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Resumo Artrópodes

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1 
 
 
 Exoesqueleto de quitina recoberto por 
tegumento; 
 Desenvolvimento: ovo > larva > pupa > adulto 
(podendo ser hemi ou holometabólico); 
 Possuem lipídios no exoesqueleto que regulam 
a entrada e saída de água (adaptação). 
 Corpo constituído por gnatossoma e 
idiossoma; 
 Famílias estudadas: Argasidae e Ixodidae; 
 Argasidæ: carrapatos moles – superfície dorsal 
NÃO esclerotizada; 
 Ixodidæ: carrapatos duros – superfície dorsal 
esclerotizada – escudo presente; 
 Alimentação: basicamente sangue (larvas se 
alimentam de linfa); 
 Importância: espoliam, são vetores de agentes 
patogênicos, podem causar paralisia do 
carrapato e dermatoses; 
 Características: introduzem o hipóstomo na 
picada, quelíceras ajudam a cortar a pele, os 
palpos possuem função tátil, o órgão de Haller 
detecta CO2, áreas porosas liberam 
substâncias que hidratam vos ovos e a 
oviposição é feita próximo ao poro genital com 
os ovos saindo ventralmente; 
 Morfologia: argasídeos possuem tegumento 
coriáceo e ixodídeos possuem tegumento 
mamilonado, argasídeos possuem capítulo 
localizado ventralmente (não visível 
dorsalmente) enquanto ixodídeos possuem o 
capítulo localizado anterodorsalmente e uma 
estrutura respiratória chamada espiráculo, 
sulco anal que pode se localizar anterior ou 
posteriormente ao ânus. Principal 
característica que diferencia larvas de ninfas, 
larvas – 3 pares de pernas e ninfas – 4 pares de 
pernas, ambas não possuem poro genital. 
- São os chamados carrapatos moles ou “soft tricks”; 
- Principais gêneros: Argas, Antricola, Nothoaspis, 
Ornithodous, Otobius, sendo Argas, Ornithodorus e 
Otobius os mais comuns. 
Gênero Argas: 
→ Espécie mais comum: A. miniatus – 
parasita de aves; 
→ Desenvolvimento: 1 hospedeiro na fase 
larval, 2 na fase ninfal e número indefinido 
na fase adulta; 
→ Morfologia: corpo achatado 
dorsoventralmente, com margens 
achatadas, tegumento coriáceo e rugoso, 
olhos ausentes e sexos ♀♂ semelhantes. 
Gênero Ornithodorus: 
→ Espécies descritas no Brasil: O. brasiliensis, O. 
nattereri, O. rostratus, O. talaje, O. dunni, O. 
jul; 
→ Desenvolvimento: vivem no solo, onde as 
fêmeas depositam os ovos, cujas larvas 
eclodidas mudam para ninfa ainda no 
ambiente e, adultos, parasitam animais 
domésticos e o homem; 
→ Morfologia: possui as margens laterais do 
corpo arredondadas, não havendo distinção 
demarcada entre face dorsal e ventral, 
possuem hipóstomo bem desenvolvido e os 
ovos são muito resistentes, pois recebem uma 
camada cimentante na ovipostura que é à 
prova d’água. 
 
 
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2 
 
Gênero Otobius: 
→ Espécie conhecida: O. megnini, que 
parasita o ouvido médio de bovinos, 
preferencialmente; 
→ Adultos não são parasitas; 
→ Morfologia: possuem tegumento 
granuloso no estágio adulto e espinhoso 
no estágio ninfal, os sexos ♀♂ são 
semelhantes, olhos ausentes e hipóstomo 
bem desenvolvido em ninfas e vestigial em 
adultos. 
- São os chamados carrapatos duros ou “hard tricks”; 
- Possuem sulco anal, que serve como chave de 
identificação; 
- Desenvolvimento ocorre através de ovo, larva, ninfa 
e adultos; 
- Etapas do desenvolvimento: ovo > neolarva > 
metalarva > neoninfa > metaninfa > 
♀: neógina (sexualmente imatura) > 
partenógina (sexualmente madura) > 
teleógina (ingurgitada com sangue) > 
quenógina (com ovos); 
♂: neandro (sexualmente imaturo) > gonandro 
(sexualmente maduro); 
- O escudo recobre toda a superfície dorsal dos machos 
♂ e apenas o terço anterior das fêmeas ♀ (devido ao 
ingurgitamento); 
- Classificação de acordo com o número de 
hospedeiros: 
 Monoxenos: alimentam-se do mesmo 
hospedeiro em todos os estágios, onde também 
realizam as ecdises; 
 Dioxenos: estágios de larva e ninfa se 
alimentam no mesmo hospedeiro, onde ocorre a 
primeira ecdise, a segunda ecdise ocorre no solo e 
o adulto procura um segundo hospedeiro; 
 Trioxenos: para cada estágio há um hospedeiro 
e as ecdises são realizadas no ambiente; 
 Gênero Rhipicephalus: 
→ Espécies que ocorrem no Brasil: Rhipicephalus 
(Boophilus) microplus, Rhipicephalus 
(Boophilus) annulatu, Rhipicephalus 
(Boophilus) kohlsi, Rhipicephalus (Boophilus) 
geigy, Rhipicephalus (Boophilus) decoloratus, 
Rhipicephalus sanguineus; 
 Rhipicephalus (Boophilus) microplus: parasita 
preferencialmente bovinos, são carrapatos 
monoxenos, os machos apresentam cone 
opistossomal característico. São vetores de 
babesiose bovina por Babesia bovis e Babesia 
bigemina (tristeza parasitária) e de theileriose 
por Theileria equi em equinos. Podem 
parasitar humanos. Sulco anal posterior, rostro 
e palpos curtos, com olhos e sem festões, 
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3 
 
peritrema arredondado. Base do capítulo 
hexagonal. 
 
 
 Rhipicephalus sanguineus: são trioxenos, de 
hábitos nidícolas e possuem geotropismo 
negativo, podem parasitar humanos e podem 
transmitir febre maculosa. Sulco anal 
posterior, rostro e palpo curtos, peritrema em 
formato de vírgula, possuem olhos e festões. 
Gênero Dermacentor: 
→ Espécie conhecida: Dermacentor (Annocentor) 
nitens; 
→ São parasitas preferencialmente de equinos, 
podendo parasitar asininos, bovinos, caprinos, 
felinos, cães e animais silvestres; 
→ Localizam-se no pavilhão auricular, divertículo 
nasal, região perianal e perineal; 
→ Podem causar “orelha troncha”, problema 
estético que pode levar à amputação; 
→ Transmissor de babesiose por Babesia caballi; 
→ São monoxenos; 
→ Apresentam placa peritremática em formato 
de dial de telefone, rostro e palpo curtos, sete 
festões, apresentam olhos distintos e 
pequenos. Base do capítulo retangular. 
Gênero Amblyomma: 
→ Principais espécies descritas no Brasil: A. 
cajennense, A. sculptum, A. ovale, A. 
aureolatum; 
→ São trioxenos e podem parasitar várias 
espécies de animais domésticos e silvestres e o 
homem; 
→ É o principal vetor da febre maculosa; 
→ Possuem palpos e hipóstomo longos, escudo 
geralmente ornamentado, possuem olhos e 
festões, base do gnatossoma usualmente 
rugosas e peritrema grosseiramente 
triangulares ou em forma de vírgula. 2º 
segmento do palpo maior que os demais; 
→ As espécies A. sculptum e A. cajennense são os 
mais comuns de ocorrer em humanos. 
 
Gênero Ixodes: 
→ Principais espécies descritas no Brasil: I. 
loricatus, I. luciae; 
→ São trioxenos; 
→ Parasitam animais silvestres, principalmente 
marsupiais e pequenos roedores; 
→ É um possível transmissor da febre maculosa. 
 
 
 
 
 
 
Gênero Haemaphysalis: 
→ Principais espécies descritas no Brasil: H. 
leporispalustris, H. kohlsi, H. cinnaberina; 
→ São trioxenos; 
→ Parasitam coelhos silvestres, pacas e cotias; 
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4 
 
→ Possuem rostro e palpos usualmente curtos, 
olhos ausentes, 11 festões e peritrema de 
contorno oval. Base do capítulo sem formato 
marcante. Sulco anal anterior ao ânus. 
- Possuem uma diferença morfológica importante que 
permite diferenciá-los dos carrapatos: o tamanho – 
medem cerca de 200 a 700 µm de comprimento; 
- Apresentam grande importância, principalmente na 
clínica de pequenos animais; 
- Podem causar prurido (sinal clínico mais comum), 
pápulas eritematosas (calombos) e alopecia; 
- Possuem placas dorsais/ventrais, há ou não a 
presença de cepas, podem ter ventosas/ganchos, 4 
pares de patas na fase adulta; 
Subordem Sarcoptiformes: 
▪ Família Sarcoptidae: 
O contato íntimo de seres humanos com gatos e cães 
hospedeiros de ácaros desta família pode desencadear 
zoonose que, normalmente se autocura em 2 semanas, 
mas que pode ser grave em pacientes 
imunossuprimidos; 
Reações à doença costumam aparecer no antebraço e 
pernas. 
 Sarcoptes scabiei: 
Causador da sarna sarcópticahumana, também 
conhecida como escabiose. Cava galerias intradérmicas 
nos hospedeiros, onde a fêmea faz a oviposição, 
podendo também ser porta de entrada para bactérias 
causando infecções secundárias. Possuem o corpo 
arredondado/globoso (“tartaruga”), longos pedicelos, 
as pernas III e IV são muito curtas e possuem estrias 
transversais no dorso. Também são parasitas de 
animais domésticos e há variação da espécie de acordo 
com o hospedeiro, 
sendo mais 
frequentes em cães 
e suínos. Possui 
disseminação rápida 
e frequente. Fêmeas 
são maiores que os 
machos e possuem 
uma pequena 
protuberância no 
poro genital. Ficam 
localizados 
preferencialmente 
na orelha, focinho, face e cotovelos, mas nas 
infestações podem se estender por todo o corpo. Seu 
ciclo se completa em cerca de 10-14 dias e cada ácaro 
pode viver por até 2-3 meses. A principal forma de 
transmissão é o contato entre os animais/animal-
humano. O sinal clínico mais marcante é o prurido 
intenso. 
 Notoedres cati: 
Causador da escabiose 
felina, parasita 
principalmente gatos 
domésticos. Possuem 
estrias concêntricas 
(“impressão digital”) no 
dorso. Possui ciclo igual ao 
de S. scabiei, porém ficam 
localizados no pavilhão 
auricular externo, região 
perianal e perineal e na base 
da cauda. Comumente levam à formação de crostas no 
pavilhão auricular. 
▪ Família Knemidocoptidae: 
Parasitas de psitacídeos. 
 Gênero Knemidocoptes: 
Comuns em aves, 
causam um 
espessamento da 
área onde se 
encontram. Em 
periquitos, pode 
ocorrer uma 
mudança no 
formato do bico – a depender da espécie. Geralmente, 
localizam-se na pele dos pés e pernas. São semelhantes 
ao Sarcoptes e apresentam duas cerdas posteriores, 
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5 
 
patas curtas e estrias dorsais interrompidas, sendo as 
fêmeas maiores que os machos. 
▪ Família Psoroptidae: 
Comuns em equinos, coelhos, ovinos e caprinos; 
 Otodectes cynoti: 
Parasita relacionado à 
região do pavilhão 
auricular, na superfície da 
pele da orelha. Está 
associado a quadros de 
otite secundária, 
principalmente causada 
por Malassezia. Possuem 
gnatossoma bem 
proeminente e um 
terceiro par de pernas 
com longas setas enq uanto o quarto par de pernas é 
bem curto. Possui ciclo semelhante ao de Psoroptes 
equi. 
 Psoroptes equi: 
A espécie possui variedades de acordo com o 
hospedeiro. Conhecido como ácaro da sarna de 
equídeos, fica na superfície da pele – não são 
escavadores. P. equi var. cuniculi localiza-se no 
conduto auditivo de coelhos, sendo a variedade mais 
comum, podendo causar até alterações neurológicas. 
Geralmente estão associados a prurido intenso. 
Importante: podem estar associados a outros 
problemas, o fato de se encontrar este ácaro, não quer 
dizer que seja a causa única do problema. 
Morfologia: possuem pedicelo segmentado (o que não 
é comum em outras espécies), com ventosa na ponta. 
Ciclo biológico: apresenta as mesmas fases de 
Sarcoptes scabiei sem, contudo, formar galerias. 
Perfuram a pele para obter linfa e causam enormes 
prejuízos na pecuária lanígena. 
 
 
 Gênero Chorioptes: 
A característica marcante do gênero é gnatossoma 
(cabeça) longo, com ventosas ambulacrárias em 
pedicelo curto e simples (o que os diferencia de 
Psoroptes equi), com presença de cerdas no 3° par de 
pernas. A espécie Chorioptes bovis parasita bovinos, 
caprinos, ovinos, equinos e coelhos, enquanto 
Chorioptes texanus parasita bovinos e caprinos. O ciclo 
é semelhante ao de Psoroptes e se completa em 20 
dias. Importante: causam alopecia e áreas com crostas 
de coloração acinzentada, mas nem sempre esses 
sintomas são causados por Chorioptes. 
▪ Família Listrophoridae: 
 Lynxacarus radovksyi: 
Frequentemente confundidos com piolhos (NÃO 
CONFUNDA! Piolhos são insetos, possuem antenas, 
observe a divisão do corpo). Se alimentam na 
superfície dos pelos, tornando-os quebradiços e 
normalmente são um achado ocasional. São achatados 
laterolateralmente. 
 
 
 
 
 
 
Subordem Trombidiformes: 
▪ Família Demodicidae: 
Engloba os ácaros demodex, causadores da 
demodicose ou sarna demodécica, que pode levar cães 
até à morte; 
 Gênero Demodex: 
É um ácaro comensal da pele, presente em baixas 
densidades em animais sadios; por isso, para 
caracterizar em doença (demodicose), é preciso que 
haja sinais clínicos (alopecia, pápulas, ...). Em humanos, 
pode estar associados a acne rosácea. Demodex injai e 
Demodex cornei podem ocorrer em cães e gatos, com 
maior prevalência em cães. Aspectos morfológicos: 
assemelha-se a um charuto (diferentes de outros 
ácaros que costumam ser mais arredondados), as 
pernas localizam-se na parte anterior do corpo e não 
possuem cerdas nas pernas ou no corpo. 
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Ciclo biológico: o contato íntimo da pele de um animal 
com outro permite a passagem dos ácaros, 
normalmente isso acontece numa transmissão da mãe 
para seus filhotes. Dependendo do perfil imunológico 
do indivíduo, pode ocorrer infecção secundária, o que 
leva a um quadro mais grave. O ciclo dura de 18-24 dias 
e se o animal não for devidamente tratado, pode haver 
recidiva. 
 
▪ Família Cheyletidae: 
Parasitas mais comuns em gatos, conhecidos como 
“caspas andantes” devido à semelhança com as caspas; 
 Gênero Cheyletiella: 
Principais espécies: C. parasitovorax, C. yasguri, C. 
blakei. Popularmente chamados de “caspas 
andantes/ambulantes”, ficam na superfície da pele, 
onde produzem muitas crostas e não cavam galerias. 
Podem parasitar humanos. Possuem palpo bastante 
proeminente com espinhos e quelíceras pequenas e 
em formato de estilete. 
Subordem Mesostigmata: 
▪ Família Macronyssidae: 
Comum em aves de postura, é de difícil controle; 
 Gênero Ornithonyssus: 
Podem parasitar seres humanos e é possível visualizá-
los andando sobre a pele. 
▪ Família Dermanyssidae: 
Comum em aves de postura, é de difícil controle; 
 Gênero Dermanyssus: 
Chamados de “piolho de galinha”. 
Sobre as famílias Macronyssidae e Dermanyssidae: é 
importante saber diferenciá-las com base nas 
características morfológicas, são parasitas de aves e 
roedores. 
Macronyssidae: escudo dorsal afilado posteriormente, 
abertura anal situada no terço anterior do escudo anal, 
quelícera com duas pequenas quelas na extremidade 
distal. 
Dermanyssidae: 
Escudo dorsal arredondado posteriormente, abertura 
anal situada no terço posterior do escudo anal, 
quelícera com estilete na extremidade distal. 
- Possuem a divisão do corpo em cabeça, tórax e 
abdômen. Na cabeça possuem antes, podem ou não 
ter asas, que, quando presentes, inserem-se no tórax. 
O tipo de asas também varia de acordo com a espécie 
e possuem nervuras. Na face ventral do tórax se 
inserem as pernas – são 3 pares – hexápodes. O último 
segmento é o abdômen, onde ficam os órgãos 
responsáveis pela respiração, digestão e várias outras 
funções fisiológicas. A tagmatose é, em geral, bem 
evidente. Na cabeça, onde encontra-se o aparelho 
bucal, que pode ser classificado como mastigador ou 
sugador/picador, de acordo com os hábitos 
alimentares e os olhos, que possuem importante 
função sensorial. 
- Na ordem Hemiptera, temos a subordem Heteroptera 
onde temos os percevejos, divididos em fitófagos, 
predadores e hematófagos, que podemos diferenciar 
através do aparelho bucal (probóscida): 
*Fitófagos: probóscida longa, levemente curvada, 
ultrapassa o primeiro par de pernas; 
*Predadores: probóscida mais curta, primeiro par de 
pernas hipertrofiado para poder agarrar as presas; 
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7 
 
*Hematófagos: primeiro par de pernas não 
hipertrofiado, probóscida curta, retilínea e com 3 
segmentos visíveis; 
- Os de interesse médico veterináriosão os percevejos 
hematófagos – que, importante lembrar, são 
transmissores de doenças e não os causadores; 
- São insetos hemimetabólicos, cujo desenvolvimento 
é marcado pelas fases de ovo, ninfa e adulto; 
- São insetos grandes, que apresentam cerca de 4 cm 
de comprimento e tórax bem desenvolvido (dividido 
em pronoto e escutelo); 
- A subordem Heteroptera possui duas famílias que 
iremos estudar: família Cimicidae e família Reduviidae 
– subfamília Triatominae – são hematófagos; 
- Os cimicídeos são os percevejos pequenos, chamados 
popularmente de “percevejos de cama”; 
- Já os triatomíneos são os “barbeiros”, também 
chamados de “chupança”; 
 Família Reduviidae: 
- Inclui os gêneros Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius 
– que podem estar associados à doença de chagas ou 
tripanossomíase americana – doença crônica e 
incurável; 
- Os insetos picam, principalmente à noite (possuem 
hábitos noturnos) e no rosto, a pessoa e defecam após 
a hematofagia, onde estão as formas tripomastigotas 
metacíclicas do protozoário Tripanossoma cruzi, 
causador da doença de chagas; 
- Atualmente, a transmissão da doença pelo inseto 
através da picada diminuiu muito e é mais comum pela 
ingestão de insetos triturados; 
- Nesta família, há outras espécies que podem 
transmitir a doença, mas são “maus transmissores” 
pois defecam muito tempo depois da picada e 
dificultam a transmissão; 
- Os insetos podem adquirir o protozoário de tatus, 
canídeos, gambás, etc.; 
- Possuem dois pares de asas: hemiélitro (visíveis) e um 
par membranoso não visível; 
- Possuem olhos grandes (ocelos) e visíveis a olho nu 
(podem ajudar na identificação) – são importantes na 
detecção de luz; 
- Na lateral da cabeça possuem tubérculos anteníferos 
que, de acordo com a posição, ajudam a identificar a 
qual gênero o inseto pertence; 
 Tubérculo antenífero colado aos olhos: gênero 
Panstrongylus; 
 Tubérculo antenífero intermediário: gênero 
Triatoma; 
 Tubérculo antenífero muito próximo ao clípeo: 
gênero Rhodnius; 
- Outras características como padrão de cores, cerdas 
e pronoto podem ajudar na diferenciação das espécies; 
- Todos os estágios de desenvolvimento alimentam-se 
de sangue; 
*Cães e gatos podem manifestar sintomas da doença 
de chagas. 
 Família Cimicidae: 
- Inclui os gêneros Cimex e Ornithocoris, percevejos 
frequentemente associados a aves e morcegos; 
 Gênero Cimex: 
- São comuns em maritacas e popularmente 
conhecidos como percevejos de cama, possuem cerca 
de 5 mm de comprimento. Não possuem asas (ápteros) 
e os machos possuem uma estrutura mais pontiaguda 
na extremidade, enquanto as fêmeas são 
arredondadas. Fazem seus ninhos próximos aos 
hospedeiros e saem durante a noite para se alimentar, 
causando espoliação sanguínea em seus hospedeiros, 
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possíveis interrupções no sono e reações de 
hipersensibilidade. Os Chiroptera (morcegos) são 
importantes hospedeiros. 
Espécies de importância médica: Cimex lectularius 
(cerdas pontiagudas) – comum nas regiões Sul e 
Sudeste e Cimex hemipterus (cerdas lisas) – comum na 
região nordeste. 
 
 Gênero Ornithocoris: 
São popularmente chamados de “percevejos de 
aves”, parasitam aves domésticas e selvagens, 
podendo, eventualmente, parasitar humanos. 
 
- São as pulgas, insetos sem asas; 
- Possuem grande importância médica/médica-
veterinária, inclusive a peste bubônica era transmitida 
por pulgas que estavam contaminadas com Yersinia 
pestis; 
- São insetos achatados latero-lateralmente, que 
possuem o 3º par de pernas mais longo e hipertrofiado 
para dar impulso aos saltos (possuem resilina, uma 
proteína que ajuda na elasticidade das pernas); 
- Depois de se alimentarem, vão para o ambiente, não 
ficam no hospedeiro; 
- Desenvolvimento: ovo > larva > pupa > adulto – 
holometabólicos – sendo que as 3 primeiras fases 
permanecem no ambiente dentro de um casulo e 
podem ficar assim por até 180/200 dias. Importante 
saber disso pois o controle muitas vezes falha porque 
as fases do ambiente não são eliminadas; 
- São insetos pequenos, de até 3 mm de comprimento; 
- Podem: 
> Viver sobre o hospedeiro (Xenopsylla cheopis e 
Ctenocephalides spp); 
> Penetrar na pele do hospedeiro: fêmeas fertilizadas 
(Tunga penetrans); 
> Viver fora do hospedeiro e só o procurar para se 
alimentar (Pulex irritans) – mais raro; 
- Importância: 
São parasitas: 
 Espoliação sanguínea (Ctenocephalides spp) – 
dependendo do grau de infestação, o animal 
pode ficar anêmico pois para de comer devido 
à irritação da coceira; 
 Irritação na pele (Pulex irritans); 
 Lesões cutâneas (Tunga penetrans); 
São hospedeiros e vetores: 
 Helmintos (Dypillidium caninum) 
 Bactéria (Yersinia pestis) 
 Mycoplasma haemofelis e Mycoplasma 
haemocanis; 
- Ciclo biológico: 
Sobre o ciclo: 
> As larvas se alimentam de restos de matéria orgânica; 
> A pupa sai do casulo por estímulos, como vibração do 
som, por exemplo; 
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> A fêmea possui espermateca que é onde estoca os 
espermatozoides que vão fertilizando os ovos que elas 
colocam; 
> O tempo do ciclo varia de 12 a 18 dias; 
 Família Pulicidae: 
Inclui os gêneros Ctenocephalides (pode atuar como HI 
de Dipylidium caninum), Xenopsylla e Pulex. 
 Gênero Ctenocephalides: 
Recebem esse nome pois possuem ctenídeos 
protonais e genais – característicos deste gênero, 
cerdas esclerotizadas (mais grossas) que ajudam na 
fixação ao corpo do hospedeiro. Podem parasitar seres 
humanos, mas são mais comuns em cães. 
> Ctenocephalides felis: ocorre em gatos e também 
cães – clima tropical e subtropical – curvatura da 
cabeça mais aberta – primeira cerda quase do mesmo 
tamanho da segunda; 
> Ctenocephalides canis: mais comum em climas mais 
frios – mais comum em cães – curvatura da cabeça 
mais acentuada – primeira cerda do ctenídeo genal é 
bem menor que a segunda cerda. 
 
 Gênero Xenopsylla: 
São ectoparasitas 
de roedores, 
podendo parasitar 
o homem e outros 
animais. Foi a 
pulga responsável 
pela disseminação 
da peste bubônica, 
que dizimou 1/3 
da população 
europeia na idade média. Não possuem ctenídeos e 
uma característica importante é que na região da 
cabeça possuem um occipício, onde, no ponto de 
inserção das cerdas, ao se traçar uma linha, observa-se 
um “V”. 
 Gênero Pulex: 
Foi desaparecendo com 
o surgimento dos 
hábitos de higiene. 
Parasita 
preferencialmente 
humanos. Apresenta 
uma cerda abaixo dos 
olhos > cerda ocular ou 
cerda infraorbitária e 
uma cerda abaixo do 
occipício > cerda 
occipital. 
 Família Tungidae: 
Inclui o gênero Tunga, no qual encontra-se a Tunga 
penetrans – “bicho de pé”. 
 Tunga penetrans: 
Menor espécie conhecida, 
causa muita irritação e 
dependendo do grau de 
infestação, pode levar a 
necroses. Possui um 
tubérculo frontal e o tórax 
apresenta segmentos 
mais curtos. 
 
 
- São os piolhos, insetos pequenos, ápteros (sem asas), 
medindo de 0,3 a 11mm de comprimento – que podem 
ser picadores, sugadores ou mastigadores – 
estudaremos a subordem Mallophaga – piolhos 
mastigadores (atualmente dividida em Schinocera e 
Amblycera) e subordem Anoplura – piolhos 
sugadores/picadores; 
- Os ovos destes insetos ficam aderidos aos 
pelos/cabelos e são chamados de lêndeas; 
- Fases de desenvolvimento: ovo > ninfa > adulto – são 
insetos hemimetábolos – não têm a fase de larva; 
- Existem espécies de animais, como aves, gatos, que 
possuem apenas piolhos mastigadores, enquanto, 
bovinos, equinos e cães possuem sugadores e 
mastigadores; 
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10 
 
- Apresentam preferência topográfica por região do 
corpo – normalmente abrigam-se em regiões que 
favorecem a alimentação e abrigo– locais onde ficam 
protegidos de reações do hospedeiro; 
- Corpo achatado dorsoventralmente, pernas robustas 
e garras adaptadas para se fixar fortemente aos pelos 
ou penas; 
- Coloração varia de amarelo esbranquiçado a castanho 
escuro – após a alimentação ficam mais escuros; 
- As fêmeas depositam de 50 a 100 ovos, geralmente 
em pencas (cachos) que ficam firmemente aderidos 
nas penas ou pelos do hospedeiro e geralmente são 
maiores que os machos e encontram-se em maior 
número (garantir a perpetuação da espécie); 
- São insetos que apresentam elevada especificidade – 
são muito dependentes do hospedeiro específico e 
dependem basicamente das condições oferecidas pelo 
corpo do animal; 
- Todo o ciclo ocorre no hospedeiro; 
- A fase de ovo dura de 1 a 2 semanas, então a ninfa 
eclode (muito semelhantes ao adulto, porém menores 
e mais claras); 
- Alimentam-se de descamações do tecido epitelial, 
partes das penas, secreções sebáceas e sangue; 
- A transmissão ocorre por contágio direto, e no 
inverno é mais comum de ocorrer infestação, pois os 
pelos engrossam e os animais ficam mais unidos; 
- O ciclo biológico dura de 4 a 6 semanas – a fase de 
lêndea normalmente não sofre efeito dos inseticidas, 
e, em infestações, pode ser necessário utilizar o 
medicamento por algumas semanas até completar o 
ciclo e exterminar todos os insetos; 
- Ações sobre o hospedeiro: causam intensa irritação 
(devido às garras tarsais), intenso prurido, no qual o 
animal pode se coçar até sangrar. Pode ocorrer anemia 
por estresse do animal, que para de comer. Alopecia, 
escoriação e auto-mutilação, estresse, redução do 
peso e queda na produção; 
- São comuns em aves, enquanto em felinos pode ser 
um sinal de negligência do proprietário e de outra 
doença concomitante; 
- Em outras espécies animais, dada a utilização de 
ectoparasiticidas, não é muito comum; 
- Quando ocorre infestação em cabras e ovelhas 
criadas em confinamento, se espalha muito rápido pois 
os animais ficam muito juntos (mas não é muito 
comum ocorrer); 
- Alimentação: a característica marcante do piolho 
mastigador é a cabeça mais larga que o tórax devido 
ao aparelho bucal potente, enquanto o piolho sugador 
geralmente tem a cabeça mais fina que o tórax; 
*Diferenciar Ischnocera de Amblycera: ambos são 
mastigadores 
Ischnocera: antenas livres; 
Amblycera: antenas escondidas localizadas numa 
fenda; 
 Piolhos de aves: 
*Possuem apenas piolhos mastigadores; 
 
 Piolhos de mamíferos: 
*Em cães, o mais comum é o 
Trichodectes canis (foto ao lado) e, ainda 
assim, não é tão comum. Importante 
lembrar que esta espécie é HI de 
Dipylidium caninum. Medem cerca de 1-
2 mm de comprimento; 
*É muito raro encontrar piolhos em 
suínos e equinos; 
*O Phthirus pubis é o piolho popularmente conhecido 
como “chato” e era associado a prostíbulos; 
*Haematopinus suis: 5-11 mm de comprimento, 
parasitas de suínos; 
*Felicola subrostratus: antenas livres, hospedeiros: 
gatos, 1-5 mm de comprimento; 
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*Heterodoxus spiniger: amblycera, hospedeiros: cães, 
5 mm de comprimento; 
*Linognathus setosus: piolho sugador de cães, 1-2,5 
mm de comprimento; 
 
- São as moscas, mosquitos, pernilongos, borrachudos, 
mutucas, etc; 
- Podem atuar como parasitas na fase adulta e na fase 
larval; 
- Na fase larval, são o que chamamos de bicheira (nome 
correto: miíase – recebe esse nome apenas em seres 
vivos, se já estiver morto, não pode-se dizer que é 
miíase); 
- Possuem desenvolvimento holometabólico: ovo > 
larva > pupa > adulto; 
 
Famílias de interesse veterinário da subordem antes 
chamada de Cyclorrapha, hoje incluída na subordem 
Brachycera, que se divide em Infraordem 
Muscomorpha e Infraordem Tabanomorpha: 
*A identificação das espécies é feita, principalmente, 
pelos espiráculo respiratórios ou esperando as larvas 
se tornarem moscas adultas; 
 Família Muscidae: 
Musca domestica: 
- A superfície do seu 
corpo pode atuar como 
fômite, sendo uma 
grande propagadora 
(vetor) de doenças, 
podendo atuar como 
forético do berne; 
- Aparelho bucal lambedor-sugador – favorece a 
disseminação de doenças (mecanicamente) pois 
regurgita sobre o alimento para poder liquefazê-lo e 
depois suga esse alimento. Pode até se alimentar de 
sangue, mas quando já existem as feridas: não pica o 
animal; 
- Veiculação mecânica de patógenos (bactérias, fungos, 
vírus e cistos de protozoários) em suas patas, 
regurgitação e defecação sobre alimentos, pode atuar 
como hospedeiro intermediário de Habronema sp. 
(problemas no estômago e pele em equinos) e outros 
parasitos; 
Sobre Habronema sp.: a mosca faz a oviposição nas 
fezes do equino, e se ele estiver contaminado por 
Habronema sp, a larva da mosca ingere os ovos do 
verme e se contamina – o desenvolvimento da mosca 
e do verme é simultâneo. A habronemose cutânea 
causa um tecido de granulação exuberante com lesões 
de difícil cicatrização (muitas vezes é confundida com 
lesão de pitiose). Habronema sp.: no estômago: ciclo 
típico, na pele: ciclo atípico; 
Morfologia: 6 a 9 mm de comprimento, com 4 faixas 
longitudinais pretas, abdômen amarelado com faixa 
longitudinal negra no dorso e asas com curvatura M1 
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+2 em formato de cotovelo (importante pra diferenciar 
de Stomoxys calcitrans); 
 
Aspectos biológicos: 
Desenvolvem-se em matéria orgânica: 
➢ Fezes de equinos, bovinos, suínos; 
➢ Resíduos de avicultura (se alimentar bovinos 
com as camas das galinhas tem risco de 
encefalopatia espongiforme -“doença da vaca 
louca”); 
➢ Restos de ração; 
*Por isso é muito importante o manejo sanitário 
adequado e higiene dos dejetos de granjas e estábulos; 
- O ciclo de ovo até a forma adulta dura, normalmente, 
de 10 a 14 dias – em temperaturas mais baixas, até 45 
dias, porque possuem metabolismo elevado. 
 
Stomoxys calcitrans: 
- Hematófaga, é conhecida 
como “mosca do estábulo” e 
possui grande importância em 
bovinos de leite; 
- É uma possível veiculadora de 
Tripanossoma vivax, porém, a 
principal forma de transmissão 
se dá por agulhas 
contaminadas; 
- Os adultos podem medir de 4 a 7 mm de 
comprimento, possuindo coloração acinzentada e 4 
faixas longitudinais na parte dorsal do tórax; 
- Tem se desenvolvido muito em áreas 
sucroalcooleiras, onde o vinhoto tem sido descartado 
de forma inadequada e tem ocorrido infestação destas 
moscas e inclusive ocorreram surtos em várias regiões 
do país relacionados a estas moscas; 
- Alimenta-se por hematofagia e sua picada é bastante 
dolorosa; 
- Além de ser uma possível veiculadora do Habronema 
sp, também atua na transmissão mecânica da anemia 
infecciosa equina e da anaplasmose (faz parte do 
complexo tristeza parasitária bovina); 
- Importante diferença em relação à Musca domestica: 
além da asa, uma diferença importante é o aparelho 
bucal, que é picador sugador e o abdômen, que é 
“axadrezado”; 
Aspectos biológicos importantes: 
- Seu desenvolvimento e oviposição das larvas pode 
ocorrer em fezes (bovinos, equinos, suínos, ovinos...) 
misturadas à matéria orgânica vegetal, em camas de 
aviários, em restos de ração, além do vinhoto; 
- Seu ciclo biológico, de ovo a adulto, dura cerca de 30 
dias, podendo demorar mais ou menos, de acordo com 
a temperatura que, se for muito baixa, pode durar até 
meses; 
- Possuem preferência por resíduos de matéria 
orgânica vegetal. 
 
 
 
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Haematobia irritans: 
– Conhecida 
popularmente como 
“mosca do chifre”, é 
semelhante à S. calcitrans, 
sendo, porém, menores 
(cerca de metade do 
tamanho, com 4-5 mm de 
comprimento); 
- Possui palpos 
espatulados e quase tão longos quando a probóscida, 
queé longa, e aparelho bucal picador sugador; 
- Suas asas possuem a mesma distribuição de nervuras 
que Stomoxys calcitrans; 
- As fêmeas gostam de pousar na região abdominal e 
saem após a defecação do hospedeiro, pois gostam de 
fazer a oviposição em fezes frescas. A oviposição pode 
ocorrer durante o dia ou noite, sendo mais comum 
durante o dia, devido à temperatura e umidade mais 
elevadas nesse período; 
- São mais atraídas por animais escuros, pois possuem 
mais glândulas sebáceas e por machos inteiros, pois 
possuem mais testosterona e causam várias lesões 
onde picam, podendo, inclusive, gerar um couro de má 
qualidade; 
- Animais que estejam infestados por mais de 200 
moscas podem parar de se alimentar (ficam irritados) 
e, a junção dessa baixa no apetite e das picadas, pode 
levar à anemia e desencadear queda no ganho de peso 
e diminuição da produção de leite, devido ao aumento 
nos níveis de cortisol. A infestação por 500 moscas 
pode levar à perda de 60 mL de sangue por dia; 
- As fêmeas fazem cerca de 40 repastos sanguíneos por 
dia enquanto os machos fazem cerca de 25 repastos – 
as fêmeas possuem maior necessidade devido à 
maturação ovariana. 
Família Calliphoridae: 
- As moscas desta família possuem tamanho médio de 
4-16 mm e são conhecidas popularmente como 
“varejeiras” – possuem coloração que varia entre azul, 
verde e cobre metálico, pousando em todo tipo de 
material em decomposição; 
- Gêneros importantes: Cochliomyia, Chrysomya, 
Lucilia e Calliphora; 
- Importância médico-veterinária: podem ser 
veiculadoras de patógenos, tais quais: Entamoeba coli 
(diarreia), Shigela dysenteridae (diarreia), Bacillus 
anthracis (carbúnculo hemático), Mycobacterium 
tuberculosis (tuberculose); 
- Algumas espécies apresentam importância forense e 
auxiliando no esclarecimento de crimes; 
- Podem ser utilizadas em bioterapia/terapia com 
larvas; 
- Miíase primária ou obrigatória: recebem este nome 
as larvas das espécies de moscas que só se 
desenvolvem em tecidos vivos; 
- Miíase secundária ou facultativa: recebem este 
nome as larvas que alimentam-se de tecidos 
necrosados preferencialmente, foram (são) muito 
utilizadas na terapia larval durante a 2ª Guerra 
Mundial. 
Cochliomyia hominivorax: 
- É uma das moscas de maior importância mundial, 
relacionando-se à miíase de umbigo, que causa 
grandes prejuízos, principalmente no Brasil; 
- Suas larvas se desenvolvem em tecidos vivos, atuando 
como miíase primária; 
- Foi erradicada em vários países devido aos enormes 
prejuízos que causa, principalmente em bezerros e até 
mesmo em humanos. Como erradicaram? A mosca 
copula uma única vez, cerca de 5 dias após sair do 
casulo pupal, baseados neste aspecto biológico, 
irradiaram machos com radiação gama, que tornaram-
se estéreis e os soltaram. Estes, cruzaram com as 
fêmeas, que morreram sem deixar descendentes e, 
assim, foram desaparecendo; 
- A larva desta espécie é biontófaga, atuando como 
miíase cutânea primária; 
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14 
 
- A L3 apresenta espinhos e troncos traqueais visíveis 
até o 3º segmento (diferente de C. macellaria), o 
desenho do espiráculo respiratório, os ganchos orais 
ajudam a diferenciar as espécies; 
- Importância médico-veterinária: as larvas 
conseguem penetrar em cavidades do corpo, levando 
a miíases cavitárias (nasal, ocular, auricular, vaginal, 
anal, etc..), podem causar miíases umbilicais 
(oviposição ocorre na ferida umbilical) e gengivais 
(gengiva de animais lactentes) em bezerros e também 
na cauda de cães que passaram recentemente por 
caudectomia. 
Cochliomyia macellaria: 
- Causadora de miíase cutânea secundária, suas larvas 
são necrobiontófagas; 
- As larvas se desenvolvem, usualmente, em matéria 
orgânica em decomposição (lixo, esterco, cadáveres, 
etc), porém, podem atingir tecidos necrosados de 
hospedeiros vivos; 
- As larvas são invasoras secundárias de ferimentos, 
podendo se desenvolver em carnes de açougues e 
matadouros, por exemplo. 
Chrysomya sp.: 
- Apresentam 
variações em sua 
cor metálica que 
vão desde o verde 
brilhante, a tons 
amarelados e 
azulados; 
- NÃO apresentam 
manchas no tórax 
e são robustas, 
medindo cerca de 8 mm de comprimento; 
- Suas larvas são necrobiontófagas, espiraladas e 
apresentam espinhos proeminentes; 
- As moscas deste gênero são originais dos trópicos do 
Velho Mundo e as espécies relatadas no Brasil foram: 
C. putoria (granjas), C. megacephala (urbanas, feiras 
livres), C. albiceps (animais em decomposição), se 
tornaram comuns e numerosas no Sul, Sudeste e 
Centro do Brasil, sendo frequentes em aviários e 
suinocultura; 
- Importância médico-veterinária: são causadoras de 
miíases secundárias em mamíferos, possuindo alta 
capacidade reprodutiva e suas larvas são muito 
agressivas. Possibilitam risco de contaminação por 
agentes patogênicos, podendo atuar como vetores. 
São importantes ecologicamente pois podem ajudam 
na eliminação de carcaças. Podem ser alvo de estudos 
na entomologia forense. 
Família Oestridae: 
Oestrus ovis 
- Podem causar 
miíase nasal em 
ovinos e caprinos – 
“oestrose” ou 
“bicho da cabeça”. 
Quando as moscam 
chegam, as ovelhas 
abaixam a cabeça 
ou pressionam a 
cabeça contra alguma superfície na tentativa de 
impedir a deposição de larvas; 
- Já existem relatos de que causam miíase na 
conjuntiva ocular de humanos; 
- As moscas adultas podem chegar a medir 10-12 mm 
de comprimento; 
- As formas adultas não se alimentam; 
- Animais infestados tem espirros frequentes e muitas 
vezes saem larvas pelos espirros, que vão para o 
ambiente. Podem causar sinusite e rinite e, em casos 
mais graves, podem levar a pneumonia por aspiração; 
- Ciclo biológico: a mosca adulta coloca larvas, que se 
desenvolvem de L1 a L3 e são expelidas, caem no solo 
e penetram nele para a fase de pupação. Após a 
passagem de pupa para mosca, a mosca adulta emerge 
do solo. O tempo varia, pois podem entrar em diapausa 
e demorar vários meses para completarem o ciclo, o 
que é uma estratégia para que possam completar o 
ciclo em épocas mais favoráveis; 
- Se alimentam de albumina e tampões de mucosa 
(colágeno e mucina). 
 
 
 
 
 
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Dermatobia hominis 
- Provocam 
miíase 
furunculosa em 
bovinos e outros 
animais 
domésticos e 
até mesmo no 
homem; 
- Sua fase larval é popularmente conhecida como 
berne, que causa bastante dor; 
- Antigamente, colocava-se fumo de rolo nos locais 
onde tinha berne. Isso porque a nicotina do fumo, faz 
com que os receptores nicotínicos do berne sejam 
bloqueados, tornando a retirada mais fácil, pois os 
espinhos ficam relaxados; 
- A mosca adulta não se alimenta e vive cerca de 7-10 
dias; 
- As fêmeas capturam outros insetos, atuando como 
foréticos e colocam os ovos na região do abdômen 
destes. Mais de 40 espécies de dípteros podem atuar 
como foréticos de D. hominis; 
- O ciclo completo dura cerca de 120 dias. 
Gasterophilus sp.: 
- São moscas 
grandes e 
peludas, 
assemelham-
se a abelhas e 
medem de 9-
15 mm de 
comprimento; 
- É difícil achar a infestação desta espécie, sendo mais 
comum em achados ocasionais por endoscopia em 
equinos, também podendo ser encontradas em 
necropsias; 
- Pousam em equinos que, ao se coçarem, “enviam-
nas” para a cavidade oral. Lá, podem ter uma fase na 
gengiva e vão para o TGI. Podem causar gastrite e, 
raramente, ruptura do estômago; 
- Seus ovos são colocados em diferentes regiões do 
corpo, mas completam o ciclo no estômago ou 
intestino; 
- Podem haver pequenas variações entre as espécies G. 
nasalis, G. intestinalis, G. haemorroidalis; 
- As larvas L3 saem nas fezes depois de 
aproximadamente 11 meses da infecção, caem no solo, 
onde penetram e passam a pupa, adulta e estasemergem do solo. 
Família Sarcophagidae; 
Família Fannidae; 
- Moscas robustas de tamanho médio a grande (6 a 
33mm de comprimento), corpo sem cerdas; 
- Coloração varia de castanho-cinza até preto-escuro, 
algumas são amareladas; 
- Característica marcante: grande dimensão que 
algumas atingem; 
Tabanus importunus: 
- Relacionada à transmissão de anemia infecciosa 
equina (AIE), doença causada por um vírus que, 
durante muito tempo, a eutanásia era a única saída. 
Não tem cura para essa doença; 
- Picada muito dolorida, pois o aparelho bucal é 
picador-cortador-sugador: o aparelho bucal corta o 
vaso e em seguida começa a sugar o sangue. Tem 
capacidade de sugar grande quantidade de sangue. Por 
conta de a picada ser muito dolorida, precisa trocar 
com frequência de hospedeiro, aumentando a 
veiculação mecânica e transmissão de doenças; 
Biologia: 
- Somente as fêmeas são hematófagas – intermediários 
entre Muscomorpha e Nematocera; 
- São mais ativas em dias quentes, ensolarados e sem 
ventos – sendo fácil encontrá-las em capoeiras e áreas 
de mata – pois precisam de umidade, lama, pântanos 
para se desenvolver; 
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- O período larval geralmente é longo (1 ano, em 
média, podendo atingir até 3 anos em regiões de clima 
temperado); 
- O ciclo de vida pode levar de 2 meses até 2 anos, 
dependendo da espécie e da região geográfica; 
Importância: 
- A picada pode servir como porta de entrada de 
infecções secundárias e miíase; 
- Geram redução na produção de leite/carne e dos 
índices de produtividade geral; 
- Podem atuar como mecânico do vírus da anemia 
infecciosa equina, estomatite vesicular, encefalite e 
peste suína, leucose bovina, Anaplasma marginale, 
Trypanosoma evansi, T. vivax, carbúnculo e brucelose. 
- São popularmente conhecidos como mosquitos e/ou 
borrachudos, possuem asas longas e estreitas, antenas 
longas com 6 ou mais segmentos, palpos com 4-5 
segmentos; 
- Após a pupação, o adulto sai do casulo pupal com um 
corte longitudinal dorsal (e não pela extremidade, 
como em Brachycera); 
- Importância: além da irritação que causam, são os 
vetores mais importantes na veiculação de doenças em 
humanos e o segundo mais importante em animais, 
transmitindo doenças como malária, dengue, febre 
amarela, leishmaniose, encefalites, filarioses... (*a 
malária é uma das doenças que mais mata no mundo 
todo); 
Família Culicidae: 
- Não possuem ocelos (estruturas que atuam na 
detecção de luz), suas antenas possuem 15-16 
segmentos, suas pernas são longas (“pernilongos”), 
possuem a probóscida alongada – utilizada para sugar; 
- Os machos se alimentam de seiva de plantas e as 
fêmeas são hematófagas; 
- Os hábitos variam, podendo ser noturno, diurnos e 
crepusculares; 
- Realizam a oviposição em locais úmidos (plantas 
flutuantes) ou em água; 
 
Espécies mais importantes: 
Anopheles dalingi e Anopheles aquasalis: 
- Relacionados com a 
transmissão de 
malária, 
principalmente na 
região amazônica; 
- Pousam 
perpendicularmente 
à superfície de pouso, por isso sendo conhecidos como 
“mosquito prego”; 
- Realizam a oviposição em coleções de água parada, 
pois os ovos não resistem à dessecação; 
- Seus ovos flutuam e possuem flutuadores; 
- As larvas ficam em posição paralela à superfície da 
água; 
Culex quinquefasciatus: 
- Transmissores da filariose linfática; 
- Realizam a oviposição 
em águas sujas e seu 
aumento é favorecido 
em épocas de 
racionamento, pois as 
pessoas armazenam 
água em baldes, 
bacias, etc; 
- Os ovos possuem flutuadores e a larva posiciona-se 
perpendicular à superfície da água. 
Haemagogus sp.: 
- Causador da febre amarela silvestre. 
Aedes sp.: 
- Realizam a oviposição em pequenas coleções de água 
e seus ovos resistem à dessecação e as larvas eclodem 
quando a água retorna; 
- Podem atuar como vetores de Dirofilaria immitis; 
- Aedes aegypti: desenho de lira na superfície dorsal, 
são mais furtivos e vivem em áreas urbanas. É o 
principal vetor da dengue; 
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- Aedes albopictus: possuem uma linha branca 
longitudinal no dorso, são mais agressivos e mais 
frequentes em áreas com vegetação. Picam tanto o 
homem quanto outros mamíferos e são o vetor 
secundário da dengue, transmitindo mais a febre 
amarela; 
 
- As larvas possuem um sifão respiratório e seu 
desenvolvimento é holometabólico, passando pelas 
fases de ovo, larva L1 a L4, pupa e adulto; 
 
Família Psychodidae: 
- São os transmissores de leishmaniose tegumentar e 
visceral (causada pelo protozoário Leishmania sp.), 
chamados de flebotomíneos e conhecidos 
popularmente como “mosquito palha”, “tatuquira”, 
“asa branca”, “birigui”, “cangalha”, etc; 
Lutzomyia sp.: 
- São muito 
importantes no 
Brasil, veiculam a 
leishmaniose 
tegumentar 
americana e visceral 
americana; 
- Características: 
asas com formato 
lanceolar e nervuras longitudinais paralelas, antenas 
longas com 16 segmentos, não possuem ocelos, 
possuem 4 estágios larvais, baixa capacidade de voo, 
possuem hábitos mais noturnos (também podem ser 
crepusculares) e costumam se desenvolver em matéria 
orgânica; 
- Lutzomyia umbratilis, L. flaviscutellata, L. whitmani 
são transmissores da leishmaniose tegumentar 
americana, causada por Leishmania braziliensis, L. 
amazonensis e L. guyanensis; 
- Leishmaniose visceral: causada por Leishmania 
infantum (antigamente era chamado de Leishmania 
chagasi), transmitida por Lutzomyia longipalpis e L. 
cruzi. Tendência à visceralização do baço, fígado, etc; 
- Leishmaniose tegumentar: pode ser cutânea, muco-
cutânea (podendo levar a perdas de partes do nariz, 
orelha, etc) e cutâneo difusa, causando lesões na pele; 
- A principal diferença em relação a Culicidae é o local 
da oviposição: em matéria orgânica em decomposição, 
sendo, portanto, necessário fazer a manutenção de 
jardins e dar o destino adequado ao lixo; 
- Profilaxia: telas, mosquiteiros e inseticidas 
piretroides. 
Família Simuliidae: 
- Conhecidos 
popularmente 
como borrachudos, 
podem causar 
reações alérgicas 
que podem causar 
até a um choque 
anafilático, e 
também podem ser 
transmissores dos filarídeos Mansonella e Onchocerca; 
- Espécies: Simulium pertinax, Simulium perflavum, 
Simulium amazonicum; 
- Possuem hábitos diurnos e crepusculares, habitando 
em áreas de cachoeiras e rios (água corrente), onde os 
adultos emergem do casulo pupal dentro de uma 
bolha, até chegarem à superfície da água e voarem; 
- As fêmeas são hematófagas; 
- Suas antenas possuem apenas 11 segmentos e não 
possuem cerdas, sendo também mais curtas em 
relação a outros mosquitos. 
 
 
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Família Ceratopogonidae: 
- Normalmente vistos em “nuvens”, são conhecidos 
como “mosquito pólvora” ou “maruins”; 
- Causam grande 
irritação e queimação 
no local da picada; 
- Somente as fêmeas 
são hematófagas, 
possuem hábitos 
diurnos, medem de 1 a 4 
mm e possuem antenas 
longas com 14 
segmentos, peças 
bucais curtas, asas manchadas e antenas com 
“bolinhas”; 
- Seus ovos são postos em água doce ou salgada e 
comuns em regiões próximas a plantações de cacau e 
banana; 
- Transmitem filarioses e viroses (“blue tongue”); 
- Espécie mais conhecida: Culicoides sp. (não confundir 
com “Culicidae”). 
 
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