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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Rosangela Aparecida da Silva Variáveis que afetam exportações e importações Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a dinâmica da taxa de câmbio. Identificar os impactos da flutuação cambial para a política econômica do governo. Apontar as variáveis que afetam as exportações e as importações. Introdução Neste capítulo, você vai estudar a dinâmica da taxa de câmbio, desde os regimes cambiais dos países até de que forma se dá a apreciação e a depreciação da moeda estrangeira e o que isso acarreta para a economia do país. Você também vai verificar de que forma o governo pode agir para que a flutuação do câmbio não prejudique muito a estabilidade da oferta de bens e serviços e também a estabilidade monetária do mercado interno. Por fim, você vai estudar quais variáveis, além das taxas de câmbio, afetam o comércio exterior de um país com outros países. Taxa de câmbio Começamos este capítulo com uma indagação: como deve proceder um país que deseja abrir sua economia, ou seja, ter relações internacionais de bens, serviços e outros ativos? Primeiramente, deve-se verifi car se existe a possibi- lidade de o país ser benefi ciado com esse comércio; em geral, se o país cogita esse empreendimento, é porque essa possibilidade já existe. Quando um país tem relações com outros países, entram em pauta as moedas desses respectivos países. Como fazer comércio com tantas moedas diferentes? É difícil ter que comparar o poder de compra de um país com o de outros países, em termos monetários. Nesse contexto, entra a taxa de câmbio, que nada mais é do que o preço da moeda internacional convertido para a moeda nacional, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Se, por exemplo, um país deseja comprar máquinas da China, seria ne- cessário ter o valor das máquinas em moeda chinesa — o renminbi — para pagar o fabricante. Para convencionar e facilitar o comércio internacional, o mercado exterior estipula o valor das mercadorias em dólares americanos, que é uma moeda de aceitação geral. Além disso, é mais fácil mensurar o valor em uma única moeda na economia, e não em mais de uma, conforme apontam Troster e Mochón (2002). Assim, para comprar máquinas da China, pode-se obter o valor delas em dólares e comparar com os valores ofertados por outras nações, para, assim, fazer uma compra mais racional. Utilizar uma moeda internacional de aceitação geral é recorrente no comércio exterior entre os países, principalmente para que se possa comparar preços em uma mesma moeda. Vejamos um exemplo: suponha que você queira comprar uma máquina da China e que ela valha 200 mil renminbi. Quanto ela valerá em reais? Primeiro, deve-se descobrir quanto vale o dólar na China. Supondo que o dólar na China valha 2 renminbi (1 dólar = 2 renminbi), logo, a máquina custará para você 100.000 dólares. Logo em seguida, verifique o valor do dólar no Brasil. Supondo que 1 dólar valha 3 reais e convertendo os valores, veremos que a máquina da China custará 300 mil reais. Agora, é possível comparar o preço da máquina chinesa com outras similares na- cionais. É importante ressaltar que não contamos aqui os custos de transporte, frete e outros que incidem nos comércios internacional e nacional. A conversão de moedas é facilmente realizada em sites e programas especializados, como no site do Banco Central do Brasil, o órgão que regula o mercado de câmbio no Brasil. Acesse o link a seguir e confira a ferramenta de conversão. https://goo.gl/ynRytT De posse dessas informações, vem a seguinte pergunta: como é determinada a taxa de câmbio dos países? A resposta é que ela depende muito dos regimes cambiais adotados pelos mesmos. Variáveis que afetam exportações e importações2 Regimes cambiais Os regimes cambiais se referem ao modo como institucionalmente os países interferem ou não em suas taxas de câmbio. Taxa de câmbio fixa De acordo com Dornbusch e Fischer (2009, p. 274), “em um sistema de câmbio fi xo, os bancos centrais estrangeiros estão prontos para comprar e vender suas moedas a um preço fi xo em termos de dólar”. Para fi xar sua taxa de câmbio em moeda estrangeira em 1 por 1, por exemplo, o país deve ter a mesma quantidade de moeda estrangeira, para garantir que seus moradores possam fazer essa conversão, nos casos de realizarem alguma transação com o exterior ou para contratos constitucionalmente estipulados. De acordo com Troster e Mochón (2002), a taxa de câmbio fi xa foi muito utilizada na época do padrão ouro, depois da Segunda Guerra Mundial, até 1973. O problema, nesse caso, é que o país que adota o câmbio fixo não pode emitir mais de sua moeda sem ter mais da moeda internacional (ou quantidade em ouro, no caso do padrão ouro), o que limita seu crescimento no comércio de bens e serviços. Assim, o país depende muito do Banco Central Americano (que emite a moeda internacional) para fazer sua política monetária. Países com baixo desenvolvimento tendem a fazer empréstimos envolvendo muito dinheiro internacional para equiparar constantemente o seu dinheiro, o que aumenta a dívida externa. Em períodos de crises internacionais, esses países dependentes não têm a quem recorrer com empréstimos para suplantar o valor da sua moeda, conforme apontam Troster e Mochón (2002). Geralmente, o que faz um país fixar seu câmbio é a pretensão de aparentar uma economia forte — já que seu dinheiro está equiparado à moeda inter- nacionalmente aceita — e, assim, atrair mais investimentos internacionais. 3Variáveis que afetam exportações e importações Na América Latina, a Argentina é um exemplo de país que adotou o sistema de câmbio fixo, o que gerou problemas para sua economia. Acesse o link a seguir para ler uma reportagem sobre a crise na Argentina. https://goo.gl/GG8E6y Taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio Em um país em que as taxas de câmbio são fl utuantes, estas vão ser deter- minadas pela oferta e pela demanda de moeda estrangeira dentro do país, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Nesse sentido, quem traz (oferta) e quem demanda moeda estrangeira no país? De acordo com Troster e Mochón (2002), quando as empresas nacionais vendem (exportam) ainda mais seus bens e serviços, recebem em moeda estrangeira, gerando, assim, mais oferta de moeda dentro do país. Do mesmo modo, quando o país importa mais bens e serviços, precisa de mais dólares (demanda) para pagar as empresas de outros países, tirando moeda estrangeira da economia do país. Outras formas de oferta de moeda estrangeira são os investimentos estran- geiros diretos e indiretos no país via mercado financeiro (bolsas de valores, por exemplo) e os empréstimos de bancos internacionais ou do FMI (Fundo Monetário Internacional). Por outro lado, como formas de sair dinheiro do país, podemos também citar os investimentos no mercado externo, a retirada de investimentos do mercado financeiro, o envio de lucro de empresas estran- geiras, os pagamentos de juros ao FMI, entre outras. Cada país vai ter uma taxa de câmbio diferente, dependendo da quantidade de moeda internacional que tem dentro do país: o país que tem mais moeda internacional tende a ter uma taxa de câmbio menor — cada dólar vale menos em moeda nacional — do que o país que tem menos dólares, se comparado com sua moeda, conforme explicam Samuelson e Nordhaus (2012). Logo, percebe-se que o valor do câmbio no mercado interno, pelo regime de taxas flutuantes ou flexíveis, vai ser determinado pela oscilação da oferta e demanda de moeda estrangeira (divisas) no mercado interno. Variáveis que afetam exportações e importações4 Quanto mais moeda estrangeira no mercado nacional, menor tende a ser o valor dela em moeda nacional, depreciando essa divisa e apreciando, isto é, valorizando, nossa moeda. Do contrário, quanto menos divisas estrangeiras existem em nosso país, mais apreciada tende a ser a moeda internacional e mais depreciada tende a sera nossa moeda diante da moeda estrangeira. O mercado de divisas é formado pela oferta e demanda de moeda estrangeira no país quando o regime de taxas de câmbio é flutuante. Em síntese, as quantidades monetárias de entradas e saídas podem ser modificadas no que se refere tanto à oferta quanto à demanda de moeda estrangeira, pelos seguintes fatores: Níveis de gastos no país e no exterior: por meio, por exemplo, de exportações ou importações e também do turismo interno e externo. Taxas de juros nacionais e no exterior: vão impulsionar maiores investimentos em produção e/ou mercado financeiro no país e no exterior. Preços nacionais e preços no exterior: os preços dos produtos em vários países são diferentes; logo, dependendo do preço, mesmo que se tenha uma taxa de câmbio favorável para exportação, o outro país pode ser mais beneficiado com o comércio exterior do que o seu, conforme Troster e Mochón (2002). Convém salientar que, quando o câmbio de um país é fixo, o termo eco- nômico que deve ser utilizado quando o valor da moeda nacional cai em relação à moeda estrangeira é desvalorização; quando ocorre o contrário, emprega-se o termo valorização. Essas denominações ocorrem porque quem está controlando a taxa de câmbio é o governo, e não o mercado, conforme apontam Samuelson e Nordhaus (2012). 5Variáveis que afetam exportações e importações Todos os agentes econômicos que mexem com o mercado de câmbio formal devem passar por agências de câmbio autorizadas e regulamentadas pelo Banco Central para adquirir ou vender sua moeda internacional, com o intuito de importar/exportar, aplicar no mercado internacional ou mesmo fazer turismo no exterior. Todas essas transações ficam registradas e devem ser declaradas para fins de impostos específicos. Quer saber mais sobre as possibilidades do mercado do câmbio brasileiro? Acesse o link a seguir. https://goo.gl/fWEMdb Flutuação cambial e suas consequências Supondo agora que estamos diante de uma economia em que há taxas fl utuantes de câmbio; se o mercado interno de divisas oscilar demais, como o governo pode ou tende a interferir para não afetar muito a economia nacional? De acordo com Dornbusch e Fischer (2009), os bancos centrais podem atuar, nesse caso, como compradores e vendedores de moedas estrangeiras. Ou seja, eles possuem reservas (estoques de dólares) e podem dispor das mesmas para ofertar e também demandar moeda estrangeira no mercado de câmbio nacional, influenciando e/ou equilibrando o valor dessa moeda na economia interna. Segundo os mesmos autores, quando o governo intervém dessa forma em um mercado de câmbio flutuante, chamamos de flutuação suja ou flutuação administrada, pois, nesse caso, não apenas os agentes tradicionais atuaram comprando e vendendo moedas, mas também o governo. Mas como a taxa de câmbio influencia a economia? Em uma economia aberta, em que pode haver comércio exterior de bens e serviços, o câmbio pode influenciar em tudo. Vamos explicar: mesmo que você não exporte ou importe bens e serviços, sua empresa pode sofrer concorrência de bens importados. Ainda, os bens que você compra dentro do país podem ficar mais caros devido à exportação (a maior oferta externa pode diminuir a oferta interna) e aos preços nos mercados internacionais. No que se refere às importações, quanto menor o câmbio, menor o valor que será pago em moeda nacional. Ou seja, o câmbio baixo com nossa moeda Variáveis que afetam exportações e importações6 apreciada favorece quem importa bens e serviços. Sobre as exportações, pode- -se observar o oposto: quanto maior o câmbio, maior tende a ser a quantidade de bens e serviços exportados. Exemplo de exportação e importação com mudanças no câmbio Suponha que o câmbio no Brasil passou de 1 dólar = 2 reais para 1 dólar = 3 reais. Aparentemente a mudança no câmbio não foi tão grande — mas para o comércio internacional do Brasil é. Se um exportador vende uma máquina industrial por 100 mil dólares, esta passará de 200 mil reais para 300 mil reais só com a variação do câmbio. Ou seja, para quem exporta é interessante a apreciação da moeda internacional em reais, pois ganhará mais na última moeda. Já para quem importa, tende a ser ruim: se você paga 100 mil dólares em um carro de luxo vindo dos EUA, por exemplo, convertendo em reais, pagará 300 mil reais, em vez de 200 mil reais (convertido no valor do câmbio anterior). Cabe ao governo, junto à autoridade monetária, verificar se o câmbio está preju- dicando ou favorecendo mais a nossa economia (custo/benefício) e, assim, tomar medidas de controle indireto, como as mencionadas anteriormente, conforme sugerem Troster e Mochón (2002). A balança comercial brasileira — que registra exportações em valores monetários positivamente e importações em valores monetários negativamente — e, por conseguinte, a balança de pagamentos, são altamente influenciadas por oscilações fortes no câmbio. Dessa forma, o governo tende a intervir comprando ou vendendo moeda estrangeira. Contudo, de acordo com Dornbusch e Fischer (2009, p. 275), “[...] se um país apresentar persistentemente déficits no balanço de pagamentos, o banco central ficará, por fim, sem reserva em moeda estrangeira e será incapaz de continuar sua intervenção”. Essa é uma situação perigosa que qualquer país deve evitar, pois ficará fragilizado, podendo causar fuga de capital internacional, o que deve piorar ainda mais a situação desse país. Logo, a intervenção deve ser muito bem calculada e dimensionada. Além de tudo o que vimos, a oscilação da moeda internacional pode afetar fortemente o pagamento dos juros da dívida externa: se a moeda internacio- nal estiver com preço muito alto dentro do país, o governo acaba tendo que pagar em moeda nacional um valor muito alto, conforme apontam Troster e Mochón (2002). 7Variáveis que afetam exportações e importações Ainda, quem é primário-exportador e tem sua produção dependente de maquinário externo, se a moeda externa estiver apreciada (com valor alto em reais), pode sofrer ao ter que comprar esse insumo de produção e, por fim, ter um preço maior de venda do bem final produzido, podendo perder em competitividade por preços. Acesse o link a seguir para verificar como vêm se comportando o balanço de paga- mentos brasileiro e as reservas internacionais. https://goo.gl/89ScQN Taxa de câmbio e inflação Como mencionamos antes, quando a moeda internacional está com seu preço alto no mercado interno, a tendência é um aumento nas exportações do país, já que o exportador pode conseguir auferir maior renda com as vendas inter- nacionais. Mas será que isso vale para todos os bens e serviços de um país? Bem, isso depende dos preços desses bens e serviços em dólares em relação aos preços e câmbios internacionais. Assim, é necessário encontrar a taxa de câmbio real de cada tipo de bem ou serviço, para que se possa fazer essa comparação de melhora ou não do comércio exterior. Bens nacionais com preços altos relativos aos internacionais podem perder mercado mesmo que a taxa de câmbio esteja favorável a eles. Variáveis que afetam exportações e importações8 Exemplo de depreciação cambial com inflação Suponha que o Brasil faça comércio internacional com a China. Temos as seguintes informações sobre a confecção de camisas similares em ambos os países e as respectivas taxas de câmbio: Taxa de câmbio na China: 1 dólar = 2 renminbi. Taxa de câmbio no Brasil: 1 dólar = 3 reais. Preço da camisa na China: 40 renminbi, que é igual a 20 dólares. Preço da camisa no Brasil: 60 reais que é igual a 20 dólares. Avaliação: Veja que, mesmo que a moeda brasileira seja mais depreciada em relação ao dólar, ainda assim não é possível vender para a China, porque o preço em reais é alto. A China vai preferir consumir do seu mercado interno, pois o preço em dólares fica igual ao ser convertido pela sua taxa de câmbio. Uma saída para os exportadores brasileiros seria tentar baixar seus custospara vender em maior quantidade a um preço menor. Nesse caso, por exemplo, se a camisa custar 54 reais, o país poderá vender a mesma a 18 dólares, o que compensará para a China comprar do Brasil, conforme Dornbusch e Fischer (2009). É importante salientar que aqui não consideramos outros custos do comércio exterior, apenas a taxa de câmbio e os preços dos bens analisados. Exportações e importações Além da taxa de câmbio, outros fatores afetam o comércio internacional de um país. São fatores mais setoriais, mas não menos relevantes. Samuelson e Nordhaus (2012) citam alguns: Diversidade dos recursos naturais: o comércio internacional pode ser impulsionado pela diversidade de fatores de produção encontrada em outros países. Essa diversidade de recursos facilita a produção de bens e serviços diversificados e, talvez, mais acessíveis, em termos monetários. Diferenças de gostos: as demandas são diferentes em cada país, e pode ser que um país não tenha em abundância o que a sua população deseja, mas outro tenha. Um exemplo relacionado ao Brasil é a venda de carne de aves: a Ásia consome grande parte das partes de cartilagens das aves que os brasileiros desprezam, como os pés e as pernas, pagando preços razoáveis. 9Variáveis que afetam exportações e importações Diferenças nos custos: esse é um grande argumento do comércio inter- nacional — poder importar um produto com um custo baixo devido ao outro país ter mão de obra barata, ou mesmo porque produz em grande escala, ou, ainda, no caso de países com possibilidades de impostos mais baixos. A mobilidade da produção, com cada parte de um produto sendo montada em um país diferente, por meio de acordos comerciais, pode ser uma vantagem para quem produz em grande escala. Políticas comerciais As políticas comerciais dos países, em geral, têm como intuito fomentar as exportações e reduzir as importações de bens e serviços não necessários de outros países. Claramente, se todos os países pensarem assim, não haveria comércio internacional, visto que todos querem ter a maior vantagem para produzir mais no mercado interno e vender mais. Nesse sentido, como é possível realizar a política comercial entre os países? Em geral, as políticas comerciais são delineadas por meio de: Acordos multilaterais — geralmente entre vários países de uma região, como um bloco econômico. Assim, os países participantes do bloco podem pagar impostos de importação mais baixos, ou até nulos, de outros países de dentro do bloco, dependendo dos bens e serviços que entraram no acordo. Nesse caso, os países participantes devem ter muita diplomacia e poder político para negociar. Para saber mais sobre o Mercosul — bloco do qual o Brasil participa e é um dos principais líderes —, acesse o link a seguir. https://goo.gl/20TdWM Acordos bilaterais — acordos entre apenas dois países, em que os mesmos negociam tarifas entre si e beneficiam ambas as produções com alguns tipos de bens e serviços. Nesse caso, a distância geográfica Variáveis que afetam exportações e importações10 entre os países às vezes nem importa para um acordo (a menos que o produto seja perecível). A partir desses acordos, os países passam a analisar cada bem e serviço e também cada comprador e vendedor. O Quadro 1 mostra os principais des- tinos das exportações e importações brasileiras em 2017 e 2018, conforme o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Fonte: Adaptado de MDIC ([2019]). País Exportação Importação Jan-Out/2018 Jan-Out/2017 Jan-Out/2018 Jan-Out/2017 Total Geral 199.079.344.901 183.460.822.588 151.443.508.403 125.009.472.673 China 53.246.918.673 41.348.211.649 29.858.960.944 22.604.578.911 Estados Unidos 23.819.205.830 22.229.125.540 23.688.208.951 20.724.893.966 Argentina 13.312.678.088 14.485.395.272 9.153.980.367 7.857.619.400 Países Baixos (Holanda) 9.958.651.249 7.845.801.235 1.399.770.558 1.620.185.501 Chile 5.248.553.093 4.204.317.757 2.894.665.813 2.870.459.543 Espanha 4.314.963.166 3.327.622.137 2.464.408.277 2.351.157.223 Alemanha 4.228.208.689 4.062.278.396 9.031.343.896 7.678.994.605 México 3.763.835.777 3.771.780.764 4.216.457.802 3.345.700.492 Japão 3.583.220.447 4.365.028.304 3.738.052.873 3.114.728.934 Índia 3.391.602.934 3.732.050.747 2.998.206.221 2.345.166.024 Cingapura 3.165.476.408 2.443.980.995 563.456.961 532.151.905 Quadro 1. Principais destinos das exportações e importações brasileiras Percebe-se pelos dados das exportações e importações brasileiras que não necessariamente é preciso estar próximo do país para estabelecer o comércio internacional: a China, o maior comprador e maior vendedor para o Brasil, 11Variáveis que afetam exportações e importações está no continente asiático. A Argentina, terceira maior parceira comercial do Brasil, é a única participante do Mercosul que tem maior comércio com o Brasil. Como foi mencionado antes, as principais políticas comerciais de um país com relação a outros países visam a dificultar a entrada de bens e serviços de outros países e a facilitar as exportações. São elas: Barreiras tarifárias: referem-se às barreiras diretas à importação de outros países, visto que dificilmente há barreiras à exportação (já que os países, em geral, querem vender mais). As principais barreiras tarifárias são os impostos para importação (que, em geral, são um percentual sobre o preço do bem) e as quotas de importação (que determinam quanto se pode importar de cada bem). Elas dependem do tipo de bem e de onde ele vem, pois, devido aos acordos comerciais, os valores podem variar, conforme Troster e Mochón (2012). Barreiras não tarifárias: são as mais utilizadas pelos países na atualidade, pois não parecem barreiras, mas, sim, proteção ao mercado consumidor interno do país que está importando. Vão desde barreiras técnicas e sanitárias até barreiras ambientais. Suponha que uma empresa brasileira compre uma máquina da China que custa 100.000 dólares. Essa máquina, para vir para o Brasil da China, tem um imposto de importação sobre o preço do produto de 30% (ad valorem). Sendo assim, vai chegar ao Brasil ao preço de 130.000 dólares. Convertendo de acordo com a taxa de câmbio local de 1 dólar = 3 reais, a empresa vai pagar pela máquina 390.000 reais com o imposto. O imposto cobrado encareceu o produto para diminuir a competitividade dele no país. Nota: aqui não constam valores de frete, seguro e outros valores necessários para se importar algo, apenas taxa de câmbio e imposto de importação, que são fictícios. Variáveis que afetam exportações e importações12 BRASIL. Ministério da Indústria, Comercio Exterior e Serviços. Balança comercial brasi- leira: acumulado do ano. [2019]. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/ comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/balanca-comercial-brasileira- -acumulado-do-ano>. Acesso em: 7 jan. 2019. DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2009. SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2002. Leituras recomendadas STIGLITZ, J. Introdução à macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2003. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002. 13Variáveis que afetam exportações e importações Conteúdo:
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