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Apostila Banco do Brasil - Lingua_Portuguesa

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Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banco do Brasil 
Escriturário 
 
Emprego do acento indicativo de crase; ............................................................................................. 1 
 
Concordância verbal e nominal; .......................................................................................................... 9 
 
Regência verbal e nominal; ............................................................................................................... 31 
 
Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise); .................... 44 
 
Emprego dos sinais indicativos de pontuação: vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, reticências, 
aspas, travessão e parênteses. ............................................................................................................. 51 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Crase 
 
Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição “a” e o artigo a(s), podendo ser também 
a preposição “a” e o pronome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos pronomes 
demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa superposição é marcada por um acento grave (`). 
 
Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a vendedora”, “esta blusa é igual a a que 
compraste” ou “eles deveriam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois “a” e indicar 
esse fato com um acento grave: “Entregamos a mercadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que 
compraste”. “Eles deveriam ter comparecido àquela festa.” 
 
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a crase, mas é um mero sinal gráfico que 
indica ter havido a união de dois “a” (crase). 
 
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição “a”, que é um problema de regência. Por 
isso, quanto mais conhecer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter o domínio 
sobre a crase. 
 
Não existe Crase 
 
- Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho; Vieram a pé; Vende-se a prazo. 
 
- Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter alucinações. 
 
- Antes de artigo indefinido: Levamos a mercadoria a uma firma; Refiro-me a uma pessoa educada. 
 
- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos pronomes possessivos Vossa ou Sua ou 
ainda da expressão Você, forma reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; 
Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; Eles queriam oferecer flores a você. 
 
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me refiro a esta carta; Os críticos não 
deram importância a essa obra. 
 
- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se a mim com ironia. 
 
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Direi isso a qualquer pessoa; A entrada 
é vedada a toda pessoa estranha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque ele, às 
vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam colocadas umas às outras (no masculino, ficaria 
“os cartões estavam colocados uns aos outros”). 
 
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural: Falei a vendedoras desta 
firma; Refiro-me a pessoas curiosas. 
 
- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu perante a direção da empresa; Os 
papéis estavam sob a mesa. Exceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inundou a 
rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se não houvesse o sinal da crase, o sentido 
ficaria ambíguo: a água inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa). Quando até 
significa “perto de”, é preposição; quando significa “inclusive”, é partícula de inclusão. 
Emprego do acento indicativo de crase; 
 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 2 
- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a gota; Enfrentaram-se cara a cara. 
 
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O doente foi submetido a dieta leve (no 
masc. = foi submetido a repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e blusa (no masc. 
= prefiro terninho a vestido). 
 
- Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A que artista te referes? 
 
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, o esforço), não ocorre crase, pois 
o “a” é artigo definido: Parodiando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena... 
 
A Crase é Facultativa 
 
- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama à Marisa; Enviamos um telegrama a 
Marisa. Em português, antes de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A Marisa é 
uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por isso, mesmo que a preposição esteja presente, 
a crase é facultativa. 
Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma expressão que o determine, haverá crase 
porque o artigo definido estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Quevedo. [A (artigo) 
Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.] 
 
- Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular: Pediu informações à minha secretária; 
Pediu informações a minha secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome adjetivo 
possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secretária é exigente.” Ou: “A minha secretária é 
exigente”). Portanto, mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa. 
 
Casos Especiais 
 
- Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que admitem artigo antes de si e as que não o 
admitem. Por aí se deduz que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de preposição, 
pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita artigo, 
deve-se substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação “na” com o verbo 
estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não 
haverá crase: Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Paraíba); O avião dirigia-
se a Santa Catarina (estou em Santa Catarina; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na 
Europa; vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo passarão a admiti-lo, quando 
vierem determinados. Porto Alegre indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou em 
Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de uma expressão que a determine, passará 
a admiti-lo: Vou à grande Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto Alegre); 
Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das touradas para ficar três dias. 
 
- Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: quando a preposição “a” surge diante 
desses demonstrativos, devemossobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos e indicar 
o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convites àquela sociedade (= a + aquela); A solução não 
se relaciona àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a + aquilo). A simples 
interpretação da frase já nos faz concluir se o “a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto, 
para maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os demonstrativos aquele(s), 
aquela(s), aquilo pelos demonstrativos este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos, 
surgir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de crase sobre o “a” inicial dos pronomes 
aquele(s), aquela(s), aquilo. Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase. Enviei 
cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A solução não se relaciona àqueles problemas./ 
A solução não se relaciona a estes problemas; Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção a isto; A solução 
era aquela apresentada ontem./ A solução era esta apresentada ontem. 
 
- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, “domicílio” e não vem acompanhada de 
adjetivo ou locução adjetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do escritório, dirigiu-
se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução 
adjetiva, então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à casa das máquinas; Iremos à 
encantadora casa de campo da família Sousa. 
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. 3 
 
- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os 
marinheiros ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desceram a terra na hora prevista. 
Há crase, quando a palavra significa “solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedicou 
à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; Viriam à Terra os marcianos? 
 
- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra distância, a menos que se trate de distância 
determinada: Via-se um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos à distância de 
dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o acidente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro; 
Olhava-nos a distância. 
 
- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um substantivo (expresso ou implícito) como 
antecedente. Para saber se existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se substituir esse 
antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se transforma em “ao”, há crase diante do relativo. 
Mas, se o “a” permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: é preposição pura ou 
pronome demonstrativo: A fábrica a que me refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro 
precisa de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. (O trabalho ao qual aspiro é 
almejado por muitos.). Na passagem do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser 
substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compareci estava linda (no masculino = o baile 
a que compareci estava lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome relativo que 
não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.). 
 
A Crase é Obrigatória 
 
- Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções adverbiais ou locuções conjuntivas 
que tenham como núcleo um substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à noite, 
às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às pressas, à custa de, à vontade (de), à moda 
de, às mil maravilhas, à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a locução 
adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, em que não há crase porque o “as” é artigo 
definido puro: Ele se aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando o maestro falta 
ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o violinista substitui o maestro). 
 
- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora determinada: Ele saiu às treze horas e 
trinta minutos; Chegamos à uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão uma hora: 
Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará de São Paulo (= faltam 60 minutos para o 
telefonema de Teresa); Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado todos os seus 
planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora); Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos 
que ele saiu). 
 
- Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) estiver subentendida: Nesse caso, 
mesmo que a palavra subsequente seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à 
Termidor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que tinham olhos à Alain Delon. 
 
- Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”, etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-
se à Marechal Floriano (= dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à loja Renner); 
Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba). 
 
- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião é semelhante à dos hindus (= à religião 
dos hindus). 
 
- Com o pronome substantivo possessivo feminino no singular ou plural, o uso de acento 
indicativo de crase não é facultativo (conforme o caso será proibido ou obrigatório): A minha cidade é 
melhor que a tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino, ficaria assim: O meu sítio 
é melhor que o teu (não há preposição, apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O 
acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, ficaria assim: Este quadro é semelhante 
ao nosso (presença de preposição + artigo definido). 
 
- Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira expressão pede preposição “a”, havendo 
crase antes de palavra feminina determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de ontem, houve 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 4 
um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de ontem, houve...); A segunda expressão não aceita 
preposição “a” (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase): Dada a questão primordial 
envolvendo tal fato (= dado o problema primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (= 
dados os resultados...). 
 
Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos anteriores, devemos substituir a palavra 
feminina por outra masculina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase no 
“a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculino, não haverá crase no “a” do feminino. O problema, 
para muitos, consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “conclusão”, “vezes”, “certeza”, 
“morte”, etc. É necessário então frisar que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha 
qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas ter a mesma função sintática: Fomos 
à cidade comprar carne. (ao supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos são 
insensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados deixam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira 
a rosa. (a cravo); O professor chamou a aluna. (o aluno). 
 
Questões 
01. (Pref. De Itaquitinga/PE – Técnico em Enfermagem – IDHTEC/2016) 
 
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) 
 
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu 
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas 
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras 
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da 
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo 
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas vejo 
também que a luz roubadaaos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza... 
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade. 
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) 
 
Em qual das alternativas o acento grave foi mal empregado, pois não houve crase? 
a) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da escola de samba Império Serrano, na Zona Norte 
do Rio.” 
b) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos direitos à moradia, a um trabalho digno, à 
integridade cultural, a vida e ao território." 
c) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte do Moa no dia 11 de maio.” 
d) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às custas da entidade.” 
e) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a chegada de Edgardo Bauza no fim do ano 
passado.” 
 
02. (Pref. De Itaquitinga/PE – Assistente Administrativo – IDHTEC/2016) Em qual dos trechos 
abaixo o emprego do acento grave foi omitido quando houve ocorrência de crase? 
 
a) “O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco decidiu suspender a paralisação que faria a partir das 
16h desta quarta-feira.” 
b) “Pela manhã, em nota, a categoria informou que cruzaria os braços só retornando às atividades 
normais as 5h desta quinta-feira.” 
c) “Nesta quarta-feira, às 21h, acontece o "clássico das multidões" entre Sport e Santa Cruz, no Estádio 
do Arruda.” 
d) “Após a ameaça de greve, o sindicato foi procurado pela CBTU e pela PM que prometeram um 
reforço no esquema de segurança.” 
e) “A categoria se queixa de casos de agressões, vandalismo e depredações e da falta de segurança 
nas estações.” 
 
 
 
 
 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 5 
03. (COMLURB – Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016) 
 
Que é Segurança do Trabalho? 
 
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando 
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a 
capacidade de trabalho do trabalhador. 
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e 
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, 
Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à 
Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de 
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio 
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar 
composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do 
Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço 
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da 
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a 
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar compatível 
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do 
Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares, como portarias e decretos e 
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. 
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016 
 
Leia o texto abaixo e identifique qual das alternativas apresenta correta aplicação de crase, seguindo 
a mesma lógica do texto. 
“A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e 
Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações...” 
 
a) O curso de português discute assuntos associados à gramática, à literatura e à produção de textos. 
b) O professor fez correções à respeito dos erros de ortografia presentes no texto. 
c) O referido texto apresenta informações de grande importância à alunos de Engenharia. 
d) A literatura sobre Segurança do Trabalho presente na faculdade apresenta informações 
importantes à seus alunos. 
 
 
04. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016) Em relação ao emprego do sinal de crase, 
estão corretas as frases: 
a) Solicito a Vossa Excelência o exame do presente documento. 
b) A redação do contrato compete à Diretoria de Orçamento e Finanças. 
 
 ( ) Certo ( ) Errado 
 
05. (MPE/SC – Promotor de Justiça – MPE/SC/2016) 
“O americano Jackson Katz, 55, é um homem feminista – definição que lhe agrada. Dedica 
praticamente todo o seu tempo a combater a violência contra a mulher e a promover a igualdade entre os 
gêneros. (...) Em 1997, idealizou o primeiro projeto de prevenção à violência de gênero na história dos 
marines americanos. Katz – casado e pai de um filho – já prestou consultoria à Organização Mundial de 
Saúde e ao Exército americano.” 
 (In: Veja, Rio de Janeiro: Abril, ano 49, n.2, p. 13, jan. 2016.) 
 
No texto acima, o sinal indicativo de crase foi empregado corretamente, em todas as situações. Poderia 
ter ocorrido também diante dos verbos combater e promover, uma vez que o emprego desse acento é 
facultativo antes de verbos. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
 
 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 6 
06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – FGV/2016) 
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos 
 
Brasil escola 
 
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da 
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção 
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o 
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa 
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil 
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por 
moradias em regiões ainda mais distantes. 
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais 
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse 
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte 
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento 
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência. 
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, 
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais 
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de 
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma 
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto, 
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue. 
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-
decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016. 
 
No texto 1, há quatro ocorrências do acento grave indicativo da crase: “vise à promoção de políticas 
de controle” (1), “tornando-os inacessíveis à grande massa populacional” (2), “Além disso, à medida que 
as cidades crescem” (3) e “que às vezes não contam com saneamento básico” (4). 
Os casos de crase que correspondem à união de preposição + artigo definidosão: 
 
a) 1 e 2; 
b) 1 e 4; 
c) 2 e 3; 
d) 3 e 4; 
e) todos eles. 
 
07. (Pref. De São Paulo/SP – Analista Fiscal de Serviços – VUNESP/2016) 
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados. Trata-
se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas casas. 
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em busca 
de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior 
destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos. 
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio, 
mas que terminam em uma espécie de exílio. 
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta uma 
das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o 
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira 
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se 
manifestar de forma aberta e hostil. 
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria da 
sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do 
momento crítico da economia e da política. 
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada por 
jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles 
manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de base. 
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado) 
 
1497199 E-book gerado especialmente para ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA
 
. 7 
Nas universidades, as iniciativas de solidariedade visam oferecer apoio_____ precisa, com 
respeito___ diferenças, entendendo-se que não se deve negar_____ um refugiado______esperança por 
uma vida melhor. 
De acordo com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas, respectivamente, com: 
a) aquele que … à … a … à 
b) àquele que … às … a … a 
c) à quem … às … à … à 
d) a quem … as … à … a 
e) àquele que … as … a … à 
 
08. (TRF-3ª Região – Técnico Judiciário – Informática – FCC/2016) O sinal indicativo de crase está 
empregado corretamente em: 
a) Não era uma felicidade eufórica, semelhava-se mais à uma brisa de contentamento. 
b) O vinho certamente me induziu àquela súbita vontade de abraçar uma árvore gigante. 
c) Antes do fim da manhã, dediquei-me à escrever tudo o que me propusera para o dia. 
d) A paineira sobreviverá a todas às 18 milhões de pessoas que hoje vivem em São Paulo. 
e) Acho importante esclarecer que não sou afeito à essa tradição de se abraçar árvore. 
 
09. (TRF-3ª Região – Analista Judiciário - Biblioteconomia – FCC/2016) 
Sem exceção, homens e mulheres de todas as idades, culturas e níveis de instrução têm emoções, 
cultivam passatempos que manipulam as emoções, atentam para as emoções dos outros, e em grande 
medida governam suas vidas buscando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções 
desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois 
numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente 
característico no modo como as emoções vincularam-se a ideias, valores, princípios e juízos complexos 
que só os seres humanos podem ter. De fato, a emoção humana é desencadeada até mesmo por uma 
música e por filmes banais cujo poder não devemos subestimar. 
Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada 
indivíduo pelo meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações 
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos 
biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Darwin conseguiu 
catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e 
é por isso que em diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que 
as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma 
emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e não a 
diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras. 
As emoções podem ser induzidas indiretamente, e o indutor pode bloquear o progresso de uma 
emoção que já estava presente. O efeito purificador (catártico) que toda boa tragédia deve produzir, 
segundo Aristóteles, tem por base a suspensão de um estado sistematicamente induzido de medo e 
compaixão. 
Não precisamos ter consciência de uma emoção, com frequência não temos e somos incapazes de 
controlar intencionalmente as emoções. Você pode perceber-se num estado de tristeza ou de felicidade 
e ainda assim não ter ideia dos motivos responsáveis por esse estado específico. Uma investigação 
cuidadosa pode revelar causas possíveis, porém frequentemente não se consegue ter certeza. O 
acionamento inconsciente de emoções também explica por que não é fácil imitá-las voluntariamente. O 
sorriso nascido de um prazer genuíno é produto de estruturas cerebrais localizadas em uma região 
profunda do tronco cerebral. A imitação voluntária feita por quem não é um ator exímio é facilmente 
detectada como fingimento – alguma coisa sempre falha, quer na configuração dos músculos faciais, quer 
no tom de voz. 
(Adaptado de: DAMÁSIO, Antonio. O mistério da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo, Cia das letras, 2015, 2.ed, p. 39-49) 
 
Ao se reescrever um segmento do texto, o sinal indicativo de crase foi empregado de modo correto 
em: 
a) Frequentemente não temos consciência de uma emoção, pois somos incapazes de à controlar 
propositadamente. 
b) Essa é, à propósito, a semelhança que permite que a arte cruze fronteiras. 
c) Por sinal, à essa semelhança imputa-se a causa da arte ser capaz de cruzar fronteiras. 
d) A partir dessa semelhança, permite-se à arte cruzar fronteiras. 
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. 8 
e) À uma região profunda do tronco cerebral atribui-se o ponto de partida de reações como um sorriso 
nascido de um prazer genuíno. 
 
10. (Pref. De Criciúma/SC – Engenheiro Civil – FEPESE/2016) 
Analise as frases quanto ao uso correto da crase. 
1. O seu talento só era comparável à sua bondade. 
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura. 
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas. 
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta. 
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem. 
 
a) São corretas apenas as frases 1 e 4. 
b) São corretas apenas as frases 3 e 4. 
c) São corretas apenas as frases 1, 2 e 3. 
d) São corretas apenas as frases 2, 3 e 4. 
e) São corretas apenas as frases 2, 4 e 5. 
 
Respostas 
 
01. Resposta E 
Às vezes / As vezes 
Ocorrerá a crase somente quando “às vezes” for uma locução adverbial de tempo (= de vez em 
quando, em algumas vezes). Quando a expressão “as vezes” não trouxer o significado citado não 
acontecerá crase. 
 
02. Resposta B 
Indicação de horas especificadas ocorre crase: 
Chegaremos às sete horas 
Saímos às dez horas 
 
03. Resposta A 
Letra B - Errado antes de masculino não usa-se crase - O RESPEITO 
Letra C - Errado antes de masculino não usa-se crase - ALUNOS 
Letra D - Antes de possessivo a crase é facultativa - isso se - o antecedente exigir a preposição a como 
no caso de "importantes". 
Associados requer a preposição A 
 
04. Certo 
Em relação ás assertivas: 
a) Não se emprega o sinal da crase antes de pronomes de tratamento, salvo: senhora, senhorita e 
dona. 
b) A redação do contrado competeá diretoria de orçamentos e finanças. 
 Ao trocar-mos o substantivo feminino: diretoria pelo substantivo masculino Diretor: 
 Compete ao diretor de orçamentos e finaças. ( a=preposição + o=artigo) 
 
05. Errado 
NÃO se usa crase antes de verbo! 
 
06. Resposta A 
O acento grave empregado nas locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas não provém de uma 
relação regencial, mas sim do fato de essas locuções virem precedidas de preposições que, comumente, 
possuem algum valor semântico. Desta feita diferencia-se através do acento grave os significados dos 
dois períodos abaixo: 
A noite chegou a nossa fazenda. ("a noite" é sujeito) 
À noite ele chegou a nossa fazenda. ("à noite" é locução adverbial de tempo) 
 
07. Resposta B 
Segundo Saconni - Nossa Gramatica Completa e Segundo Luft - Dicionário de Regência Nominal 
Apoio requer a preposição a + aquele = àquele que 
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. 9 
Respeito requer a preposição a + as diferenças= às 
Negar requer a preposição a, todavia antes de artigo indefinido não se usa a crase 
Refugiado requer a preposição contra, em - logo o a não é craseado- Luft 
 
08. Resposta B 
a) Não ocorre crase antes do artigo indefinido "uma" 
b) CORRETA (crase obrigatória diante de pronomes demonstrativos "aquela, aquela, aquilo") 
c) Não ocorre crase antes de verbo no infinitivo 
d) Não ocorre crase antes de numerais 
e) Não ocorre crase antes de pronomes demonstrativos 
 
09. Resposta D 
a) Não utiliza-se crase antes de verbo. (Controlar). 
b) Não utiliza-se crase em expressões no masculino. (Propósito é uma palavra masculina - O 
propósito). 
c) Não utiliza-se crase antes de pronomes demonstrativos. (Essa). 
d) Alternativa CORRETA. Regência do verbo (quem permite, permite algo A alguém) + se une com 
o A da palavra arte (A arte - palavra feminina). 
e) Não utiliza-se crase antes de artigo indefinido. 
 
10. Resposta C 
1. O seu talento só era comparável à sua bondade. 
Nos casos de pronome possessivo, a crase é FACULTATIVA. 
2. Não pôde comparecer à cerimônia de posse na Prefeitura. 
Não há o que discutir: quem comparece, comparece a algo. Logo, VTI, exige crase. 
3. Quem se vir em apuros, deve recorrer à coordenação local de provas. 
O mesmo caso do item anterior, VTI. Quem recorre, recorre a algo ou a alguém. 
4. Dia a dia, vou vencendo às batalhas que a vida me apresenta. 
Uso incorreto da crase, pois quem vence, vence algo e não a algo. Logo, é VTD, não exigindo 
crase. 
5. Daqui à meia hora, chegarei a estação; peça para me aguardarem. 
Não confundir com exemplos como "às 13 horas", semelhante a "ao meio dia". Neste caso, 
usando-se o bizu da substituição fica: "daqui a 10 minutos". Vê-se que a crase é desnecessária. 
 
 
 
Concordância Nominal e Verbal 
 
A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras 
harmonicamente na construção frasal. É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se 
harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que dependem. 
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os 
elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros. 
Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramatical ou lógica (segue os padrões 
gramaticais vigentes); atrativa ou ideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor 
estilístico). 
 
Concordância Nominal: adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo, 
pronome, adjetivo). 
Concordância Verbal: variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito. 
 
Concordância Nominal 
 
Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a concordância do adjetivo, com a função de adjunto 
adnominal, efetua-se de acordo com as seguintes regras gerais: 
Concordância verbal e nominal; 
 
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. 10 
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Exemplo: O alto ipê 
cobre-se de flores amarelas. 
O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero ou número diferentes, quando posposto, 
poderá concordar no masculino plural (concordância mais aconselhada), ou com o substantivo mais 
próximo. Exemplo: 
 
- No masculino plural: 
“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os vestidos decotados.” (Machado de Assis) 
“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” (Herman Lima) 
“Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marcados.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
“...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Érico Veríssimo) 
 
- Com o substantivo mais próximo: 
A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta. 
Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa. 
“...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro fresco.” (Humberto de Campos) 
“Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava dos irmãos e irmãs falecidas.” (Luís 
Henrique Tavares) 
 
- Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com o mais próximo: 
“Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano) 
“...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado) 
Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras. 
Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras. 
 
Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e profissão.; Seus planos e tentativas.; 
Aqueles vícios e ambições.; Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos”. Muitas vezes é 
facultativa a escolha desta ou daquela concordância, mas em todos os casos deve subordinar-se às 
exigências da eufonia, da clareza e do bom gosto. 
 
- Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo determinado pelo artigo, 
ocorrem dois tipos de construção, um e outro legítimos. Exemplos: 
Estudo as línguas inglesa e francesa. 
Estudo a língua inglesa e a francesa. 
Os dedos indicador e médio estavam feridos. 
O dedo indicador e o médio estavam feridos. 
 
- Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a pronomes neutros indefinidos (nada, 
muito, algo, tanto, que, etc.), normalmente ficam no masculino singular: 
Sua vida nada tem de misterioso. 
Seus olhos têm algo de sedutor. 
Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o substantivo (ou pronome) sujeito: 
“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas) 
 
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a concordância do adjetivo predicativo com o 
sujeito realiza-se consoante as seguintes normas: 
 
- O predicativo concorda em gênero e número com o sujeito simples: 
A ciência sem consciência é desastrosa. 
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas. 
É proibida a caça nesta reserva. 
 
- Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do mesmo gênero, o predicativo 
deve concordar no plural e no gênero deles: 
O mar e o céu estavam serenos. 
A ciência e a virtude são necessárias. 
“Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens sem disciplina,” (Alexandre Herculano) 
 
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. 11 
- Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de gêneros diversos, o predicativo 
concordará no masculino plural: 
O vale e a montanha são frescos. 
“O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de Assis) 
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro. 
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto) 
 
- Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a concordância se efetua com o 
sexo da pessoa a quem nos referimos: 
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto. 
“Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Suassuna) 
Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de nossa confiança. 
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe) 
 
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular nas estereotipadas locuções é bom, é 
necessário, é preciso, etc., embora o sujeito seja substantivo feminino ou plural:Bebida alcoólica não é bom para o fígado. 
“Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis) 
“É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Castelo Branco) 
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado) 
 
Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado pelo artigo e a concordância se faz não 
com a forma gramatical da palavra, mas com o fato que se tem em mente: 
Tomar hormônios às refeições não é mau. 
É necessário ter muita fé. 
 
Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o predicativo, efetua-se a concordância 
normalmente: 
É necessária a tua presença aqui. (= indispensável) 
“Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.” (Eça de Queirós) 
“Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado) 
“São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos de Laet) 
 
Concordância do predicativo com o objeto: A concordância do adjetivo predicativo com o objeto 
direto ou indireto subordina-se às seguintes regras gerais: 
 
- O adjetivo concorda em gênero e número com o objeto quando este é simples: 
Vi ancorados na baía os navios petrolíferos. 
“Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.” (Carlos de Laet) 
O tribunal qualificou de ilegais as nomeações do ex-prefeito. 
A noite torna visíveis os astros no céu límpido. 
 
- Quando o objeto é composto e constituído por elementos do mesmo gênero, o adjetivo se 
flexiona no plural e no gênero dos elementos: 
A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares. 
Deixe bem fechadas a porta e as janelas. 
 
- Sendo o objeto composto e formado de elementos de gênero diversos, o adjetivo predicativo 
concordará no masculino plural: 
Tomei emprestados a régua e o compasso. 
Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha. 
“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias) 
Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas. 
 
- Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, concordar com o núcleo mais 
próximo: 
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins. 
Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos substantivos variáveis em gênero e número: 
Temiam que as tomassem por malfeitoras; Considero autores do crime o comerciante e sua empregada. 
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. 12 
 
Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o particípio concorda em gênero e número 
com o sujeito, como os adjetivos: 
Foi escolhida a rainha da festa. 
Foi feita a entrega dos convites. 
Os jogadores tinham sido convocados. 
O governo avisa que não serão permitidas invasões de propriedades. 
 
Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um coletivo numérico, pode-se, em geral, 
efetuar a concordância com o substantivo que o acompanha: Centenas de rapazes foram vistos 
pedalando nas ruas; Dezenas de soldados foram feridos em combate. 
Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferentes, o particípio concordará no masculino 
plural: Atingidos por mísseis, a corveta e o navio foram a pique; “Mas achei natural que o clube e suas 
ilusões fossem leiloados.” (Carlos Drummond de Andrade) 
 
Concordância do pronome com o nome: 
- O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere: 
 “Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e deitou-o no jazido de sua esposa”. (José de 
Alencar) 
 “O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alencar) 
 
- O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, flexiona-se no masculino 
plural: 
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira) 
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda a sua sublimidade.” (Alexandre 
Herculano) 
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais fiz boas amizades. 
 “Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiarmente, como se os tivesse visto.” 
(Graciliano Ramos) 
 
Os substantivos sendo sinônimos, o pronome concorda com o mais próximo: “Ó mortais, que cegueira 
e desatino é o nosso!” (Manuel Bernardes) 
 
- Os pronomes um... outro, quando se referem a substantivos de gênero diferentes, concordam no 
masculino: 
Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se um ao outro. 
“Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espírito.” (Alexandre Herculano) 
Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por interesse. 
 
A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferentes, permanece também no masculino: “A 
mulher do colchoeiro escovou-lhe o chapéu; e, quando ele [Rubião] saiu, um e outro agradeceram-lhe 
muito o benefício da salvação do filho.” (Machado de Assis) 
 
O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem outro fica no singular. Exemplos: Um e 
outro livro me agradaram; Nem um nem outro livro me agradaram. 
 
Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui alguns casos especiais de concordância 
nominal: 
 
- Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o substantivo em gênero e número: 
Anexa à presente, vai a relação das mercadorias. 
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas. 
Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato. 
Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo. 
Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte. 
Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria. 
 
 
 
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. 13 
Observação: Evite a locução em anexo. 
 
- A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Significa visivelmente. 
“Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto) 
“Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado) 
 
- Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em número com o substantivo. Como palavra 
denotativa de limitação, equivalente de apenas, somente, é invariável. 
Eles estavam sós, na sala iluminada. 
Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre. 
Elas só passeiam de carro. 
Só eles estavam na sala. 
 
Forma a locução a sós [=sem mais companhia, sozinho]: Estávamos a sós. Jesus despediu a multidão 
e subiu ao monte para orar a sós. 
 
- Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo ora aparece invariável, ora flexionado: 
“A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais requintados possível.” (Maria Helena 
Cardoso) 
“Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis) 
“A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais grotescos possíveis.” (ledo Ivo) 
“... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimentos os mais espontâneos possíveis.” 
(Ronaldo Miranda) 
 
Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no português de hoje, para se usar, neste caso, 
o adjetivo possível no plural. O singular é de rigor quando a expressão superlativa inicia com a partícula 
o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.) 
Os prédios devem ficar o mais afastados possível. 
Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível. 
O médico atendeu o maior número de pacientes possível. 
 
- Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, claro, caro, barato, alto, raro, etc., quando 
usados com a função de advérbios terminados em – mente, ficam invariáveis: 
Vamos falar sério. [sério = seriamente] 
Penso que falei bem claro, disse a secretária. 
Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato] 
Estas aves voam alto. [ou baixo] 
 
Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como advérbios: 
“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro) 
“Era como se tivessem estado juntos na véspera.” (Autram Dourado). 
“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas) 
“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué Guimarães) 
 
- Todo. No sentido de inteiramente, completamente, costuma-se flexionar, embora seja advérbio: 
Esses índios andam todos nus. 
Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca. 
As meninas iam todas de branco. 
A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda. 
 
Mas admite-se também a forma invariável: 
Fiquei com os cabelos todo sujos de terá.Suas mãos estavam todo ensanguentadas. 
 
- Alerta. Pela sua origem, alerta (=atentamente, de prontidão, em estado de vigilância) é advérbio e, 
portanto, invariável: 
Estamos alerta. 
Os soldados ficaram alerta. 
“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de Andrade) 
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. 14 
“Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.” (Martins de Aguiar) 
 
Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como adjetivo, sendo, por isso, flexionada no plural: 
Nossos chefes estão alertas. (=vigilantes) 
Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas. 
“Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas, esperando pelo desconhecido...” (Assis 
Brasil, Os Crocodilos, p. 25) 
 
- Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco, esta palavra é invariável. Exemplos: 
A porta estava meio aberta. 
As meninas ficaram meio nervosas. 
Os sapatos eram meio velhos, mas serviam. 
 
- Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente: 
Não havia provas bastantes para condenar o réu. 
Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz. 
 
Fica invariável quando advérbio, caso em que modifica um adjetivo: 
As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso. 
Os emissários voltaram bastante otimistas. 
“Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se aproximam dias bastante escuros.” 
(Austregésilo de Ataíde) 
 
- Menos. É palavra invariável: 
Gaste menos água. 
À noite, há menos pessoas na praça. 
 
Questões 
01. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016) 
Marque a alternativa em que a concordância nominal esteja CORRETA: 
a) Desde que comprovadas as faltas, sofrerá punições as instituições que não respeitarem a lei 
vigente. 
b) Novas taxas de juro, segundo os economistas internacionais, será anunciado na próxima semana. 
c) Foi inaugurada ontem, depois de vários cancelamentos, novas obras da administração local. 
d) Prossegue implacável as denúncias contra governantes e empreiteiros do nosso país. 
e) Não estão previstas, até o momento, novas datas para a realização das provas. 
 
02. (SAAEB – Engenheiro de Segurança do Trabalho – FAFIPA/2016) 
Indique a alternativa que NÃO apresenta erro de concordância nominal. 
a) O acontecimento derrubou a bolsa brasileira, argentina e a espanhola. 
b) Naquele lugar ainda vivia uma pseuda-aristocracia. 
c) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram só. 
d) Simpáticos malabaristas e dançarinos animavam a festa. 
 
03. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO AOCP/2016) 
 
“Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! 
Estímulos Demais... Concentração de Menos" 
 
 31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos 
 
Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás parece ficar 
mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 50 anos a cada 5. E o 
mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se educa (ou brinca, alimenta, veste, 
entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) crianças como antigamente! 
O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de crianças. Em 
muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil – naqueles canais cujo 
volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – mesmo quando elas estão comendo com o 
iPad à mesa. 
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Muitas e muitas crianças têm atividades extracurriculares pelo menos três vezes por semana, algumas 
somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e reforços escolares. 
Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e pessoas 
disponíveis o tempo todo para garantir que a criança “aprenda coisas" e não “morra de tédio". As pré- 
escolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-vestibulares. 
Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, potencializar, 
otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crianças uma preparação 
praticamente militar, visando seu “sucesso". O ar nas casas onde essa preocupação é latente chega a 
ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, 
o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus 
pensamentos e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se 
misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer. 
Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças não sabem 
conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar em uma brincadeira ou 
atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar sem a orientação de um adulto!). Não 
conseguem ler um livro, por menor que seja. Não aceitam regras. Não sabem o que é autoridade. Pior e 
principalmente: não sabem esperar. 
Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, independente e 
pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas. 
Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um pouco da carteira, 
do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e as estamos impedindo de entender 
e saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas qualidades e talentos. Estamos roubando o tempo 
precioso que nossos filhos tanto precisam para processar a quantidade enorme de informações e 
estímulos que nós e o mundo estamos lhes dando. 
Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a cada vez que 
ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de “tédio". Não obriguemos a babá a ter um repertório 
mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter a criança entretida o tempo todo. O 
“tédio" nada mais é que a oportunidade de estarmos em contato conosco, de estimular o pensamento, a 
fantasia e a concentração. 
Sugiro que leiamos todos, pais ou não, “O Ócio Criativo" de Domenico di Masi, para que entendamos 
a importância do uso consciente do nosso tempo. 
E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não leem mais. Muitos livros infantis 
estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor estímulo e descaracteriza a 
principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente respirar, aprender a juntar uma palavra com 
outra, paulatinamente formando frases e sentenças, e, finalmente, concluir um raciocínio ou uma estória. 
Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem em 
almofadas e façam sua imaginação voar! 
(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br/estamos-enlouquecendo-nossas-criancas-estimulos-demais-concentracao-de-menos/) 
 
No sintagma “uma boa competitividade", a concordância nominal se dá porque 
a) temos uma preposição seguida de dois substantivos femininos singulares. 
b) temos uma preposição, um advérbio e um substantivo masculino singular. 
c) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo masculino 
singular. 
d) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo feminino 
singular. 
e) temos um artigo indefinido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo 
feminino singular. 
 
04. (CISMEPAR/PR – Advogado – FAUEL/2016) 
A respeito de concordância verbal e nominal, assinale a alternativa cuja frase NÃO realiza a 
concordância de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa: 
 
a) Meias verdades são como mentiras inteiras: uma pessoa meia honesta é pior que uma mentirosa 
inteira. 
b) Sonhar, plantar e colher: eis o segredo para alcançar seus objetivos. 
c) Para o sucesso, não há outro caminho: quanto mais distante o alvo, maior a dedicação.d) Não é com apenas uma tentativa que se alcança o que se quer. 
 
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Respostas 
01. Resposta E 
a) Desde que comprovadas as faltas, sofrerá (sofrerão) punições as instituições que não respeitarem 
a lei vigente. 
b) Novas taxas de juro, segundo os economistas internacionais, será (serão)anunciadas na próxima 
semana. 
c) Foi (foram)inaugurada ontem, depois de vários cancelamentos, novas obras da administração 
local. 
d) Prossegue (Prosseguem implacáveis) implacável as denúncias contra governantes e 
empreiteiros do nosso país. 
e) Não estão previstas, até o momento, novas datas para a realização das provas. 
 
02. Resposta D 
a) Errado - A bolsa brasileira, A argentina e A espanhola 
b) Errado - Pseuda-aristocracia, deveria ser Pseudo 
c) Errado - Os irmãos viajaram Sós. 
d) Correta - A concordância deste adjetivo poderá ser com mais próximo ou com os dois 
 
03. Resposta E 
UMA - Artigo Indefinido feminino singular 
BOA - Adjetivo feminino singular 
COMPETITIVIDADE - Substantivo feminino singular 
 
04. Resposta A 
''Meias verdades'' está correto, pois a palavra ''meia'' está concordando com o substantivo 
''verdades''. Porém, no trecho ''pessoa meia honesta'' está incorreto o emprego, posto que a 
palavra ''meia'' é invariável diante de um adjetivo. O correto, portanto, seria: 
 ''Meias verdades são como mentiras inteiras: uma pessoa meio honesta é pior que uma mentirosa 
inteira.''' 
Concordância Verbal 
 
O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as seguintes regras gerais: 
 
- O sujeito é simples: O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. 
Exemplos: 
 
Verbo depois do sujeito: 
“As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
 “Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco) 
“Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo) 
 
Verbo antes do sujeito: 
Acontecem tantas desgraças neste planeta! 
Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar. 
A quem pertencem essas terras? 
 
- O sujeito é composto e da 3ª pessoa 
 
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva geralmente este para o plural. Exemplos: 
“A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar) 
“Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar) 
“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte perene.” (Machado de Assis) 
É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular: 
- Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos: 
“A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto) 
“A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...” (Camilo Castelo Branco) 
“Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta serenidade?” (Graciliano Ramos) 
 
- Quando os núcleos do sujeito formam sequência gradativa: 
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. 17 
Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou a me apertar à alma. 
 
Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este poderá concordar no plural ou com o substantivo 
mais próximo: 
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Elisa?” (Jorge Amado) 
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.” (Ricardo Ramos) 
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus ministros.” (Carlos de Laet) 
 
Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural. 
 
- O sujeito é composto e de pessoas diferentes 
 
Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se flexiona no plural e na pessoa que tiver 
prevalência. (A 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevalece sobre a 3ª): 
“Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e eu = nós) 
“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós) 
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês) 
 
Muitas vezes os escritores quebram a rigidez dessa regra: 
- Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais próximo, quando este se pospõe ao verbo: 
 
“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Castelo Branco) 
“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus filhos.” (Machado de Assis) 
 
- Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + ele = vocês em vez de tu + ele = vós): 
 
“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett) 
“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto) 
 
As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor relativo, porquanto a escolha desta ou 
daquela concordância depende, frequentemente, do contexto, da situação e do clima emocional que 
envolvem o falante ou o escrevente. 
 
- Núcleos do sujeito unidos por ou 
 
Há duas situações a considerar: 
 
- Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais 
próximo: 
Paulo ou Antônio será o presidente. 
O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio. 
Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime. 
 
- O verbo irá para o plural se a ideia por ele expressa se referir ou puder ser atribuída a todos os 
núcleos do sujeito: 
“Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte a atravessavam de ponta a ponta.” 
(Aníbal Machado) (Tanto um grito, como uma gargalhada, atravessavam a cidade.) 
“Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-lhe.” (Camilo Castelo Branco) 
 
Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no singular: 
“A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos individuais.” (Vivaldo Coaraci) 
“Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique.” (Machado 
de Assis) 
“Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultoso dote.” (Viriato Correia) 
 
- Núcleos do sujeito unidos pela preposição com: Usa-se mais frequentemente o verbo no plural 
quando se atribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos do sujeito unidos pela 
preposição com. Exemplos: 
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Manuel com seu compadre construíram o barracão. 
“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Castelo Branco) 
“Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo Branco) 
 
Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevância ao primeiro elemento do sujeito e 
também quando o verbo vier antes deste. Exemplos: 
O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa. 
O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde. 
“Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com toda a corte.” (Luís de Camões) 
 
- Núcleos do sujeito unidos por nem: Quando o sujeito é formado por núcleos no singular unidos 
pela conjunção nem, usa-se, comumente, o verbo no plural. Exemplos: 
Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos. 
Nem eu nem ele o convidamos. 
“Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger a tanto.” (Alexandre Herculano) 
“Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar alto.” (Eça de Queirós) 
 
É preferível a concordância no singular: 
 
- Quando o verbo precede o sujeito: 
“Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores, nem a pompa das folhas verdes...” 
(Machado de Assis) 
Não o convidei eu nem minha esposa. 
“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem dinheiro, nem nada a ninguém.” (Guimarães 
Rosa) 
 
- Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser atribuído a um dos elementos do sujeito: 
Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Só uma cidade pode sediar a Olimpíada.) 
Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só um candidato pode ser eleito governador.) 
 
- Núcleos do sujeito correlacionados: O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito 
composto estão ligados por uma das expressões correlativas não só... mas também, não só como 
também, tanto...como, etc. Exemplos: 
Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” (Alexandre Herculano) 
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” (Alexandre Herculano) 
“Tanto Noêmiacomo Reinaldo só mantinham relações de amizade com um grupo muito reduzido de 
pessoas.” (José Condé) 
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o demovem do seu objetivo.” (Cassiano 
Ricardo) 
 
- Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém: Quando o sujeito composto vem resumido por um 
dos pronomes, tudo, nada, ninguém, etc. o verbo concorda, no singular, com o pronome resumidor. 
Exemplos: 
Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-lo. 
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, estouvado, tudo isso me levou a fazer uma 
coisa única.” (Machado de Assis) 
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo. 
 
- Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa: O verbo concorda no singular quando 
os núcleos do sujeito designam a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos: 
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João-ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!” 
(Carlos Drummond Andrade) 
“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica o registro, o protesto, em nome dos 
telespectadores.” (Valério Andrade) 
Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta. 
 
- Núcleos do sujeito são infinitivos: O verbo concordará no plural se os infinitivos forem 
determinados pelo artigo ou exprimirem ideias opostas; caso contrário, tanto é lícito usar o verbo no 
singular como no plural. Exemplos: 
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O comer e o beber são necessários. 
Rir e chorar fazem parte da vida 
Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o menino. 
“Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava trabalho.” (Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam) 
 
- Sujeito oracional: Concorda no singular o verbo cujo sujeito é uma oração: 
Ainda falta / comprar os cartões. 
Predicado Sujeito Oracional 
 
Estas são realidades que não adianta esconder. 
Sujeito de adianta: esconder que (as realidades) 
 
- Sujeito Coletivo: O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo no singular. Exemplos: 
A multidão vociferava ameaças. 
O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália. 
Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro. 
Um bloco de foliões animava o centro da cidade. 
 
Se o coletivo vier seguido de substantivo plural que o especifique e anteceder ao verbo, este poderá ir 
para o plural, quando se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos, efetuando-se uma 
concordância não gramatical, mas ideológica: 
“Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres penetraram na caverna...” (Alexandre 
Herculano) 
“Uma grande vara de porcos que se afogaram de escantilhão no mar....” (Camilo Castelo Branco) 
“Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no ar.” (Machado de Assis) 
“Havia na União um grupo de meninos que praticavam esse divertimento com uma pertinácia 
admirável.” (Carlos Povina Cavalcânti) 
 
- A maior parte de, grande número de, etc.: Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a 
maior parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., seguida de substantivo ou pronome no 
plural, o verbo, quando posposto ao sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, conforme se queira 
efetuar uma concordância estritamente gramatical (com o coletivo singular) ou uma concordância 
enfática, expressiva, com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito. Exemplos: 
A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gilberto Freire) 
“A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito juízo.” (Machado de Assis) 
“A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de carne e um prato de legumes.” (Ramalho 
Ortigão) 
“A maior parte dos nomes podem ser empregados em sentido definido ou em sentido indefinido.” 
(Mário Barreto) 
 
Quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos exemplos, a concordância se efetua no 
singular. Como se vê dos exemplos supracitados, as duas concordâncias são igualmente legítimas, 
porque têm tradição na língua. Cabe a quem fala ou escreve escolher a que julgar mais adequada à 
situação. Pode-se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural, efetuando a concordância não com 
a forma gramatical das palavras, mas com a ideia de pluralidade que elas encerram e sugerem à nossa 
mente. Essa concordância ideológica é bem mais expressiva que a gramatical, como se pode perceber 
relendo as frases citadas de Machado de Assis, Ramalho Ortigão, Ondina Ferreira e Aurélio Buarque de 
Holanda, e cotejando-as com as dos autores que usaram o verbo no singular. 
 
- Um e outro, nem um nem outro: O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda, de 
preferência, no plural. Exemplos: 
“Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...” (Hernâni Cidade) 
“Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.” (Machado de Assis) 
Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio. 
“Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diálogo.” (Fernando Namora) 
 
- Um ou outro: O verbo concorda no singular com o sujeito um ou outro: 
“Respondi-lhe que um ou outro colar lhe ficava bem.” (Machado de Assis) 
“Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machado de Assis) 
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“Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Raquel de Queirós) 
 
- Um dos que, uma das que: Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome que vem 
antecedido de um dos ou expressão análoga, o verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural: 
“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Alexandre Herculano) 
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós.” (Machado de Assis) 
“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que viviam em Roma.” (Moacyr Scliar) 
Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana. 
 
Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos escritores modernos. Todavia, não é prática 
condenável fugir ao rigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva no singular (fazendo-o 
concordar com a palavra um), quando se deseja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a entender que 
ele sobressaiu ou sobressai aos demais: 
Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros. 
“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originalidade e importância da literatura 
brasileira.” (João Ribeiro) 
 
Há gramáticas que condenam tal concordância. Por coerência, deveriam condenar também a 
comumente aceita em construções anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa? Quantos de 
nós somos completamente felizes? O verbo fica obrigatoriamente no singular quando se aplica apenas 
ao indivíduo de que se fala, como no exemplo: 
Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o único empregado que não sabe ler.) 
 
Ressalte-se, porém, que nesse caso é preferível construir a frase de outro modo: 
Jairo é um empregado meu que não sabe ler. 
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler. 
 
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em foco, o mais acertado é usar no plural o 
verbo da oração adjetiva: 
O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia. 
Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz. 
O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as secas. 
Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar a crise. 
 
Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas orações adjetivas explicativas, nas quais o 
pronome que é separado de seu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada pelo 
sentido da frase: 
Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi chamar o pai. (Só um menino estava 
sentado.) 
Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefatos, soltou um grito de protesto. (Todos os 
cinco homens assistiam à cena.) 
 
- Mais de um: O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será de rigor se o verbo exprimir 
reciprocidade, ou se o numeral for superior a um. Exemplos: 
Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha. 
Mais de um dos circunstantes seentreolharam com espanto. 
Devem ter fugido mais de vinte presos. 
 
- Quais de vós? Alguns de nós: Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos quais? quantos? 
Ou um dos indefinidos alguns, muitos, poucos, etc., seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo 
concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é mais lógico, na 3ª pessoa do plural: 
“Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cerqueira) 
“Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre Herculano) 
“...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passado?” (José de Alencar) 
Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe. 
 
Estando o pronome no singular (3ª pessoa) ficará o verbo: 
Qual de vós testemunhou o fato? 
Nenhuma de nós a conhece. 
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Nenhum de vós a viu? 
Qual de nós falará primeiro? 
 
- Pronomes quem, que, como sujeitos: O verbo concordará, em regra, na 3ª pessoa, com os 
pronomes quem e que, em frases como estas: 
Sou eu quem responde pelos meus atos. 
Somos nós quem leva o prejuízo. 
Eram elas quem fazia a limpeza da casa. 
“Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins) 
 
Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com o sujeito da oração principal: 
“Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias) 
“Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo Ramos) 
“És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias) 
“Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo Castelo Branco) 
 
A concordância do verbo precedido do pronome relativo que far-se-á obrigatoriamente com o sujeito 
do verbo (ser) da oração principal, em frases do tipo: 
Sou eu que pago. 
És tu que vens conosco? 
Somos nós que cozinhamos. 
Eram eles que mais reclamavam. 
 
Em construções desse tipo, é lícito considerar o verbo ser e a palavra que como elementos expletivos 
ou enfatizantes, portanto não necessários ao enunciado. Assim: 
Sou eu que pago. (=Eu pago) 
Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos) 
Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a salvaram.) 
Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste caso, tanto o verbo ser como o outro 
devem concordar com o pronome ou substantivo que precede a palavra que. 
 
- Concordância com os pronomes de tratamento: Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 
3ª pessoa, embora se refira à 2ª pessoa do discurso: 
Vossa Excelência agiu com moderação. 
Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo. 
“Espero que V.S.ª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco) 
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o tempo e os vassalos.” (Rebelo da 
Silva) 
 
- Concordância com certos substantivos próprios no plural: Certos substantivos próprios de forma 
plural, como Estados Unidos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando se 
usam com o artigo; caso contrário, o verbo concorda no singular. 
“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo Prado) 
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo. 
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões. 
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes. 
 
Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no singular, sobretudo com o verbo ser 
seguido de predicativo no singular: 
“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva) 
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por detrás do mago.” (Paulo Coelho) 
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso Luft) 
 
A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica, porque se efetua não com a palavra 
(Valkírias, Sertões, Férias de El-Rei), mas com a ideia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte-se, porém, 
que é também correto usar o verbo no plural: 
As Valkírias mostram claramente o homem... 
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e de protesto.” (Alfredo Bosi) 
 
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. 22 
- Concordância do verbo passivo: Quando apassivado pelo pronome apassivador se, o verbo 
concordará normalmente com o sujeito: 
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos. 
Gastaram-se milhões, sem que se vissem resultados concretos. 
“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva) 
“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessários à segurança dos postes...” (Camilo 
Castelo Branco) 
 
Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não devem ser seguidos: 
“Vendia-se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.” (Ricardo Ramos) 
“Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga) 
 
Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder e dever, na voz passiva sintética, o 
verbo auxiliar concordará com o sujeito. Exemplos: 
Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução verbal: podem cortar) 
Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (sujeito: livros; locução verbal: devem-se ler) 
“Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas memoráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.” 
(Sérgio Buarque de Holanda) 
“Em Santarém há poucas casas particulares que se possam dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida 
Garrett) 
 
Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a oração iniciada pelo infinitivo e, nesse caso, 
não há locução verbal e o verbo auxiliar concordará no singular. Assim: 
Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvores; predicado: não se pode) 
Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado: deve-se) 
 
Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher, tanto é lícito usar o verbo auxiliar no 
singular como no plural. Portanto: 
Não se podem (ou pode) cortar essas árvores. 
Devem-se (ou deve-se) ler bons livros. 
“Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo) 
“Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de Assis) 
 
- Verbos impessoais: Os verbos haver, fazer (na indicação do tempo), passar de (na indicação de 
horas), chover e outros que exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como impessoais, 
ficam na 3ª pessoa do singular: 
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato) 
“Havia já dois anos que nós não nos víamos.” (Machado de Assis) 
“Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco) 
“Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal malvado...” (Camilo Castelo Branco) 
 
- Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que forma locução com os verbos impessoais 
haver ou fazer: 
Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio. 
Vai haver grandes festas. 
Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não aceitar o cargo. 
Começou a haver abusos na nova administração. 
 
- O verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em grande quantidade), deixa de ser impessoal 
e, portanto concordará com o sujeito: 
Choviam pétalas de flores. 
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatribes.” (Carlos de Laet) 
“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de Andrade) 
“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” (Raquel de Queirós) 
 
- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, impessoal, por haver, existir. Nem faltam 
exemplos em escritores modernos: 
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um banco embaixo.” (José Geraldo Vieira) 
“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drummond de Andrade) 
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. 23 
 
- Existir não é verbo impessoal. Portanto: 
Nesta cidade existem (e não existe) bons médicos. 
Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas. 
 
- Concordância do verbo ser: O verbo de ligação ser concorda com o predicativo nos seguintes 
casos: 
 
- Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso, ou aquilo: 
“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo) 
“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis) 
Na mocidade tudo são esperanças. 
“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasil e Estados Unidos.” (Viana

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