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Petição Direito Penal Seção 3 unidade III

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE
Processo nº: XXXXXXXX
Autor: Ministério Público do Estado do Ceará
Réu: José Percival da Silva
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente por meio de seu procurador infra-assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de mandato anexo, com endereço profissional à (endereço), onde recebe intimações, apresentar as 
CONTRARRAZÕES EM SENTIDO ESTRITO
por não se conformar com o recurso interposto pelo Ministério Público Estadual.
O Ministério Público do estado do Ceará interpôs recurso em sentido estrito contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, onde o Exmo. Juiz rejeitou a denúncia no tocante à imputação de associação criminosa por não preencher os requisitos legais para tal decretação, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.
Termos em que,
Pede deferimento
Conceição do Agreste/CE
Advogado: XXX
OAB n°: XXX-XX
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR(A) PRESIDENTE(A) DO EGRÈGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Processo n° XXXXXXXXX
Recorrente: Ministério público
Recorrido: José Percival da Silva
COLENDA TURMA
DOUTO JULGADORES
NOBRES PROCURADORES
DOS FATOS
O Réu está sendo processado, pela __ Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, pelos crimes de; corrupção passiva disposto no art. 317 e associação criminosa disposto no art. 288 do Código penal, onde o Réu nega todas as acusações. Contudo, o Exmo. Dr. Juiz com seu douto saber jurídico e com o alicerce da lei ao analisar a resposta preliminar, acatou parcialmente as teses e recebeu apenas a denúncia em relação à corrupção passiva, rejeitando assim, a denúncia no tocante à associação criminosa (art. 288 do CP) por ausência de justa causa para a ação penal, conforme art. 395, III do CPP.
DO DIREITO
A lei 12.850/2013 trouxe uma nova redação ao art. 288 do Código Penal, abolindo o antigo título do delito (quadrilha ou bando) para adotar a nova denominação de associação criminosa.
 Inseriu-se a expressão “fim específico” apenas para sinalizar o caráter de estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo-a do mero concurso de pessoas para o cometimento de um só delito. 
Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes (no plural, o que demonstra a ideia de durabilidade), assim o faz de maneira permanente e indefinida, vale dizer, enquanto durar o intuito associativo dos integrantes.
A decisão do Exmo. Dr. Juiz foi totalmente ao encontro no que dispõe a lei, pois não preenchendo os requisitos do art. 288 do CP, não há que se falar em associação criminosa.
 Deste modo, havendo a prática de um único fato e, portanto, de um único crime, não estará caracterizada a tipicidade específica do artigo 288 do CP. Esse é, inclusive, o entendimento da jurisprudência pátria:
STF: DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE QUADRILHA. CONFIGURAÇÃO TÍPICA. REQUISITOS.
 Para a configuração do crime de associação criminosa do art. 288 do Código Penal brasileiro, exige-se a associação de mais de três pessoas "para a prática de crimes", não sendo suficiente o vínculo para a prática de um único ato criminoso.
 É o que distingue, principalmente, o tipo de associação criminosa da figura delitiva assemelhada do crime de conspiracy do Direito anglo-saxão que se satisfaz com o planejamento da prática de um único crime. 
Se, dos fatos tidos como provados pelas instâncias ordinárias, não se depreende elemento que autorize conclusão de que os acusados pretenderam formar ou se vincular a uma associação criminosa para a prática de mais de um crime, é possível o emprego do habeas corpus para invalidar a condenação por esse delito, sem prejuízo dos demais.
 Habeas corpus concedido e estendido de ofício aos coacusados em idêntica situação. (HC 103.412/SP – Rel. Min. Rosa Weber – dj. 19/06/2012)
Portanto, não se caracteriza os elementos que constituem o crime de associação criminosa.
DOS PEDIDOS
· Que a Colenda Turma não conheça o presente recurso em sentido estrito apresentado pelo Ministério Público Estadual
2.Que seja mantida a respeitável decisão impugnada pelo Exmo. Dr. Juiz, que, aliás, sustenta-se por seus próprios fundamentos, aqui tão-somente expandidos, negando-se provimento ao recurso do Ministério Público, com o que se preservará a Justiça.
Termos em que,
 Pede deferimento.
 
Conceição do Agreste/CE 
(dia/mês/ano) 
Nome do Advogado
E inscrição na OAB
 [assinado digitalmente]

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