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NOTA DE AULA - DIREITO ADMINISTRATIVO II - INT ESTADO_PROPRIEDADE

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Igor Moura R. Teixeira 
Igormoura.r@gmail.com 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
UNIDADES V – INTERVENÇÃO DO ESTADO NA 
PROPRIEDADE 
igorm
Caixa de texto
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
igorm
Caixa de texto
Introdução, fundamentos e competência; 
 
Modalidades: 
• Servidão administrativa, 
• Requisição, 
• Ocupação temporária, 
• Limitações administrativas, 
• Tombamento; e 
• Desapropriação. 
  Direito de Propriedade é o direito de gozar, usar, fruir, dispor e reaver o bem de quem 
quer que ele esteja, atendendo sempre o caráter absoluto, exclusivo e perpétuo. 
Art. 5º, XXII, CF - é garantido o direito de propriedade; 
Art. 5º, XXIII, CF - a propriedade atenderá a sua função social; 
 
Intervenção do Estado na propriedade privada é exceção. 
Eventual intervenção deve ser bem fundamentada, justificada, prevista na lei. 
Se caracteriza pela interferência nas características exclusividade, absolutismo e perpetuidade. 
A intervenção na propriedade tem fundamento no exercício do poder de polícia, salvo no caso da 
desapropriação. 
Observação: Excepciona-se a desapropriação, porque, nela, retira-se o bem do particular. 
Observação 2: Hely Lopes Meirelles dizia que o poder de polícia servia como fundamento somente para a 
limitação administrativa. Hoje, ele é minoria. 
 
  A intervenção na propriedade, basicamente, se resume em duas situações justificadoras: 
 1. Supremacia do interesse público (ex. desapropria-se para fazer uma escola, um hospital); 
 2. Prática de uma ilegalidade. 
 
 
  A intervenção na propriedade se divide em duas formas: 
 1. Intervenção restritiva, que não retira a propriedade do dono, mas apenas restringe seu 
direito sobre ela. Exemplo: limitação, requisição, servidão, ocupação temporária, servidão, tombamento. 
 2. Intervenção supressiva, que é aquela que retira a propriedade do particular para o Estado. 
Há a transferência da propriedade para o Estado. Exemplo: Desapropriação. 
1. Introdução. Conceito. Fundamento. Natureza Jurídica: 
A limitação é uma forma de intervenção na propriedade em que o poder público age 
estabelecendo obrigações de caráter geral. 
  Ela é imposta por normas gerais e abstratas, de modo que o proprietário atingido é 
indeterminado. 
  A limitação administrativa é, por excelência, exercício do poder de polícia, que vai atingir 
basicamente o direito de construir. 
Um exemplo: Construções na Beira-mar de Natal – construção de edifícios em até 4 andares. 
  A limitação administrativa atinge o caráter absoluto da propriedade. 
  Pode estar ligada a regras de segurança, questões ambientais, urbanísticas, questões de 
salubridade e de defesa nacional. 
  Busca a compatibilização de interesses público e particular e o bem-estar social. 
Observação importante: Em regra, a limitação administrativa não gera obrigação de indenizar. 
 
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA ≠ LIMITAÇÃO CIVIL. 
O direito de vizinhança, por exemplo, estabelece algumas limitações civis. A limitação civil persegue o 
interesse privado, enquanto a limitação administrativa persegue o interesse público. 
 
Obs: Em Balneário Camburiu, em virtude de ausência de limitação administrativa, tem uma parte da 
praia que não pega sol. Em Santos, em razão da ausência de limitação administrativa, alguns prédios 
muito altos se inclinaram em razão dos efeitos da ventilação. Isso pode comprometer a segurança da 
cidade. 
2. Limitação Administrativa 
3. Servidão Administrativa 
Servidão administrativa é um instituto de natureza de direito real sobre coisa alheia. Isso significa que, 
se a servidão é um direito real, ela é um direito perpétuo, depende de transcrição e tem todas as 
características de um direito real. 
Exemplo: Tubulação de saneamento básico e encanamento passam pela propriedade particular. 
O objetivo da servidão administrativa é o serviço público e a finalidade pública. 
Cuidado! Algumas propriedades rurais têm fios elétricos e torres de alta tensão! Onde tem torres de alta 
tensão, geralmente há uma placa que proíbe que se plante, construa, ou utilize a área próxima à torre. 
(Desapropriação indireta) 
  Na servidão, alguém utiliza a propriedade junto com o proprietário. 
  Afeta o caráter de exclusividade da propriedade. 
  Impõe ao proprietário que suporte um ônus parcial sobre o imóvel. 
  É um direito real sobre coisa alheia que tem caráter perpétuo. Dependerá de registro. 
  Pode gravar bens públicos e bens privados. 
  A formalização da constituição da servidão se dá através de autorização legislativa. 
 
A servidão pode ocorrer de três maneiras diferentes: 
 1. Servidão legal – Decorre diretamente da previsão legal – a própria lei autoriza e cria a 
servidão, independendo para sua constituição de qualquer ato jurídico, unilateral ou bilateral. 
Ex.: Servidão ao redor dos aeroportos (serviço de navegação aérea); 
 2. Servidão por acordo entre as partes: nesse caso, deve ser precedida de declaração de 
utilidade pública. Ex.: Servidão de energia elétrica. 
 3. Servidão pode decorrer de sentença judicial. 
Observação: Enquanto direito real, a servidão dependerá de registro (transcrição). Menos a servidão legal 
  Atinge o caráter exclusivo da propriedade, pois o Estado passará a utilizar o bem 
juntamente com o proprietário. 
  A servidão traz uma “relação de dominação”, que será diferente no direito civil e 
no direito administrativo. 
  A relação de dominação do direito civil (bem sobre bem); 
  A relação de dominação de direito administrativo (serviço sobre bem). 
  Indenização? Se houver dano efetivo, há dever de indenizar. 
 
DISTINÇÕES IMPORTANTES 
 
 
 
 Servidão Civil Servidão 
Administrativa 
Interesse Há interesse privado Há interesse Público 
Disciplina Direito Civil Direito Administrativo 
Relação de Dominação Bem sobre bem Serviço sobre bem 
 Servidão Administrativa Limitação Administrativa 
É ato específico 
Atinge proprietários determinados 
É ato geral e abstrato 
Atinge proprietários indeterminados 
Há relação de dominação Não há relação de dominação 
É direito real Não é direito real 
Atinge o caráter exclusivo da propriedade Atinge o caráter absoluto da propriedade 
4. Requisição Administrativa: 
 
A requisição está prevista no art. 5º, XXV, da CF, que diz que em caso de iminente perigo o poder 
público poderá requisitar a propriedade particular, sendo a indenização posterior. 
 
Art. 5º, XXV, CF - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
 
  O fundamento da requisição é o iminente perigo. 
  Pode atingir bens móveis, imóveis e serviços (ex. requisição de carro por um policial que 
está perseguindo um assaltante). 
  Pode ocorrer em tempo de guerra e em tempo de paz (ex. caso de desabamento, chuvas 
fortes, etc.). 
 
  É ato unilateral do Poder Público e é ato autoexecutável. 
 
  Atinge o caráter exclusividade da propriedade (ex. poder publico requisita o imóvel do 
particular para abrigar os desabrigados das chuvas). 
 
  É temporária e acontece enquanto durar o perigo. 
 
  Há indenização? 
  A indenização é possível se houver dano. 
  A indenização é ulterior à utilização desse bem. 
  Havendo indenização sem a comprovação do dano, teremos a caracterização 
de enriquecimento ilícito. 
 
5. Ocupação Temporária 
 É utilizada no Brasil em duas hipóteses: 
 
 1. Diz respeito a um instituto complementar à desapropriação. 
  Exemplo: Ocupa-se temporariamente um patrimônio não edificado vizinho à 
obra pública, com o objetivo de guardar os materiais da obra. 
  Ver Art. 36, do Dec-lei 3.365/41, norma geral de desapropriação: 
 
Art. 36, DL 3.365/41 - É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, 
de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. O expropriante prestará 
caução, quando exigida.2. Diz respeito à pesquisa de minérios e à pesquisa arqueológica. 
  Se há suspeita de minério na propriedade de uma pessoa, o Estado faz uma 
ocupação temporária para pesquisar, e se se encontrar o minério, desapropria-se o bem. Essa medida 
serve para evitar uma desapropriação desnecessária: faz-se uma desapropriação de acordo com a 
necessidade do poder público. 
 
  Ocupação temporária é temporária, transitória ou permanente? 
  A ocupação temporária é transitória, temporária, enquanto durar a necessidade. 
  Essa ocupação atinge o caráter exclusivo da propriedade. 
  Pode ter indenização, desde que caracterizado qualquer dano ou prejuízo. 
  A doutrina diz que a ocupação temporária pode ser gratuita ou remunerada. 
  Essa modalidade de intervenção também não se confunde com as anteriores. 
6. Tombamento 
 Tombamento tem como fundamento o art. 216, §1º, da CF e o Decreto-lei de 25/37. 
 
Tombamento nada mais é do que a conservação. Congela-se o bem para preservá-lo. O objetivo é 
contar a história de um povo. Trata-se de uma referência à identidade de um povo (ex. parte 
ambiental, cultural, um fato memorável, uma questão arqueológica, histórica, etc.). 
 
  O tombamento pode atingir 4 searas diferentes. O mais comum é o tombamento 
histórico. Mas, o tombamento pode ser também artístico, paisagístico ou cultural (ex. tombamento 
de uma árvore, de danças folclóricas, de uma obra de arte, etc). 
  Ver Art. 216, CRFB: 
Art. 216, CF - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes 
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural 
brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas 
de acautelamento e preservação. 
>>> Ler o decreto-lei 25/1937!!! 
 
  Quando um bem é tombado, a partir desse momento, não mais se pode modificar as 
características desse bem. 
  O caráter da propriedade que se pode utilizar é o absoluto. 
  Restringe-se a liberdade do proprietário. 
 
O tombamento é uma forma de intervenção restritiva, sendo que o dono continua dono. 
 
O tombamento têm algumas características importantes: 
  Pode ser sobre bens públicos ou privados; 
  Pode ser sobre bens móveis ou imóveis. 
 
  Não há obrigação de indenizar. Mas, excepcionalmente, se houver um gravame muito 
grande, pode haver indenização. 
 
  A competência para legislar o tombamento é concorrente entre os estados, União e DF 
(art. 24, VII, da CF). 
  A competência material (para executar o tombamento) é comum, cf. art. 23, III, CF, de 
modo que todos os entes podem executar tombamento. 
  A ideia é que se observe a órbita de interesses. 
  Se todos os entes tiverem interesse, nada impede que todos, ao mesmo 
tempo, constituam tombamento. Há bens tombados pelo Estado, município, União e pela Humanidade. 
 
 Obrigações inerentes ao tombamento: 
 1. Conservação e preservação do patrimônio. É importante notar que se a conservação não 
for feita, em razão da obrigação de preservar o patrimônio, poderá haver incidência de multa. 
  Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico 
Art. 165, do CP - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude 
de valor artístico, arqueológico ou histórico: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
6. Tombamento 
6. Tombamento 
  O patrimônio tombado gera direito de preferência quando da alienação desse bem. 
  Em caso de alienação onerosa há direito de preferência, sob pena de nulidade do ato. 
  Se o patrimônio tombado for um bem público, ele se torna inalienável. 
  Se o bem for objeto de extravio ou furto, o proprietário tem 5 dias para comunicar à 
autoridade. 
  Os bens móveis tombados não podem sair do país. Mas, o art. 14, do Dec. 25/37, excepciona 
essa regra, de modo que poderão sair do país os bens móveis, por curto prazo, para fins de intercâmbio, a 
critério do instituto que tombou. 
Art. 14, Dec. 25/37 - A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem transferência de 
domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional. 
 
  O patrimônio tombado não pode ser objeto de exportação e esse fato pode caracterizar 
crime e sofrer a incidência de multa. 
  O proprietário tem suportar a fiscalização. 
  O vizinho do patrimônio tombado não pode prejudicar a visibilidade do bem. Ela não pode 
colocar placas e cartazes que prejudique a visibilidade, nem construir (nesse caso, o vizinho terá que 
desfazer a obra, retirar o objeto e ainda pode incidir multa). A ideia é que o patrimônio seja visto. 
 
 
O tombamento pode ser realizado/classificado por algumas modalidades. Pode haver: 
 1. Tombamento quanto à constituição ou procedimento: 
 a.1) Tombamento Voluntário – É aquele que se constitui a pedido do interessado, ou o poder 
público tomba o bem e o particular aceita. Está previsto no art.7º, do Decreto 25/37. 
 
 a.2) Tombamento de Ofício e/ou Compulsório – O poder público tomba, independentemente 
da vontade do proprietário. Está previsto no art. 5º, do Decreto 25/37. 
Art. 5º, Dec. 25/37 - O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, 
por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a 
quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos. 
 
 2. Tombamento quanto à sua eficácia: 
 b.1) Tombamento provisório – É o tombamento feito durante o procedimento administrativo. 
Quando o poder público anuncia o procedimento, ele já faz o tombamento provisório, que produz todos 
os efeitos do definitivo, salvo a transcrição no Livro do Tombo. Isto está no art.10, do Dec.25/37. 
 
 b.2) Tombamento definitivo – Ocorre quando é feita a transcrição nos livros especializados 
(Livros do Tombo), depois do procedimento. 
 
 3. Tombamento quanto aos destinatários: 
 c.1) Tombamento geral – Atinge todos os bens situados em um bairro, uma rua, uma 
cidade,...; 
 c.2) Tombamento individual – Atinge um bem determinado. 
 
Esse procedimento de tombamento é importante. Para isso, deve-se estudar o decreto-lei. 
7. DESAPROPRIAÇÃO 
 7.1. Conceito e características gerais: 
É uma forma supressiva de intervenção na propriedade, razão pela qual Celso Antônio Bandeira de Melo 
chama a desapropriação de “sacrifício de direito”. A desapropriação é forma de aquisição originária da 
propriedade, de modo que não é necessário existir relação anterior entre o antigo proprietário e o 
Estado. 
  Ela independe da anuência do proprietário, portanto, é compulsória. 
  A desapropriação se realiza mediante indenização, ora em título, ora em dinheiro. 
 
 7.2) Competências relacionadas à desapropriação: 
  A competência para legislar sobre desapropriação é da União. (art. 22, II, da CF). 
Art. 22, CF - Compete privativamente à União legislar sobre: 
II - desapropriação; 
  A competência material é da administração direta. A União, os Estados, os Municípios e o DF 
  Podem realizar todas as etapas da desapropriação (fases declaratória e executiva). 
  O Decreto-lei 3.365/41, no seu artigo 3º, trata da competência das pessoas 
delegadas do poder público. 
Observação: Esse Decreto é de 1.941, tempo em que existiam os chamados “delegados”, pessoas que, 
hoje, formam a administração indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades 
de economia mista). Eles têm competência material para desapropriar. 
  Também podem fazer desapropriação as concessionárias e permissionáriasde 
serviços públicos, contanto que esteja previsto no contrato (Art. 31, Lei 8987) 
igorm
Marcador de texto
 Art. 31. Incumbe à concessionária:
VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
7. DESAPROPRIAÇÃO 
 7.3. Elementos da Desapropriação: 
  São 5 os elementos importantes da desapropriação: 
 1. Objeto (o que pode ser objeto da desapropriação); 
 2. Sujeito ativo (quem vai desapropriar); 
 3. Fundamentos e pressupostos da desapropriação 
 4. Elemento condicionante (indenização, por exemplo); e 
 5. Procedimento administrativo. 
 
 7.3.1) Objeto de Desapropriação: 
 No Brasil, é possível desapropriar bens móveis e imóveis; bens corpóreos (ex. carro) e 
incorpóreos (ex. ações, crédito); bens públicos e privados; espaço aéreo; subsolo. 
Observação: Não podem ser desapropriados: direito da personalidade, direitos autorais, direito à vida, 
direito à imagem e direito a alimentos. 
Art. 2o, Decreto-lei 3.365/41 - Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados 
pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. 
§1o A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua utilização resultar 
prejuizo patrimonial do proprietário do solo. 
 
Observação 2: No que diz respeito aos bens públicos, é importante notar que o art. 2º, §2º, do Dec-lei 
3.365/41 diz que, para não comprometer a estrutura do Estado democrático, a União pode desapropriar 
bens dos Estados, do DF e dos municípios. Já os Estados, podem desapropriar os bens dos seus municípios. 
E aos municípios, resta o patrimônio privado do particular. O inverso não pode ser feito. 
7. DESAPROPRIAÇÃO 
 7.4) Modalidades de Desapropriação quanto ao objeto: 
7.4.1 - Desapropriação Ordinária ou Comum ou Geral: 
 Aqui, a indenização será prévia, justa e em dinheiro. 
  Todos os entes podem realizar essa desapropriação, não havendo limitação ou restrição. 
Art.5º, XXIV, CF - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
 A desapropriação ordinária pode acontecer em duas hipóteses: 
 I.a) Desapropriação Ordinária por Necessidade ou utilidade pública – As situações de 
necessidade ou utilidade pública estão previstas no rol previsto no art. 5º, do Decreto-lei 3.365/41. 
15 alíneas – LER EM CASA 
OBSERVAÇÃO: Essa lista é a mesma tanto para a utilidade quanto para a necessidade pública, não 
ganhando diferenciação pelo legislador. Mas, para a doutrina há uma diferença. Para a doutrina, 
necessidade ficou para situações mais emergenciais. NECESSIDADE X UTILIDADE. 
 
 I.b) Desapropriação Ordinária Por Interesse Social – O rol de hipóteses de interesse social está 
previsto no art. 2º, da Lei 4.132/62. 
08 INCISOS – LER EM CASA 
  O interesse social está mais ligado à conveniência social. 
  Também nesse caso a indenização é previa justa e em dinheiro. 
OBSERVAÇÃO 2: A desapropriação por interesse social pode se dar para fim de realização da reforma 
agrária. Mas, atenção! Nem todo caso de desapropriação para reforma agrária é por interesse social! Pode 
haver hipótese de desapropriação para reforma agrária com fim sancionatório. 
 OSERVAÇÃO 3: Os bens desapropriados para interesse social podem ser vendidos. 
igorm
Marcador de texto
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;

k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza;

l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico;

m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;

n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;

o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária;

p) os demais casos previstos por leis especiais.
igorm
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Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;

VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.

VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 
igorm
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igorm
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 I.c) Modalidades de Desapropriação quanto à destinação determinada: 
  Os bens desapropriados terão uma destinação determinada. 
 
 (i) Desapropriação por zona ou extensiva – A desapropriação por zona abrange áreas 
contínuas ao entorno de uma obra pública que sofrerá valorização em razão desta mesma obra pública. 
 Por causa dessa valorização, e da dificuldade de se instituir a contribuição de melhoria, para 
não perder possíveis lucros, o poder público desapropria, também, as áreas ao entorno da obra que vão 
se valorizar, para quando acabada a obra, ele as venda. 
 
 (ii) Desapropriação urbanística (ou para urbanização) ou para industrialização – Essa 
desapropriação tem por finalidade a urbanização ou industrialização de uma região. Ex. Caso do parque 
industrial. 
 
7.4.2 - Desapropriação Extraordinária ou Sancionatória: 
 Essa desapropriação tem natureza de sanção, de pena. Aqui, a indenização será diferenciada. 
Existem duas categorias: 
 II.a) Desapropriação Sancionatória em razão da função social da propriedade – Essa 
desapropriação decorre do art. 5º, XXII e XXIII, da CF, que garante o direito de propriedade desde que 
atendida a função social. Se o proprietário descumpre a função social ele poderá sofrer desapropriação. 
A função social está definida na Lei 8.629/93 (art.9º - p. rural) e na Lei 10.257/01 ( Art. 39 - p. urbana) 
 
Se o proprietário desrespeita a função social, ele sofrerá uma pena, que poderá ser de duas 
modalidades: 
 (i) Desapropriação rural oudesapropriação para reforma agrária (com natureza de pena); 
 (ii) Desapropriação para o Plano Diretor ou Urbanística. 
7. DESAPROPRIAÇÃO 
igorm
Marcador de texto
 XXII - é garantido o direito de propriedade;

 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
(i) Desapropriação rural ou desapropriação para reforma agrária (com natureza de pena) 
É fundamentada nos artigos 184 e 186, da CF, na Lei 8.629/93, na LC 76/93 e na LC 88/96 (que altera a LC 76/93). 
Art. 184, CF - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja 
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação 
do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida 
em lei. 
§1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a 
ação de desapropriação. 
§3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de 
desapropriação. 
§4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para 
atender ao programa de reforma agrária no exercício. 
§5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para 
fins de reforma agrária. 
Art. 186, CF - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de 
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
 
Art. 1º, LC 76/93 - O procedimento judicial da desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma 
agrária, obedecerá ao contraditório especial, de rito sumário, previsto nesta lei Complementar. 
Atenção! 
  Aqui, estamos falando de desapropriação pena, que somente a União pode aplicar. 
  o objeto pode ser bens imóveis rurais. 
  Não pode atingir ou incidir sobre a pequena e a média propriedade, se o 
proprietário não possuir outra. Ela também não pode atingir a propriedade produtiva. 
 
 
(i) Desapropriação rural ou desapropriação para reforma agrária (com natureza de pena) 
Atenção! 
  A indenização é paga em títulos da dívida agrária (TDA), resgatáveis em até 20 anos. 
 - A indenização, nesse caso, é em relação a nua propriedade. As benfeitorias 
necessárias e úteis serão indenizadas em dinheiro. Art. 184, §1º, da CF e art. 5º, da Lei 8.629/93. 
 
Art. 5º, Lei 8.629/93 - A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que não cumpra sua função social, 
importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária. 
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor ação 
de desapropriação. 
§ 3º Os títulos da dívida agrária, que conterão cláusula assecuratória de preservação de seu valor real, serão resgatáveis a 
partir do segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao prazo, observados os seguintes critérios... 
 
Comparação entre as hipóteses de desapropriação para fim de reforma agrária, conforme seja ela ordinária 
ou comum, ou sancionatória por descumprimento de função social da propriedade rural. Assim: 
 
Desapropriação para Reforma Agrária 
Desapropriação Sanção Desapropriação Comum ou Ordinária 
Só pode ser promovida pela União União, Estados, Municípios, DF 
Só imóvel rural Imóvel rural ou urbano 
Indenização em títulos da dívida agrária, 
resgatáveis em até 20 anos. 
Indenização prévia, justa e em dinheiro. 
(ii) Desapropriação para o Plano Diretor ou Urbanística 
A desapropriação urbanística ocorre quando o proprietário está desrespeitando o Plano Diretor. 
O fundamento dessa desapropriação é o art. 182, §4º, III, CF e a Lei 10.257/01 (Estatuto da cidade). 
Art. 182, § 4º, CF - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, 
nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado 
Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da 
indenização e os juros legais. 
 
Art. 8º, Lei 10.257/01 - Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a 
obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com 
pagamento em títulos da dívida pública. 
 
  O município pode ser sujeito ativo. O DF também pode promover essa desapropriação, pois 
ele soma as competências do Estado e do município. 
  Somente imóveis urbanos podem ser objetos dessa desapropriação. 
  Essa desapropriação terá indenização em títulos da dívida pública (TDP), em até 10 anos. 
Observação: Essa desapropriação tem uma gradação, ou seja, a desapropriação é a última providência a ser 
tomada pelo poder público quando descumprida a função social. 
Quando a Lei do plano diretor determina que a área seja edificada, a pessoa tem que urbanizar o bem. 
Nesse caso, o poder público primeiro determina a edificação ou parcelamento compulsória, para que a 
pessoa cumpra o plano diretor. O proprietário terá 1 ano para apresentar o projeto de edificação ou 
parcelamento, e 2 anos para começar a executar a obra. Não cumprindo a ordem, o Estado instituirá IPTU 
progressivo no tempo, durante 5 anos. Se o proprietário continuar não cumprindo as determinações do 
Poder Público, haverá a desapropriação. 
II.b) Desapropriação Sancionatória ou Desapropriação Extraordinária na modalidade Confisco: 
A desapropriação confiscatória acontecerá em razão do tráfico ilícito de entorpecentes. Ela está ligada à 
prática de ilegalidades. Por essa razão, trata-se de desapropriação sanção, confiscatória, conforme art. 243, 
da CF e Lei 8.257/91. 
Art. 243, caput, CF - As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas 
serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos 
alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 
O art. 243, da CF divide a desapropriação confisco em duas modalidades: 
 (i) Desapropriação confisco (art. 243, caput, CF – gleba de terra destinada à plantação do psicotrópico 
proibido): 
  Nesse caso, o Estado desapropria sem indenização. 
  O imóvel é destinado ao assentamento de colonos, com plantação de produtos alimentícios e 
medicamentosos. 
  Expropriação é a desapropriação-sanção na hipótese de confisco (sem dever de indenizar). 
 
(ii) Desapropriação confisco (art. 243, parágrafo único, CF – bens de valor econômico destinados ao tráfico 
de entorpecentes): 
Art. 243, parágrafo único, CF - Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento 
e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle,prevenção e repressão do 
crime de tráfico dessas substâncias. 
  Mas o parágrafo único fala da desapropriação do bem de valor econômico destinado ao 
tráfico do entorpecente, como, por exemplo, um carro, avião, etc. 
  A destinação dos bens também é determinada. Esses bens serão destinados especificamente 
para duas finalidades: utilização dos bens para auxiliar no combate ao tráfico (implementação da 
investigação) ou para as casas de recuperação de viciados. 
 
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Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
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Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
7.4.3 - Desapropriação indireta: 
Às vezes, para evitar o procedimento detalhado e rigoroso da desapropriação, e principalmente o dever de 
indenizar, o poder público faz uma intervenção na propriedade, com caráter supressivo, mas sem dar o 
nome de desapropriação. 
  É uma desapropriação disfarçada. 
  A desapropriação indireta é uma tomada de propriedade de forma irregular, sem as 
providências necessárias. O Estado esbulha a propriedade, sumulando uma forma de intervenção (como, por 
exemplo, uma servidão), quando, na realidade, a intervenção é outra. 
  Se equipara a um esbulho - “esbulho administrativo”, ou “apossamento administrativo”. 
Por ser de difícil identificação, a jurisprudência fixou alguns parâmetros. Segundo o STJ, os requisitos são: 
 (1) O Estado tenha o apossamento desse bem, sem a observância do devido processo legal. 
 (2) O Estado deve entrar no bem e dar uma finalidade pública ao bem – afetação. 
 (3) Irreversibilidade da situação. Essa irreversibilidade que caracteriza a desapropriação indireta 
irá ocorrer, também, se houver a desvalorização total do bem. 
Observação: Havendo suspeita da desapropriação indireta, cabe ao proprietário manejar uma ação de 
interdito proibitório, que protege e resguarda o direito de posse contra ameaças. 
  Se o Estado passa da ameaça para a turbação (por exemplo, tira as medidas da propriedade, 
entra e sai do imóvel), o proprietário deve ajuizar uma ação de manutenção de posse. 
  Por fim, se houve esbulho, cabe reintegração de posse. 
Essas ações são de procedimentos especiais. 
 
Observação 2: Segundo a legislação, se o Estado entra no bem e afeta o bem, o juiz não pode mais devolver 
o patrimônio e reintegrar o proprietário. Se há ameaça, turbação ou esbulho simplesmente, pode-se 
reintegrar a posse ao particular. Mas, se houve esbulho e afetação, não se pode mais reintegrar. 
 
SÍNTESE – QUADRO ESQUEMÁTICO – MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO

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