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Trabalho sobre mediação e conciliação

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1
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO: formas de solução de conflitos no âmbito da justiça do TJPA
Discente: Lucas Farineli Rosa[footnoteRef:1] [1: Discente do curso de Direito da Escola Superior Madre Celeste – ESMAC, 3ª Semestre de 2019.1] 
Orientadora: Profª. Esp. Lélia do Socorro Monteiro Souza
RESUMO: O presente artigo é realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica e tem por objetivo apresentar sistematicamente o andamento e execução dos institutos de mediação e conciliação como formas de solução de conflitos no âmbito do judiciário do Estado do Pará, na figura de sua principal instituição, o próprio Tribunal de Justiça do Estado do Pará. 
PALAVRAS-CHAVE: Conciliação; Direito; Justiça; Mediação.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este artigo teve como objetivo analisar as questões da implantação dos institutos da mediação e conciliação no Tribunal de Justiça do Estado do Pará, sobretudo, reunindo as principais informações disponíveis pelo portal de notícias do TJPA. Serviu-se das técnicas metodológicas de pesquisa de (MEZZAROBA; MONTEIROS, 2014) e da técnica documental, conforme propugnado por (MARCONI; LAKATOS, 2016), trata-se de um artigo voltado à conformação de conteúdos acadêmicos direcionados ao eixo jurídico, político, histórico e sociológico.
Dito isso, esse artigo é composto por três tópicos, a saber, esse tópico a respeito das considerações iniciais, onde é informado a metodologia adotada e o teor acadêmico dessa pesquisa. O segundo tópico trata de reunir as ideias centrais da pesquisa, esse, por sua vez possui a função de introduzir o tema ao leitor. É apresentado também, por meio de subtópicos, um panorama histórico-conceitual das questões dos conflitos na sociedade, do acesso à justiça e da possibilidade da tutela jurisdicional, o último subtópico realiza uma demonstração informativa dos principais dados expostos no portal do TJPA sobre a implantação dos institutos de mediação e conciliação. O terceiro tópico trata das considerações finais e fornece um balanço positivo sobre o tema, demonstrando que é uma realidade regional eficiente. O último tópico, por sua vez, foi destinado para apresentar as devidas referências bibliográficas, parte fundamental da pesquisa de revisão científica.
2. DADOS DA PESQUISA
O presente estudo tem como objetivo apresentar explicações sobre o processo de instauração dos dispositivos de conciliação e mediação no Tribunal de Justiça do Pará, uma vez que, tais recursos foram determinados pela resolução n. 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, em consonância com o Novo Código de Processo Civil, em vigor desde o ano de 2015. Pela Resolução n. 125, foi determinado aos Tribunais, a criação de Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC) e para atender aos Juízos, Juizados ou Varas com competência nas áreas cível, fazendária, previdenciária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários, foi determinado a criação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, conhecidos como os CEJUSCS, incumbidos de realizarem as sessões de conciliação e mediação pré-processuais, cujas audiências são realizadas por conciliadores e mediadores credenciados juntos ao Tribunal.
2.1 Da historicidade dos conflitos, o acesso à justiça e a tutela jurisdicional
Na história da humanidade vemos que o ser humano viveu e vive em grupos sociais. Esses grupamentos são diferenciados entre si dependendo do povo, da época, do local e da cultura que os compõem. No entanto, há algo em comum: a existência de regras sociais. Sem a existência de normas de convivência, seria impossível a manutenção de qualquer sociedade. A liberdade, em seu estado puro, é incompatível com a convivência harmoniosa entre pessoas naturalmente diferentes.
À medida que as sociedades evoluíram e se tornaram complexas, houve também a necessidade de regrar a forma de exercício do poder em seu interior. Foi necessário institucionalizar o poder e as formas de acesso a ele. Com o surgimento do Estado, as regras sociais passaram a ser institucionalizadas, dando origem ao Direito.
Entretanto, seja na sociedade primitiva, seja no Estado hodierno, a existência de normas, sejam sociais ou estatais, foi insuficiente para evitar a existência de conflitos. Nem sempre essas normas foram ou são respeitadas. Houve então a necessidade de se criarem, ao lado delas, normas que definam as formas pelas quais serão resolvidos os conflitos. Dentre essas formas, discutiremos os institutos da mediação e da conciliação.
 Mas antes, é fundamental discutirmos a questão do acesso à justiça e a possibilidade da tutela jurisdicional. No Brasil, a realidade se apresenta na forma de duas classes de entraves, são eles: os entraves não jurídicos e os entraves jurídicos.
Dos entraves não jurídicos, que se tratam principalmente de questões socioeconômicas e também culturais, encontramos o fator da pobreza, isto é, é a carência de recursos econômicos por grande parte da população, diante dos gastos que implicam uma demanda judicial. É importante considerar essa realidade nacional. Deste modo, afirmam com propriedade, os autores (RODRIGUES; LAMY, 2018, p. 106):
O acesso à Justiça no Brasil, bem como em outros países, embora direito constitucional inafastável, não é barato. Diante da realidade social do País, questiona-se se poderão esses brasileiros, que não percebem o suficiente à sua mantença com dignidade, custear um processo judicial. Esse é, por certo, o mais grave entrave ao efetivo direito de acesso à Justiça. Agrava-o, ainda mais, o fato de o princípio constitucional da igualdade ser aplicado diretamente entre as partes em sua leitura preponderantemente formal, não se dando a importância desejada às diferenças sociais, econômicas e culturais existentes.
Crítica pertinente, principalmente se levarmos em consideração o sistema jurídico-processual brasileiro, estruturado em grande parte sobre os princípios da igualdade formal, em muitos momentos esquece que, sem a igualdade material, há poucas possibilidades de uma decisão verdadeiramente justa. Como poderíamos alcançar a famosa equiparação ilustrada na célebre frase de (CAPPELLETTI e GARTH, 1988, p. 15): “em uma completa igualdade de armas”? No entanto, essa igualdade material é apenas utópica, pois dificilmente as diferenças entre as partes serão totalmente suprimidas.
Além disso, é preciso ter em conta que não basta garantir ao ser humano o atributo da liberdade. Há um imperativo maior: a própria condição de usufruir dessa liberdade, pois a posse de condições socioeconômicas e culturais capazes de torná-lo cidadão pleno.
Dos entraves jurídicos, gostaria de citar o principal, que coincidentemente casa perfeitamente com o entrave jurídico comentado anteriormente, são as custas e despesas processuais.
As custas processuais são os valores pagos ao Estado pelos serviços processuais, conforme as tabelas definidas na forma legalmente prevista. São os encargos definidos pelo Estado para o ingresso em juízo e a tramitação do processo, há também as demais despesas necessárias ao pleno e adequado acesso à Justiça, tais como as realizadas com perícias, produção de documentos e provas. A elas se somam ainda os honorários advocatícios, cobrados segundo a tabela da OAB. Esse conjunto de despesas dificulta o acesso à Justiça, em especial pelas camadas mais carentes da população. Há mesmo situações em que impede esse acesso, quando seus valores são acima daquilo que é proporcional ao valor da demanda. Esquece-se que a garantia principal é a do acesso e que as despesas processuais não podem funcionar como um instrumento a impedi-lo.
2.2 Dos institutos da mediação e da conciliação
No Brasil, conciliação e mediação são vistos como meios distintos de solução de conflitos. Essa visão decorre, em grande parte, da evolução histórica desses instrumentos entre nós. O Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) reafirmou essa diferenciação em seu artigo 165: “Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realizaçãode sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição”.
A mediação e a conciliação podem ser vistas como formas bastante diferenciadas de resolução de conflitos, caracterizando-se por constituírem instâncias intermediárias entre a negociação e a arbitragem. Na realidade a mediação e a conciliação são formas autocompositivas de solução de conflitos; são as próprias partes atuantes da lide que decidem, mas auxiliados por terceiro.
Na conciliação, o grau de participação do conciliador é maior, podendo inclusive sugerir soluções, pois o mediador participa com menor intensidade da construção do acordo, enquanto o conciliador poderá sugerir soluções para o conflito, participando mais ativamente da obtenção do consenso junto às partes do que na mediação. Além disso, o conciliador interfere de forma mais direta no litígio e pode chegar a sugerir opções de solução para o conflito, conforme o que está expresso no artigo 165, § 2º: “O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem”. Já na mediação, o mediador facilita o diálogo entre as partes litigantes para que elas mesmas proponham soluções, conforme o artigo 165, § 3º: “O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos”.
A outra diferenciação está pautada no tipo de conflito. Para conflitos objetivos, mais superficiais, nos quais não existe relacionamento duradouro entre os envolvidos, aconselha-se o uso da conciliação; para conflitos subjetivos, nos quais exista relação entre os envolvidos ou desejo de que tal relacionamento perdure, indica-se a mediação. Muitas vezes, somente durante o procedimento, é identificado o meio mais adequado.
2.3 Cenário nacional, a resolução 125/2010 do CNJ
A partir da Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, o Conselho Nacional de Justiça deu um importante passo para estimular a Mediação e a Conciliação, ao instituir a Política Judiciária Nacional de tratamento aos conflitos de interesses, incumbindo aos órgãos judiciários, de oferecer mecanismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem como prestar atendimento e orientação ao cidadão.
Em virtude dessa resolução, foi determinado aos Tribunais, a criação de Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), e para atender aos Juízos, Juizados ou Varas com competência nas áreas cível, fazendária, previdenciária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e Fazendários, foi determinado a criação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, conhecidos como os CEJUSCS, incumbidos de realizarem as sessões de conciliação e mediação pré-processuais, cujas audiências são realizadas por conciliadores e mediadores credenciados junto ao Tribunal.
A partir de então, um grande esforço para treinamento de conciliadores e mediadores passou a ser desenvolvido, com a multiplicação de cursos de capacitação, supervisionados pelo próprio CNJ e Tribunais, para o fim de treinamento dos interessados, para a nova atividade então estimulada.
É importante comentar que, nesse mesmo ano, estava sendo elaborado o Novo Código de Processo Civil, que recepcionou muito bem os anseios do CNJ, de estimular o que este chamou de “Cultura da Paz”, trazendo o texto aprovado, grande destaque para a mediação e conciliação. É por isso que, na ordem cronológica, o novo CPC engloba os institutos da resolução publicada em 2010 pelo CNJ.
Nesse contexto, no cenário nacional, a resolução 125/2010 do CNJ emanava com o principio célebre de fomentar o uso de práticas cooperativas em processos de resolução de disputas, conforme o prefácio da primeira edição do manual de mediação publicado pelo Ministério da Justiça e organizado por (AZEVEDO, 2011, p. 13):
O acesso à Justiça deve, sob o prisma da autocomposição, estimular, difundir e educar seu usuário a melhor resolver conflitos por meio de ações comunicativas. Passa-se a compreender o usuário do Poder Judiciário como não apenas aquele que, por um motivo ou outro, encontrasse em um dos polos de uma relação jurídica processual – o usuário do poder judiciário é também todo e qualquer ser humano que possa aprender a melhor resolverem seus conflitos, por meio de comunicações eficientes – estimuladas por terceiros, como na mediação ou diretamente, como na negociação. O verdadeiro acesso à Justiça abrange não apenas a prevenção e reparação de direitos, mas a realização de soluções negociadas e o fomento da mobilização da sociedade para que possa participar ativamente dos procedimentos de resolução de disputas como de seus resultados.
 
A partir disso, naturalmente, se mostra possível realizar efetivamente esse novo acesso à justiça se os tribunais conseguirem redefinir o papel do poder judiciário na sociedade como menos judicatório e mais harmonizador. Busca-se, assim, estabelecer uma nova face ao judiciário: um local onde pessoas buscam e encontram suas soluções, um centro de harmonização social.
2.4 Cenário regional, no âmbito do TJPA
No cenário regional, especificamente no âmbito do poder judiciário do Estado do Pará, encontramos informações sobre o panorama histórico da implantação desses institutos discutidos nesse artigo. Encontramos na estrutura do TJPA, a presença do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC) e do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (CEJUSCS), em conformidade com o contexto nacional, imposto pela resolução do CNJ.
Sobre os CEJUSCS, encontramos que são unidades do Poder Judiciário às quais compete, preferencialmente, a realização das sessões de conciliação e de mediação a cargo de conciliadores e mediadores devidamente capacitados nas práticas de autocomposição, bem como o atendimento e a orientação aos cidadãos que possuem dúvidas e questões jurídicas.
Se originou de experiências anteriores, entre elas a Lei dos Juizados de Pequenas Causas (Lei n. 7.244/1984), posteriormente aprimorada pela Lei dos Juizados Especiais (Lei n. 9.099/1995).
Essas experiências, além de trazerem a mediação para o processo, permitiram a utilização tanto desse método quanto o da conciliação, já arraigada entre nós, em fase anterior à propositura da ação (fase pré-processual), evitando a judicialização de conflitos.
Os parâmetros utilizados para a criação dos CEJUSCS foram o gerenciamento dos processos e o Fórum de Múltiplas Portas ou Tribunal Multiportas (Multidoor Courthouse) do direito norte-americano.
As principais atribuições dos CEJUSCS estão relacionadas a realização das sessões e audiências de conciliação e de mediação a cargo de conciliadores e mediadores, bem como o atendimento e a orientação aos cidadãos que possuem dúvidas e questões jurídicas.
A respeito do NUPEMEC, encontra-se que está em plena vigência a Resolução n. 23/2018 do TJPA, aprovada na gestão do Excelentíssimo Desembargador Ricardo Ferreira Nunes, trazendo como inovação a implantação do CEJUSC para atuação no âmbito dos processo de 2º Grau.
A Resolução 23/2018 está em conformidade à Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, tem importante papel no planejamento, manutenção e aperfeiçoamento de ações voltadas ao cumprimento da política pública e de suas metas, atuando na interlocução com outros tribunais, entidades públicas e privadas, inclusive universidades e instituições de ensino, Subseções da Ordem dos Advogados do Brasil, Defensorias Públicas, Procuradorias, Ministério Público e Poder Executivo.
Sua principal atribuição é a de implantar e desenvolver a política detratamento adequado conflitos de interesse, mediante técnicas e ações que incentivem a autocomposição no curso da relação processual, bem como, na prevenção de demandas, com as atividades pré-processuais.
Além dessas informações expostas no portal, é de grande valor o relatório infográfico sobre a quantidade de sessões de conciliações pré-processuais e processuais no CEJUSCS de Belém e dos interiores, os dados são dos anos de 2014 e de 2015.
É de se admirar, sobretudo com o valor de acordos pré-processuais obtidos, é uma demanda considerável que foi evitada de chegar na fase processual, conforme é um dos principais objetivos da resolução do CNJ, ao se desenvolver esse conceito de “abandono de fórmulas exclusivamente positivadas”, o que se propõe é a implementação no nosso ordenamento jurídico-processual de mecanismos processuais e pré-processuais que efetivamente complementem o sistema instrumental, visando ao melhor atingimento de seus escopos fundamentais ou, até mesmo, que atinjam metas não pretendidas diretamente no processo heterocompositivo judicial, evitando sobrecarregar ainda mais o judiciário estatal.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, neste trabalho, que foi abordado o referente tema supracitado, com o intuito de demonstrar a contribuição das formas alternativas de resolução de conflitos, em especial, a conciliação e a mediação, dentro de um sistema multiportas de acesso ao judiciário, podem ser instrumentos úteis e eficientes para resolução dos conflitos e pacificação social. Contudo, a conciliação e a mediação, não podem ser compreendidas como medidas previstas no ordenamento jurídico com o único intuito de dar maior celeridade aos processos e reduzir o trabalho dos Juízes. A redução do número de processos é objetivo meramente secundário das formas de solução de conflitos. O objetivo principal dessas formas é permitir que o jurisdicionado tenha à sua disposição mecanismos aptos a permitir a resolução do conflito com efetividade. O Novo Código de Processo Civil inegavelmente representa um avanço no tratamento dessas formas de autocomposição e reconhece que a resolução do conflito por meio da conciliação e/ou da mediação deve ter caráter preferencial e prioritário.
Não resta dúvida que a conciliação e a mediação se apresentam como vigorosos instrumentos para a pacificação e solução de conflitos em quase todas as áreas do direito, desde que se trata de direitos disponíveis. O Novo Código de Processo Civil, positiva de forma muito objetiva onde e quando será aplicada, cabendo aos operadores do direito, se adaptarem aos novos tempos, e participarem de forma efetiva na busca da pacificação social, única forma de obtermos a melhor atuação do Poder Judiciário, e a prestação jurisdicional mais efetiva. Sobretudo no foco dessa pesquisa, acompanhar, mesmo que por mera revisão bibliográfica, os esforços do judiciário paraense em cumprir e fomentar os institutos de conciliação e mediação na sociedade regional, é um trabalho notável que tende a crescer a cada ano.
4. REFERÊNCIAS
AZEVEDO, André Gomma de, Desafios de Acesso à Justiça ante o Fortalecimento da Autocomposição como Política Pública Nacional in PELUZO, Min. Antônio Cezar e RICHA, Morgana de Almeida (Coords.) Conciliação e mediação: estruturação da política judiciária nacional. Rio de Janeiro: Forense, 2011;
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 23/03/2019;
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryan. Acesso à justiça. Porto Alegre: Fabris, 1988;
LAMY, Eduardo; RODRIGUES, Horácio Wanderlei. Teoria Geral do Processo. 5. ed. São Paulo: Gen-Atlas, 2018;
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 7º. Ed. São Paulo: Atlas, 2016;
MEZZAROBA, Orides; MONTEIROS, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia da Pesquisa no Direito. 6º. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014;
PARÁ. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ. Relatórios Sobre Conciliação e Mediação. 2016. Disponível em: <http://www.tjpa.jus.br/PortalExterno/institucional/Mediacao-e-Conciliacao (NUPEMEC)/70235-Relatorios.xhtml>. Acesso em: 23 mar. 2019.

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