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Gestão de operações de câmbio

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GESTÃO DE OPERAÇÕES DE CÂMBIO 
APRESENTAÇÃO 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
Carolina Freitas 
 
Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 
UNIOESTE (2019). Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino à Distância pelo 
Centro Universitário Cidade Verde. Graduada em Ciências Econômicas pelo Centro 
Universitário Cidade Verde (2016). Atualmente é Tutora Educacional T44 do Centro 
Universitário Cidade Verde (UniFCV). Possui experiência na área de Economia 
Internacional e Desenvolvimento Econômico, atuando principalmente nos temas: 
Investimento Estrangeiro Direto e Desigualdade Salarial. 
 
 
INFORMAÇÕES RELEVANTES: 
• Graduada em Ciências Econômicas pela Centro Universitário Cidade Verde 
• Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino a Distância pelo Centro Universitário 
Cidade Verde 
• Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
• Tutora da Centro Universitário Cidade Verde 
• Lattes: http://lattes.cnpq.br/9821590216362576 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
Prezado(a) aluno(a), na nossa disciplina de Gestão de Operações de Câmbio 
iniciamos uma jornada a fim de abrir os nossos horizontes no campo econômico e 
financeiro, seja está ao envolvimento teórico dos modelos cambiais como também, as 
operações e mercado brasileiro. Convido você a construir um maior entendimento das 
diferentes operações de câmbio existentes. 
 Neste material abordaremos os conceitos de operações de câmbio. Você pode 
estar se questionando quais são esses conceitos. Esses estão ligados a uma definição 
de câmbio, paridade de poder de compra, modelos de câmbio (fixo e flutuante), o que 
são as minidesvalorizações, quem são os arbitradores e os especuladores. Como 
também os conceitos estão ligados às operações (futuras, prontas, Swap e simbólicas) 
e as arbitragens de câmbio e juros. 
 Isto posto, na Unidade I, você estudará uma introdução sobre a taxa de câmbio e 
a moeda. Na Unidade II, vamos compreender os tipos de câmbio existentes e o que os 
agentes de mercado fazem e como agem. 
 Na sequência, a Unidade III tem como abordagem as operações de câmbio 
(operações e arbitragens). Na nossa unidade IV finalizaremos com um estudo do 
mercado de câmbio no mercado brasileiro. 
 Espero que você aproveite a leitura do material confeccionado com muito cuidado. 
Espero contribuir com o seu conhecimento profissional e também pessoal. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#APRESENTAÇÃO DA APOSTILA# 
UNIDADE I 
TAXA DE CÂMBIO E MOEDA 
Professora Ma. Carolina Freitas 
 
 
Plano de Estudo 
● Oferta e demanda de moedas estrangeiras; 
● Taxa de Câmbio e preços relativos; 
● Moedas Conversíveis; 
● Paridade do Poder de Compra; 
● Definição de Câmbio; 
● Preços Domésticos e Estrangeiros. 
 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
 
● Analisar a oferta e demanda de moedas estrangeiras; 
● Entender o que é a taxa de câmbio; 
● Estudar as moedas conversíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá, caro(a) Estudante! 
 
Seja bem vindo(a) a nossa primeira unidade da apostila, em que veremos 
conceitos importantes para as operações de câmbio. Entre os principais estudos da 
economia está a troca de bens e serviços entre países, que nos levam às funções da 
moeda, no que diz respeito aos meios de troca, reserva de valor e unidade de conta. 
 O conhecimento das funções da moeda nos levam a uma compreensão da 
importância da existência da taxa de câmbio, como também o que é um preço relativo, 
visto a presença de unidades monetárias diferentes entre países. Além disso, a 
compreensão conceitual da taxa de câmbio nos leva a nos questionar a 
fundamentalidade das moedas conversíveis. 
 A partir dos conceitos de taxa de câmbio e moeda, estudaremos também a 
Paridade de Poder de Compra (PPC) em que aprenderemos através de exemplos a 
compreender esta teoria tão significativa para a economia internacional. Por fim, 
vamos compreender a definição de taxa de câmbio real e nominal, como também a 
demanda e oferta de preços domésticos e estrangeiros. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 OFERTA E DEMANDA DE MOEDAS ESTRANGEIRAS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/stack-money-coin-trading-graph-financial-
1389723656 
 
Podemos compreender que o surgimento da moeda é composto por três 
funções: meio de troca de valor, conversibilidade da moeda e reserva internacional. 
Sabemos que também cada país possui uma moeda para a economia, sendo 
necessário um meio de transferência de recursos entre países. 
 Como citado anteriormente, a moeda como função o meio de troca, entende-
se como então o intermediário para as transações econômicas, facilitando a aquisição 
de mercadorias e serviços. Com isso, a moeda torna-se parte do nosso dia a dia, seja 
essa nos meios de transações comerciais internas ou externas. (BORGES, 2018). 
 Agora que compreendemos que a existência da moeda acontece devido a 
determinadas funções, podemos compreender que a taxa de câmbio é o preço de 
uma moeda doméstica para uma unidade de moeda estrangeira. Em outras palavras, 
a definição de taxa de câmbio é o preço de uma moeda nos termos de outra. 
 Devido ao fato do arcabouço constituído as funções da moeda e também o que 
é a taxa de câmbio, a mesma possui demanda e oferta assim como os demais 
produtos. Quando a taxa de câmbio é flexível, a demanda e a oferta definirão por um 
determinado período o valor da taxa de câmbio. 
Primeiramente, vamos estudar o lado da oferta em relação a taxa de câmbio: 
A oferta é dependente do volume de exportações que um país realiza, pois a 
moeda estrangeira obtida pelas vendas entre países dispõem de troca para a moeda 
nacional. Além disso, as entradas de capitais externos objetivam a troca por moeda 
nacional. 
 Isto posto, podemos concluir que quando um exportador realiza sua venda de 
bens e serviços para outros países, o comprador (importador) irá remeter divisas (na 
moeda internacional), o Banco Central dessa forma ficará com os dólares e pagará ao 
exportador o valor do contrato na moeda nacional. 
 Vamos olhar o lado da demanda. A demanda da taxa de câmbio é dependente 
do volume de importações, visto que os importadores precisam do valor da moeda 
estrangeira para pagar suas compras realizadas em outros países. Outro fator 
importante para a demanda da taxa de câmbio são as saídas de capitais externos, 
que acontecem em forma de amortizações de empréstimos, pagamentos dos juros e 
também remessas de lucros e dividendos. 
Agora, vamos conhecer os preços relativos e a taxa de câmbio?! 
 
 
 
 
 
 
 
2 TAXA DE CÂMBIO E PREÇOS RELATIVOS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wallet-coins-on-wooden-table-close-1918786676 
 
Para compreendermos o arcabouço de preços relativos, precisamos que a 
análise possa ocorrer em um mercado isoladamente, levando a uma suposição de 
que os demais mercados são constantes. Em outras palavras, o mercado em análise 
não é afetado e nem poderá afetar outras variáveis. 
 Mas, quais são as vantagens ao analisarmos o mercado dessa forma? Assim, 
é possível apurar os efeitos que uma variável pode gerar isoladamente, sem os efeitos 
que outras variáveis podem vir a provocar. O nome dessa hipótese é ceteris paribus, 
e a mesma nos levam a um conhecimento de variáveis que possam vir a influenciar 
compradores e vendedores. 
 Então, o que é um preço relativo? É a análise do preço de um bem em relação 
a outras mercadorias. Vamos seguir um exemplo? 
 Caso o preço da margarina caia 20% e também o preço da manteiga venha a 
decair 20%, a demanda dessas mercadorias nada iria acontecer (considerando que 
as outras variáveis continuem constantes). Porém, agora vamos considerar se o preço 
da manteiga cair 20% eo da margarina continuar inalterado, e tudo o mais constante, 
podemos esperar um aumento da procura por manteiga. 
 Agora, vamos considerar os preços relativos aplicados a uma taxa de câmbio. 
Levamos em consideração que a moeda é a expressão do valor de uma mercadoria, 
em um mundo globalizado e de economias abertas, uma moeda nacional possui um 
preço quando relacionada às demais moedas. Ao pensarmos que a taxa de câmbio é 
a expressão de uma quantidade de moeda para adquirir outra, o câmbio se tornou um 
instrumento que nos permite comparar os preços relativos de moedas diferentes. 
(KRUGMAN, 2015). 
 Isso se dá basicamente por que a taxa de câmbio não pode ser vista de uma 
forma unilateral, dado que a mesma nos leva a uma comparação no valor de duas 
unidades monetárias. Devemos assim realizar a expressão da taxa de câmbio como 
real/euro, dólar/euro, real/dólar e outros e não por “taxa de câmbio americana”. 
Vamos a um exemplo? 
Maria precisa optar quanto gastar em casacos norte americano e quanto gastar 
em biquínis brasileiros, traduzindo os preços de ambas as mercadorias em uma 
moeda comum (dólar) para calcular os preços dos biquínis em termos de casacos. 
Supõe-se que a taxa de câmbio seja US$2,00 por real. Isso significa que Maria paga 
nos Estados Unidos US$200,00 por biquíni que custa R$100 no Brasil. O preço de um 
casaco norte-americano é US$150, o preço de um biquíni em termos a um casaco é 
de US$200,00 (unidade de biquíni)/US$150 (unidade de casado) = 1,33 biquíni por 
casaco. Assim, o brasileiro enfrentará um preço relativo de R$100,00 (unidade de 
biquíni)/US$75 (unidade de casaco) = 1,33. 
 Conforme Krugman (2015, p. 273) 
 
com todo o resto igual, uma valorização da moeda de um país aumenta o 
preço relativo de suas exportações e diminui o preço relativo de suas 
importações. De forma contrária, uma depreciação diminui o preço relativo 
das exportações de um país e aumenta o preço relativo de suas importações. 
 
 
 
3 MOEDAS CONVERSÍVEIS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/flat-view-pennies-united-states-currency-
626430617 
 
Krugman (2015) afirma que uma economia única ao aceitar uma moeda 
nacional vem a eliminar custos. Com o intuito de tornar eficaz o comércio internacional, 
o Fundo Monetário Internacional (FMI) buscou promover as moedas nacionais 
conversíveis quando possível. Então, o que podemos compreender o que é moeda 
conversível? É aquela moeda que pode ser trocada de forma livre por outras moedas 
estrangeiras, por exemplo, a moeda norte-americana (dólar) se tornou conversível em 
1945. Outra moeda conversível é a moeda canadense (dólar canadense) em 1945 
também. 
 Em outras palavras, a moeda conversível significa que uma pessoa que mora 
no Canadá pode adquirir dólar e usá-los para fazer compras nos Estados Unidos, e 
também pode vender a mesma moeda no mercado de câmbio no Canadá ou para o 
Banco do Canadá. 
 Agora você pode se perguntar o que aconteceria se houvesse a 
inconversibilidade da moeda. Caso houvesse uma inconversibilidade, o comércio 
internacional seria grandemente difícil. Vamos pensar em uma hipótese: um brasileiro 
pode se recusar a vender mercadorias para um argentino em troca de pesos 
argentinos inconversíveis, pois esses pesos poderiam apenas ser utilizados de acordo 
com as determinações do governo da Argentina. Ao olhar brasileiro, sem o mercado 
em reais conversível, o argentino não é capaz de obter a moeda brasileira para então 
comprar mercadorias brasileiras. 
 Ao compreendermos essa hipótese, a resolução para meios de troca entre 
países seria a do escambo, prática utilizada de troca direta de mercadorias por outras 
mercadorias. Visto os benefícios da moeda conversível, a Europa seguiu o exemplo 
norte-americano e canadense restaurando a conversibilidade até o final 1958 e o 
Japão em 1964. 
 Fatores relevantes para a economia mundial e marco da conversibilidade foi o 
dólar norte-americano com a sua posição especial do Sistema de Bretton Woods 
(veremos na nossa Unidade II) e o domínio político do país fez com que o dólar torna-
se a moeda chave no período pós-guerra. 
 Com isto, o comércio internacional seguiu a tendência de faturar em dólares, 
os acordos entre importadores e exportadores aconteciam em dólares, levando ao 
dólar a uma moeda internacional em um meio universal de compra, unidade de conta 
e reserva de valor. Muitos bancos centrais acreditavam na vantagem de manter suas 
reservas internacionais em forma de ativos de dólar remunerados. (KRUGMAN, 
2015). 
 A partir do momento em que a Europa tomou a restauração da conversibilidade 
da moeda, a natureza das limitações de políticas monetárias começaram a mudar. 
Quanto mais o comércio da moeda se expandia, mais os mercados financeiros em 
diversos países tornavam-se integrados. Levando ao início da criação do mercado de 
câmbio dos dias atuais. 
 Neste contexto mundial, as oportunidades vieram a crescer para o movimento 
dos fundos através das fronteiras. Além de que, as taxas de juros nacionais se 
tornaram profundamente ligadas umas às outras, como também maior velocidade de 
mudanças políticas para ganhar ou perder reservas internacionais. A partir de 1958, 
os bancos centrais começaram a atentar-se às condições financeiras estrangeiras 
para que não houvesse o risco de perder reservas súbitas (para não ficar sem os 
recursos necessários para atrelar a taxa de câmbio). 
4 PARIDADE DE PODER DE COMPRA 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/penny-stacks-280025948 
 
Conforme Krugman (2015), a teoria que compõe a Paridade de Poder de 
Compra (PPC) tem como base a confirmação de que a taxa de câmbio entre as 
unidades monetárias de dois países é igual à razão dos níveis de preços desses 
países. 
 Mas antes de compreender o que é a paridade de poder de compra entre 
países, vamos compreender o conceito de poder de compra nacional da moeda. O 
mesmo é refletido no nível de preços de bens e serviços do país, no preço do dinheiro 
de uma determinada cesta de mercadorias e serviços. 
 A PPC prediz que uma quebra do poder de compra da moeda em um país está 
associada a uma depreciação correspondente da moeda no mercado de câmbio 
estrangeiro. De modo inverso, a PPC prevê que um aumento no poder de compra 
nacional da moeda está ligado a uma valorização proporcional da moeda. 
Vamos analisar a PPC através de símbolos, podemos compreender que 𝑃𝐵𝑅 é 
o preço do real de uma cesta de mercadorias vendida no Brasil e 𝑃𝑈𝑆𝐴 é o preço em 
dólares dessa mesma cesta nos Estados Unidos. 
A paridade de poder de compra visa uma taxa de câmbio através da seguinte 
expressão: 
𝐸𝐵𝑅/𝑈𝑆𝐴 =
𝑃𝐵𝑅
𝑃𝑈𝑆𝐴
 
 
Vamos a um exemplo? Caso essa cesta de mercadoria custe R$500,00 no 
Brasil e nos Estados Unidos custe US$120,00, a PPC irá prever através da fórmula 
acima uma taxa de câmbio Brasil/Estados Unidos de R$4,17 por dólar. 
(R$500,00/US$120,00). 
 Caso o preço da cesta brasileira duplicasse (de R$500,00 para R$1000,00), 
então o preço em real para dólar também duplicaria, a PPC corresponderia então por 
uma taxa de câmbio de R$8,33 (R$1000,00/US$120). 
Em outras palavras, podemos interpretar a equação da seguinte forma: 
 
𝑃𝐵𝑅 = 𝐸𝐵𝑅/𝑈𝑆𝐴 ∗ 𝑃𝑈𝑆𝐴 
 
A equação acima é uma forma de compreendermos o que é a PPC absoluta. 
Além da PPC absoluta, iremos conhecer também a PPC relativa. A PPC relativa 
implica que a mudança percentual na taxa de câmbio entre duas unidades monetárias 
entre países sobre um período de tempo é igual à diferença entre as mudanças 
percentuais nos níveis nacionais de preços (KRUGMAN, 2015). 
 É possível afirmar que a PPC relativa tem como a mudança de preços e taxa 
de câmbio como uma maneira de preservar a relação dos poderes de compra da 
moeda nacional e estrangeira. 
Vamos a um exemplo? 
Supõe-se que o nível de preços brasileiro sobe em 15% enquanto o do 
americano sobe10%. A PPC relativa irá prever uma desvalorização de 5% do real em 
relação ao dólar. A depreciação anula os % aos qual a inflação brasileira supera a 
norte americano, deixando o poder de compra relativo nacional e estrangeiro das duas 
moedas inalteradas. Podemos descrever conforme a seguinte equação: 
 
(𝐸 𝐵𝑅
𝑈𝑆𝐴
,𝑡
− 𝐸 𝐵𝑅
𝑈𝑆𝐴
,𝑡−1
) 
𝐸 𝐵𝑅
𝑈𝑆𝐴
,𝑡−1
= 𝜋𝐵𝑅,𝑡 − 𝜋𝑈𝑆𝐴,𝑡 
 
Em que 𝜋 corresponde à taxa de inflação, t o período atual e t-1 do período 
passado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 DEFINIÇÃO DE CÂMBIO 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pennies-falling-against-black-background-
1233295396 
 
Após compreender o conceito que contempla a teoria da Paridade de Poder de 
Compra (PPC), vamos neste tópico compreender o arcabouço que envolve a taxa de 
câmbio real. Conforme Krugman (2015), a taxa de câmbio real acontece entre duas 
unidades monetárias de dois países, sendo uma medida ampla de resumo dos preços 
de bens e serviços de uma nacionalidade em relação à outra. 
 Em suma, a taxa de câmbio real é fundamental para analisar as condições 
macroeconômicas devido a sua demanda e oferta agregada em economias abertas. 
 Para compreendermos o que é a taxa de câmbio real precisamos separar as 
seguintes informações, temos então 𝑃𝐵𝑅 como o preço em real de uma cesta básica 
no Brasil (para famílias e empresas no país). Da mesma forma, temos 𝑃𝑈𝑆𝐴 temos 
como o preço em dólares de uma cesta básica nos Estados Unidos (para famílias e 
empresas no país). Vamos descrever a taxa de câmbio real/dólar será representada 
por 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$, como também o preço em real da cesta norte-americana em relação à 
cesta brasileira. 
Podemos representar a taxa de câmbio real como a expressão abaixo: 
𝑞𝑅$/𝑈𝑆$ =
(𝐸 𝑅$
𝑈𝑆$
𝑥 𝑃𝑈𝑆𝐴)
𝑃𝐵𝑅
 
Vamos a um exemplo, imagine que a cesta norte americana custe US$100, a 
cesta brasileira custe R$150,00 e a taxa de câmbio nominal seja 𝐸𝑅$/𝑈𝑆$= 3,50 por 
dólar. Então, podemos representar a taxa de câmbio real (real/dólar): 
 
𝑞𝑅$/𝑈𝑆$ =
(3,50 𝑥 100)
150
= 2,33 
 
Podemos afirmar que a taxa de câmbio real será de 2,33 cestas brasileiras por 
uma cesta norte-americana. Caso houvesse um aumento na taxa de câmbio real 
(depreciação real do real em relação ao dólar), uma de suas justificativas é a 
transformação de uma queda do poder de compra do real dentro dos Estados Unidos 
em relação ao poder de compra dentro do Brasil. 
 De forma reversa, quando acontecer uma valorização real da moeda brasileira 
em relação ao dólar o mesmo indicará uma diminuição do preço relativo das 
mercadorias compradas nos Estados Unidos ou um aumento no poder de compra 
americano do real comparado com o mesmo no Brasil. 
6 PREÇOS DOMÉSTICOS E ESTRANGEIROS 
Quando os valores de longo prazo da taxa de câmbio real não forem mantidos 
pela PPC, os preços de mercados serão equilibrados pelas condições exigidas da 
demanda e oferta. Porém, ao compreendermos no conceito de taxa de câmbio real 
que a mesma identifica as mudanças de preços das cestas de despesas dos dois 
países, as condições que esses países apresentam são relevantes. 
Com um leque avantajado de opções para a produção de mercado dos países, 
vamos analisar dois casos através de exemplos para compreender as mudanças de 
valores de longo prazo das taxas de câmbio reais. 
I. Uma mudança na demanda relativa mundial por produtos brasileiros: Suponha 
que o gasto mundial total de bens e serviços na economia brasileira aumentou quando 
comparado ao gasto mundial total de bens e serviços norte-americanos. Essa 
mudança de diversas maneiras, como por exemplo, uma modificação na demanda 
específica do Brasil e distante dos bens e serviços norte-americanos e em direção aos 
produtos brasileiros. Outro exemplo é a transformação semelhante na demanda 
particular estrangeira em direção aos bens e serviços brasileiros ou até mesmo um 
aumento da demanda do governo brasileiro diretamente ligado à produção nacional. 
Podemos afirmar que um aumento na demanda relativa mundial dos produtos 
brasileiros causa um excesso de demanda por eles a uma taxa de câmbio real 
anterior. Para que ocorra o equilíbrio o preço relativo da produção brasileira em termos 
de produção norte-americana terá que aumentar, de forma que os preços relativos de 
mercadorias não comercializáveis brasileiros se elevaram e os preços 
comercializáveis produtos no Brasil é altamente consumidos no país terão que 
expandir em relação aos preços dos bens comercializáveis produzidos nos Estados 
Unidos. De forma que, mudanças irão trabalhar para a que ocorra uma redução de 
𝑞𝑅$/𝑈𝑆$, que é o preço relativo das cestas norte americanas em termos das cestas 
brasileiras. 
No nosso exemplo I. podemos concluir que um aumento da demanda relativa 
mundial por produção brasileira gera uma valorização real do Real em relação ao dólar 
(decréscimo em 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$ ). Por outro lado, uma queda na demanda relativa mundial por 
bens e serviços brasileira causa uma depreciação real de longo prazo da moeda 
brasileira em relação ao dólar (expansão em 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$). 
 
II. Uma transformação na oferta de produção relativa por produtos brasileiros: 
Vamos supor que a eficiência de mão de obra e capital no Brasil venha a aumentar. 
Como os brasileiros gastam parte da sua renda expandida em mercadorias 
internacionais, as ofertas de todos os tipos de bens e serviços brasileiros aumentam 
em relação à demanda, o resultado será um excesso da oferta relativa da produção 
de bens e serviços brasileiros a uma taxa de câmbio real anterior. Quando houver 
uma queda no preço relativo de mercadorias brasileiro (comercializáveis e não 
comercializáveis) mudará a demanda em direção aos mesmos e eliminará o excesso 
da oferta. Essa alternância de preços é uma depreciação real da moeda brasileira em 
relação ao dólar (um aumento em 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$). 
Em contrapartida, uma expansão relativa da produção brasileira pode causar 
uma depreciação real de longo prazo da moeda brasileira em relação ao dólar (um 
aumento em 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$), sendo que uma expansão relativa da produção norte-americana 
pode vir a causar uma valorização real de longo prazo do Real perante o dólar 
(decréscimo em 𝑞𝑅$/𝑈𝑆$). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) aluno(a), na Unidade 1 da apostila da disciplina de Gestão de 
Operações de Câmbio, estudamos o arcabouço da taxa de câmbio e da moeda. 
Pudemos compreender as três funções da moeda para assim compreender o conceito 
existente da taxa de câmbio. 
Sendo que, a taxa de câmbio é fundamental para o meio de trocas entre países, 
devido a mudança de unidade monetária e seu preço entre elas, sendo fundamental 
a conversibilidade da moeda. Ao mencionarmos o preço e sua diferença entre países, 
foi possível de compreensão o que é paridade de poder de compra. 
Vimos sobre a definição de câmbio (real e nominal) e suas diferenças de 
compreensão e cálculos. Por fim, pudemos finalizar a nossa unidade compreendendo 
a oferta e demanda de preços domésticos e estrangeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Economia internacional e desenvolvimento econômico: a RBPI na vanguarda 
do pensamento brasileiro 
 
Autor: Paulo Roberto de Almeida 
 
A despeito do foco primordial inscrito em seu título, que poderia supostamente 
restringi-la aos temas vinculados à politologia acadêmica e à diplomacia profissional, 
a Revista Brasileira de Política Internacional tratou intensamente, durante toda a sua 
existência, de questões econômicas, com forte ênfase, como seria óbvio, nos 
problemas de economia internacional em geral, tendo ainda grande atenção — como 
também seria natural, em razão de um certo “determinismo” geográfico — aos 
diversos aspectos vinculados aos processos de desenvolvimento econômico e 
tecnológico do Brasil,em especial em sua interação com discussões e negociações 
internacionais em curso nos foros econômicos multilaterais e regionais. 
 
Leia mais em: 
https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt 
 
Fonte: DE ALMEIDA, Paulo Roberto. Economia internacional e desenvolvimento econômico: a RBPI 
na vanguarda do pensamento brasileiro. SCIELO BRASIL, 2008. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt. Acesso em: 10 set. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt
 
 
LIVRO 
 
 
Título: Economia 
Autor: Judas Tadeu Grassi Mendes. 
Editora: Pearson. 
Sinopse: Baseados na premissa de que o ensino atual exige um processo flexível de 
construção do saber, os livros que compõem a Bibliografia Universitária Pearson são 
concisos sem serem rasos e simples sem serem simplistas. Para tanto, eles 
apresentam os principais conceitos dos temas propostos em uma estrutura didática 
única, com linguagem dialógica, diagramação diferenciada e hipertextos, entre outros 
elementos. Em Economia, isso não é diferente. Nele, tópicos como estrutura 
organizacional, sistemas gerenciais e layout - que, dependendo da abordagem, 
podem parecer complicados - são apresentados de um ponto de vista inusitado que, 
ao mostrar como as coisas funcionam na prática, possibilita ao leitor um processo 
intensivo (e real) de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
Título: Missão: Moedas 
Ano: 2017 
Sinopse: Coin Heist é um filme original do Netflix, escrito e dirigido por Emily Hagins, 
e baseado em um romance de jovens adultos escrito por Elisa Ludwig. Foi lançado 
mundialmente em 6 de janeiro de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BORGES, Joni Tadeu. Câmbio: mercado e prática. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
 
KRUGMAN, Paul R. Economia internacional. Pearson Universidades; 10ª edição, 
2015. 
UNIDADE II 
TIPOS DE CÂMBIO E AGENTES NO MERCADO 
Professora Ma. Carolina Freitas 
 
 
Plano de Estudo 
 
● O modelo cambial de Bretton Woods; 
● Câmbio fixo; 
● Câmbio flutuante; 
● As minidesvalorizações; 
● Bancos; 
● Especuladores; 
● Arbitradores. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
 
● Entender o modelo cambial de Bretton Woods; 
● Analisar os modelos de câmbio fixo e flutuante; 
● Estudar o que são os especuladores e arbitradores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, Estudante! 
Bem-vindo(a) a nossa segunda unidade da apostila da disciplina de Gestão de 
Operações de Câmbio. Vamos destacar nesta unidade os tipos existentes de câmbio 
e como se deram, além também dos agentes de mercado (arbitragem e especulação). 
 É fundamental a compreensão da importância da moeda norte-americana em 
circulação na economia mundial, devido a isso nosso primeiro tópico de estudo será 
o modelo cambial proposto em Bretton Woods. Logo depois, vamos estudar a 
importância do câmbio fixo e flutuante para as economias e como se dão. Além disso, 
vamos estudar as minidesvalorizações que ocorrem na economia Brasileira e seu 
impacto direto nas exportações. 
 Para estudarmos os agentes no mercado, vamos compreender qual a 
relevância dos bancos em uma economia e como o mesmo é estruturado. Isto posto, 
nos últimos tópicos estudaremos os agentes de mercado, conhecidos como 
especuladores e arbitradores. 
Espero que aproveite muito a leitura desta unidade! 
Bons estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 O MODELO CAMBIAL DE BRETTON WOODS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/gold-bars-on-dollar-bills-symbolic-178459013 
 
 Na cidade de Bretton Woods (Estados Unidos) em 1944, representantes de 44 
países se reuniram para assinar o estatuto do Fundo Monetário Internacional (FMI). 
Esses países dado as ocorrências históricas dos períodos tinham como planejamento 
um sistema monetário internacional para fomentar o pleno emprego e estabilidade de 
preços, fazendo com que não houvesse restrições ao comércio internacional. 
 O sistema fundado pelo acordo de Bretton Woods tinha como intenção requerer 
taxas de câmbio fixa contra o dólar americano e um preço do dólar igual em ouro. 
Nesta intenção, os países membros do acordo continuaram a manter suas reservas 
internacionais oficiais em forma de ouro ou em ativos em dólar, além do direito de 
vender dólares para a Reserva Federal por ouro a preço oficial. (KRUGMAN, 2015). 
Podemos afirmar que o sistema instituído era uma troca de câmbio do padrão-
ouro, dispondo o dólar como a principal moeda de reserva. É constatado que os norte-
americanos raramente interviriam no mercado de câmbio internacional, usualmente, 
os bancos centrais estrangeiros intercediam quando necessário para fixar taxas de 
câmbio do sistema, sendo que os Estados Unidos possuíam a responsabilidade (em 
teoria) pela fixação do preço do dólar em ouro. 
 Agora vamos procurar compreender um pouco quais eram os objetivos e 
arcabouço do FMI. Os mesmos tinham como intenção não repetir os erros cometidos 
entreguerras, além de que uma das bases do acordo era a rigidez na gestão monetária 
de taxas de câmbio fixas ao dólar (que ligadas ao ouro), essa rigidez do acordo fazia 
com o banco central fosse impossibilitado de alcançar uma expansão monetária 
excessiva levando a perdas de reservas internacionais conseqüentemente incapazes 
de manter taxas de câmbio da sua moeda fixa ao dólar. Visto que o crescimento 
exacerbado monetário dos Estados Unidos levaria a uma acumulação de dólares 
pelos bancos centrais estrangeiros, sendo a Reserva Federal em si restrita em suas 
políticas monetárias obrigadas a resgatar aqueles dólares por ouro. 
 Segundo Krugman (2015), o preço oficial do ouro no acordo Bretton Woods era 
de US$35 a onça, que servia como um freio adicional para a política monetária dos 
Estados Unidos, contanto que este preço fosse empurrado para cima se houvesse 
uma multiplicação de dólares criados. As taxas de câmbio fixo se exibiam como um 
dispositivo para instituir disciplina monetária no sistema, pois as experiências 
anteriores dos períodos de guerras tinham levado à conclusão aos integrantes do FMI 
que taxas de câmbio flutuantes eram motivo de instabilidade especulativa e prejudicial 
ao comércio internacional. 
 Essa experiência anterior também fazia com que acreditassem que governos 
nacionais não arriscariam a manter-se no livre comércio e taxas de câmbio fixo em 
virtude do desemprego doméstico de longa duração. Entre essas experiências 
anteriores está a Grande Depressão que os governos se viram responsáveis por 
manter o pleno emprego. Podemos assimilar de forma positiva o acordo com o FMI 
como uma tentativa de agregar a flexibilidade o suficiente para permitir que países 
conseguissem alcançar saldo externo de forma organizada, sem prejuízos internos e 
taxas de câmbio previsíveis. 
Krugman (2015) afirma que duas características do estatuto do FMI ajudaram a 
alavancar a flexibilidade no ajuste externo. 
 
Primeiro, os membros do FMI contribuíram com suas moedas e ouro para dar 
forma a um pool de recursos financeiros que o FMI poderia emprestar aos 
países em necessidade. Segundo, embora as taxas de câmbio contra o dólar 
fossem fixas, essas paridades poderiam ser ajustadas com a autorização do 
FMI. (KRUGMAN, 2015, p. 436). 
 
Não é possível encontrar o que é o desequilíbrio fundamental exposto pelo FMI, 
porém o termo foi designado para países que experienciaram mudanças permanentes 
na demanda por seus bens e serviços de maneira que sem a desvalorização 
possuiriam um enfrentamento do desemprego e déficits externos. Entretanto, a taxa 
de câmbio flexível e ajustável não seria um recurso disponível para o dólar americano 
no sistema de Bretton Woods. O acordo Bretton Woods durou até meados da década 
de 1970. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CÂMBIO FIXO 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/money-696138958 
Comoestudamos anteriormente, a economia global no período de 1944 ao 
início da década de 1970 operou através do sistema de taxas de câmbio de dólar fixas 
por meio do acordo de Bretton Woods. Em que os Bancos centrais dos países do 
acordo negociavam a rotina das moedas estrangeiras para conservar suas taxas de 
câmbio em níveis acordados mundialmente. 
 Conforme Krugman (2015), vamos estudar neste tópico quatro razões pela qual 
a taxa de câmbio fixa é tema relevante para a macroeconomia. 
I. Flutuação administrada: os bancos centrais muitas vezes podem vir a 
intervir no mercado monetário para influenciar a taxa de câmbio. Apesar de 
que as taxas de câmbio do dólar das moedas em países industrializados 
não sejam na contemporaneidade fixadas por seus governantes, a mesma 
não flutua à vontade da sua demanda e oferta. Também podemos nos 
referir a este sistema como flutuação suja, a sua diferença da flutuação 
limpa é de que os governos em uma flutuação limpa não procuram intervir 
ou influenciar diretamente os valores da moeda estrangeira. Krugman 
(2015, p. 389) afirma que “Como o atual sistema monetário é um híbrido 
entre os sistemas de taxa fixa e flutuante “pura”, um entendimento das taxas 
de câmbio fixas nos dá um insight sobre os efeitos da intervenção cambial 
quando ocorre em taxas flutuantes” 
II. Regime de moeda regional: Na atualidade podemos observar países que 
pertencem a uma união cambial (como por exemplo, o Euro na União 
Européia), os membros dessas uniões concordam na correção de suas 
taxas de câmbio mútuas ao autorizar que suas moedas flutuem no valor em 
comparação às moedas de outros países não membros. Em exemplo 
podemos citar a Dinamarca, que possui sua moeda (Coroa dinamarquesa) 
ligada ao euro, no âmbito do Mecanismo de Taxa de Câmbio da União 
Européia. 
III. Países em desenvolvimento: Os países industriais que permitem a 
flutuação de suas moedas em relação ao dólar são responsáveis apenas 
por 1/6 dos países no mundo. Isto posto, tem-se a importância de analisar 
os países em desenvolvimento e sua relação cambial, esses países tentam 
ligar e administrar os valores de suas moedas em termos de dólar ou às 
vezes atrelar em termos de uma moeda estrangeira (que não o dólar) ou 
até mesmo em uma “cesta” de moedas escolhidas pelas autoridades 
governamentais. Um grande exemplo é o Marrocos que liga a sua moeda 
(Dirrã marroquino) a uma cesta ou Senegal que atrela sua moeda (Franco 
CFA ocidental) ao Euro. 
IV. Lições do passado para o futuro: No período da Primeira Guerra Mundial, 
entre 1920 e 1931 e também entre 1945 e 1973 as taxas de câmbio eram 
exibidas de forma fixa. No período atual, economistas observam de forma 
negativa a taxa de câmbio flutuante e levam a propostas para novos 
acordos a fim de ressurgir um sistema de taxas de câmbio fixas. 
 
 
 
3 CÂMBIO FLUTUANTE 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/money-payment-line-icons-dollar-cash-
1195697791 
 
 Diferente do câmbio fixo, que é marcado por uma determinação governamental 
no seu valor, o câmbio flutuante possui um arcabouço marcado pela lei da oferta e 
demanda de mercado. Ou seja, países ao tomarem por opção a taxa de câmbio 
flutuante têm como base as condições da lei da demanda e oferta no seu mercado. 
(BORGES, 2018). 
 Isto acontece quando as autoridades monetárias não buscam estabilizar as 
taxas de câmbio ou amenizar sua variação, sendo levadas pela oferta e demanda de 
moedas. Porém, muitos países que optam pela não intervenção de mercado tomam a 
decisão da intervenção na precificação e controle da moeda estrangeira (seja em alta 
ou menor intensidade). Alguns estudiosos como mencionado por Borges (2018) 
acreditam que na prática não há câmbio flutuante totalmente livre de intervenções, 
pois os governos atuam como agentes econômicos nos mercados de divisas para 
alcançar seus objetivos na economia. 
Conforme Krugman (2015), às reivindicações principais do câmbio flutuante 
são: 
I. Autonomia da política monetária: Caso os bancos centrais não 
existissem a obrigação de interferir no mercado cambial para fixar as taxas 
de câmbio, os governos poderiam utilizar a política monetária para 
aproximar o equilíbrio interno e externo. Ademais, países não seriam 
forçados a importar a inflação de outros países. 
II. Simetria: As assimetrias existentes no acordo Bretton Woods 
desapareceriam ao optar pelo sistema de taxas flutuantes, além de que os 
Estados Unidos não teria sido capaz de definir as condições monetárias do 
mundo por si mesmo. Mas, os Estados Unidos disporiam da mesma 
oportunidade que outros países de influenciar a sua taxa de câmbio em 
relação a outras moedas estrangeiras. 
III. A taxa de câmbio vista como estabilizador automático: Embora não 
tenha uma política monetária ativa, uma acelerada adaptação das taxas de 
câmbio proposta pelo mercado ajudaria países a manter seu equilíbrio 
interno e externo devido às mudanças na demanda agregada. Krugman 
(2015, p. 445) afirma que “os períodos longos e agonizantes de 
especulação anteriores aos realinhamentos das taxas de câmbio sob as 
regras de Bretton Woods não ocorreriam com a flutuação”. 
IV. Taxas de câmbio e equilíbrio externo: Quando determinada pelo 
mercado, as taxas de câmbio mudam automaticamente para evitar 
possíveis altos déficits em contas correntes e excedentes. 
 
 
 
 
 
 
4 AS MINIDESVALORIZAÇÕES 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/male-manager-hand-holding-tablet-ar-756159226 
 
Podemos afirmar que a relação da exportação no Brasil, entre custos de 
produção no mercado interno e os preços no mercado mundial foram marcados pela 
estabilização devido ao sistema brasileiro de minidesvalorizações. A relação 
comercial brasileira com os demais países é identificada como uma estrutura de 
competição perfeita e uma demanda altamente elástica. Entre os anos de 1968 a 
1990, a economia brasileira experimentou a política de minidesvalorizações no 
câmbio, com orientação relativa a Paridade de Poder de Compra (PPC) da moeda. 
(ALMEIDA e BACHA, 1999). 
 Suplicy (1974) identifica que no ano de 1968, o cruzeiro (moeda brasileira da 
época) era desvalorizado a cada 12 a 15 meses, tinha como resultado as exportações 
não tradicionais que tinham como resposta preços (em dólares) em média estáveis 
com o preço internacional, sendo assim, o retorno em valor de cruzeiros se mantinham 
constantes por um grande período, além disso, os custos dos insumos e salários 
tinham crescimento abundante. Necessário, políticas cambiais surgiram para corrigir 
a situação de flutuações largas aos lucros de exportações. 
 Agora você pode estar se questionando o que são as exportações brasileiras 
tradicionais, essas, são identificadas como o café, cacau, algodão e açúcar que se 
designam livremente no mercado mundial. Sabe-se que a suspensão do risco cambial 
(um dos motivos das flutuações nos preços em cruzeiro) era de fundamental 
relevância nas exportações dos produtos citados acima. Suplicy (1974) afirma que as 
minidesvalorizações beneficiaram aos níveis de estabilidade os incentivos aos 
exportadores. Esse sistema juntamente com um combo de incentivos fiscais, 
financeiros e governamentais foi responsável pelo forte crescimento das exportações 
brasileiras no período de 1968 até 1972. 
 É notório que as minidesvalorizações em sua época enfática possuíam uma 
redução do risco empresarial, devido a permissão de previsões certeiras de 
lucratividade no campo das exportações. Além de que, a exportação em relação à 
política cambial brasileira era um sinal do arranjo governamental na promoção das 
exportações, em que a incerteza em relação às intenções do governo viriam a se 
reduzir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 BANCOS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bank-building-574713295 
Neste tópico vamos aprender o que são os Bancos, instituição fundamentalpara o arcabouço monetário. Essa instituição financeira é especialista na 
intermediação do dinheiro entre os agentes econômicos (poupadores e pessoas que 
necessitam de empréstimos). Além disso, os bancos têm como função guardar o 
dinheiro de seus clientes, como também os serviços financeiros aos seus clientes 
como: saques, empréstimos e investimentos. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2021). 
 Os bancos possuem a supervisão advinda do Banco Central (Bacen) que busca 
e se esforça para que as regras, leis e regulações do Sistema Financeiro Nacional 
(SFN) sejam seguidas. Essa busca pela estabilidade da SFN e da economia do país 
faz com que o sistema bancário passe por regras determinadas pelo regulador. 
 
 
 
Figura 1 – Infográfico dos bancos no Sistema Financeiro Nacional 
 
Fonte: Banco Central do Brasil (2021). 
 
A estabilidade financeira advinda do Sistema Financeiro provida pelos bancos 
é um dos grandes motivos que garantem o crescimento econômico e bem estar social. 
Sendo necessário manter esse organizado e fiscalizado para que todos os agentes 
econômicos sintam-se protegidos e tenham acesso ao crédito. 
6 ESPECULADORES 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hand-putting-coin-piggy-bank-1162266442 
 
Podemos conceituar a especulação como a atividade em que se antecipa o 
comportamento do mercado, ou seja, os especuladores são agentes que buscam se 
antecipar as previsões de mercados projetando lucro em um determinado período de 
tempo, tendo em motivação as expectativas de ganhos de capitais. 
 A definição de especulação ainda pode ser compreendida como a compra e 
venda de mercadorias visando a revenda ou recompra em uma data consecutiva, em 
que a motivação acontece com um adiantamento da mudança de preços devida a 
vantagem em resposta da transformação de mercado. 
 As expectativas tomadas pela especulação acontecem devido às mudanças 
nos níveis de preços, em que se faz soberania até hoje nas correntes e pensamentos 
para análises econômicas. Farhi (1999) comenta que a especulação juntamente com 
a volatilidade dos níveis de preços de ativos, taxas de juros e taxa de câmbio na 
segunda metade do século XX levaram a uma generalização do “espírito especulativo” 
devido à metamorfose na junção das expectativas sobre o mercado financeiro em uma 
necessidade indiscutível dos agentes econômicos para a condução de suas 
atividades. Partes das expectativas são formadas por famílias, cujo aplicam suas 
riquezas em fundos. Por fim, as formações das expectativas por parte dos agentes 
econômicos são conduzidas através do mercado financeiro ou de derivativos. 
7 ARBITRADORES 
Farhi (1999) afirma que a arbitragem são operações compostas por duas 
pontas opostas em um mesmo ativo, porém em tempos diferentes. Os mesmos podem 
envolver derivativos diferentes, isto ainda em ativos distintos, mas com uma categoria 
de correlação nos movimentos de preços. A arbitragem tem como intenção lucrar 
através das distorções nas relações dos preços, porém, quando uma das pontas é 
liquidada e outra permanece em aberto, a operação é chamada de especulativa. 
 A importância da arbitragem é dada através dos mercados de ativos financeiros 
e seus derivativos. Podemos comparar o tipo de operação de arbitragem a 
commodities, sendo mais acessível a realização de operações com ativos financeiros 
devido à acessibilidade ao mercado à vista e amplitude, além de que os preços 
praticados são confiáveis e o custo de estoque é limitado à taxa de juros cometida no 
mercado monetário no determinado período e as taxas de custódia cobradas pelas 
instituições financeiras credenciadas. 
 Uma porcentagem representativa das operações e recursos informáticos das 
instituições financeiras (das conservadoras às liberais) é afamada pelas operações de 
arbitragem. A arbitragem na macroeconomia não deve ser subestimada, devido às 
suas operações se tornarem um dos fundamentais dirigentes para a unificação 
internacional dos preços de ativos financeiros de natureza igual, em um ajuste 
temporal e transmissão de um mercado para outros. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Caro(a) aluno(a), na nossa Unidade 2 da apostila pudemos compreender o 
fortalecimento do dólar americano diante do cenário mundial, e como isto pode 
impulsionar o câmbio fixo. Além disso, diferente do câmbio fixo, estudamos o câmbio 
flutuante e suas características. Além disso, a importância no histórico brasileiro das 
minidesvalorizações em relação à exportação. 
 Vimos também a representação dos bancos e sua importância para o mercado 
financeiro, como também o que é a especulação e arbitragem financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
A Crise Econômica Mundial e seus Impactos na Economia Brasileira 
 
Autores: Wallace da Silva de Almeida e Denílson da Silva Araújo 
 
Resumo 
Este artigo busca analisar a partir de uma abordagem dialética os efeitos iniciais 
gerados a partir da crise financeira que eclodiu nos Estados Unidos da América no 
ano de 2008 e que afetaram, direta ou indiretamente, grande parte dos países do 
mundo provocando, desde então, modificações importantes no plano político-
econômico internacional. Buscar-se-á realizar uma brevemente análise a cerca das 
ações tomadas pelo governo brasileiro a fim de minimizar os efeitos potencialmente 
negativos que a crise financeira poderia - não fosse uma efetiva atuação do Estado - 
ter gerado aos setores produtivos nacionais, deprimindo o nível de produção, emprego 
e renda do país. Diante de tal ambiente de incertezas criado a partir da conjuntura 
econômica mundial no período abriu-se espaço para que outros atores assumam 
papéis mais relevantes do plano político e econômico internacional. O BRICS é o mais 
notável exemplo disso. Os países membros do agrupamento passaram a assumir um 
espaço importante no processo de tomada de decisão em âmbito internacional. 
Apesar disto o grupo permanece mantendo relações assimétricas entre seus 
componentes, tanto no âmbito comercial como no âmbito dos investimentos, com 
grande predomínio chinês sobre os demais. 
 
Fonte: ALMEIDA, W. DA S. DE; ARAÚJO, D. DA S. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL E SEUS 
IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA. Revista de Economia Regional, Urbana e do Trabalho, v. 2, 
n. 2, 1 abr. 2016. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
Título: Economia – Michael Parkin 
Autor: Michael Parkin. 
Editora: Pearson Universidades. 
Sinopse: Este livro apresenta as ideias centrais da economia por meio de um texto 
claro e agradável, explicações detalhadas, exemplos do mundo real e adaptações à 
realidade brasileira. Seu objetivo é desenvolver o pensamento crítico e o 
entendimento teórico d o estudante e ajudá-lo a aprofundar sua visão sobre como a 
economia funciona e como pode funcionar melhor. Escrita pelo emérito professor 
Michael Parkin, a obra proporciona uma cobertura profunda e completa das ciências 
econômicas, como apoio de diversos recursos didáticos. Cada capítulo é aberto por 
objetivos de aprendizado, uma situação do mundo real e uma breve apresentação. 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
Título: Vivendo com um dólar 
Ano: 2013. 
Quatro amigos americanos viajam para a Guatemala com o objetivo de viver com um 
dólar por dia durante dois meses. Eles enfrentam fome, parasitas e um forte estresse 
financeiro enquanto tentam sobreviver no limite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2021. O que é banco (instituição financeira). 
Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/bancoscaixaseconomicas. Acesso em: 
07 Jun. 2021. 
 
BORGES, Joni Tadeu. Câmbio: mercado e prática. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
 
DE ALMEIDA, C; BACHA, C. Evolução da política cambial e da taxa de câmbio no 
Brasil, 1961-71. Pesquisa & Debate. Revista do Programa de Estudos Pós-
Graduados em Economia Política, 10(2(16)). 2012. 
 
FARHI, M. Derivativos financeiros: hedge, especulaçãoe arbitragem. Economia e 
Sociedade, Campinas, SP, v. 8, n. 2, p. 93–114, 2016. Disponível em: 
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643137. Acesso 
em: 8 jun. 2021. 
 
KRUGMAN, Paul R. Economia internacional. Pearson Universidades; 10ª edição, 
2015. 
 
SUPLICY, Eduardo Matarazzo. Os efeitos das minidesvalorizações da taxa de 
câmbio sobre as exportações brasileiras. Revista de Administração de Empresas 
[online]. 1974, v. 14, n. 6 [Acessado 4 Junho 2021] , pp. 33-72. Disponível em: 
https://doi.org/10.1590/S0034-75901974000600003. Epub 12 Ago 2013. ISSN 2178-
938X. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-75901974000600003. Acesso 
em: 8 jun. 2021. 
 
UNIDADE II 
OPERAÇÕES DE CÂMBIO 
Professora Ma. Carolina Freitas 
 
 
Plano de Estudo 
● Operações “prontas”; 
● Operações “futuras”; 
● Arbitragem de câmbio; 
● Arbitragens de Juros; 
● Operações de Swap; 
● Operações Simbólicas. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
● Compreender o que são as operações prontas e futuras; 
● Analisar a compreensão da arbitragem de câmbio e de juros; 
● Estudar as operações de Swap e Simbólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, Estudante! 
Seja bem-vindo(a) a nossa unidade III da apostila da disciplina de Gestão de 
Operações de Câmbio. Nesta nossa unidade vamos destacar conteúdos relevantes 
para as operações de câmbio, entre esses estão as operações prontas e futuras, como 
também a arbitragem de câmbio e arbitragem de juros. Por fim, também vamos nos 
aplicar aos estudos de operações de Swap e operações simbólicas. 
 É fundamental que possamos compreender quais são as operações de câmbio 
existentes para então a tomada de decisão, seja ele através de uma operação pronta 
ou futura de câmbio. Além disso, vamos compreender o contexto histórico da 
arbitragem de juros nos anos 2000 entre o Japão e a Austrália. 
Espero que aproveite sua leitura da Unidade três! 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 OPERAÇÕES “PRONTAS” 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/human-hand-stacking-coins-over-black-
1846995598 
Neste tópico vamos compreender o que são as operações cambiais conhecidas 
como “prontas” e quais as duas vantagens. Podemos concordar que as transações 
cambiais estrangeiras acontecem quando as duas partes concordam realizar o 
depósito bancário. De forma, podemos conceituar que as operações prontas são 
transações cambiais de caráter internacional que acontecem à vista, ou seja, o acordo 
é executado de forma imediata. 
 Krugman (2015) afirma que o câmbio pronto é uma operação de compra ou de 
venda da moeda internacional à vista e tem como fundamento a possibilidade do fluxo 
de caixa para pagamentos de obrigações ou recebimentos advindos do exterior. Em 
que se pode certificar que é uma operação em modalidade sem o risco de crédito, 
devido ao fato que ocorre por meio da contratação de câmbio para liquidação de no 
máximo dois dias úteis, em sua regulamentação é possui como órgão responsável o 
Banco Central. 
Agora, você pode estar se perguntando quais seriam as vantagens das 
operações de câmbio “pronto”. As vantagens da opção desta operação é a 
contratação de câmbio pronto que possibilita que as taxas de conversão sejam mais 
competitivas em prática. Uma das maiores vantagens é em que a empresa pode vir 
a contratar a operação no momento que melhor lhe couber, em uma liquidação de até 
dois dias. 
2 OPERAÇÕES “FUTURAS” 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hand-asian-boy-pile-coins-stacking-483040636 
 
Agora que pudemos compreender o que são as operações prontas, podemos 
compreender o outro lado, ou seja, as operações de transações cambiais futuras. De 
primeira, vamos nos questionar o que é o câmbio futuro. 
 O câmbio futuro é uma modalidade de transação de moedas imaginada e 
atenta para muitas empresas que realizam a importação, exportação e prestadoras 
de serviços em geral. Essas operações têm como objetivo proteger as operações de 
câmbio, congelando a taxa no momento exato da contratação. (KRUGMAN, 2015). 
 Pode-se dizer que as operações de câmbio futuras garantem o valor integral 
das operações e possíveis oscilações de mercado em uma liquidação superior há dois 
dias úteis. 
 Vamos a um exemplo? Imaginem uma transação entre países futuros de 30 
dias, as duas partes se comprometem no dia 05 de Julho uma troca à vista de 
US$50.000,00 por R$ 255.000,00 em 05 de Agosto. A taxa de câmbio futura de 30 
dias será de R$5,10 por dólar, essa, que geralmente é distinta da taxa spot e das 
taxas futuras aplicadas em outras datas. 
 Ao concordar em vender dólares por reais em uma data futura através de uma 
taxa futura acordada no dia de hoje, você realizou uma venda de “dólares futuros” e 
comprou “reais futuros”. Krugman (2015) afirma que a data futura na qual as unidades 
monetárias quando trocadas são chamadas de data-valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 ARBITRAGEM DE CÂMBIO 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/forex-chart-over-panoramic-new-york-
1912094440 
 
Conforme estudamos na nossa Unidade 2, as operações de arbitragem 
ocorrem através de duas pontas opostas, sendo do mesmo ativo ou em um período 
de tempo diferente e em lugares diferentes, através de derivativos diferentes. 
Podemos classificar a arbitragem como um ganho ex-ante, ou seja, sob uma 
expectativa de eventos futuros. 
 Compreendemos que as operações de arbitragem no câmbio são motivadas 
pela exploração das mudanças de preços entre dois mercados, e tem como base em 
duas operações sincrônicas, de sentido reverso, um em cada mercado. Em outras 
palavras, a arbitragem é a realização de uma operação de venda ou compra de uma 
moeda no mercado à vista e a sua venda – ou compra – no mercado futuro em valores 
iguais. 
 Em teoria, a arbitragem é um estudo do ajuste da paridade coberta da taxa de 
juros, em que é proposta uma relação de variáveis conhecidas como a taxa de câmbio 
presente, a taxa de câmbio do mercado futuro e taxas de juros internacionais e 
domésticas. Em que, a taxa de câmbio futura representa a taxa de câmbio presente 
com acréscimo de uma taxa correspondente à diferença entre as taxas de juros da 
moeda nacional e internacional. 
 A arbitragem pode resultar na tomada de empréstimos no exterior, levando a 
uma troca de divisas por moeda doméstica no mercado à vista e aplicação dos 
recursos domésticos. Quando isso acontecer, tudo ficará mais constante, ocorrerá 
uma apreciação da moeda doméstica. De forma parecida, quando os agentes 
econômicos compram dívidas estrangeiras no mercado futuro, com contratação de 
câmbio para realizar o pagamento no exterior, irá gerar, tudo mais constante, uma 
depreciação da moeda no mercado em períodos seguintes. 
 Para compensar o da paridade coberta da taxa de juros – arbitragem, essa 
tenderá a equilibrar-se no longo prazo com preços da taxa de câmbio à vista e futura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 ARBITRAGEM DE JUROS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-blocks-percentage-sign-down-arrow-
1905995344 
Para compreendermos o que é a arbitragem de juros, vamos conhecer a 
história do Japão e Austrália nos anos de 2000. Segundo Krugman (2015), na década 
de 2000 a moeda japonesa (Iene) tinha sua taxa de juros próxima de zero, em 
comparação, as taxas de juros australianas eram positivas, próximas de 7% a.a. em 
2008. De primeira, você pode pensar que é interessante pegar emprestado a moeda 
japonesa e investi-los em dólar australiano, Porém, os agentes econômicos no 
mercado realizaram essa estratégia, isso moveu um investimento bilionário emdólares australianos, fazendo com que o valor da moeda movesse para cima, 
movimento contrário ao esperado (para baixo), em comparação ao Iene. Em suma, os 
investidores internacionais, usualmente, tomam empréstimos em moedas com baixas 
taxas de juros (financiamento) e compram moedas de altos juros (investimento) em 
que visam resultados lucrativos de longo prazo. Nós chamamos essa estratégia de 
arbitragem de juros, ou também carry trade. 
Agora, você pode estar se perguntando se a arbitragem de juros é a prova de 
que a paridade de juros está errada. Segundo Krugman (2015), a paridade de juros 
usualmente não é mantida em prática (devido aos fatores de risco e liquidez), muitos 
estudiosos procuram entender se a arbitragem de juros necessita de uma explicação 
adicional. 
 Um risco a ser considerado do carry trade é de que caso as moedas de 
investimento passem por fortes quedas. Em resultado a experiência vivida na década 
de 2000, o investimento na moeda japonesa rendeu pouco, dado que os dólares 
australianos foram compensadores, não apenas por conta da alta taxa de juros mas 
também por conta da tendência do Iene a cair em relação ao dólar australiano no ano 
de 2008. Mostrando assim que a arbitragem de juros é de alto risco. 
 De início compreende-se que a arbitragem de juros pode vir a aumentar as 
moedas de investimento conforme a pilhagem de moedas e a construção de uma 
depreciação da moeda de investimento. Quando essa acontece, ocorre uma queda 
maior ainda, de maneira que os investidores muitas vezes se atropelam no pagamento 
de seus empréstimos. Em resultado, o carry trade provoca uma forte volatilidade da 
taxa de câmbio, gerando grandes perdas na negociação em mercados de ações, 
mercados de títulos e empréstimos interbancários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 OPERAÇÕES DE SWAP 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-blocks-arrow-financial-growth-interest-
1818461834 
 
Neste tópico vamos compreender o que é uma operação de Swap, ou seja, um 
Swap cambial estrangeiro. Krugman (2015) afirma que o swap cambial estrangeiro é 
a venda de uma moeda em combinação com uma recompra futura da mesma moeda. 
 Vamos compreender através de um exemplo? Considere que a companhia de 
automobilísticos da Fiat tenha recebido o valor de US$3 milhões das vendas 
realizadas no Brasil e terá que pagar esses dólares para um fornecedor do Estado do 
Paraná a cada 5 (cinco) meses. O departamento especializado de gestão de ativos 
da Fiat, em determinado período de tempo, deseja investir 3 milhões de dólares em 
títulos de euro. Quando essas tomadas de decisão acontecem, um swap cambial de 
cinco meses de dólares por euros pode vir a suceder em menores taxas de corretagem 
do que ao compararmos as duas transações separadas, da venda de dólares por 
euros e a venda de euros por dólares no mercado futuro. 
 Podemos compreender dessa forma que com a globalização, as operações de 
Swap possuem uma porcentagem importante e significativa das transações cambiais 
estrangeiras. 
6 OPERAÇÕES SIMBÓLICAS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/isometric-successful-business-collaboration-
businessmen-shaking-1395064307 
 
Neste tópico vamos compreender um pouco o que são as operações de câmbio 
simbólico e quais seus benefícios previstos pelo Banco Central. 
 Primeiramente, vamos compreender que o conceito empregado às operações 
de câmbio simbólicas é uma operação que acontece por diferentes empresas, em 
especial por empresas cujo possuem operações financeiras em diversos países ou 
realizam negócios internacionais. Essas operações fazem com que as negociações e 
transações ocorram de forma oportunizada e alcançando uma melhor organização 
das demandas administrativas e fiscais de negócio. 
Agora que compreendemos o que é uma operação simbólica de câmbio, 
podemos entender quais os benefícios que essa operação leva a economia. Segundo 
Banco Central do Brasil (2017), as operações simbólicas transformam o Sistema 
Financeiro Nacional (SFN) em um sistema mais eficiente, esse pode ser dado devido 
alguns fatores, entre eles está: 
● A intenção de expandir a eficiência das transações no mercado de câmbio, que 
tem como proposta o aperfeiçoamento das disposições sobre as operações 
simultâneas de câmbio. 
● Algumas operações são solicitadas pela regulamentação para que seja 
possível viabilizar as apurações estatísticas de interesse do Banco Central e 
também amparar os processos de monitoramento do mercado cambial e de 
capitais externos. 
● Algumas operações são contratadas para liquidação pronta, em outras 
palavras, essas operações ocorrem em até dois dias úteis, em que tem como 
arcabouço uma operação de câmbio de venda de moeda estrangeira e outra 
operação de compra (essa operação possui o mesmo valor, moeda, data de 
contratação e data de liquidação), quando ambas as operações possuem forma 
de entrega da moeda estrangeira classificada como “simbólica”. É importante 
lembrar que as operações simbólicas são consideradas como operações 
efetivas e devem ocorrer conforme os procedimentos operacionais previstos na 
regulamentação. 
● As operações devem ocorrer no caso de conversão de haveres de não 
resistentes no País em modalidade de capital estrangeiro registrado pelo Banco 
Central, além das transferências entre modalidades de capital estrangeiro 
registrado e a renovação, repactuação e assunção de obrigação de operação 
de empréstimo externo submetido a registro (o contrato pode ocorrer de forma 
direta ou em emissão de títulos no mercado internacional). 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Caro aluno(a), finalizamos mais uma unidade da disciplina de gestão de 
Operações de Câmbio. Nesta Unidade pudemos compreender e analisar o que são 
as operações prontas e futuras e quão importantes as duas são para a economia 
global. 
 Além disso, como pudemos estudar na nossa unidade 2 o que são arbitragens, 
nesta unidade pudemos compreender melhor o que é a arbitragem de câmbio e a de 
juros. Por fim, pudemos nos instruir sobre o que são as operações de câmbio 
simbólicas e de Swap. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
A taxa de câmbio como instrumento do desenvolvimento econômico 
Autores: Lauro Mattei e Thaís Scaramuzzi 
Resumo: 
O artigo discute a importância da taxa de câmbio no processo de desenvolvimento 
econômico. Depois de fazer uma breve discussão do tema, apresenta-se um histórico 
sobre a política cambial brasileira após 1995 no âmbito do programa de estabilização 
macroeconômica. Neste caso, discutem-se os efeitos da política cambial sobre a 
indústria do país realçando-se o fato de que existem evidências empíricas que 
apontam para a desindustrialização. este aspecto, em grande medida, é explicado 
pelo comportamento dos dados sobre a intensidade tecnológica dos produtos 
exportados e importados. recentemente, observou-se uma expansão bastante 
expressiva dos produtos não industriais na pauta do comércio externo do país, 
indicador que pode estar sinalizando a existência de um processo de 
desindustrialização em curso. 
 
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rep/a/9nNysnDDfSvX8Cg6MZWqYzN/?lang=pt 
Fonte: A taxa de câmbio como instrumento do desenvolvimento econômico. SCIELO BRASIL, 2021. 
Disponível em: https://www.tuacarreira.com/consideracoes-finais-tcc/. Acesso em: 10 set. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.scielo.br/j/rep/a/9nNysnDDfSvX8Cg6MZWqYzN/?lang=pt
LIVRO 
 
Título: Taxa de Câmbio e Política Cambial no Brasil: Teoria, Institucionalidade, Papel 
da Arbitragem e da Especulação 
Autor: Pedro Rossi. 
Editora: FGV Editora. 
Sinopse: este livro busca apresentar ao leitor uma abordagem sobre a taxa de câmbio 
que se debruça sobre seus aspectos institucionais. Trata-se de entender o 
funcionamento do mercado de câmbio brasileiro e da política cambial e qualificaro 
papel do capital financeiro. O comportamento da taxa de câmbio no Brasil e o impacto 
de políticas cambiais são analisados à luz do quadro regulatório, da operacionalidade 
do mercado de câmbio, das mediações entre os mercados à vista e futuro, da 
estratégia de investimento dos agentes, dos ciclos especulativos e da existência de 
canais de arbitragem. 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
Título: Como ser Warren Buffett 
Ano: 2017. 
Tornando-se Warren Buffett é um documentário de 2017 sobre Warren Buffett e sua 
vida. O filme foi feito para a HBO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Voto 196/2017-BCB, de 17 de setembro de 2017. 
Disponível em: 
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadVoto.asp?arquivo=/Votos/BC
B/2017196/Voto_1962017_BCB.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021. 
 
KRUGMAN, Paul R. Economia internacional. Pearson Universidades; 10ª edição, 
2015. 
 
 
UNIDADE IV 
MERCADOS DE CÂMBIO E MERCADO BRASILEIRO 
Professora Ma. Carolina Freitas 
 
 
Plano de Estudo 
● Quanto à origem e ao destino das moedas; 
● Quanto ao tipo de taxa de câmbio; 
● Quanto ao prazo de liquidação das operações; 
● Quanto à entrega de moeda estrangeira; 
● Quanto à legalidade das operações; 
● Principais características atuais. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem 
● Entender o tipo de taxa de câmbio no mercado brasileiro; 
● Analisar a legalidade das operações; 
● Compreender as principais características atuais do câmbio no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, Estudante! 
Seja bem-vindo(a) a nossa última unidade da nossa disciplina de Gestão e 
Operações de Câmbio. Nesta unidade será pontuado impactos importantes do 
mercado de câmbio e do mercado brasileiro. Primeiramente, iremos estudar quanto a 
origem e ao destino das moedas no mercado brasileiro, tópico de ensino fundamental 
para compreender o arcabouço do mercado de câmbio brasileiro. 
 Logo depois iremos compreender os tipos de taxa de câmbio que existiram no 
decorrer da economia brasileira nas últimas décadas, afinal, pudemos observar o 
conturbado histórico brasileiro na década de 1960 aos anos 2000. Fundamental 
também, a análise dos prazos de liquidação das operações, recapitulando os 
aprendizados na nossa Unidade 3 de estudo. 
 Indispensável para a compreensão das operações cambiais no mercado 
brasileiro, nesta unidade também estudaremos a legalidade das operações, ou seja, 
como o Banco Central do Brasil lida com a legibilidade das trocas de moedas na 
economia internacional. Por último e muito importante, vamos estudar as principais 
características da economia brasileira voltada para o mercado brasileiro, ou seja, 
como o Real se comportou diante do cenário global. 
Desejo a você bons estudos! 
 
 
 
 
 
1 QUANTO À ORIGEM E AO DESTINO DAS MOEDAS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazilian-coins-background-real-cent-money-
1519716212 
 
Conforme aprendemos nas unidades anteriores, o câmbio tem como arcabouço 
uma operação em que acontece troca – compra ou venda – de moedas de uma 
economia para outra. No caso brasileiro, Borges (DATA), enfatiza que os casos de 
muitas companhias exportadoras brasileiras precisam vender os dólares recebidos 
dos importadores como pagamento pelos bens e serviços, a bancos autorizados a 
operar em câmbio pelo Banco Central do Brasil (Bacen), recebendo em troca os reais 
correspondentes. 
 Também conforme aprendemos anteriormente, as operações de câmbio não 
são simples ou possuem a significância da troca de moeda nacional por estrangeira, 
é importante ressaltar que sua livre realização é proibida no Brasil, devido ao fato do 
mercado de câmbio ser controlado pelo Bacen, acontecendo a troca cambial apenas 
por estabelecimentos autorizados por órgãos competentes a operar em câmbio. 
 Conforme determinado por lei, no Brasil não é permitido a realização das 
negociações de exportações com a moeda estrangeira, e também a impossibilidade 
de pagar as importações de mercadorias com moeda nacional, sendo então criado o 
mercado cambial, conhecido também como o mercado de dívidas, esses em que 
ocorre compra e venda de moedas. Podemos afirmar então que o mercado de câmbio 
tem como finalidade facilitar as operações de exportações e importações. 
 A expressão de mercado de câmbio ou conhecido também como mercado 
cambial é dada no sentido abstrato, pois possui significado ao contato sistemático 
entre os compradores e vendedores que realizam as transações cambiais. Esses 
contratos cambiais podem ser realizados de diversas maneiras, entre elas está o 
telefone ou até mesmo pela internet, evitando o contato físico entre negociadores. 
 Podemos pontuar os motivos que levam os agentes econômicos (empresas, 
governos e pessoas físicas) a tomarem a decisão de comprar e vender moedas 
estrangeiras. O motivo primordial é a existência de diferentes moedas dos mais 
diferentes países, e também a regra de aceitação da moeda de um país em outro 
território. Devemos ressaltar a globalização e internacionalização do comércio 
(importação e exportação de mercadorias) e em conjunto a movimentação livre de 
capitais, como por exemplo: empréstimos internacionais, investimentos diretos e 
outros. 
 Não somente as regras propostas pelo Bacen são fundamentais para as 
operações cambiais como também as modificações constantes propostas pela 
Câmara de Comércio Internacional, em que são enfatizados diversos tratados 
internacionais, usos e costumes de mercados de câmbio – incluído o brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 QUANTO AO TIPO DE TAXA DE CÂMBIO 
 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/currency-icons-dollar-euro-yuan-other-
1075465502 
 
Conforme aprendemos na unidade II existem duas formas de câmbio para 
atuação em um país, o câmbio fixo e o câmbio flutuante. No período de 1961 a 1997, 
a economia brasileira apresentou quatro regimes de taxa de câmbio, entre esses está 
o sistema de taxa de câmbio nominal fixa com minidesvalorizações esporádicas, o 
sistema de minidesvalorizações cambiais, o sistema de taxa de câmbio com flutuação 
suja e o sistema de taxa de câmbio limitadamente flexível. 
 Para uma melhor compreensão da separação desses regimes cambiais 
conforme o período, é possível visualizar no Quadro 1 qual regime correspondeu a 
cada período. 
 
Quadro 1 - Regimes de câmbio separados por período de 1961 - atualidade 
Regime de câmbio Período 
Sistema de taxa de câmbio nominal fixa com 
maxidesvalorizações cambiais esporádicas 
Março de 1961 a julho de 1968 
Sistema de minidesvalorizações cambiais 
Agosto de 1968 a fevereiro de 
1990 
Sistema de taxa de câmbio com flutuação suja Março de 1990 a junho de 1994 
Sistema de taxa de câmbio limitadamente 
flexível 
Julho de 1994 - presente 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
Na história brasileira, em 1961 foi realizada uma reforma de câmbio 
transformando o sistema de taxas múltiplas de câmbio (no caso eram cinco para 
importações e duas para as exportações) para um sistema rígido e unificado. Esse 
novo sistema teve como definição duas taxas de câmbio, ocorrendo uma 
desvalorização de 100% do cruzeiro (moeda brasileira da época), uma delas ocorreu 
para as exportações de café e cacau e outra para as demais importações e 
exportações. 
 Logo depois podemos recapitular as minidesvalorizações cambiais, essa que 
pudemos também compreender na Unidade II. No Brasil, essas medidas tinham como 
objetivo evitar as especulações contra a moeda nacional, em que ocorria até então 
um estímulo pela política de maxidesvalorizações, como também proteger as receitas 
de exportações de mercadorias de uma deterioração. Destacam-se três elementos 
fortes e característicos do período: os intervalos curtos entre as desvalorizações, o 
baixo percentual em uma das desvalorizações e a suspensão e retomadas seguidas. 
Sabe-se que entre 1968 a 1983 essas desvalorizaçõesocorriam entre 3 a 10 dias 
(ALMEIDA; BACHA, 1999). 
 Ainda conforme Almeida e Bacha (1999), a economia brasileira a partir de 1990 
ingressou no sistema de taxa de câmbio com flutuação suja, essa que permaneceu 
até 1994. No período foram aplicadas duas taxas de câmbio: a taxa administrada 
(conhecida como dólar comercial) e também a taxa de câmbio flutuante (compra e 
venda de moeda para turismo). Em teoria, o dólar comercial que anteriormente era 
fixado pelo Bacen passou a ser determinado pela demanda e oferta de mercado, 
contudo, o Bacen sempre que necessário, em qualquer período, poderia vir a intervir 
no mercado de dívidas – vendendo ou comprando unidades monetárias estrangeiras. 
É importante ressaltar que o Bacen deixava a obrigação de fixar a taxa de câmbio. 
 Em 1994, deu-se início a correção da variação de preços através da Unidade 
Real de Valor (URV), em que o preço máximo de venda de cada dólar americano 
passou a ser igual a uma URV. Em outras palavras, o valor da URV passou a ser 
determinado pelo Bacen de forma fixa a paridade máxima de 1URV = US$ 1. A 
intervenção do mercado de divisas advindo do Bacen ocorria no sentido de tentar 
assegurar a estabilidade à taxa de câmbio real, essa operação perdurou a partir de 
março a junho de 1994. 
 A partir de Julho de 1994, com a instauração do Plano Real, a política cambial 
conseqüentemente sofreu alterações, o Banco Central tomou como decisão 
abandonar a meta da estabilidade à taxa de câmbio real e levando ao mercado 
decidir a oferta e demanda do nível da taxa de câmbio. Sabe-se que no dia 30 de 
Junho a moeda brasileira era CR$ 2.750,00, com a paridade tornou-se 1URV = CR$ 
2.750,00 = R$1,00. Isto posto, o Bacen tomou o compromisso formal de vender as 
dividas no mercado de câmbio no limite máximo de paridade R$ 1 = US$ 1 fosse 
atingido. Contudo, não foi determinado de forma explícita o limite mínimo da taxa de 
câmbio a partir do qual o atuaria no mercado como comprador. 
 
 
 
 
 
3 QUANTO AO PRAZO DE LIQUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/real-brl-money-brazil-dinheiro-brasil-1919701832 
 
Pudemos estudar as operações de câmbio, a modalidade dos câmbios e muitas 
informações. Agora vamos entender o que é a liquidação das operações. A mesma é 
descrita como o episódio que ocorre após a realização da compra e venda, ou seja, é 
o processo no qual acontece a transferência da propriedade de títulos e o pagamento 
ou recebimento do montante financeiro acordado. 
 Conforme Assaf-Neto (2018) as liquidações das operações de câmbio (compra 
e venda) ocorrem através da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). 
Como estudamos anteriormente na Unidade III, as liquidações de câmbio podem 
ocorrer em operações prontas ou em operações futuras. Sendo cada uma dessas 
presentes características e determinadas suas liquidações de câmbio. 
 
 
4 QUANTO À ENTREGA DE MOEDA ESTRANGEIRA 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/real-currency-money-brazil-dinheiro-reais-
1836131203 
Conforme pudemos aprender, a taxa de câmbio é a forma de troca de unidade 
monetárias entre países, assim, a moeda estrangeira necessariamente está registrada 
diante aos órgãos reguladores em sua entrada e saída. Segundo o Banco Central do 
Brasil (2021), a entrega de moeda estrangeira é representada pela teletransmissão, 
em espécie e cheques de viagem, cartões pré-pagos, conta de depósito, operações 
simbólicas, cheques, carta de crédito (à vista e a prazo) e títulos e valores. 
 Podemos observar abaixo a entrada de moedas estrangeiras no Brasil em 2018 
conforme a Tabela abaixo: 
 
 
 Tabela 1 - Registros de câmbio por forma de entrega de moeda estrangeira (FEME) 
VALOR (USD milhões) 
Descrição Jan-2018 
Fev-
2018 Mar-2018 Abr-2018 Mai-2018 Jun-2018 Jul-2018 
Ago-
2018 
Set-
2018 Out-2018 
TOTAL 
ANO 
65 - Teletransmissão 104.258,3 73.552,9 102.044,0 94.765,6 104.703,8 99.430,6 82.349,1 100.265,8 77.618,8 102.329,9 941.318,8 
20 - Conta de depósito 13.591,5 12.696,7 14.406,3 13.879,5 15.291,0 13.919,3 12.108,9 14.559,5 9.924,0 20.344,5 140.721,2 
90 - Simbólica 5.865,5 9.347,7 12.367,1 9.474,3 8.348,4 12.187,2 15.060,3 14.524,3 7.483,5 16.527,6 111.186,0 
50 - Em espécie e/ou 
cheques de viagem 797,6 504,9 551,9 588,0 619,8 591,2 656,8 495,8 418,6 679,2 5.903,9 
15 - Carta de crédito - a 
prazo 110,9 117,8 148,2 127,1 111,0 85,7 103,7 99,8 115,4 140,3 1.159,9 
55 - Cartão pré-pago 80,0 50,0 54,0 56,5 57,0 59,2 62,9 47,5 40,6 53,2 560,8 
10 - Carta de crédito - à 
vista 47,9 34,3 47,2 41,0 39,5 31,4 58,5 65,9 46,4 33,7 445,8 
75 - Títulos e valores 12,9 5,3 1,8 6,8 23,6 2,4 15,0 1,4 61,6 3,0 133,9 
30 - Cheque 4,1 29,8 7,0 9,5 5,0 5,2 4,1 7,1 3,6 5,6 81,0 
Total Geral 124.768,6 96.339,4 129.627,6 118.948,2 129.199,1 126.312,3 110.419,3 130.067,2 95.712,5 140.117,0 1.201.511,2 
Fonte: Banco Central do Brasil (2021). 
 
 
5 QUANTO À LEGALIDADE DAS OPERAÇÕES 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/real-currency-money-brazil-dinheiro-brasil-
1773620690 
 
Segundo o regulamento proposto pelo Banco Central do Brasil (2013) e 
conforme a resolução Resolução n° 3.568, de 29.05.2008. Os compromissos das 
operações no mercado de câmbio são dados através: 
 
a) de compra e de venda de moeda estrangeira e as operações com ouro-
instrumento cambial, realizadas com instituições autorizadas pelo Banco 
Central do Brasil a operar no mercado de câmbio, bem como as operações 
em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País e 
residentes, domiciliados ou com sede no exterior; 
b) relativas aos recebimentos, pagamentos e transferências do e para o 
exterior mediante a utilização de cartões de uso internacional, bem como as 
operações referentes às transferências financeiras postais internacionais, 
inclusive vales postais e reembolsos postais internacionais. (BANCO 
CENTRAL DO BRASIL, 2013, p.1). 
 
Além disso, tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem optar por comprar e 
vender unidades monetárias de outros países ou realizar transferências internacionais 
em reais, essas são realizadas de qualquer natureza, sem uma especificação de valor 
limitado. Contudo, nas operações, cada agente econômico é autorizado a operar no 
mercado de câmbio levando em consideração a legalidade da transação baseada nos 
fundamentos e responsabilidades econômicas. 
 As aplicações de mercado cambial são vinculadas da seguinte maneira: 
 
a) as transferências financeiras relativas às aplicações no exterior por 
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil devem observar a regulamentação específica; b) os 
fundos de investimento podem efetuar transferências do e para o exterior 
relacionadas às suas aplicações fora do País, obedecida a regulamentação 
editada pela Comissão de Valores Mobiliários e as regras cambiais editadas 
pelo Banco Central do Brasil; c) as transferências financeiras relativas a 
aplicações no exterior por entidades de previdência complementar devem 
observar a regulamentação específica. (BACEN, 2013, p.1). 
 
É ressalto que as operações e realização de transferências internacionais estão 
condicionadas ao cumprimento e observação da legislação e regulamentação dos 
órgãos responsáveis governamentais. 
6 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ATUAIS 
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/real-currency-money-brazil-coins-stacked-
1917490976 
 
Como estudamos anteriormente, com a implementação do Plano Real, as 
políticas das operações de câmbio também sofreram mudanças. Nos primeiros meses 
do plano foi decretado como regime de operação o câmbio flutuante, sofrendo uma 
mudança em março de 1995 para o regime de bandas cambiais e em 1999 voltando 
ao regime de câmbio flutuante. 
 Em 1999, especificamente no dia 18 de janeiro, o regime de câmbio flutuante

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