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Sexologia_Terceira_Idade03

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AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
SEXOLOGIA E A TERCEIRA IDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
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CURSO DE 
SEXOLOGIA E A TERCEIRA IDADE 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
5 SEXO UMA NOVA REVOLUÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE 
 
 
FIGURA 5 - TERCEIRA IDADE 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 
Como você leitor já deva ter percebido em nossos assuntos anteriores, o 
grupo da terceira idade sofreu uma grande mudança em relação aos conceitos, a 
moral e os costumes quando comparados a épocas passadas. Mesmo que para a 
sociedade ainda persista a imagem de uma velhice, frágil, reservada, e solitária, não 
é esta a realidade da velhice dos tempos de hoje. Os idosos da atualidade estão 
mais abertos e mais “liberais” a novos assuntos e atitudes, vão mais a busca do seu 
bem-estar e autoestima, praticam mais exercícios físicos, convivem e fazem novas 
amizades fora do seu meio, realizam viagens, vão a bailes etc. 
 
 
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Com as mudanças no padrão de vida do idoso, como a longevidade e os 
novos conceitos, a sexualidade na velhice passou a ser uma das importantes 
revoluções para este grupo. A sexualidade em outras épocas era compreendida pela 
sociedade quase somente para a procriação em casais mais jovens, sendo o papel 
do idoso visto mais como chefe da família e avós. Na visão da sociedade, era 
totalmente excluída a possibilidade de este grupo manter ou continuar a sua 
atividade sexual. 
Motta (2004 apud SOUZA, et al., 2010, p. 13) faz uma importante 
comparação da imagem da velhice de outras épocas com a da atualidade. Para o 
autor, geralmente existem as duas imagens da velhice, a chamada imagem 
tradicional, naturalizada, do velho inativo, e a outra imagem chamada de atual, 
sendo mais dinâmica e participante em determinadas situações sociais. 
Fraimam (1994 apud ZAMBONI 2009, p. 397) fala da repressão sexual que 
era vivenciada na juventude pelas mulheres em outras épocas, onde muitas vezes 
casavam para conquistar um pouco de liberdade e cumprir o seu papel de mulher. 
Segundo o autor, não existia nenhum tipo de educação sexual, havia falta de 
orientações, de diálogo, e de conhecimento do próprio corpo, como é demonstrado 
em alguns depoimentos de algumas mulheres idosas deste estudo sobre a 
educação sexual em grupos de terceira idade. 
 
[...] Eu até já sabia um pouco. A mãe ajudou, ela me explicou como a gente 
tinha que fazer com o marido. Ela dizia que não era pra gente dizer não pro 
marido, porque ele ia procurar em outro lugar. Eu nunca disse não pro meu 
marido. (Integrante do grupo). [...] A única coisa que eu fiquei sabendo foi 
através de uma carta que eu recebi de umas amigas sobre como era a lua-
de-mel. Ninguém falava pra gente como é que engravidava. (Não frequenta 
grupo). [...] Até poucos dias antes de eu casar, eu pensava que o nenê 
nascia pelo umbigo. Daí uma amiga me disse por onde que nascia e eu não 
acreditei. Pois eu peguei um espelho e fui olhar, e eu achava que não podia 
porque era tão pequenininho. (Integrante do grupo). [...] O que estamos 
aprendendo agora sobre sexualidade, deveríamos ter aprendido na infância, 
na adolescência. Na época sabíamos que praticar sexo era pecado mortal. 
Sexo só era permitido entre os casais, pra procriar. Também praticar sexo 
evitando filhos era condenado pela Igreja. Sexualidade é um aperto de 
mãos, um beijo, um carinho, um sorriso. [...] Sexo na terceira idade pratica-
se sem a preocupação de engravidar, pode-se sussurrar à vontade sem a 
preocupação de que os filhos ouçam [...]. (Integrante do grupo). (FRAIMAM, 
1994 apud ZAMBONI, 2009, p. 398-399). 
 
 
 
 
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No estudo de Moraes et al. (2011) realizado com um grupo de idosos sobre 
a vivência da sua sexualidade nesta fase da vida, foi observado que a maioria ainda 
mantinha relação sexual e que a procura era mais da parte masculina do que da 
feminina. 
A sexualidade na terceira idade ainda permanece ativa mesmo que esta não 
seja propriamente o ato sexual, mas o carinho, o afeto e a união. O casal idoso atual 
está mais aberto, mais à vontade para falar ou ouvir assuntos em relação à 
sexualidade, deixando para trás cada vez mais as diferenças e os tabus de outras 
épocas. O que pode ser notado em relação a este contexto, é que a visão da 
sociedade brasileira ainda não evoluiu tanto em relação à sexualidade na velhice 
quanto o próprio idoso. 
A sexualidade na humanidade como é referenciado no estudo de Almeida e 
Patriota (2008, p. 7) é um tema ainda cercado de tabus, principalmente na terceira 
idade. A educação severa ou rígida e também a associação que a sociedade faz 
entre atividade sexual e reprodução é um dos fatores que ainda impedem uma 
relação amigável com a sexualidade na velhice. 
 
 
5.1 TRATAMENTOS PARA MELHORAR A QUALIDADE SEXUAL DOS IDOSOS 
 
 
Com o surgimento das doenças crônicas e das mudanças fisiológicas com a 
chegada da velhice, as disfunções sexuais se tornam mais presentes, dificultando ou 
impedindo que este grupo continue a sua atividade sexual. Como a saúde sexual se 
tornou um indicador de saúde e a disfunção passou a ser vista como um problema 
de saúde pública, como referem Finotelli e Capitão (2011, p. 45), este assunto 
passou a receber mais atenção e promoveu tratamentos para manter uma melhor 
qualidade de vida sexual neste grupo. 
Com a redução hormonal na terceira idade, principalmente quando é 
chegada a menopausa na mulher e andropausa no homem, a qualidade de vida 
sexual também sofre um declínio. Às vezes, o incômodo dos sintomas causados por 
essas duas fases e a insatisfação sexual nestes períodos fazem com que esses dois 
 
 
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grupos também procurem o uso de terapia de reposição hormonal para o bem-estar 
físico e mental que foram comprometidos. 
Em relação à indicação de Terapia Hormonal (TH) feminina, a Associação 
Brasileira de Climatério – SOBRAC (2012, p. 6), depois de colher indicações de 
vários médicos ginecologistas em relação à TH na mulher que já teve câncer de 
mama e que já havia tratado, chegou ao consenso que em princípio a terapia 
hormonal está contraindicada devido a alguns efeitos desfavoráveis dessa 
terapêutica em mulheres já tratadas de câncer. 
Além dos benefícios que a terapia hormonal traz à mulher, como o alívio dos 
sintomas vasomotores, conservação dos tecidos da região urogenital, preservação 
da massa e da pele e a melhora da sexualidade, essa terapêutica tem despertado 
grande interesse do grupo feminino da pré e pós-menopausa nas últimas décadas. 
Sobre o uso e o interesse dessa terapia como benefício para a qualidade de vida da 
mulher, Nahás (2012, p. 8) faz um alerta sobre as controvérsias quando levado em 
conta o benefício/risco. A autora descreve a importância da atenção e decisão 
médica para a real necessidade ou não desse tratamento para a sua cliente, 
considerando sempre os riscos para o caso apresentado. 
É necessário que antes de iniciar o TH, o profissional médico siga algumas 
etapas para que possa decidir entre indicar ou não essa terapêutica a sua cliente 
(Figura 4). Essas etapas se dão por meio de uma detalhada anamnese da paciente, 
do exame físico e ginecológico, e do rastreamento das possíveis contraindicações 
dessa cliente, comopresença ou história de câncer de mama, adenocarcinoma de 
endométrio, tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda ou embolia 
pulmonar), doença troboembólica arterial (doença coronariana, infarto agudo, 
acidente vascular cerebral), doença hepática ativa, porfiria cutânea, hipertensão 
arterial não tratada e presença de sangramento uterino (NAHÁS, 2012, p. 1). 
 
 
 
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FIGURA 6 – FLUXOGRAMA DA ABORDAGEM CONTRAINDICAÇÃO DA TERAPIA 
HORMONAL (TH) 
 
FONTE: NAHÁS (2012, p. 9). 
 
 
Quanto ao uso da terapia de reposição hormonal/reposição androgênica em 
homens da terceira idade, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- 
SBEM (2004, p. 3) afirma que a normalidade das concentrações de testosterona 
depois desta terapêutica consegue manter os padrões das características sexuais, 
de energia, de humor, de desenvolvimento de massa muscular e de aumento de 
massa óssea. 
A procura masculina pela reposição androgênica, especificamente de 
homens com idade avançada, pode ser explicada pelo fato da disfunção sexual em 
todo o mundo estar mais presente em homens acima de 60 anos de idade, 
representando 650 milhões dos afetados por este problema (SEBEM, 2004, p. 4). 
Os riscos decorrentes dos efeitos dessa terapêutica também são 
preocupantes. Apesar de o surgimento das doenças prostáticas ser a principal 
preocupação na reposição androgênica masculina, há outras que o paciente pode 
sofrer, como o aumento do risco de doenças cardiovasculares, aumento anormal de 
números sanguíneos (policitemia), intoxicação hepática, piora ou aparecimento de 
 
 
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apneia do sono, desenvolvimento das glândulas mamárias, ou até mesmo a 
infertilidade e a diminuição do volume testicular quando a dosagem de testosterona 
é muito elevada. 
Segundo Britto e Benetti (2010, p. 244), a questão de como o ser humano 
mantém relações sexuais faz com que a sexualidade seja um importante polo 
estruturante da identidade e da personalidade. O desempenho sexual é um dos 
aspectos com importante contribuição para o bem-estar psicológico do ser humano. 
As mudanças físicas que ocorrem no ser humano são inevitáveis. Tanto 
homens como mulheres vão passar por um processo biológico que tem como reflexo 
o declínio de várias funções e possíveis limitações. Em relação a essas mudanças, 
Souza et al. (2010, p. 18) fazem uma importante abordagem, explicando que no 
gênero masculino as alterações na função sexual não acontecerão com a mesma 
rapidez e facilidade. Já no gênero feminino, a mulher experimenta a redução de 
hormônio sexual, o estrogênio, no momento da menopausa, passando por período 
de extremo desconforto. 
Mesmo com essas mudanças inevitáveis no envelhecimento, como a 
chegada da menopausa e da andropausa, não há necessariamente mudanças no 
prazer masculino e feminino. Cada vez mais os fatores negativos relacionados à 
disfunção sexual são controlados pelas terapias de reposição hormonal, pela oferta 
de novos medicamentos, como o citrato de sildenafil e a injeção, por próteses e 
tratamentos alternativos, resolvendo assim os problemas de ereção mais comuns 
entre os idosos (SOUZA et al. 2010, p. 19). 
É importante que o profissional esteja atento à situação em geral do 
indivíduo com queixa de disfunção sexual antes de indicar ou iniciar qualquer tipo de 
tratamento. Em relação a essa situação, os autores Britto e Benetti (2010, p. 245) 
alertam quanto a disfunções sexuais masculinas, a importância de conhecer as 
características psicológicas dos casos, bem como a origem da causa (orgânica, 
emocional ou psicológica) para que assim possam ser desenvolvidas técnicas de 
intervenção apropriadas. 
Em relação à terapêutica oral do citrato de sildenafil para o tratamento da 
disfunção erétil masculina, os estudiosos Grassi e Pereira (2001, p. 56) questionam 
o uso desse fármaco de forma contínua no indivíduo sem diagnosticar a verdadeira 
causa do problema. Segundo os autores, a troca do diagnóstico clínico por esta 
 
 
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terapêutica oral muda as novas possibilidades de enfoque clínico na doença ou 
muda drasticamente a maneira de diagnosticar a disfunção erétil. 
Grassi e Pereira (2001, p. 56) também comentam que nos Estados Unidos 
houve uma mudança negativa na maneira de diagnosticar a disfunção erétil. Em 
razão de a maioria dos pacientes deste país responder bem a este fármaco, perdeu-
se o foco de uma avaliação mais detalhada do paciente, passando a ser somente 
funcional, ou seja, “fazer calar o sintoma”, como explicam os pesquisadores. 
Em uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Saúde do 
Homem do estado de São Paulo e publicada na revista VEJA no mês de novembro 
de 2012 sobre os estimulantes sexuais demonstra que um em cada cinco pacientes 
que apresentam problemas sexuais já se automedicou. A pesquisa foi realizada por 
meio de um levantamento com 300 homens que procuraram o ambulatório paulista. 
Em relação a esses dados alarmantes, o médico diretor do serviço de urologia do 
hospital relatou a carência de atendimento especializado, como é descrito pela 
revista VEJA: 
 
“Deveria haver mais centros de referência para acolher esses pacientes”, 
diz. O ambulatório foi inaugurado em 2008, dentro de um projeto que 
planejava criar pelo menos mais quatro centros no estado, o que não 
ocorreu. (VEJA, 9/11/2012, p. online, disponível em: Disponível em: 
<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/um-em-cada-cinco-homens-com-
problemas-sexuais-se-automedica>. Acesso 19 março 2013.) 
 
O mesmo também diz que a faixa de renda dos homens é geralmente baixa 
enquanto o preço de remédios para a disfunção sexual é alto, sendo a maioria do 
consumo desses estimulantes sem prescrição médica. O perigo relacionado a este 
consumo sem orientação está na possibilidade de o indivíduo sofrer taquicardia, 
dores de cabeça e visão embaçada, além do perigo da associação desses fármacos 
estimulantes com outros medicamentos provocando hipertensão e infarto. 
Como muito já foi comentado no nosso conteúdo sobre a disfunção sexual, 
problema este que é um fator fisiológico/orgânico, psicológico e emocional, é 
importante também destacar a disfunção sexual patológica, buscando como 
exemplo a disfunção sexual da mulher após o tratamento do câncer do colo do 
útero. 
As etapas no tratamento dessa neoplasia como, a quimioterapia, 
radioterapia e as cirurgias, provocam alterações cervicovaginais e no 
 
 
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comportamento sexual da mulher. Esses efeitos secundários do pós-tratamento tais 
como a ausência de orgasmo, diminuição da excitação, coito doloroso, atrofia 
vaginal, diminuição da lubrificação e da sensibilidade, além de apresentar também 
diminuição da elasticidade e da profundidade por complicações pós-cirúrgicas, são 
marcantes e de difícil superação para este grupo, precisando também de 
acompanhamento e apoio profissional, principalmente da equipe de saúde 
(FRANCESCHINI; SCARLATO; CISI, 2010, p. 503). 
Com o número elevado de mulheres com casos de câncer no colo do útero 
no Brasil, passou a ser também considerado este fator como um dos problemas de 
saúde pública. Várias técnicas de benefício estão sendo utilizadas atualmente e por 
diversos profissionais de saúde para tentar manter a qualidade de vida sexual 
dessas mulheres, como o uso de dilatadores vaginais, terapias manuais, 
eletroestimulação etc. (FRANCESCHINI; SCARLATO; CISI, 2010, p. 503). 
 
 
5.2 DIFICULDADES E CONTRAINDICAÇÃO DO SEXO NA TERCEIRA IDADE 
 
 
Apesar dos avanços da medicina terem proporcionado uma evolução 
significativa na expectativa de vida e inclusive na qualidade sexual do idoso, as 
doenças crônicas, dentre outras mais presentes na velhice, podem interferir neste 
bem-estar. Neste contexto, segundo o estudo de Stein e Hohmann (2005, p. 61), 
para que aconteça a relação sexual é necessária uma sériede alterações 
cardiovasculares, neurais e metabólicas, ou seja, a pressão arterial e a frequência 
cardíaca estão associadas à ereção peniana. 
Um dos exemplos de comprometimento na atividade sexual no idoso 
decorrente das dificuldades e da contraindicação da sexualidade é o problema 
cardiovascular. As limitações na atividade sexual desses indivíduos são derivadas 
de várias complicações, como psicológicas, pelo fato da ansiedade, restrições a 
esforço físico, o medo da morte ou também pelos efeitos adversos dos fármacos 
utilizados, que provocam a diminuição da libido e causam a disfunção erétil (STEIN; 
HOHMANN, 2005, p. 61). 
 
 
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Em relação ao assunto do parágrafo anterior, Moura, Leite e Hildebrandt 
(2008, p. 136) demonstram, através de alguns relatos de pacientes idosos, as 
dificuldades na atividade sexual devido à sua patologia ou à terapia medicamentosa, 
assim como a falta de orientação e apoio do profissional da saúde sendo neste caso 
o profissional médico, em relação à orientação ao uso correto da medicação. 
 
“Não é aquilo mais que era! Este fato é, porque isso... você vê, faz dois 
anos que eu adoeci do coração. Aí a coisa ficou mais difícil, que daí a gente 
tem problema agora. Apesar que eu, como homem, a gente insiste, um 
pouco... às vezes um pouquinho, mas insiste, sobre isso. Eu, pelo menos, 
encaro isso, assim, como meio ruim sabe? Sobre sexo, essas 
coisas”.(Sujeito 12). [...] “Ele está sempre abaixo de remédio. Tom cálcio, 
ele toma... ele tem osteoporose também. Então, ele toma um remédio por 
semana da osteoporose, sempre abaixo de remédio... É remédio da 
pressão, toma dois por dia, que nem (o médico) explicou pra ele, é por 
causa dos remédio também. Por causa dos remédios. Ele diz: “Daí vou ao 
médico pedir um remédio para me dar mais sensação.” Eu digo, tu que 
sabe, não estou te cobrando. (Sujeito 4). (MOURA; LEITE; HILDEBRANDT, 
2008, p. 136). 
 
O esforço físico, o gasto energético, e também o aumento da frequência 
cardíaca e da pressão arterial durante o ato sexual, com o casal na posição 
missionário (mulher por cima ou homem por cima), podem ser comparados a de 
muitas atividades físicas como é demonstrado pelos os autores Stein e Hohmann 
(2005, p. 62) na Tabela 7. 
 
TABELA 7 – CONSUMO DE OXIGÊNIO ESTIMADO PARA ALGUMAS ATIVIDADES 
(EXPRESSO EM METS) 
 
FONTE: STEIN e HOHMANN (2005, p.62). 
 
 
 
 
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As doenças neurológicas frequentemente também alteram as respostas 
sexuais, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral (AVC). O estudo de Monteiro 
et al. (2012, p. 463) relata que além das sequelas deixadas por esta patologia como 
as limitações motoras, sensitivas, sensórias, de compreensão e expressão de 
pensamentos, traz dependência e impossibilita o indivíduo de administrar a sua vida 
pessoal e familiar, além de interromper o seu relacionamento sexual satisfatório. 
Segundo esta pesquisa, em pacientes com AVC, normalmente são encontrados 
problemas como a diminuição da libido, diminuição da lubrificação vaginal na classe 
feminina, disfunção erétil e ejaculação precoce nos homens (Figura 7). Essas 
complicações sexuais são decorrentes das lesões nas partes do cérebro do 
indivíduo. 
 
FIGURA 7 - ALTERAÇÕES SEXUAIS APÓS O AVC 
 
 
FONTE: MONTEIRO et al. (2012, p. 466). 
 
 
Ainda em relação ao assunto anterior, Monteiro et al. (2012, p. 464) explicam 
que quanto maior a idade do paciente na ocorrência de um AVC, menor o desejo 
sexual, e mais prejudicadas são as funções erétil e jaculatória. Em relação ao 
tratamento do AVC, é mais complicado em pacientes com idade mais avançada. 
 
 
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A atividade sexual em paciente diabético e/ou hipertenso também está 
sujeita à disfunção sexual, devido não somente à doença em si, mas principalmente 
pelos efeitos adversos dos fármacos anti-hipertensivos utilizados no tratamento. 
Alguns estudos revelam que certos medicamentos anti-hipertensivos mais 
antigos à base de guanitidina provocavam tonturas e interferiam na função sexual, 
fazendo com que o paciente fuja do tratamento. Hoje, segundo estudos mais 
recentes, os novos medicamentos para pressão arterial sem esta substância já não 
interferem na qualidade sexual masculina. 
Cavalcante et al. (2007, p.249 ) revela no seu estudo que as doenças 
cardiovasculares são a principal causa de mortalidade da população brasileira, 
sendo a hipertensão arterial (HA) a de maior prevalência. Mesmo com este aumento 
no número de casos de hipertensão arterial na sociedade brasileira, há muitos 
pacientes que não aderem ou até mesmo abandonam o tratamento medicamentoso 
devido ao comprometimento sexual, principalmente em indivíduos mais idosos 
depois do uso de anti-hipertensivos (Tabelas 8, 9). 
 
TABELA 8 – QUALIDADE DA VIDA SEXUAL DOS PACIENTES HIPERTENSOS DE 
ACORDO COM A IDADE 
 
FONTE: Cavalcante et al. (2007, p. 247). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA 9 – QUALIDADE DE SEXUAL DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA NO 
TOTAL DO GRUPO, DIVIDIDO EM A E B 
 
FONTE: Cavalcante et al. (2007, p. 248). 
 
 
Infelizmente, não é prática nas consultas os profissionais de saúde 
questionarem sobre os aspectos ligados à sexualidade e à prática sexual, 
principalmente dos idosos. Muitas queixas importantes passam despercebidas, as 
quais serviriam para que o profissional pudesse mudar talvez sua estratégia de 
tratamento ou até mesmo buscar novas alternativas que não interferissem tanto na 
qualidade de vida do paciente, inclusive na qualidade sexual. 
 
 
5.3 FERTILIDADE NA TERCEIRA IDADE 
 
 
Com as mudanças no padrão de vida da sociedade, como exemplo a 
independência feminina, o papel antigo da mulher como casar, ser mãe e dona do 
lar mudou. Hoje, cada vez mais a mulher procura sua independência financeira e 
status profissional, ou seja, “ser dona do seu próprio nariz” e o papel materno 
passou a ficar para o segundo plano e para cada vez mais tarde. 
Essa nova mentalidade da mulher atual em esperar mais tempo para ter 
filhos devido à busca da sua independência, pode ser entendida pelo tempo e pela 
reponsabilidade que o gênero feminino tem ao dedicar-se a ser mãe, interferindo, às 
vezes, nos seus planos pessoais. Este contexto pode ser confirmado no estudo de 
 
 
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Craveiro e Ferrinho (2011, p. 244) com grupos de mulheres em idade fértil de 
diferentes contextos socioeconômicos: 
 
Quanto à vida depois dos filhos, na opinião geral existe um desvio da 
centralidade da mulher para os filhos, que se traduz em expressões como 
"esquecemos de nós"; "não ter tempo para nós"; "temos que dedicar mais 
aos filhos, já não me dedico tanto a mim". Mas também há mulheres que 
conseguem se preparar para as mudanças que os filhos implicam, 
denotando uma visão pragmática das obrigações relativas aos filhos e uma 
relação com a existência de planejamento dos mesmos. (CRAVEIRO; 
FERRINHO, 2011, p. 244). 
 
Os casais atuais também estão decidindo por serem pais mais tarde, quando 
a relação estiver estabilizada tanto no nível conjugal como financeiro. Este 
planejamento familiar tornou-se possível com o surgimento dos 
contraceptivos/método anticoncepcional, em que o casal pode escolher quando 
querem ter os seus filhos, ou até mesmo planejar o mês do nascimento dos seus 
bebês. 
Segundo Faria, Grieco e Barros (2012, p. 799), a fertilidade máxima da 
mulher é atingida aos 24 anos, havendo um decréscimo até os 30 anos. Depois 
disso, ocorre de forma mais complicada. As mulheres na faixa etária de 27 anos a 
35 anos apresentam 25% de chances de sofrerem problemas físicos e não 
conseguirem engravidar após um ano de tentativa. Segundo esses três autores, a 
mulher, ao contrário do homem, possui tempo limitado de fertilidade, que inicia na 
menarca (primeira menstruação) e encerra na menopausa, além de existirem 
diversos outros fatoresque podem dificultar a gravidez com o avanço da idade. 
A infertilidade devido à idade ou por outros fatores que impeçam o casal de 
assumirem o papel de serem pais pela primeira vez ou optarem por mais filhos, 
coloca em risco projetos imaginados pelo casal, causando frustações e decepções, 
como sentimentos de incapacidade de não poder ter um filho como um casal normal 
(FARIA; GRIECO; BARROS, 2012, p. 799). 
A terceira idade é uma etapa da vida do indivíduo. Alguns estudos referem 
que a terceira idade varia conforme a cultura, sendo nos países desenvolvidos esta 
fase considerada a partir dos 60 anos. No Brasil, a terceira idade ou o termo idoso 
são referentes a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. 
A fertilidade no homem e na mulher da terceira idade acontece de forma 
desigual. Segundo o Ministério da Saúde (2008, p 11), a mulher com a chegada da 
 
 
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menopausa, ou seja, o seu último ciclo menstrual, passa a não ser mais reprodutiva, 
tendo a sua capacidade de fertilidade totalmente interrompida. Esta fase geralmente 
acontece entre os 48 anos e os 50 anos, passando a não produzir mais óvulos. A 
fertilidade masculina tem início a partir dos 12 anos e somente é reduzida ou 
encerrada a partir dos 60 anos devido à redução do nível de testosterona e de 
espermatozoide, mas pode não necessariamente ser essa a idade que este grupo 
deixa ser reprodutivo. 
Com o encerramento da fertilidade da mulher a partir dos 50 anos e as 
dificuldades também masculinas a partir de certa idade, como foi mencionado no 
parágrafo anterior, esses dois grupos ou o casal recorrem aos novos tratamentos da 
infertilidade. 
Costa (2005) publicou um artigo cujo título é “mãe aos 67 anos” devido à 
história de uma idosa de 67 anos de idade e professora universitária ter realizado o 
sonho de ser mãe depois de anos de tentativas. Em épocas passadas a capacidade 
gestatória da mulher chegava ao seu término na fase da menopausa, mas 
atualmente há casos de gestação na terceira idade devido a uma renovação dos 
recursos médicos e farmacêuticos. 
 
No dia 16 de janeiro de 2005, quatro meses antes de completar 67 anos de 
idade, Adriana Iliescu – professora universitária da Romênia e autora de 
livros infantis -, inconformada com o fato de não poder ter filhos, realizou o 
sonho de ser mãe. Depois de três tentativas, ao longo de nove anos, 
utilizando técnicas de reprodução assistida (fertilização in vitro, com óvulos 
e espermatozoides de doadores) e revertendo (com medicamentos) a 
deficiência hormonal da pós-menopausa, Adriana conseguiu, finalmente, 
abrigar e nutrir em seu útero três embriões. Alertada sobre o risco de 
sobrevivência de trigêmeos, ela optou por diminuir o número de fetos para 
apenas dois. A gravidez prosseguiu normalmente até que uma das gêmeas 
faleceu no interior do útero... Diante da possibilidade de que esta ocorrência 
afetasse a sobrevida da gêmea restante, a equipe médica que assistia 
Adriane decidiu submetê-la a uma cesariana na 33ª semana de gravidez. 
Eliza Maria nasceu com 1.450 gramas e ficou no berçário do hospital 
maternidade Giulesti, em Bucareste, até que os pediatras a liberaram para 
convívio familiar (COSTA, 2005, p. 1). 
 
Segundo Costa (2005, p. 2), as opiniões que surgem em relação a 
utilizações das técnicas de reprodução em mulheres idosas, se dividem. Os 
pareceres favoráveis apoiam-se na igualdade de gênero e da liberdade reprodutiva; 
há também os pareceres desfavoráveis, como comenta o autor no seu estudo, que 
 
 
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têm por base o aumento do risco de complicações relacionadas à gravidez, tais 
como, hipertensão, diabetes, pré-eclâmpsia, parto prematuro etc. 
“A maternidade e a paternidade são aspectos sociais valorizados em muitas 
culturas” (FARIA; GRIECO; BARROS, 2012, p. 795). Esta etapa constitui uma 
importância na vida da maioria dos casais, em que a questão de ter filho ou não no 
contexto ideológico, cultural e social, direta ou indiretamente, pressiona os casais no 
sentido da necessidade de serem pais. 
 
 
5.4 DESENCANTO DO CORPO PARA A MULHER IDOSA 
 
 
Você leitor, depois de acompanhar todos os nossos assuntos abordados até 
aqui, com certeza já deve ter um conhecimento mais aprofundado e uma visão mais 
crítica em relação ao conteúdo. Com a chegada da terceira idade, mudanças 
fisiológicas e as marcas físicas causadas pela idade no corpo da mulher são fatores 
que fazem com que a mulher idosa perda o encanto pelo seu corpo. 
Em uma sociedade de imagens, onde a juventude e a beleza, principalmente 
na classe feminina, estão na aparência física, a idade torna-se um fator de 
desespero quando os anos passam. Para Fernandes (2009, p. 2), em geral, as 
mulheres ao envelhecerem são desanimadas sexualmente pela convicção de que na 
velhice a sensualidade, a feminilidade e a expressão corporal perdem o poder de 
atração e de elegância, fazendo com que a mulher idosa perca a sua autoestima e 
se julgue incapaz de atrair fisicamente alguém ou o seu próprio companheiro. 
Com a chegada da menopausa e também com as mudanças que esta fase 
traz à mulher, como o encerramento do seu ciclo reprodutivo, surge o sentimento de 
perda da sua identidade feminina e do seu real papel feminino (SERRÃO, 2007, 
p.13). 
Em um estudo de Fernandez (2005, p. 134) com um grupo de 45 mulheres 
na fase de climatério atendidas em um Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, foi 
questionado com este grupo o sentimento em relação a sua autoimagem/aparência 
física. As repostas negativas a esta categoria eram derivadas da insatisfação dessas 
mulheres com o corpo com a chegada da idade. 
 
 
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Em uma sociedade que tanto preza os jovens e a beleza característica da 
juventude, adentrar a meia idade pode causar efeitos emocionais profundos, 
fato que já mereceu destaque em outro estudo, citando que em uma cultura 
como a brasileira, que privilegia abertamente a juventude, não é de se 
surpreender que algumas mulheres sintam o impacto da perda das 
características femininas jovens, dado que há evidente queda na apreciação 
social, podendo acarretar em diminuição da autoestima. (FERNANDES, 
2005, p.134). 
 
Gradim (2007, p. 207) também refere no seu estudo, depois de relatos de 
mulheres idosas, que este grupo tem uma visão do envelhecimento relacionada com 
a perda da estética, criando certa perspectiva do seu envelhecer ser igual 
esteticamente ao divulgado pela mídia (jovens e bonitas). Segundo o autor, o 
processo de envelhecimento no ser humano é real, como as rugas e os cabelos 
brancos, onde a aceitação da velhice depende de como o idoso lida com essas 
mudanças. 
 
“Eu ainda não pus isto na cabeça, que envelheci [...]. Agora pelas fotos que 
eu vejo as antigas, ‘o trem virou um bagaço’. O peito despenca, a nádega 
despenca, cai cabelo de onde não pode e nasce aonde não deve, é um 
desastre! Mas eu tenho as minhas qualidades, minha disposição, viajo 
muito, faço tudo sozinha [...]. Está aí o sessenta e seis, mas eu não sinto o 
peso dele” (Maria Amélia, 66 anos). [...] “Eu fiquei mais velha [...] 
enrugadinha, cabelinho branco, mas eu não sinto que eu estou velha não. 
Tenho espírito de nova. Eu faço fisioterapia, hidroterapia, educação física” 
(Ana, 70 anos). [...] “Envelhecer tem um lado que não é muito aceito, que a 
gente não quer perder o que é da juventude e tem um lado muito bom que é 
o de ficar mais madura, mais sábia, saber enfrentar melhor as situações, 
saber enxergar as coisas diferentes. Eu acho que isso aí supera a perda da 
parte física que quando a gente começa a ter as primeiras rugas, aquilo 
incomoda muito a gente. [...] eu aceito o meu envelhecer, porque eu tenho 
sessenta anos, mas eu acho que a minha cabeça é de quarenta, então eu 
estou satisfeita. A física não está ideal, eu já perdi muito, mas a mental eu 
ainda estou produtiva. Eu estou envelhecendo, mas não estou triste, estou 
muitofeliz. Até acho que eu estou na melhor fase da minha vida” (Vovate, 
60 anos). (GRADIM, 2007, p. 206-207). 
 
O sentimento de perda das mulheres idosas de não se sentirem mais 
atraentes para o sexo oposto gera sentimento de perda da feminilidade (GRADIM, 
2007, p. 209). O autor ainda refere que a sociedade valoriza a juventude física e as 
mulheres se sentem inferiorizadas por receio de se sentirem mais velhas e por não 
se encaixarem dentro desse padrão de beleza, sendo também a interrupção da 
menstruação motivo para que muitas mulheres se sintam menos femininas, menos 
 
 
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sedutoras e vigorosas, e também menos mulheres, fato descrito pelo pesquisador no 
seu estudo em relação aos relatos das mulheres idosas entrevistadas: 
 
Quando eu entrei [...] eu senti [...] uma tristeza e senti assim uma grande 
perda, como uma pessoa perde assim a beleza e a juventude de momento. 
Mas depois eu acordei, falei que não era, pensei assim que todo mundo 
passa, todo mundo passa por isso [...]. Eu sou o que eu sou hoje, eu acho 
normal (Juliana, 72 anos). [...] A gente já não é a mesma para fazer um 
strip-tease [...] a gente tem uma certa reserva. Não sinto mais à vontade 
como eu era quando eu era nova [...]. Quietinha o corpo tudo em cima, tudo 
certinho [...]. Agora, hoje não [...] está tudo caído (Maria Augusta, 66 anos). 
(GRADIM, 2007, p. 209). 
 
A representação do corpo para a mulher é muito significativo, sendo a sua 
razão de ser para si e para o outro. O pesquisador Natansoh (2005 apud 
FERNANDES, 2009, p. 2) diz que a relação do significado do corpo para a mulher 
também traz a ideia da passagem do tempo e suas marcas, os cabelos grisalhos e 
as rugas visíveis no seu rosto, remetendo a uma representação de ser velha e à tão 
temida condição de mulher velha dos mitos histórico e atual. 
O corpo padrão da mulher adotado pela sociedade vem desde a história da 
publicidade onde iniciou a associação da beleza física feminina com a representação 
dos mais diversos produtos. A transmissão da sensualidade do corpo feminino nas 
publicidades ou propagandas para a apresentação de algum produto tem como 
propósito atrair a atenção do consumidor/espectador (VERÍSSIMO, 2005, p. 1713). 
Ainda em relação ao assunto do parágrafo anterior, o autor Veríssimo (2005, 
p. 1704) em análise realizada com várias imagens do corpo feminino nas 
publicidades e propagandas, refere o mesmo como o “corpo objeto”, destinado a 
promover produtos femininos e masculinos. Este autor, para demonstrar esta sua 
posição em relação ao uso da imagem do corpo da mulher para publicidade, recorre 
a vários estudos de análises de figuras para decifrar a mensagem que estas 
passavam aos consumidores/telespectadores. Neste propósito, o pesquisador, após 
a análise de imagens, explica que a beleza corporal e sensual da mulher 
demonstrada nas publicidades, como a finura da cintura, volume das nádegas, 
pernas torneadas, cabelos compridos e gestos sensuais etc., são fatores atrativos e 
determinantes para o consumo. 
 
 
 
 
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FIGURA 8 – IMAGEM DO CORPO FEMININO UTILIZADA 
NA PUBLICIDADE DE PERFUMARIA 
 
FONTE: Perfumaria Truth (2001 apud VERÍSSIMO 2005, p. 1716). 
 
 
Segundo Efângelo (2007, p. 2), atualmente percebe-se uma influência dos 
meios de comunicação de massa sobre seus destinatários, cuja imagem pode 
interferir no seu comportamento social. Com a afirmação feita pelo autor, podemos 
perceber que a influência e a cobrança no padrão de beleza feminina faz com que a 
classe feminina da terceira idade sinta-se inferiorizada ou culpada de não pertencer 
a este padrão desejado pela sociedade ou pelo seu companheiro. Este sentimento 
negativo da autoimagem faz com que a mulher idosa perca a sua representação 
feminina na sociedade e também na sua relação conjugal em razão do 
constrangimento das mudanças e marcas no seu corpo com a chegada da velhice. 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III

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