barramento IPX0; • (C) Considerando-se que não seja colocado nenhum anteparo entre o barramento blindado e a rede de sprinklers, e que o projetista avalie que a atuação dos sprinklers não é uma situação GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 21 Figura 11 – Exemplo de análise das influências externas usual na vida da instalação (podendo então desprezá-la na análise). Neste caso, a influência externa sobre o barramento é AD1 (conforme Tabela 4 da norma), resultando em um grau de proteção mínimo do barramento IPX0. No entanto, é preciso que sejafeito um alerta para que, após uma eventual atuação da rede de sprinklers, seja feita uma verificação no estado do barramento blindado, uma vez que, com o grau IPX0 poderia haver a penetração de água no invólucro, o que poderia comprometer seu adequado e seguro funcionamento sem a devida manutenção. Entre as três alternativas apresentadas, a única que resolve o assunto de modo permanente é a primeira opção, pois o barramento blindado estaria protegido de modo permanente e seguro contra a presença de água em seu interior, no caso de acionamento da rede de sprinklers. A desvantagem desta opção é o custo maior de um equipamento IPX4 em comparação com o IPX0. Na segunda alternativa, embora o custo do barramento seja menor do que no primeiro caso, é preciso acrescentar o custo do anteparo antes de comparar o custo total com a alternativa (A). Além disso, é importante considerar que o anteparo poderá ser removido de propósito ou acidentalmente sem que seja recolocado, o que anularia todo o raciocínio que justificou essa opção. A opção (C) é a de menor custo inicial, porém deve ser pesado na decisão final o risco de molhar o interior do barramento e o consequente custo de parada e manutenção do equipamento. A Tabela A.2, cuja fonte é a norma NBR 13570, fornece as classificações de algumas influências externas relativas a diversos locais de afluência de público. BE 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 BC 3**) 3**) -*) -*) 3**) 3 3**) 3 3 3 3 3 3**) 4**) 3 -*) 3 AH -*) 2**) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) 2**) -*) 2**) 2**) 2**) 2**) -*) -*) BD 3 ou 4 3 3 3 ou 4 3 ou 4 3 3 3 3 3 ou 4 3 3 ou 4 3 ou 4 3 3 -*) 3 BB -*) 3 -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) 3 3 -*) -*) -*) AD -*) 4 -*) -*) -*) 4 -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) -*) Local Auditórios, salas de conferência/reuniões, cinemas hotéis, motéis e similares, locais de culto, estabelecimentos de atendimento ao público, bibliotecas, arquivos públicos, museus, salas de arte Teatros, arenas, casas de espetáculos e locais análogos: - palco - demais locais Salas polivalentes ou modulares, galpões de usos diversos e usos sazonais Lojas de departamentos Restaurantes, lanchonetes, boates, cafés e locais análogos: - cozinha - demais locais Supermercados e locais análogos Circulações e áreas comuns em centros comerciais, shopping centers Danceterias, salões de baile, salões de festas, salões de jogos , boliches, diversões eletrônicas e locais análogos Estabelecimentos de ensino Estabelecimentos esportivos e de lazer cobertos Estabelecimentos esportivos e de lazer ao ar livre, estádios Locais de feiras e exposições ao ar livre, parques de diversões, circos Locais de feiras e exposições cobertos, mercados cobertos com boxes Estruturas infláveis Estações e terminais de sistemas de transporte Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 *) A classificação desta influência deve ser determinada de acordo com a aplicação específica do local. **) Pode ser que existam neste local áreas onde se aplique uma classificação diferente. NOTA - Exemplos de aplicação da tabela A.2: o palco de um teatro tem a seguinte classificação mínima de influências externas: AD4, AH2, BB3, BC3, BD3 e BE2. tabela a.2 – classificação das influências externas de locais de afluência de Público GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 22 4.8 Graus de Proteção Os invólucros dos equipamentos elétricos são classificados por graus de proteção, definidos pela norma NBR IEC 60529 - Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos (código IP). A representação mais comum do grau de proteção é feita pelas letras ‘IP’ seguidas usualmente por dois algarismos (Tabelas 2 e 3), sendo o primeiro relativo à proteção contra a penetração de objetos sólidos e acesso às partes vivas e o segundo relativo à proteção contra a penetração de líquidos. 5 IlumINAção 5.1 Projeto luminotécnico A NBR 5410 estabelece em 4.2.1.2.2.a) que as cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da norma NBR 5413. A NBR 5413 - Iluminância de interiores estabelece os valores de iluminâncias médias mantidas em serviço para iluminação artificial em interiores, para diversas atividades e tarefas, como comércio, tabela 2: Primeiro numeral - Penetração de objetos sólidos e acesso às Partes vivas GRAU DE PROTEÇÃOPrimeiro Numeral Característico 0 1 2 3 4 5 6 Descrição Sucinta Não protegido. Protegido contra objetos sólidos maiores que 50 mm. Protegido contra objetos sólidos maiores que 12 mm. Protegido contra objetos sólidos maiores que 2,5mm. Protegido contra objetos sólidos maiores que 1,0 mm. Protegido contra pó. Hermético a pó. Detalhes Breves dos Objetos a serem “excluídos” do invólucro Nenhuma proteção especial. Uma grande superfície do corpo, como uma mão (mas sem proteção contra o acesso deliberado). Objetos sólidos com diâmetro superior a 50 mm. Dedos ou objetos similares não excedendo 80 mm de comprimento. Objetos sólidos excedendo 12mm de diâmetro. Ferramentas, fios etc. de diâmetro ou espessura maior que 2,5 mm. Objetos sólidos com diâmetro superior a 2,5mm. Fios ou fitas de espessura maior que 1,0 mm. Objetos sólidos com diâmetro não superior a 1,0mm. O ingresso de pó não é totalmente prevenido, mas o pó não entra em quantidade suficiente para interferir com a operação satisfatória do equipamento. Sem ingresso de pó tabela 3: seGundo numeral - Proteção contra Penetraçnao de liquidos GRAU DE PROTEÇÃOSegundo Numeral Característico 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Descrição Sucinta Sem proteção. Protegido contra gotejamento de água. Protegido contra gotejamento de água, quando inclinado até 15°. Protegido contra água pulverizada. Protegido contra água borrifada. Protegido contra jatos de água. Protegido contra ondas de grande porte. Protegido contra os efeitos da imersão de água. Protegido contra submersão. Detalhes do tipo de proteção fornecida pelo invólucro Sem proteção especial. Gotejamento de água (quedas de gotas verticais) não deve ter efeito nocivo. Gotejamento vertical de água não deve ter efeito nocivo quando o invólucro é inclinado até um ângulo de 15°, a partir de sua posição normal. Água pulverizada caindo com um ângulo de até 60° com a vertical não deve ter efeito nocivo. Água borrifada contra o invólucro, de qualquer direção, não deve ter efeito nocivo. Água projetada por um bico sob pressão contra o invólucro, de qualquer direção, não deve ter efeito nocivo Água de ondas de grande porte, ou água projetada em jatos potentes, não deve penetrar no invólucro em quantidades prejudiciais. O ingresso de água em quantidade prejudicial não deve ser possível, quando o invólucro é imerso em água em condições definidas de pressão e tempo. O equipamento é adequado para submersão contínua em água, sob condições que devem ser especificadas pelo fabricante. indústria, ensino, esporte, entre outras. A Tabela 4 fornece alguns valores extraídos da NBR 5413. Estes valores de iluminância são utilizados como referência para o dimensionamento dos sistemas de iluminação das instalações. A norma estabelece três valores médios para cada atividade (mínimo, médio e máximo) e as características para a determinação de qual valor médio deve ser considerado, de acordocom as características da tarefa e do observador (idade, velocidade e precisão da tarefa e refletância do fundo da tarefa). De maneira geral é recomendado que se adote o valor médio. O maior valor das iluminâncias deve ser utilizado quando: • A tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos; • Os erros são de difícil correção; • O trabalho visual é crítico; • Alta produtividade ou precisão são de grande importância; e • A capacidade visual do observador está abaixo da média. O menor valor pode ser usado quando: • As refletâncias ou contrastes são relativamente altos; • A velocidade e/ou precisão não são importantes; • A tarefa é executada ocasionalmente. GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 23 Além do nível de iluminância, a NBR 5413 estabelece as condições gerais de projeto, tais como plano de trabalho, uniformidade e iluminação suplementar. Nestes assuntos, a norma define: • O plano de referência como sendo o campo de trabalho e quando este não for definido, um plano horizontal a 0,75m do piso; • A iluminância no restante do ambiente não deve ser inferior a 1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja recomendação para valor menor; • A uniformidade da iluminância (relação entre o menor valor de iluminância do campo de trabalho e o valor médio) deve ser no mínimo 0,7; e • No caso de ser necessário elevar a iluminância em limitado campo de trabalho, possibilita a utilização de iluminação suplementar. A NBR 5413, vigente desde 1992, na época da publicação deste guia era obsoleta em relação às normas internacionais, pois estabelece apenas as iluminâncias recomendadas em serviço. A norma internacional ISO 8995-1: Lighting of work place, elaborada pela ISO em conjunto com a CIE - Comissão Internacional de Iluminação, trata de diversos parâmetros que contribuem para a qualidade da iluminação no ambiente, além de ampliar a abrangência dos tipos de atividades especificados na NBR 5413. A ISO 8995-1 define e estabelece parâmetros para a iluminância de tarefa e do entorno imediato (zona de, no mínimo, 0,5 m de largura ao redor da área da tarefa dentro do campo de visão), e estabelece recomendações para a distribuição da uniformidade e iluminância, direcionamento da luz, uso da iluminação natural e manutenção do sistema. Além das iluminâncias para cada tarefa e ambiente, a ISO 8995- 1 estabelece o indicador de controle de ofuscamento para evitar o desconforto visual (UGR) e o índice de reprodução de cor mínimo recomendado da fonte luminosa (Ra ou IRC). Para o dimensionamento do sistema de iluminação e a determinação das cargas de iluminação utilizam-se métodos de cálculo luminotécnico, como o Método dos Lumens e o Método ponto a ponto, amplamente difundidos e disponíveis em softwares de cálculo. Estas metodologias levam em consideração os desempenho das luminárias, lâmpadas e dos equipamentos auxiliares, como reatores para lâmpadas de descarga, os transformadores para as lâmpadas halógenas e os controladores (drivers) para os leds. 5.2 desemPenho das luminárias O desempenho de uma luminária pode ser considerado como o resultado de uma combinação dos desempenhos fotométrico, mecânico e elétrico. 5.2.1 desemPenho fotométrico O desempenho fotométrico está relacionado à eficiência com que a luminária direciona luz ao plano desejado. É determinado pelas propriedades fotométricas da lâmpada e da luminária. No projeto luminotécnico, quando são conhecidas as dimensões do ambiente e as refletâncias do teto, das paredes e do piso, o desempenho fotométrico pode ser analisado pelo Fator de Utilização da luminária (U). 5.2.2 desemPenho mecânico O desempenho mecânico descreve o comportamento da luminária sob estresse, podendo incluir condições extremas de temperatura, jatos d’água, vedação a pó, choques mecânicos e proteção contra fogo. Estas condições são consideradas na NBR IEC 60598-1 - Luminárias. Requisitos gerais e ensaios. As luminárias devem ser especificadas nos projetos de acordo com o uso e característica da instalação. Atenção especial deve ser considerada para as áreas molhadas ou úmidas. Conforme item 6.5.5.2.1 da NBR IEC 60598-1, não é permitido que a água se acumule nos condutores, porta-lâmpadas ou outras partes elétricas. De acordo com o tipo de proteção contra a penetração de pó, objetos sólidos e umidade, as luminárias são classificadas conforme o grau de proteção IP (ver 4.8 - Tabelas 2 e 3 deste guia). 5.2.3 desemPenho elétrico O desempenho elétrico descreve a eficiência com que a luminária e seus equipamentos auxiliares produzem luz e o comportamento elétrico dos mesmos, tais como fator de potência, distorção harmônica e interferências eletromagnéticas. Desta forma, a eficiência da luminária é determinada também pela eficiência da lâmpada e dos equipamentos auxiliares (reatores, transformadores e controladores). No dimensionamento dos sistemas de iluminação é necessário conhecer os dados relativos ao tabela 4 – valores de iluminância da nbr 5413 Classe A Iluminação geral para áreas usadas interruptamente ou com tarefas visuais simples B Iluminação geral para área de trabalho C Iluminação adicional para tarefas visuais difíceis Iluminância (lux) 20 -30 -50 50 - 75 - 100 100 -150 -200 200 -300 -500 500 -750 -1000 1000 -1500 -2000 2000 -3000 -5000 5000 - 7500 - 10000 10000 -15000 -20000 Tipo de atividade Áreas públicas com arredores escuros Orientação simples para permanência curta Recintos não usados para trabalho contínuo; depósitos Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditórios Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho médio de maquinaria, escritórios Tarefas com requisitos especiais, gravação manual, inspeção, indústria de roupas. Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrônica de tamanho pequeno Tarefas visuais muito exatas, montagem de microeletrônica Tarefas visuais muito especiais, cirurgia GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 24 fluxo luminoso das lâmpadas e ao fator de fluxo luminoso do reator. A NBR 5410, no item 4.2.1.2.2.b), determina que, para os aparelhos fixos de iluminação de descarga, a potência nominal a ser considerada deve incluir a potência das lâmpadas, as perdas e o fator de potência dos equipamentos auxiliares. Para cálculo das cargas de iluminação, a potência nominal ou aparente (VA) pode ser calculada a partir dos dados elétricos fornecidos pelos fabricantes. Para se determinar a potência nominal (VA) do conjunto luminária-lâmpadas-equipamentos, considera-se: P N = U x I ou P N = P ativa / FP Onde: P N : potência nominal ou aparente (VA) P ativa : potência ativa (W) U: tensão (V) I: corrente (A) FP: fator de potência Quando os dados dos fabricantes não são conhecidos ou os equipamentos não estão definidos, considera-se que: • A potência da lâmpada é dada em W (assume-se que W = VA); • As perdas dos reatores podem ser consideradas aproximadamente 15% a 20% da potência da lâmpada; Assim, por exemplo, a potência nominal de uma luminária com 2 lâmpadas de 32 W cada + 1 reator eletromagnético duplo é calculada por: P aparente = 2 x 32 + (2 x 32 x 0,15) = 73,6 VA 5.2.4 métodos de cálculos luminotécnicos A seguir são apresentados o Método do Ponto a Ponto e o Método dos Lumens, metodologias de cálculo mais utilizadas para determinação da quantidade de luminárias necessárias para um determinado ambiente ou a iluminância obtida comdeterminada luminária. 5.2.4.1 método do Ponto a Ponto Pode-se calcular a iluminância pelo Método Ponto a Ponto quando a distância “d” entre a fonte de luz e o objeto a ser iluminado for, no mínimo, cinco vezes a dimensão da fonte de luz (Figura 13). Este método é recomendado para os casos de fontes pontuais, para a determinação da iluminância obtida com lâmpadas de dimensões pequenas e de fachos de luz bem definidos (lâmpadas dicróicas, por exemplo), alguns tipos de luminárias de LEDs, entre outros. Aplicam-se as seguintes equações para determinar as iluminâncias: Figura 12- Considerações para cálculo pelo Método do Ponto a Ponto E = I d2 E = Iα x cos3α h2 E = + Σ ( )I1 Iα x cos3αh2 h2 para luz incidindo perpendicularmente ao plano do objeto, e: para luz que não incide perpendicularmente ao plano do objeto. I - intensidade luminosa (vertical), em cd E - iluminância no ponto, em lx d - distância da fonte luminosa ao objeto α - ângulo de abertura do facho h - distância vertical entre a fonte de luz e o plano do objeto I α - intensidade luminosa no ângulo α, em cd A iluminância (E) em um ponto é o somatório de todas as iluminâncias incidentes sobre esse ponto provenientes de diferentes pontos de luz dada pela equação: Neste método não são consideradas as refletâncias das superfícies (teto, paredes e piso), sendo que, para isso, devem ser empregados algoritmos mais complexos, tais como “radiosidade” e “ray tracing”, utilizados em softwares de cálculo luminotécnico. 5.2.4.2 método dos lumens Este é o método mais simples de cálculo e considera ambientes retangulares, com superfícies difusas e com um único tipo de luminária. Para início dos cálculos, é necessário o levantamento das seguintes características do local: • Características construtivas da instalação: dimensões dos ambientes e classificação de acordo com uso para determinação da iluminância requerida conforme norma NBR 5413; • Refletâncias das superfícies: teto, paredes, piso; • Frequência de manutenção e condições de limpeza do ambiente: GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 25 etaPa 4 - determinar o fator de manutenção (fm) A iluminância diminui progressivamente durante o uso do sistema de iluminação devido às depreciações por acúmulo de poeira nas lâmpadas e luminárias, pela depreciação dos materiais da luminária, pelo decréscimo do fluxo luminoso das lâmpadas e pela depreciação das refletâncias das paredes. O dimensionamento dos sistemas de iluminação deve considerar um fator de manutenção (FM) ou fator de perdas luminosas (FPL) em função do tipo de ambiente e atividade desenvolvida, do tipo de luminária e lâmpada utilizada e da freqüência de manutenção dos sistemas. A Tabela 6 sugere valores de fatores de manutenção conforme período de manutenção e condição do ambiente. Valores mais precisos, conforme tipo de luminária e lâmpadas podem ser obtidos em publicações da CIE (Comissão Internacional de Iluminação) e/ ou através de fabricantes de luminárias. para estimar o fator de manutenção (FM) ou fator de perdas luminosas (FPL) etaPa 1- cálculo do Índice do local (K) O índice do local (K) é uma relação definida entre as dimensões (em metros) do local (Figura 14), calculado conforme as seguintes equações: K = c x l h x(c + l) Ki = 3 x c x l 2 x h x (c + l) c - comprimento do ambiente l - largura do ambiente h - altura do ambiente h’ - distância do teto ao plano de trabalho pd - pé-direito hs - altura de suspensão ht - altura so plano de trabalho Iluminação direta Iluminação indireta Figura 13: Definição das alturas para cálculo do índice K adequados para as atividades desenvolvidas no local, pois, quanto mais eficiente for o conjunto luminária-lâmpada-equipamento auxiliar, maior será a economia de energia obtida no sistema de iluminação proposto. etaPa 3 - determinação do fator de utilização (u) O fator de utilização (U) indica o desempenho da luminária no ambiente considerado no cálculo, sendo apresentado em tabelas dos fabricantes de luminárias. Para determinar o fator de utilização, basta cruzar o valor do índice do local (K) calculado anteriormente (dado na horizontal), com os dados de refletância das superfícies do teto, parede e piso (dado na vertical), conforme indicado na Tabela 5. FATOR DE UTILIZAÇÃO (X0.01) TETO (%) PAREDE(%) PISO (%) K 0,60 0,80 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 70 30 10 28 34 39 4 46 60 53 54 55 56 10 26 31 36 40 44 48 51 53 55 56 50 50 10 31 37 41 45 48 51 53 55 56 57 30 28 34 38 42 45 49 52 53 55 56 10 26 31 36 40 43 48 50 52 54 55 10 26 31 36 40 43 47 50 52 54 55 0 0 0 25 30 35 39 42 46 49 50 52 53 30 30 10 28 33 38 42 45 49 51 53 54 55 tabela 5: exemPlo Para determinação do fator de utilização de luminárias 50 32 38 42 46 48 52 54 56 57 58 etaPa 2 - definição dos comPonentes A definição dos componentes deve levar em consideração as características fotométricas das luminárias, desempenho das lâmpadas e características elétricas dos equipamentos auxiliares. As principais características a serem consideradas são: • Luminárias: curva de distribuição de intensidade luminosa, rendimento, controle de ofuscamento; • Lâmpadas: eficiência luminosa (lm/W), fluxo luminoso, vida útil, depreciação luminosa; • Equipamentos auxiliares: potência consumida, fator de potência, fator de fluxo luminoso, distorção harmônica. Recomenda-se o emprego de componentes mais eficientes e tabela 6: fatores de manutenção recomendados Ambiente Limpo Normal Sujo 5000 h 0,91 0,85 0,66 2500 h 0,95 0,91 0,80 7500 h 0,88 0,80 0,57 Para reduzir a depreciação da luminária, deve-se adotar uma manutenção periódica dos sistemas através da limpeza de lâmpadas e luminárias e substituição programada de lâmpadas. GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 26 N = E med x A n x φn x U x FM x FFL N = A N x n x φn x U x FM x FFL Figura 14: Distribuição de luminárias etaPa 6 - dimensionamento O cálculo do número de luminárias necessárias para um determinado ambiente segue a seguinte equação: Onde: N: número necessário de luminárias E med : iluminância média (lux) A: área do ambiente (m2) n: número de lâmpadas em cada luminária φn : fluxo luminoso de cada lâmpada (lm) U: fator de utilização FM: fator de manutenção FFL: fator de fluxo luminoso do reator Quando o número de luminárias é conhecido, a iluminância média pode ser calculada por: etaPa 7 - distribuição das luminárias Após definida a quantidade total de luminárias necessárias para atender os níveis de iluminância e as condições requeridas de projeto, deve-se distribuí-las adequadamente no recinto (Figura 14). Para tanto, valem as seguintes observações: • Deve-se distribuir as luminárias uniformemente no recinto; • Deve-se obter valores próximos de “a” e “b”, sendo a > b, desde que respeitando a curva de distribuição luminosa da luminária; etaPa 5 – determinar o fator de fluxo luminoso O fator de fluxo luminoso (FFL), ou fator de reator, é o fator que irá determinar o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas com reatores eletrônicos. É a razão do fluxo luminoso emitido por uma lâmpada de referência, funcionando com reator comercial, pelo fluxo luminoso emitido pela mesma lâmpadaquando funcionando com o reator de referência. Assim, quando: • FFL=1,0: o fluxo luminoso das lâmpadas é o nominal; • FFL=1,1: o fluxo luminoso das lâmpadas é 10% superior ao nominal; • FFL=0,95: o fluxo luminoso das lâmpadas é 5% inferior ao nominal. Este fator é obtido nos catálogos dos fabricantes de reatores eletrônicos, e é um valor específico para cada modelo de reator. Para reatores eletromagnéticos e, quando não informado pelo fabricante, adota-se FFL=1,0. • Recomenda-se que as distâncias “a” e “b” entre luminárias sejam o dobro da distância entre estas e as paredes laterais; • Recomenda-se sempre o acréscimo de luminárias quando a quantidade resultante do cálculo não for compatível com a distribuição desejada. Exemplo de aplicação do Método dos Lumens O exemplo a seguir tem dois objetivos: • Mostrar a aplicação do Método dos Lumens em um local de habitação; e • Comparar a potência de alimentação (VA) obtida neste método com a potência indicada no item 9.5.2.1 da NBR5410 (VA em função da área do cômodo). No exemplo, são comparados três diferentes tipos de lâmpadas: incandescente, fluorescente compacta e lâmpada de led. A Tabela 7 ilustra as iluminâncias recomendadas para ambientes residenciais conforme a norma NBR 5413. tabela 7: nÍveis de iluminância recomendados Para residência Residência Salas de estar Geral Local (leitura, escrita, bordado, etc.) Cozinha Geral Local (fogão, pia, mesa) Quartos de dormir Geral Local (espelho, penteadeira, cama) Hall, escadas, despensas, garagens Geral Local Banheiros Geral Local (espelhos) Mínimo 100 300 100 200 100 200 75 200 100 200 Médio 150 500 150 300 150 300 100 300 150 300 Máximo 200 750 200 500 200 500 150 500 200 500 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 27 a) determinação da iluminância requerida conforme norma nbr 5413 Tomando-se como exemplo uma sala de estar de 10m2 (2,5 m de largura x 4,0 m de comprimento x 2,75 m de pé direito), verifica- se na Tabela 7 (em destaque) que a iluminância média geral varia de 100 a 200 lux. Nos cálculos a seguir será adotado o valor médio de 150 lux. b) escolha da luminária No exemplo será considerado um mesmo modelo de luminária para duas lâmpadas base E27 (Figura 16), que pode acomodar lâmpadas incandescentes de 60 W (caso 1), fluorescentes compactas de 15 W (caso 2) ou lampleds (lâmpadas de leds) de 12 W (caso 3). Figura 16: Luminária utilizada no exemplo Figura 16: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada incandescente de 60W Voltage Resolution: 181.41 V/div Crest Value: 181.41 V Current Resolution: 2.001 A/div Crest Value: 4.002 A tabela 8: comParação de dados medidos das amostras de lâmPadas incandescentes, fluorescentes comPactas e de leds Lâmpadas Potência Amostra Tensão (V) Temperatura de cor (K) Indice de reprodução de cor (Ra) Fluxo (lm) Eficiência luminosa (lm/W) Tensão medida (V) Corrente medida(A) Fator de potência medido Distorção harmônica tensão Distorção harmônica corrente Potência ativa (W) Economia potência ativa (%) Potência aparente (VA) Economia (%) Caso 1: Incandescente 60W Caso 2: Fluorescente compacta 15W Caso 2: Fluorescente compacta 12W 1 127V 2830 100 796 13,5 127 0,456 1,00 59 59 3 127V 2816 83 973 66,6 127 0,186 0,62 15 24 5 127V 2678 81 827 64,5 127 0,1 0,127 13 16 2 127V 2842 100 825 13,8 127 0,468 1,00 60 60 4 127V 2861 82 911 66,0 127 0,177 0,61 14 23 6 127V 2673 81 822 65,5 127 0,1 0,124 13 16 1,7% 2,7% 2,1% 2,0% 76% 109,0% 61% 79% 70,0% 73% - - distorção de corrente. Neste caso, a lâmpada led apresentou menor distorção harmônica em comparação com a lâmpada fluorescente compacta (Figuras 16, 17 e 18). Figura 17: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada fluorescente compacta de 15W Voltage Resolution: 183.09 V/div Crest Value: 183.1 V Resolution: 1.591 A/div Crest Value: 3.183 A c) lâmPadas Embora as lâmpadas possam ser facilmente trocadas na mesma luminária, pois a base E27 é a mesma, cada lâmpada possui uma distribuição luminosa e características fotométricas e elétricas específicas. A Tabela 8 ilustra a comparação de dados reais obtidos em ensaios de laboratório entre três produtos encontrados no mercado. As características não refletem dados gerais das famílias de lâmpadas, mas dos modelos específicos em análise (foram ensaiadas duas amostras de cada tipo de lâmpada). Comentários sobre os valores da Tabela 8: • Em relação ao fluxo luminoso, as lâmpadas fluorescentes compactas são as mais fortes dentre os modelos analisados, apresentando também as maiores eficiências luminosas. • Quando se analisa os potenciais de economia de energia tomando- se a lâmpada incandescente como base, a solução em led apresentou melhor potencial, com economia de 73% considerando a potência aparente e 79% considerando a potência ativa. • A lâmpada de led apresentou fator de potência maior em relação à lâmpada fluorescente compacta. • Não há muita diferença entre a distorção harmônica de tensão entre os três tipos de lâmpadas, mas ela é significativa no caso da GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 28 Voltage Resolution: 178.94 V/div Crest Value: 178.9 V Current Resolution: 0.926 A/div Crest Value: 1.852 A Figura 18: Curva de tensão e corrente de uma lâmpada de led de 12W • A partir da Tabela 8, pode-se concluir que as temperaturas de cor das diferentes lâmpadas são muito próximas, entre 2673 K e 2861 K. O índice de reprodução de cor (Ra) é semelhante para lâmpadas de led e compactas, considerados adequados para iluminação interior da maior parte dos ambientes (Ra > 80). As figuras 19, 20 e 21 ilustram os diagramas espectrais das Figura 19: Distribuição espectral de uma lâmpada incandescente de 60 W – 2700 K spectrum 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 300 400 500 700600 1.0-26.351mW/nm Wavelength (nm) Figura 20 - Distribuição espectral de uma lâmpada fluorescente compacta 15 W – 3000 K Wavelength (nm) 700600 spectrum 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 300 400 500 1.0-125.194mW/nm Figura 21: Distribuição espectral de uma lâmpada de led 12 W – 3000 K Wavelength (nm) 700600 spectrum 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 300 400 500 1.0-125.194mW/nm d) dados fotométricos da luminária Para realização do cálculo luminotécnico é necessário analisar os dados fotométricos da luminária com cada fonte luminosa em seu interior. O fator de utilização e a curva de distribuição luminosa, fornecidos pelos fabricantes de luminárias são informações muito importantes para análise do desempenho fotométrico. Comparando-se os dados fotométricos da luminária em questão para cada tipo de lâmpada (figuras 22, 23 e 24), conclui-se que as curvas de distribuição luminosa são bem semelhantes. No entanto, o fator de utilização das luminárias muda significantemente, pois cada lâmpada possui uma distribuição luminosa diferente e a luminária em análise, por possuir um difusor jateado, difunde a luz emitida pelas lâmpadas também de forma diferente. Observa-se nas figuras que, embora a luminária para lâmpadas incandescentes possua a menor eficiência luminosa (relação lm/W), ela apresenta os maiores fatores de utilização em função do tipo da distribuição da luz da lâmpada incandescentena luminária em questão. e) cálculo luminotécnico Considera-se no exemplo: • Dimensões da sala: 2,5 m de largura x 4,0 m de comprimento x 2,75 m de pé direito; • Plano de trabalho a 0,75 m do piso; • Refletâncias de teto 70%, paredes 50% e piso 10%; • Ambiente normal e manutenção periódica de 7500 horas etaPa 1- cálculo do Índice do local (K) três lâmpadas, onde se verifica que, embora as temperaturas de cor (aparência da cor) sejam semelhantes, elas apresentam características espectrais e de reprodução de cor diferentes conforme o comprimento de onda da luz. K = c x l h x(c + l) Ki = = 0,77 4 x 2,5 2 x (4 + 2,5) GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 29 Figura 24: Fator de utilização e curva de distribuição luminosa da luminária com 2 lâmpadas de led de 12 W Figura 23: Fator de utilização e curva de distribuição luminosa da luminária com 2 lâmpadas compactas de 15 W Figura 22: Fator de utilização e curva de distribuição luminosa da luminária com 2 lâmpadas incandescentes de 60 W FATOR DE UTILIZAÇÃO (X0.01) TETO (%) PAREDE(%) PISO (%) K 0,60 0,80 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 50 23 28 32 36 39 43 45 47 49 51 70 30 10 19 24 28 32 35 40 43 45 48 49 10 17 21 25 29 32 37 40 43 46 48 50 23 27 31 35 37 41 44 46 48 49 50 30 10 19 24 27 31 34 39 41 43 46 48 10 16 21 25 29 32 36 39 42 45 46 30 10 10 16 21 24 28 31 35 39 41 43 45 0 0 0 15 19 23 26 29 34 37 39 41 43 30 19 23 27 30 33 37 40 42 46 46 FATOR DE UTILIZAÇÃO (X0.01) TETO (%) PAREDE(%) PISO (%) K 0,60 0,80 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 50 17 21 24 26 28 31 33 34 36 37 70 30 10 14 18 21 23 26 29 31 33 35 36 10 12 15 19 21 23 27 29 31 33 35 50 16 20 23 26 27 30 32 33 35 36 50 30 10 14 17 20 23 25 28 30 32 34 35 10 12 15 18 21 23 26 29 30 32 34 30 10 10 12 15 19 20 23 26 28 30 32 33 0 0 0 11 14 17 19 21 25 27 28 30 31 30 14 17 20 22 24 27 29 31 33 34 FATOR DE UTILIZAÇÃO (X0.01) TETO (%) PAREDE(%) PISO (%) K 0,60 0,80 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 50 19 23 26 29 31 34 36 38 39 41 70 30 10 16 19 23 26 28 32 34 36 38 39 10 13 17 20 2 26 30 32 34 35 38 50 18 22 25 28 30 33 35 36 38 39 50 30 10 15 19 22 25 27 31 33 35 37 38 10 13 17 20 23 25 29 31 33 36 37 30 10 10 13 16 19 22 25 28 31 32 35 36 0 0 0 12 15 18 21 23 27 29 31 33 34 30 15 18 21 24 27 30 32 34 36 37 GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5 41 0 30 etaPa 2 - definição dos comPonentes A definição dos componentes (características fotométricas das luminárias, desempenho das lâmpadas e características elétricas dos equipamentos auxiliares) já foi realizada nos itens b), c) e d) anteriores. etaPa 3 - determinação do fator de utilização (u) Para determinação do fator de utilização (U), devem ser interpolados os valores das tabelas 22, 23 e 24, obtendo-se U= 0,26 para caso 1 (incandescente); U= 0,20 para caso 2 (fluorescente compacta); U= 0,22 para caso 3 (led). etaPa 4 - determinar o fator de manutenção (fm) Considerando-se o ambiente normal e manutenção periódica, foi adotado FM=0,80 para todas as opções como base para comparações. etaPa 5 – determinar o fator de fluxo luminoso O fator de fluxo luminoso para as três condições é igual a 1,0, uma vez que está sendo adotado o fluxo luminoso medido das lâmpadas analisadas. etaPa 6 - dimensionamento Para determinação da quantidade de luminárias utiliza-se a fórmula: N = E med x A n x φn x U x FM x FFL Onde: N: número necessário de luminárias E med : 150 lux A: 10 m2 N: 2 φn : fluxo luminoso de cada lâmpada (lm) U: fator de utilização (definido na etapa 3) FM: 0,8 (definido na etapa 4) FFL: 1,0 (definido na etapa 5) A Tabela 9 resume os dados fotométricos das luminárias e os resultados do cálculo luminotécnico pelo Método dos Lumens para os três casos em análise. Embora 5 luminárias atendam as condições de projeto para a sala considerada, para melhor distribuição espacial foi considerada a instalação de 6 (seis) luminárias no ambiente. Assim, o nível de iluminância resultante deve ser calculado pela fórmula: N = A N x n x φn x U x FM x FFL Luminária Quantidade de lâmpadas Rendimento Classe de ofuscamento Imax Fluxo medido das lâmpadas Imax (cd) Potência medida(W) Fator de utilização Quant. Luminárias (150lux, 10m2, K=0,77) Quantidade de luminárias Emédio (lux) Potência ativa (W) Potência aparente (VA) Caso 1 Incandescente 2 Caso 2 Fluorescente compacta 2 Caso 3 Led 2 54% sem controle 170cd/1000lm 1620,8 275 119 0,26 4,45 6 202 714 714 40% sem controle 125cd/1000lm 1884,2 235 28 0,20 4,98 6 181 174 282 43% sem controle 135cd/1000lm 1649,4 226 25 0,22 5,17 6 174 156 192 tabela 9: comParação de dados das luminárias e resultados do método dos lumens Os valores de potência ativa referem-se a valores medidos e consideram a potência total de cada equipamento, incluindo- se as perdas dos equipamentos auxiliares (reator da lâmpada compacta e controlador do led). f) cálculo da Previsão de Potência de iluminação Para locais residenciais conforme a nbr 5410 Conforme tratado em 4.1.1.2 deste guia, em 9.5.2 da NBR 5410 determina-se que, em cômodos com área igual ou inferior a 6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de iluminação de 100 VA e com área superior a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros. No exemplo em questão, onde a sala tem 10 m2 (6 + 4), a potência de iluminação mínima a ser atribuída a este cômodo será de 100 + 60 = 160 VA. G) conclusão Comparando-se os valores de potência aparente da Tabela 9 (714, 282 e 192 VA), respectivamente, para lâmpada incandescente, fluorescente compacta e led) calculados pelo Método dos Lumens conforme iluminância média da NBR 5413 com o valor de 160 VA calculado de acordo com o item 9.5.2.1 da NBR 5410, verifica-se uma grande diferença. O exemplo em questão considerou um cômodo específico, mas o resultado obtido pode ser estendido a outros locais da residência. Desta forma, mesmo com o amparo técnico da prescrição da NBR 5410, recomenda-se que o projetista avalie criteriosamente a sua utilização em determinados projetos. Por existir uma norma específica sobre o tema de iluminação, sempre que possível seria recomendável realizar o projeto luminotécnico do ambiente conforme a NBR 5413 de forma a obter o melhor desempenho luminotécnico e a previsão de carga de iluminação mais adequada. GUIA O SETOR ELÉTRICO DE NORMAS BRASILEIRAS N BR 5410 31 6 pRoTeção coNTRA cHoques eléTRIcos 6.1 introdução A proteção contra choques elétricos
Compartilhar