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Sistema Cardiovascular I Objetivos • Conhecer as não lesões e lesões de pouco significado clínico e as alterações post mortem do coração. • Conhecer as principais anomalias do desenvolvimento cardíaco. Morfologia Normal • Órgão muscular cônico. • Quatro câmaras (átrios e ventrículos). • Saco fibroelástico (pericárdio). • Tamanho (espécie, sexo, idade, estado nutricional, condicionamento físico). – Cônico e alongado – equinos. – Arredondado – caninos. – 1% peso corporal (Filhote). – 0,3 a 0,8% peso corporal adulto. Alterações post-mortem • Alterações post-mortem: não são verdadeiras lesões, pois ocorrem após a morte em virtude de autólise e putrefação. Ventrículo esquerdo Ventrículo direito Vazio Coágulo Pouco sangue hemolisado Coágulo e sangue hemolisado Coágulo Coágulo Significado Presença de rigor mortis Passou o rigor mortis Insuficiência VE Rigor mortis Coágulo cruórico Coágulo lardáceo Coágulo lardáceo Embebição pela hemoglobina Não-lesões • Não-lesões: são aspectos morfológicos macro e microscópicos normais que podem ser interpretado como lesões quando não são conhecidos. Melanose • Pigmentação cinza-escura ou preta que ocorre em vários tecidos de quase todas as espécies. • Deposição de melanina. • Artéria pulmonar e aorta de ovinos. • Erroneamente interpretada como necrose ou hemorragia. Prof. Claudio Barros UFSM Nódulos de Arantius • Nódulos brancos, pequenos (1 a 2mm) situados no meio dos bordos livres das cúspides da válvula aórtica. são estruturas normais. • Mais visível em porcos e em outros animais. • Diferenciar em equinos de granulomas de Strongylus sp. e asperezas de fricção. Prof. Claudio Barros UFSM Ossos do coração • São dois ossos normais encontrados na base do coração de bovinos. • São ossos delgados, curvos e triangulares. • Confundidos com ossificação patológica. Prof. Claudio Barros UFSM Linfáticos do epicárdio • Especialmente em bovinos. • São estrias brancas proeminentes. • São erroneamente interpretadas como necrose. Prof. Claudio Barros UFSM Áreas pálidas no miocárdio • Ocorrem em cães e equinos jovens. • São áreas pálidas sem bordos distintos. • Várias doenças do coração são caracterizadas por áreas brancas bordos bem definidos no miocárdio. Manchas esbranquiçadas no miocárdio: cães e equinos Pontos Brancacentos – pó de giz • São pontos brancacentos distribuídos difusamente no endocárdio ventricular com aspecto de pó de giz. • Cães. • Causa desconhecida. • Sem significado patológico. Pontos brancacentos – pó de giz Causa desconhecida Lesões de pouca importância/ significado clínico • Lesões de pouco significado clínico: são aquelas lesões que não contribuem para o quadro clínico do animal e são apenas achados de necropsia ou histológicos incidentais, mas que algumas vezes podem ser confundidas com lesões importantes. Asperezas de fricção • Lesão comum vista nas cúspides da aorta de cavalos. • Causados pela fricção das válvulas. • São nódulos pares de 2 a 5mm de diâmetro localizados à mesma distância da inserção valvular no ponto de contato entre as duas cúspides tecido cicatricial. • Diferenciar de nódulo de Arantius que aparece ao centro de cada cúspide. Prof. Claudio Barros UFSM Edema das válvulas cardíacas • Espessamento da válvula cardíaca em até 5mm. • Achado comum na necropsia sem valor diagnóstico. • Todas as cúspides podem estar afetadas ou apenas uma ou duas. • Causa: desaceleração do fluxo sanguíneo no momento da morte morte com período agônico prolongado. • Diferenciar de endocardiose. Prof. Claudio Barros UFSM Hemorragias pericárdicas, endocárdicas e miocárdicas • Petéquias e sufusões ocorrem como fenômeno agônico no coração. grandes animais (pode ocorrer em pequenos animais). • Resultam do aumento da resistência da circulação periférica nos membros associada a contrações cardíacas vigorosas fase terminal de qualquer doença (independente da causa) + frequente no VE. Prof. Claudio Barros UFSM Hematocistos e cistos linfáticos valvulares • São cistos cheios de sangue ou líquido claro perto das cúspides valvulares da válvula atrioventricular direita. • Medem de 1 a 10 mm ou mais. • Malformações comuns em bovinos e suínos. vasos sanguíneos e linfáticos. • Quando pequenos podem ser reabsorvidos. • Quando grandes podem distorcer as válvulas e causar insuficiência valvular. Hematocisto Cisto linfático valvular Anomalias do desenvolvimento • Os distúrbios congênitos do coração e dos grandes vasos estão entre as anomalias congênitas mais frequentes dos animais domésticos. • Suspeita de alterações cardiovasculares congênitas exame do coração e dos grandes vasos in situ. Anomalias cardiovasculares congênitas • Na transição entre a vida fetal e a neonatal inúmeros ajustes ocorrem no sistema cardiovascular, que podem acarretar: – Falhas no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais. – Falhas no desenvolvimento valvular das válvulas. – Mau posicionamento dos grandes vasos. Malformações congênitas do coração e grandes vasos • Caninos – Ducto arterioso persistente/patente – Estenose pulmonar – Estenose sub-aórtica • Bovinos – Defeito nos septos ventriculares – Transposição de vasos • Suinos – Estenose sub-aórtica – Defeitos no endocardio • Felinos – Defeitos no endocardio – Insuficiência mitral congênita • Equinos – Raros – Tetralogia de Fallot Persistência do ducto arterioso • Um dos defeitos congênitos mais comuns, presente em todas as espécies, principalmente no cão. • Causa: indeterminada. • Função no feto: desviar sangue da artéria pulmonar para a aorta – pulmões colabados. • Após nascimento fechamento do ducto. – Equinos persiste por 5 dias após nascimento. – Sinais clínicos dependem do tamanho do ducto persistente. • Incidência três vezes maior em fêmeas que em machos. • Relação: 2,49 fêmeas em 1000 e 1,45 machos em 1000. Persistência do ducto arterioso • Fisiopatologia: – A comunicação entre a aorta e artéria pulmonar permanece aberta desvio do sangue do lado esquerdo pro lado direito. • Sinais clínicos: – Intolerância a exercício; – Tosse; – Fraqueza em membros pélvicos; – Cianose; – Taquicardia; – Retardo no crescimento. Persistência do ducto arterioso • Exame físico: – Auscultação do tórax sopro cardíaco. • Ecocardiografia – Diagnóstico definitivo visualização do ducto. • Macro: – Persistência do ducto. – Hipertrofia do VD e VE. – Congestão pulmonar. – Dilatação AE – Predisposição a trombose – turbilhonamento do fluxo. • Micro: normal Persistência do ducto arterioso Persistência do ducto arterioso - PDA Persistência do ducto arterioso - PDA Persistência do ducto arterioso - PDA Defeito do septo interventricular • Afecção mais comum em grandes animais. • Bovinos 14% das afecções cardíacas. • Sem causa definida. • Hereditária em bovinos Limousin e Hereford. • Abertura na porção do septo ventricular (comunicação livre entre VD e VE) falha no fechamento do septo durante a gestação e se mantém após o nascimento. • Sinais dependentes do tamanho do defeito achado de necropsia. • Sinais clínicos: – Taquipnéia, – Sopro e frêmito cardíaco (tremor ou vibração sentido à palpação), – Depressão, – Edema periférico, – Aumento do pulso da veia jugular, – Cianose, – Arritmia. Defeito do septo interventricular • Macro: – Hipertrofia ventricular direita e esquerda, – Defeito do septo. – Congestão pulmonar. • Micro: – Hipertrofia das miofribras cardíacas Defeito do septo interventricular