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1 Exoesqueleto de quitina recoberto por tegumento; Desenvolvimento: ovo > larva > pupa > adulto (podendo ser hemi ou holometabólico); Possuem lipídios no exoesqueleto que regulam a entrada e saída de água (adaptação). Corpo constituído por gnatossoma e idiossoma; Famílias estudadas: Argasidae e Ixodidae; Argasidæ: carrapatos moles – superfície dorsal NÃO esclerotizada; Ixodidæ: carrapatos duros – superfície dorsal esclerotizada – escudo presente; Alimentação: basicamente sangue (larvas se alimentam de linfa); Importância: espoliam, são vetores de agentes patogênicos, podem causar paralisia do carrapato e dermatoses; Características: introduzem o hipóstomo na picada, quelíceras ajudam a cortar a pele, os palpos possuem função tátil, o órgão de Haller detecta CO2, áreas porosas liberam substâncias que hidratam vos ovos e a oviposição é feita próximo ao poro genital com os ovos saindo ventralmente; Morfologia: argasídeos possuem tegumento coriáceo e ixodídeos possuem tegumento mamilonado, argasídeos possuem capítulo localizado ventralmente (não visível dorsalmente) enquanto ixodídeos possuem o capítulo localizado anterodorsalmente e uma estrutura respiratória chamada espiráculo, sulco anal que pode se localizar anterior ou posteriormente ao ânus. Principal característica que diferencia larvas de ninfas, larvas – 3 pares de pernas e ninfas – 4 pares de pernas, ambas não possuem poro genital. - São os chamados carrapatos moles ou “soft tricks”; - Principais gêneros: Argas, Antricola, Nothoaspis, Ornithodous, Otobius, sendo Argas, Ornithodorus e Otobius os mais comuns. Gênero Argas: → Espécie mais comum: A. miniatus – parasita de aves; → Desenvolvimento: 1 hospedeiro na fase larval, 2 na fase ninfal e número indefinido na fase adulta; → Morfologia: corpo achatado dorsoventralmente, com margens achatadas, tegumento coriáceo e rugoso, olhos ausentes e sexos ♀♂ semelhantes. Gênero Ornithodorus: → Espécies descritas no Brasil: O. brasiliensis, O. nattereri, O. rostratus, O. talaje, O. dunni, O. jul; → Desenvolvimento: vivem no solo, onde as fêmeas depositam os ovos, cujas larvas eclodidas mudam para ninfa ainda no ambiente e, adultos, parasitam animais domésticos e o homem; → Morfologia: possui as margens laterais do corpo arredondadas, não havendo distinção demarcada entre face dorsal e ventral, possuem hipóstomo bem desenvolvido e os ovos são muito resistentes, pois recebem uma camada cimentante na ovipostura que é à prova d’água. Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 2 Gênero Otobius: → Espécie conhecida: O. megnini, que parasita o ouvido médio de bovinos, preferencialmente; → Adultos não são parasitas; → Morfologia: possuem tegumento granuloso no estágio adulto e espinhoso no estágio ninfal, os sexos ♀♂ são semelhantes, olhos ausentes e hipóstomo bem desenvolvido em ninfas e vestigial em adultos. - São os chamados carrapatos duros ou “hard tricks”; - Possuem sulco anal, que serve como chave de identificação; - Desenvolvimento ocorre através de ovo, larva, ninfa e adultos; - Etapas do desenvolvimento: ovo > neolarva > metalarva > neoninfa > metaninfa > ♀: neógina (sexualmente imatura) > partenógina (sexualmente madura) > teleógina (ingurgitada com sangue) > quenógina (com ovos); ♂: neandro (sexualmente imaturo) > gonandro (sexualmente maduro); - O escudo recobre toda a superfície dorsal dos machos ♂ e apenas o terço anterior das fêmeas ♀ (devido ao ingurgitamento); - Classificação de acordo com o número de hospedeiros: Monoxenos: alimentam-se do mesmo hospedeiro em todos os estágios, onde também realizam as ecdises; Dioxenos: estágios de larva e ninfa se alimentam no mesmo hospedeiro, onde ocorre a primeira ecdise, a segunda ecdise ocorre no solo e o adulto procura um segundo hospedeiro; Trioxenos: para cada estágio há um hospedeiro e as ecdises são realizadas no ambiente; Gênero Rhipicephalus: → Espécies que ocorrem no Brasil: Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Rhipicephalus (Boophilus) annulatu, Rhipicephalus (Boophilus) kohlsi, Rhipicephalus (Boophilus) geigy, Rhipicephalus (Boophilus) decoloratus, Rhipicephalus sanguineus; Rhipicephalus (Boophilus) microplus: parasita preferencialmente bovinos, são carrapatos monoxenos, os machos apresentam cone opistossomal característico. São vetores de babesiose bovina por Babesia bovis e Babesia bigemina (tristeza parasitária) e de theileriose por Theileria equi em equinos. Podem parasitar humanos. Sulco anal posterior, rostro e palpos curtos, com olhos e sem festões, Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 3 peritrema arredondado. Base do capítulo hexagonal. Rhipicephalus sanguineus: são trioxenos, de hábitos nidícolas e possuem geotropismo negativo, podem parasitar humanos e podem transmitir febre maculosa. Sulco anal posterior, rostro e palpo curtos, peritrema em formato de vírgula, possuem olhos e festões. Gênero Dermacentor: → Espécie conhecida: Dermacentor (Annocentor) nitens; → São parasitas preferencialmente de equinos, podendo parasitar asininos, bovinos, caprinos, felinos, cães e animais silvestres; → Localizam-se no pavilhão auricular, divertículo nasal, região perianal e perineal; → Podem causar “orelha troncha”, problema estético que pode levar à amputação; → Transmissor de babesiose por Babesia caballi; → São monoxenos; → Apresentam placa peritremática em formato de dial de telefone, rostro e palpo curtos, sete festões, apresentam olhos distintos e pequenos. Base do capítulo retangular. Gênero Amblyomma: → Principais espécies descritas no Brasil: A. cajennense, A. sculptum, A. ovale, A. aureolatum; → São trioxenos e podem parasitar várias espécies de animais domésticos e silvestres e o homem; → É o principal vetor da febre maculosa; → Possuem palpos e hipóstomo longos, escudo geralmente ornamentado, possuem olhos e festões, base do gnatossoma usualmente rugosas e peritrema grosseiramente triangulares ou em forma de vírgula. 2º segmento do palpo maior que os demais; → As espécies A. sculptum e A. cajennense são os mais comuns de ocorrer em humanos. Gênero Ixodes: → Principais espécies descritas no Brasil: I. loricatus, I. luciae; → São trioxenos; → Parasitam animais silvestres, principalmente marsupiais e pequenos roedores; → É um possível transmissor da febre maculosa. Gênero Haemaphysalis: → Principais espécies descritas no Brasil: H. leporispalustris, H. kohlsi, H. cinnaberina; → São trioxenos; → Parasitam coelhos silvestres, pacas e cotias; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 4 → Possuem rostro e palpos usualmente curtos, olhos ausentes, 11 festões e peritrema de contorno oval. Base do capítulo sem formato marcante. Sulco anal anterior ao ânus. - Possuem uma diferença morfológica importante que permite diferenciá-los dos carrapatos: o tamanho – medem cerca de 200 a 700 µm de comprimento; - Apresentam grande importância, principalmente na clínica de pequenos animais; - Podem causar prurido (sinal clínico mais comum), pápulas eritematosas (calombos) e alopecia; - Possuem placas dorsais/ventrais, há ou não a presença de cepas, podem ter ventosas/ganchos, 4 pares de patas na fase adulta; Subordem Sarcoptiformes: ▪ Família Sarcoptidae: O contato íntimo de seres humanos com gatos e cães hospedeiros de ácaros desta família pode desencadear zoonose que, normalmente se autocura em 2 semanas, mas que pode ser grave em pacientes imunossuprimidos; Reações à doença costumam aparecer no antebraço e pernas. Sarcoptes scabiei: Causador da sarna sarcópticahumana, também conhecida como escabiose. Cava galerias intradérmicas nos hospedeiros, onde a fêmea faz a oviposição, podendo também ser porta de entrada para bactérias causando infecções secundárias. Possuem o corpo arredondado/globoso (“tartaruga”), longos pedicelos, as pernas III e IV são muito curtas e possuem estrias transversais no dorso. Também são parasitas de animais domésticos e há variação da espécie de acordo com o hospedeiro, sendo mais frequentes em cães e suínos. Possui disseminação rápida e frequente. Fêmeas são maiores que os machos e possuem uma pequena protuberância no poro genital. Ficam localizados preferencialmente na orelha, focinho, face e cotovelos, mas nas infestações podem se estender por todo o corpo. Seu ciclo se completa em cerca de 10-14 dias e cada ácaro pode viver por até 2-3 meses. A principal forma de transmissão é o contato entre os animais/animal- humano. O sinal clínico mais marcante é o prurido intenso. Notoedres cati: Causador da escabiose felina, parasita principalmente gatos domésticos. Possuem estrias concêntricas (“impressão digital”) no dorso. Possui ciclo igual ao de S. scabiei, porém ficam localizados no pavilhão auricular externo, região perianal e perineal e na base da cauda. Comumente levam à formação de crostas no pavilhão auricular. ▪ Família Knemidocoptidae: Parasitas de psitacídeos. Gênero Knemidocoptes: Comuns em aves, causam um espessamento da área onde se encontram. Em periquitos, pode ocorrer uma mudança no formato do bico – a depender da espécie. Geralmente, localizam-se na pele dos pés e pernas. São semelhantes ao Sarcoptes e apresentam duas cerdas posteriores, Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 5 patas curtas e estrias dorsais interrompidas, sendo as fêmeas maiores que os machos. ▪ Família Psoroptidae: Comuns em equinos, coelhos, ovinos e caprinos; Otodectes cynoti: Parasita relacionado à região do pavilhão auricular, na superfície da pele da orelha. Está associado a quadros de otite secundária, principalmente causada por Malassezia. Possuem gnatossoma bem proeminente e um terceiro par de pernas com longas setas enq uanto o quarto par de pernas é bem curto. Possui ciclo semelhante ao de Psoroptes equi. Psoroptes equi: A espécie possui variedades de acordo com o hospedeiro. Conhecido como ácaro da sarna de equídeos, fica na superfície da pele – não são escavadores. P. equi var. cuniculi localiza-se no conduto auditivo de coelhos, sendo a variedade mais comum, podendo causar até alterações neurológicas. Geralmente estão associados a prurido intenso. Importante: podem estar associados a outros problemas, o fato de se encontrar este ácaro, não quer dizer que seja a causa única do problema. Morfologia: possuem pedicelo segmentado (o que não é comum em outras espécies), com ventosa na ponta. Ciclo biológico: apresenta as mesmas fases de Sarcoptes scabiei sem, contudo, formar galerias. Perfuram a pele para obter linfa e causam enormes prejuízos na pecuária lanígena. Gênero Chorioptes: A característica marcante do gênero é gnatossoma (cabeça) longo, com ventosas ambulacrárias em pedicelo curto e simples (o que os diferencia de Psoroptes equi), com presença de cerdas no 3° par de pernas. A espécie Chorioptes bovis parasita bovinos, caprinos, ovinos, equinos e coelhos, enquanto Chorioptes texanus parasita bovinos e caprinos. O ciclo é semelhante ao de Psoroptes e se completa em 20 dias. Importante: causam alopecia e áreas com crostas de coloração acinzentada, mas nem sempre esses sintomas são causados por Chorioptes. ▪ Família Listrophoridae: Lynxacarus radovksyi: Frequentemente confundidos com piolhos (NÃO CONFUNDA! Piolhos são insetos, possuem antenas, observe a divisão do corpo). Se alimentam na superfície dos pelos, tornando-os quebradiços e normalmente são um achado ocasional. São achatados laterolateralmente. Subordem Trombidiformes: ▪ Família Demodicidae: Engloba os ácaros demodex, causadores da demodicose ou sarna demodécica, que pode levar cães até à morte; Gênero Demodex: É um ácaro comensal da pele, presente em baixas densidades em animais sadios; por isso, para caracterizar em doença (demodicose), é preciso que haja sinais clínicos (alopecia, pápulas, ...). Em humanos, pode estar associados a acne rosácea. Demodex injai e Demodex cornei podem ocorrer em cães e gatos, com maior prevalência em cães. Aspectos morfológicos: assemelha-se a um charuto (diferentes de outros ácaros que costumam ser mais arredondados), as pernas localizam-se na parte anterior do corpo e não possuem cerdas nas pernas ou no corpo. Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 6 Ciclo biológico: o contato íntimo da pele de um animal com outro permite a passagem dos ácaros, normalmente isso acontece numa transmissão da mãe para seus filhotes. Dependendo do perfil imunológico do indivíduo, pode ocorrer infecção secundária, o que leva a um quadro mais grave. O ciclo dura de 18-24 dias e se o animal não for devidamente tratado, pode haver recidiva. ▪ Família Cheyletidae: Parasitas mais comuns em gatos, conhecidos como “caspas andantes” devido à semelhança com as caspas; Gênero Cheyletiella: Principais espécies: C. parasitovorax, C. yasguri, C. blakei. Popularmente chamados de “caspas andantes/ambulantes”, ficam na superfície da pele, onde produzem muitas crostas e não cavam galerias. Podem parasitar humanos. Possuem palpo bastante proeminente com espinhos e quelíceras pequenas e em formato de estilete. Subordem Mesostigmata: ▪ Família Macronyssidae: Comum em aves de postura, é de difícil controle; Gênero Ornithonyssus: Podem parasitar seres humanos e é possível visualizá- los andando sobre a pele. ▪ Família Dermanyssidae: Comum em aves de postura, é de difícil controle; Gênero Dermanyssus: Chamados de “piolho de galinha”. Sobre as famílias Macronyssidae e Dermanyssidae: é importante saber diferenciá-las com base nas características morfológicas, são parasitas de aves e roedores. Macronyssidae: escudo dorsal afilado posteriormente, abertura anal situada no terço anterior do escudo anal, quelícera com duas pequenas quelas na extremidade distal. Dermanyssidae: Escudo dorsal arredondado posteriormente, abertura anal situada no terço posterior do escudo anal, quelícera com estilete na extremidade distal. - Possuem a divisão do corpo em cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça possuem antes, podem ou não ter asas, que, quando presentes, inserem-se no tórax. O tipo de asas também varia de acordo com a espécie e possuem nervuras. Na face ventral do tórax se inserem as pernas – são 3 pares – hexápodes. O último segmento é o abdômen, onde ficam os órgãos responsáveis pela respiração, digestão e várias outras funções fisiológicas. A tagmatose é, em geral, bem evidente. Na cabeça, onde encontra-se o aparelho bucal, que pode ser classificado como mastigador ou sugador/picador, de acordo com os hábitos alimentares e os olhos, que possuem importante função sensorial. - Na ordem Hemiptera, temos a subordem Heteroptera onde temos os percevejos, divididos em fitófagos, predadores e hematófagos, que podemos diferenciar através do aparelho bucal (probóscida): *Fitófagos: probóscida longa, levemente curvada, ultrapassa o primeiro par de pernas; *Predadores: probóscida mais curta, primeiro par de pernas hipertrofiado para poder agarrar as presas; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 7 *Hematófagos: primeiro par de pernas não hipertrofiado, probóscida curta, retilínea e com 3 segmentos visíveis; - Os de interesse médico veterináriosão os percevejos hematófagos – que, importante lembrar, são transmissores de doenças e não os causadores; - São insetos hemimetabólicos, cujo desenvolvimento é marcado pelas fases de ovo, ninfa e adulto; - São insetos grandes, que apresentam cerca de 4 cm de comprimento e tórax bem desenvolvido (dividido em pronoto e escutelo); - A subordem Heteroptera possui duas famílias que iremos estudar: família Cimicidae e família Reduviidae – subfamília Triatominae – são hematófagos; - Os cimicídeos são os percevejos pequenos, chamados popularmente de “percevejos de cama”; - Já os triatomíneos são os “barbeiros”, também chamados de “chupança”; Família Reduviidae: - Inclui os gêneros Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius – que podem estar associados à doença de chagas ou tripanossomíase americana – doença crônica e incurável; - Os insetos picam, principalmente à noite (possuem hábitos noturnos) e no rosto, a pessoa e defecam após a hematofagia, onde estão as formas tripomastigotas metacíclicas do protozoário Tripanossoma cruzi, causador da doença de chagas; - Atualmente, a transmissão da doença pelo inseto através da picada diminuiu muito e é mais comum pela ingestão de insetos triturados; - Nesta família, há outras espécies que podem transmitir a doença, mas são “maus transmissores” pois defecam muito tempo depois da picada e dificultam a transmissão; - Os insetos podem adquirir o protozoário de tatus, canídeos, gambás, etc.; - Possuem dois pares de asas: hemiélitro (visíveis) e um par membranoso não visível; - Possuem olhos grandes (ocelos) e visíveis a olho nu (podem ajudar na identificação) – são importantes na detecção de luz; - Na lateral da cabeça possuem tubérculos anteníferos que, de acordo com a posição, ajudam a identificar a qual gênero o inseto pertence; Tubérculo antenífero colado aos olhos: gênero Panstrongylus; Tubérculo antenífero intermediário: gênero Triatoma; Tubérculo antenífero muito próximo ao clípeo: gênero Rhodnius; - Outras características como padrão de cores, cerdas e pronoto podem ajudar na diferenciação das espécies; - Todos os estágios de desenvolvimento alimentam-se de sangue; *Cães e gatos podem manifestar sintomas da doença de chagas. Família Cimicidae: - Inclui os gêneros Cimex e Ornithocoris, percevejos frequentemente associados a aves e morcegos; Gênero Cimex: - São comuns em maritacas e popularmente conhecidos como percevejos de cama, possuem cerca de 5 mm de comprimento. Não possuem asas (ápteros) e os machos possuem uma estrutura mais pontiaguda na extremidade, enquanto as fêmeas são arredondadas. Fazem seus ninhos próximos aos hospedeiros e saem durante a noite para se alimentar, causando espoliação sanguínea em seus hospedeiros, Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 8 possíveis interrupções no sono e reações de hipersensibilidade. Os Chiroptera (morcegos) são importantes hospedeiros. Espécies de importância médica: Cimex lectularius (cerdas pontiagudas) – comum nas regiões Sul e Sudeste e Cimex hemipterus (cerdas lisas) – comum na região nordeste. Gênero Ornithocoris: São popularmente chamados de “percevejos de aves”, parasitam aves domésticas e selvagens, podendo, eventualmente, parasitar humanos. - São as pulgas, insetos sem asas; - Possuem grande importância médica/médica- veterinária, inclusive a peste bubônica era transmitida por pulgas que estavam contaminadas com Yersinia pestis; - São insetos achatados latero-lateralmente, que possuem o 3º par de pernas mais longo e hipertrofiado para dar impulso aos saltos (possuem resilina, uma proteína que ajuda na elasticidade das pernas); - Depois de se alimentarem, vão para o ambiente, não ficam no hospedeiro; - Desenvolvimento: ovo > larva > pupa > adulto – holometabólicos – sendo que as 3 primeiras fases permanecem no ambiente dentro de um casulo e podem ficar assim por até 180/200 dias. Importante saber disso pois o controle muitas vezes falha porque as fases do ambiente não são eliminadas; - São insetos pequenos, de até 3 mm de comprimento; - Podem: > Viver sobre o hospedeiro (Xenopsylla cheopis e Ctenocephalides spp); > Penetrar na pele do hospedeiro: fêmeas fertilizadas (Tunga penetrans); > Viver fora do hospedeiro e só o procurar para se alimentar (Pulex irritans) – mais raro; - Importância: São parasitas: Espoliação sanguínea (Ctenocephalides spp) – dependendo do grau de infestação, o animal pode ficar anêmico pois para de comer devido à irritação da coceira; Irritação na pele (Pulex irritans); Lesões cutâneas (Tunga penetrans); São hospedeiros e vetores: Helmintos (Dypillidium caninum) Bactéria (Yersinia pestis) Mycoplasma haemofelis e Mycoplasma haemocanis; - Ciclo biológico: Sobre o ciclo: > As larvas se alimentam de restos de matéria orgânica; > A pupa sai do casulo por estímulos, como vibração do som, por exemplo; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 9 > A fêmea possui espermateca que é onde estoca os espermatozoides que vão fertilizando os ovos que elas colocam; > O tempo do ciclo varia de 12 a 18 dias; Família Pulicidae: Inclui os gêneros Ctenocephalides (pode atuar como HI de Dipylidium caninum), Xenopsylla e Pulex. Gênero Ctenocephalides: Recebem esse nome pois possuem ctenídeos protonais e genais – característicos deste gênero, cerdas esclerotizadas (mais grossas) que ajudam na fixação ao corpo do hospedeiro. Podem parasitar seres humanos, mas são mais comuns em cães. > Ctenocephalides felis: ocorre em gatos e também cães – clima tropical e subtropical – curvatura da cabeça mais aberta – primeira cerda quase do mesmo tamanho da segunda; > Ctenocephalides canis: mais comum em climas mais frios – mais comum em cães – curvatura da cabeça mais acentuada – primeira cerda do ctenídeo genal é bem menor que a segunda cerda. Gênero Xenopsylla: São ectoparasitas de roedores, podendo parasitar o homem e outros animais. Foi a pulga responsável pela disseminação da peste bubônica, que dizimou 1/3 da população europeia na idade média. Não possuem ctenídeos e uma característica importante é que na região da cabeça possuem um occipício, onde, no ponto de inserção das cerdas, ao se traçar uma linha, observa-se um “V”. Gênero Pulex: Foi desaparecendo com o surgimento dos hábitos de higiene. Parasita preferencialmente humanos. Apresenta uma cerda abaixo dos olhos > cerda ocular ou cerda infraorbitária e uma cerda abaixo do occipício > cerda occipital. Família Tungidae: Inclui o gênero Tunga, no qual encontra-se a Tunga penetrans – “bicho de pé”. Tunga penetrans: Menor espécie conhecida, causa muita irritação e dependendo do grau de infestação, pode levar a necroses. Possui um tubérculo frontal e o tórax apresenta segmentos mais curtos. - São os piolhos, insetos pequenos, ápteros (sem asas), medindo de 0,3 a 11mm de comprimento – que podem ser picadores, sugadores ou mastigadores – estudaremos a subordem Mallophaga – piolhos mastigadores (atualmente dividida em Schinocera e Amblycera) e subordem Anoplura – piolhos sugadores/picadores; - Os ovos destes insetos ficam aderidos aos pelos/cabelos e são chamados de lêndeas; - Fases de desenvolvimento: ovo > ninfa > adulto – são insetos hemimetábolos – não têm a fase de larva; - Existem espécies de animais, como aves, gatos, que possuem apenas piolhos mastigadores, enquanto, bovinos, equinos e cães possuem sugadores e mastigadores; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 10 - Apresentam preferência topográfica por região do corpo – normalmente abrigam-se em regiões que favorecem a alimentação e abrigo– locais onde ficam protegidos de reações do hospedeiro; - Corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas e garras adaptadas para se fixar fortemente aos pelos ou penas; - Coloração varia de amarelo esbranquiçado a castanho escuro – após a alimentação ficam mais escuros; - As fêmeas depositam de 50 a 100 ovos, geralmente em pencas (cachos) que ficam firmemente aderidos nas penas ou pelos do hospedeiro e geralmente são maiores que os machos e encontram-se em maior número (garantir a perpetuação da espécie); - São insetos que apresentam elevada especificidade – são muito dependentes do hospedeiro específico e dependem basicamente das condições oferecidas pelo corpo do animal; - Todo o ciclo ocorre no hospedeiro; - A fase de ovo dura de 1 a 2 semanas, então a ninfa eclode (muito semelhantes ao adulto, porém menores e mais claras); - Alimentam-se de descamações do tecido epitelial, partes das penas, secreções sebáceas e sangue; - A transmissão ocorre por contágio direto, e no inverno é mais comum de ocorrer infestação, pois os pelos engrossam e os animais ficam mais unidos; - O ciclo biológico dura de 4 a 6 semanas – a fase de lêndea normalmente não sofre efeito dos inseticidas, e, em infestações, pode ser necessário utilizar o medicamento por algumas semanas até completar o ciclo e exterminar todos os insetos; - Ações sobre o hospedeiro: causam intensa irritação (devido às garras tarsais), intenso prurido, no qual o animal pode se coçar até sangrar. Pode ocorrer anemia por estresse do animal, que para de comer. Alopecia, escoriação e auto-mutilação, estresse, redução do peso e queda na produção; - São comuns em aves, enquanto em felinos pode ser um sinal de negligência do proprietário e de outra doença concomitante; - Em outras espécies animais, dada a utilização de ectoparasiticidas, não é muito comum; - Quando ocorre infestação em cabras e ovelhas criadas em confinamento, se espalha muito rápido pois os animais ficam muito juntos (mas não é muito comum ocorrer); - Alimentação: a característica marcante do piolho mastigador é a cabeça mais larga que o tórax devido ao aparelho bucal potente, enquanto o piolho sugador geralmente tem a cabeça mais fina que o tórax; *Diferenciar Ischnocera de Amblycera: ambos são mastigadores Ischnocera: antenas livres; Amblycera: antenas escondidas localizadas numa fenda; Piolhos de aves: *Possuem apenas piolhos mastigadores; Piolhos de mamíferos: *Em cães, o mais comum é o Trichodectes canis (foto ao lado) e, ainda assim, não é tão comum. Importante lembrar que esta espécie é HI de Dipylidium caninum. Medem cerca de 1- 2 mm de comprimento; *É muito raro encontrar piolhos em suínos e equinos; *O Phthirus pubis é o piolho popularmente conhecido como “chato” e era associado a prostíbulos; *Haematopinus suis: 5-11 mm de comprimento, parasitas de suínos; *Felicola subrostratus: antenas livres, hospedeiros: gatos, 1-5 mm de comprimento; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 11 *Heterodoxus spiniger: amblycera, hospedeiros: cães, 5 mm de comprimento; *Linognathus setosus: piolho sugador de cães, 1-2,5 mm de comprimento; - São as moscas, mosquitos, pernilongos, borrachudos, mutucas, etc; - Podem atuar como parasitas na fase adulta e na fase larval; - Na fase larval, são o que chamamos de bicheira (nome correto: miíase – recebe esse nome apenas em seres vivos, se já estiver morto, não pode-se dizer que é miíase); - Possuem desenvolvimento holometabólico: ovo > larva > pupa > adulto; Famílias de interesse veterinário da subordem antes chamada de Cyclorrapha, hoje incluída na subordem Brachycera, que se divide em Infraordem Muscomorpha e Infraordem Tabanomorpha: *A identificação das espécies é feita, principalmente, pelos espiráculo respiratórios ou esperando as larvas se tornarem moscas adultas; Família Muscidae: Musca domestica: - A superfície do seu corpo pode atuar como fômite, sendo uma grande propagadora (vetor) de doenças, podendo atuar como forético do berne; - Aparelho bucal lambedor-sugador – favorece a disseminação de doenças (mecanicamente) pois regurgita sobre o alimento para poder liquefazê-lo e depois suga esse alimento. Pode até se alimentar de sangue, mas quando já existem as feridas: não pica o animal; - Veiculação mecânica de patógenos (bactérias, fungos, vírus e cistos de protozoários) em suas patas, regurgitação e defecação sobre alimentos, pode atuar como hospedeiro intermediário de Habronema sp. (problemas no estômago e pele em equinos) e outros parasitos; Sobre Habronema sp.: a mosca faz a oviposição nas fezes do equino, e se ele estiver contaminado por Habronema sp, a larva da mosca ingere os ovos do verme e se contamina – o desenvolvimento da mosca e do verme é simultâneo. A habronemose cutânea causa um tecido de granulação exuberante com lesões de difícil cicatrização (muitas vezes é confundida com lesão de pitiose). Habronema sp.: no estômago: ciclo típico, na pele: ciclo atípico; Morfologia: 6 a 9 mm de comprimento, com 4 faixas longitudinais pretas, abdômen amarelado com faixa longitudinal negra no dorso e asas com curvatura M1 Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 12 +2 em formato de cotovelo (importante pra diferenciar de Stomoxys calcitrans); Aspectos biológicos: Desenvolvem-se em matéria orgânica: ➢ Fezes de equinos, bovinos, suínos; ➢ Resíduos de avicultura (se alimentar bovinos com as camas das galinhas tem risco de encefalopatia espongiforme -“doença da vaca louca”); ➢ Restos de ração; *Por isso é muito importante o manejo sanitário adequado e higiene dos dejetos de granjas e estábulos; - O ciclo de ovo até a forma adulta dura, normalmente, de 10 a 14 dias – em temperaturas mais baixas, até 45 dias, porque possuem metabolismo elevado. Stomoxys calcitrans: - Hematófaga, é conhecida como “mosca do estábulo” e possui grande importância em bovinos de leite; - É uma possível veiculadora de Tripanossoma vivax, porém, a principal forma de transmissão se dá por agulhas contaminadas; - Os adultos podem medir de 4 a 7 mm de comprimento, possuindo coloração acinzentada e 4 faixas longitudinais na parte dorsal do tórax; - Tem se desenvolvido muito em áreas sucroalcooleiras, onde o vinhoto tem sido descartado de forma inadequada e tem ocorrido infestação destas moscas e inclusive ocorreram surtos em várias regiões do país relacionados a estas moscas; - Alimenta-se por hematofagia e sua picada é bastante dolorosa; - Além de ser uma possível veiculadora do Habronema sp, também atua na transmissão mecânica da anemia infecciosa equina e da anaplasmose (faz parte do complexo tristeza parasitária bovina); - Importante diferença em relação à Musca domestica: além da asa, uma diferença importante é o aparelho bucal, que é picador sugador e o abdômen, que é “axadrezado”; Aspectos biológicos importantes: - Seu desenvolvimento e oviposição das larvas pode ocorrer em fezes (bovinos, equinos, suínos, ovinos...) misturadas à matéria orgânica vegetal, em camas de aviários, em restos de ração, além do vinhoto; - Seu ciclo biológico, de ovo a adulto, dura cerca de 30 dias, podendo demorar mais ou menos, de acordo com a temperatura que, se for muito baixa, pode durar até meses; - Possuem preferência por resíduos de matéria orgânica vegetal. Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 13 Haematobia irritans: – Conhecida popularmente como “mosca do chifre”, é semelhante à S. calcitrans, sendo, porém, menores (cerca de metade do tamanho, com 4-5 mm de comprimento); - Possui palpos espatulados e quase tão longos quando a probóscida, queé longa, e aparelho bucal picador sugador; - Suas asas possuem a mesma distribuição de nervuras que Stomoxys calcitrans; - As fêmeas gostam de pousar na região abdominal e saem após a defecação do hospedeiro, pois gostam de fazer a oviposição em fezes frescas. A oviposição pode ocorrer durante o dia ou noite, sendo mais comum durante o dia, devido à temperatura e umidade mais elevadas nesse período; - São mais atraídas por animais escuros, pois possuem mais glândulas sebáceas e por machos inteiros, pois possuem mais testosterona e causam várias lesões onde picam, podendo, inclusive, gerar um couro de má qualidade; - Animais que estejam infestados por mais de 200 moscas podem parar de se alimentar (ficam irritados) e, a junção dessa baixa no apetite e das picadas, pode levar à anemia e desencadear queda no ganho de peso e diminuição da produção de leite, devido ao aumento nos níveis de cortisol. A infestação por 500 moscas pode levar à perda de 60 mL de sangue por dia; - As fêmeas fazem cerca de 40 repastos sanguíneos por dia enquanto os machos fazem cerca de 25 repastos – as fêmeas possuem maior necessidade devido à maturação ovariana. Família Calliphoridae: - As moscas desta família possuem tamanho médio de 4-16 mm e são conhecidas popularmente como “varejeiras” – possuem coloração que varia entre azul, verde e cobre metálico, pousando em todo tipo de material em decomposição; - Gêneros importantes: Cochliomyia, Chrysomya, Lucilia e Calliphora; - Importância médico-veterinária: podem ser veiculadoras de patógenos, tais quais: Entamoeba coli (diarreia), Shigela dysenteridae (diarreia), Bacillus anthracis (carbúnculo hemático), Mycobacterium tuberculosis (tuberculose); - Algumas espécies apresentam importância forense e auxiliando no esclarecimento de crimes; - Podem ser utilizadas em bioterapia/terapia com larvas; - Miíase primária ou obrigatória: recebem este nome as larvas das espécies de moscas que só se desenvolvem em tecidos vivos; - Miíase secundária ou facultativa: recebem este nome as larvas que alimentam-se de tecidos necrosados preferencialmente, foram (são) muito utilizadas na terapia larval durante a 2ª Guerra Mundial. Cochliomyia hominivorax: - É uma das moscas de maior importância mundial, relacionando-se à miíase de umbigo, que causa grandes prejuízos, principalmente no Brasil; - Suas larvas se desenvolvem em tecidos vivos, atuando como miíase primária; - Foi erradicada em vários países devido aos enormes prejuízos que causa, principalmente em bezerros e até mesmo em humanos. Como erradicaram? A mosca copula uma única vez, cerca de 5 dias após sair do casulo pupal, baseados neste aspecto biológico, irradiaram machos com radiação gama, que tornaram- se estéreis e os soltaram. Estes, cruzaram com as fêmeas, que morreram sem deixar descendentes e, assim, foram desaparecendo; - A larva desta espécie é biontófaga, atuando como miíase cutânea primária; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 14 - A L3 apresenta espinhos e troncos traqueais visíveis até o 3º segmento (diferente de C. macellaria), o desenho do espiráculo respiratório, os ganchos orais ajudam a diferenciar as espécies; - Importância médico-veterinária: as larvas conseguem penetrar em cavidades do corpo, levando a miíases cavitárias (nasal, ocular, auricular, vaginal, anal, etc..), podem causar miíases umbilicais (oviposição ocorre na ferida umbilical) e gengivais (gengiva de animais lactentes) em bezerros e também na cauda de cães que passaram recentemente por caudectomia. Cochliomyia macellaria: - Causadora de miíase cutânea secundária, suas larvas são necrobiontófagas; - As larvas se desenvolvem, usualmente, em matéria orgânica em decomposição (lixo, esterco, cadáveres, etc), porém, podem atingir tecidos necrosados de hospedeiros vivos; - As larvas são invasoras secundárias de ferimentos, podendo se desenvolver em carnes de açougues e matadouros, por exemplo. Chrysomya sp.: - Apresentam variações em sua cor metálica que vão desde o verde brilhante, a tons amarelados e azulados; - NÃO apresentam manchas no tórax e são robustas, medindo cerca de 8 mm de comprimento; - Suas larvas são necrobiontófagas, espiraladas e apresentam espinhos proeminentes; - As moscas deste gênero são originais dos trópicos do Velho Mundo e as espécies relatadas no Brasil foram: C. putoria (granjas), C. megacephala (urbanas, feiras livres), C. albiceps (animais em decomposição), se tornaram comuns e numerosas no Sul, Sudeste e Centro do Brasil, sendo frequentes em aviários e suinocultura; - Importância médico-veterinária: são causadoras de miíases secundárias em mamíferos, possuindo alta capacidade reprodutiva e suas larvas são muito agressivas. Possibilitam risco de contaminação por agentes patogênicos, podendo atuar como vetores. São importantes ecologicamente pois podem ajudam na eliminação de carcaças. Podem ser alvo de estudos na entomologia forense. Família Oestridae: Oestrus ovis - Podem causar miíase nasal em ovinos e caprinos – “oestrose” ou “bicho da cabeça”. Quando as moscam chegam, as ovelhas abaixam a cabeça ou pressionam a cabeça contra alguma superfície na tentativa de impedir a deposição de larvas; - Já existem relatos de que causam miíase na conjuntiva ocular de humanos; - As moscas adultas podem chegar a medir 10-12 mm de comprimento; - As formas adultas não se alimentam; - Animais infestados tem espirros frequentes e muitas vezes saem larvas pelos espirros, que vão para o ambiente. Podem causar sinusite e rinite e, em casos mais graves, podem levar a pneumonia por aspiração; - Ciclo biológico: a mosca adulta coloca larvas, que se desenvolvem de L1 a L3 e são expelidas, caem no solo e penetram nele para a fase de pupação. Após a passagem de pupa para mosca, a mosca adulta emerge do solo. O tempo varia, pois podem entrar em diapausa e demorar vários meses para completarem o ciclo, o que é uma estratégia para que possam completar o ciclo em épocas mais favoráveis; - Se alimentam de albumina e tampões de mucosa (colágeno e mucina). Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 15 Dermatobia hominis - Provocam miíase furunculosa em bovinos e outros animais domésticos e até mesmo no homem; - Sua fase larval é popularmente conhecida como berne, que causa bastante dor; - Antigamente, colocava-se fumo de rolo nos locais onde tinha berne. Isso porque a nicotina do fumo, faz com que os receptores nicotínicos do berne sejam bloqueados, tornando a retirada mais fácil, pois os espinhos ficam relaxados; - A mosca adulta não se alimenta e vive cerca de 7-10 dias; - As fêmeas capturam outros insetos, atuando como foréticos e colocam os ovos na região do abdômen destes. Mais de 40 espécies de dípteros podem atuar como foréticos de D. hominis; - O ciclo completo dura cerca de 120 dias. Gasterophilus sp.: - São moscas grandes e peludas, assemelham- se a abelhas e medem de 9- 15 mm de comprimento; - É difícil achar a infestação desta espécie, sendo mais comum em achados ocasionais por endoscopia em equinos, também podendo ser encontradas em necropsias; - Pousam em equinos que, ao se coçarem, “enviam- nas” para a cavidade oral. Lá, podem ter uma fase na gengiva e vão para o TGI. Podem causar gastrite e, raramente, ruptura do estômago; - Seus ovos são colocados em diferentes regiões do corpo, mas completam o ciclo no estômago ou intestino; - Podem haver pequenas variações entre as espécies G. nasalis, G. intestinalis, G. haemorroidalis; - As larvas L3 saem nas fezes depois de aproximadamente 11 meses da infecção, caem no solo, onde penetram e passam a pupa, adulta e estasemergem do solo. Família Sarcophagidae; Família Fannidae; - Moscas robustas de tamanho médio a grande (6 a 33mm de comprimento), corpo sem cerdas; - Coloração varia de castanho-cinza até preto-escuro, algumas são amareladas; - Característica marcante: grande dimensão que algumas atingem; Tabanus importunus: - Relacionada à transmissão de anemia infecciosa equina (AIE), doença causada por um vírus que, durante muito tempo, a eutanásia era a única saída. Não tem cura para essa doença; - Picada muito dolorida, pois o aparelho bucal é picador-cortador-sugador: o aparelho bucal corta o vaso e em seguida começa a sugar o sangue. Tem capacidade de sugar grande quantidade de sangue. Por conta de a picada ser muito dolorida, precisa trocar com frequência de hospedeiro, aumentando a veiculação mecânica e transmissão de doenças; Biologia: - Somente as fêmeas são hematófagas – intermediários entre Muscomorpha e Nematocera; - São mais ativas em dias quentes, ensolarados e sem ventos – sendo fácil encontrá-las em capoeiras e áreas de mata – pois precisam de umidade, lama, pântanos para se desenvolver; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 16 - O período larval geralmente é longo (1 ano, em média, podendo atingir até 3 anos em regiões de clima temperado); - O ciclo de vida pode levar de 2 meses até 2 anos, dependendo da espécie e da região geográfica; Importância: - A picada pode servir como porta de entrada de infecções secundárias e miíase; - Geram redução na produção de leite/carne e dos índices de produtividade geral; - Podem atuar como mecânico do vírus da anemia infecciosa equina, estomatite vesicular, encefalite e peste suína, leucose bovina, Anaplasma marginale, Trypanosoma evansi, T. vivax, carbúnculo e brucelose. - São popularmente conhecidos como mosquitos e/ou borrachudos, possuem asas longas e estreitas, antenas longas com 6 ou mais segmentos, palpos com 4-5 segmentos; - Após a pupação, o adulto sai do casulo pupal com um corte longitudinal dorsal (e não pela extremidade, como em Brachycera); - Importância: além da irritação que causam, são os vetores mais importantes na veiculação de doenças em humanos e o segundo mais importante em animais, transmitindo doenças como malária, dengue, febre amarela, leishmaniose, encefalites, filarioses... (*a malária é uma das doenças que mais mata no mundo todo); Família Culicidae: - Não possuem ocelos (estruturas que atuam na detecção de luz), suas antenas possuem 15-16 segmentos, suas pernas são longas (“pernilongos”), possuem a probóscida alongada – utilizada para sugar; - Os machos se alimentam de seiva de plantas e as fêmeas são hematófagas; - Os hábitos variam, podendo ser noturno, diurnos e crepusculares; - Realizam a oviposição em locais úmidos (plantas flutuantes) ou em água; Espécies mais importantes: Anopheles dalingi e Anopheles aquasalis: - Relacionados com a transmissão de malária, principalmente na região amazônica; - Pousam perpendicularmente à superfície de pouso, por isso sendo conhecidos como “mosquito prego”; - Realizam a oviposição em coleções de água parada, pois os ovos não resistem à dessecação; - Seus ovos flutuam e possuem flutuadores; - As larvas ficam em posição paralela à superfície da água; Culex quinquefasciatus: - Transmissores da filariose linfática; - Realizam a oviposição em águas sujas e seu aumento é favorecido em épocas de racionamento, pois as pessoas armazenam água em baldes, bacias, etc; - Os ovos possuem flutuadores e a larva posiciona-se perpendicular à superfície da água. Haemagogus sp.: - Causador da febre amarela silvestre. Aedes sp.: - Realizam a oviposição em pequenas coleções de água e seus ovos resistem à dessecação e as larvas eclodem quando a água retorna; - Podem atuar como vetores de Dirofilaria immitis; - Aedes aegypti: desenho de lira na superfície dorsal, são mais furtivos e vivem em áreas urbanas. É o principal vetor da dengue; Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 17 - Aedes albopictus: possuem uma linha branca longitudinal no dorso, são mais agressivos e mais frequentes em áreas com vegetação. Picam tanto o homem quanto outros mamíferos e são o vetor secundário da dengue, transmitindo mais a febre amarela; - As larvas possuem um sifão respiratório e seu desenvolvimento é holometabólico, passando pelas fases de ovo, larva L1 a L4, pupa e adulto; Família Psychodidae: - São os transmissores de leishmaniose tegumentar e visceral (causada pelo protozoário Leishmania sp.), chamados de flebotomíneos e conhecidos popularmente como “mosquito palha”, “tatuquira”, “asa branca”, “birigui”, “cangalha”, etc; Lutzomyia sp.: - São muito importantes no Brasil, veiculam a leishmaniose tegumentar americana e visceral americana; - Características: asas com formato lanceolar e nervuras longitudinais paralelas, antenas longas com 16 segmentos, não possuem ocelos, possuem 4 estágios larvais, baixa capacidade de voo, possuem hábitos mais noturnos (também podem ser crepusculares) e costumam se desenvolver em matéria orgânica; - Lutzomyia umbratilis, L. flaviscutellata, L. whitmani são transmissores da leishmaniose tegumentar americana, causada por Leishmania braziliensis, L. amazonensis e L. guyanensis; - Leishmaniose visceral: causada por Leishmania infantum (antigamente era chamado de Leishmania chagasi), transmitida por Lutzomyia longipalpis e L. cruzi. Tendência à visceralização do baço, fígado, etc; - Leishmaniose tegumentar: pode ser cutânea, muco- cutânea (podendo levar a perdas de partes do nariz, orelha, etc) e cutâneo difusa, causando lesões na pele; - A principal diferença em relação a Culicidae é o local da oviposição: em matéria orgânica em decomposição, sendo, portanto, necessário fazer a manutenção de jardins e dar o destino adequado ao lixo; - Profilaxia: telas, mosquiteiros e inseticidas piretroides. Família Simuliidae: - Conhecidos popularmente como borrachudos, podem causar reações alérgicas que podem causar até a um choque anafilático, e também podem ser transmissores dos filarídeos Mansonella e Onchocerca; - Espécies: Simulium pertinax, Simulium perflavum, Simulium amazonicum; - Possuem hábitos diurnos e crepusculares, habitando em áreas de cachoeiras e rios (água corrente), onde os adultos emergem do casulo pupal dentro de uma bolha, até chegarem à superfície da água e voarem; - As fêmeas são hematófagas; - Suas antenas possuem apenas 11 segmentos e não possuem cerdas, sendo também mais curtas em relação a outros mosquitos. Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda 18 Família Ceratopogonidae: - Normalmente vistos em “nuvens”, são conhecidos como “mosquito pólvora” ou “maruins”; - Causam grande irritação e queimação no local da picada; - Somente as fêmeas são hematófagas, possuem hábitos diurnos, medem de 1 a 4 mm e possuem antenas longas com 14 segmentos, peças bucais curtas, asas manchadas e antenas com “bolinhas”; - Seus ovos são postos em água doce ou salgada e comuns em regiões próximas a plantações de cacau e banana; - Transmitem filarioses e viroses (“blue tongue”); - Espécie mais conhecida: Culicoides sp. (não confundir com “Culicidae”). Conteúdo disponibilizado gratuitamente por @isabella.medvet - Proibida venda
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