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GESTAO_DE_RESIDUOS_ORIUNDOS_DAS_OFICINAS_MECANICAS

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
KALIANY PEREIRA MARTINS 
 
 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS ORIUNDOS DAS OFICINAS MECÂNICAS 
AUTOMOTIVAS DE JOÃO PESSOA - PB 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
ÁREA: GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
 
João Pessoa/PB 
JUNHO / 2010 
2 
 
KALIANY PEREIRA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS ORIUNDOS DAS OFICINAS MECÂNICAS 
AUTOMOTIVAS DE JOÃO PESSOA - PB 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
Apresentado à Coordenação do Serviço 
de Estágio Supervisionado em 
Administração, do Curso de Graduação 
em Administração, do Centro de 
Ciências Sociais Aplicadas da 
Universidade Federal da Paraíba, em 
cumprimento às Exigências para a 
Obtenção do Grau de Bacharel em 
Administração. 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Joácio de Araújo Morais Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa/PB 
JUNHO / 2010 
3 
 
Ao Professor Orientador Joácio de Araújo Morais Júnior. 
 
Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso da aluna 
Kaliany Pereira Martins. 
 
 
 
 
João Pessoa, 08 de julho de 2010. 
 
 
 
 
______________________________________ 
Prof. Fabio Walter 
Coordenador do SESA/CCSA/UFPB 
 
 
 
 
 
Parecer do Professor Orientador: 
 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
4 
 
KALIANY PEREIRA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS ORIUNDOS DAS OFICINAS MECÂNICAS 
AUTOMOTIVAS DE JOÃO PESSOA - PB 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em: 08 de julho de 2010. 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
______________________________ 
Prof. Dr. Joácio de Araújo Morais Júnior 
Orientador 
 
__________________________ 
Prof. Msc. Jorge de Oliveira Gomes 
Examinador 
 
___________________________ 
Prof. Msc.Jailson Ribeiro de Oliveira 
Examinador 
5 
 
 
 
Dedico esta monografia a duas pessoas Nicácio e Edilzete, que em nenhum momento 
medem esforços para realização dos meus sonhos, me guiam pelos caminhos corretos, 
me ensinam a fazer as melhores escolhas, me mostram que a honestidade e o respeito 
são essenciais à vida, e que devemos sempre lutar pelo que queremos. A eles devo a 
pessoa que me tornei, sou extremamente feliz e tenho muito orgulho por chamá-los de 
pai e mãe. 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao meu Orientador Prof. Dr. JOÁCIO DE ARAÚJO MORAIS JÚNIOR pelo apoio, 
acolhida, simpatia e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e 
normatização deste Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
Especialmente ao Professor JORGE DE OLIVEIRA GOMES pelo incentivo ao tema 
escolhido, pela paciência e por me mostrar a importância e me dá oportunidade de 
participação em monitoria e publicações. 
 
Ao Professor JAILSON RIBEIRO DE OLIVEIRA, ao qual me encontro sem palavras 
para agradecer a simpatia, a presteza e a boa vontade de aceitar meu convite. 
 
Aos demais idealizadores, coordenadores e funcionários da UNIVERSIDADE 
FEDERAL DA PARAÍBA. 
 
Aos colegas de classe pela espontaneidade, alegria e amizades conquistadas que serão 
levadas para o resto da vida. Em especial a amiga CINTIA FONSECA DE 
MEDEIROS. 
 
A minha querida irmã WILLYANA PEREIRA MARTINS, sem a qual minha 
Monografia não teria a mesma qualidade. 
 
A minha prima e professora talentosíssima ALBA LÚCIA NUNES GOMES pela ajuda 
indispensável. 
 
E, finalmente, a DEUS pela oportunidade e pelo privilégio que me foi dado em 
compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso, perceber e atentar para a 
relevância de temas que não faziam parte, em profundidade, da minha vida. 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A gestão ambiental é uma 
ferramenta fundamental para a 
melhoria da qualidade de vida." 
(Eugênio Singer) 
 
8 
 
MARTINS, Kaliany Pereira. Gestão de resíduos oriundos das oficinas mecânicas 
automotivas de João Pessoa – PB. Trabalho de Conclusão do Curso. 51 fls. (Curso de 
Graduação em Administração). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010. 
 
 
RESUMO 
 
 
De acordo com as normas ISO 14000 (2004) a gestão ambiental consiste num conjunto 
de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem 
reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio 
ambiente. Contanto, verificou-se que há certa resistência, sobre essa questão, por parte 
das empresas de reposição automotiva no que se refere à implantação de tais 
procedimentos que beneficiariam o meio ambiente. Surgiu então a necessidade de 
adequá-las a todas as conformidades, atendendo, consequentemente, às expectativas dos 
clientes. Logo, o objetivo do presente estudo foi analisar o tratamento dos resíduos 
produzidos pelas oficinas mecânicas automotivas da Avenida Beira Rio da cidade de 
João Pessoa/PB, visando identificar possíveis benefícios ambientais, e entre outras 
perspectivas, incentivar a reciclagem numa perspectiva ambiental. A metodologia 
consistiu na análise de informações obtidas através de aplicação de questionário em 
dezoito (18) unidades de oficinas mecânicas nas seguintes tipologias de produtos de 
reposição: lubrificantes, baterias, pneus e escapamentos. Dentre os resíduos produzidos 
no universo estudado, os mais reaproveitados são os lubrificantes. Como resultados 
alcançados, destaca-se que as empresas de reposição automotiva precisam desenvolver 
consciência ambiental, interesse e disposição para desenvolver novas maneiras de 
gerenciar a disposição final dos seus resíduos e a introdução de novas tecnologias 
voltadas a Reciclagem, necessárias para uma prestação de serviços mais eficiente e 
eficaz. 
 
 
Palavras-chave: Gestão ambiental. Reciclagem. Resíduos sólidos. Oficinas mecânicas. 
9 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1 – Etapas Material Reciclável........................................................................27 
FIGURA 2 – Fluxograma da metodologia utilizada.......................................................38 
FIGURA 3 – Produtos de reposição..............................................................................39 
FIGURA 4 - Tipo de resíduo e seu destino – Papel/Papelão..........................................40 
FIGURA 5 - Tipo de resíduo e seu destino – Plástico....................................................41 
FIGURA 6 - Tipo de resíduo e seu destino – Metal.......................................................41 
FIGURA 7 - Tipo de resíduo e seu destino – Óleo queimado........................................42 
FIGURA 8 - Tipo de resíduo e seu destino – Carcaça de bateria..................................42 
FIGURA 9 - Tipo de resíduo e seu destino – Estopa suja de óleo e/ou graxa...............43 
FIGURA 10 - Tipo de resíduo e seu destino – Pneu......................................................43 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
QUADRO 1 – Classificação de Resíduos Sólidos..........................................................19 
QUADRO 2 - Descrição do Resíduo Classe I.................................................................21 
QUADRO 3 - Descrição do Resíduo Classe II ou Classe III..........................................22 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 1 – Correlação teórica.....................................................................................40 
TABELA 2 – Resíduos sólidos e seus destinos..............................................................44 
TABELA3 – Correlação teórica.....................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................12 
1.1 Delimitação do tema e formulação do problema de pesquisa...................................13 
1.2 Justificativa................................................................................................................15 
1.3 Objetivos...................................................................................................................16 
1.3.1 Objetivo Geral........................................................................................................16 
1.3.2 Objetivos Específicos.............................................................................................16 
1.4 Estrutura do trabalho.................................................................................................17 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................18 
2.1 Resíduos Sólidos.......................................................................................................18 
2.1.1 Definição de Resíduos Sólidos Industriais............................................................19 
2.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos Industriais.....................................................20 
2.2 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.......................................................................23 
2.2.1 Geração................................................................................................................. 23 
2.2.2 Acondicionamento..................................................................................................24 
2.2.3 Transporte...............................................................................................................25 
2.2.4 Tratamento..............................................................................................................26 
2.2.4.1 Reciclagem...........................................................................................................27 
2.2.4.2 Recuperação........................................................................................................28 
2.2.4.3 Incineração..........................................................................................................28 
2.2.4.4 Tecnologias Limpas............................................................................................29 
2.2.4.5 Coleta Seletiva.....................................................................................................30 
2.2.5 Destinação Final.....................................................................................................31 
2.3 Sistema de Gestão Ambiental...................................................................................32 
 
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................35 
3.1 Método de estudo.......................................................................................................35 
3.2 Objeto de Estudo.......................................................................................................36 
3.3 Universo e Amostra...................................................................................................36 
3.4 Coleta de dados..........................................................................................................37 
3.5 Organização dos dados..............................................................................................37 
3.6 Análise dos dados......................................................................................................38 
 
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................39 
4.1 Produtos de Reposição...............................................................................................39 
4.2 Tipos de resíduos e seus destinos..............................................................................40 
4.3 Pertinência em relação aos destinos dos resíduos produzidos...................................45 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................46 
5.1 Sugestões de melhoria...............................................................................................47 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................................48 
 
APENDICES 
 
Apêndice A (Carta de apresentação)...............................................................................52 
11 
 
Apêndice B (Questionário de pesquisa)..........................................................................53 
Apêndice C (Imagens)....................................................................................................54 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Os resíduos perigosos produzidos pelas empresas de reposição automotiva, são 
particularmente preocupantes, pois, quando incorretamente gerenciados, tornam-se uma 
grave ameaça ao meio ambiente. 
Segundo Kraemer (2010): 
 
 
Os resíduos produzidos em todos os estágios das atividades humanas, em 
termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas 
de consumo e dos métodos de produção. As principais preocupações estão 
voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o 
meio ambiente (solo, água, ar e paisagens). 
 
 
A compreensão da problemática do lixo (resíduo) considerado industrial no 
âmbito das oficinas mecânicas automotivas segundo Ministério do Meio Ambiente 
(MMA), e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. 
Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto 
material, busca-se o amadurecimento da humanidade por meio da educação e 
conseqüente conscientização individual e/ou coletiva não apenas para sobreviver, mas 
destacar-se num mercado altamente competitivo. 
 Este estudo tem como objetivo geral analisar o tratamento dos resíduos 
produzidos pelas oficinas mecânicas automotivas da Avenida Beira Rio da cidade de 
João Pessoa/PB, visando identificar possíveis benefícios ambientais. A metodologia 
utilizada foi pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. 
 Definiu-se como universo todas as oficinas mecânicas automotivas da Avenida 
Beira Rio da cidade de João Pessoa/PB. Embora o número de empresas com essa 
característica nessa avenida seja grande, essa amostragem é constituída por dezoito 
oficinas pelo fato de que existem muitas outras, porem clandestinas. 
 As oficinas da presente amostra e seus respectivos nomes são: AutoInjet, UTI 
Injeção Eletrônica, Nicácio Auto Service, O Escape do Bebel, Borracharia do Gago, 
PneuMix, SOS Injeção Eletrônica, Freio & Suspensão, Riva Auto Peças, BatCenter, O 
Escape do Bebel 2, Marcop Pneus, Escape Beira Rio, Miramar Auto Peças, ZN Auto 
Peças, Oficina Beira Rio, Arthur Car e Service Car. 
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário composto por 
três questões fechadas e abertas, o qual foi entregue pessoalmente. Obtive-se um retorno 
de todos os questionários aplicados (100%). 
13 
 
1.1 Delimitação do tema e formulação do problema de pesquisa. 
 
 Kraemer (2010) afirma que a preocupação ambiental por parte das empresas 
pode representar um estímulo ao aumento de inovações, as quais podem resultar em 
uma maior eficiência do processo produtivo, com redução de custos ou agregação de 
valor ao produto. Dessa forma, tal preocupação vem demonstrando novas oportunidades 
de negócios e de produtos menos agressivos ao meio ambiente. 
 De acordo com Demajorovic (1995, p. 89): 
 
 
A relação entre resíduos e problemas ambientais é mais evidente no campo 
dos resíduos sólidos, uma vez que seu grau dedispersão é bem menor do que 
os líquidos e gasosos. É fácil ter uma idéia da dimensão do problema apenas 
imaginando as quantidades de lixo produzidas em cada casa ou em cada 
unidade industrial e que, de uma alguma forma, devem ser dispostas. 
 
 
 Com isso, a preocupação ambiental deve resultar em ações que modifiquem o 
processo produtivo e o produto de maneira a torná-los menos impactantes ao meio 
ambiente, através de várias formas de reaproveitamento, entre elas a reciclagem, 
transformando objetos materiais usados em novos produtos para o consumo. Esta 
necessidade foi despertada pelos seres humanos a partir do momento em que se 
verificaram os benefícios que este procedimento trás. 
 Foram levados em consideração importantes fatores na escolha do tema. Entre 
eles se inclui a afetividade e um alto grau de interesse pessoal relacionado ao campo de 
pesquisa, por se tratar do próprio ambiente de trabalho da autora, o que lhe causa prazer 
nesta atividade e gosto no assunto. Entre esse interesse, sentiu-se o desejo de despertar a 
conscientização ambiental e a vontade dos empresários em buscar forma ideais de 
disposição final de seus resíduos, entre as várias formas de tratamento. Além disso, a 
autora contou com a disponibilização de tempo para a realização de todas as atividades 
que precisou cumprir para executar o trabalho, conciliando-a com o que tem que 
cumprir no cotidiano, não relacionado à pesquisa. 
 As oficinas mecânicas automotivas que foram estudadas no projeto de pesquisa 
estão localizadas na Avenida Beira Rio, considerada como uma das de maior fluxo e 
extensão da cidade de João Pessoa/PB, portanto, ponto ideal de oficinas mecânicas, pois 
oferece infra-estrutura adequada, onde tais estruturas são básicas e simples, compostas 
basicamente de duas a três áreas, uma para o escritório, outra para estoque de 
mercadorias (se houver) e outra para área operacional (execução dos serviços), e 
14 
 
facilidade no acesso tanto para os clientes como para a realização da pesquisa em 
questão. 
 Dentre as oficinas desta avenida foram restringidas àquelas que oferecem 
produtos e serviços semelhantes e que estão corretamente regulamentadas. O mercado 
consumidor dos serviços dessas oficinas mecânicas é geralmente constituído por 
proprietários particulares de automóveis, frotistas, empresas ou pessoas que possuem 
um ou diversos carros, órgãos públicos, seguradoras, etc. 
 Santos (2003) afirma que até meados dos anos 80, as oficinas mecânicas 
constituíam território dominado quase que exclusivamente pelos homens. O lugar onde 
a graxa se misturava com peças de carros soltas. Há também outra marca registrada: as 
paredes repletas de fotos de mulheres nuas. 
Esse modelo perdurou por vários anos e até hoje quando se fala em oficina 
mecânica, o que vem à cabeça são esses aspectos. 
 Santos (2003) complementa ainda que: 
 
 
Aos poucos as oficinas estão perdendo seu aspecto “sujo” e algumas delas se 
modernizaram. Mas isso não quer dizer que elas, ou pelo menos a grande 
maioria, esteja investindo ou se preocupando como deveriam quanto 
implantação de gestão ambiental e reciclagem de resíduos provenientes dos 
serviços realizados, se dessa forma fosse, seriam amortizados os impactos e 
aumentar-se-ia o desenvolvimento sustentável. 
 
 
Diante desta realidade, surge a seguinte questão a ser respondida: Como as 
oficinas mecânicas automotivas na cidade de João Pessoa / PB estão tratando seus 
resíduos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1.2 Justificativa 
 
O presente trabalho propõe-se a verificação dos resíduos gerados a partir dos 
produtos de reposição, de que maneira estão sendo descartados e aplicar nas oficinas 
mecânicas automotivas da Avenida Beira Rio da cidade de João Pessoa/PB métodos de 
tratamento para os resíduos produzidos pelos serviços realizados nestas, a fim de 
transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo através, por 
exemplo, da reciclagem. São exemplos dos produtos analisados: metal (ferro velho em 
geral, peças de alumínio, peças de aço, pregos, cobre), papel (jornais, revistas, folhetos, 
caixas de papelão, embalagens de papel), plástico (sacos/sacolas plásticas, embalagens), 
baterias (resíduos sólidos altamente perigosos para o meio ambiente que merecem um 
sistema de coleta e reciclagem rigoroso, pois são formadas por compostos químicos 
com alta capacidade de poluição e toxidades para o solo e água), óleo queimado e objeto 
e materiais de limpeza contaminados do mesmo. 
Segundo o site Suapesquisa (2009), muitas campanhas educativas têm 
despertado atenção para o problema do lixo nas grandes cidades. Donaire (1995, p. 30) 
afirma que cada vez mais, os centros urbanos, com grande crescimento populacional, 
têm encontrado dificuldades em conseguir locais para instalarem depósitos de lixo. 
Portanto, a reciclagem apresenta-se como uma solução viável economicamente, além de 
ser ambientalmente correta. 
 A significação do tema escolhido se referiu a sua oportunidade e seus valores 
acadêmicos e sociais, pois percebe-se a partir das vivências e observações que se trata 
de um tema que desperta interesse e certa importância para um grupo de pessoas ou para 
a sociedade em geral, além de proporcionar destaque para as oficinas em relação ao 
diferencial competitivo, no que as torna mais limpas, atrativas e acessíveis aos clientes. 
Donaire (1995, p.37) afirma que a proteção ao meio ambiente deixa de ser uma 
exigência punida com multas e sanções e inscreve-se em um quadro de ameaças e 
oportunidades, em que as conseqüências passam a poder significar posições na 
concorrência e a própria permanência ou saída do mercado. 
 A pesquisa em questão é viável pela facilidade no acesso ao campo de pesquisa 
e também por não apresentar custos significantes para a autora. Em relação aos custos 
no que diz respeito aos tipos de tratamentos de resíduos, pode-se dizer que não há 
custos para o procedimento por parte das oficinas, o gerador apenas deve ser 
responsável pelos seus resíduos os encaminhado para a reciclagem, os administradores 
16 
 
devem dispor de estrutura adequada para o descarte, fazer o recolhimento 
constantemente e encaminhá-lo às recicladoras para o reaproveitamento desses resíduos 
e/ou agregar valor aos materiais. Além de contribuir para a diminuição da poluição do 
meio ambiente, todos os materiais recolhidos são vendidos para as recicladoras, obtendo 
assim viabilidade tanto econômica quanto ecológicas. 
Diante do exposto, o presente estudo torna-se importante, uma vez que, os 
processos de tratamentos de resíduos além de preservar o meio ambiente gera empregos 
nas grandes cidades e vai aos poucos caminhando para o desenvolvimento sustentável. 
 
 
1.3. Objetivos 
 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
 Analisar o tratamento dos resíduos produzidos pelas oficinas automotivas da 
Avenida Beira Rio da cidade de João Pessoa/PB, visando identificar possíveis 
benefícios ambientais. 
 
 
1.3.2 Objetivos específicos 
 
• Selecionar e caracterizar as tipologias de produtos de reposição mais representativos 
na geração de resíduos sólidos nas oficinas mecânicas automotivas; 
• Analisar o gerenciamento ambiental nas oficinas, em relação a forma de descarte 
final dos resíduos gerados; 
• Disseminar conhecimentos sobre as possíveis vantagens e ganhos que podem ser 
alcançados através da gestão dos resíduos; 
• Incentivar a Reciclagem e a Coleta Seletiva em oficinas mecânicas, numa 
perspectiva ambiental. 
 
 
 
17 
 
1.4 Estrutura do Trabalho 
 
Este trabalho inicia com a apresentação do problema de pesquisa ao abordar a 
preocupação ambiental por parte das empresas de reposição automotivas, onde a gestão 
de seus resíduos traria benefícios tanto no que diz respeito ao diferencial competitivo, 
como para a saúde humana e do meio ambiente. Neste sentido, é apresentado o objetivo 
geral de Analisaro tratamento dos resíduos produzidos pelas oficinas automotivas da 
Avenida Beira Rio da cidade de João Pessoa/PB, visando identificar possíveis 
benefícios ambientais. 
Os referencias teóricos apresentados no capítulo 2, consta de autores que tratam 
dos temas relevantes à discussão levantada: Resíduos Sólidos e sua classificação, 
Resíduos Sólidos Industriais, Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, relatando desde a 
sua geração até o destino final e o Sistema de Gestão Ambiental. No capítulo 3, são 
apresentados os aspectos metodológicos que caracterizam este trabalho: um estudo 
descritivo de abordagem qualitativa, realizado através de pesquisa de campo. 
O capítulo 4 busca cumprir os objetivos específicos e, por conseqüência, o 
objetivo geral deste trabalho ao apresentar a análise dos dados e os resultados obtidos. 
Por fim, no capítulo 5, apresentam-se as considerações finais sobre o estudo realizado. 
18 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Estruturou-se a revisão literária a partir dos itens a seguir, onde relataremos 
inicialmente o conceito de Resíduos Sólidos mostrando sua classificação, Resíduos 
Sólidos Industriais, a importância de seu gerenciamento mostrando desde a geração, 
abordando a Reciclagem como uma das soluções até a sua disposição final. 
Posteriormente, uma visão holística do Sistema Gestão Ambiental (SGA) em empresas. 
Utilizou-se como base algumas Resoluções do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), Normas Brasileiras (NBR) 10004 e a ISO 14000 aos Resíduos 
Sólidos, como também ao reaproveitamento, de uma forma geral, desses resíduos. Já 
para o parâmetro da Gestão Ambiental, seguiu-se a linha de raciocínio de Peter H. May, 
Maria Cecília Lustosa e Valeria da Vinha. 
 
 
2.1 Resíduos Sólidos 
 
Os conceitos de resíduo e lixo são semelhantes, onde muitas vezes são 
confundidos como sinônimos. Ambos são produzidos pelo homem, porém, a palavra 
resíduo precedida da palavra sólido possui um significado técnico específico. Segundo 
Philippi, Roméro e Bruna (2004, p. 156) resíduo sólido é aquilo que o homem coloca no 
meio em formas que o meio naturalmente não conhece e não tem capacidade de 
absorção nem mesmo em longo prazo. 
Segundo as Normas Brasileiras (NBR) 10004 – Resíduos Sólidos – 
Classificação, revisada em 2004, define os resíduos sólidos como sendo: 
 
 
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas 
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de 
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de 
água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em 
face à melhor tecnologia disponível. 
 
 
 No quadro 1 tem-se a definição para os diversos tipos de resíduos sólidos. 
 
 
19 
 
Quadro 1 – Classificação de Resíduos Sólidos 
Tipos de Resíduo Sólido Definição 
Residencial 
Chamado de lixo domiciliar, constituído de restos de 
alimentação, invólucros diversos, varredura, folhagem, ciscos e 
outros. 
Comercial 
Proveniente de diversos estabelecimentos comerciais, como 
escritórios, lojas, hotéis, restaurantes, supermercados, 
quitandas e outros. É constituído principalmente de papel, 
papelão, plástico, caixa, etc. 
Industrial 
Resultante de diferentes áreas da indústria, e portanto, de 
constituição muito variada. 
Serviços de saúde 
Constituído de resíduos das mais diferentes áreas do 
estabelecimento: refeitório e cozinha, área de patogênicos, 
administração, limpeza e outros. 
Especial 
Lixo constituído por resíduos e materiais produzidos 
esporadicamente como: folhagens de limpeza de jardins, restos 
de podas, animais mortos, entulhos, etc. 
Feira, varrição e outros 
Proveniente de varrição regular das ruas, conservação da 
limpeza de núcleos comerciais, limpeza de feiras, constituindo-
se de papéis, cigarros, invólucros, restos de capinação, areia, 
ciscos e folhas. 
Fonte: SCHALCH (1991) 
 
 De acordo com as informações obtidas através do quadro acima, constata-se que 
os resíduos gerados a partir de serviços de mecânica automotiva melhor se enquadram 
como sendo industriais. 
 
 
2.1.1 Definição de Resíduos Sólidos Industriais 
 
A partir da Resolução (CONAMA 313/2002) 
 
 
Resíduo Sólido Industrial é todo resíduo que resulte de atividades industriais 
e que se encontre em estado sólido, semi-sólido, gasoso – quando contido, 
líquido – cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede 
pública de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas 
ou ecologicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. 
 
 
É notório que os resíduos oriundos de oficinas mecânicas são comprendidos 
como residuos industriais, que são um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais 
ao ambiente. Neles estão incluídos produtos químicos, metais e solventes químicos que 
ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Os resíduos sólidos industrias são 
amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são 
20 
 
lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e conseqüentemente dos seres que nele 
vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a grandes tragedias. 
 
 
2.1.2 Classificação dos Resíduos Sólidos Industriais 
 
A classificação baseia-se nas características dos resíduos, se reconhecidos como 
perigosos, ou quanto à concentração de poluentes em suas matrizes. De acordo com a 
NBR 10004 (2004), os resíduos são classificados da seguinte forma: 
 
 
Resíduos Classe I – Perigosos: são aqueles cujas propriedades físicas, 
químicas ou infecto-contagiosas podem acarretar em riscos à saúde pública 
e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma 
inadequada. São exemplos em oficinas mecânicas: Óleo lubrificante usado ou 
contaminado; Equipamentos descartados contaminados com óleo; 
Acumuladores elétricos a base de chumbo (baterias); entre outros. 
 
 
De acordo com a NBR 10004, os resíduos classe II – Não perigosos dividem-se 
em: 
 
 
Resíduos Classe II - A 
Não inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos 
classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes. Os resíduos classe II 
A – Não inertes podem apresentar propriedades como biodegradabilidade, 
combustibilidade ou solubilidade em água. São exemplos de Resíduos Classe 
II A todo o lixo comum gerado em qualquer unidade industrial (provenientes 
de restaurantes, escritórios, banheiros, etc.). 
 
Resíduos Classe II - B 
Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma 
representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água 
destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de 
seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de 
potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, 
conforme anexo G, da NBR 10004. 
 
 
 No quadro 2 é apresentada a relação do Resíduo Classe I: 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Quadro 2 – Descrição do Resíduo Classe I 
Descrição do Resíduo Classe I 
1.Listagem 10 – Resíduos perigosos por conterem componentes voláteis, nos quais não se aplicam testes 
de lixiviação e/ou solubilização, apresentando concentrações superiores aos indicados na listagem 10 da 
NBR 10004. 
2.Resíduos perigosos por apresentarem inflamabilidade 
3. Resíduos perigosos por apresentarem corrosividade 
4. Resíduos perigosos por apresentarem reatividade 
5. Resíduos perigosos por apresentarem patogenicidade 
6.Listagem 7 da NBR 10004: resíduos perigosos caracterizados pelo teste de lixiviação 
7.Aparas de couro curtido ao cromo 
8.Serragem e pó de couro contendo cromo 
9.Lodo de estações de tratamento de efluentes de curtimento ao cromo 
10.Resíduo de catalisadores não especificados na Norma NBR 10004 
11.Resíduooriundo de laboratórios industriais (produtos químicos) não especificado na Norma NBR 
10004 
12.Embalagens vazias contaminadas não especificados na Norma NBR 10004 
13.Solventes contaminados (especificar o solvente e o principal contaminante) 
14.Outros resíduos perigosos – especificar 
15.Listagem 1 da Norma NBR 10004 – resíduos reconhecidamente perigosos – Classe 1, de fontes não-
específicas 
16.Bifenilas Policloradas – PCB’s. Embalagens contaminadas com PCBs inclusive transformadores e 
capacitores 
17.Listagem 5 da Norma NBR 10004 – resíduos perigosos por conterem substancias agudamente tóxicas 
(restos de embalagens contaminadas com substancias da listagem 5; resíduos de derramamento ou solos 
contaminados, e produtos fora da especificação ou produtos de comercialização proibida de qualquer 
substancia constante na listagem 5 da Norma NBR 10004 
18.Listagem 2 da Norma NBR 10004 – resíduos reconhecidamente perigosos de fontes especificas 
19.Restos e borras de tintas e pigmentos 
20.Resíduo de limpeza com solvente na fabricação de tintas 
21.Lodo de ETE da produção de tintas 
22.Resíduos de laboratórios de pesquisa de doenças 
23.Borra do re-refino de óleos usados (borra ácida) 
24.Listagem 6 da Norma NBR 10004 – resíduos perigosos por conterem substancias toxicas (resíduos de 
derramamento ou solos contaminados; produtos fora de especificação ou produtos de comercialização 
proibida de qualquer substancia constante na listagem 6 da Norma NBR 10004 
Fonte: (CONAMA 313/2002) 
 
 Notadamente, os resíduos provenientes de serviço automotivo pertencem a 
classificação demonstrada a partir dos dados contidos no Quadro 2 acima. 
 No quadro 3 é apresentada a descrição dos Resíduos Classe II e III: 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Quadro 3 – Descrição do Resíduo Classe II ou Classe III 
 
Descrição do Resíduo Classe II ou Classe III 
1.Resíduos de restaurante (restos de alimentos) 
2.Resíduos gerados fora do processo industrial (escritório, embalagens, etc.) 
3.Resíduos de varriação de fábrica 
4.Sucata de metais ferrosos 
5.Embalagens metálicas (latas vazias) 
6.Tambores metálicos 
7.Sucata da metais não ferrosos (latão, etc.) 
8.Embalagens de metais não ferrosos (latas vazias) 
9.Resíduos de papel e papelão 
10.Resíduos de plástico polimerizados de processo 
11.Bombonas de plástico não contaminadas 
12.Filmes e pequenas embalagens de plástico 
13.Resíduos de borracha 
14.Resíduos de acetato de etil vinila (EVA) 
15.Resíduos de poliuretano (PU) 
16.Espumas 
17.Resíduos de madeira contendo substancias não tóxicas 
18.Resíduos de materiais têxteis 
19.Resíduos de minerais não metálicos 
20.Cinzas de caldeira 
21. Escória de fundição de alumínio 
22.Escória de produção de ferro e aço 
23.Escória de fundição de latão 
24.Escória de fundição de zinco 
25.Areia de fundição 
26.Resíduos de refratários e materiais cerâmicos 
27.Resíduos de vidros 
28.Resíduos de metais compostos de metais não tóxicos 
29.Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluentes contendo material biológico não tóxico 
30. Resíduos sólidos de estações de tratamento de efluentes contendo substancias não tóxicas 
31. Resíduos pastosos de estações de tratamento de efluentes contendo substancias não tóxicas 
32.Resíduos pastosos contendo calcário 
33.Bagaço de cana 
34.Fibra de vidro 
35.Outros resíduos não perigosos 
36.Aparas salgadas 
37.Aparas de peles caleadas 
38.Aparas, retalhos de couro atanado 
39.Carnaça 
40.Resíduos orgânicos de processo (sebo, soro, ossos, sangue, outros da industria alimentícia, etc.) 
41.Casca de arroz 
42.Serragem, farelo e pó de couro atanado 
43. Lodo do caleiro 
44. Resíduos de frutas (bagaço, mosto, casca, etc.) 
45. Escórias de jateamento contendo substancias não tóxicas 
46. Catalisadores usados contendo substancias não tóxicas 
47. Resíduos de sistema de controle de emissão gasosa contendo substancias não tóxicas (precipitadores, 
48. Produtos fora da especificação os fora do prazo de validade contendo substancias não perigosas. 
Fonte: (CONAMA 313/2002) 
 
23 
 
 Os resíduos derivados de serviço automotivo também pertencem a classificação 
demonstrada a partir dos dados contidos no Quadro 3 acima, referente as Classes II e 
III, porem com menos freqüência e evidência do que as categorias representadas pelo 
Quadro 2 referente a Classe I. 
 
 
2.2 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos 
 
Nos itens a seguir, faz-se uma abordagem sobre o processo de gerenciamento 
dos resíduos sólidos, desde a sua geração, acondicionamento, transporte, os tipos de 
tratamento até a destinação final. 
 
 
2.2.1 Geração 
 
Concordando com Dagnino (2010), é no metabolismo urbano onde se processam 
o dia-a-dia dos homens em suas funções biológicas, assim como as multivariadas 
funções de trabalho, circulação, consumo e, também, as práticas sociais e culturais. 
 Segundo a ótica desse autor o metabolismo urbano gera um produto final, um 
excremento ou uma matéria residual proveniente de diversos processos de apropriação e 
reprodução da natureza. Neste caso o que temos é uma dinamização desta lógica e um 
produto final rico em materiais potencialmente reutilizáveis em outros processos. 
É importante frisar que essa relação natureza-sociedade sofre importantes 
modificações ao longo do tempo. Segundo Eiseley (1969, p. 42): 
 
 
As informações que um depósito de lixo pré-histórico apresenta ao 
arqueólogo, e que podem em muito ser comparadas às análises estratigráficas 
dos paleontólogos, são exemplo disso. Assim, algumas análises dos resíduos 
gerados permitem remontar ao tipo de organização de uma sociedade, quais 
eram os seus conhecimentos tecnológicos e qual a disponibilidade dos 
recursos naturais, entre outras características. 
 
 
Dagnino (2010) afirma que, de modo geral: 
 
 
Uma análise do passado aponta que as primeiras comunidades humanas eram 
bastante pequenas: grupos nômades que coletavam diretamente os alimentos 
e ferramentas, em função das suas necessidades básicas, de um lado, e da 
disponibilidade e da proximidade espacial em relação aos recursos, de outro. 
24 
 
Podemos observar, no entanto, que com o passar do tempo, através da crescente 
manipulação tecnológica da natureza e das relações desequilibradas dos homens 
organizados em sociedade, as formas de utilização dos recursos têm impulsionado o 
crescimento dos impactos ambientais negativos. 
Segundo Dagnino (2010), a produção em massa de bens é, ao mesmo tempo, 
causa e conseqüência do consumo em massa, e esta relação causou modificações na 
maneira de se pensar os objetos. 
Através da criatividade e da propaganda, consegue-se fazer crer à população que 
os bens que as empresas desejam produzir sejam imprescindíveis à sua existência. 
Segundo Watson (1997, p. 19): 
 
 
A criação de novas necessidades de consumo, de lazer, entre outras, vem 
acompanhada de datas específicas para a renovação deste ritual, e a 
valorização crescente da propriedade, em detrimento do ser e sentir humanos 
tem alimentado um pensamento de que consumindo mais, teremos nossa vida 
enriquecida. 
 
 
É neste contexto que vem ganhando força a iniciativa de buscar incorporar os 
trabalhadores catadores, mediante a elaboração de políticas públicas, na atividade de 
reciclagem, em direção a um desenvolvimento sustentável, como ver-se a adiante. 
 
 
2.2.2 Acondicionamento 
 
De acordo com o Maroun (2006, p. 14), é importante identificar quais serão as 
formas de manuseio e acondicionamento dos resíduos. As principais razões para 
preocupar-se com esses dois processos são as seguintes: 
 
 
• O manuseio e o acondicionamento corretos dos resíduos possibilitarão 
a maximização das oportunidades com a reutilização e a reciclagem, já que 
determinados resíduos podem ficar irrecuperáveis no caso de serem 
acondicionados de forma incorreta. 
• Caso haja mistura de resíduos de classes diferentes, um resíduo não 
perigoso pode ser contaminado e tornar-se perigoso, dificultando seu 
gerenciamento e aumentando oscustos a ele associados. 
• Redução de riscos de contaminação do meio ambiente, do trabalhador 
e da comunidade. É certamente menos oneroso manusear e acondicionar 
resíduos de forma adequada do que a recuperação de recursos naturais 
contaminados, bem como o tratamento de saúde do pessoal envolvido com os 
resíduos. 
 
 
 
25 
 
 O referido autor relaciona algumas dicas para a separação de resíduos: 
 
 
• A separação deve ser realizada no local de origem; 
• Devem ser separados os resíduos que possam gerar condições 
perigosas quando combinados; e 
• Deve-se evitar a mistura de resíduos de classes distintas de 
periculosidade ou incompatíveis entre si. 
 
 
Caso haja mistura de resíduos de classes diferentes, um resíduo não perigoso 
pode ser contaminado e tornar-se perigoso, dificultando seu gerenciamento e 
aumentando os custos a ele associados. 
A cerca da separação, Maroun (2006, p. 14) afirma: 
 
 
A separação correta e criteriosa permite o tratamento diferenciado, a 
racionalização de recursos despendidos e facilita a reciclagem. A primeira 
etapa do processo de remoção dos resíduos sólidos corresponde à atividade 
de acondicionamento do lixo. Podem ser utilizados diversos tipos de 
vasilhames, como: vasilhas domiciliares, tambores, sacos plásticos, sacos de 
papel, contêineres comuns, entre outros. O lixo mal acondicionado significa 
poluição ambiental e risco à segurança da população, pois pode levar ao 
aparecimento de doenças. O lixo bem acondicionado facilita o processo de 
coleta. 
 
 
2.2.3 Transporte 
 
Para a coleta e transporte do lixo existem os caminhões coletores da EMLUR, 
que é Autarquia Municipal Especial de Limpeza Urbana, responsável por todo o 
trabalho de limpeza urbana de João Pessoa. Todavia, existe em João Pessoa, assim 
como nas demais grandes cidades, a coleta do lixo através dos catadores de materiais 
recicláveis. Esse método é utilizado pelas empresas recicladoras locais, como 
associações ou cooperativas, embora existam os catadores autônomos. 
De acordo com o IBAM (2010) – Instituto Brasileiro de Administração 
Municipal: 
 
 
O trabalho dos catadores nas cidades brasileiras teve início muito antes da 
tomada de consciência ambiental, largamente difundida na década de 80. As 
ações originais surgiram como uma estratégia de sobrevivência. Hoje em dia, 
alem da motivação ligada à fonte de renda, eles também são considerados 
agentes ambientais, colaboradores diretos dos sistemas de reaproveitamento e 
reciclagem de materiais. 
 
 
26 
 
Para o IBAM (2010), a importância das parcerias entre o poder público e as 
associações de catadores está nas vantagens que podem gerar, tais como: 
 
 
• Geração de emprego e renda; 
• Resgate da cidadania dos catadores; 
• Redução das despesas com os programas de coleta seletiva; 
• Organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando problemas na 
coleta de lixo e o armazenamento de materiais em logradouros públicos; 
• Redução de despesas com a coleta, transferência e disposição final dos 
resíduos separados pelos catadores e que não serão encaminhados ao local de 
disposição final. 
 
 
Os catadores recolhem, em geral, um ou mais tipos específicos de resíduos como 
papel e/ou papelão; metal (ferro velho); plástico (embalagens, sacos plásticos, 
vasilhames); entre outros. No caso de oficinas mecânicas, alem dos resíduos 
mencionados, existe o óleo queimado também considerado resíduo sólido. Este tipo de 
resíduo é transportado por empresas encarregadas. 
Pela resolução CONAMA 362/2005: 
 
 
Somente podem exercer a atividade de coleta de óleo lubrificante usado ou 
contaminado as pessoas jurídicas devidamente cadastradas no Órgão 
Regulador da Indústria de Petróleo (ANP) e licenciadas pelo órgão ambiental 
competente. Veículos coletores devem atender às normas da sinalização de 
segurança previstas no decreto 96.044 de 18 de maio de 1988 da Agência 
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 
 
 
2.2.4 Tratamento 
 
Neste subtópico, faremos uma abordagem de algumas técnicas de tratamento de 
resíduos sólidos e possíveis soluções para o estudo em questão, tais como: Reciclagem, 
Recuperação, Incineração, Tecnologias limpas e Coleta seletiva. Segundo Valle (2002, 
p. 89), a caracterização dos resíduos gerados ou acumulados em um estabelecimento 
tem papel importante na escolha da melhor solução para seu tratamento ou disposição. 
 
 
 
 
 
27 
 
2.2.4.1 Reciclagem 
 
 De acordo com as Normas ISO 14000 (2004), o ato de reciclar permite retomar a 
origem, na forma de matérias-primas, dos materiais que não se degradam facilmente e 
que podem ser reprocessados, mantendo suas características básicas. 
A reciclagem, não deve ser confundida, portanto, com reúso. Neste caso, não 
existe reciclagem, mas a utilização do mesmo artigo, na forma em que foi originalmente 
produzido. 
 Para a redução no volume de resíduos urbanos, é necessária disposição adequada 
com a realização da separação prévia das materiais recicláveis mais comuns. Essa 
redução do volume de resíduos traz como resultado uma vida útil mais longa para os 
aterros sanitários e a possibilidade de se utilizarem incineradores de resíduos urbanos de 
menor capacidade. 
 Para Valle (2002, p. 115), existem cinco elos obrigatórios nos programas de 
reciclagem para que se possa assegurar que do lixo reciclável se chegue ao material 
reciclado. 
 
 
 
GERAÇAO DE MATERIAL RECICLÁVEL 
 
COLETA DO MATERIAL RECICLÁVEL 
 
CENTRO DE TRIAGEM PARA O MATERIAL RECICLÁVEL 
 
UNIDADE DE TRATAMENTO OU CENTRAL DE RECICLAGEM 
 
MERCADO PARA O MATERIAL RECICLADO 
 
 Figura 1 – Ciclo Material Reciclável 
 Fonte: Valle (2002) 
 
 
 A reciclagem é a solução mais indicada para materiais de fácil reprocessamento 
e fácil comercialização, que podem retornar ao mercado na forma de matérias-primas 
recicladas. 
28 
 
 A coleta seletiva dos resíduos oriundos de oficinas mecânicas é pouco frequente, 
a separação quase sempre não é feita, sendo acumulados todos os resíduos, até mesmo 
os considerados perigosos, junto com o lixo comum. Tornando difícil o 
reaproveitamento correto e desperdiçando grande parte desse material, além de 
prejudicar os aterros sanitários. 
Soares (2006, p. 6-7) afirma que: 
 
 
Reciclar resíduos é transformá-los em produtos com valor agregado. Do 
ponto de vista ambiental essa prática é muito atraente, pois diminui a 
quantidade de resíduos lançados no meio ambiente, alem de contribuir para a 
conservação dos recursos naturais, minimizando a utilização de recursos não-
renováveis. A reciclagem, porém, depende do custo de transporte e da 
quantidade de resíduos disponíveis para que o reprocessamento se torne 
viável ecologicamente. 
 
 
Devido à crescente conscientização social, a reciclagem de resíduos tende a se 
tornar cada vez mais comum. Sua pratica requer empresas e profissionais habilitados, 
bem como tecnologias adequadas, capazes de assegurar qualidade e segurança em 
sistemas cada vez mais complexos. 
 
 
2.2.4.2 Recuperação 
 
 Alguns resíduos podem ser tratados com a finalidade de serem reaproveitados 
em condições visivelmente econômicas. A recuperação é a solução mais indicada para 
os resíduos que contenham metais e substancias valiosas, que possam ser purificados 
para venda ou reaproveitados pela própria indústria. 
Segundo Valle (2002, p. 118), os metais constituem bons exemplos de 
recuperação desde seus resíduos. Mais de 60% do chumbo consumido atualmente no 
mundo provêm de processos de recuperação. 
 
 
2.2.4.3 Incineração 
 
Segundo Mano, Pacheco e Bonelli, (2005, p. 120) a incineração consiste num 
processo de oxidação térmica à alta temperatura, normalmente variando de 800°C a 
1300°C, utilizado para a destruição de resíduos, para a redução de volume e toxidade. 
29 
 
De acordo com Dias (2006, p. 34) 
 
 
A incineração aparece como uma possível solução para a problemática dos 
resíduos sólidos nos grandes centrosurbanos, por ser um processo que reduz 
drasticamente o peso e o volume do lixo por meio da combustão controlada, 
tendo como destino final na maioria dos casos, um aterro sanitário. 
 
 
Apesar de que, a fumaça resultante da queima constituem nova fonte de poluição 
para o meio ambiente e a saúde humana. No entanto, nos incineradores modernos 
existem sistemas de tratamento com lavagem dos gases e retenção de partículas, 
objetivando minimizar os danos ao meio ambiente. 
 
 
2.2.4.4 Tecnologias limpas 
 
Para Valle (2002, p. 104): 
 
 
O conceito de produção mais limpa, inicialmente designado como tecnologia 
limpa, significa aplicar de forma contínua e integrada uma estratégia 
ambiental aos processos, produtos e serviços de uma indústria. Essa 
estratégia visa a prevenir a geração de resíduos e ainda minimizar o uso de 
matérias-primas, a água e energia. 
 
 
Por um lado, a conversão para as tecnologias limpas implica, quase sempre, 
modificações nos processos produtivos e/ou nos produtos. 
De acordo com Valle (2002, p. 105), com o uso das tecnologias limpas, a 
solução tradicional da abordagem “fim de tubo” cede lugar ao procedimento mais 
racional de eliminar o problema em sua origem, antes que se gerem resíduos. 
Segundo o mesmo autor, a adoção do conceito de tecnologia limpa, os processos 
produtivos utilizados na empresa devem passar por uma reavaliação e podem sofrer 
modificações que resultem em: 
 
 
• Eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham 
substâncias perigosas; 
• Otimização das reações químicas, que tem como resultado a 
minimização do uso de matérias-primas e a redução, no possível, da geração 
de resíduos; 
• Segregação, na origem, dos resíduos perigosos dos não perigosos; 
• Eliminação de vazamentos e perdas no processo; 
• Promoção e estímulo do reprocessamento e da reciclagem interna; 
30 
 
• Integração do processo produtivo em um ciclo que inclua as 
alternativas para a destruição dos resíduos e a otimização da reciclabilidade 
dos produtos ao fim de sua vida útil. 
 
 
Com os exemplos apresentados, é possível ter uma idéia do potencial oferecido 
pelas tecnologias limpas como solução para tantos problemas. 
 
 
2.2.4.5 Coleta Seletiva 
 
Para facilitar o processo de separação dos resíduos, a Resolução CONAMA 
N°275/01 (1999) estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser 
adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas 
informativas para a coleta seletiva. 
 
 
Padrão de cores: AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico; VERDE: 
vidro; AMARELO: metal; PRETO: madeira; LARANJA: resíduos perigosos; 
BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; ROXO: resíduos 
radioativos; MARROM: resíduos orgânicos; CINZA: resíduo geral não 
reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. 
 
 
A operação de coleta engloba desde a partida do veículo de sua garagem, 
compreendendo todo o percurso gasto na viagem para remoção dos resíduos dos locais 
onde foram acondicionados aos locais de descarga até o retorno ao ponto de partida. 
Segundo Mano, Pacheco e Bonelli (2005, p. 114): 
 
 
A coleta normalmente pode ser classificada em dois tipos de sistemas: 
sistema especial de coleta (resíduos contaminados) e sistema de coleta de 
resíduos não contaminados. Neste último, a coleta pode ser realizada de 
maneira convencional (resíduos são encaminhados para o destino final) ou 
seletiva (resíduos recicláveis são encaminhados para locais de tratamento 
e/ou recuperação). 
 
 
No caso das oficinas mecânicas automotivas, tais resíduos se classificam como 
comerciais quando produzidos em estabelecimentos comerciais do tipo materiais de 
escritório, por exemplo (papéis, plásticos, embalagens diversas), onde a prefeitura é 
responsável pela coleta e disposição em pequenas quantidades, geralmente abaixo de 50 
kg/dia. E classificam-se como industriais alguns materiais encontrados entre esses 
resíduos são considerados perigosos, é o caso de produtos para motores, como óleos 
31 
 
lubrificantes, peças e estopas contaminadas com óleo usado, baterias e etc., onde a 
responsabilidade para destinação fica para o estabelecimento. Portanto, devem ser 
separados do lixo comum para que lhes seja dada uma destinação especifica, depois de 
descartados. 
Segundo Mano, Pacheco e Bonelli (2005, p. 99) após a produção ou utilização 
de qualquer material sólido, tanto em nível urbano quanto em nível industrial ou 
agrícola, sobram resíduos. Especialmente em locais menos desenvolvidos, esses 
resíduos são descartados aleatoriamente. A coleta seletiva funciona, também, como um 
processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os 
problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. 
 
 
2.2.5 Destinação final 
 
A destinação dos resíduos sólidos se dá em função dos riscos de contaminação 
de comunidades vizinhas, sobretudo quando são atingidos o solo e os corpos d’água. 
Valle (2002, p.47). Entretanto, esses acidentes que resultam de riscos ambientais, 
muitas vezes resultam também de riscos operacionais mal administrados. 
 Para atingir o objetivo, é necessário que haja nas cidades um bom sistema de 
coleta seletiva e reciclagem de lixo. Segundo Mano, Pacheco e Bonelli (2005, p. 113) 
em geral, é adotada a filosofia dos 3Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. 
 
 
Reduzir é a diminuição da geração de resíduo sólido, seja por meio da 
redução na fonte, seja na redução do consumo, ou na redução do desperdício. 
Inclui-se também a redução da periculosidade, ou seja, opção pela utilização 
de materiais ou equipamentos que apresentem menor risco no manejo e 
menor impacto ao meio ambiente. Após o descarte, é necessário que o 
governo estabeleça programas de incentivo a redução de lixo produzido; 
Reutilizar é a possibilidade de utilizar um produto descartado para várias 
finalidades, aperfeiçoar o máximo o seu uso antes do descarte final, ou, 
ainda, seu reenvio ao processo produtivo, ao planejar a embalagem, o 
fabricante deve levar em consideração a possibilidade de o consumidor 
reutilizá-la; 
Reciclar é a transformação de um produto após o fim de sua vida útil, 
utilizando os materiais que o compõem em outro produto com finalidade 
diferente do produto original, onde o que se aproveita é o material para ser 
transformado em uma nova peça. 
 
 
Muitos dos resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e podem 
retornar a cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e lucro para empresas. 
32 
 
O problema do descarte do lixo está diretamente relacionado ao aumento crescente de 
sua produção e à falta de locais adequados para sua disposição. 
Mano, Pacheco e Bonelli (2005, p. 99) afirma que o resíduo urbano, depois de 
descartado, é geralmente enviado a um vazadouro, ou um aterro controlado, ou um 
aterro sanitário, ou à triagem. Daí, o material é encaminhado à reciclagem, ou à 
reutilização, e em alguns casos à incineração. 
 
 
O lixão ou vazadouro é uma forma inadequada de disposição final dos 
resíduos. Consiste em seu despejo em terrenos a céu aberto, sem medidas de 
proteção ao meio ambiente e a saúde; 
O aterro controlado é uma técnica que geralmente não dispõe de 
impermeabilização de base, o que compromete a qualidade das águas 
subterrâneas; 
O aterro sanitário consiste na utilização de princípios de Engenharia para 
confinamento dos resíduos sólidos em camadas, cobertas com material inerte, 
geralmente solo, segundo normas operacionais específicas. 
Usina de triagem é uma instalação para onde são encaminhados os resíduos 
sólidos urbanos, após a coleta normal e o transporte, para serem submetidos 
ao processo de separação. 
 
 
 
2.3 Sistema de Gestão Ambiental 
 
Segundo May, Lustosa e Vinha (2003, p.167), um sistema de Gestão Ambiental 
(SGA) pode ser definido como uma estrutura organizacional que permite à empresa 
avaliar e controlaros impactos ambientais de suas atividades, produtos e serviços. Para 
Seiffert (2008, p.23) a Gestão Ambiental é entendida como um processo adaptativo e 
contínuo, através do qual as organizações definem, e redefinem, seus objetivos e metas 
relacionados à proteção do ambiente, à saúde de seus empregados, bem como clientes e 
comunidade. De acordo com as normas ISO 14000 (2004) a gestão ambiental consiste 
num conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente 
aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um 
empreendimento sobre o meio ambiente. 
Segundo a ótica desses autores, o conceito de gestão ambiental envolve 
diretamente questões estratégicas das organizações abrangendo itens que são 
concretizados através de posturas e ações altamente objetivas relacionadas à questão 
ambiental. 
Antes do processo de globalização, o comportamento ambiental das empresas 
era reativo, ou seja, as atitudes ecologicamente corretas só eram tomadas de forma 
33 
 
compulsória – na maioria das vezes forçadas pela legislação ambiental. Atualmente, 
algumas empresas passaram a adotar um comportamento ambiental proativo, ou seja, 
passaram a adotar práticas menos agressivas ao meio ambiente, antecipando-se às 
regulamentações ambientais. 
Braga (2002, p. 29) cita que uma das principais formas de classificar as medidas 
destinadas ao controle da degradação ambiental seria separá-las em medidas preventivas 
e medidas corretivas: 
 
 
• As preventivas devem antecipar-se e impedir ou minorar a ocorrência 
dos fatores de degradação. 
• As corretivas são em geral onerosas e muitas vezes de implementação 
difícil. Dependem não só de a sociedade reservar os recursos necessários para 
implantá-las, como também da sua capacidade de acessar e aplicar técnicas e 
tecnologias nem sempre triviais e sob seu efetivo domínio. 
 
 
Para May, Lustosa e Vinha (2003, p. 160) na medida em que a preservação do 
meio ambiente tornou-se um fator de diferenciação para as empresas, caracterizando-se 
como uma oportunidade de negócios, surgiu a possibilidade de incluir preocupações 
ambientais em suas estratégias empresariais. 
A gestão ambiental requer como premissa fundamental, um comprometimento 
da alta administração da organização em definir uma política ambiental clara e objetiva, 
que norteie as atividades da organização com relação ao meio ambiente (ISO 14000, 
2004). A gestão ambiental passou a ocupar uma função de destaque entre as funções 
organizacionais, não só pela contribuição positiva que agrega à imagem da empresa, 
mas também pelos efeitos prejudiciais que um mau desempenho ambiental pode causar 
a essa imagem. 
Com vários exemplos de setores e empresas que sofreram pressões para 
tornarem seus produtos e/ou métodos de produção ambientalmente corretos, a “hipótese 
de Porter” citado por May, Lustosa e Vinha (2003, p. 168) demonstra que as inovações 
adotadas para cumprir com as regulamentações ambientais fazem com que as empresas 
utilizem seus insumos de maneira mais produtiva, reduzindo custos e compensando os 
gastos com as melhorias ambientais. Assim, a preservação ambiental está associada ao 
aumento da produtividade dos recursos utilizados na produção e, consequentemente, ao 
aumento da competitividade da empresa. 
34 
 
 A questão ambiental leva, entretanto, os empresários a algumas indagações 
sobre os custos desse gerenciamento ambiental e sobre a oportunidade de investir 
recursos na proteção do meio ambiente. 
 Portanto, começa-se a identificar no tema meio ambiente fatores que fortalecem 
a competitividade das organizações que passaram a abordar esse tema: as reduções nos 
custos de energia, água, matérias-primas e outros, alcançadas por meio de uma boa 
gestão ambiental. Além disso, a gestão ambiental feita nos moldes propostos pelo 
sistema ISO 14000 (2004), compromete-se com o principio da melhoria contínua e 
almeja o desenvolvimento sustentável, através da conscientização ambiental, a 
prevenção da poluição e o atendimento à legislação e as normas ambientais aplicáveis. 
 
 
35 
 
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
A metodologia é um conjunto de métodos e técnicas utilizados para a realização 
de uma pesquisa. Neste capítulo discorre-se sobre os procedimentos metodológicos 
inerentes ao desenvolvimento do estudo. 
 
 
3.1 Método de estudo 
 
O presente estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa descritiva que Vergara 
(2005, p. 47) define como uma pesquisa que expõe características de determinado 
fenômeno. Para Triviños (1987, p. 110) os estudos descritivos têm por objetivo 
aprofundarem a descrição de determinada realidade. 
 O mesmo estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa, pois segundo Neves 
(1996, p. 19), em certa medida, os métodos qualitativos se assemelham a procedimentos 
de interpretação dos fenômenos que empregamos no nosso dia-a-dia, que têm a mesma 
natureza dos dados que o pesquisador qualitativo emprega em sua pesquisa. Para 
Maanem (1979, p.520) a pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o 
sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de reduzir a distância entre indicador e 
indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. 
 Segundo Neves (1996), nas pesquisas qualitativas, é freqüente que o pesquisador 
procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação 
estudada e, a partir daí, situe sua interpretação dos fenômenos estudados. Logo, a 
expressão “pesquisa qualitativa” assume diferentes significados no campo das ciências 
sociais. 
 O método qualitativo é utilizado para caracterizar uma tentativa de compreender 
em detalhes os significados e características apresentadas pelas pessoas que 
responderam o questionário referente às questões abertas. Salientando ainda, que 
também foi utilizada a análise quantitativa referente aos dados das questões fechadas. 
 De acordo com Richardson (1989, p. 29): 
 
 
O método quantitativo, como o próprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da 
quantificação tanto nas modalidades de coleta de informação, quanto no tratamento 
dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, 
36 
 
média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficientes de correlação, análise 
de regressão, etc. 
 
 
 
3.2 Objeto de Estudo 
 
 O estudo foi realizado nas oficinas mecânicas situada na Avenida Beira Rio da 
cidade de João Pessoa/PB. Estabeleceu-se o campo de estudo a partir destas oficinas, 
pois possuem as características esperadas no que diz respeito à realização dos serviços 
oferecidos e/ou prestados, onde encontramos a quantificação e a caracterização dos 
resíduos necessários para a realização deste trabalho. Onde analisou-se, também, a 
forma de descarte dos resíduos nelas produzidos. 
 
 
3.3 Universo e Amostra 
 
Richardson et al. (1989, p. 103), afirma que universo é definido como o conjunto 
de elementos que possuem determinadas características. O universo pode ser o conjunto 
de indivíduos que trabalham em um mesmo lugar, como os alunos de uma universidade, 
todos os funcionários de uma fábrica ou todos os animais de uma mesma espécie, entre 
outros. Portanto, definiu-se que esta pesquisa iria coletar dados junto a todas as oficinas 
mecânicas da cidade de João Pessoa/PB. Isto gerou um número muito grande de lojas a 
serem pesquisadas. A partir da constatação da impossibilidade de tempo para pesquisar 
em todos os estabelecimentos, fez-se a escolha de optar e considerar como amostra 
apenas as oficinas da Av. Beira Rio, por se tratar do local de trabalho da própria autora. 
Segundo Vergara (2005, p. 51), população amostral ou amostra é uma parte do universo 
escolhida segundo critério de representatividade. 
O número exato da quantidade de oficinas mecânicas que existem na cidade de 
João Pessoa-PB não foi fornecido pela Associação Comercial da Paraíba, Prefeitura 
Municipal de João Pessoa,JUCEP - Junta Comercial da Paraíba e IBGE – Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística, pois segundo estes órgãos não há registros com 
essa informação nem tampouco possuía uma relação das oficinas mecânicas. Assim, 
optou-se em selecionar as oficinas pesquisadas entre as que possuíssem as seguintes 
características: estruturas físicas semelhantes, em termos de fornecer produtos e 
serviços em comum, portar espaço para estacionamento de clientes e que fossem 
37 
 
devidamente regulamentadas (não clandestinas) possuindo CNPJ. Reuniu-se uma 
relação de dezoito (18) oficinas atendendo ao padrão estabelecido anteriormente, 
contatou-se pessoalmente através de visitas e aplicou-se os questionários. 
Assim, tem-se que a amostra desta pesquisa foi constituída por dezoito (18) 
oficinas mecânicas que compreendem a relação seguinte: AutoInjet, UTI Injeção 
Eletrônica, Nicácio Auto Service, O Escape do Bebel, Borracharia do Gago, PneuMix, 
SOS Injeção Eletrônica, Freio & Suspensão, Riva Auto Peças, BatCenter, O Escape do 
Bebel 2, Marcop Pneus, Escape Beira Rio, Miramar Auto Peças, ZN Auto Peças, 
Oficina Beira Rio, Arthur Car e Service Car. 
 
 
3.4 Coleta de dados 
 
Primeiramente selecionou-se uma avenida que possuísse um bom número de 
estabelecimentos de oficinas mecânicas automotivas e que possuíssem o padrão 
determinado. Em seguida entrou-se em contato direto com as pessoas responsáveis 
pelos estabelecimentos onde aplicou-se os questionários. Foram visitadas in loco todas 
as oficinas da nossa amostra e houve boa receptividade na maioria delas. 
O instrumento de pesquisa utilizado para a coleta de dados foi um questionário 
(apêndice B) composto por questões abertas e fechadas, no total de três (03) questões. 
Os questionários foram entregues pessoalmente, sendo a pesquisa de campo 
realizada no período de 26 a 28/04/2010 (vinte e seis a vinte e oito de abril de dois mil e 
dez). O preenchimento desse instrumento foi feito pelos próprios proprietários ou na 
ausência destes, pelos funcionários responsáveis pela oficina. Obtendo um retorno de 
100% dos questionários aplicados. 
 
 
3.5 Organização dos dados 
 
 Ao receber os questionários, organizou-se a questão 1 de respostas fechadas a 
partir de gráficos com barras, a questão 2 de respostas fechadas a partir de gráficos com 
pizzas e a questão de resposta aberta a partir de categoria de análise. Tal categoria foi 
analisada quanto à pertinência em relação aos destinos dos resíduos produzidos nas 
oficinas mecânicas. 
38 
 
3.6 Análise dos dados 
 
A avaliação dos resíduos sólidos gerados e seu respectivo destino final foram 
realizados por tipologia dos produtos utilizados nas reposições mediante prestação de 
serviços das oficinas mecânicas, visando à concordância entre as informações 
disponibilizadas com os objetivos a serem atingidos. 
O porte das oficinas não foi critério de seleção deste trabalho, porque o estudo 
do tratamento foi fundamentado sobre o resíduo produzido na unidade estudada, 
reaproveitado pela mesma ou por outras empresas, apesar de alguns representantes das 
empresas estudadas não considerar o resíduo reaproveitável, ou não dar importância as 
conseqüências de uma destinação final inadequada. 
Na figura 2 está apresentada a seqüência de etapas empregadas na metodologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2 – Fluxograma da metodologia utilizada 
 Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
Levantamento das oficinas na área de estudo 
 
Seleção das oficinas a serem visitadas 
Elaboração do questionário 
Aplicação do questionário 
Análise dos resultados 
39 
 
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 
 
 Neste item desenvolveremos a análise e interpretação dos dados coletados. 
 
 
4.1 Produtos de Reposição 
 
 A princípio analisou-se quais os produtos de reposição das oficinas estudadas, 
sendo eles: lubrificantes, baterias, pneus e escapamento. 
 Neste primeiro quesito, observou-se que das 18 oficinas pesquisadas, 15 
(quinze) trabalham com lubrificantes, correspondendo a 83,3%; 12 (doze) trabalham 
com baterias, correspondendo a 66,6%; 7 (sete) trabalham com pneus, correspondendo a 
38,8%; e 10 (dez) trabalham com escapamento, correspondendo a 55,5%. Tais dados 
mostram que os lubrificantes predominaram na amostra pesquisada. 
 
 
Figura 3 – Produtos de reposição 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
A tabela 1 demonstra a correlação existente entre os ojetivos específicos que se 
desejou atingir e as bases conceituais: 
40 
 
Tabela 1 - Correlação teórica 
Fonte: Dados de pesquisa (2010). 
 
 
4.2 Tipos de resíduos e seus destinos 
 
Nesta categoria, relativa ao segundo quesito, estão relacionados aos tipos de 
resíduos que são produzidos nas oficinas e seu destino. O resíduos são gerados de 
acordo com as reposições dos produtos analisados no item anterior. Tais resíduos foram 
os seguintes: o papel/papelão, o plástico, o metal, o óleo queimado, a carcaça de bateria, 
a estopa suja de óleo e/ou graxa e o pneu. 
Observamos que, com relação aos papéis e papelões, das 18 (dezoito) oficinas 
pesquisadas, 4 (quatro) encaminham esse tipo de resíduos para a reciclagem, 
correspondendo a 22,2%, 8 (oito) encaminham para o lixo comum, correspondendo a 
44,4% e 33,3% não responderam. 
 
 
Figura 4 – Tipo de resíduo e seu destino – Papel/Papelão 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
Com relação ao plástico como resíduo gerado, observamos que das 18 (dezoito) 
oficinas pesquisadas, 6 (seis) encaminham esse tipo de resíduos para a reciclagem, 
Objetivo específico Bases conceituais 
• Selecionar e caracterizar as tipologias de 
produtos de reposição mais representativos na 
geração de resíduos sólidos nas oficinas 
mecânicas automotivas; 
Resolução CONAMA 257/1999; 
Resolução CONAMA 258/1999; 
Resolução CONAMA 313/2002; 
Resolução CONAMA 362/2005; 
NBR 10004 (2004) 
41 
 
correspondendo a 33,3%, 7 (sete) encaminham para o lixo comum, correspondendo a 
38,8% e 27,7% não responderam. 
 
 
Figura 5 - Tipo de resíduo e seu destino - Plástico 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
Com relação ao metal como resíduo gerado, observamos que das 18 (dezoito) 
oficinas pesquisadas, 11 (onze) encaminham esse tipo de resíduos para a reciclagem, 
correspondendo a 61,1%, 2 (duas) encaminham para o lixo comum, correspondendo a 
11,1% e 27,7% não responderam. 
 
 
Figura 6 - Tipo de resíduo e seu destino - Metal 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
42 
 
Com relação ao óleo queimado como resíduo gerado, observamos que das 18 
(dezoito) oficinas pesquisadas, 15 (quinze) encaminham esse tipo de resíduos para a 
reciclagem, correspondendo a 100%, pois o restante dos estabelecimentos não 
trabalham com este tipo de produto. 
 
 
Figura 7 - Tipo de resíduo e seu destino – Óleo queimado 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
Com relação à carcaça de bateria como resíduo gerado, observamos que das 18 
(dezoito) oficinas pesquisadas, 12 (doze) encaminham esse tipo de resíduos para a 
reciclagem, correspondendo a 100%, pois o restante dos estabelecimentos não 
trabalham com este tipo de produto. 
 
 
Figura 8 - Tipo de resíduo e seu destino – Carcaça de bateria 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
43 
 
Com relação às estopas sujas de óleo e/ou graxa como resíduo gerado, 
observamos que das 18 (dezoito) oficinas pesquisadas, 17 (dezessete) encaminham esse 
tipo de resíduos para a reciclagem, correspondendo a 100%, pois a oficina restante não 
utiliza a estopa para a limpeza. 
 
 
Figura 9 - Tipo de resíduo e seu destino – Estopa suja de óleo e/ou graxa 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
 
Com relação ao pneu como resíduo gerado, observamos que das 18 (dezoito) 
oficinas pesquisadas, 6 (seis) encaminham esse tipo de resíduos para a reciclagem, 
correspondendo a 33,3%, 1 (uma) encaminham para o lixo comum, correspondendo a 
5,5% e 61,2% não responderam.Figura 10 - Tipo de resíduo e seu destino - Pneu 
Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
44 
 
A tabela 2 resumi os gráficos disposto acima: 
 
 Tabela 2 – Resíduos sólidos e seus destinos 
 Fonte: Dados de pesquisa (2010). 
 
 
Na tabela 2 encontram-se destacados os itens 4. Óleo queimado e 6. Estopa suja 
de óleo e/ou graxa, em virtude de seus resultados absolutos, os quais influenciaram os 
objetivos desejados. 
A tabela 3 demonstra a correlação teórica existente entre os objetivos que se 
desejou atingir e as bases conceituais: 
 
 Tabela 3 – Correlação teórica 
 Fonte: Dados de pesquisa (2010) 
 
RESÍDUO LIXO 
COMUM(%) 
RECICLAGEM(%) NÃO 
RESPONDERAM 
1.Papel/Papelão 44,4 22,2 33,3 
2.Plástico 38,8 33,3 27,7 
3.Metal 11,1 61,1 27,7 
4.Óleo queimado - 100 - 
5.Carcaça de 
Bateria 
- 100 - 
6.Estopa suja de 
óleo e/ou graxa 
100 - - 
7.Pneu 5,5 33,3 61,2 
Figura Objetivo específico Bases conceituais 
4 2 Resolução CONAMA 237/1997; 
Resolução CONAMA 313/2002; 
5 2 Resolução CONAMA 275/2001; 
Resolução CONAMA 313/2002; 
6 2 Resolução CONAMA 313/2002; 
7 2 Resolução CONAMA 362/2005; 
Resolução CONAMA 313/2002; 
NBR 10004 (2004) 
8 2 Resolução CONAMA 257/1999; 
Resolução CONAMA 313/2002; 
NBR 10004 (2004) 
9 2 Resolução CONAMA 362/2005; 
NBR 10004 (2004) 
10 2 Resolução CONAMA 258/1999 
45 
 
4.3 Pertinência em relação aos destinos dos resíduos produzidos 
 
A terceira e última questão foi formulada como questão aberta, onde solicitou-se 
aos pesquisados que justificassem suas respostas quanto ao quesito anterior, no que diz 
respeito à importância do destino final dos resíduos gerados em seus estabelecimentos. 
Observou-se, através das respostas obtidas, que o destino final dos resíduos 
sólidos oriundos das oficinas mecânicas é comprometido pela falta de infraestrutura da 
cidade com relação à forma de coleta, pois estes resíduos sólidos apesar de considerados 
industriais são coletados pela EMLUR – Empresa Municipal de Limpeza Urbana, órgão 
municipal responsável, como sendo resíduos comerciais, portanto são encaminhados 
para o lixo comum. 
A iniciativa por parte dos proprietários das oficinas com relação ao descarte de 
seus resíduos é insuficiente, onde salientam que não fazem a separação do lixo por falta 
de espaço, pela ausência de recolhedores (catadores) e relataram os altos custos para 
investir em controle através de um Sistema de Gestão Ambiental, como também em 
disposições convencionais, como incineradores. 
É notória a falta de informação quanto aos destinos corretos e as consequências 
que podem refletir no meio ambiente, a existência de leis e normas e principalmente 
falta de fiscalização e punição. 
É importante ressaltar que a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos 
industriais, desde a geração até a disposição final desses resíduos, é do próprio gerador 
(Resolução CONAMA 05/1993). 
É notório que não se tem conhecimentos que apontam a gravidade que a empresa 
dá quanto a essa dialética, no entanto, podemos perceber que seu grau de importância é 
relevante para os geradores. 
 
46 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Iniciou-se esta pesquisa indagando de que maneira as oficinas mecânicas 
automotivas na cidade de João Pessoa/PB estão tratando seus resíduos, realizando um 
estudo bibliográfico e de campo, buscando respostas para tal indagação. 
A partir dos dados obtidos no universo estudado pode-se concluir que: 
Entre os produtos de reposição mais utilizados nas oficinas mecânicas 
automotivas da cidade de João Pessoa/PB, que conseqüentemente geram mais resíduos, 
são os lubrificantes, correspondendo a um total de 83,3%. 
Os lubrificantes (óleos queimados) são entendidos como resíduos sólidos 
industriais, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de acordo com as 
Normas Brasileiras NBR 10004 são classificados como Resíduo Classe I - Perigosos, 
pois quando não encaminhados ao destino adequado são despejados em rios e mares, 
prejudicando a saúde ambiental e humana. 
Apesar de estar inserido na classificação citada acima, e alem de representar a 
maior quantidade de resíduos gerados nas oficinas mecânicas de João Pessoa/PB, os 
lubrificantes ganharam destaque entre as oficinas estudadas no que diz respeito à melhor 
forma de gerenciamento: destinação final. 
Em contrapartida, dentre os resíduos gerados, os mais preocupantes são as 
estopas sujas de óleo e/ou graxa, entre outros, obviamente, demais produtos 
contagiados, este percentual chegou a 100%. Isso significa que todas as oficinas 
mecânicas estudadas encaminham seus resíduos contaminados para o lixo comum. 
De acordo com o Maroum (2006, p. 14) é importante identificar as formas de 
manuseio e acondicionamento dos resíduos, pois, caso haja mistura de resíduos de 
classes diferentes, um resíduo não perigoso pode ser contaminado e tornar-se perigoso, 
dificultando seu gerenciamento e aumentando os custos a ele associados. 
 Percebe-se a partir dos pressupostos teóricos enfatizados desde a geração até o 
destino final, que o grande desafio para o campo da gestão de resíduos oriundos de 
oficinas mecânicas vai muito mais além de incentivar a reciclagem ou a coleta seletiva, 
mas sim disseminar conhecimentos sobre o referido tema, uma vez que o foco dos 
tratamentos de resíduos sólidos, de forma geral, está diretamente ligado ao 
desenvolvimento sustentável. 
47 
 
 Uma importante conclusão é que para este segmento estudado, os tratamentos e 
disposições convencionais, como aterros e incineradores, tem se mostrado em 
determinados casos onerosos e problemáticos. 
 
 
5.1 Sugestões de melhoria 
 
Todavia o reaproveitamento, dentro da própria unidade, pode ser expandido se a 
oficina desenvolver mudanças em algumas atitudes, tais como: gerenciamento dos 
resíduos sólidos produzidos e identificação do mercado consumidor para os resíduos 
sólidos gerados. A primeira alternativa proporcionaria outras formas de 
reaproveitamento a partir da geração do próprio resíduo. A segunda alternativa, que é a 
identificação do mercado consumidor, resultaria em outras formas de utilização para o 
resíduo gerado, independente de o consumidor ter ganhado ou comprado o resíduo. 
O reaproveitamento dos resíduos oriundos dos estabelecimentos de oficinas 
mecânicas tem como uma das alternativas a venda e a doação. Para conseguir tal 
comercialização, é necessária a criação de um mecanismo de gestão ambiental que atue 
como um facilitador, permitindo a integração entre as empresas. Onde podemos admitir 
essa lógica através da “hipótese de Porter” citado por May, Lustosa e Vinha (2003, p. 
168) onde demonstra que as inovações adotadas para cumprir com as regulamentações 
ambientais fazem com que as empresas utilizem seus insumos de maneira mais 
produtiva, reduzindo custos e compensando os gastos com as melhorias ambientais. 
Esta alternativa proporciona ganhos diretos e indiretos para a oficina, a 
sociedade e o meio ambiente. 
Isto ajudaria a sustentar um bom funcionamento e um amplo controle do que 
está sendo gerado e os resultados que estão sendo obtidos. Alem de fomentar pesquisas 
técnicas e cientificas para redução da produção e expansão do reaproveitamento. 
 
 
48 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILERIA DE NORMAS TECNICAS – ABNT. Classificação de 
Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, 2004. 
 
 
AUTARQUIA ESPECIAL MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA – EMLUR. 
Relatório de atividades anual. João Pessoa, 1998. 
 
 
BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 
2002. 
 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 005, de 
agosto de 1993. 
 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 257, de 
30 de junho de 1999. 
 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 258, de 
26 de agosto de 1999. 
 
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 275, de 
25 de abril de 2001. 
 
 
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