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1 Hidrologia Precipitação 2 Precipitação •Conceitos •Precipitação – Formação e Tipos •Pluviometria •Análise dos dados •Precipitação média sobre uma bacia •Análise das chuvas intensas •Bibliografia Conceitos • O regime hidrológico de uma região é determinado por suas características físicas, geológicas e topográficas, e por seu clima. • Os fatores climáticos mais importantes são: a precipitação, principal “input” do balanço hidrológico de uma região, sua distribuição e modos de ocorrência, e a evaporação. • Outros fatores climáticos importantes: temperatura, umidade e vento (exercem influência sobre a precipitação e a evaporação). 3 Conceitos • Água proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície • Tipos: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e neve • O que diferencia é o estado em que se encontra a água e a possibilidade de gerar volume líquido. 4 Conceitos 5 Conceitos • Variável climática mais importante - representa a alimentação dos sistemas hídricos; • A precipitação está relacionada com o total ocorrido num tempo definido. O valor isolado não tem significado. • Por ex. 100 mm é muito em 1 hora e muito pouco num ano. • A variabilidade temporal e espacial da precipitação influencia o comportamento da disponibilidade hídrica de uma bacia. Esta variabilidade é aleatória. 6 Formação e Tipos de Precipitações 7 8 Mecanismos de Precipitação • Tamanhos das gotículas nas nuvens : diâmetros de 0,01 a 0,03 mm, espaçadas por cerca de 1 mm, com massa de 0,5 a 1 g de água/m3 – A quantidade total varia de 1,5 a 7 g/m3 • Gotas de chuva: diâmetro de 0,5 a 2 mm, velocidade de queda de 9 m/s • A formação de vapor de água na atmosfera não é garantia de que o líquido contido irá precipitar. • Para que ocorra precipitação é necessário que as gotas engordem e seu peso seja superior às forças que a sustentam no ar; 9 Mecanismos de Precipitação • Partículas na atmosfera (núcleos de condensação): sais, partículas de minerais, matéria orgânica (pólen); • Sobre estas partículas ocorre a condensação e crescimento das gotas. Estes são os núcleos de condensação; • Existem várias teorias sobre o processo que desencadeia a precipitação nos diferentes tipos de nuvens. 10 Conceitos - Tipos de precipitação • Água proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície • Tipos: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e neve • O que diferencia - o estado em que se encontra a água e a possibilidade de gerar volume líquido. 11 14 A precipitação depende: Tipo de precipitação; Da intensidade da chuva; Da duração da chuva; Da distribuição da chuva sobre a bacia; Da direção do deslocamento do temporal; Precipitações 16 As nuvens que dão origem às precipitações são as do tipo estratos e cúmulos (formato). Estratos que se estendem como se fossem camadas ou lençóis, cobrindo grandes áreas; formam-se quando grandes camadas de ar são forçadas a subir gradualmente, ao arrefecerem a condensação ocorre sobre uma grande área Cúmulos erguem-se em altitude, como se fossem montanhas ou castelos; formam-se quando bolhas de ar ascendentes muito quentes vão subindo em altitude, condensando-se. Precipitações 17 As precipitações acontecem no momento em que o vapor de água que se encontra nas nuvens se congela devido à altitude, a partir dessa condensação desloca-se em direção à superfície terrestre em estado líquido ou sólido. Precipitações 19 Processo de Bergeron aplica-se a nuvens frias abaixo de 0° C. Precipitações 20 Tipos e formas de precipitações que existem: Granizo pedras de gelo, tem origem no alto das nuvens do tipo cúmulos, lugar onde a temperatura é muito reduzida; Precipitações 22 Tipos e formas de precipitações que existem: Neve: esse tipo de precipitação ocorre através da baixa temperatura das nuvens (0ºC) e promove congelamento do vapor de água produzindo, dessa forma, pequenos cristais de gelo. Ocorre com maior freqüência em climas temperados e polares; Precipitações 24 Tipos e formas de precipitações que existem: Chuva: pode ocorrer durante o processo de evaporação da água nas zonas interpropicais do planeta, tal processo causa chuvas abundantes, pode também se desenvolver a partir do encontro de duas massas de ar, sendo uma quente e outra fria. Precipitações Tipos de Precipitação Do ponto de vista do hidrólogo a chuva tem três mecanismos fundamentais de formação: • chuvas ciclônicas; • chuvas orográficas; • chuvas convectivas. 26 Tipos de Precipitação 27 •Precipitações Ciclônicas (Frontais ou Não Frontais) – Estão associadas com o movimento de massas de ar de regiões de alta pressão para regiões de baixa pressão. Essas diferenças de pressão são causadas por aquecimento desigual da superfície terrestre. •As Precipitações Ciclônicas são de longa duração e apresentam intensidades de baixa a moderada, espalhando- se por grandes áreas. São importantes, principalmente, no desenvolvimento e manejo de projetos em grandes bacias hidrográficas. Tipos de Precipitação 28 •Precipitações Orográficas – as precipitações orográficas resultam de ascensão mecânica de correntes de ar úmido horizontal sobre barreiras naturais, tais como montanhas. As precipitações da Serra do Mar são exemplos típicos. Precipitações Orográficas 29 •Ventos quentes e úmidos provenientes do oceano encontram barreiras físicas, sobem condensam e precipitam sobre áreas montanhosas. •O vento que ultrapassa a barreira é seco, retirando umidade do ambiente, podendo gerar áreas desérticas; •A precipitação varia com a altitude, tendo algumas alturas onde a precipitação é muito alta. 30 Orográficas: ocorre no momento em que as massas de ar úmidas são impedidas de seguir seu trajeto pelos elementos do relevo, como uma montanha, então as nuvens ganham altitude e se agrupam provocando a precipitação. Precipitações 31 Orográficas - longa duração e baixa intensidade, abrangendo grandes áreas por várias horas continuamente e sem descargas elétricas. Precipitações 34 Orográficas: no litoral, a encosta da Serra do Mar torna-se um obstáculo natural para a umidade oriunda do Oceano Atlântico; A umidade não transpõe a Cordilheira Atlântica, esta fica contida, acumulando- se, elevando-se até se resfriar em grandes altitudes na crista da serra e se condensar; chuva de relevo ou chuva de montanha. Precipitações Tipos de Precipitação 35 •Precipitações Convectivas – são típicas de regiões tropicais. •O aquecimento desigual da superfície terrestre provoca o aparecimento de camadas de ar com densidades diferentes, o que gera uma estratificação térmica da atmosfera em equilíbrio instável. •Se esse equilíbrio por qualquer motivo (vento, superaquecimento) for quebrado provoca uma ascensão brusca e violenta do ar menos denso, capaz de atingir grandes altitudes. •Essas precipitações são de grande intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas. São importantes para projetos em pequenas bacias. Precipitações Convectivas 36 O ar úmido aquecido na vizinhança do solo fica menos denso sobe, diminui a temperatura, condensa e precipita. São formações locais com pequena abrangência espacial e alta intensidade. Atinge principalmente pequenas bacias; Ocorre principalmente no verão em climas tropicais Abrangência espacial pequena; Alta intensidade; Pequena duração temporal; Também conhecida como chuva de verão; Importante para pequenas bacias hidrográficas com pequeno tempo de concentração. 38 39 Convecção Térmica – Chuva convectiva – 40 Precipitações Convectivas: chuvas de verão ar quente sobe durante o dia e chove à noite Precipitações Convectivas 41 Precipitações Convectivas 43 Características: Distribuição: Localizada, com grande variabilidade espacial Intensidade:Moderada a forte, dependendo do desenvolvimento verticalda nuvem Predominância: no período da tarde/ início da noite Duração: Curta a média (minutos a horas) Variabilidade Espacial das Chuvas 44 A variabilidade espacial das chuvas na escala diária, gera também a variabilidade espacial na escala mensal, que por sua vez gera tal variabilidade na escala anual A figura ao lado ilustra a chuva acumulada no mês de nov/2004. Observa-se que os maiores índices pluviométricos foram observados no oeste do Paraná, no Acre e no sudoeste do Amazonas. Os menores índices de chuva foram observados no extremo norte das região Norte, entre o Pará e Roraima, e também nos estados do CE, RN, PB, PE e AL. Variabilidade Temporal das Chuvas no Brasil 45 Dependendo da região do país, as chuvas se distribuem diferentemente ao longo do ano. Isso é conseqüência da interação dos diversos fatores determinantes do clima. Em João Pessoa, PB, a estação chuvosa se concentra no meio do ano, enquanto que em Brasília essa estação se dá entre o final e o início do ano. Por outro lado, em Bagé (RS), as chuvas se distribuem regularmente ao longo de todo o ano. Variabilidade Temporal das Chuvas no Brasil 46 Chuvas Médias Mensais 47 Porto Alegre Cuiabá Chuvas Médias Mensais 48 Belém Cuiabá Porto Alegre Florianópolis Pluviometria 49 Grandezas características das precipitações • Altura – é a espessura do volume da chuva recolhido e acumulado em um recipiente cilíndrico, de fundo e bordo superior horizontais, com forma e área quaisquer da seção transversal. • A altura de chuva pode se referir a um tempo qualquer – minutos, horas, dia, mês, ano – ou ao tempo total de duração de um “período chuvoso” individualizado, considerado como uma chuva ininterrupta. • A altura de chuva é usualmente expressa em milímetros. 50 Grandezas características das precipitações • Duração – é o intervalo de tempo durante o qual se considera a ocorrência da precipitação. Pode ser a duração total do período chuvoso, ou durações menores, parciais. • A duração de chuva pode ser expressa em minutos, em horas ou mesmo em dias. 51 Grandezas características das precipitações • Intensidade – É, por definição, a altura precipitada por unidade de tempo, ou seja, o quociente entre a altura e a duração. • No caso do período chuvoso individualizado, se dividirmos a altura total pela duração total, teremos a intensidade média do período. • Podem também ser determinadas intensidades para durações parciais do mesmo período chuvoso. • A intensidade é expressa em milímetros por hora 52 53 Tempo Chuva 0 0 1 0 2 0 3 3 4 0 5 4 6 8 7 12 8 5 9 9 10 7 11 7 12 5 13 1 14 0 15 0 16 0 17 0 18 0 19 0 20 0 21 0 22 0 23 0 24 0 Exemplo de Registro de Chuva 54 Início 03:00 Fim: 13:00 Duração = 10 horas Duração da Chuva • Tempo transcorrido entre o início e o fim do evento chuvoso. 55 Tempo Chuva Chuva Acumulada 0 0 0 1 0 0 2 0 0 3 3 3 4 0 3 5 4 7 6 8 15 7 12 27 8 5 32 9 9 41 10 7 48 11 7 55 12 5 60 13 1 61 14 0 61 15 0 61 16 0 61 17 0 61 18 0 61 19 0 61 20 0 61 21 0 61 22 0 61 23 0 61 24 0 61 Chuva Acumulada 56 • Uma chuva que é igualada ou superada 10 vezes em 100 anos tem um período de retorno de 10 anos. A probabilidade de acontecer esta chuva em um ano qualquer é de 1/10 (ou 10 %). • TR = 1/Prob Probabilidade x tempo de retorno 57 Intensidade das Chuvas É a quantidade de chuva por unidade tempo para um período de recorrência e duração previstos; Sua determinação, em geral, é feita através de análise de curvas que relacionam intensidade/duração/frequência Grandezas características das precipitações Grandezas características das precipitações • Freqüência e Período de Recorrência – A freqüência é uma característica estatística da precipitação. • As chuvas são fenômenos físicos naturais que podem ser considerados como aleatórios, diante da enorme diversidade de variáveis que as influenciam, muitas dessas variáveis dependentes de várias outras, e podendo ser, por sua vez, consideradas também aleatórias. • Influem sobre as chuvas varíáveis atmosféricas como temperatura, umidade e variáveis terrestres como o estágio de crescimento da vegetação. 58 Grandezas características das precipitações • O próprio homem é um agente que, voluntariamente ou não, pode influir sobre as precipitações. • Como decorrência desse quadro, as chuvas podem então ser estudadas segundo as leis da estatística, e um dos conceitos que surgem então é o da freqüência. • Pode se estabelecer, com dados observados de uma certa localidade, que chuvas com determinadas características tenham freqüências específicas de ocorrência. 59 Grandezas características das precipitações • A título de ilustração, é apresentada na tabela a série das cinco chuvas mais intensas, com duração de 10 minutos, ocorridas em uma localidade X, selecionadas em um período total de observações de 50 anos. Num. de Ordem Intens. (mm/h) Frequ. (ocorr. /ano) Tempo de Recor. (anos) 1 154,5 0,02 50 2 130,0 0,04 25 3 124,1 0,06 16,7 4 118,6 0,08 12,5 5 116,3 0,10 10 60 Grandezas características das precipitações • Chuvas de 10 minutos iguais ou mais intensas que 154,5 mm/h tiveram freqüência de 1 vez em 50 anos, isto é, 0,02 vezes por ano. • Chuvas com 118,6 mm/h ou mais intensas, tiveram freqüência de 4 vezes em 50 anos ou 0,08 vezes por ano. Num. de Ordem Intens. (mm/h) Frequ. (ocorr. /ano) Tempo de Recor. (anos) 1 154,5 0,02 50 2 130,0 0,04 25 3 124,1 0,06 16,7 4 118,6 0,08 12,5 5 116,3 0,10 10 61 Grandezas características das precipitações • Como resultado de freqüência, resulta o conceito de tempo de recorrência ou de repetição, que é, por definição, o intervalo médio de tempo que ocorrerá entre duas chuvas de intensidade igual ou maior do que a considerada. • O tempo de recorrência é, então, igual ao inverso da freqüência. • Os tempos de recorrências das chuvas tabeladas, foram, na mesma ordem, 50, 25, 16,7, 12,5 e 10 anos. 62 Grandezas características das precipitações • No caso ilustrativo apresentado, foram considerados os resultados empíricos, da observação direta do posto pluviométrico em X. • Pode-se tratar os dados da observação por meio da análise estatística, passando do conceito de freqüência ao de probabilidade, e extrapolando as respostas para períodos superiores aos cobertos pela medição dos fenômenos. 63 Grandezas características das precipitações • Convém também lembrar que freqüência, probabilidade ou tempo de recorrência definem características médias, isto é, uma chuva com tempo de recorrência de 25 anos poderá, num intervalo total de 50 anos, ocorrer duas vezes nos primeiros 5 anos e depois ficar 45 anos sem acontecer. 64 Pluviometria • A pluviometria refere-se às técnicas adotadas para a medição das precipitações. • Por ser um conceito intuitivo e por exigir dispositivos muito simples, a medição da chuva foi o primeiro fenômeno hidrológico quantificado pelo homem. • Há notícias de medição de chuva na India no século IV A.C. 65 Pluviometria • No Brasil os registros mais antigos de chuvas são os da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (DNOCS) no nordeste do País e os da Light, na região de São Paulo, que remontam ao princípio deste século. 66 Pluviometria • A precipitação é um fenômeno que ocorre extensamente sobre áreas da superfície terrestre. • A forma de se medir a precipitação consiste em fazer amostragens em pontos selecionados, chamados “postos pluviométricos” . • A partir destas informações pontuais são aplicados métodos apropriados de cálculo que permitem sua extrapolação espacial e a definição de deflúvios pluviais e alturas equivalentes de chuvas em áreas ou regiões. 67 Medidas Pluviométricas 68 • Exprime-se a quantidade de chuva (h) pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana e impermeável. •Ela é avaliada por meio de medidas executadasem pontos previamente escolhidos, utilizando-se aparelhos denominados pluviômetros ou pluviógrafos, conforme sejam simples receptáculos da água precipitada ou registrem essas alturas no decorrer do tempo. •As medidas realizadas nos pluviômetros são periódicas; em geral, em intervalos de 24 horas feitas normalmente às 7 horas da manhã. Pluviometria • Os postos pluviométricos podem ser grupados em dois tipos fundamentais: • Os não registradores e os registradores ou pluviográficos • Os postos pluviométricos não registradores são providos de um dispositivo de operação manual, o “pluviômetro”. 69 Medidas Pluviométricas 70 • O pluviômetro ou o pluviógrafo colhem uma pequena amostra, pois têm uma superfície horizontal de exposição de 500 cm2 e 200 cm2, respectivamente, colocados a 1,50 m do solo. • Naturalmente, existem diferenças entre a água colhida a essa altura e a que atinge o solo, sobre uma área igual, e muitos estudos têm sido realizados para verifica-las e determinar suas causas. • As leituras feitas pelo observador do pluviômetro, normalmente em intervalos de 24 horas, em provetas graduadas, são anotadas em cadernetas próprias que são enviadas à agencia responsável pela rede pluviométrica. Medidas Pluviométricas 71 Fonte: Sabesp Pluviômetro Medidas Pluviométricas 72 • O pluviômetro é instalado em local desabrigado, tendo-se o cuidado de que a sua distância aos obstáculos próximos – árvores, edificações, cercas, etc – seja igual ao quádruplo da altura dos mesmos. • Outros países admitem que esse afastamento seja de 1 a 2 vezes a altura do obstáculo. •A borda da bacia de recepção deve ficar perfeitamente horizontal e a 1,50m do solo. 73 • A operação é simples: om operador uma ou duas vezes por dia abre o registro , às 7 ou 7 e 17 horas e recolhe a chuva acumulada em um recipiente de vidro graduado, a proveta pluviométrica, em cuja escala é feita diretamente a leitura da altura de chuva. Medidas Pluviométricas Estação Nº: Dia 7h 17h Observ. Dia 7h 17h Observ. 1 16 2 17 ... ... 14 29 15 30 Total: Maxima: Nº dias de chuva: Observador: Alturas Diarias de Chuva (mm) Medida na proveta às Localidade: Mês: Ano: Pluviômetro • Medidor sem registrador; • Dados coletados pelo observador 1 vez ao dia (pela manhã). Em algumas entidades utiliza-se duas vezes ao dia; • O totalizador de um dia não permite conhecer como a precipitação se distribui ao longo do dia • Fontes de erros: anotações, somar a medição de precipitações altas (somam valores de 20 mm). 78 Pluviógrafo • Objetivo: O equipamento automático pode ser necessário devido a falta de observador e dificuldade de acesso e/ou para conhecer a distribuição da precipitação dentro do dia • Sensores: com cubas basculantes ou reservatório com sifão • Registradores: (a) mecânico: tambor com relógio e pena sobre papel milimetrado; (b) eletrônico. • Transmissão: coleta por observador, equipe de campo; transmissão por rádio, satélite e celular, dependendo da distância e custos. • Os aparelhos mecânicos apresentam maior custo de processamento e erros. • Os equipamentos digitais sofrem de interferências e principalmente impactos dos raios. 79 Uso dos Aparelhos •Pluviômetros são mais baratos e menor custo de operação •Pluviógrafos quando é desejada a variabilidade temporal no dia 80 Medidas Pluviométricas • O posto pluviográfico consta de um pluviômetro e um pluviógrafo, instalado no interior de um cercado quadrado de 5,00m x 5,00m com 1,50m de altura. • O pluviógrafo é um dispositivo automático com mecanismos de relojoaria, baterias, partes móveis e portanto, sujeito a defeitos e interrupções. • O pluviômetro instalado ao seu lado tem por objetivo detectar essas imperfeições, por comparação entre os registros simultâneos, ou suprir a falta de informação do pluviógrafo em suas interrupções de funcionamento. 81 82 O pluviógrafo é mais encontrado nas estações meteorológicas propriamente ditas e registra a intensidade de precipitação, ou seja, a variação da altura de chuva com o tempo; Este aparelho registra em uma fita de papel em modelo apropriado, simultaneamente, a quantidade e a duração da precipitação; Precipitações 83 A sua operação mais complicada e dispendiosa e o próprio custo de aquisição do aparelho, tornam seu uso restrito, embora seus resultados sejam bem mais importantes hidrologicamente. Precipitações 84 Pluviógrafo Precipitações 85 Pluviógrafo Pluviógrafo é constituído de duas unidades: elemento receptor e elemento registrador; Precipitações Estação Pluviográfica 94Fonte: IPH/UFRGS Pluviógrafo 95Fonte: IPH/UFRGS Pluviógrafo 96Fonte: IPH/UFRGS e SABESP Pluviogramas 97 •Os gráficos produzidos pelos pluviógrafos são chamados de pluviogramas. •São gráficos nos quais as abscissas correspondem às horas do dia e as ordenadas à altura da precipitação acumulada até aquele instante. •Assim, a inclinação do gráfico em relação ao eixo das abscissas fornece a intensidade da precipitação. • A figura a seguir mostra um trecho de um registro de pluviógrafo. Pluviogramas 98 99 Pode-se interpretar que: 1) O registro cobre o período de 7:30hs de um dia às 7:15 hs do dia seguinte e nele ocorreram dois períodos chuvosos; 2) O primeiro período chuvoso ocorreu entre 8:35hs e 12:45hs, com duração de 4 horas e 10 minutos, altura de 19,1 mm (5,7+10,0+3,4), intensidade média de 4,6mm/h (19,1/250x60); 3) O segundo período chuvoso, entre 13:40hs e 15:15hs, teve duração, altura e intensidade e, respectivamente, 1:35h, 1,8mm e 1,1mm/h; 4) A chuva mais intensa com 10 minutos de duração ocorreu entre 10:40hs e 10:50hs, durante o primeiro período chuvoso, com altura de 6,6mm e intensidade de 39,6 mm/h. 5) A altura total de chuva precipitada e registrada no pluviograma foi de 20,9mm (19,1+1,8). Pluviogramas 100 Pluviogramas 101 • Os pluviômetros ou pluviógrafos estão sujeitos a erros de medição que podem ser acidentais ou sistemáticos. • Os erros acidentais são aqueles que resultam do vento, do observador, ao não esvaziar totalmente o reservatório do pluviômetro, ou ao inclinar a proveta por ocasião da leitura, ou a erros acidentais de leitura ou de anotação. • Os erros sistemáticos são aqueles que resultam de defeito do aparelho - horizontalidade, altura do solo, proximidade de obstáculos – vazamentos, entupimentos, desonestidade do observador. Pluviogramas 102 • O critério de opção entre o posto pluviométrico não registrador e o registrador depende dos objetivos que se tem em mente e das condições naturais existentes. • O pluviômetro fornece uma informação de alturas de chuvas acumuladas;o pluviógrafo dá um registro continuo, podendo-se tomar intensidades médias em tempos tão pequenos quanto o permita o traçado gráfico, inclusive sendo possível calcular intensidades instantâneas, como tangentes ao gráfico do pluviograma. Pluviogramas 103 • No caso de pequenas bacias naturais ou de bacias urbanas nas quais o tempo de concentração é reduzido – às vezes algumas horas ou poucas dezenas de minutos – é imprescindível dispor-se de aparelhos registradores de chuvas já que terão interesse maior as precipitações de curta duração, não perceptíveis pelo registro dos pluviômetros. • Nas grandes bacias, cujos tempos de concentração são suficientemente grandes para permitir a utilização das leituras dos pluviômetros, usam-se também postos pluviograficos para estudos gerais das precipitações (intensidade, etc) Pluviogramas Radar Meteorológico • A precipitação é um elemento de tempo altamente variável • Devido a esta variabilidade a medida de chuva realizada num posto não pode representar a precipitação de uma região. • É necessária uma rede de postos bem distribuídos na região ou o auxílio de um radar meteorológico. • O RADAR (Radio Detection And Ranging) tem se tornado essencial para os cientistas que trabalham com elementos atmosféricos, trazendoinformações de regiões inacessíveis e possibilitando estimativas temporais e espaciais mais abrangentes. 104 Organização das Redes • A quantidade ideal de postos pluviométricos a ser instalada em uma determinada área depende essencialmente da finalidade dos estudos a que se destinam os dados colhidos e da homogeneidade da distribuição das precipitações. • Deve-se distinguir as redes básicas destinadas a recolher permanentemente os elementos necessários ao conhecimento do regime pluviométrico de um País (ou Estado) e as redes regionais destinadas a fornecer informações para estudos específicos de bacias hidrográficas. 107 Organização das Redes • As redes básicas são constituídas em geral de pluviômetros e um numero restrito de pluviógrafos localizados em pontos de maior interesse (concentrações urbanas por exemplo) – tem sido admitido uma média de 1 posto por ou 400km2 ou 500 km2. • Estas redes básicas são mantidas permanentemente por órgãos oficiais que publicam sistematicamente os resultados das observações. 108 Organização das Redes • As redes regionais variam conforme sua finalidade, a extensão de área coberta, as características da bacia hidrográfica, etc. • A distribuição dos postos, além de tudo, depende da possibilidade de obtenção de observadores capazes, e em ultima análise, das disponibilidades financeiras. 109 Hietogramas • Os hietogramas são gráficos de barras cuja abscissa representa a escala de tempo e a ordenada a altura da precipitação. A leitura de um ietograma é feita da seguinte forma: a altura da precipitação correspondente à cada barra é a precipitação total que ocorreu durante aquele intervalo de tempo. 110 Análise dos Dados 111 Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 112 Os dados lidos nos pluviômetros são lançados diariamente pelo observador na folhinha própria, que remete-a no fim de cada mês para a entidade encarregada. Antes do processamento dos dados observados nos postos, são feitas algumas análises de consistência dos dados: 1) Detecção de erros grosseiros Como os dados são lidos pelos observadores, podem haver alguns erros grosseiros do tipo: • observações marcadas em dias que não existem (ex.: 31 de abril); • quantidades absurdas (ex.: 500 mm em um dia); • erro de transcrição (ex.: 0,36 mm em vez de 3,6 mm). No caso de pluviógrafos, para verificar se não houve defeito na sifonagem, acumula-se a quantidade precipitada em 24 horas e compara-se com a altura lida no pluviômetro que fica ao lado destes. Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 113 2) Preenchimento de falhas Pode haver dias sem observação ou mesmo intervalo de tempo maiores, por impedimento do observador ou o por estar o aparelho danificado. Nestes casos, os dados falhos, são preenchidos com os dados de 3 postos vizinhos, localizados o mais próximo possível, da seguinte forma: C C x B B x A A x x P N N P N N P N N P 3 1 Px é o valor de chuva que se deseja determinar; Nx é a precipitação média anual do posto x; NA, NB e NC são, respectivamente, as precipitações médias anuais do postos vizinhos A, B e C; PA, PB e PC são, respectivamente, as precipitações observadas no instante que o posto x falhou. Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 114 3) Verificação da homogeneidade dos dados (Análise de Dupla Massa ou Duplo Acumulativo) Mudanças na locação ou exposição de um pluviômetro podem causar um efeito significativo na quantidade de precipitação que ele mede, conduzindo a dados inconsistentes (dados de natureza diferente dentro do mesmo registro). A verificação da homogeneidade dos dados é feita através da análise de dupla-massa. Este método compara os valores acumulados anuais (ou sazonais) da estação X com os valores da estação de referência, que é usualmente a média de diversos postos vizinhos. Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 115 3) A consistência do registro de uma precipitação é testada através da análise de dupla-massa. Este método compara os valores acumulados anuais (ou alternativamente sazonais) da estação Y com os valores da estação de referencia X. A estação de referência é usualmente a média de diversas estações vizinhas. Os pares cumulativos (valores dupla-massa) são plotados em um sistema de coordenadas cartesianas XY, e o gráfico é examinado para encontrar mudanças de direção. Se o gráfico é essencialmente linear, os registros da estação Y são consistentes. Se o gráfico mostra uma mudança de inclinação, o registro da estação Y é inconsistente e deve ser corrigido. Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 116 3) Essa correção é feita pelo ajuste dos registros anteriores à mudança de inclinação para refletir o novo estado. Para executar a correção, os registros de precipitação anteriores são multiplicados por uma taxa de correção. Esta taxa é formada pelo quociente entre o coeficiente angular da reta após a mudança de declividade e o coeficiente angular da reta antes da mudança de declividade. Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 117 3) Verificação da homogeneidade dos dados A figura abaixo mostra um exemplo de aplicação desse método, no qual a curva obtida apresenta uma mudança na declividade, o que significa que houve uma anormalidade Manipulação e Processamento dos Dados Pluviométricos 118 3) Verificação da homogeneidade dos dados A correção dos dados inconsistentes podem ser feitas da seguinte forma: 0 0 P M M P aa onde Pa são os valores corrigidos; P0 são dados a serem corrigidos; Ma é o coeficiente angular da reta no período mais recente; M0 é o coeficiente angular da reta no período anterior à sua inclinação. Precipitação Média na Bacia 119 h 120 Precipitações Média de uma Bacia (Métodos): Para calcular a precipitação média de uma superfície qualquer, é necessário utilizar as observações dos postos dentro dessa superfície e nas suas vizinhanças. Média Aritmética processo mecânico; Método de Thiessen processo mecânico; Método das Isoietas critério de quem o aplica. Determinam a altura média de uma precipitação em uma área. 121 122 Precipitação Média numa Bacia Precipitação = variável com grande heterogeneidade espacial 123 Método: Média Aritmética • Consiste simplesmente em se somarem as precipitações observadas nos postos que estão dentro da bacia e dividir o resultado pelo número deles. • Não recomendado para áreas com grandes variações de precipitação bacias menores que 5.000 km2; • Para regiões planas ou levemente onduladas com postos pluviométricos uniformemente distribuídos; • Usado apenas para comparações. Precipitação Média de uma Bacia 124 Método da Média aritmética Consiste simplesmente em se somarem as precipitações observadas nos postos que estão dentro da bacia e dividir o resultado pelo número deles. onde é chuva média na bacia; hi é a altura pluviométrica registrada em cada posto; n é o número de postos na bacia hidrográfica. Este método só é recomendado para bacias menores que 5.000 km2, com postos pluviométricos uniformemente distribuídos e a área for plana ou de relevo suave. Em geral, este método é usado apenas para comparações. h n h h n i i 1 125 50 mm 66 mm 44 mm 40 mm 42 mm Média aritmética (método mais simples) Precipitação média numa bacia • 66+50+44+40= 200 mm • 200/4 = 50 mm • Pmédia = 50 mm 126 50 mm 70 mm 120 mm • 50+70= 120 mm • 120/2 = 60 mm • Pmédia = 60 mm Obs.: Forte precipitação junto ao divisor não está sendo considerada Precipitação média numa bacia Problemas da média 127 Precipitação Média de uma Bacia Método de Thiessen (Polígonos de Thiessen) • Os postos são unidos por linhas retas, que dividem a área total em uma série de triângulos; • São baixadas perpendiculares ao meio dessas linhas, formando-se uma série de polígonos; •Aceita estações fora da bacia hidrográfica; • Aceita programas computacionais. 128 Método de Thiessen Os polígonos são traçados da seguinte forma: Dois postos adjacentes são ligados por um segmento de reta; Traça-se a mediatriz deste segmento de reta. Esta mediatriz divide para um lado e para outro, as regiões de “domínio”. 129 Método de Thiessen 130 Este procedimento é realizado, inicialmente, para um posto qualquer (ex.: posto B), ligando-o aos adjacentes. Define-se, desta forma, o polígono daquele posto. Método de Thiessen 131 Método de Thiessen 132 Repete-se o mesmo procedimento para todos os postos. Desconsidera-se as áreas dos polígonos que estão fora da bacia. A precipitação média na bacia é calculada pela expressão: Onde Ai é a área do respectivo polígono, dentro da bacia (km2); A é a área total da bacia. A PA P n i ii 1 h 133 n i ii PaP 1 • Polígonos de Thiessen 50 mm 70 mm 120 mm Áreas de influência de cada um dos postos ai = fração da área da bacia sob influencia do posto I Pi = precipitação do posto i Precipitação média por Thiessen 134 50 mm 120 mm 70 mm 82 mm75 mm Definição dos Polígonos de Thiessen 135 50 mm 120 mm 70 mm 82 mm75 mm 1 – Linha que une dois postos pluviométricos próximos Definição dos Polígonos de Thiessen 136 50 mm 120 mm 70 mm 82 mm75 mm 2 – Linha que divide ao meio a linha anterior Definição dos Polígonos de Thiessen 137 50 mm 120 mm 70 mm 82 mm75 mm 2 – Linha que divide ao meio a linha anterior Região de influência dos postos Definição dos Polígonos de Thiessen 138 50 mm 120 mm 70 mm 82 mm75 mm 3 – Linhas que unem todos os postos pluviométricos vizinhos Definição dos Polígonos de Thiessen 139 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 4 – Linhas que dividem ao meios todas as anteriores Definição dos Polígonos de Thiessen 140 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 141 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 142 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 143 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 144 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos Definição dos Polígonos de Thiessen 145 50 mm 120 mm 70 mm 75 mm 82 mm 5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos 40% 30% 15% 10% 5% Definição dos Polígonos de Thiessen 0,15*120+0,4*70+0,3*50+0,05*75+0,1*82 146 Isoietas são linhas indicativas de mesma altura pluviométrica. Podem ser consideradas como “curvas de nível de chuva”; O espaçamento entre eles depende do tipo de estudo, podendo ser de 5 em 5 mm, 10 em 10 mm, etc; O traçado das isoietas é feito da mesma maneira que se procede em topografia para desenhar as curvas de nível, a partir das cotas de alguns pontos levantados. Método das Isoietas 147 Mapas de chuva Linhas de mesma precipitação são chamadas ISOIETAS 148 Descreve-se a seguir o procedimento de traçado das isoietas: 1)Definir qual o espaçamento desejado entre as isoietas. 2)Liga-se por uma semi-reta, dois postos adjacentes, colocando suas respectivas alturas pluviométricas. 3)Interpola-se linearmente determinando os pontos onde vão passar as curvas de nível, dentro do intervalo das duas alturas pluviométricas. 4)Procede-se dessa forma com todos os postos pluviométricos adjacentes. 5)Ligam-se os pontos de mesma altura pluviométrica, determinando cada isoieta Método das Isoietas 149 6) A precipitação média é obtida por: Onde: P é a precipitação média na bacia (mm); Pi é a média aritmética das duas isoietas seguidas i e (i + 1) ; Ai é a área da bacia compreendida entre as duas respectivas isoietas (km2); A é a área total da bacia (km2). Método das Isoietas A AP P n i ii 1 150 Método das Isoietas 151 Planialtimetrando as áreas entre as isoietas adjacentes a precipitação média é calculada pela equação de Thiessen, onde: A áreas entre as isoietas sucessivas; P precipitações médias nas respectivas áreas; Método das Isoietas 152 Método de Thiessen e Método das Isoietas Vantagem: postos situados à pequenas distâncias e do outro lado do contorno da bacia hidrográfica são considerados Precipitação Média na Bacia Análise das Chuvas Intensas 153 Leis das Precipitações • Leis das Precipitações – Equações de Chuvas num Ponto A análise do regime pluviométrico em um ponto, no posto pluviométrico, ou estendido à área de precipitação, permite tirar certas conclusões genéricas que facilitam a interpretação do fenômeno. Essas “leis das precipitações” evidenciam-se nas equações que relacionam entre si as grandes características das chuvas e às áreas de precipitação. 154 Leis das Precipitações As Leis podem ser resumidamente enunciadas: 1) A intensidade das precipitações com o mesmo tempo de recorrência é inversamente proporcional à sua duração. 2) A intensidade das precipitações com a mesma duração é diretamente proporcional ao seu tempo de recorrência. 3) A intensidade das precipitações é inversamente proporcional à sua área de precipitação. 4) Em um determinado período chuvoso, as intensidades ou as alturas de precipitação decrescem do centro da área de precipitação para a sua periferia, segundo uma lei aproximadamente parabólica 155 • As chuvas intensas são as causas das cheias e as cheias são causas de grandes prejuízos quando os rios transbordam e inundam casas, ruas, estradas, escolas, podendo destruir plantações, edifícios, pontes etc. e interrompendo o tráfego. • As cheias também podem trazer sérios prejuízos à saúde pública ao disseminar doenças de veiculação hídrica. 156 Chuvas intensas • Por estes motivos existe o interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e vertedores. • O problema da análise de freqüência de chuvas máximas é calcular a precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de ocorrência em um ano qualquer. • A forma de relacionar quase todas estas variáveis é a curva de Intensidade – Duração – Freqüência (conhecida como curva IDF). 157 Chuvas intensas • A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). • A metodologia de desenvolvimento da curva IDF baseia-se na seleção das maiores chuvas de uma duração escolhida (por exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados. • Com base nesta série de tamanho N (número de anos) é ajustada uma distribuição de freqüências que melhor represente a distribuição dos valores observados. • O procedimento é repetido para diferentes durações de chuva (5 minutos; 10 minutos; 1 hora; 12 horas; 24 horas; 2 dias; 5 dias) e os resultados são resumidos na forma de um gráfico, ou equação, com a relação das três variáveis: Intensidade, Duração e Freqüência (ou tempo de retorno). 158 Chuvas intensas 159 Chuvas Intensas • Conjunto de chuvas originadas de uma mesma perturbação meteorológica, cuja intensidade ultrapassa um certo valor (chuva mínima) • A duração destas precipitações varia desde alguns minutos até algumas dezenas de horas e a área atingida pela mesma pode varia desde alguns poucos quilômetros até milhares de quilômetros quadrados. • O conhecimento das características das precipitações intensas apresenta grande interesse, tanto de ordem técnica quanto de ordem científica, por sua freqüente aplicação na agricultura e nos projetos de obras hidráulicas em geral, tais como projetos de drenagem de grandes centros populacionais, onde os coeficientes de escoamentosuperficiais são bastante elevados. 160 Chuvas Intensas Curvas de Intensidade e duração • Dados de precipitações intensas – obtidos dos registros pluviográficos sob a forma de pluviogramas. • Desses pluviogramas pode-se estabelecer, para diversas durações, as máximas intensidades ocorridas durante uma dada chuva (não é necessário que as durações maiores incluam as menores). •Durações usuais – 5,10,15,30 e 45 min; 1,2,3,6,12 e 24 horas •Limite inferior = 5 min – menor intervalo que se pode ler nos pluviogramas com precisão •Limite superior = 24 h – para durações maiores que este valor, podem ser utilizados dados observados em pluviômetros 161 Chuvas Intensas O numero de intervalos de duração citado fornece pontos suficientes para definir curvas de intensidade-duração da precipitação, referentes a diferentes freqüências de ocorrência. Série de máximas intensidades pluviométricas: série anual constituída pelos mais altos valores observados em cada ano (mais significativa). série parcial constituída de “n” maiores valores observados no período total de observação, sendo “n” o nº de anos no período. 162 Chuvas Intensas Freqüência das maiores precipitações em Curitiba (em mm): 163 Chuvas Intensas Precipitações da tabela anterior transformadas em intensidades (em mm/min). Durações (em min.) i 5 10 15 20 30 45 60 90 120 1 2 3 4 . . 31 3,68 3,38 3,10 3,02 . . 1,94 2,67 2,49 2,48 2,39 . . 1,62 2,28 2,18 2,18 2,16 . . 1,31 2,26 2,05 1,90 1,86 . . 1,17 1,82 1,75 1,53 1,39 . . 0,95 1,63 1,46 1,38 1,08 . . 0,70 1,25 1,16 1,16 1,09 . . 0,58 0,91 0,80 0,80 0,79 . . 0,43 0,68 0,61 0,60 0,60 . . 0,33 164 Chuvas Intensas A probabilidade ou freqüência de ocorrência pode ser dada por: (Fórmula de Kimbal) Para i = 3 09375,0 131 3 F 09375,0 111 FP T T = 10,67 anos 1 n i FP 165 • Tomar o valor máximo de chuva diária de cada ano de um período de N anos. • Organizar N valores de chuva máxima em ordem decrescente. • A cada um dos valores pode ser associada uma probabilidade de que este valor seja atingido ou excedido em um ano qualquer. • Fórmula empírica: )1N(iP Chuva máxima anual 166 • Uma chuva que é igualada ou superada 10 vezes em 100 anos tem um período de retorno de 10 anos. A probabilidade de acontecer esta chuva em um ano qualquer é de 1/10 (ou 10 %). • TR = 1/Prob Probabilidade x tempo de retorno 167 • Microdrenagem urbana: 2 a 5 anos • Drenagem urbana: 5 a 25 anos • Pontes e bueiros com pouco trânsito: 10 a 100 anos • Pontes e bueiros com muito trânsito: 100 a 1000 anos • Grandes obras hidráulicas: 10.000 anos Tempos de retorno adotados 171 A curva IDF Intensidade Duração Frequência Equações IDF 172 793,0d 0,143 326,13t TR806,268 I dc I d b t TRa Aeroporto Normalmente são equações do tipo: em que os valores de a, b, c e d são determinados empiricamente Exemplo para Porto Alegre: Tempo de retorno em anos Duração da precipitação em minutos Intensidade da chuva (mm/h) 173 • Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre? • ????? • Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre com 1% de probabilidade de ser excedida em um ano qualquer? Exemplo de uso da curva IDF 174 Variação das Precipitações Intensas com a Área A relação entre a chuva média na área e a chuva num dado ponto tende a diminuir à medida que a área cresce (ábaco do U.S Weather Bureau) As chuvas mais intensas do mundo 175 176 Equações de Chuvas Intensas Nas três equações abaixo, i é a intensidade da chuva em mm/h, T é o período de retorno em anos e t é a duração da chuva em minutos. Para São Paulo (eng. Paulo Sampaio Wilken): Para Rio de Janeiro (eng. Ulysses Alcântara): Para Curitiba (eng. Parigot de Souza): 025,1 172,0 22 .7,3462 t T i 74,0 15,0 )20( .1239 t T i 15,1 217,0 )26( .5950 t T i 177 Equação de chuva para o Sertão 178 Ábaco de Chuvas Intensas 179 Exercício - Exemplo Calcular a intensidade da chuva para seguintes condições: • Cidade de São Paulo • Período de retorno de 50 anos e duração de 80 minutos. Resposta: Equação da chuva intensa para cidade de São Paulo: i=? T = 50 anos; t = 80 minutos. 025,1 172,0 22 .7,3462 t T i mm/h i 3,59 5,114 4,6786 2280 50.7,3462 025,1 172,0 180 Exercícios 1) Dada a série de totais anuais de precipitação dos postos pluviométricos A, B e C, verifique a consistência dos dados do posto C em relação aos postos A e B. Caso observe mudança de declividade da curva dupla-massa, corrija os prováveis valores inconsistentes. Ano Totais anuais de chuva (mm). Posto A Posto B Posto C 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1990 2515 1255 1270 1465 1682 2103 2410 2308 1690 1970 1910 2413 1206 1206 1407 1608 2011 2312 2212 1608 1890 1898 2400 1201 1204 1402 1598 1999 1002 2200 1602 1880 181 Exercícios 2) Em 01/03/99, quando houve a inundação no Vale do Anhangabaú, choveu cerca de 100 mm em 2 horas. Determinar o período de retorno dessa chuva. 182 Exercícios 1. Comparar chuvas convectivas, orográficas e frontais. 2. Por que as medições de chuva são necessárias? 3. Por que os pluviógrafos são essencialmente instalados nas estações meteorológicas? 4. Explicar o funcionamento de um pluviômetro e de um pluviógrafo. 5. O que é intensidade de chuva? Como se determina? 6. O que são equações de chuva? Qual a relação com a intensidade do fenômeno? 183 Referências Bibliográficas • Notas de Aula e apresentações do prof. Walter Collischonn – IPH/UFRGS • Notas de Aula e apresentações do prof. Carlos Tucci – IPH/UFRGS • Villela, S.M, Mattos,A – Hidrologia Aplicada – Mc Graw Hill • Pinto,N.L.S.,Holtz,A.C.T.,Martins,J.A.,Gomide,F.L.S.- Hidrologia Básica – Ed. Edgard Blucher Ltda. • Notas de Aula e apresentação do prof. Paulo Cesar Sentelhas (ESALQ/USP)
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