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A Filosofia Africana

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Escola Secundária da Vila Nova 
Trabalho de Filosofia 
IIIo Trimestre 
 
Curso Nocturno 
12a Classe 
Discente: 
 Nguiraze Cuamai Paulino…………………………………………………….No 70 
 
 
Tema: 
A Filosofia Africana e seus percussores 
 
 
Docente 
Matoque 
 
 
 
 
 
 
Chimoio, 13 de Setembro de 2018 
 
ESCOLA SECUNDÁRIA GERAL DA VILA NOVA 
Trabalho de Filosofia 
Curso Nocturno 
 
 
12a Classe 
Discente: 
 Nguiraze Cuamai Paulino…………………………………………………….No 70 
 
 
 
A Filosofia Africana e seus percussores 
 
 
Docente 
Matoque 
 
 
 
 
 
 
Chimoio, 13 de Setembro de 2018 
Índice 
1. Introdução .............................................................................................................................. 1 
2. Objectivos .............................................................................................................................. 1 
2.1. Objectivo geral ................................................................................................................ 1 
2.2. Objectivos específicos ..................................................................................................... 1 
3. Metodologia ........................................................................................................................... 1 
4. A Filosofia Africana............................................................................................................... 2 
4.1. Origem da Filosofia Africana.......................................................................................... 2 
4.2. Origem do mito da inferioridade do negro Kant, Hegel, Montesquieu, Hume e Brihul . 3 
4.3. Reacções e atitudes ocidentais ........................................................................................ 4 
4.4. O estatuto da oralidade e a filosofia em África ............................................................... 5 
4.5. Principais correntes da Filosofia Africana ...................................................................... 6 
4.5.1. O Pan-africanismo .................................................................................................... 6 
4.5.2. A Negritude .............................................................................................................. 7 
4.5.3. A Etnofilosofia.......................................................................................................... 7 
4.5.4. A Filosofia da Libertação ......................................................................................... 8 
4.6. A Sagacidade Filosófica .................................................................................................. 8 
5. A Filosofia Política Africana ................................................................................................. 9 
5.1. Negritude (filosofia cultural)........................................................................................... 9 
5.2. Filosofia profissional académica ................................................................................... 10 
5.3. A Filosofia Africana Moderna ...................................................................................... 10 
6. Conclusão............................................................................................................................. 12 
7. Referencias Bibliográficas ................................................................................................... 13 
 
 
1 
 
1. Introdução 
Em um sentido, a filosofia africana é explicada ou definida em oposição à filosofia em outros 
continentes, mas em particular à filosofia ocidental ou europeia. Assume-se que existe uma 
maneira de pensar ou um quadro conceitual que é exclusivamente africano e que é ao mesmo 
tempo radicalmente não europeu. Portanto, a filosofia africana é concebida como um corpo 
de pensamentos e crenças produzidos por essa maneira única de pensar. 
A filosofia africana é vista não como um fenómeno peculiarmente africano (pois a maioria 
dos problemas filosóficos transcendem os limites culturais e raciais), mas apenas como um 
corpus de pensamentos decorrentes da discussão e apropriação de ideias filosóficas autênticas 
por africanos ou dentro do contexto africano. A filosofia africana, neste sentido, é 
considerada em termos de contribuição africana passada, presente ou potencial para a 
filosofia no sentido estrito do termo. 
Neste presente trabalho, pretendo abordar sobre a Filosofia Africana, a origem da filosofia 
africana, origem do mito da inferioridade do negro segundo alguns filósofos como Kant, 
Hume, Montesquieu, reacções e atitudes ocidentais, as correntes da filosofia africana, o 
estatuto da horalidade em África, Sagacidade filosófica, A Filosofia Política Africana, a 
filosofia cultural (negritude), a filosofia profissional académica e a filosofia moderna. 
2. Objectivos 
2.1. Objectivo geral 
 Compreender a Filosofia Africana com vista em alguns filósofos 
2.2. Objectivos específicos 
 Conceituar a Filosofia Africana; 
 Analisar o Origem do mito da inferioridade do negro segundo alguns filósofos; 
 Descrever as principais correntes da Filosofia Africana. 
3. Metodologia 
Para a realização deste trabalho, utilizou-se o método de revisão de abordagem (revisão 
bibliográfica), que consiste na recolha de informações de sites da internet, assim como 
informações dos livros. 
2 
 
4. A Filosofia Africana 
A filosofia é essencialmente uma actividade reflexiva. Filosofar é reflectir sobre a 
experiencia humana para responder algumas questões fundamentais a seu respeito. Quando o 
ser humano reflecte buscando a si mesmo ou o mundo que a cerca, ele está tomada pelo 
"espanto" e essas questões fundamentais surgem na sua mente. 
A filosofia africana é usada de diferentes formas por diferentes filósofos. Embora os filósofos 
africanos gastam seu tempo fazendo o trabalho nas mais diversas áreas, tais como a 
metafísica, epistemologia, filosofia moral, filosofia política, uma grande parte da literatura é 
retomada com um debate sobre a natureza da filosofia Africano si mesmo e se ele de facto 
existe. Na primeira visão, a filosofia africana seria aquela que envolve temas africanos ou que 
utiliza métodos que são distintamente africanos. Na segunda visão, a filosofia africana seria 
qualquer filosofia praticada por africanos ou pessoas de origem africana. 
O terceiro passo é tomado quando o ser humano começa a reflectir sobre estas questões 
fundamentais na busca de respostas. Neste estágio, o homem em questão está filosofando, se 
ele registar suas reflexões temos por escrito um trabalho filosófico. 
4.1. Origem da Filosofia Africana 
De fato as reflexões filosóficas de pensadores africanos não foram preservadas ou 
transmitidas através de relatos escritos; a verdade é que esses filósofos permanecem 
desconhecidos para nós. 
Porém, isso não significa que eles não tenham existido; nós temos fragmentos de suas 
reflexões filosóficas e suas perspectivas foram preservadas e transmitidas por meio de outros 
registos escritos como mitos, aforismos, máximas de sabedoria, provérbios tradicionais, 
contos e, especialmente, através da religião. 
Portanto, estas reflexões e pontos de vista têm transformado, ao longo dos anos durante o 
processo de transmissão, parte do modo de vida africano, da cultura e património africanos. 
Porém, os autores de perspectivas originais e individuais permanecem desconhecidos para 
nós. Ainda que nós saibamos que essas perspectivas têm sido fruto de profundas e 
interessantes reflexões de alguns pensadores africanos no passado. 
A filosofia tradicional africana surgiu a partir de pensadores individuais, filósofos que 
reflectiram sobre questões fundamentais que surgiram da experiência humana. Professor 
3 
 
Wiredu diz que elas são propriedades de todos; mas, isso não que elas foram produzidas por 
todos. 
A filosofia africana não deve ficar restritaà filosofia tradicional, devemos incluir filósofos 
africanos contemporâneos como Kwame Nkrumah, Leopold S. Senghor, Nyerere e Kwasi 
Wiredu. Os três primeiros são pessoas públicas que têm contribuído imensamente com a 
filosofia política africana contemporânea, o último nome, Kwasi Wiredu, é um filósofo 
académico, professor de filosofia. Sem dúvida, existem outros filósofos em departamentos de 
filosofia por toda a África. 
4.2. Origem do mito da inferioridade do negro Kant, Hegel, Montesquieu, Hume e 
Brihul 
O povo africano foi vítima da colonização europeia, assim, estamos a entrar na questão 
histórica. Com as viajem apelidadas “descobrimento” os europeus conheceram ouros povos 
que foram julgados em comparação com os usos e costumes da cultura ocidental, com mais 
destaque ao povo negro o qual estaremos falando relacionalmente as estas culturas. 
A teologia, a filosofia e o direito desempenharam em papel fundamental neste processo a 
saber: 
Teologia, definiu o povo negro como descendente de Cham, um homem que viu a nudez do 
seu pai. Portanto, o homem negro aparece como símbolo de maldição. Neste caso, o negro 
pertenceria a geração dos condenados de Deus. 
Na filosofia, Voltaire afirma, na sua obra história do século XIV, que o povo mais elevado é 
o francês e o mais baixo é o africano. 
Temos também a declaração de alguns filósofos como: 
David Hume, (1711-1776) filosofo empirista inglês. Se por um lado duvidava da veracidade 
(muito comum na sua época). De que os negros eram por natureza inferiores aos brancos, por 
outro lado mostrou-se duvidoso para reconhecer a sua racionalidade. Para ele, raramente se 
encontra pessoas civilizadas entre os negros, nem sequer um indivíduo que tinha-se 
notabilizado na acção ou na especulação. 
Charles de Montesquieu (1689-1755) afirma que o negro não tem alma. Já em 1748 aludia a 
dificuldade de admitir a humanidade dos negros porque de contrário implicaria colocar sob 
suspeito o carácter cristão dos europeus (dados as torturas a que os europeus lhes sujeitaram). 
4 
 
Emanuel Kant (1720-1804) – não escapou a tendência de fazer uma leitura comparando as 
restantes raças em função da raça branca-europeia. Ele classificou quatro raças dispostas da 
seguinte ordem hierárquica: Raça branca, amarela, negra, e rosa. A classificação das raças 
corresponde a uma ordem inversa de inferioridade das raças de tal sorte que a raça negra 
situa-se apenas um pouco acima da dos índios. Na opinião de Kant, essa inferioridade racial e 
hereditária, portanto, biológico. 
Levy-Brihul (1857-1939) – antropólogo francês, dedicou alguns ânus da sua vida a estudo 
dos povos africanos. A sua tese e que o povo africano possui uma mentalidade primitiva, pré-
lógico, não conceptual. Mais tarde, numa publicação póstuma (Les Carnets de 1949) ele 
aparece a retratar a sua tese, admitindo a coexistência de ambas mentalidades no homem 
negro: A primitiva e científica. 
Georg Hegel (1970-1831) O pensamento de Hegel sobre a África determinou sobremaneira a 
ideia geral dos europeus sobre os africanos, como povos de religião, economia, administração 
e lógica inferior, povos com atributos de “primitivos” e “selvagens”. Para Hegel a África 
subsariana é inocente, não conhece a razão os seus povos não são capazes de filosofar. Aliás, 
eis alguns períodos retirados do seu livro a razão na história: “O africano não pensa, não 
reflecte, não raciocina sem necessidades. Possui uma memoria prodigiosa, grandes dotes de 
observação e de limitação, uma grande felicidade do uso da palavra. Mas as sua capacidades 
de raciocinar e de invenção continuam adormecidos. Elaborar um plano esta acima das suas 
capacidades. Para Hegel os africanos são povo sem história e, por consequência, desprovidos 
de humanidade. 
4.3. Reacções e atitudes ocidentais 
Não restam dúvidas, portanto de que o ocidente desencadeou uma teoria de dominação que 
gerou um profundo complexo de inferioridade nos africanos. George Padmore, diz que este 
facto provocou uma crise no pensamento, na palavra e no agir do homem africano. O 
africanista promovia, direita ou indirectamente, uma antropologia triunfalista, cujas teorias e 
doutrinas exaltavam ema classe que se auto proclamava herdeira exclusiva da humanidade 
inteira. 
Por esta razão arrogava-se o direito de destruir, assumir ou “esmagar” os outros povos. Este 
tipo de antropologia poderia ser classificada como um verdadeiro “vandalismo” cultural, 
narcisista agressiva e destruidor, como defende Lecrec na sua obra crítica da antropologia. 
5 
 
A conquista mas tarde as ciência sócias e humanas realizaram novas abordagens adoptando 
uma visão em relação as culturas não-ocidentais. Passaram a reconhecer que toda cultura 
representa uma determinada civilização, independentemente da sua localização geográfica, 
histórica, social e económica. Contudo, não nos podemos esquecer de que o período em que a 
população africana viveu todas estas discriminações foi tão longo e profundo que ainda hoje 
estas se encontram bem vivas na sua memória. 
Tal condiciona o seu comportamento. Este fenómeno não só influenciou a mentalidade 
Europeia, como também deixou marcas na mentalidade do próprio povo negro. Visto que a 
sua auto-estima ficou verdadeiramente afectada. A intervenção do filosofo africano ganha 
efeito dando a projecção do futuro homem africano, consciencializá-lo que ele e igual ao 
branco seu patrão. 
Esta tarefa difícil e árdua continua a ser realizada pelo filósofo africano. O pensamento 
autêntico negro não se pode compreender se não pela referencia a qual já foi anteriormente a 
implementação das religiões reveladas, o cristianismo e o islão de hoje esta muito 
impregnado. 
Os seres estão hierarquizados até um ser supremo que por vezes e confundido com um 
ancestral. São todas energias vivas, forcas que estão submetidas ao principio da interacção e 
que como as forca na física e na mecânica podem adicionar se, destruir se e neutralizar-se. O 
reverendo Tempels designava-os «forcas vitais» na sua interpretação da filosofia banto. 
4.4. O estatuto da oralidade e a filosofia em África 
Uma das questões mais discutidas entre os pensadores africanos é a questão do estatuto da 
oralidade africana. 
Entre os filósofos africanos de hoje parece haver duas escolas básicas de pensamento acerca 
deste tema. A primeira sustenta que a filosofia africana é um pensamento especulativo que 
subjaz nos provérbios, nas máximas, nos costumes e que os africanos de hoje herdaram dos 
seus antepassados através da tradição oral. Deste modo a função, a função do filósofo 
africano, no que se refere à filosofia africana, é a de coleccionar, interpretar e difundir os 
provérbios, contos folclóricos, mitos assim como outro material deste tipo. 
O representante mas distinto desta escola é John Mbiti. Ele diz que a África embora exista 
filosofia Africana, esta encontra-se desenvolvida modernamente no conhecimento e reflexão, 
em contra partida acentuada a importância do debate e a inevitabilidade do pluralismo: Paulin 
6 
 
Hountondji um dos pensadores da segunda escola “ African philosophy, Myth and reality 
(1974) ”. 
Outro aspecto que os filósofos africanos têm debatido é o que parece sustentar que em África, 
embora exista filosofia não há filósofos; que dizer, em África a filosofia é integralmente 
colectiva, comunal e não uma actividade individual. 
Este enfoque da filosofia humana também não considera a interpretação do pensamento 
comunal tradicional como sendo uma realização adequada à função crítica da filosofia. Em 
contrapartida, acentua a importância do debate e a inevitabilidade do pluralismo. 
Hountondji dá ênfase especial à importância que tem a escrita na criação de uma tradição 
filosófica moderna. A filosofia africana segundo este autor é um tipo de literatura produzido 
por africanos e que versa sobre problemas africanos. 
Para esta tendência é atribuída um discursoque se assenta no humanismo e na visão holística 
das culturas africanas e na possibilidade de se resgatar o passado africano que se via acaba 
com a colonização. 
4.5. Principais correntes da Filosofia Africana 
As principais correntes da filosofia africana são: Pan-africanismo, Negritude, Etnofilosofia, 
Filosofia da libertação. 
4.5.1. O Pan-africanismo 
O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como 
forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular 
entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século 
XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-
africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos 
africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais 
recentes. 
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora 
americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de 
meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois e Marcus Mosiah Garvey, 
entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame 
Nkrumah. 
7 
 
Normalmente se consideram Henry Sylvester Williams e o Dr. William Edward Burghardt 
Du Bois como os pais da Pan-Africanismo. No entanto, este movimento social, com várias 
vertentes, que têm uma história que remonta ao início do século XIX. O Pan-Africanismo tem 
influenciado a África a ponto de alterar radicalmente a sua paisagem política e ser decisiva 
para a independência dos países africanos. Ainda assim, o movimento tem conseguido dois 
dos seus principais objectivos, a unidade espiritual e política da África, sob o pretexto de um 
Estado único, e pela capacidade de criar condições de prosperidade para todos os africanos. 
4.5.2. A Negritude 
Negritude, foi o nome dado a uma corrente literária que agregou escritores negros 
francófonos e também uma ideologia de valorização da cultura negra em países africanos ou 
com populações afro-descendentes expressivas que foram vítimas da opressão colonialista. 
Considera-se geralmente que foi René Maran, autor de Batouala, o precursor da negritude. 
Todavia, foi Aimé Césaire quem criou o termo em 1935, no número 3 da revista L'étudiant 
noir ("O estudante negro"). 
A negritude insere-se no pan-africano, mas e imbuída de um carácter cultural e literário. Tal 
como o pan-africano nasceu fora de África, os mentores deste projecto eram membros de 
profissões liberais. 
Em suma, a negritude também tinha pretensões políticas, conquanto protestava contra a 
atitude colonialista, lutando pela emancipação do povo, a título de exemplo o poema de 
Noémia de Sousa, let my people go/ deixa passar o meu povo. 
4.5.3. A Etnofilosofia 
O termo Etnofilosofia tem sido usado para designar as crenças encontradas nas culturas 
africanas. Tal abordagem trata a filosofia africana como consistindo em um conjunto de 
crenças, valores e pressupostos que estão implícitos na linguagem, práticas e crenças da 
cultura africana e como tal, é visto como um item de propriedade comum. Um dos defensores 
desta proposta é Placide Tempels, que argumenta em filosofia bantu que a metafísica do povo 
Bantu são reflectidas em suas linguagens. Segundo essa visão, a filosofia africana pode ser 
melhor compreendido como surgindo a partir dos pressupostos fundamentais sobre a 
realidade reflectida nas línguas da África. 
8 
 
4.5.4. A Filosofia da Libertação 
A Filosofia da Libertação é uma Filosofia Latino-americana que nasceu como movimento 
filosófico na América Latina, inclusive foi o primeiro movimento que problematizou a 
possibilidade de uma Filosofia Latino-Americana e por isso, há uma discussão se a Filosofia 
Latino-Americana só o é, se Filosofia da Libertação. 
O Movimento se mostra, notadamente entre os anos 1960 e 1970 (há controvérsias sobre a 
data), nasce como correlato filosófico da Teologia da Libertação, Pedagogia do Oprimido, 
Psicologia da Libertação, Sociologia da Libertação, Direito da Libertação (Direito 
Alternativo), Antropologia da Libertação, Economia da Libertação... 
Tem como um de seus momentos marcantes a publicação em 1968 da obra Existe uma 
filosofia da nossa América, pelo peruano Augusto Salazar-Bondy. Em seu texto (não 
traduzido para o português), o autor faz um apanhado histórico e defende uma tese que afirma 
a inexistência de uma filosofia propriamente latino-americana. Em resposta, o mexicano 
Leopoldo Zea publica, em 1969, 
4.6. A Sagacidade Filosófica 
A sagacidade filosófica (Sage Philosophy, literalmente "filosofia do sábio") é uma espécie de 
visão individualista da Etnofilosofia. 
Foi criada na década de 1970 por Henry Odera Oruka e consiste no registo das crenças dos 
"sábios" das comunidades tradicionais africanas. A premissa aqui é que, embora a maioria 
das sociedades exija algum grau de conformidade de crença e comportamento de seus 
membros, alguns desses membros (os sábios) chegam a níveis superiores de conhecimento e 
entendimento de suas culturas e visão de mundo. Em alguns casos, o sábio vai além do mero 
conhecimento e compreensão, atingindo a reflexão e o questionamento, tornando-se, então, 
exemplo de sagacidade filosófica. 
Os críticos dessa abordagem argumentam que nem todos os questionamentos e reflexões são 
filosóficos. Além disso, se a filosofia africana for definida apenas em termos de sagacidade 
filosófica, então os pensamentos dos sábios não poderiam se enquadrar na filosofia africana, 
pois não foram obtidos de outros sábios. Também, por esse ponto de vista, a única diferença 
entre os antropólogos não africanos e os filósofos africanos seria apenas a nacionalidade do 
pesquisador. 
9 
 
5. A Filosofia Política Africana 
Por filosofia política africana entende-se o conjunto de pensamento a emancipação e o 
conhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente, quer fora dele. A filosofia 
política africana contém o pensamento de vários autores e tem com objectivo a libertação 
física e psíquica do julgo colonial do continente africano. 
Esta corrente é constituída de um grupo de escritores e intelectuais africanos que, em serem 
propriamente filósofos políticos no sentido moderno do termo – com que se apelidam 
pensadores como Maquiavel ou Hobbes, Locke, Rousseau ou Montesquieu, entre outros, 
dedicaram-se a reflectir sobre o regime de governo que fosse apropriado aos povos africanos, 
que respeitasse e salvaguardasse os seus valores culturais, entre outros assuntos. 
Ou seja, este grupo, constituído principalmente por figuras políticas como Kwame Nkrumah, 
Julius Nyerere, Kenneth e Albert Luthuli, para mencionar apenas uns poucos, interessa-se por 
criar um futuro socioeconómico e político para África. Uma vez mais, excepção deve ser feita 
a Senghor, que além de político, é poeta e filósofo por direito próprio. 
Não obstante, estes escritores encontram-se numa situação politicamente privilegiada, pois, 
no meio do povo predominantemente analfabeto ou sem educação, têm um horizonte muito 
mais amplo para a criatividade política. Seus povos vêem-nos como mestres, figuras paternas 
e, às vezes, como os sábios “Filósofos-reis” de Platão. 
5.1. Negritude (filosofia cultural) 
A negritude insere-se no pan-africano, mas e imbuída de um carácter cultural e literário. Tal 
como o pan-africano nasceu fora de África, os mentores deste projecto eram membros de 
profissões liberais, Estudantes, eclesiásticos, intelectuais e políticos. A negritude pretendia a 
união de todos os negros. 
Aimé Césaire, Leopold Senghor, e mais tarde a revista presencie africane e os congressos de 
escritores e artistas negros dão a ideia da unidade africana sob formal cultural. Os maiores 
impulsionadores da negritude (Césaire, senhor, damas), resumiram o projecto em 3 conceitos: 
identidade – consisteem o negro assumir plenamente a sua condição; fidelidade – atitude que 
traduz a ligação do Homem negro a terra-mãe; solidariedade – sentimentos que liga 
secretamente todos os irmãos negros. 
10 
 
Em suma, a negritude também tinha pretensões políticas, conquanto protestava contra a 
atitude colonialista, lutando pela emancipação do povo, a título de exemplo o poema de 
Noémia de Sousa, let my people go/ deixa passar o meu povo. 
5.2. Filosofia profissional académica 
A filosofia académica ou também filosofia profissional, entende a filosofia como uma área do 
saber humano que se caracteriza por um caminho particular de pensar, reflectir e raciocinar, 
dentro de uma orientação geral. 
Em relação à África, não é tarefa fácil traçar um perfil dessa filosofia académica moderna 
devido à dificuldade de comunicação. Assistimos ainda na fase da época colonial à 
institucionalização da Etnofilosofia e teologia africanista como pensamento filosófico em 
algumas universidades sob influência da igreja católica. Encontramos a filosofia analítica em 
universidades da área colonial britânica, a filosofia de origem francesa na respectiva área 
colonial, ou, parafraseando as palavras iniciais de Fanon, as bandeiras filosóficas das nações 
colonizadoras marcam presença nas poucas universidades que o poder colonial institui. 
Neste trabalho, Hountondji e Wiredu representam diferenças do pensamento filosófico 
académico, para além também do seu enraizamento nas e do relacionamento intelectual real 
com as suas respectivas culturas de origem. Hountondji vem do marxismo académico francês, 
Wiredu, em contrapartida, da filosofia analítica inglesa, proveniências académicas e culturais 
essas que também se traduzem nos modos de referenciar as suas origens culturais. 
Hountondji é considerado o „Decano‟ da filosofia académica moderna em África por muitos 
intelectuais africanos - sobretudo por aqueles radicados em países europeus e americanos -, 
constituindo o seu trabalho um in/discutível ponto de referência. 
5.3. A Filosofia Africana Moderna 
Houve filosofia pré-modernista na África Subsaariana. O ganês Anton Wilhelm Amo é um 
importante representante. Ele foi levado pela Companhia das Índias Orientais para a Europa, 
onde adquiriu diplomas nas áreas da medicina e da filosofia, chegando a leccionar na 
Universidade de Jena. 
Em termos de filosofia política, a independência da Etiópia e o exercício da independência 
dos nativos africanos frente ao colonialismo europeu serviram como gritos de guerra no final 
do século XIX e início do século XX, e foram determinantes para os movimentos de 
independência de grande parte dos países africanos durante o século XX. 
11 
 
O filósofo queniano Henry Odera Oruka distinguiu o que ele chama de quatro tendências na 
filosofia africana moderna: Etnofilosofia, sagacidade filosófica, filosofia ideológica 
nacionalista e filosofia profissional. 
Mais tarde, Oruka adicionaria mais duas categorias: a filosofia literária/artística, que teve 
representantes como Ngugi wa Thiongo, Wole Soyinka, Chinua Achebe, Okot p'Bitek, e 
Taban Lo Liyong; e a filosofia hermenêutica. 
Maulana Karenga é um dos principais filósofos. Ele escreveu um livro de 803 páginas 
intitulado "Maat, o ideal moral no Egipto Antigo". 
 
12 
 
6. Conclusão 
Neste trabalho, depois de ter feito a leitura do trabalho, conclui que A filosofia, enquanto 
resultado dos trabalhos individual dos filósofos, é um factor essencial para passar da 
“reprodução do conhecimento” para a “produção de pensamento”, tarefas primordiais, em 
primeiro lugar, das instituições universitárias, tanto da Europa como da África. 
A filosofia africana entende que a conceptualização do universal e do particular com a sua 
origem histórica no pensamento europeu tem criado obstáculos normativos à compreensão do 
pensamento, da cultura e da história africanas na sua verdadeira dimensão humana. 
A juventude do continente africano e a aparição de autênticos filósofos africanos cujo 
crescimento é exponencial numa região que será, dentro de algumas décadas, a mais populosa 
e jovem do mundo (2 mil milhões de habitantes antes do fim de século XXI, mais numeroso 
do que a China ou a Índia), abrirá caminho a uma nova modernidade que não poderá deixar 
de favorecer a própria universalidade dos valores e a eficácia dos princípios. 
Revisitar o passado não é certamente um exercício inútil. As lições que for possível tirar da 
sabedoria (ou da filosofia) das sociedades tradicionais africanas, mesmo as de conteúdo 
considerado metafísico ou teológico-filosófico, como no caso do estudo de Placide Tempels, 
podem revelar percepções – ou estimular intuições – que favoreçam novas hermenêuticas, 
motivando ideias criativas assentes na realidade concreta reinterpretada que poderão ajudar a 
encontrar respostas até aqui inexistentes. 
A importante crítica de Paulin Hountondji, natural da Costa do Marfim, à Philosophie 
Bantoue de Placide Tempels (que nos vai tomar aqui algum tempo), classificando-a, no plano 
científico, não como obra filosófica do ponto de vista científico mas como uma Etnofilosofia 
(generalização abstracta de uma interpretação metafísica da etnologia) parece ter alguma 
justificação embora ela não chegue a pôr em causa a importância da obra de Temples, a sua 
boa-fé pessoal, nem tão pouco a percepção fundamentalmente anti-racista no propósito desse 
missionário. 
Outro crítico da obra de Tempels é o filósofo camaronês Fabien Eboussi Boulaga. Passo 
sobre a crítica excessiva feita por Serequeberhan13, natural da Eritreia, que não se me afigura 
ser de inteira boa-fé. Em compensação, o talentoso V.Y Mudimbe (congolês) é mais 
moderado e tolerante. 
13 
 
7. Referencias Bibliográficas 
GEQUE, Eduardo & BIRIATE, Manuel, pré-universitário-filosofia 12. 1ª Edição. Maputo, 
Longman Moçambique Lda., 2010. 
UNESCO (org.). (1979). Sociopolitical aspects of the palaver in some African countries. 
Paris: UNESCO 
Ngoenha, S. E. (1993). Das independências às liberdades: Filosofia africana. Maputo: 
Edições Paulistas – África. 
https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/principais-corrente-da-filosofia.html 
https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/etnofilosofia-trabalho-elaborado-por.html 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhN50AE/filosofia-11-12-classe?part=7 
"https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Filosofia_africana&oldid=5305245"5 
 
 
 
 
https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/principais-corrente-da-filosofia.html
https://vieiramiguelmanuel.blogspot.com/2015/06/etnofilosofia-trabalho-elaborado-por.html
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhN50AE/filosofia-11-12-classe?part

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